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AULA 02 - APLICAÇÃO DOS PLANOS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS - PRADS

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 Editora Senac São Paulo.
Capítulo 2
Aplicação dos 
Planos de 
Recuperação de 
Áreas Degradadas 
(PRADs)
Este capítulo tem o objetivo de apresentar a legislação ambiental re-
lacionada à elaboração de Planos de Recuperação de Áreas Degradadas 
(PRADs), além de fornecer subsídios para o entendimento do planeja-
mento no uso e na ocupação do solo, por meio do ordenamento terri-
torial e considerando a vida útil dos empreendimentos, proporcionando 
a correta aplicação da legislação nos casos de recuperação ambiental. 
Neste cenário, será apresentada também a atuação dos órgãos am-
bientais, bem como suas atribuições e mais detalhadamente a função 
dos órgãos licenciadores na avaliação da recuperação ambiental. 
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1 Determinações legais
O conhecimento sobre legislação ambiental aplicado à recupera-
ção de áreas degradadas é considerado de fundamental importância 
para o responsável técnico que assumirá a elaboração e execução de 
um projeto ambiental. Existem dispositivos legais que normatizam as 
mais variadas áreas de atuação, não sendo diferente para a elaboração 
de um PRAD, também chamado de Projeto de Recuperação de Áreas 
Degradadas, em que há orientações e critérios técnicos mínimos para a 
apresentação dos documentos voltados a cada setor específico. Desta 
forma, esta seção visa apresentar as legislações básicas no que con-
cerne à elaboração deste documento.
O marco inicial relativo ao PRAD veio como um dos princípios da 
Política Nacional do Meio Ambiente – Lei no 6.938 de 1981. Esta lei tem 
por objetivo “a preservação, melhoria e recuperação da qualidade am-
biental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desen-
volvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à 
preservação da dignidade da vida humana”, atendendo a alguns princí-
pios, entre eles: “a recuperação de áreas degradadas e a preservação e 
restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racio-
nal e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do 
equilíbrio ecológico propício à vida” (BRASIL, 1981). 
Como regulamentação a essa lei, foi criado o Decreto no 97.632 
de 1989, que prevê a exigência do PRAD para atividade de minera-
ção, sendo este documento exigido no ato de entrega do Estudo de 
Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto Ambiental 
(Rima) para aprovação e licenciamento da atividade pelo órgão am-
biental competente. Segundo este decreto, a recuperação deve ter por 
objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de 
acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo, visando à 
obtenção de estabilidade do meio ambiente (BRASIL, 1989).
25Aplicação dos Planos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRADs)
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A recuperação de áreas degradadas encontra respaldo, acima de 
tudo, na Constituição Federal de 1988, em seu art. 225: 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equi-
librado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade 
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder 
Público:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e pro-
ver o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
[...]
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recu-
perar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica 
exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. (BRASIL, 
2016)
A recuperação de áreas degradadas também se encontra pautada 
na legislação sobre preservação da vegetação nativa, que busca, entre 
outros objetivos, fomentar as atividades de reflorestamento, notada-
mente em pequenas propriedades rurais, e recuperar florestas de pre-
servação permanente, de reserva legal e de áreas alteradas (BRASIL, 
2012a). Desta forma, o Decreto no 3.420 de 2000 criou o Programa 
Nacional de Florestas, que fomenta a recomposição e restauração 
de florestas de áreas de preservação permanente e reservas legais 
(BRASIL, 2000).
Além das leis e dos decretos citados, que exercem a função de esta-
belecer exigências e critérios relacionados à recuperação de áreas de-
gradadas, existem ainda as resoluções do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (Conama) e as instruções normativas do Instituto Brasileiro 
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por 
exemplo, cuja função é determinar certas diretrizes e orientações para 
a elaboração dos PRADs. Apresentaremos algumas delas a seguir. 
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.A Resolução Conama no 387 de 2006 dispõe sobre o licenciamen-
to ambiental de assentamentos rurais, prevendo ações de recuperação 
de áreas degradadas, por meio do plano de recuperação de assenta-
mento, em que deve ser programada também a recuperação de Área de 
Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal (RL) (BRASIL, 2006). 
PARA SABER MAIS 
Além dessa resolução, o tema “áreas degradadas” é citado ainda em 
inúmeras outras resoluções, como a Resolução Conama no 1 de 1986, a 
Resolução Conama no 237 de 1997 e a Resolução Conama no 429 de 2011.
