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CF de 1988 até EC 108

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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Material de Eduardo B. S. Teixeira.
	Última atualização legislativa: EC nº 100, public. 27/6/19 (alteração dos arts. 165 e 166, CF); EC nº 101, public. 4/7/19 (acrescenta o §3º ao art. 42, CF); EC nº 102, public. 26/9/19 (dá nova redação ao §1º, art. 20; altera o art. 165, CF e o art. 107, ADCT); EC nº 103, public. 13/11/19 (dá nova redação a inúmeros dispositivos da CF); EC nº 104, public. 05/12/19 (alteração da redação dos seguintes dispositivos: art. 21, XIV; art. 32, §4º e art. 144, VI e §§5º-A e 6º). EC nº 105, public. 13/12/19 (acrescenta o art. 166-A); EC nº 106, public. 8/5/20 (obs.: não alterou em nada o texto principal da CF, tendo instituído regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações para enfrentamento de calamidade pública nacional decorrente de pandemia); EC nº 107, public. 3/7/20 (obs.: não alterou em nada o texto principal da CF/88, tendo adiado, em razão da pandemia da Covid-19, as eleições municipais de outubro de 2020 e os prazos eleitorais respectivos); EC nº 108, public. 27/8/20 (alterou e introduziu alguns dispositivos ao texto principal da CF/88 e ao ADCT). 
Última atualização Jurisprudencial: 11/01/2021 –julgados: Sem Info (art. 5º, XII); Info 958 (art. 21, XIV); Info 958 (art. 5º, LVII); Info 940 e Info 959 (art. 5º, XXXVI); Info 960 (art. 109, §2º); Info 962 (art. 40, §7º); Info 962 (art. 69); Info 962 (art. 145, II); Info 657 (art. 134); Info 813 e Info 657 (art. 153, §3º, II); Info 964 (art. 39, §4º); Info 964 (art. 144, §1º); Info 964 (art. 195, §7º); Info 659 (art. 173, §1º, II); Info 659 (art. 5º, XXXIX); Info 659 (art. 109, IV); Info 676 (art. 37, XIX); Info 992 (art. 18); Info 992 (art. 145, II); Info 1000 (art. 102, I, “r”)
Última atualização questões de concurso: 15/02/2021.
Observações quanto à compreensão do material:
1) Cores utilizadas:
· EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, bem como outras informações relevantes, etc.
· EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso.
· EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação, especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe na CF/88).
· EM AMARELO ou EM LARANJA: destaques importantes (ex.: critério pessoal)
2) Siglas utilizadas:
· MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base legal, etc).
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
	(MPMG-2017): O preâmbulo da CR/88 não pode, por si só, servir de parâmetro de controle da constitucionalidade de uma norma.
(MPMG-2017): O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os fundamentos filosóficos, ideológicos, sociais e econômicos e, dessa forma, norteia a interpretação do texto constitucional.
(MPMA-2014): Em termos estritamente formais, o Preâmbulo constitui-se em uma espécie de introdução ao texto constitucional, um resumo dos direitos que permearão a textualização a seguir, apresentando o processo que resultou na elaboração da Constituição e o núcleo de valores e princípios de uma nação.
(MPMA-2014): O termo "assegurar" constante no Preâmbulo da CF/88 constitui-se no marco da ruptura com o regime anterior e garante a instalação e asseguramento jurídico dos direitos listados em seguida e até então não dotados de força normativa constitucional suficiente para serem respeitados, sendo eles o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça.
(MPMA-2014): Nos moldes jurídicos adotados pela CF/88, o preâmbulo se configura como um elemento que serve de manifesto à continuidade de todo o ordenamento jurídico ao conectar os valores do passado - a situação de início que motivou a colocação em marcha do processo legislativo - com o futuro - a exposição dos fins a alcançar -, descrição da situação que se aspira a chegar.
(MPMA-2014): O voto emanado pelo então Min. Ayres Brito, à época presidente do STF, que acompanhou o proferido pelo relator Min. Ricardo Lewandowski, considerou improcedente a ADPF 186, reafirmou a validade das chamadas ações afirmativas sustentando que as políticas públicas de justiça compensatória, restaurativas, afirmativas ou reparadoras de desvantagens históricas são um instituto jurídico constitucional, e enfatizou ainda a distinção entre cotas sociais e raciais como uma construção dogmática feita a partir do Preâmbulo da Constituição da República que fala em assegurar o bem estar e na promoção de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos.
(AGU-2013-CESPE): A jurisprudência do STF considera que o preâmbulo da CF não tem valor normativo. Desprovido de força cogente, ele não é considerado parâmetro para declarar a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade normativa.
(MPCE-2011-FCC): A invocação à proteção de Deus, constante do Preâmbulo da Constituição da República vigente, não tem força normativa. 
##Atenção: ##STF: ##MPF-2012: Preâmbulo da Constituição: não constitui norma central. Invocação da proteção de Deus: não se trata de norma de reprodução obrigatória na Constituição estadual, não tendo força normativa. III. - Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente. STF. Plenário. ADI 2076, Rel. Min. Carlos Velloso, j. 15/08/02.
(MPGO-2010): Para o STF o preâmbulo constitucional situa-se no domínio da política e reflete a posição ideológica do constituinte. Logo, não contém relevância jurídica, não tem força normativa, sendo mero vetor interpretativo das normas constitucionais, não servindo como parâmetro para o controle de constitucionalidade.
(TJMG-2007): Em razão das tendências atuais do Direito Administrativo brasileiro, muito se tem discutido quanto à influência do teor do Preâmbulo da Constituição no controle dos atos da Administração. Considerando o teor do Preâmbulo da Constituição, é CORRETO afirmar: o Preâmbulo da Constituição de l988 influi no controle de legalidade do ato da Administração.
##Atenção: ##TJMG-2006: ##AGU-2007: ##TCE-2011: ##Anal. Judic./STF-2013: ##CESPE: É certo que a jurisprudência do STF inclina-se à teoria da irrelevância jurídica do preâmbulo. Porém, isso pode ser verificado em um acórdão em que entendeu que as normas do preâmbulo da CF não são de reprodução obrigatória pelos Estados-membros em suas Constituições estaduais, por não se tratarem de NORMAS CENTRAIS da Constituição. Eis o entendimento (ADI 2076/AC). No entanto, em que pese o preâmbulo não se tratar de norma central da Constituição, ele não é totalmente destituído de valor (caso contrário, nem precisaria existir). Ele serve de elemento de interpretação e integração. Nas palavras de Alexandre de Moraes ("Direito Constitucional", 26º ed., pág. 20): "Apesar de não fazer parte do texto constitucional propriamente dito e, consequentemente, não conter normas constitucionais e valor jurídico autônomo, o preâmbulo não é juridicamente irrelevante, uma vez que deve ser observado como elemento de interpretação e integração dos diversos artigos que lhe seguem." Portanto, é correto afirmar que o preâmbulo pode influir no controle de legalidade do ato administrativo. Parte superior do formulárioParte inferior do formulário
TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [DICA MNEMÔNICA: “SO-CI-DI-VA-PLU”] (TJDFT-2007) (TJAP-2009) (MPDFT-2009) (MPRN-2009) (TJSC-2010) (TJSC-2013) (MPMT-2014) (Cartórios/TJRS-2015) (MPSP-2005/2006/2011/2019) (MPCE-2009/2020)
	(MPCE-2020-CESPE): Ao tratar dos princípios fundamentais, a CF estabelece, em seu art. 1.º, a forma republicana de governo, caracterizada pela eletividade, temporariedade e responsabilidade do governante. BL: art. 1º, caput, CF.
##Atenção: ##TRF4-2010: Marcelo Novelino explica que “a república se caracteriza pelo caráter representativo dos governantes, inclusive do Chefe de Estado (representatividade), pela necessidade de alternância no poder (temporariedade) e pela responsabilização política, civil e penal de seus detentores (responsabilidade). A forma republicana de governo possibilita a participação dos cidadãos, direta ou indiretamente, no governo e na administração pública, sendo irrelevante a ascendência do indivíduo para fins de titularidade e exercício de funções públicas.” (Fonte: Manual de Direito Constitucional, 14ª Ed. 2019, p. 285).
	(TRF4-2010): Assinale a alternativa correta: Como República, o Brasil conta com o exercício do poder político em caráter eletivo, transitório e com responsabilidade. BL: art. 1º, caput, CF.
(TJMS-2008-FGV): Como corolário do princípio federativo (art. 1º, caput, da CF), a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios, no Brasil, são autônomos e possuidores da tríplice capacidade de auto-organização e normatização própria, autogoverno e autoadministração. BL: art. 1º, caput, CF.
I - a soberania; (MPDFT-2004/2009) (TJMS-2010) (MPMS-2011) (TRF2-2011) (TJAP-2014) (MPMG-2010/2019)
	(TCM/BA-2018-CESPE): O princípio fundamental da Constituição que consiste em fundamento da República Federativa do Brasil, de eficácia plena, e que não alcança seus entes internos é a soberania. BL: art. 1º, I, CF/88.
