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Políticas públicas, tributação e desenvolvimento sustentável - pib per capita como critério de distribuição do ICMS Socioambiental do Estado de Pernambuco

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 
ÁREA DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO 
 
 
 
 
Victor Gustavo Rocha Nylander 
 
 
 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS, TRIBUTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
PIB PER CAPITA COMO CRITÉRIO DE DISTRIBUIÇÃO DA POLÍTICA DO ICMS 
SOCIOAMBIENTAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM/PA 
2017 
2 
 
Victor Gustavo Rocha Nylander 
 
 
 
 
 
 
 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS, TRIBUTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
PIB PER CAPITA COMO CRITÉRIO DE DISTRIBUIÇÃO DA POLÍTICA DO ICMS 
SOCIOAMBIENTAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO. 
 
 
Monografia apresentada ao Instituto de 
Ciências Sociais Aplicadas do Centro 
Universitário do Estado do Pará como requisito 
parcial para a obtenção do título de bacharel em 
Direito. 
Orientador: Prof. Msc. Adriano Carvalho 
Oliveira. 
 
 
 
 
 
BELÉM/PA 
2017 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) 
Biblioteca do Cesupa, Belém – PA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Nylander, Victor Gustavo Rocha. 
 Políticas públicas, tributação e desenvolvimento sustentável: pib per 
capita como critério de distribuição da política do ICMS socioambiental 
do Estado de Pernambuco / Victor Gustavo Rocha Nylander; orientador 
Adriano Carvalho Oliveira.– 2017. 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Centro Universitário 
do Estado do Pará, Curso de Direito, Belém, 2017. 
 
 1. Direito tributário. 2. ICMS socioambiental. 3. PIB per capita - 
Pernambuco. 4. Desenvolvimento sustentável. I. Oliveira, Adriano 
Carvalho. orient. II. Título. 
 
CDD 23. ed. 341.39 
 
4 
 
Victor Gustavo Rocha Nylander 
 
 
 
 
 
 
 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS, TRIBUTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
PIB PER CAPITA COMO CRITÉRIO DE DISTRIBUIÇÃO DA POLÍTICA DO ICMS 
SOCIOAMBIENTAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO. 
 
 
Monografia apresentada como requisito parcial 
para obtenção do título de bacharel em Direito 
do Centro Universitário do Estado do Pará 
(CESUPA). 
 
 
Data da defesa: 23/06/2017 
Conceito: 10 
Banca examinadora: 
 
 
 
 
 
___________________________________ - Orientador 
Prof. Adriano Carvalho Oliveira 
Mestre em Direitos fundamentais e políticas públicas 
Centro Universitário do Estado do Pará – CESUPA 
 
 
 
 
___________________________________ - Examinadora 
Profª. Karla Marques Pamplona. 
Doutora em Desenvolvimento Sustentável 
Universidade Federal do Pará- UFPA 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico aos meus pais, professores e 
pensadores, formadores do meu caráter, 
conhecimento técnico e de vida. E as 
pessoas detentoras de coragem para fazer 
diferente. 
6 
 
AGRADECIMENTOS 
 Agradeço a minha família por terem me guiado a trilhar o caminho do Direito e da 
Economia, aos meus pais Carlos Nylander Brito e Rosângela da Silva Rocha. 
Agradeço aos meus professores de Direito Financeiro e Tributário do CESUPA que 
acreditaram, me inspiraram e me guiaram para seguir essa carreira. Em especial, dedico ao meu 
professor, orientador e amigo Adriano Carvalho Oliveira o qual sabiamente e pacientemente 
orientou-me pelo árduo caminho do trabalho de conclusão de curso. Também agradeço 
imensamente a professora Simone Cruz Nobre incentivando-me a realizar diversas pesquisas 
no ramo da tributação, em específico sobre guerra fiscal e benefícios fiscais, além de incentivar-
me a seguir no ramo do Direito Tributário rumo a pós-graduação. E a professora Lise Tupiassu 
mesmo participando pouco da minha vida acadêmica, aos poucos momentos de orientação e 
trabalho em conjunto abriu-me perspectivas mais profundas do direito Financeiro e Tributário, 
em destaque o ramo da tributação ambiental. 
Agradeço aos meus professores do curso de Ciências Econômicas da UFPA, em 
especial ao professor, amigo e parente Alexandre Damasceno de Matemática I, II e III, com o 
raciocínio matemático ensinado utilizo o seu aprendizado dentro do ramo jurídico ajudando-me 
a estudar e analisar sobre diversas perspectivas. E ao professor Hélio Mairata de Contabilidade 
Social e Macroeconomia, cujos ensinamentos inspiraram-me a desenvolver pesquisas no ramo 
da macroeconomia, sendo essa área de fundamental auxílio para desenvolver o presente 
trabalho. 
Por fim, mas não menos importante, a primeira professora da minha vida, a professora 
Edite, a qual me ensinou a expressar-me, comunicar, falar, mesmo quando eu não tinha 
discernimento e os demais não compreendiam as minhas dificuldades, de forma a não 
acreditarem no meu potencial e chegar aonde eu cheguei em razão de não conseguir e não saber 
falar e expressar. Esse trabalho é parte basilar de sua atividade profissional a fonoaudiologia, 
sem a sua ajuda quando eu tinha dois anos de idade e continuando por boa parte da minha 
primeira infância jamais teria ao menos começado o caminho da academia sem o seu suporte. 
Muito obrigado, professora. E aos professores que apareceram e contribuíram em meu 
caminho acadêmico e profissional. 
 
 
 
7 
 
RESUMO 
 
O trabalho será analisar o critério do PIB per capita na política pública do ICMS Socioambiental 
do Estado de Pernambuco, a qual é uma política transferidora de recursos públicos da 
arrecadação estatal de ICMS para os Municípios os quais se encaixam em determinados 
critérios definidos por lei estatal, assim, verificando se o mesmo se coloca como apto para 
alcançar o desenvolvimento sustentável. Sendo extremamente estratégico para os estudos sobre 
o ICMS Ecológico, pois ainda não há estudos específicos realizados quanto a esse critério em 
relação a essa política pública. Para tanto buscou-se a partir de estudos teóricos e documental 
aferir quanto a natureza do critério, bem como a adequação deste aos propósitos pretendidos 
pela política do ICMS Socioambiental do Estado de Pernambuco. Constatou-se pelo estudo 
desenvolvido necessidade da reestruturação desse critério do PIB per capita para que de fato a 
política alcançar maior efetividade no tocante a redistribuição de renda, e assim se adequar a 
promoção do desenvolvimento sustentável. 
 
Palavras-chaves: Pernambuco. ICMS Socioambiental. PIB per capita. Desenvolvimento 
Sustentável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
ABSTRACT 
 
The work will be to analyze the per capita GDP criterion in the public policy of the ICMS Socio 
Environmental of the State of Pernambuco, which is a policy that transfers public resources 
from the state collection of ICMS to the Municipalities, which fit certain criteria defined by 
state law. Thus, verifying whether it is suitable for achieving sustainable development. Being 
extremely strategic for the studies on Ecological ICMS, because there are still no specific 
studies carried out regarding this criterion in relation to this public policy. For this, we sought 
to ascertain from the theoretical and documentary studies the nature of the criterion, as well as 
the appropriateness of this criterion for the purposes intended by the ICMS Socio 
Environmental of the State of Pernambuco. The study revealed the need to restructure this 
criterion of GDP per capita so that the policy can achieve greater effectiveness in the 
redistribution of income, and thus, be adapted to the promotion of sustainable development. 
 