 
Um dos instrumentos mais importantes na elaboração de um 
PRAD é a Instrução Normativa Ibama no 4, de 13 de abril de 2011, que 
tem o objetivo de nortear a sua confecção de uma forma geral, para 
que possa ser aplicado a qualquer empreendimento, por meio do es-
tabelecimento de termos de referência (TR). De acordo com a instru-
ção, o PRAD deverá reunir informações, diagnósticos, levantamentos 
e estudos que permitam a avaliação da degradação ou a alteração 
e a consequente definição de medidas adequadas à recuperação da 
área; desta forma, esta instrução estabelece procedimentos para 
dois tipos de planos, o PRAD e o PRAD simplificado. O PRAD é volta-
do a maiores empreendimentos e à recuperação da área degradada 
que abranja uma extensão além da área local. O PRAD simplificado 
é considerado para empreendimentos de menor porte, exigindo me-
nos aprofundamento para a sua avaliação e execução. As exigências 
técnicas para cada um desses planos estão descritas nos anexos I e 
II da instrução normativa, sendo o anexo I referente ao TR-PRAD e o 
anexo II ao TR-PRAD simplificado (IBAMA, 2011). 
O quadro 1 indica os procedimentos e as orientações mínimas cons-
tantes na instrução normativa. 
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Quadro 1 – Procedimentos e orientações da Instrução NormativaIbama no 4 de 2011
INSTRUÇÃO NORMATIVA IBAMA NO 4 DE 2011
ANEXO DIRETRIZES E ORIENTAÇÕES
Anexo I TR para elaboração de PRAD
Anexo I-A Cronograma físico das atividades e previsão de entrega de relatório
Anexo I-B Cronograma financeiro
Anexo II TR para elaboração de PRAD simplificado
Anexo II-A Cronograma físico das atividades
Anexo II-B Cronograma financeiro simplificado
Anexo III
Relatório de monitoramento e avaliação de projeto de recuperação de área degradada 
ou alterada
Anexo IV Termo de compromisso de reparação de dano ambiental
Anexo V TR para reparação do dano ambiental
O PRAD (considerando o contexto nacional em que é avaliado e apro-
vado pelo Ibama) deve informar métodos e técnicas empregados de 
acordo com as peculiaridades de cada segmento, propor medidas que 
assegurem a proteção das áreas degradadas ou alteradas de quaisquer 
fatores que possam dificultar ou impedir o processo de recuperação e 
dar atenção especial à proteção e conservação do solo e dos recursos 
hídricos, apresentando, caso necessário, meios de controle de erosão e 
ações de mitigação. Deve, também, apresentar embasamento teórico 
que contemple as variáveis ambientais e seu funcionamento, relacio-
nando-o aos ecossistemas da região. Além disso, todo plano deverá 
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.conter uma planilha com o detalhamento dos custos de todas as ativi-
dades previstas no empreendimento. 
Concluído o estudo, este deve ser protocolizado pelo empreendedor, 
no órgão ambiental, em duas vias, uma impressa e uma digital, acom-
panhada de documentos específicos que caracterizem a área dos em-
preendimentos e as informações apresentadas no PRAD elaborado por 
profissional habilitado. Após aprovado pelo órgão ambiental, o empreen­
dedor tem até noventa dias para dar início às atividades previstas no 
cronograma de execução constante no termo de referência, observadas 
as condições sazonais da região. 
O monitoramento e a avaliação dos processos de recuperação serão 
acompanhados por no mínimo três anos após o início da sua implanta-
ção, podendo ser prorrogados se preciso. O interessado deve apresentar 
ao órgão ambiental, no mínimo semestralmente, relatório de acompa-
nhamento das ações de recuperação das áreas propostas e aprovadas 
no PRAD. Baseando-se nesses documentos, esses órgãos farão visto-
rias periódicas nas áreas para comprovar as informações prestadas e 
a eficiência das ações estabelecidas. Caso os objetivos propostos no 
PRAD não sejam alcançados, a partir da caracterização qualitativa e 
quantitativa, não será considerada como efetiva a recuperação da área 
degradada ou alterada, exigindo-se a reavaliação do projeto e ações téc-
nicas pertinentes (IBAMA, 2011). 
Já no âmbito estadual, os órgãos ambientais criarão os termos de 
referência específicos para a elaboração do PRAD dependendo das 
atividades a serem implantadas, bem como das condicionantes re-
gionais e dos biomas abrangidos. Portanto, no caso de licenciamento 
ambiental sob responsabilidade do órgão ambiental estadual, além do 
cumprimento da legislação federal, deve ser observada a legislação es-
tadual e o PRAD deve ser elaborado segundo o TR proposto pelo órgão 
competente, da mesma forma como ocorre com o Estudo de Impacto 
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Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental, documentos que com-
põem todo o processo de licenciamento. 