##Atenção: ##MPDFT-2009: A soberania, um dos fundamentos da República Federativa do Brasil (CF, Art. 1°, I), constitui um dos atributos do Estado, na medida que este não existe sem a soberania. Vale dizer que não existe Estado que não seja soberano. Todos os entes federados (entes internos) são dotados, apenas, de autonomia. Não há que se falar em soberania de um ente federado sobre outro, tampouco de subordinação entre eles. Todos são autônomos nos termos estabelecidos na Constituição Federal. Só se pode falar em soberania do todo, da República Federativa do Brasil, frente a outros Estados soberanos. Assim, os Estados-membros, dentro das competências próprias fixadas pela Constituição Federal, são tão autônomos quanto à União (MAIA, 2007, p. 72). A soberania diz respeito ao caráter supremo de um poder, que não admite qualquer outro acima ou em concorrência com ele. A autonomia, por sua vez, pressupõe a tríplice capacidade de auto-organização, autogoverno e autoadministração. Tendo em o que foi exposto, a soberania é um fundamento que não alcança os entes internos. Ela constitui um dos atributos do Estado e não se confunde com autonomia.
(MPAM-2007-CESPE): A soberania do Estado, no plano interno, traduz-se no monopólio da edição do direito positivo pelo Estado e no monopólio da coação física legítima, para impor a efetividade das suas regulações e dos seus comandos. BL: art. 1º, I, CF.
##Atenção: O conceito trazido é de Canotilho.
II - a cidadania; (MPCE-2009) (TJMS-2010) (MPMS-2011) (MPMT-2014) (MPMG-2010/2019)
III - a dignidade da pessoa humana; (TRF4-2009) (TJMS-2010) (MPSP-2011) (PGEPA-2012) (PCRS-2018) (TJSP-2018) (TJRO-2019)
	(MPSP-2011): O princípio da dignidade da pessoa humana está previsto constitucionalmente como um dos fundamentos da República e constitui um núcleo essencial de irradiação dos direitos humanos, devendo ser levado em conta em todas as áreas na atuação do Ministério Público. BL: art. 1º, III, CF.
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (TJMS-2010) (MPMG-2010) (TRF5-2011) (PGEPA-2012) (MPMS-2011/2018) (MPSC-2019)
V - o pluralismo político. (TJMS-2010) (MPMS-2011) (PGEPA-2012) (MPMT-2014) (Cartórios/TJAM-2018) (MPMG-2010/2019)
	(MPMS-2018): A República Federativa do Brasil constitui Estado Democrático de Direito e tem como fundamento, entre outros, o pluralismo político. BL: art. 1º, V, CF.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. (TJAP-2008) (TJMS-2008/2010) (TJRS-2018) 
	(TJMG-2018-Consulplan): O princípio democrático é postulado do regime político e o princípio republicano é postulado da forma de governo. BL: art. 1º e § único, CF.
##Atenção: O princípio democrático é definidor do regime político adotado pelo Estado brasileiro (art. 1º, caput e parágrafo único), ao passo que o princípio republicano é definidor da forma de governo (art. 1º, caput).
(TJGO-2012-FCC): Antiga linha de pensadores políticos, que inclui, por exemplo Aristóteles e Montesquieu, converge para uma determinada forma de governo, concebida como apta a impedir a sua própria degeneração, e que pode ser descrita como politeia ou governo misto, em que elementos de diferentes formas de governo se combinam. Sustenta-se que esse modelo foi adotado na Grécia antiga.
(MPRO-2008-CESPE): Julgue o item subsequente, relativo aos princípios fundamentais e à relação entre indivíduo, sociedade e Estado: O princípio republicano traduz uma forma de governo na qual, em igualdade de condições ou sem distinções de qualquer natureza, a investidura no poder e o acesso aos cargos públicos em geral - do chefe de Estado ao mais humilde dos servidores - são franqueados a todos os indivíduos que preencham tão-somente as condições de capacidade estabelecidas na própria CF ou em conformidade com ela. BL: art. 1º e § único c/c art. 14 c/c art. 37, II, CF.
(TJMS-2008-FGV): O princípio da indissolubilidade do vínculo federativo no Estado Federal Brasileiro (art. 60, §4º, I, CF) tem como finalidades básicas a unidade nacional e a necessidade descentralizadora. 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. (DPEMG-2009) (TRF1-2009) (MPMS-2011) (TJBA-2012) (TJMT-2014) (MPSP-2017)
	##Atenção: ##STF: ##Anal. Legisl.Câm. Deputados-2014: ##CESPE: O STF já firmou a orientação de que é possível a imposição de multa diária contra o poder público quando esse descumprir obrigação a ele imposta por força de decisão judicial. Não há falar em ofensa ao princípio da separação dos Poderes quando o Poder Judiciário desempenha regularmente a função jurisdicional. STF. 1ª T., AI 732.188-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 12-6-12. No mesmo sentido: STF. 2ª T., ARE 639.337-AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 23-8-11.Parte superior do formulárioParte inferior do formulário
##Atenção: A Administração pública adota medidas assecuratórias de direitos constitucionalmente reconhecidos como essenciais, sem que isso configure violação do princípio da separação dos poderes, inserto no art. 2º da Constituição Federal.
##Atenção: ##STF: ##TRF1-2009: ##CESPE: (...) A iniciativa legislativa, no que respeita à criação de conta única de depósitos judiciais e extrajudiciais, cabe ao Poder Judiciário. A deflagração do processo legislativo pelo Chefe do Poder Executivo consubstancia afronta ao texto da CF/1988 [art. 61, § 1º]. Cumpre ao Poder Judiciário a administração e os rendimentos referentes à conta única de depósitos judiciais e extrajudiciais. Atribuir ao Poder Executivo essas funções viola o disposto no art. 2º da CF/1988, que afirma a interdependência --- independência e harmonia --- entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. (...). STF. Plenário. ADI 3458, Rel. Min. Eros Grau, j. 21/02/08.
##Atenção: ##STF: ##TRF4-2009: Norma que subordina convênios, acordos, contratos e atos de Secretários de Estado à aprovação da Assembleia Legislativa: inconstitucionalidade, porque ofensiva ao princípio da independência e harmonia dos poderes. C.F., art. 2º. Inconstitucionalidade
dos incisos XX e XXXI do art. 99 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro. ADI julgada procedente. STF. Plenário. ADI 676, Rel. Min. Carlos Velloso, j. 01/07/1996.
	(TRF4-2010): Assinale a alternativa correta: No Brasil as atividades estatais básicas estão distribuídas entre Poderes independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Judiciário e o Executivo, vocacionados ao desempenho, respectivamente, das funções normativa, judicial e administrativa, estando esta última concentrada no Executivo, o qual a exerce precipuamente, mas sem exclusividade. BL: art. 2º, CF.
(TRF1-2009-CESPE): Considerando o controle administrativo, assinale a opção correta: Os casos de controle legislativo sobre o Poder Executivo devem constar expressamente da CF, pois consagram exceções ao princípio da separação de poderes, não se admitindo, assim, a sua ampliação por meio da legislação infraconstitucional. BL: art. 2º, CF.
##Atenção: Em se tratando de controle externo, isto é, aquele que é exercido por um Poder da República sobre atos de outro Poder, é preciso que haja expressa previsão constitucional. Isto porque, se a regra geral consiste na independência e separação de poderes (art. 2º, CF), as exceções - que correspondem às hipóteses de controle externo - também devem estar contempladas no texto da Lei Maior. Violaria a hierarquia das normas, em suma, admitir que legislação infraconstitucional pudesse criar exceções não previstas na Constituição. Nesse sentido, é a lição de Maria Sylvia Z. Di Pietro: “Os casos de controle parlamentar sobre o Poder Executivo devem constar expressamente da Constituição Federal, pois consagram verdadeiras exceções ao princípio constitucional da separação de poderes (art. 2.º da CRFB), não se admitindo, destarte, a sua ampliação por meio da legislação infraconstitucional” (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 22. ed. São Paulo: Atlas, 2009. p. 739).
(TJSP-2008-VUNESP): Como decorrência do princípio da independência e harmonia dos Poderes, cada um dos Poderes pode organizar livremente seus serviços, observando apenas os preceitos constitucionais e legais. BL: art. 2°, CF.
(DPESP-2006-FCC): A teoria dos checks and balances prevê que a cada função foi dado o poder para exercer um grau de controle direto sobre as outras, mediante a autorização para o exercício de uma parte, embora limitada, das outras funções. BL: art. 2°, CF.
##Atenção: A CF/88 adotou o modelo de separação de poderes com base no sistema de freios e contrapeso. Portanto, ao mesmo tempo que são independentes, os poderes também relacionam-se e fiscalizam um ao outro, havendo esferas de interferência.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: [Dica Mnemônica: “CO-GA-ERRA-PRO”] (TJSC-2010) (TJMS-2010) (MPSP-2005/2011) (TJBA-2012) (TJSC-2013) (TJMG-2014) (Cartórios/TJRS-2015) (PCRS-2018)
I - COnstruir uma sociedade livre, justa e solidária; (DPECE-2008) (MPSC-2019)
II - GArantir o desenvolvimento nacional; (MPMT-2014) (MPSC-2019) (Cartórios/TJPR-2019)
III - ERRAdicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; (TJAL-2008) (MPF-2017) (Cartórios/TJMG-2017)
IV - PROmover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. (DPESP-2006)
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: (TJMS-2010) (MPSP-2011) (TJBA-2012) (TJSC-2010/2013) (Cartórios/TJRS-2015) (Cartórios/TJPR-2019)
I - independência nacional; (TRF5-2009) (MPMT-2012)
II - prevalência dos direitos humanos; (MPF-2005) (MPDFT-2011) (MPMT-2012) (PCRS-2018)
	(MPRO-2010-CESPE): Assinale a opção correta acerca do surgimento e da consolidação dos direitos humanos nos planos internacional e interno: Devido a comando expresso da CF, o Brasil rege-se, em suas relações internacionais, entre outros, pelo princípio da prevalência dos direitos humanos. BL: art. 4º, II, CF.