Key-words: Pernambuco. Socioenvironmental duty of movement of goods Policy of the State 
of Pernambuco. GDP per capita. Sustainable development. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
LISTA DE TABELAS 
TABELA 1: Ano de adesão ao ICMS Ecológico......................................................................28TABELA 2: Rendimento nominal mensal domiciliar per capita da população residente, 
segundo as Unidades da Federação – 2015................................................................................64 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
GRÁFICO 1: Distribuição do ICMS Ecológico de acordo com a Lei nº 14.529/2011..............32 
GRÁFICO 2: Distribuição do ICMS Socioambiental pelo critério PIB per capita...................43 
GRÁFICO 3: Municípios que mais receberão recursos de acordo com o critério inversamente 
proporcional ao PIB per capita..................................................................................................44 
GRÁFICO 5: Municípios que menos receberão recursos de acordo com o critério inversamente 
proporcional ao PIB per capita..................................................................................................44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
LISTA DE FIGURAS 
FIGURA 1: Despesas e receitas da união, dos estados e dos municípios: 2002 e 2003.............24 
FIGURA 2: Distribuição de ICMS...........................................................................................26 
FIGURA 3: Municípios de Pernambuco contemplados com ICMS Ecológico........................33 
FIGURA 4: Níveis de PIB per capita dos Municípios do Estado de Pernambuco no ano de 
2013...........................................................................................................................................65 
FIGURA 5: Valor do rendimento nominal mediano mensal per capita dos domicílios 
particulares permanentes - Urbana............................................................................................66 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
CPRH - Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos 
CR – Constituição da República 
CRFB - Constituição da República Federativa do Brasil 
CMMAD – Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento 
FIB – Felicidade Interna Bruta 
ICMS – Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços 
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano 
IPTU – Imposto Predial Territorial Urbano 
INEP – Instituto Nacional de Educação e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira 
ISS – Imposto de Serviços de qualquer natureza 
ITBI – Imposto de transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
MEC – Ministério da Educação 
ONU – Organização das Nações Unidas 
PIB – Produto Interno Bruto 
PNB - Produto Nacional Bruto 
SEFAZ-PE – Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco 
TCE-PE – Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco 
VAF – Valor Adicional Fiscal 
 
 
 
13 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................15 
2 TRANSFERÊNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS, A POLÍTICA PÚBLICA DO 
ICMS ECOLÓGICO E A POLÍTICA DO ICMS SOCIOAMBIENTAL DO ESTADO DE 
PERNAMBUCO......................................................................................................................18 
2.1 Federalismo Político Fiscal..................................................................................................18 
2.2 Transferências intergovernamentais....................................................................................21 
2.3 Transferências intergovernamentais e os municípios...........................................................22 
2.4 ICMS Ecológico..................................................................................................................25 
2.5 ICMS Socioambiental do Estado de Pernambuco................................................................30 
3 PIB PER CAPITA E SUAS FUNÇÕES..............................................................................35 
3.1 Produto Interno Bruto – PIB................................................................................................35 
3.2 Evolução e surgimento do PIB.............................................................................................35 
3.3 PIB: definição e componentes..............................................................................................36 
3.4 PIB real e nominal................................................................................................................39 
3.5 PIB per capita.......................................................................................................................40 
3.6 Aplicação do PIB per capita como critério de distribuição do ICMS Socioambiental do 
Estado de Pernambuco...............................................................................................................42 
4 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL........................................................................47 
4.1 Desenvolvimento sustentável à luz de Ignacy Sachs............................................................47 
4.2 Desenvolvimento sustentável no Brasil...............................................................................49 
4.3 ICMS Ecológico como política pública de desenvolvimento econômico sustentável..........54 
5 ANÁLISE DA APLICAÇÃO DO CRITÉRIO DO PIB PER CAPITA NA POLÍTICA 
PÚBLICA DO ICMS SOCIOAMBIENTAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO............58 
5.1 Variáveis positivas do uso do critério do PIB per capita.......................................................58 
5.2 Variáveis negativas do uso do critério do PIB per capita......................................................58 
5.3 Conclusão entre o sopesamento dos pontos negativos e positivos........................................61 
5.4 Reformulação do critério buscando alcançar uma análise econômica e social rumo ao 
desenvolvimento sustentável.....................................................................................................63 
6 COSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................................68 
7 REFERÊNCIAS...................................................................................................................72 
ANEXOS..................................................................................................................................75 
14 
 
Anexo A....................................................................................................................................75 
Anexo B.....................................................................................................................................80 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A política do ICMS Ecológico surgiu, primeiramente, no Estado do Paraná no ano de 
1991. Com base constitucional previsto no artigo no 158 possibilitando a estruturação com base 
em transferências intergovernamental, estipulando que 25% da receita que pertence aos 
Municípios será distribuído de acordo com o que estiver estipulado por Lei Estadual, no caso 
do Distrito Federal e Territórios Federais por meio de Lei Federal, transferindo, nesse caso, 
apenas recursos advindos da arrecadação do tributo ICMS (Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias e Serviços) para os Municípios, de maneira a compensar os que sofriam restrições 
econômicas e a incentiva-los a dotarem determinadas condutas de maneira a alcançarem o 
desenvolvimento sustentável, sendo esse o principal objetivo da política, estando previsto na 
Constituição da República a partir de interpretação sistemática dos artigos 1º inciso I, 3º inciso 
II e III, 170 e 225, sendo o desenvolvimento sustentável a conciliação das vertentes econômicas, 
sociais e ambientais de maneira concomitantemente trabalhadas. 
A política do ICMS Socioambiental de Pernambuco surge em dezembro do ano de 
2000 por intermédioda Lei Estadual nº 11.899, tendo atribuído o nome de ICMS 
Socioambiental, pois não apenas visava a compensação e incentivar as questões ambientais, 
como também buscar melhorar economicamente e socialmente aqueles que tinham dificuldades 
ou incentiva-los a buscar determinado posicionamento. 
Com esses objetivos o poder legislativo estadual pernambucano no ano de 2007 
instituiu um critério econômico, peculiarmente utilizado como parâmetro de avaliar a 
produtividade de cada cidadão dentro de uma determinada economia, o PIB per capita. No 
entanto, o critério é utilizado para a distribuição de maneira inversamente proporcional, ou seja, 
aqueles que possuírem menores índices de produtividades com base no PIB per capita, de 
acordo com os dados disponibilizados pelo IBGE, receberão mais recursos advindos desse 
critério. 
Vale averiguar se esse critério adotado pelo Estado de Pernambuco no ano de 2007 
está de fato apto a contribuir para se alcançar o desenvolvimento sustentável previsto na 
Constituição da República, sendo esse o principal objetivo de estudo do presente trabalho. 
Acentua-se a necessidade de se averiguar especificamente quanto a esse critério, em razão de 
ser um critério especificamente econômico, tradicionalmente utilizado para estudos e políticas 
de atividades apenas econômicas, sem averiguar social e o ambiental, sendo esses dois 
analisados por demais indicadores, o social, por exemplo, possui dois índices utilizados: o IDH 
(Índice de Desenvolvimento Humano) e o FIB (Felicidade Interna Bruta). Ao passo que a 
16 
 