IMPORTANTE 
As ações do PRAD estão necessariamente vinculadas ao TR proposto 
para o empreendimento em estudo; é ele que dita as orientações e os 
critérios detalhados para a elaboração do documento da forma mais 
objetiva e assertiva possível.
 
A Lei no 9.605 de 1998, conhecida como Lei de Crimes Ambientais, 
prevê infrações para quem causa dano de qualquer natureza ao 
meio ambiente. A partir deste dispositivo legal, foi criado o Termo de 
Ajustamento de Conduta (TAC), que é formalizado pelo órgão ambiental 
por meio do Ministério Público, muitas vezes traduzido em ações de 
recuperação de áreas degradadas. Após o cumprimento das exigências 
impostas pelo TAC, o infrator pode retomar suas atividades e atingir 
uma redução de até 90% do valor da autuação, no caso de multa pecu-
niária (BRASIL, 1998).
Além da legislação apresentada, existem as normas técnicas que au-
xiliam, orientam e conduzem a elaboração do PRAD de forma correta e 
detalhada para uma atividade específica. Podemos citar o setor de mine-
ração, com algumas normas bem específicas e voltadas à execução de 
PRAD, como a NBR 13030 de 1999, que trata da elaboração e apresen-
tação de projeto de reabilitação de áreas degradadas pela mineração, a 
NBR 13028 de 2017, que dispõe sobre a elaboração e apresentação de 
projeto de disposição de rejeitos de beneficiamento, em barramento, em 
mineração, e a NBR 13029 de 2017, que trata da elaboração e apresenta-
ção de projeto de disposição de estéril em pilha. 
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2 Planejamento para uso e ocupação
O planejamento para uso e ocupação do solo é o ponto de partida 
para a conservação e recuperação da natureza, bem como para a ava-
liação de implantação de uma determinada atividade em uma região, 
fazendo com que sejam observados, detalhadamente, os recursos am-
bientais disponíveis e suas funções, relacionando-os com os impactos 
que aquela atividade pode provocar nesse ambiente. Para isso, existem 
dispositivos com a função de ordenar o espaço territorial, por meio do 
estabelecimento do zoneamento de áreas de uso adequado, propician-
do maior conservação da natureza no uso e na ocupação do solo. 
A Constituição Federal de 1988 já previu, como um de seus instru-
mentos, a definição de espaços territoriais especialmente protegidos, 
em todas as unidades de federação, sendo a alteração e supressão da 
vegetação permitida somente na forma de lei, e proibida qualquer uti-
lização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem 
sua proteção. Da mesma forma, a Política Nacional do Meio Ambiente 
também tem como um de seus instrumentos o controle e zoneamento 
do território em vista da implantação de atividades potencial e efetiva-
mente poluidoras. É considerada atribuição dos estados da Federação 
elaborar o zoneamento ambiental na forma de Zoneamento Ecológico-
Econômico (ZEE) em áreas de sua jurisdição.
O marco principal no planejamento do uso e ocupação do solo foi a 
criação da Política Urbana, chamada de Estatuto da Cidade, por meio da 
Lei no 10.257 de 2001. Esta lei obriga os municípios a zonearem seu ter-
ritório em três categorias mínimas, zona urbana, zona de expansão ur-
bana e zona rural, que visam prioritariamente uniformizar áreas de uso 
mais restrito (ou não), de acordo com as atividades propostas a serem 
implantadas em determinada região. Com isso, promove-se a preven-
ção e conservação da natureza, além da melhoria na implementação e 
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no controle do saneamento básico. Este zoneamento se dá a partir da 
criação do Plano Diretor de cada município. O zoneamento ambiental 
é um termo usado de maneira genérica para se referir ao Zoneamento 
Ecológico-Econômico (ZEE), que nada mais é que o estabelecimento 
de zonas específicas em determinada região, geralmente delimitadas 
pelo Estado, com o objetivo de promover o planejamento do uso e da 
ocupação do solo, reduzindo conflitos e possíveis danos oriundos das 
atividades do homem sobre o meio ambiente (BRASIL, 2001). 