III - autodeterminação dos povos; (DPEMS-2008) (TRF5-2009) (MPSC-2013)
IV - não-intervenção; (DPEMS-2008) (TRF5-2009) (MPSC-2013) (MPF-2017)
V - igualdade entre os Estados; (DPEMS-2008)
	(TRF5-2009-CESPE): A CF deu especial destaque ao direito internacional público, ao dispor a respeito dos princípios que devem nortear as relações internacionais brasileiras. Supondo que um país vizinho da América do Sul decretasse a prisão de um ex-presidente ditador, após o devido processo legal, e os EUA diplomaticamente condenassem essa decisão por simpatizarem com o ex-dirigente, o Brasil deveria respeitar a decisão do país sul-americano, tendo em vista o princípio da independência nacional e da igualdade entre os Estados. BL: art. 4º, I, IV e V, CF.
VI - defesa da paz; (DPEMS-2008) (MPSC-2013)
VII - solução pacífica dos conflitos; (DPEMS-2008)
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; (DPEMS-2008) (MPSC-2013)
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político. (DPEMS-2008) (TRF5-2009) (MPRO-2010) (MPSC-2013) (MPMT-2014)
	(MPSC-2014): A concessão de asilo político é um dos princípios que regem a República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais. BL: art. 4º, X, CF.
(TRF1-2011-CESPE): Assinale a opção correta acerca da condição jurídica dos estrangeiros: O Brasil admite a concessão tanto do asilo diplomático quanto do asilo territorial. BL: art. 4º, X, CF.
##Atenção: A possibilidade de asilo territorial (também como asilo externo ou internacional), que é o que ocorre no próprio território brasileiro, está prevista no art. 4º, X da CF. Já o asilo diplomático (também conhecido como extraterritorial, interno, intranacional ou político) ocorre quando determinado perseguido político recebe proteção de Estado estrangeiro em uma embaixada, e não no próprio território do Estado estrangeiro. A embaixada não é uma extensão territorial do Estado, mas goza de imunidades, o que permite que o perseguido político fique em segurança dentro dos limites da embaixada. Esse tipo de asilo também é permitido no Brasil por força da Convenção sobre Asilo Diplomático, de 1954, aprovada no país em 1964 e válida desde 1965. Além disso, conforme dispõe no art. 27 da Lei 13.445/17, o asilo político, que constitui ato DISCRICIONÁRIO do Estado, poderá ser DIPLOMÁTICO OU TERRITORIAL e será outorgado como instrumento de proteção à pessoa.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. (DPEMS-2008) (TJMS-2010) (TJBA-2012) (TJSC-2013) (Cartórios/TJPR-2019)
TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
	(Anal. Judic./STJ-2008-CESPE): Os direitos e garantias fundamentais são considerados elementos limitativos das constituições.
##Atenção: Elementos limitativos manifestam-se nas normas que compõem o elenco dos direitos e garantias fundamentais (direitos individuais e suas garantias, direitos e nacionalidade e direitos políticos democráticos) limitando os poderes do Estado, como forma de evitar abuso de poder.
(TJPR-2008): Os direitos fundamentais não são absolutos. Isso posto, a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo poderão sofrer restrições em face das disposições da CF/1988. BL: art. 5º, IV e XXIX da CF. 
##Atenção: ##TJPR-2008: ##MPDFT-2009: ##MPPB-2011: ##TJDFT-2016: ##DPEDF-2019: ##CESPE: A Relatividade ou Limitabilidade, como uma das características dos Direitos Fundamentais, entende-se que não existem direitos absolutos, pois, por mais importante que eles sejam, todos encontram limites em outros direitos ou interesses coletivos, também consagrados na Constituição. Logo, a tese da existência de direitos absolutos, portanto, é incompatível com a ideia de que todos os direitos são passíveis de restrições impostas por interesses coletivos ou por outros também consagrados na CF/88. A relatividade
é uma característica que todo direito fundamental possui para permitir a convivência das liberdades públicas. A colisão de direitos pressupõe a cedência recíproca entre eles.
##Atenção: ##MPDFT-2009: Por terem fundamento na dignidade da pessoa humana e serem desprovidas, em sua maioria, de conteúdo econômico-patrimonial, parte da doutrina considera os direitos fundamentais imprescritíveis, inegociáveis, indisponíveis e irrenunciáveis.
(TJDFT-2007): A respeito dos direitos fundamentais, assinale a alternativa correta: os direitos fundamentais, enumerados no Título II da Constituição, compõem um sistema aberto.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (DICA MNEMÔNICA: “VILPS”) (TRF4-2010) (MPPB-2011) (MPSP-2011) (TJBA-2012) (TJSC-2013) (TJDFT-2007/2015) (TJSP-2015) (TJRO-2019) (MPPR-2019) (PGM-Curitiba/PR-2019)
	(TJDFT-2016-CESPE): Em atenção aos direitos e garantias fundamentais da Constituição brasileira, assinale a opção correta: Há direitos fundamentais cuja titularidade é reservada aos estrangeiros. BL: art. 5º, caput, CF.
##Atenção: De fato, há direitos fundamentais reservados aos estrangeiros. É o caso, por exemplo, do art. 5º, LII da CF, que proíbe a extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião, vejamos: “LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião”. Outro direito fundamental titularizado exclusivamente por estrangeiros apontado pela doutrina é o direito de asilo político (art. 4º, X, CF). 
##Atenção: ##MPPB-2011: ##TJDFT-2015: ##CESPE: ##TJRO-2019: ##VUNESP: Apesar do caput do art. 5º enunciar direitos apenas a brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil, a doutrina e o STF os estendem também para estrangeiros em trânsito e pessoas jurídicas (HC 94.016/2008).
(TJPA-2014-VUNESP): O texto constitucional, em seu art. 5.º, caput, prevê expressamente valores ou direitos fundamentais ao ditar literalmente que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. BL: art. 5º, caput, CF.
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; 
	(TJMG-2012-VUNESP): De acordo com o STF, não ofende o princípio da igualdade a limitação de idade para a inscrição em concurso público, desde que se leve em conta a natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. BL: Súmula 683, STF. 
(TJMG-2012-VUNESP): O princípio da isonomia reveste-se de autoaplicabilidade e não é suscetível de regulamentação ou complementação normativa, pois se traduz em norma de eficácia plena. BL: art. 5º, I e §1º, CF. 
(TRF4-2010): Quanto à igualdade, assinale a alternativa correta: Segundo autorizada doutrina (Celso Antonio Bandeira de Mello, Humberto Ávila, etc.), o elemento-chave para a verificação da igualdade é o critério de distinção (“medida de comparação”) analisado à luz da finalidade.
##Atenção: ##TRF4-2010: ##Conteúdo Jurídico do Princípio da Igualdade: ##Critérios para Identificação do desrespeito à Isonomia: Celso Antônio Bandeira de Mello aponta os critérios para identificação do desrespeito à isonomia. Para o autor, o reconhecimento das diferenciações, que não podem ser feitas sem quebra da isonomia, são os seguintes: i) O elemento tomado como fator de desigualação (critério de distinção); ii) A correlação lógica abstrata existente entre o fator erigido e a disparidade estabelecida no tratamento jurídico diversificado (entre o fator de desigualação e a desigualação consequente); iii) A consonância desta correlação lógica com os interesses absorvidos no sistema constitucional. Em resumo, o doutrinador explica que, tem-se que investigar, de um lado, aquilo que é adotado como critério discriminatório, ou seja, o próprio elemento tomado como fator de desequiparação; de outro, cumpre verificar se há justificativa racional, isto é, fundamento lógico, para, à vista do traço desigualador acolhido, atribuir o específico tratamento jurídico construído em função da desigualdade proclamada. Finalmente, impende analisar se a correlação ou fundamento racional abstratamente existente é, in concreto, afinado com os valores prestigiados no sistema normativo constitucional. A dizer: se guarda ou não harmonia com eles.[footnoteRef:1] Humberto Ávila ensina que a igualdade deve funcionar como regra, prevendo a proibição de tratamento discriminatório; como princípio, instituindo um estado igualitário com fim a ser promovido; e como postulado, estruturando a aplicação do Direito em função de elementos (critério de diferenciação e finalidade de distinção) e da relação entre eles (congruência do critério em razão do fim).[footnoteRef:2] [1: MELLO, Celso Antônio Bandeira de. O conteúdo jurídico do princípio da igualdade. 3. ed. 20ª tiragem. São Paulo: Malheiros, 2011, pp. 21-22.] [2: ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios: da definição à aplicação dos princípios jurídicos. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2004, p. 162.] 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; (TJDFT-2008) (MPRO-2008) (AGU-2009) (MPPR-2011) (MPSC-2012) (MPRS-2014) (TJSP-2018) (TJRO-2019)
	(TJSP-2018-VUNESP): O princípio da legalidade, já incorporado ao direito pátrio pelas Cartas anteriores, foi mantido pelo artigo 5° , II, da atual Constituição. Sobre o tema, é possível afirmar que o conceito de legalidade não corresponde exclusivamente à lei em sentido formal, mas abrange também os preceitos normativos da própria Constituição e aqueles editados com base nela, como as emendas constitucionais, as leis complementares, as leis delegadas e as medidas provisórias. BL: art. 5º, II e art. 59 da CF.