questão do desenvolvimento sustentável não meramente analisa a ótica do quantitativo das 
atividades econômicas, como também o social e ambiental, não vedando o uso de critério 
econômico, mas que esse critério esteja a auxiliar o caminho rumo ao desenvolvimento 
sustentável previsto na constituição da república. 
Dessa maneira, vale acentuar a respeito da necessidade do entendimento federalismo 
político fiscal brasileiro, o qual instituiu a maneira como deve ser tratado os tributos no Brasil, 
os quais são de maneira cooperativa, assim como, as transferências intergovernamentais, com 
outras palavras, como é e como deve ser a distribuição das receitas tributárias, nesse caso a do 
ICMS do Estado para os seus Municípios, pois ao adotar esse critério nada mais é a estipulação 
da forma de transferência de recursos tributários que estarão a sanar com as necessidades 
públicas dos Municípios que vão receber essa receita tributária. 
Também precisa entender o funcionamento do PIB per capita, as suas vertentes e 
funções para a Economia e para o Direito, em específico a Macroeconomia e ao Direito 
Financeiro. Além de conceituar o desenvolvimento sustentável e como o mesmo se encontra 
presente na Constituição da República. 
Com a relevância da temática em questão já devidamente apresentada o presente 
trabalho buscará explicar, primeiramente, o federalismo político fiscal, de maneira breve a sua 
evolução histórica, além de como será feita a distribuição dos recursos financeiros tributários 
para as três unidades federativas brasileiras, explanando o funcionamento das transferências 
intergovernamentais obrigatória e as facultativas, além dos objetivos os quais as mesas devem 
estar buscando sanar (as necessidades públicas). A importância das transferências 
intergovernamentais para os Municípios, pois esses são os maiores dependentes desse tipo de 
receita, em razão da sua competência tributária. Como surgiu e evoluiu a política do ICMS 
Ecológico e o ICMS Socioambiental do Estado de Pernambuco. 
Em seguida será feita explicação do objeto principal de estudo do trabalho, o PIB per 
capita, evolução e surgimento até chegar a esse tipo de conta para medir a atividade econômica 
de uma determinada Economia, conceito, como é calculado, suas variáveis, aplicações nas 
ciências das finanças e como é feita a sua aplicação na política do ICMS Socioambiental 
Pernambucano, sendo esse ponto relevante por apresentar os valores gerais, os quais serão 
distribuídos para os Municípios. 
Apresentar e explicar o conceito de desenvolvimento a ser utilizado nesse trabalho, o 
qual será à luz de Ignacy Sachs. Como o desenvolvimento sustentável está previsto no 
ordenamento jurídico brasileiro, como foi concedido no âmbito internacional para chegar ao 
17 
 
presente conceito do desenvolvimento sustentável e como a política do ICMS Ecológico, assim 
como, o ICMS Socioambiental atinge o patamar de política de desenvolvimento sustentável. 
Por fim realizar a análise se de fato o critério do PIB per capita na política do ICMS 
Socioambiental Pernambucano coloca-se apto para alcançar o desenvolvimento sustentável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
2 TRANSFERÊNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS, A POLÍTICA PÚBLICA DO 
ICMS ECOLÓGICO E A POLÍTICA DO ICMS SOCIOAMBIENTAL DO ESTADO DE 
PERNAMBUCO 
Esse capítulo se volta a traçar o panorama do federalismo fiscal instituído na República 
Federativa do Brasil, e como se insere nesse contexto a política do ICMS Ecológico, para a 
partir de tais premissas estabelecer os fundamentos sobre os quais se estabelecem a política do 
ICMS Socioambiental do Estado de Pernambuco, apresentado a fundamentação e justificativa 
para criação e aplicação no respectivo Estado de estudo. 
2.1 FEDERALISMO POLÍTICO FISCAL 
 
Antes de começar a explanação sobre a política do ICMS Socioambiental 
propriamente dita, existe a necessidade de, primeiramente, conceituar e explicar o seu ponto 
basilar de existência e fundamentação que é o federalismo político fiscal. 
Não existe um conceito claro, objetivo e universal de Federalismo Político Fiscal, em 
conformidade a José Luiz Fiori (1995, p. 22-24) há duas tendências para definir: 
 
A primeira com base no aspecto pragmático ou relativo produzindo o pacto 
federativo com destaque aos acordos e negociações políticas que resultam nas 
formas legais e institucionais do Estado. E a segunda com defesa à 
preservação política das esferas governamentais e da unidade de objetivos 
do povo, sob um pacto federativo o qual foi determinado pela Constituição 
Federal, além de terem como razão as questões sociais e econômicas 
estabelecidas auxiliando na fixação dessa forma de federalismo político fiscal 
(grifo nosso). 
 
Tais tendências levam a pontos em comum os quais a Federação deve-se pautar: 
princípios norteadores definidos pelo legislador constituinte na Carta Magna preservando a 
autonomia de suas unidades e o pacto federativo está em constantes alterações sociais, 
econômicas, políticas, resultando em constante tensão política e jurídica (PAMPLONA, p. 158, 
2016). 
Segundo Dalmo de Abreu Dallari (1998) há oito características essenciais ao Estado 
Federal na atualidade: a) A união cria um novo Estado e aos que aderiram à federação resulta 
na perca a condição de Estados; b) A Constituição é a base jurídica e não um tratado; c) Não 
existe direito de secessão; d) Apenas o Estado Federal possui soberania; e) Atribuições 
definidas por meio de distribuição de competências; f) A cada esfera de competências será 
atribuído renda própria; g) Os cidadãos do Estado que adere à federação adquirem a cidadania 
19 
 
do Estado Federal e perdem a anterior; h) O poder político é compartilhado pela União e pelas 
unidades federadas. 
No entanto, essa forma de se constituir o país (o meio federativo) se espalhou por 
diversos países passando por diversas alterações para corresponder às suas necessidades e 
realidades materiais inspirados em sua grande maioria pela Constituição Americana de 1787, a 
qual criou o modelo federativo de Estado. 
No caso do federalismo brasileiro, o processo ocorreu de forma distinta dos Estados 
Unidos da América, a qual foi de maneira centralizadora (de baixo para cima), o processo 
brasileiro ocorreu de maneira de cima para baixo, ou seja, por segregação, por meioda 
descentralização e garantia da autonomia política a três esferas governamentais (União, Estados 
e Municípios), sendo que a maioria dos países acordam em dois níveis governamentais. 
Com o advento da Carta Política Brasileira de 1988, estabelecendo alto grau de 
descentralização política, administrativa e fiscal, garantindo diversidade de instrumentos de 
concretização e fixação de direitos fundamentais. Como é apresentado desde o artigo 1º até 36 
da Constituição Republicana, definindo a descentralização político-administrativa entre a 
União, Estados, Distrito Federal e os Municípios, a indissolubilidade do pacto-federativo, a 
soberania do Estado brasileiro, a sua forma republicana, o sistema representativo, o regime 
democrático, etc., assim como, do artigo 145 até 169 define o grau de descentralização tributária 
e financeira. 
A autonomia financeira dos membros do Estado Federado e o equilíbrio político fiscal 
das unidades são fundamentais para a garantia do pacto federativo, fixado na Carta Magna, em 
virtude de garantir o fornecimento das condições mínimas para os entes políticos cumprirem as 
suas atribuições e fornecer bens e serviços públicos básicos locais, assim, podemos entender 
como federalismo fiscal como os objetivos determinados por meio das atribuições e as receitas 
às entidades federadas (GOLDBERG, 2004, p. 17). 
Ainda com o advento da Constituição da República de 1988, o federalismo político 
fiscal brasileiro passou a ter o aspecto cooperativo, também chamado de solidário ou de 
integração (OLIVEIRA, 2014, p.66), para que os entes federativos hajam de forma integrativa 
e cooperativa com suas políticas públicas para alcançar a igualdade fática entre regiões, ou seja, 
como supracitado alcançar o equilíbrio político fiscal entre os entes federativos. Argumenta-se, 
em detrimento do artigo 3º e seus incisos da Constituição Republicana o qual constitui os 
objetivos fundamentais da República Federativa Brasileira: 
 
