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Diagnóstico do biótico

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aterial para uso exclusivo de aluno m
atriculado em
 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
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ento digital, sob as penas da Lei. ©
 Editora Senac São Paulo.
Capítulo 6
Diagnóstico do 
meio biótico 
Dando sequência à abordagem dos três grandes compartimentos de 
conhecimento que compõem o diagnóstico socioambiental de um EIA, 
este capítulo analisará os estudos do meio biótico, que abrange a vege-
tação, a fauna nativa e os ambientes existentes nas áreas de influência 
de um empreendimento. Além dos principais temas estudados, serão 
vistas as ferramentas e os recursos mais empregados nos levantamen-
tos de dados primários e secundários, além dos modos de apresenta-
ção dos resultados.
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Diagnóstico e ferramentas de análise em estudos de impacto ambiental
1 Componentes do meio biótico 
normalmente abordados
O diagnóstico do meio biótico abrange tudo aquilo que se refere à 
biota, isto é, o conjunto de seres vivos não humanos que coexiste em 
um dado local. Seu escopo inclui o estudo das espécies presentes na 
área, das relações entre elas, dos ambientes nos quais vivem e de sua 
conservação. Qualquer projeto resultará em interferências no meio 
biótico, em geral negativas.
Na itemização seguida com maior frequência, sobretudo em EIA/
Rima menos complexos, os estudos são divididos em vegetação (ou 
flora), fauna, ambientes aquáticos e áreas protegidas. Entretanto, a 
estrutura do diagnóstico do meio biótico não é rígida, uma vez que a 
biota constitui um conjunto único de organismos e inter-relações; qual-
quer tentativa de segmentá-la para fins de estudo necessariamente faz 
uso de critérios artificiais. O mais importante é que a estrutura tenha 
coerência e lógica internas e que todos os componentes relevantes 
sejam abordados e tratados de forma integrada.
A seguir, são descritos os principais aspectos abordados no diagnós-
tico do meio biótico. O grau de detalhamento de cada um dependerá do 
tipo e do porte do projeto, de sua localização e dos critérios adotados 
no termo de referência.
Vegetação. A seção intitulada vegetação, ou flora, abrange aspectos 
referentes à cobertura vegetal da área e espécies de plantas presentes. 
Os principais tópicos abordados são:
 • Caracterização da cobertura vegetal original e atual da região 
onde se situa o empreendimento, dentro do contexto histórico de 
ocupação territorial e alteração ambiental.
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 • Descrição e mapeamento das fisionomias vegetais presentes na 
área, isto é, tipos de vegetação como matas, capoeiras, cerrados, 
campos, vegetação de várzea, etc., com identificação dos trechos 
mais significativos de vegetação nativa. 
 • Levantamento florístico, ou seja, o levantamento das espécies 
vegetais presentes em cada fisionomia vegetal, incluindo am-
bientes de transição (várzeas, brejos, manguezais, etc.). Atenção 
especial deve ser dada às espécies raras, ameaçadas e/ou endê-
micas, uma vez que, por sua situação de especial interesse do 
ponto de vista de conservação, os eventuais impactos que ve-
nham a sofrer em decorrência da implantação do projeto serão 
mais significativos.
Ainda, pode haver exigência, no termo de referência, à realização 
do levantamento fitossociológico em áreas de vegetação nativa a ser 
suprimida. Tal estudo é um levantamento amostral estatístico que 
visa o conhecimento da vegetação quanto às espécies que a com-
põem, o modo como se distribuem no ambiente, as relações entre elas 
e como se comportam dentro do processo de regeneração de vegeta-
ções alteradas. 
Fauna. Os estudos de fauna abordam as espécies de animais exis-
tentes em liberdade na área de estudo, sejam elas nativas, introduzidas 
ou invasoras. São os seguintes os aspectos mais importantes dentro de 
um diagnóstico do meio biótico:
 • Caracterização da fauna regional, com listagem de espécies de 
ocorrência provável na área de estudo, acompanhada de uma 
análise do estado de conservação da fauna atual em função do 
grau de alteração das fisionomias vegetais e do efeito deste sobre 
a fauna original. 