Além do ZEE, existem outros tipos mais específicos que culminam em 
maiores restrições e critérios para a gestão territorial, entre eles podemos 
citar o Zoneamento Socioeconômico-Ecológico (ZSEE), aplicado predo-
minantemente nos estados de Mato Grosso e Rondônia, buscando incluir 
ainda mais a dimensão social dentro da elaboração do zoneamento. Já 
o Zoneamento Agroecológico (ZAE) é o que estabelece critérios para o 
disciplinamento e o ordenamento da ocupação espacial de atividades 
produtivas e sua interação com culturas florestais, porém restrita a áreas 
rurais. Outro instrumento do planejamento e ordenamento territorial é o 
Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), que tem o objetivo de 
minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos, permitindo 
a identificação da melhor época de plantio das culturas e relacionando­as 
com os diferentes tipos de solo. E, para finalizar, voltando a uma menor 
escala, existem ainda o Zoneamento Costeiro (ZC), o Zoneamento de Uso 
Industrial (ZUI), o Zoneamento Estritamente Industrial (ZEI), o Zoneamento 
de Uso Predominantemente Industrial (ZUPI) e o Zoneamento de Uso 
Diversificado (ZUD), entre tantos outros, que dependerão das característi-
cas e necessidades de uso de cada região. 
O ordenamento territorial, baseado no planejamento do uso e da 
ocupação do solo, ocorre com a delimitação espacial de determinada 
região com critérios de restrição baseados nos recursos naturais dispo-
níveis e na importância ecológica daquele meio, estimulando-se, assim, 
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.maior proteção da natureza e controle na instalação de diversas ativi-
dades poluidoras, com o objeto final de reduzir a degradação ambiental. 
3 Vida útil de empreendimentos e etapas de 
recuperação
Quando um empreendimento vai ser instalado, primeiro dá-se início 
às análises ambientais apropriadas utilizando-se o processo de licen-
ciamento, em que se verifica a viabilidade locacional, seguida da implan-
tação e operação da atividade em determinada área. Com isso, surge a 
necessidade de elaboração de estudos ambientais pertinentes a cada 
condicionante específica, entre elas o PRAD, que leva em consideração 
a vida útil dos empreendimentos.
Algumas atividades possuem vida útil muito variada, muitas vezes 
de difícil previsão, pois, considerando que, com o tempo, observa-se o 
incremento de tecnologias, tanto para a mitigação de impactos como 
para o estímulo à degradação. Além disso, são criados novos padrões de 
qualidade do ambiente, cada vez mais restritivos e criteriosos, fazendo 
com que o PRAD, apresentado no início no projeto, deva ser reavaliado 
para que contemple todas as alterações sofridas. 
Na maioria dos casos em que os empreendimentos não possuem 
vida útil determinada, principalmente na área industrial, o PRAD deve 
ser adaptado no momento do encerramento da atividade, por meio do 
Plano de Encerramento ou Desativação, em que um cenário é avaliado 
e são propostas as medidas de recuperação apropriadas. Já os empre-
endimentos que utilizam diretamente os recursos naturais, como a mi-
neração de diversos tipos de materiais, ou, ainda, que utilizam espaços 
naturais para armazenamento e disposição de resíduos, como os ater-
ros sanitários, torna-se mais fácil determinar o período de operação da 
respectiva atividade, lembrando que os recursos ou o espaço daquele 
ambiente são finitos e mais facilmente estimados. 
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A vida útil de um empreendimento afeta diretamente a degradação 
que este pode causar ao meio ambiente e consequentemente às ações 
de recuperação, devendo ser exigidas dos órgãos ambientais, cada vez 
mais, medidas mais restritivas e detalhadas do PRAD, além da adequa-
ção por parte do empreendedor, para que os objetivos de recuperação 
sejam alcançados. Esse cenário impacta diretamente o uso futuro pre-
tendido para a área, uma vez que isso depende diretamente das medi-
das adotadas e do grau de recuperação. Por exemplo, uma área onde 
ocorreu supressão de vegetação com o propósito de utilização de ma-
deira tem o seu uso futuro determinado pela recomposição florestal, 
devolvendo o equilíbrio àquele ambiente. Caso assim não o faça, com 
o intuito de utilizar essa área para a disposição de resíduos (diferente 
do cenário primeiramente previsto), essa ação acaba por comprometer 
aquele solo e impossibilita que as espécies nativas consigam se desen-
volver quando plantadas, sendo necessário que se determine outro uso 
futuro para esse ambiente, diferente do proposto inicialmente. 
4 Aprovação do PRAD pelos órgãos 
licenciadores
Os órgãos ambientais, cada um em sua esfera de competência e 
com suas atribuições, têm o mesmo papel – prevenir e minimizar os 
impactos negativos sobre o meio ambiente. Esses órgãos compõem o 
Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), instituído pela Política 
Nacional do Meio Ambiente, porém cada um deles com atribuições 
diferenciadas. No que concerne à recuperação de áreas degradadas, 
o Ministério do Meio Ambiente (MMA), por exemplo, tem a função de 
propor diretrizes, orientações, promover material e implementar as 
ações voltadas ao meio ambiente por meio dos Centros de Referência 
em Recuperação de Áreas Degradadas (CRADs), criados a partir da 
ação dos diversos departamentos, como o Departamento de Florestas 
(DFLOR), o Departamento de Revitalização de Bacias Hidrográficas 
34 Plano de recuperação de áreas degradadas Ma
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.(DRB), a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e 
do Parnaíba (Codevasf), entre outros. 