##Atenção: ##TJDFT-2008: ##MPDFT-2009: ##AGU-2009: ##CESPE: ##MPRS-2014: O princípio da legalidade possui uma abrangência mais ampla que o princípio da reserva legal. Enquanto o princípio da legalidade consiste na submissão a todas as espécies normativas elaboradas em conformidade com o processo legislativo constitucional (leis em sentido amplo), o princípio da reserva legal incide apenas sobre campos materiais específicos, submetidos exclusivamente ao tratamento do Poder Legislativo (leis em sentido estrito). Quando a exige a regulamentação integral de sua norma por lei em sentido formal (ato emanado do Poder Legislativo e elaborado de acordo com o devido processo legislativo), trata-se de reserva legal absoluta; se, apesar de exigir a edição desta espécie de lei, permite que ela apenas fixe os parâmetros de atuação a serem complementados por ato infralegal (por óbvio, respeitados os limites estabelecidos pela legislação), trata-se de reserva legal relativa. Portanto, conclui-se a reserva legal possui abrangência menor que o princípio da legalidade. Isso porque a reserva legal apenas exige que haja lei exigindo determinados comportamentos, enquanto a legalidade orienta a criação de princípios e regras que irão embasar todo o ordenamento jurídico.
(Assist. Téc./UFPB-2017-CPCON): O princípio da legalidade, em síntese, afirma que só é permitido ao Estado fazer determinações aos indivíduos se houver alguma norma jurídica anterior ao fato que possa espelhar essa ordem estatal. Assim, caso um agente do Estado queira impor mandamentos ao indivíduo sem esse amparo normativo, o ato será considerado ilegal, já que a regra é a plena liberdade individual (livre iniciativa), só limitada ou retirada se houver norma prescrevendo um fazer ou deixar de fazer algo pelo Estado.
##Atenção: Para Hely Lopes Meirelles, “na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza”. 
(MPDFT-2009): Sobre direitos fundamentais, julgue
o seguinte item: O princípio da legalidade significa dizer que ninguém será obrigado a fazer, ou deixar de fazer algo, senão em virtude de lei. BL: art. 5º, II, CF.
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; (MPSP-2008) (TJBA-2019) (TJRO-2019)
	(TJPR-2012-UFPR): A norma do art. 5º, III da CF/88 segundo a qual “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”, é dotada de eficácia plena. BL: art. 5º, III, CF.
##Atenção: Além disso, é dotada de aplicabilidade direta, imediata e integral, pois não necessita de lei infraconstitucional para torná-la aplicável e nem admite lei infraconstitucional que lhe restrinja o conteúdo.
##Atenção: ##TJBA-2019: ##CESPE: No caso brasileiro, de acordo com o que dispõe o art. 5º, III, da CF/1988, a tortura, assim como todo e qualquer tratamento desumano e degradante, encontra-se vedada por norma de direito fundamental específica, com estrutura de regra, pois se trata de norma proibitiva de determinada conduta.[footnoteRef:3] [3: Fonte: https://www.conjur.com.br/2015-ago-21/direitos-fundamentais-veto-tortura-ilustra-funcao-dignidade-clausula-barreira ] 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; (MPSP-2010) (MPDFT-2011) (MPF-2011/2012) (DPEDF-2019)
	(Téc./MPU-2018-CESPE): A liberdade de pensamento é exercida com ônus para o manifestante, que deverá se identificar e assumir a autoria daquilo que ele expressar. BL: art. 5º, IV, CF. 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; (MPPR-2008) (MPSP-2010) (DPEDF-2019)
	(MPF-2011): O direito de resposta, além de tutelar os direitos da personalidade, também configura instrumento para a promoção do pluralismo interno dos meios de comunicação social, na medida em que confere ao público a possibilidade de acesso a posições divergentes sobre tema de interesse social. BL: art. 5º, V, CF.
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; (MPPB-2010) (TRF4-2010) (MPSP-2012) (MPF-2011/2013)
	##Atenção: ##STF: ##DOD: ##MPGO-2019: É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana. STF. Plenário. RE 494601/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, j. 28/3/19 (Info 935).
	##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: O princípio da laicidade significa dizer que o Estado brasileiro é laico (secular ou não-confessional), ou seja, não existe nele uma religião oficial (art. 19, I, da CF/88). Assim, por força deste princípio, o Estado não pode estar associado a nenhuma religião, nem sob a forma de proteção, nem de perseguição. Há, portanto, uma separação formal entre Igreja e Estado. O STF entendeu que, ao contrário do que alegou o MP/RS, a referida lei não viola o princípio da laicidade. A proteção legal às religiões de matriz africana não representa um privilégio, mas sim um mecanismo de assegurar a liberdade religiosa, mantida a laicidade do Estado. Desse modo, a lei estadual, na verdade, está de acordo com o princípio da laicidade. Isso porque a laicidade do Estado proíbe que haja o menosprezo ou a supressão de rituais, especialmente no caso de religiões minoritárias que poderiam ser subjugadas pelo Estado.
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Além disso, não há violação ao princípio da igualdade: A CF promete uma sociedade livre de preconceitos, entre os quais, o religioso. A proibição do sacrifício de animais em seus cultos negaria a própria essência da pluralidade cultural, com a consequente imposição de determinada visão de mundo. Ao se conferir uma proteção aos cultos de religiões historicamente estigmatizadas, o legislador não ofende o princípio da igualdade. Ao contrário, materializa esse princípio diante do preconceito histórico sofrido.
##Comentários sobre o julgado acima: ##DOD: Por fim, não há violação ao art. 225 da CF: O legislador, ao admitir a prática de imolação (sacrifício), não violou o dever constitucional de amparo aos animais, estampado no art. 225, § 1º, VII, da CF. Isso porque se deve evitar que a tutela de um valor constitucional relevante (meio ambiente) aniquile o exercício de um direito fundamental (liberdade de culto), revelando-se desproporcional impedir todo e qualquer sacrifício religioso quando diariamente a população consome carnes de várias espécies. Além disso, deve-se reforçar o argumento de que os animais sacrificados nestes cultos são abatidos de forma rápida, mediante degola, de sorte que a realização dos rituais religiosos com estes animais não se amolda ao art. 225, § 1º, VII, que proíbe práticas cruéis com animais.
	(MPGO-2019): É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana, conforme entendimento recente do STF. BL: Info 935, STF.
	(MPRS-2014): Considere a seguinte afirmação sobre Direitos Fundamentais: A liberdade de crença apresenta-se na Constituição Federal como direito individual sem reserva legal expressa, ao passo que a proteção aos locais de culto e as suas liturgias submete-se ao regime da reserva legal simples. BL: art. 5º, II e VI, CF.
##Atenção: Inicialmente, sobre o princípio da legalidade, ver comentário no inciso II do art. 5º da CF. Agora, vejamos o teor do inciso VI do art. 5º: “Art. 5º. (...) VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença [não há reserva legal expressa], sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias [há reserva legal expressa]; (...)”
(Agente Penitenc./ES-2009-CESPE): Acerca dos direitos fundamentais, julgue o item a seguir. O Brasil, por ser um país laico, não tem religião oficial, sendo assegurada constitucionalmente a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, bem como o livre exercício dos cultos religiosos. BL: art. 5º, VII, c/c art. 19, I, CF.
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; (TRF4-2010) (TJPA-2012) (MPSP-2012)
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; (TJDFT-2008) (MPPB-2010) (TRF4-2010) (TRF5-2011) (MPSP-2012) (TJSC-2013) (MPSC-2019)
	##Atenção: O direito de escusa de consciência não se restringe ao serviço militar obrigatório, quando se trata de crença religiosa, convicção filosófica ou religiosa, pois ele pode atingir, por exemplo, indivíduos que não aceitam trabalhar ou realizar prova aos sábados. 
	(MPBA-2018): O brasileiro que se recusa a cumprir prestação alternativa legalmente estabelecida, após ter invocado convicção política para eximir-se de obrigação legal a todos imposta, poderá, em razão dessa conduta, ser privado de direitos. BL: art. 5º, VIII, CF.
##Atenção: A pessoa tem direito a não cumprir a obrigação imposta por motivos de consciência sem que isso a prive de direitos. Entretanto, ela há de cumprir a obrigação alternativa, caso contrário, poderá sim ser privada de direitos.