 • Levantamento de campo das espécies de mamíferos, aves, répteis, 
anfíbios e peixes (esse último grupo pode ser tratado no tópico 
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Diagnóstico e ferramentas de análise em estudos de impacto ambiental
relativo a ambientes aquáticos), com especial atenção a espécies 
ameaçadas, raras e/ou endêmicas, registros novos para a região 
e indicadoras de qualidade ambiental ou estado de conservação. 
Os estudos faunísticos de um EIA geralmente se limitam aos verte-
brados. Por serem mais conhecidos em termos de compor tamento, 
ecologia e taxonomia, os vertebrados permitem inferências sobre con-
servação e vulnerabilidade que podem ser extrapoladas para outros 
grupos animais, cumprindo assim o papel de indicadores ambientais. 
Pode ser pertinente, dentro do escopo do EIA, o estudo de determinados 
grupos de invertebrados, como insetos ou moluscos, sobretudo em as-
sociação com algum aspecto relevante do ponto de vista antrópico, por 
exemplo epidemiológico, sanitário, veterinário ou agrícola.
Outra situação em que os invertebrados são estudados é quando 
está previsto intervenção em cavernas e outras cavidades subterrâneas. 
Nesses casos, deve ser feito o estudo da fauna cavernícola, incluindo ver-
tebrados e invertebrados, para análise do grau de relevância de cada ca-
verna afetada, conforme padrões estabelecidos na legislação pertinente1.
 • Ambientes aquáticos: a biota aquática é estudada em casos em 
que o projeto deve interferir em corpos d’água (como barramen-
tos, transposições, captações de águas, portos). Os ambientes 
aquáticos incluem águas doces, como rios, riachos e córregos, 
reservatórios e lagos; ambientes de transição, como brejos e ba-
nhados; e ambientes marinhos, como praias arenosas e rocho-
sas, manguezais, lagoas costeiras, águas costeiras e águas pro-
fundas. Dentro do diagnóstico do meio biótico, o estudo desses 
ambientes aquáticos aborda não só a qualidade da água, mas a 
qualidade ambiental como um todo.
1 Disponível no site do Centro Nacional de Estudo, Proteção e Manejo de Cavernas (Cecav).
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Os principais objetos de estudo são a fauna de peixes, as comuni-
dades planctônicas (organismos que flutuam livres na coluna d’água) 
e bentônicas (organismos que vivem nos substratos do fundo), as 
macrófitas aquáticas (plantas que vivem enraizadas no fundo ou flu-
tuando na água), vetores de doenças e organismos bioindicadores de 
qualidade ambiental. 
Dependendo do escopo do projeto e de seu local de instalação, o 
termo de referência pode estabelecer o estudo de grupos específicos 
de mamíferos (botos, peixes-boi,ariranha, etc.) e répteis (tartarugas 
marinhas, cágados, tracajás, etc.) de hábitos aquáticos. Isso ocorre 
quando há presença constatada ou provável desses animais em am-
bientes que sofrerão alterações significativas em decorrência de algum 
empreendimento.
 • Áreas protegidas: as unidades de conservação (UCs) e outras 
áreas ambientalmente protegidas (zonas de amortecimento, 
áreas de proteção de mananciais, etc.) existentes na área de estu-
do devem ser identificadas e caracterizadas quanto a tipo, distân-
cia do empreendimento, órgãos responsáveis pela administração 
e extensão.
PARA SABER MAIS 
Uma referência importante para o estudo da vegetação é o Manual téc-
nico da vegetação brasileira (IBGE, 2012), que traz o sistema de classi-
ficação mais usado para as formações vegetais brasileiras. Você tam-
bém pode aprofundar seus conhecimentos sobre os estudos botânicos 
lendo o livro Meio ambiente e botânica, de Luciano M. Esteves (2011).
 
Como acontece com outros aspectos do EIA, a composição da equi-
pe responsável pelos estudos do meio biótico varia de acordo com as 
características do empreendimento e de sua localização. Em projetos 
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de menor porte, a equipe mínima é formada por um especialista para 
a vegetação e outro para a fauna. Em projetos maiores, é necessária 
uma equipe mais diversificada, que envolve mais de um especialista 
em botânica e especialistas em vários grupos animais: mastozoólogos 
(mamíferos), ornitólogos, herpetólogos (répteis e anfíbios), ictiólogos 
(peixes), entomólogos (insetos), etc. Dependendo das feições da área 
de influência, pode haver a participação de especialistas em ambientes 
de água doce e/ou marinhos, como limnólogos e oceanógrafos, além 
de especialistas em ambientes cavernícolas, em vetores de doenças 
humanas ou em espécies de interesse agrícola e veterinário. Também 
passa a ser necessária a atuação de ajudantes, sobretudo para os 
trabalhos de campo.