20 
 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o 
desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e 
reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, 
sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas 
de discriminação. 
 
Os objetivos fundamentais constitucionais devem ser o vetor principal das políticas 
públicas brasileiras e aquelas que o Brasil fazer parte no âmbito internacional para benefício 
interno do país, assim, no que tange as políticas internas, dentre elas o ICMS Ecológico, deve 
buscar alcançar todos os objetivos citados pelo artigo 3º da Constituição Federativa 
Republicana Brasileira. 
A Constituição da República colocou que os entes federativos devem coexistir a partir 
da cooperação federal e superação das desigualdades regionais, de forma a promover a 
restauração das estruturas federais do Brasil (BERCOVICI, 2003). Dessa maneira, importante 
ressaltar que o federalismo cooperativo se retoma aos princípios da solidariedade e equidade de 
condições de vida, a correta distribuição de recursos entre as unidades federativas de forma que 
possam custear a promoção de serviços públicos iguais em toda a Federação e agregar na 
redução das desigualdades regionais pertinentes no Brasil. 
Conforme Lênio Luiz Streck (2004, p. 164-165), a partir da construção da semiótica 
jurídica (ou seja, a partir do discurso jurídico), o Estado Democrático de Direito Brasileiro é 
criado para ir além dos limites do Estado Social de Direito, alocando um expoente quadrático 
ao introduzir o termo “Democrático”, oportunizando a aplicação da democracia e dos direitos 
fundamentais por meio de diversas ferramentas, as quais somente são possíveis sobre a 
principiologia do Estado Democrático de Direito. 
Como explanado por José Maurício Conti (2001, p. 35-38) a realidade do atual modelo 
do sistema fiscal brasileiro (tributário e financeiro) é misto, em razão da existência de variadas 
formas da repartição das receitas públicas e do produto arrecadado (por exemplo, ICMS). A 
repartição das fontes das receitas está definida a partir dos artigos 153 até 156 da Constituição 
da República, as quais determinam as competências legislativas para instituir tributos próprios 
às unidades federativas, no entanto, a discriminação pelo produto decorre da participação das 
entidades federativas na arrecadação de determinado tributo, por meio das transferências 
intergovernamentais ou fundos constitucionais (artigos 157 a 159 da Constituição da 
República), empregando o aspecto cooperativo ao pacto federativo (PAMPLONA, 2016, p. 
164). 
As transferências intergovernamentais obrigatórias e redistributivas dos Estados, 
Distrito Federal e Municípios são uma das formas de se efetivar materialmente os objetivos 
21 
 
constitucionais as quais consistem em repasses de receitas entre as entidades federativas do 
país, assim, indo além das atribuições de competências tributárias aos entes federados. No 
entanto, somente uma correta distribuição de recursos entre os entes federados pode garantir o 
saneamento das despesas, desde que haja o devido acesso a esses recursos necessários 
(OLIVEIRA, 2014, p. 65). 
Uma vez que as transferências intergovernamentais devem alcançar os objetivos 
fundamentais da República Federativa do Brasil, no art. 3º da Constituição da República, as 
mesmas possuem uma função social, não podendo ser compreendidas como um simples meio 
técnico, mas, principalmente, como meio de estratégia social para efetivação das políticas 
públicas à luz dos direitos fundamentais (PAMPLONA, 2016, p. 165), e dentre elas o objetivo 
maior o qual garante todos os direitos presentes e futuros, ou seja, os direitos intergeracionais. 
 
2.2 TRANSFERÊNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS 
 
Os sistemas de transferências intergovernamentais nos mais diversos países possuem 
distintas características, variando de um para outro, porém, possuem objetivos semelhantes 
dentre elas a equalização fiscal entre as unidades federativas ou a redução das desigualdades 
regionais (ASSUNÇÃO, p.2-14). 
Para Oates (1999) e Stiglitz (1980), o sistema de transferências intergovernamentais 
atentará para quatro finalidades: internalização de externalidades e outras jurisdições; melhoria 
do sistema tributário como um todo; correção de ineficiências na oferta de equilíbrio de bens 
públicos locais; e equalização entre as jurisdições (PAMPLONA, 2016, p.166). 
As transferências intergovernamentais redistributivas são instrumentos de suma 
importância para se equalizar fiscalmente, buscando reduzir as distorções de capacidade 
financeira entre as unidades federativas para cumprimento de suas responsabilidades, 
aproximar as receitas tributária per capita (REZENDE, 2006, p.15), dentre elas o atendimento 
das necessidades públicas com o cumprimento dos direitos fundamentais individuais e sociais. 
Conforme Aglas Watson Barrera e Maria Liz de Medeiros Roarelli (1995, p.130 apud 
PAMPLONA, 2016, p. 167) uma das razões da existência do sistema de transferências 
intergovernamentais estão na “existência de desigualdades na distribuição funcional e espacial 
dos benefícios do crescimento econômico, as quais acabam determinando diferenças na 
capacidade de arrecadação e auto funcionamento entre as unidades federativas”. 
A União concentra de maneira significativa a competência tributária prevista na 
Constituição da República, resultando na concentração tributária, arrecadando 70% dos 
22 
 