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; (MPSP-2006) (MPF-2011) (TJSC-2013) (TJPE-2015) (TJDFT-2015) (TJBA-2019)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; (MPRO-2008) (TRF4-2010) (MPGO-2010) (MPF-2005/2011/2013) (MPRS-2014) (DPEDF-2019)
	(MPSP-2011): Considerando a disciplina constitucional brasileira, é possível afirmar que o direito à privacidade
encontra expressão constitucional na inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas. BL: art. 5º, X, CF.
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; (TJAL-2008) (TRF1-2009) (TRF5-2009) (MPRO-2008/2010) (MPPR-2008/2011) (MPSP-2011) (TJPA-2012) (TJMG-2012) (MPRS-2012) (MPSC-2013) (TJDFT-2015) (TJPR-2017) (TJRS-2018) (TJCE-2018) (TJAC-2019)
	##Atenção: ##STF: ##DOD: ##TJPA-2019: ##TJPR-2019: ##TJSC-2019: ##CESPE: A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente justificadas “a posteriori”, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de nulidade dos atos praticados. STF. Plenário. RE 603616/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 4 e 5/11/15 (repercussão geral) (Info 806).
	##Atenção: Em outras palavras:
- por determinação judicial: apenas durante o dia;
- em caso de flagrante delito, desastre, ou para prestar socorro: durante o dia ou à noite, não necessitando de determinação judicial.
- com o consentimento do morador: em qualquer horário.
##Atenção: Em caso de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro, não se faz necessário que haja autorização judicial, ou que seja durante o dia.
##Atenção: ##MPDFT-2009: ##TJDFT-2016: ##CESPE: O art. 5º, XII da CF/88 consagra uma reserva legal ou restrição legal QUALIFICADA quando a CF não se limita a exigir que eventual restrição ao âmbito de proteção de determinado direito seja prevista em lei, estabelecendo, também, as condições especiais, os fins a serem perseguidos ou os meios a serem utilizados (Lei 9.296/96 – regulamenta a interceptação telefônica).
	(Anal. Jurídic./DPEAM-2018-FCC): Em certa pequena propriedade rural reside família que cultiva produtos agrícolas no mesmo local, tendo o imóvel sido dado em garantia de empréstimo contraído para custear o combate a pragas existentes na plantação. Não sendo liquidado o pagamento da dívida no prazo convencionado, o credor promoveu a respectiva cobrança judicial, motivo pelo qual foi expedido mandado judicial de penhora do referido imóvel. Ao cumprir o mandado de penhora, o oficial de justiça foi impedido pela família, tanto durante o dia, quanto durante a noite, de ingressar no imóvel. De acordo com a Constituição Federal, ao determinar a penhora da referida propriedade rural na situação narrada, o juiz agiu incorretamente, não podendo o oficial de justiça, ademais, ingressar no imóvel durante a noite, sem o consentimento do morador, para cumprimento de determinação judicial. BL: art. 5º, XI da CF/88. 
(Anal. Judic./TRF5-2017-FCC): Fernando passou mal de manhã em sua residência e, como estava sozinho, tentou sair para buscar ajuda, mas não conseguiu nem abrir o portão de casa. Fernando teve tempo apenas de pedir auxílio ao seu vizinho, Paulo, desmaiando logo em seguida, ali mesmo no jardim. Paulo, desesperado, rapidamente telefonou ao Corpo de Bombeiros. Nessa situação, à luz da Constituição Federal, os bombeiros estarão autorizados a adentrar no imóvel de Fernando, assim que chegarem, já que para a prestação de socorro pode-se penetrar na casa do morador, sem o seu consentimento, a qualquer hora. BL: art. 5º, XI da CF/88.
(TJDFT-2008): Em caso de desastre, ou para prestar socorro, autoriza-se a entrada na casa, seja de dia ou de noite, tenha-se ou não anuência do morador ou autorização judicial. BL: art. 5º, XI da CF/88. 
(TJDFT-2008): Em caso de flagrante delito, igualmente, autoriza-se o ingresso na casa, de dia ou de noite, independentemente de quem quer que seja. BL: art. 5º, XI da CF/88.
(TJDFT-2008): No período diurno, por determinação judicial, excepciona-se também a inviolabilidade domiciliar. Nesta hipótese, estamos diante da denominada reserva de jurisdição, ou seja, situações em que se faz indispensável a atuação do Poder Judiciário, autorizando determinada conduta, sem a qual seria a mesma considerada ilícita. BL: art. 5º, XI da CF/88.
(TJDFT-2007): Em tema de direitos fundamentais, é correto afirmar que o direito à inviolabilidade de domicílio repele a ação estatal e de particulares e tem como titulares pessoas físicas e jurídicas. BL: art. 5º, XI, CF/88.
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (MPRO-2008) (MPMG-2010) (MPGO-2010) (MPPB-2010) (TJPE-2011) (MPDFT-2011) (TRF1-2011) (MPSP-2011/2012) (TJMS-2012) (TJPA-2012) (TJRJ-2011/2013) (TJDFT-2014) (TJPR-2017) (TJAC-2012/2019) (TJSC-2019) (MPCE-2020)
	##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##MPPI-2019: ##TJBA-2019: ##CESPE: O sigilo a que se refere o art. 5º, XII, da CF/88 é em relação à interceptação telefônica ou telemática propriamente dita, ou seja, é da comunicação de dados, e não dos dados em si mesmos. Desta forma, a obtenção do conteúdo de conversas e mensagens armazenadas em aparelho de telefone celular ou smartphones não se subordina aos ditames da Lei n. 9.296/96. Contudo, os dados armazenados nos aparelhos celulares decorrentes de envio ou recebimento de dados via mensagens SMS, programas ou aplicativos de troca de mensagens (dentre eles o "WhatsApp"), ou mesmo por correio eletrônico, dizem respeito à intimidade e à vida privada do indivíduo, sendo, portanto, invioláveis, no termos do art. 5°, X, da CF/88. Assim, somente podem ser acessados e utilizados mediante prévia autorização judicial, nos termos do art. 3° da Lei n. 9.472/97 e do art. 7° da Lei n. 12.965/14. A jurisprudência das duas Turmas da Terceira Seção STJ firmou-se no sentido de ser ilícita a prova obtida diretamente dos dados constantes de aparelho celular, decorrentes de mensagens de textos SMS, conversas por meio de programa ou aplicativos ("WhatsApp"), mensagens enviadas ou recebidas por meio de correio eletrônico, obtidos diretamente pela polícia no momento do flagrante, sem prévia autorização judicial para análise dos dados armazenados no telefone móvel. No caso, se o telefone celular foi apreendido em busca e apreensão determinada por decisão judicial, não há óbice para que a autoridade policial acesse o conteúdo armazenado no aparelho, inclusive as conversas do Whatsapp. Para a análise e a utilização desses dados armazenados no celular não é necessária nova autorização judicial. A ordem de busca e apreensão determinada já é suficiente para permitir o acesso aos dados dos aparelhos celulares apreendidos. STJ. 5ª T. RHC 77.232/SC, Rel. Min. Felix Fischer, j. 03/10/2017.
	(MPPI-2019-CESPE): Com relação à licitude do procedimento de busca e apreensão de celular por autoridade policial, assinale a opção correta: É lícito o acesso aos dados armazenados em celular apreendido após determinação judicial de busca e apreensão, mesmo que a decisão não tenha expressamente previsto tal medida. BL: RHC 77.232/SC, STJ.
	(Téc. Judic./TRT2-2018-FCC): Está em conformidade com os direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal a decisão judicial que autoriza a quebra do sigilo telefônico para fins de investigação criminal ou instrução processual penal, sendo incabível decisão judicial para determinar a mesma providência para fins de instrução processual civil. BL: art. 5º, XII, CF.
(PCMA-2018-CESPE): De acordo com o entendimento do STF, a polícia judiciária não pode, por afrontar direitos assegurados pela CF, invadir domicílio alheio com o objetivo de apreender, durante o período diurno e sem ordem judicial, quaisquer objetos que possam interessar ao poder público. Essa determinação consagra o princípio da reserva de jurisdição. BL: art. 5º, inciso XI e XII da CF/88.
(Anal. Judic./TRT6-2018-FCC): A CF/88 autoriza o pedido
de interceptação de comunicações telefônicas, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de: investigação criminal ou instrução processual penal. BL: art. 5º, inciso XII, CF.
##Atenção: 
· Investigação criminal: inquérito policial ou CPI
· Instrução processual penal: processo em andamento
(TJDFT-2014-CESPE): A respeito dos direitos e garantias fundamentais, dos direitos sociais e dos direitos políticos, assinale a opção correta: Embora a CF estabeleça a inviolabilidade do sigilo das comunicações telefônicas, o juiz poderá, de ofício, determinar a interceptação de comunicação telefônica na investigação criminal e na instrução processual penal. BL: art. 5º, XII, CF c/c art. 3º, Lei 9296.
##Atenção: O art. 3º da Lei 9.296/96 expressamente permite a decretação de ofício pelo magistrado. Cumpre lembrar que há doutrinadores que sustentam que a decretação de ofício poderá ocorrer apenas na fase judicial.