Os profissionais que trabalham com o meio biótico geralmente são 
biólogos, mas ecólogos, engenheiros florestais, agrônomos e veteriná-
rios, entre outros, também atuam na área. Mais uma vez, é importante 
notar que, qualquer que seja a formação do profissional, apenas o título 
não é suficiente para qualificá-lo para atuar em estudos do meio biótico; 
a experiência e o domínio das metodologias e ferramentas específicas 
de cada tema são fundamentais.
2 Principais ferramentas de análise
Assim como o meio físico, o meio biótico é estudado, no âmbito do 
EIA/Rima, com base em dados secundários e primários. Sánchez (2008) 
observa que os estudos relacionados ao meio biológico raramente po-
dem prescindir de trabalhos de campo. Segundo ele, os procedimentos 
em geral têm início por um levantamento de dados secundários, que 
visam encontrar informações de âmbito regional sobre os tipos de ve-
getação e a fauna associada. Mesmo desatualizadas, as informações 
secundárias são úteis como indicativos das condições ecológicas ori-
ginais da região, anteriores a muitas das alterações humanas cumula-
tivas que resultaram no cenário presente. Ainda, dão uma ideia do que 
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pode ser encontrado na área de estudo e subsidiam o planejamento das 
campanhas de campo (SÁNCHEZ, 2008).
As fontes de dados secundários incluem, além da bibliografia cien-
tífica, de documentos ambientais anteriores e do acervo de órgãos 
públicos, as coleções de museus científicos e herbários mantidos por 
universidades e institutos de pesquisa. Bancos de dados e bibliotecas 
virtuais de órgãos públicos, bem como plataformas de ciência cidadã, 
estão disponíveis on-line e também constituem fontes confiáveis de da-
dos secundários. Eis alguns dos mais importantes:
 • Portal da Biodiversidade. Plataforma mantida pelo ICMBio, que 
disponibiliza dados sobre a biodiversidade brasileira.
 • Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). 
Plataforma on-line que reúne dados sobre a biodiversidade do 
Brasil. 
 • Sistema de Informação Ambiental do Programa Biota/Fapesp 
(SinBiota). Integra informações sobre a biodiversidade no estado 
de São Paulo.
 • Wikiaves. Enciclopédia das aves brasileiras. Página de conteúdo 
interativo que mantém um importante banco de fotos e sons de 
aves brasileiras.
 • Táxeus. Plataforma de ciência cidadã, colaborativa e on-line, que 
reúne listas de aves, mamíferos e anfíbios.
Dados primários são obtidos em campo por observação direta ou 
de vestígios, coleta de material botânico e zoológico, registros por meio 
de fotos e de gravações, entrevistas, entre outros métodos. Os levanta-
mentos geralmente são feitos por amostragem. Por exemplo, nos levan-
tamentos da vegetação são estudadas áreas reduzidas (as parcelas), 
segundo determinados critérios de amostragem conhecidos dos pro-
fissionais do setor, que poderão ser extrapolados para a totalidade da 
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área, com uma margem de erro definida antecipadamente (SÁNCHEZ, 
2008). No entanto, em casos em que há poucas árvores, por exemplo, 
quando a ADA é uma pastagem com árvores isoladas, pode ser feito um 
levantamento completo, com a identificação e a medição de cada uma. 
Coletas de exemplares botânicos e zoológicos, necessárias para 
a identificação das espécies em laboratório, devem seguir protocolos 
de obtenção, conservação e análise. 
Entrevistas com moradores e locais podem fornecer informações 
sobre a presença de espécies animais difíceis de ver ou capturar, com-
plementando os resultados obtidos por outros métodos. São úteis tam-
bém para a identificação de alterações da paisagem e impactos ocor-
ridos num passado recente, sobretudo na ausência de dados formais. 
Além disso, elas trazem para o processo de licenciamento a visão, o 
conhecimento e as opiniões da população afetada, contribuindo para o 
desenvolvimento de estratégias compartilhadas de manejo. No traba-
lho de Mani-Peres et al. (2016), por exemplo, as entrevistas revelam as 
alterações ecológicas ocorridas em uma área costeira, bem como o 
valor afetivo, sociocultural e econômico atribuído pelos moradores 
locais aos peixes, à paisagem e à biodiversidade local.