No âmbito do licenciamento ambiental de atividades potencialmen-
te causadoras de degradação, cabe aos órgãos públicos estaduais exi-
gir, avaliar e aprovar os PRADs, e, em caráter supletivo, cabe ao Ibama 
atuar da mesma maneira, dependendo da abrangência e do porte do 
empreendimento. O PRAD deve ser elaborado pelo empreendedor, por 
pessoa habilitada, e entregue ao órgão ambiental, como documen-
to complementar ao EIA/Rima, ocorrendo na fase da solicitação da 
Licença Prévia. Após aprovado pelo órgão ambiental, seja estadual, seja 
federal, parte-se para as fases seguintes do processo de licenciamento, 
ressalvando que o órgãogeralmente tem prazo estipulado para análise 
do PRAD de doze meses, podendo solicitar informações complementa-
res e esclarecimentos ao empreendedor, realizando vistorias técnicas 
na área sujeita à implantação do projeto e sempre contando com avalia-
ções programadas para acompanhamento, exigindo relatórios periódi-
cos sob pena de readequação e cumprimento do proposto para a área 
a ser recuperada. 
A elaboração dos PRADs deve seguir um TR proposto pelo órgão 
licenciador e voltado para cada atividade específica, devendo ser segui-
do rigorosamente. Caso a atividade em análise não possua um termo 
de referência específico, pode ser usado um documento com objetivos 
e critérios próximos ou elaborado, por parte do órgão licenciador, um 
novo TR voltado ao empreendimento em questão. 
Teoricamente, a atividade só poderá ser instalada após a aprovação 
dos documentos apresentados, por meio de pareceres técnicos favorá-
veis e conjuntamente à emissão das respectivas licenças. Caso a ativi-
dade já esteja instalada e em operação, porém sujeita à recuperação da 
degradação ambiental, firma­se um TAC, com o propósito de recuperar 
aquele ambiente, sendo igualmente solicitado o PRAD para avaliação da 
qualidade ambiental no longo prazo. 
35Aplicação dos Planos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRADs)
M
aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
partilham
ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Considerações finais
Este capítulo propôs o conhecimento da legislação ambiental apli-
cada à recuperação de áreas degradadas, fornecendo subsídios para a 
elaboração e aplicação de um PRAD, seguindo os procedimentos ade-
quados para cada cenário. 
Foi apresentada a questão do ordenamento territorial e sua relação 
com a implantação dos empreendimentos associados com a sua vida 
útil e proposição de uso futuro da área. 
Por fim, buscou­se o entendimento das responsabilidades dos ór-
gãos na recuperação ambiental, por meio da exigência de documentos 
e avaliações periódicas dos empreendimentos e dos impactos que po-
dem causar, analisando e aprovando, assim, as medidas mitigadoras e 
contribuindo para a conservação da natureza. 
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado 
Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2016. Disponível em: <https://www2.
senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf>. 
Acesso em: 30 abr. 2018.
______. Decreto no 3.420, de 20 de abril de 2000. Dispõe sobre a criação do 
Programa Nacional de Florestas – PNF, e dá outras providências. Diário Oficial 
da União. 2000. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/
d3420.htm>. Acesso em: 30 abr. 2018.
______. Decreto no 97.632, de 10 de abril de 1989. Dispõe sobre a regulamentação 
do Artigo 2o, inciso VIII, da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, e dá outras pro-
vidências. Diário Oficial da União. 1989. Disponível em: <http://www.planalto. 
gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/d97632.htm>. Acesso em: 30 abr. 2018.
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.______. Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional 
do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá 
outras providências. Diário Oficial da União. 1981. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em: 30 abr. 2018.
______. Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Lei de Crimes Ambientais. 
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e ati-
vidades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Diário Oficial da 
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______. Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001. Estatuto da Cidade. Regulamenta 
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Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.
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Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/
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2012b. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/informma/item/8887-recupe-
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INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS 
RENOVÁVEIS (IBAMA). Instrução Normativa Ibama no 4, de 13 de abril de 2011. 
Estabelece procedimentos para elaboração de projeto de recuperação de área 
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www.ctpconsultoria.com.br/pdf/Instrucao-Normativa-IBAMA-04-de-13-04-2011.
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