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; (DPEAL-2009) (MPSP-2010) (TJSC-2013) (TJAM-2013) (MPF-2013) (TJPE-2015) 
	##Atenção: ##STF: ##TJMS-2020: ##FCC: O art. 5º, XIII, parte final, da CF admite a limitação do exercício dos trabalhos, ofícios ou profissões, desde que materialmente compatível com os demais preceitos do texto constitucional, em especial o valor social do trabalho (arts. 1º, IV; 6º, caput e inciso XXXII; 170, caput e inciso VIII; 186, III, 191 e 193 da CF) e a liberdade de manifestação artística (art. 5º, IX, da CF). As limitações ao livre exercício das profissões serão legítimas apenas quando o inadequado exercício de determinada atividade possa vir a causar danos a terceiros e desde que obedeçam a critérios de adequação e razoabilidade, o que não ocorre em relação ao exercício da profissão de músico, ausente qualquer interesse público na sua restrição. A existência de um conselho profissional com competências para selecionar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de músico, para proceder a registros profissionais obrigatórios, para expedir carteiras profissionais obrigatórias e para exercer poder de polícia, aplicando penalidades pelo exercício ilegal da profissão, afronta as garantias da liberdade de profissão e de expressão artística. (STF. Plenário. ADPF 183, Min. Rel. Alexandre de Moraes, Tribunal Pleno, j. 27/9/19. (Info 960).
	(TJMS-2020-FCC): À luz da jurisprudência do STF, em matéria de direitos e garantias fundamentais e aspectos correlatos, admitem-se limitações por lei ao livre exercício das profissões, sendo consideradas legítimas quando o inadequado exercício de determinada atividade possa vir a causar danos a terceiros e desde que obedeçam a critérios de adequação e razoabilidade. BL: art. 5º, XIII, CF e Info 960, STF.
##Atenção: ##STF: Nem todos os ofícios ou profissões podem ser condicionadas ao cumprimento de condições legais para o seu exercício. A regra é a liberdade. Apenas quando houver potencial lesivo na atividade é que pode ser exigida inscrição em conselho de fiscalização profissional. A atividade de músico prescinde de controle. Constitui, ademais, manifestação artística protegida pela garantia da liberdade de expressão. (STF. Plenário. RE 414426, Min. Rel. Ellen Gracie, j. 01/08/11).
	(TCEMG-2018): Considere a seguinte norma da Constituição de 1988: “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. Com base na classificação das normas constitucionais segundo sua eficácia, consagrada no Brasil por José Afonso da Silva, a norma reproduzida é um exemplo de norma de eficácia contida.
(TJGO-2015-FCC): A Lei 8.906/94, que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, estabelece, em seu art. 8o , inciso IV e § 1o , que, “para inscrição como advogado é necessário” haver “aprovação em Exame de Ordem”, “regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB”. A exigência em questão é constitucional, por ser compatível tanto com a exigência de lei para o estabelecimento de condições para o exercício profissional, como com a finalidade institucional do exercício da advocacia como função essencial à Justiça. BL: art. 5º, XIII, CF.
(TJRS-2012): Em relação ao diploma de jornalismo, decisão do STF considerou que exigi-lo era desproporcional e violava a liberdade de expressão e informação. 
(TJPR-2012-UFPR): O art. 5º, XIII da CF, que assegura a liberdade de “exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”, constitui norma de eficácia contida, passível de ser restringida pelo legislador, como no caso da restrição imposta pela exigência de aprovação do exame da OAB para o exercício da profissão de advogado. 
##Atenção: Além disso, é dotada de aplicabilidade direta, imediata, mas não integral, passível de ser restringida pelo legislador, como no caso da restrição imposta pela exigência de aprovação do exame da OAB para o exercício da profissão de advogado.
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;    
	(Perito Médico Previdenc./INSS-2010-CESPE): Quando um jornalista denuncia fatos de interesse geral, como os relacionados às organizações criminosas especializadas no desvio de verbas públicas, está juridicamente desobrigado de revelar a fonte da qual obteve suas informações. BL: art. 5º, XIV, CF/88.
##Atenção: Esse inciso tem dois desdobramentos: assegura o direito de acesso à informação (desde que esta não fira outros direitos fundamentais) e resguarda os jornalistas, possibilitando que estes obtenham informações sem terem que revelar sua fonte. Não há conflito, todavia, com a vedação ao anonimato. Caso alguém seja lesado pela informação, o jornalista responderá por isso (Noções de D. Constitucional, Nádia Carolina).
##Atenção: O sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional, é resguardado pela CF (art. 5º, XIV).
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
	(TJMG-2012-VUNESP): A liberdade constitucional de locomoção encontra restrições próprias à sua manifestação ou mesmo impostas por regulamentações dos poderes públicos. BL: art. 5º, XV, CF.
##Atenção: A liberdade constitucional de locomoção, a exemplo de qualquer direito fundamental, não tem valor absoluto, de modo que encontra restrições à sua manifestação ou mesmo impostas por regulamentações dos poderes públicos.
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; (DPEMS-2008) (TJPR-2010) (TJCE-2012) (TJSC-2013) (MPBA-2018)
	(Cartórios/TJSP-2016-VUNESP): Sobre o direito de reunião previsto no art. 5o, XVI, da CF/88, é correto afirmar que todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. BL: art. 5º, XVI, CF.
	RESUMO SOBRE O DIREITO DE REUNIÃO:
1 - É um direito individual e está na CF; 
2 - A Reunião deve ser pacífica;
3 - A Reunião não pode ter uso de armas, inclusive as brancas;
4 - A Reunião não precisa da autorização da Administração Pública; 
5 - A Reunião precisa de um prévio aviso a Administração Pública;
6 - A Reunião não pode atrapalhar uma outra Reunião, por exemplo: ser no mesmo lugar;
7 - A Reunião tem que ser em um lugar aberto, por exemplo: Avenida Paulista. 
(TJPE-2015-FCC): Em relação aos direitos e garantias individuais, revela-se de extrema importância a problemática atinente aos regimes de tratamento das liberdades. Entre eles, destaca-se o regime preventivo
mediante autorização prévia. Nessa modalidade, o exercício do direito de liberdade fica submetido, em virtude de previsão legal, à condição de haver prévio consentimento por parte da autoridade administrativa competente. A instituição de tal regime é vedada, segundo a Constituição brasileira, em relação aos seguintes direitos: liberdade de reunião em locais públicos e liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação. BL: art. 5º, IX[footnoteRef:4] e XVI, CF. [4: Art. 5º. (...) - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; (...)] 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; (MPRO-2008) (TJAP-2009) (MPPB-2011) (TJCE-2012) (TJGO-2015) (TJPE-2015) (TJPR-2017) (DPERS-2018)
	##Atenção: ##MPRO-2008: ##MPDFT-2009: ##TJPR-2017: ##CESPE: Nenhum direito é absoluto. Desse modo, em que pese a CF/88 tenha estabelecido a plenitude da liberdade de associação (art. 5º, XVII), determinou que os fins deverão ser lícitos e vedou associação de caráter paramilitar. Logo, não é incompatível a liberdade de associação com a edição de normas disciplinadoras do seu exercício pelo Estado.
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; (MPSP-2006) (MPRO-2008) (TRT17-2009) (TJCE-2012) (PGEPR-2015) (TCEMG-2018) (TCM/BA-2018) (MPMS-2018) 
	(DPERS-2018-FCC): A liberdade de associação, em nossa Constituição, compreende o direito de criar associação, independentemente de autorização. BL: art. 5º, XVIII, CF.
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; (MPSP-2006) (TJRS-2009) (DPESP-2009) (MPRO-2008/2010) (MPSC-2010) (MPPB-2011) (TJCE-2012) (DPERS-2018) (TCEMG-2018)
	(MPBA-2018): A suspensão das atividades de uma entidade associativa somente poderá ocorrer por meio de decisão judicial, não sendo, no entanto, exigido o trânsito em julgado. BL: art. 5º, XIX, CF.
##Atenção: No caso, o trânsito em julgado só será necessário caso haja dissolução da associação.
(TCM/BA-2018-CESPE): As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial com trânsito em julgado. BL: art. 5º, XIX, CF.
(DPEAL-2009-CESPE): As associações somente podem ser compulsoriamente dissolvidas por meio de decisão judicial transitada em julgado, considerando a vedação constitucional de interferência do Estado em seu funcionamento. BL: art. 5º, XVIII e XIX, CF.
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; (TJAM-2016) (TCEMG-2018)
	##Atenção: Não há exceção legal.
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; (MPPE-2008) (MPRO-2008) (MPSC-2013) (TJDFT-2015) (PGEPR-2015) (TJAM-2016) (MPSP-2017) (TJMT-2018) (TCEMG-2018) (TCM/BA-2018)
XXII - é garantido o direito de propriedade; (TRF1-2009) (MPPB-2011) (TJPR-2010/2012) (TJAM-2016) (TJRO-2019)
 XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; (TRF1-2009) (MPPB-2011) (TJPR-2010/2012) (MPMT-2012) (MPMG-2013) (TJAM-2016) (TJAC-2019) (TJRO-2019)
	##Atenção: ##TRF1-2009: ##CESPE: ##MPPB-2011: ##TJRO-2019: ##VUNESP: Sobre Constituição e o Meio Ambiente, é correto afirmar que a propriedade, sob o viés da função social, passa a ter sentido jurídico quando submetida a valores sociais baseados em uma ordem pública fundada em princípios que preservam o seu exercício (a propriedade), porém, SEM caráter absoluto.
 XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; (MPSP-2008) (MPRO-2008) (MPRR-2008) (TJSC-2009) (TJRS-2009) (TJRJ-2011) (MPCE-2011) (TJPI-2012) (TJMG-2012) (TJCE-2012) (MPRS-2014) (TJAL-2015) (TJDFT-2015) (MPSC-2016) (TJPA-2019) (TJPR-2019)
	##Atenção: ##MPRO-2008: ##MPGO-2010: ##TRF4-2010: ##TJPI-2012: ##TJCE-2012: ##TJPA-2019: ##CESPE: ##MPRS-2014: ##MPSC-2016: ##MPSP-2015/2019: Pode-se afirmar que está correto, quanto às desapropriações e servidões administrativas, que a regra geral, de fato, consiste no pagamento de indenização. Em relação à desapropriação, por se tratar de retirada de propriedade do particular em favor do Poder Público, a regra, inclusive, consiste em que a indenização deva ser justa, prévia e em dinheiro, o que tem amparo na CF/88, art. 5º, XXIV. Quanto às servidões, pode-se invocar o que dispõe o art. 40 do Decreto-lei 3.365/41, a saber: “O expropriante poderá constituir servidões, mediante indenização na forma desta lei”. Entretanto, o mesmo não se pode afirmar no que diz respeito às limitações administrativas, em relação às quais prevalece a regra da desnecessidade do pagamento de indenização, o que tem apoio no fato de que se cuida de medidas de caráter geral. Portanto, a sociedade como um todo suporta os ônus e bônus de cada limitação. Incide, aqui, o mesmo raciocínio atinente à irresponsabilidade civil do Estado por atos legislativos, os quais, também, como regra geral, não rendem ensejo a qualquer compensação pecuniária. Apenas excepcionalmente as limitações administrativas gerarão dever de indenizar atribuível ao Estado. Por fim, quanto ao tombamento, cumpre destacar que a doutrina sustenta a possibilidade de pagamento de indenização, desde que o particular comprove que experimentou prejuízos efetivos em razão da restrição sofrida. Como regra, pois, não gerará dever de indenizar o proprietário do bem tombado.
 XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; (TJPA-2009) (MPDFT-2009) (MPSE-2010) (MPSP-2008/2011) (TJPE-2011) (TJDFT-2011/2014/2015) (MPMS-2018) (MPSC-2012/2019) (TJPR-2019)
	(TJMG-2018-Consulplan): Na requisição o Estado utiliza bens móveis, imóveis e serviços particulares em situação de perigo público iminente. BL: art. 5º, XXV, CF (adm.)
(TJAM-2016-CESPE): A CF, em seu art. 5.º, XXII, garante o direito de propriedade; no inciso XXIII do mesmo artigo, condiciona o exercício desse direito ao atendimento da função social. Acerca da intervenção do Estado na propriedade privada, assinale a opção correta: A requisição é modalidade de intervenção em que o Estado utiliza propriedade particular no caso de perigo público iminente. BL: art. 5º, XXV, CF (adm.)
(MPPR-2016): A requisição administrativa, como forma de intervenção temporária na propriedade, encontra previsão no capítulo referente aos direitos e deveres individuais e coletivos da CF/1988, que estabelece que no caso de iminente perigo público a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. BL: art. 5º, XXV, CF (adm.)
(TJSP-2013-VUNESP): A atuação do Estado, no exercício do poder de polícia, provocando danos na coisa, com objetivo de remover perigo iminente, sem que o dono da coisa seja culpado do perigo, constitui ato lícito. Entretanto, o ato enseja a responsabilidade civil do Estado para reparar o dano causado. BL: art. 5º, XXV, CF. (adm.)
(TJMA-2013-CESPE): Ainda acerca da intervenção do Estado na propriedade, assinale a opção correta: Mediante requisição, pode o Estado obrigar o particular a prestar-lhe um serviço. BL: art. 5º, XXV, CF e art. 15, XIII da Lei 8080/90 (Lei do SUS)[footnoteRef:5]. (adm.) [5: Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições: (...) XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar
bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização;] 
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei [Estatuto da Terra], desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; (TJAL-2008) (MPSP-2008) (TJRS-2009) (TJPE-2011) 
	(TJSC-2013): A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento. BL: art. 5º, XXVI, CF/88.
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; (MPRN-2009)
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: (MPSP-2006)
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; 
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; (DPEMS-2008)
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; (MPSP-2006)
	(MPPE-2008-FCC): Sobre os direitos individuais e coletivos é correto afirmar: Aos autores de inventos industriais a lei assegurará privilégio, porém apenas temporário para sua utilização, assim como proteção aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social. BL: art. 5º, XXIX, CF.
XXX - é garantido o direito de herança; 
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; (TJAP-2009) (MPBA-2010) (MPSC-2010) (MPF-2012) (MPES-2013) (TJMT-2014) (Cartórios/TJMG-2019)
	(MPRO-2010-CESPE): Assinale a opção correta com referência ao direito das sucessões: O princípio do prélèvement encontra-se previsto na CF e inserido na LINDB. BL: art. 5º, XXXI, CF e art. 10, §1º, LINDB. 
##Atenção: O “prélèvement”, em sentido literal, significa “tirar antes”. Trata-se de fator de limitação à aplicação de legislação estrangeira, aplicado ao direito civil. O “prélèvement” visa a beneficiar o nacional em detrimento do estrangeiro. É por isso chamado de “lei imperfeita”, visto que privilegia uma parte em detrimento de outra. É o caso, por exemplo, das regras previstas do art. 5º, XXXI da CF e do art. 10, § 1º da LINDB, que privilegiam o herdeiro brasileiro em detrimento do estrangeiro.
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; (TJMS-2008) (MPSP-2013) (TJMT-2014)
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (MPRO-2008) (TJSC-2010) (MPSP-2010) (TJRJ-2012) (TJMT-2018) (TJBA-2019)
	##Atenção: ##STF: ##DOD: O parlamentar, na condição de cidadão, pode exercer plenamente seu direito fundamental de acesso a informações de interesse pessoal ou coletivo, nos termos do art. 5º, inciso XXXIII, da Constituição Federal e das normas de regência desse direito. O parlamentar, na qualidade de cidadão, não pode ter cerceado o exercício do seu direito de acesso, via requerimento administrativo ou judicial, a documentos e informações sobre a gestão pública, desde que não estejam, EXCEPCIONALMENTE, sob regime de sigilo ou sujeitos à aprovação de CPI. O fato de as casas legislativas, em determinadas situações, agirem de forma colegiada, por intermédio de seus órgãos, não afasta, tampouco restringe, os direitos inerentes ao parlamentar como indivíduo. STF. Plenário. RE 865401/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 25/4/18 (repercussão geral) (Info 899).
	(Téc. Judic./TST-2017-FCC): Determinado indivíduo requer, perante Secretaria Municipal de Educação, que lhe seja informado o número de faltas ao trabalho, nos últimos 12 meses, dos servidores públicos ocupantes de cargos efetivos lotados na escola junto à qual funciona Associação de Pais e Mestres de que faz parte. Nessa situação, à luz da Constituição Federal, cabe ao órgão da Administração atender ao pedido, que pode ser formulado independentemente de justificativa, por se tratar de informação de interesse geral, a que todos têm acesso assegurado. BL: art. 5º, XXXIII c/c art. 37, §3º, II, CF/88[footnoteRef:6]. [6: Art. 37. (...). § 3º - A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: (...) II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;] 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; (TJMG-2006) (MPSE-2010) (MPCE-2011) (TRF3-2011) (DPERS-2018)
	##Atenção: ##STJ: ##MPCE-2020: ##CESPE: Trata-se de Mandado de Segurança impetrado contra ato alegadamente omissivo do Ministro de Estado da Justiça para compeli-lo a examinar o processo administrativo 2003.01.22463, que desde 14.3.03 estaria sem resposta definitiva. As informações prestadas apresentam contradição ao afirmar que o exame do pedido administrativo depende da Comissão de Anistia e que o processo está com a autoridade impetrada desde 2017 (fl. 567). (...) De acordo com a inicial, o pedido está em análise desde 14.3.03, sendo irrelevante averiguar culpa de órgãos específicos no trâmite, já que a razoável duração do processo, garantia individual desrespeitada na hipótese, impõe à Administração, como um todo, resposta à tutela pleiteada em tempo adequado. "O direito de petição aos Poderes Públicos, assegurado no art. 5º, XXXIV, 'a', da CF/88, traduz-se em preceito fundamental a que se deve conferir a máxima eficácia, impondo-se à Administração, como contrapartida lógica e necessária ao pleno exercício desse direito pelo Administrado, o dever de apresentar tempestiva resposta. (...) A demora excessiva e injustificada da Administração para cumprir obrigação que a própria Constituição lhe impõe é omissão violadora do princípio da eficiência, na medida em que denuncia a incapacidade do Poder Público em desempenhar, num prazo razoável, as atribuições que lhe foram conferidas pelo ordenamento (nesse sentido, o comando do art. 5º, LXXVIII, da CF). Fere, também, a moralidade administrativa, por colocar em xeque a legítima confiança que o cidadão comum deposita, e deve depositar, na Administração. Por isso que semelhante conduta se revela ilegal e abusiva, podendo ser coibida pela via mandamental, consoante previsto no art. 1.º, caput, da Lei 12.016/09" (MS 19.132/DF, Rel. Ministro Sérgio Kukina, 1ª S., DJe 27.3.17). A autoridade impetrada deve, no prazo do art. 49 da Lei 9.784/99, decidir o requerimento administrativo de concessão de anistia formulado pela impetrante e numerado como 2003.01.22463. STJ. 1ª S., MS 24.141/DF, Rel. Min. Herman Benjamin, j. 14/11/18.