A seguir, são descritas as principais ferramentas de análise do meio 
biótico.
 • Vegetação. Na caracterização da cobertura vegetal original e 
atual da AII são usadas fontes secundárias, como os mapas da 
vegetação do Brasil, do IBGE e outros documentos de referência 
produzidos por órgãos oficiais. Para a AID e a ADA, o mapea-
mento das fisionomias vegetais presentes se baseia em dados 
secundários (imagens de satélite, fotos, etc.) corroborados por 
dados primários levantados em trabalho de campo. Os trechos 
mais significativos de vegetação nativa devem ser caracterizados 
de acordo com a área, a fisionomia e a tipologia vegetal, o estágio 
de regeneração e a conservação, a estratificação, entre outrosas-
pectos. Os maciços florestais devem ser caracterizados quanto 
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ao grau de alteração e de regeneração. Assim, é considerada uma 
mata primária aquela em que as alterações decorrentes da ação 
humana são mínimas, sem perda significativa da estrutura e da 
flora originais. Já uma mata secundária resulta de regeneração 
ocorrida após supressão total ou parcial da vegetação primária. 
No processo de regeneração, denominado sucessão vegetal, são 
reconhecidos os estágios inicial, médio e avançado. Para a Mata 
Atlântica, os parâmetros para análise dos estágios de sucessão 
são estabelecidos pela Resolução Conama 10/1993.
Os levantamentos florísticos devem abranger cada fisionomia vege-
tal e cada trecho de vegetação significativa. Quando uma espécie não é 
identificada em campo, é feita a coleta de amostras para identificação 
em laboratório. Pode ser necessária a realização de várias campanhas 
em um mesmo local ao longo do ano, pois muitas vezes a identifica-
ção depende do estudo de características morfológicas das flores, e as 
espécies florescem em diferentes épocas. 
Quando solicitado, o levantamento fitossociológico é conduzido em 
trechos de vegetação nativa a ser afetada, na ADA e AID. Além do in-
ventário florístico, esse estudo analisa as relações quantitativas entre 
espécies, a estrutura horizontal (por meio de parâmetros quantitativos, 
como abundância, frequência e dominância) e a estrutura vertical (es-
tratificação) da vegetação. A descrição dos métodos fitossociológicos 
consta de Freitas e Magalhães (2012).
 • Fauna. A fauna da AII é estudada com base em informações se-
cundárias, que permitem a caracterização de seu estado de con-
servação e a elaboração de listas das espécies com ocorrência 
constatada ou provável; no caso dos peixes, o levantamento deve 
incluir bacias, sub-bacias e microbacias abrangidas pela AII. A in-
formação secundária ajuda a contextualizar a situação da fauna 
na ADA e na AID, mas nessas áreas o estudo é feito sobretudo por 
meio de dados primários obtidos em levantamento de campo. 
Especial atenção é dada à presença de espécies ameaçadas, raras, 
endêmicas e migratórias, entre outras. Caso existam cavernas na 
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ADA, sua fauna deve ser estudada por meio do levantamento de 
dados secundários referentes às cavidades afetadas, complemen-
tado por informações primárias coligidas em cada uma.
Vários métodos podem ser empregados nos levantamentos faunís-
ticos. O quadro 1 traz os procedimentos mais efetivos para o estudo de 
cada grupo de vertebrados.