recursos tributários (REZENDE, 2006, p.42-43; PRADO, 2006, p. 187), entretanto, a carga 
tributária desequilibrada com relação aos demais entes não é o único ponto resultante do 
desequilíbrio fiscal, no entanto, fazer com que todos as unidades da federação apresentem a 
mesma receita tributária é de difícil visibilidade dado as peculiaridades de população, 
economia, geografia, cultura, história, dentre outras característicaspertinentes de cada unidade 
federativa. Não podendo olvidar da necessidade da redistribuição horizontal, a qual visa 
solucionar ao problema da equidade, e vertical, envolvendo o ajuste dos recursos aos encargos 
(PRADO, 2006, p. 173). 
Outros fatores geradores são o mau investimento e a não distribuição racional dos 
recursos (OLIVEIRA, 2011, p. 318-322), ou seja, pode ser que um ente federativo gastou mais 
do que arrecadou, de maneira desnecessária, ou não fez o gasto no tempo correto e houve a 
necessidade do aumento do gasto com determinada despesa pública e a unidade no momento 
presente não possuía recursos para custear tamanha despesa. Enquanto o desequilíbrio 
horizontal nasce, principalmente, das distorções da capacidade econômica, dos sistemas 
políticos jurisdicionais e da qualidade técnica e ética da burocracia pública (PRADO, 2006, p. 
193). 
 É de suma importância sanar ao mesmo tempo os desequilíbrios verticais e 
horizontais, para que se possam cumprir os princípios basilares do Direito Financeiro da 
economicidade e isonomia fiscal. Porém, sanar apenas o desequilíbrio horizontal ou vertical 
sem sanar o outro com as disparidades de capacidade fiscal entre os entes de um mesmo nível 
governamental, significa não cumprir com a isonomia fiscal e mascarar a existência de 
desigualdades entre entidades subnacionais no que tange nas capacidades potenciais 
econômicas e à capacidade de competição econômica e de arrecadação própria de receita, para 
que se possa resultar no crescimento da quantidade e qualidade de oferta de serviços públicos 
locais (DUARTE; GERARD et al., 2009). 
Para se concretizar o Estado Democrático de Direito brasileiro pode-se utilizar as 
transferências intergovernamentais, pois as mesmas se apresentam como caminho para 
promulgação do planejamento de política nacional, estadual e municipal de desenvolvimento, 
para os governos agirem e atenderem as demandas sociais, econômicas e ambientais alcançando 
os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil previstos nos incisos do art. 3º da 
Carta Magna. 
 
2.3 AS TRANSFERÊNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS E OS MUNICÍPIOS 
 
23 
 
Como apresentado, o sistema de transferências intergovernamentais é um composto 
extremamente importante para o federalismo político fiscal cooperativo, tendo apenas uma 
parte do valor arrecadado pelo ente federativo, mediante a sua competência tributária atribuída 
pela Constituição da República, fica em definitivo em seu cofre para ser utilizado em sua 
concepção discricionária no atendimento das necessidades públicas, norteado pelo art. 3º da 
Constituição da República, pelo motivo de que dentro da própria Constituição fará o ente 
federativo partilhe entre as pessoas jurídicas de direito público interno. Assim, buscando a 
divisão do bolo tributário de forma equilibrada entre as unidades federativas (OLIVEIRA, 2014, 
p. 67). 
Nos artigos 157 a 159 da Carta Magna, o legislador constituinte instituiu diversas 
transferências intergovernamentais, de natureza obrigatória não permitindo a discricionariedade 
do ente arrecadador de fazer escolhas de como fazer a partilha do seu bolo tributário, da União 
aos Estados, e dos Estados aos Municípios, com o intuito de compensar economicamente e 
financeiramente a fragilidade dos Estados e Municípios (OLIVEIRA, 2014, p. 68). 
De acordo ao art. 157 da Constituição da República pertencem aos Estados-membros 
e ao Distrito Federal: 
 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de 
qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer 
título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e 
mantiverem; II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a 
União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, 
I. 
 
De acordo com o art. 158 da Constituição da República, pertencem aos municípios: 
 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de 
qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer 
título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e 
mantiverem; II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto 
da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles 
situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, 
§ 4º, III; III - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do 
Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus 
territórios; IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto 
do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre 
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação. 
 
Os municípios são os maiores beneficiados das transferências intergovernamentais 
obrigatórias, seja recebendo recursos advindos do Estado ou da União, diferente dos Estados 
24 
 
que apenas recebem recursos advindos da União, ambos recebem com o intuito de reduzir a 
fragilidade econômico-financeira em que os mesmos se encontram. 
Ao se analisar a competência tributária dos Municípios os quais estão previstos no art. 
156 da CR se encontra nos incisos I, II e III os impostos que o Município pode instituir: I - 
propriedade predial e territorial urbana (IPTU); II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, 
por ato oneroso, de bens imóveis (ITBI), por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre 
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; III - serviços de 
qualquer natureza (ISS), não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. 
Assim, passando a ter necessidade de receber transferências estaduais e federais, em virtude da 
baixa arrecadação dos tributos próprios, com exceção de capitais e alguns municípios mais 
populosos, porém não é a realidade da maioria dos Municípios Brasileiros. 
Dessa maneira, as transferências se tornam compensações por não poderem tributar 
sobre mais fatores, devido serem de competência de outras unidades federativas tributarem, 
resultando em uma grande dependência das transferências intergovernamentais, assim, de 
acordo com Marcos Mendes, Rogério Barueri Miranda e Fernando Blanco Cosio (2008, p. 26): 
 
No caso dos governos municipais, a alta dependência de receitas de 
transferências é generalizada. Apenas os municípios mais populosos exibem 
receitas tributárias e outras receitas correntes um pouco mais significativas. 
Nos municípios com até 50 mil habitantes, que representam 88% do total de 
governos locais, a dependência em relação às transferências supera 80% da 
receita total. 
 
Além do mais, os Municípios brasileiros ainda precisam arcar com a alta carga dos 
gastos públicos e uma minoria detém uma dívida pública relevante, de maneira a mostrar que 
poucos municípios possuem capacidade de promover o desenvolvimento local (OLIVEIRA, 
2014, p. 71), a título exemplificativo será demostrado pela figura a seguir a situação que os 
municípios se encontraram com relação aos seus recursos (receitas públicas) para sanar as 
necessidades públicas (gastos públicos). 
Figura 1: Despesas e receitas da união, dos estados e dos municípios: 2002 e 2003. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaborado por Karla Pamplona, 2014. Conforme os dados do IBGE 2001-2002 e 2002-2003. 
 
25 
 
Como observado pela figura acima, os Municípios do Brasil não conseguiram sanar as 
suas despesas nos anos de 2001 e 2002, havendo aumento das despesas públicas proporcional 
e quantitativamente maior com relação ao aumento das receitas públicas, fazendo-os agirem no 
déficit público, sendo a exceção da regra os Municípios mais populosos e as capitais, como já 
explanado por Adriano Oliveira (2014, p. 71). 
Em detrimento da impossibilidade do próprio Município de promulgar o 
desenvolvimento local, e consequentemente o sustentável, as transferênciasintergovernamentais deverão buscar o objetivo do desenvolvimento sustentável, assim será 
apresentado em diante como as transferências intergovernamentais são uma estratégia para 
promulgação do desenvolvimento sustentável, por intermédio da política pública do ICMS 
Ecológico. 
 