	(MPCE-2020-CESPE): O direito de petição aos poderes públicos, assegurado pela CF/1988, impõe à administração o dever de apresentar tempestiva resposta. A demora excessiva e injustificada da administração para cumprir essa obrigação é omissão violadora do princípio da eficiência. Segundo o STJ, por colocar em xeque a legítima confiança que o cidadão comum deposita na atuação da administração pública, tal mora atenta também contra o princípio
da moralidade. BL: art. 5º, XXXIV, “a”, CF e Entend. Jurisprud.
##Atenção: ##STJ: ##TRF3-2011: ##CESPE: Características do direito de petição: i) direcionado a qualquer órgão público: executivo, legislativo e judiciário; ii) poder de polícia, tutela e autotutela: a administração poderá agir de acordo com o poder de polícia, tutela ou autotutela, quando provocada pelo direito de petição; iii) qualquer pessoa pode pedir: pessoa física, pessoa jurídica, brasileiro, estrangeiro, maior de idade, etc.; iv) contra qualquer pessoa: por exemplo, ato particular, quando alguém estaciona o carro na frente da garagem e você chama a polícia, está pedindo a um órgão do poder público contra um particular) ou poder público; v) independentemente do pagamento de taxas: não necessariamente gratuito, irá depender do documento, do órgão para saber se será cobrada taxa ou não.
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; (TJMG-2006) (MPSE-2010) (TJPE-2013)
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; (MPSP-2005) (MPF-2005) (MPGO-2010) (TRF4-2010) (TRF3-2011) (TRF5-2011) (TJPI-2012) (TJCE-2012) (TJBA-2012) (DPESE-2012) (TJPB-2015) (DPERO-2017) (TJSP-2018) (TJPA-2012/2019) (TJAL-2019) (TJMS-2020)
	##Atenção: ##STJ e STF: ##DOD: ##TJPR-2017: ##CESPE: O STF decidiu que, em regra, o segurado/dependente somente pode propor a ação pleiteando a concessão do benefício previdenciário se anteriormente formulou requerimento administrativo junto ao INSS e este foi negado. Para que proponha a ação pleiteando a concessão do benefício previdenciário, é preciso que, antes, tenha ocorrido uma das três situações a seguir: 1) O interessado requereu administrativamente o benefício, mas este foi negado pelo INSS (total ou parcialmente); 2) O interessado requereu administrativamente o benefício, mas o INSS não deu uma decisão em um prazo máximo de 45 dias; 3) O interessado não requereu administrativamente o benefício, mas é notório que, sobre esse tema, o INSS tem posição contrária ao pedido feito pelo segurado. STF. Plenário. RE 631240/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 27/8/14 (repercussão geral) (Info 756). STJ. 1ª S. REsp 1369834-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, j. 24/9/14 (recurso repetitivo) (Info 553). Entretanto, isso não implica exigência de esgotamento das vias administrativas.
	(TJAP-2014-FCC): O princípio constitucional da inafastabilidade do controle jurisdicional aplica-se ao processo civil e significa que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão ou ameaça a direito. BL: art. 5º, XXXV da CF/88. (proc. civil)
##Atenção: O princípio constitucional da inafastabilidade da jurisdição implica a consagração do direito de acesso ao Poder Judiciário.
(MPSC-2012): No Brasil é adotado o sistema anglo-americano de unidade de jurisdição para o controle jurisdicional da Administração Pública. BL: art. 5º, XXXV da CF/88.
##Atenção: ##TJSP-2018: ##VUNESP: Há dois sistemas de controle jurisdicional, a saber, os sistemas de unidade e dualidade de jurisdição. No Brasil, conforme o princípio da inafastabilidade de apreciação pelo poder judiciário de lesão ou ameaça a direito, previsto no art. 5.º, XXXV, da CF, adotou-se o sistema de jurisdição una, também chamado de sistema anglo-americano. Paralelo ao sistema anglo-americano, há o sistema francês. Neste sistema, o Judiciário é incumbido de resolver os conflitos que envolvam somente particulares e os órgãos do administrativo contencioso têm jurisdição para atuar quando a Administração Pública estiver envolvida na lide, daí o motivo de ser chamado de sistema de dualidade de jurisdição.
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; (MPSP-2005) (TRF4-2009/2010) (TJPR-2010) (MPBA-2010) (TRF3-2011) (TJRN-2013) (TJMG-2018)
	##Atenção: ##STF: ##DOD: O art. 38 da Lei 8.880/94 (Plano Real) previu que a URV deveria ser utilizada como parâmetro de cálculo dos índices de correção monetária nos dois primeiros meses de implantação do Plano Real. As pessoas que tinham contratos em vigor e que haviam sido celebrados antes da Lei 8.880/94 começaram a questionar a aplicação imediata deste dispositivo. Alegaram que a sua aplicação aos contratos em vigor seria inconstitucional por violar o direito adquirido (art. 5º, XXXVI, da CF/88). O STF não concordou com essa tese e decidiu que: É constitucional o art. 38 da Lei 8.880/94 e que a sua aplicação imediata para os contratos em vigor não violou a garantia do “direito adquirido”, prevista no art. 5º, XXXVI, da CF/1988. Não é possível opor a cláusula de proteção ao direito adquirido ou ato jurídico perfeito em face da aplicação imediata de normas que tratam de regime monetário, as quais possuem natureza estatutária e institucional, como é a situação daquelas responsáveis por substituir uma moeda por outra. As normas que tratam do regime monetário - inclusive, portanto, as de correção monetária -, têm natureza institucional e estatutária, insuscetíveis de disposição por ato de vontade, razão pela qual sua incidência é imediata, alcançando as situações jurídicas em curso de formação ou de execução. STF. Plenário. ADPF 77/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 16/5/19 (Info 940). STF. 1ª T. RE 307108/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, j. 12/11/19 (Info 959).
##Atenção: ##STF: ##TRF4-2010: O disposto no artigo 5, XXXVI, da CF/88 se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distinção entre lei de direito público e lei de direito privado, ou entre lei de ordem pública e lei dispositiva. STF. Plenário. ADI 493, Rel. Min. Moreira Alves, j. 25/06/92.
	(MPSC-2016): Como princípio fundamental relacionado à segurança jurídica a CF/88 expressamente previu que “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. A ação rescisória, entretanto, é uma das hipóteses de relativização desse princípio. 
(TJMG-2012-VUNESP): Com relação ao princípio do “direito adquirido”, o STF já consolidou o entendimento de que a garantia constitucional de irredutibilidade de vencimentos dos servidores públicos é “modalidade qualificada” de “direito adquirido”. BL: STF, RE 105.137.
##Atenção: ##MPBA-2010: ##TJRN-2013: ##CESPE: (...) Irredutibilidade de vencimentos (CF, art. 37, XV): a garantia da irredutibilidade de vencimentos "é modalidade qualificada da proteção ao direito adquirido, na medida em que a sua incidência pressupõe a licitude da aquisição do direito a determinada remuneração" (RE 298.694 e 298.695, Pertence, Pleno, DJ 23.04.2004 e 24.10.2003).
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; (MPSP-2011) (TJRJ-2013) (PCCE-2015) (TJSC-2019) (TJAL-2019) (TJMS-2020)
	(TJSE-2015-FCC): Em relação às garantias constitucionais do processo penal, é correto afirmar que a garantia do juiz natural é contemplada, mas não só, na previsão de que ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. BL: arts. 5º, LIII e XXXVII, CF (proc. penal)
##Atenção: "O princípio do juiz natural consagra o direito de ser processado pelo magistrado competente (art. 5º, inc. LIII da CF) e a vedação constitucional à criação de juízos ou tribunais de exceção (art. 5º, inc. XXXVII da CF). " Nestor Távora, Curso de Direito Processual Penal.
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: (MPSP-2006) (MPMG-2011) (TJCE-2012) (MPSC-2016)
a) a plenitude de defesa; (TJDFT-2008)
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos; (TJPR-2017)
	(DPEAP-2018-FCC): No procedimento relativo ao Tribunal do Júri, a soberania do veredicto do Tribunal do Júri não impede a absolvição do acusado em sede de revisão criminal. BL: arts. 5º, XXXVIII, CF (CPP)
##Atenção: O art. 5º, XXXVIII, “c”, da CF garante de forma expressa a soberania dos veredictos, a soberania dos veredictos do Júri, apesar de ser prevista constitucionalmente, não é absoluta, podendo a decisão ser impugnada,

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