Quadro 1 – Métodos utilizados para o levantamento de espécies de cada grupo de vertebrados
GRUPO 
ANIMAL PROCEDIMENTOS UTILIZADOS NO LEVANTAMENTO
Mamíferos
Identificação visual e auditiva, com uso de metodologia de transectos
Registros por meio de armadilhas fotográficas
Vestígios – pegadas, fezes, tocas 
Captura com armadilhas (roedores, marsupiais e outros pequenos mamíferos) 
e redes (morcegos)
Coleta de exemplares para identificação e depósito em coleções científicas
Entrevistas com moradores locais, com metodologia apropriada
Aves
Identificação visual e auditiva, com uso de metodologia de 
transectos e de pontos fixos
Registros fotográficos e gravações de vocalizações para posterior identificação
Vestígios – penas, ninhos
Captura com redes de neblina
Coleta de exemplares para identificação e depósito em coleções científicas 
Entrevistas com moradores locais, com metodologia apropriada
Répteis
Identificação visual
Registros fotográficos
Coleta de exemplares para identificação e depósito em coleções científicas
Entrevistas com moradores locais, com metodologia apropriada
Anfíbios
Identificação visual e auditiva
Registros fotográficos e gravações de vocalizações para posterior identificação
Coleta de exemplares para identificação e depósito em coleções científicas
Entrevistas com moradores locais, com metodologia apropriada
Peixes
Captura de exemplares por meio de redes, peneiras, etc., para medição biométrica, 
identificação e eventual depósito em coleções científicas
Entrevistas com pescadores locais, com metodologia apropriada
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Os levantamentos de campo devem envolver esforço amostral 
suficiente para uma boa representatividade das espécies presentes, 
abrangendo todas as formações vegetais significativas, naturais ou 
antrópicas; em cavernas, devem cobrir todas as zonas (entrada, fótica 
e afótica). Devem abranger os horários mais adequados para cada 
grupo – diurnos para a maioria das aves, primatas e alguns outros 
mamíferos, répteis; e noturnos para corujas e bacuraus, a maioria dos 
mamíferos – inclusive morcegos –, anfíbios e algumas serpentes. Em 
teoria, os levantamentos devem compreender o período de um ano, 
para cobrir ciclos reprodutivos e migratórios. Isso só ocorre, porém, em 
empreendimentos de grande porte. Em projetos menores, é recomen-
dado que sejam feitas ao menos duas campanhas de campo, uma na 
época chuvosa e outra na estiagem.
É importante salientar que os exemplares coletados constituem 
material de valor científico e devem ser depositados em coleções de 
instituições de pesquisa. Atividades de captura, coleta, marcação, trans-
porte e manutenção em cativeiro requerem autorização pelo Ibama. 
A Instrução Normativa 146/2007 do Ibama estabelece critérios para os 
procedimentos relativos à fauna no âmbito do licenciamento ambiental 
e pode balizar os estudos faunísticos em processos que correm na 
esfera de outros órgãos ambientais2.
 • Ambientes aquáticos: os ambientes aquáticos e de transição da 
ADA e da AID devem ser estudados por meio de dados primários. 
Além das análises bacteriológicas, que, como foi visto no capítulo 
5, são empregadas na determinação da qualidade da água em 
conjunto com os parâmetros físico-químicos, o estudo de outros 
organismos bioindicadores permite avaliar a qualidade ambiental 
dos corpos d’água.
Os pontos de coleta (de peixes, plâncton, bentos, macrófitas aquá-
ticas, vetores de doenças, etc.) devem cobrir toda a AID e contemplar 
todos os tipos de ambientes aquáticos e de transição presentes e seus 
2 Disponível em <http://www.icmbio.gov.br/sisbio/legislacao-especifica.html>.
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vários hábitats (alto, médio e baixo curso dos rios, margens, fundo, co-
luna d’água, corredeiras, remansos). Devem ser feitas ao menos duas 
campanhas de campo, uma no período chuvoso e outra na estiagem. 
É importante que as coletas de água para estudo dos parâmetros bio-
lógicos sejam feitas nos mesmos pontos de coleta de amostras para o 
estudo de parâmetrosfísico-químicos, para propiciar uma análise mais 
efetiva das informações.
O estudo das comunidades bentônicas e planctônicas pode incluir 
análises quantitativas das amostras, em que, além da identificação das 
espécies, é feita a contagem de indivíduos por espécie ou categoria 
taxonômica. Isso permite o uso de índices de diversidade, importantes 
como indicadores da qualidade ambiental das águas. Altas diversida-
des (com grande número de espécies e poucos indivíduos por espécie) 
indicam boa qualidade ambiental, uma vez que a maioria das formas 
de poluição elimina espécies mais sensíveis e reduz a complexidade do 
ecossistema. Os índices de diversidade permitem, ainda, comparar as 
condições ecológicas de diferentes trechos de um rio e também fazer 
comparações multitemporais (SÁNCHEZ, 2008). Outro aspecto tam-
bém passível de análises quantitativas é o estudo da fauna de peixes.
 • Áreas protegidas. A identificação das áreas protegidas existentes 
dentro da AII do projeto é feita com base em dados secundários, 
por meio de consulta a sites, mapas e documentos oficiais. 