2.4 ICMS ECOLÓGICO 
 
O ICMS Ecológico teve seus primórdios no ano de 1989, mas apenas entrou em vigor 
no Estado do Paraná no ano de 1992, a partir de um movimento por parte de alguns municípios 
paranaenses em conjunto ao poder estatal, em virtude desses municípios terem suas economias 
prejudicadas por causa das limitações ao licenciamento ambiental, dado o fato de alguns solos 
serem originados de mananciais de abastecimento para municípios vizinhos e por fazerem parte 
das unidades de conservação (LOUREIRO, 2002, p. 52-53). 
O ICMS Ecológico está adentrado da repartição do ICMS (no art. 158, inciso IV da 
CR) pertencendo aos Municípios 25% da arrecadação do Estado sobre as operações relativas à 
circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal e de comunicação, no parágrafo único dispõe sobre as parcelas de receita 
pertencentes aos Municípios, mencionadas no inciso IV, serão creditadas conforme os seguintes 
critérios: 75%, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à 
circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios; II - até 
25%, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos Territórios, lei federal, sendo 
nesse segundo requisito aonde nasceu e reside o ICMS Ecológico. 
Dos 25% de ICMS pertencentes aos municípios: 75% serão distribuídos pelo critério 
do Valor Adicional Fiscal1, ou seja, os municípios que mais circularam mercadorias, melhor 
 
1 Mais informações a respeito do VAF no art. 3º da LC 63/90, podendo encontrar no anexo A. 
26 
 
explanando, os mais desenvolvidos capazes de contribuir mais para o Estado arrecadar ICMS 
receberão mais recursos das transferências obrigatórias do ICMS, os que contribuíram menos 
receberão menos, caso não tenham contribuído não receberão, os outros 25% ficam a critério 
do Estado definir como fará o rateio (TUPIASSU, 2006, p.190-191). 
 
Figura 2: Distribuição de ICMS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco. Disponível em: 
http://www.tce.pe.gov.br/internet/index.php/residuos-solidos. Data de acesso: 14/06/2016. 
 
No primeiro momento buscou-se o posicionamento de compensar esses municípios 
pelo custo da oportunidade perdida, gerada em função naquele momento da criação de unidades 
de conservação e reservas de mananciais hídricos, resultando em custo oneroso para o 
município arcar, ainda, com as necessidades públicas2, sofriam restrições nas suas economias 
em virtude das áreas de conservação estatal e federal, além de não poderem usufruir dos solos 
para fomentar a sua economia, consequentemente, receberiam menos transferências 
obrigatórias do ICMS por meio do VAF. 
Em razão do baixo VAF (Valor Adicional Fiscal), somente sendo alto se o município 
tivesse uma grande circulação de mercadorias, caso que não acontece com os pequenos 
 
Art. 3º 25% (vinte e cinco por cento) do produto da arrecadação do Imposto sobre Operações relativas à Circulação 
de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação 
serão creditados, pelos Estados, aos respectivos Municípios, conforme os seguintes critérios: 
I - 3/4 (três quartos), no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de 
mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios; 
II - até 1/4 (um quarto), de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos territórios, lei federal. 
§ 1o O valor adicionado corresponderá, para cada Município: 
 I – ao valor das mercadorias saídas, acrescido do valor das prestações de serviços, no seu território, 
deduzido o valor das mercadorias entradas, em cada ano civil; 
II – nas hipóteses de tributação simplificada a que se refere o parágrafo único do art. 146 da Constituição 
Federal, e, em outras situações, em que se dispensem os controles de entrada, considerar-se-á como valor 
adicionado o percentual de 32% (trinta e dois por cento) da receita bruta. (Grifo nosso) 
2 Necessidades públicas, em conceito amplo, é tudo aquilo que cabe ao Estado prover, devido a uma decisão 
política, a qual será inserida no ordenamento jurídico (OLIVEIRA, 2011, p. 75). 
http://www.tce.pe.gov.br/internet/index.php/residuos-solidos
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art146
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art146
27 
 
municípios, ficando a mercê da dependência das transferências intergovernamentais, 
principalmente da União e do Estado que ela faz parte, além de alguns casos de outros 
municípios, por meio de acordos, termos de adesão, contratos, os quais são resultados da 
barganha política. Entretanto, com os bons resultados alcançados após a implantação dessa 
política pública, a mesma evoluiu para ser um mecanismo incentivador de preservação 
ambiental, de maneira que resultou como referência para os demais Estados da República 
aderindo à política pública do ICMS Ecológico. 
Vale ressaltar de que os critérios por mais que sejam classificados como compensador 
ou incentivador, a definição de sua característica dependerá do caso concreto, ou seja, um 
município pode haver sofrido restrição para atividade econômica em razão da criação de uma 
unidade de conservação estadual ou federal e o ICMS Ecológico entrega recursos para os 
municípios que possuírem áreas de unidades de conservação, nesse caso será compensador. No 
entanto, caso o município não tenha unidade de conservação e decide criar ou já tinha de livre 
e espontânea vontade, nesse caso será incentivador, de forma para o Município continue com 
essa prática. Entretanto, pode ao mesmo tempo ter as duas características, por exemplo, o 
município que já possuía uma unidade de conservação estadual ou federal e passa a criar mais 
unidades de conservação, porém nesse momento essas novas são municipais, com a finalidade 
de aderir mais recursos advindos da política do ICMS Ecológico. 
A política em razão de sua evolução, relevância e eficácia, foi sendo aderida pelos 
demais Estados da federação, como será demonstrado na tabela a seguir os Estados que vem 
aderindo e criando políticas inspiradas pela política do ICMS Ecológico Paranaense. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
Tabela 1: Ano de adesão ao ICMS Ecológico 
Estado Ano 
Paraná 
São Paulo 
Minas Gerais 
Rondônia 
Amapá 
Rio Grande do Sul 
Mato Grosso 
Mato Grosso do Sul 
Pernambuco 
Tocantins 
Ceará 
Rio de Janeiro 
Acre 
Paraíba 
Pará 
Piauí 
1991 
1993 
1995 
1996 
1996 
1998 
2001 
2001 
2001 
2002 
2007 
2007 
2010 
2011 
2012 
2012 
Fonte: Tabela elabora pelo autor com base nos dados de pesquisa de SILVA e LIMA (2014). 
 
Como apresentado pela supra tabela, não necessitou de muito tempo para demais 
Estados aderirem a respectiva política, começando por São Paulo e os últimos a aderirem, no 
ano de 2012, os Estados do Pará e Piauí. No entanto, ainda não foi aderida de maneira nacional, 
faltando os seguintes Estados ingressarem, como: Santa Catarina, Espírito Santo, Goiás, 
Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Roraima e Amazonas. 
De maneira geral a política trata, de acordo com as palavras de Wilson Loureiro (2002, 
p. 56): 
 
O ICMS Ecológico trata da repartição dos recursos financeiros a que os 
municípios têm direito, utilizando para tal o critério que induz à ação pela 
conservação ambiental. No caso paranaense, os critérios têm foco nosmananciais de abastecimento e nas unidades de conservação, mas em outros 
Estados onde o ICMS Ecológico foi ou está sendo implementado, ou debatido, 
além dos critérios citados, outros estão na ordem do dia, tais como a coleta e 
destinação final do lixo, instituição de política municipal do meio ambiente, 
patrimônio histórico e cultural, combate ao fogo e controle de queimadas, 
conservação dos solos, entre outros. 
 