PARA SABER MAIS 
O manual para elaboração de estudos para licenciamento com avalia-
ção de impacto ambiental da Cetesb (2014) é um excelente guia para 
saber mais sobre os aspectos que devem ser estudados em cada tipo 
de empreendimento.
 
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3 Modos de apresentação dos resultados – 
caracterização, análise, conclusão
Também no diagnóstico do meio biótico os mapas temáticos são uma 
ferramenta importante para a apresentação dos resultados, e de novo des-
taca-se a importância do georreferenciamento, para melhor integração en-
tre os diferentes aspectos abordados e cruzamento das informações. Pode 
haver a exigência, por parte do órgão ambiental, de que as informações 
sejam apresentadas sobre imagem de satélite ou foto aérea.
Alguns dos aspectos passíveis de serem mapeados são: distribuição 
das vegetações naturais, identificadas quanto a tipo e estágio de suces-
são ecológica, na ADA, na AID e na AII; áreas amostradas, pontos de 
coleta, transectos, registros fotográficos, etc.; ambientes aquáticos e de 
transição; unidades de conservação existentes na AII; vegetação a ser 
suprimida na ADA; áreas protegidas na AID, como áreas de preservação 
permanente (APPs), áreas de reserva legal, corredores ecológicos, áreas 
potenciais para preservação, etc. A figura 1 mostra um mapa de cober-
tura vegetal da ADA sobreposto à planta de um projeto urbanístico.
Figura 1 – Trecho de um mapa de cobertura vegetal da ADA de um empreendimento. Além da cobertura 
vegetal, estão representados os lotes previstos no projeto, as APPs, corpos d’água e vias existentes
Reflorestamento de eucalipto
Reflorestamento de eucalipto com 
sub-bosque em estado inicial
Vegetação em estágio inicial de regeneração
Vegetação em estágio pioneiro de regeneração
Vegetação em estágio médio de regeneração
Solo exposto
Bambu
Campo antrópico com arbustos isolados
Várzea
Pinus
Edificações
Lagos
Área de preservação permanente (APP)
Limite da gleba
Estradas existentes
Córregos
Fonte: adaptado de Pabrasil (2014).
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Diagnóstico e ferramentas de análise em estudos de impacto ambiental
Ainda, o mapeamento dos tipos de vegetação existentes na AI pode 
ser apresentado em um mapa de uso e ocupação do solo, que inclui não 
apenas os ambientes naturais, mas também os ambientes antrópicos – 
isto é, criados ou alterados pela ação humana – e estruturas humanas 
como estradas e áreas urbanas, além de limites político-administrativos.
O mapa de uso e ocupação do solo é um dos mais importantes do 
diagnóstico ambiental. Integrando informações do meio biótico e do 
meio antrópico, esse mapa é essencial, segundo Sánchez (2008), para 
apreender-se o contexto em que se insere a proposta analisada. Inclui ve-
getações nativas, áreas de cultivo, silvicultura, pastagens, áreas urbanas, 
além da rede de drenagem e viária, entre outros elementos.
Talvez os elementos que mais caracterizem o diagnóstico do meio 
biótico sejam as listas de espécies, que reúnem os resultados dos le-
vantamentos, compilando as espécies de cada grupo estudado, bem 
como as informações referentes a cada uma delas. Listas para a AII 
costumam ser baseadas em fontes secundárias, enquanto listas da 
ADA e da AID são feitas com base em registros primários, acrescidos 
de registros provenientes de fontes secundárias. São apresentadas sob 
a forma de tabelas em que, para cada espécie, constam informações 
primárias sobre sua situação na área e informações secundárias sobre 
sua ecologia e conservação. É importante que o conteúdo das listas 
ofereça subsídios efetivos para a compreensão não apenas da com-
posição da flora e da fauna da área, mas também da distribuição das 
espécies nos ambientes representados nas várias áreas de influência 
e, ainda, do impacto do empreendimento sobre cada espécie e sobre a 
biota como um todo. 
A análise e a interpretação do conteúdo das listas deve ser feita no 
texto do diagnóstico. É fundamental o destaque dos pontos relevantes 
detectados nos levantamentos primários e secundários. Sem isso, o 
leitor não especialista não tem elementos para identificar a informa-
ção de fato relevante em termos de previsão de impactos e proposi-
ção de ações de mitigação, compensação e monitoramento, e ficam 
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comprometidas a compreensão do diagnóstico e a eficiência dos estu-
dos como ferramenta de avaliação ambiental. 