Essa política tem como principal característica econômica o “jogo de soma zero” 
(JOÃO, 2004, p. 89), ou seja, o cidadão contribuinte não precisa contribuir com um imposto 
denominado ICMS Ecológico para ser beneficiado. Pelo fato de ser a divisão dos recursos 
(tributos) arrecadados pelo respectivo Estado com destinação aos critérios ecológicos ou 
socioambientais (quando não apenas houver critérios ambientais, também sociais e/ou 
econômicos, como por exemplo: educação, saneamento básico, saúde, preservação do 
patrimônio cultural, PIB per capita, receita tributária per capita, etc), estando de acordo com os 
29 
 
percentuais de arrecadação determinados em lei. Ao estudar percebe que o intuito não é fiscal 
(arrecadatório), mas em sua essência objetivo é extrafiscal, ou seja, não se busca arrecadar 
tributos, mas sim, incentivar uma prática específica, nesse caso a preservação ambiental. 
Ganhando status de principal prática compensatória ou de incentivo da preservação ambiental 
no Brasil, na atualidade. 
Para Chomitiz (1999 apud Neto, 2000, p.43): 
 
Uma das intenções mais importantes do ICMS Ecológico é contrapor a 
percepção local de que as áreas protegidas reduzem a possibilidade de geração 
de receitas para o município. Ele dá ao município um incentivo para a criação 
e manutenção de áreas protegidas, ao invés de permitir a expansão de 
atividades pouco interessantes, tanto do ponto de vista ambiental, quanto 
econômico. 
 
Como o desenvolvimento3 é um objetivo constitucional e a preservação ambiental4 é 
um direito coletivo difuso também previsto na Constituição da República, o Estado busca 
alcançar os dois objetivos por meio dessa política pública, ou seja, age de maneira indireta para 
se alcançar a disposição constitucional, além de intervir nas economias locais, assim, por meio 
dos critérios adotados terão amplo poder de indução econômica extrafiscal (TUPIASSU, 2004, 
p.191; STELO, 2009, p.117-118). 
Diferente das sociedades empresariais cuja natureza da grande maioria seja de capital, 
as quais almejam o acúmulo de capital (lucro), o objetivo da política é alcançar o equilíbrio 
político fiscal (redução das desigualdades de uma Unidade Federativa com a outra e tratamento 
igualitário dentre as mesmas, ou seja, isonomia horizontal e vertical) entre as Unidades 
Federativas Brasileiras, assim, reduzindo as desigualdades artificialmente existentes 
(desigualdades criadas pela atividade do homem como indivíduo e sociedade) e as naturalmente 
existentes (condições naturais que geram empecilhos, mas não sendo impossível de ser 
contornado ou adaptado para se alcançar o desenvolvimento a demais locais), as quais podem 
causar os mais diversos impedimentos para o desenvolvimento nacional, evidente para se 
alcançar o objetivo macro disposto pela Constituição, existindo a necessidade de iniciar a partir 
 
3 Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: II- garantir o desenvolvimento 
nacional 
4Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial 
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para 
as presentes e futuras gerações. 
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: VI - promover a educação ambiental 
em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; 
30 
 
de aspecto menor, assim sendo, primeiramente os municípios. Resultando como destaque a 
justiça fiscal. 
2.5 ICMS SOCIOAMBIENTAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO 
 
O Estado de Pernambuco instituiu a sua política pública do ICMS Ecológico por 
intermédio da Lei nº 11.899 em dezembro do ano de 2000, porém denominada de ICMS 
Socioambiental em detrimento de haver não apenas critérios ambientais como também critérios 
sociais e econômicos. 
Dentro de uma década a Lei passou por diversas alterações5 (redistribuindo as 
porcentagens de distribuição e criando demais critérios de repartição ambientais e sociais) 
sendo a última pela Lei nº 14.529 no ano de 2011, podendo ser verificado também no Anexo 
B, fazendo uma redistribuição dos recursos e deixando critérios que não existiam na origem da 
política pública no ano de 2000. Os critérios atuais são: 
Unidades de conservação - 1% (um por cento), com base no índice de conservação 
do respectivo Município, fornecido pela CPRH, considerando a área da unidade de 
conservação, a área do Município, a categoria de manejo e, a partir de 2005, também, o grau de 
conservação do ecossistema protegido, observada a legislação pertinente6; 
Resíduos sólidos - 2% (dois por cento), a serem distribuídos aos Municípios que 
tenham, no mínimo, licença prévia de projeto, junto à CPRH, de Sistemas de Tratamento ou de 
Destinação Final de Resíduos Sólidos, mediante, respectivamente, Unidade de Compostagem 
ou de Aterro Sanitário, proporcionalmente à população do Município e ao estágio de evolução 
do processo de implantação dos sistemas, de acordo com critérios estabelecidos em decreto do 
Poder Executivo7; 
Saúde - 3% (três por cento), a serem distribuídos conforme os seguintes subcritérios: 
➢ 2% segundo o critério de mortalidade infantil, considerando-se que, quanto 
menor o coeficiente de mortalidade infantil do Município, maior sua participação 
no percentual aqui previsto; 
 
5 A primeira lei a criar a política foi a Lei nº 11.899/2000, sendo seguido pela Lei nº 12.432/2003, depois a 
13.368/2007, prosseguida pela Lei nº 13.931/2009 e por fim a Lei nº 14.529/2011 que se encontra como lei em 
vigor, definindo os critérios de repartição do ICMS Socioambiental Pernambucano. 
6Art. 2º, II, 2.1 da Lei nº 10.489, de 02 de outubro de 1990. 
<https://www.sefaz.pe.gov.br/Legislacao/Tributaria/Documents/legislacao/Leis_Tributarias/1990/Lei10489_90.
htm>, data de acesso 01/10/2016. 
7Art. 2º, II, 2.2 da Lei nº 10.489, de 02 de outubro de 1990. 
<https://www.sefaz.pe.gov.br/Legislacao/Tributaria/Documents/legislacao/Leis_Tributarias/1990/Lei10489_90.
htm>, data de acesso 01/10/2016. 
https://www.sefaz.pe.gov.br/Legislacao/Tributaria/Documents/legislacao/Leis_Tributarias/1990/Lei10489_90.htm
https://www.sefaz.pe.gov.br/Legislacao/Tributaria/Documents/legislacao/Leis_Tributarias/1990/Lei10489_90.htm
https://www.sefaz.pe.gov.br/Legislacao/Tributaria/Documents/legislacao/Leis_Tributarias/1990/Lei10489_90.htm
https://www.sefaz.pe.gov.br/Legislacao/Tributaria/Documents/legislacao/Leis_Tributarias/1990/Lei10489_90.htm
31 
 