Outro recurso muito importante para a apresentação dos resultados 
são as fotografias de ambientes e de espécies de plantas e animais. 
Para o leitor, a inclusão de uma referência visual das formações vegetais 
e ambientes que estão sendo abordados proporciona um entendimento 
muito mais rápido e abrangente do que descrições e análises muitas ve-
zes carregadas de termos técnicos, complementando-as e aumentando 
a eficiência de transmissão de informações. Quanto às espécies vege-
tais e animais, as fotos servem como uma documentação que confirma 
o registro e dá mais significado à informação escrita, tornando a leitura 
mais produtiva e mais interessante.
Também são usados gráficos e quadros na apresentação dos resul-
tados, para auxiliar na visualização das informações. Como já foi visto 
no capítulo 5, os quadros ajudam a apresentar números com precisão e 
de forma condensada, enquanto os gráficos expressam valores numéri-
cos de formas que facilitam sua visualização. 
A análise integrada e as conclusões devem deixar clara a relevância 
da área em termos de biodiversidade, dentro de um contexto regional ou 
mesmo nacional. As informações no diagnóstico devem fundamentar a 
análise do estado de conservação ambiental, considerando dimensões, 
forma, conectividade e grau de alteração e de regeneração das man-
chas de vegetação nativa e sua qualidade do ponto de vista da fauna.
Ainda, precisam ser destacadas as espécies de ocorrência mais sig-
nificativa e cuja conservação será mais afetada pelas alterações am-
bientais. A identificação de uma espécie ameaçada ou endêmica pode 
afetar o projeto de diferentes maneiras, como destacaSánchez (2008). 
Esse autor explica que, em um extremo, caso se trate de uma espécie 
de ampla distribuição geográfica e de baixo grau de ameaça, as conse-
quências podem ser contornadas por medidas como recomposição de 
seu hábitat, proteção de remanescentes do hábitat na mesma região 
ou o estabelecimento de “corredores ecológicos” unindo fragmentos de 
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Diagnóstico e ferramentas de análise em estudos de impacto ambiental
vegetação nativa. No outro extremo, uma espécie endêmica de ocorrên-
cia muito restrita, que pode mesmo coincidir com a ADA, pode inviabili-
zar um projeto ou encarecê-lo sobremaneira.
PARA SABER MAIS 
Conheça as falhas comuns em estudos do meio biótico para poder evi-
tá-las! Consulte a tese de Lamonica (2016) sobre avaliação da qualidade 
do diagnóstico do meio biótico de EIAs do estado de São Paulo e os es-
tudos sobre deficiências em EIAs feitos pelo Ministério Público da União 
(2004) e por Almeida et al. (2015).
 
Considerações finais
Como se viu neste capítulo, o diagnóstico do meio biótico inclui o 
estudo dos ambientes naturais, da vegetação e da fauna presentes nas 
áreas de influência de um projeto. O mapeamento das formações vege-
tais e as listas de espécies constituem os resultados mais caracterís-
ticos para o meio biótico, devendo ser analisados de forma integrada 
para a caracterização da área de influência quanto ao estado de con-
servação e à presença de espécies que possam ser substancialmente 
afetadas pelo empreendimento.
Repetindo a reflexão proposta no capítulo anterior, você avalia que 
tem facilidade em compreender as informações referentes ao meio bió-
tico dentro do âmbito do licenciamento ambiental? Analisando o con-
teúdo do diagnóstico de meio biótico de EIA/RIMAS, você consegue 
reconhecer os aspectos relevantes ou, por outro lado, os pontos que po-
deriam ser aperfeiçoados? Mais uma vez, essa é uma prática útil como 
preparação para uma atuação profissional na área ambiental.
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LAMONICA, Laura de Castro. Avaliação da qualidade do diagnóstico do 
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Diagnóstico e ferramentas de análise em estudos de impacto ambiental
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Portal da Biodiversidade: <https://portaldabiodiversidade.icmbio.gov.br/>.
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<http://sinbiota.biota.org.br/>. 
Taxeus: listas de espécies: <http://www.taxeus.com.br/>. 
Wiki Aves: <http://www.wikiaves.com.br/>.

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