➢ 1% (um por cento), segundo o critério de quantidade de equipes no Programa 
Saúde na Família - PSF, sendo quanto maior o número de equipes responsáveis 
Programa, existentes no Município, conforme informações fornecidas pela 
Secretaria de Saúde do Estado, em relação à sua população, maior sua participação 
no percentual aqui previsto; 
Educação – 10% (dez por cento), a serem distribuídos com base nos seguintes 
subcritérios: 
➢ 1% (um por cento), considerando-se que, quanto maior o número de matrículas 
de crianças na Educação Infantil - Creches, em sua rede municipal, maior a sua 
participação, conforme informações divulgadas pelo Censo Escolar do INEP/MEC; 
➢ 2% (dois por cento), considerando-se que, quanto melhor a proficiência no 3º 
(terceiro) ano do Ensino Fundamental no Sistema de Avaliação Educacional 
de Pernambuco - SAEPE do Município,maior será sua participação no 
percentual aqui previsto, desde que o resultado seja superior ao realizado no ano 
anterior, observado o quantitativo mínimo de participação de alunos na avaliação, 
conforme o previsto em Portaria da Secretaria de Educação; 
➢ 2% (dois por cento), considerando-se que, quanto maior o Índice de 
Desenvolvimento da Educação de Pernambuco - IDEPE do Município, 
relativamente à sua rede, maior sua participação no percentual aqui previsto, desde 
que o resultado seja superior ao do ano anterior, observado o quantitativo mínimo 
de participação de alunos na avaliação, conforme o previsto em portaria da 
Secretaria de Educação; 
➢ 5% (cinco por cento), considerando-se que, quanto maior o número de 
matrículas no Ensino Fundamental, relativamente aos anos finais, em sua rede 
municipal, maior a sua participação, desde que o resultado do IDEPE da sua rede 
seja superior ao do ano anterior, observado o quantitativo mínimo de participação 
de alunos na avaliação, conforme o previsto em portaria da Secretaria de Educação; 
Receita Tributária Própria - 1% (um por cento), a ser distribuído com base no 
critério relativo à considerando-se a sua participação relativa na arrecadação “per capita” de 
tributos municipais de todos os Municípios do Estado, com base em dados fornecidos pelo 
Tribunal de Contas do Estado; 
Proporcional ao PIB “per capita” - 3% (três por cento), a serem distribuídos de 
forma inversamente proporcional com base em informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística - IBGE; 
32 
 
Segurança - 3% (três por cento), a serem distribuídos com base nos seguintes 
subcritérios: 
➢ 2% (dois por cento), segundo o critério relativo ao número de Crimes Violentos 
Letais Intencionais - CVLI, por 100.000 (cem mil) habitantes ocorridos no 
Município, conforme informações fornecidas pela Secretaria de Defesa Social do 
Estado, considerando-se que quanto menor o número desses crimes maior sua 
participação no percentual aqui previsto; 
➢ 1% (um por cento), segundo o critério relativo aos Municípios que sediem ou 
venham a sediar presídios e penitenciárias, com número de vagas oficiais 
superior a 300 (trezentas), e/ou unidades da Fundação de Atendimento 
Socioeducativo - FUNASE, com número mínimo de 60 (sessenta) reeducandos, 
considerando-se a participação relativa de cada Município no número total 
equivalente à soma de detentos e/ou reeducandos do Estado, com base em dados 
fornecidos pela Secretaria Executiva de Ressocialização - SERES e pela Secretaria 
da Criança e da Juventude do Estado; 
Possuam usinas de reciclagem de lixo - 1% (um por cento), reconhecidas pela 
Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - CPRH; 
Áreas de proteção de mananciais - 1% (um por cento), preservados de rios em seu 
território reconhecidas pela CPRH. 
Em síntese, segue a gráfico demonstrando a repartição dos recursos do ICMS 
Socioambiental do Estado de Pernambuco com base na Lei nº 14.529/2011. 
 
Gráfico 1: Distribuição do ICMS Ecológico de acordo com a Lei nº 14.529/2011 
 
Fonte: Autoria Própria com base na legislação Estadual Pernambucana nº 14.529/2011 (2016). 
1%
2%
3%
10%
1% 1% 1%
3% 3%
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
Lei Estadual Pernambucana nº 14.529/2011
Distribuição ICMS
Socioambiental
33 
 
Nos estudos sobre essa política pública do Estado de Pernambuco tem se dado mais 
atenção nos critérios definitivamente ambientais, os quais são as Unidades de Conservação e a 
reciclagem de Resíduos Sólidos, no caso dos Mananciais ainda não houve estudos, além de não 
haver dados específicos quanto a esse critério, apenas há dados de repartição do ICMS 
Socioambiental nos outros dois critérios ambientais citados. 
Ao analisar a participação dos municípios por intermédio dos critérios ambientais 
percebe a concentração de repartição, dentro do Estado de Pernambuco existem 184 municípios 
e menos da metade se submete à política, no intervalo de 2007 a 2011, como se demonstra na 
figura. 
 
Figura 3: Municípios de Pernambuco contemplados com ICMS Ecológico 
 
Fonte: SILVA e LIMA, 2014. 
 
Quanto aos critérios sociais e econômicos expostos pelo ICMS Socioambiental não há 
dados específicos disponibilizados pela SEFAZ-PE e pelo TCE-PE. 
Apesar da relevância dos estudos no que tange aos critérios ambientais, no presente 
estudo será analisado especificamente sobre a distribuição por meio do critério do 
“inversamente proporcional ao PIB per capta, o qual disponibiliza a quantia de 3% (três por 
cento) da cota parte disponíveis do ICMS, correspondente ao ICMS Socioambiental, o qual 
utiliza como base de distribuição os dados divulgados pelo IBGE. 
Os estudos colhidos e dados demonstram a necessidade de se realizar um estudo 
específico sobre o critério do PIB per capita, em detrimento de sua relevância em questões de 
valores dos recursos a serem distribuídos para os municípios, além de necessitar averiguar se o 
34 
 
mesmo alcança os objetivos da República Federativa do Brasil (dentre eles o objetivo da política 
pública de alcançar o Desenvolvimento Sustentável). 
Por fim, não há nenhum estudo específico a respeito desse critério, sendo esse trabalho 
pioneiro para averiguar a aplicação do critério se coloca como cabível na respectiva política 
pública, além de confirmar ou não se a mesma está alcançando os objetivos constitucionais da 
República Federativa do Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
3 PIB PER CAPITA E SUAS FUNÇÕES 
 
Neste capítulo será analisado o instituto do PIB per capta, tendo em vista que este 
perfaz-se objeto central do critério adotado pela legislação pernambucana do ICMS 
Socioambiental, sendo indispensável tal análise para o desenvolvimento do presente estudo. 
 
3.1 PRODUTO INTERNO BRUTO – PIB 
 
Para uma adequada compreensão do instituto do PIB per capita, faz-se necessário 
esclarecer acerca do PIB. 
O PIB (Produto Interno Bruto) faz parte, dentro do estudo das Ciências Econômicas, 
da Macroeconomia (objetivando explanar as mudanças que ocorrem dentro do cenário 
econômico, afetando as famílias, empresas, governos e mercados, como as: inflações, 
desemprego e crescimento econômico), de maneira específica a área da Contabilidade Social 
ou Nacional, sendo o PIB uma forma de medir a produção nacional, ou seja, a renda daquele 
país. 
 
3.2 SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DO PIB 
 
De acordo com Thomas Piketty (2014, p. 61-62) as primeiras formas de tentar medir 
a renda e o capital nacional8 começam ao redor do final do séc. XVII e início do séc. XVIII. 
Sendo que inicialmente os primeiros estudos tentavam medir o valor das terras de um país para 
a produção agrícola, sendo a principal forma de produção do período para a sociedade, assim, 
demonstrasse a intensa dependência do capital financeiro o qual se derivava da produção 
agrícola e do rendimento fundiário. Calcular a renda e riqueza nacional dos reinos demonstrava-
se a possibilidade de agregar mais receitas por meio do conjunto das propriedades e da riqueza 
produzida para que se aplicasse a tributação derivada da produção para a aplicação em todos, 
principalmente aos proprietários de terras. 
Ao fim do século XVIII, com a Revolução Francesa e a publicação Richesse 
territoriale du royaune de France (Riqueza territorial do reino da França) por Lavoisier em 
1789, o sistema fiscal elaborado a partir do fim dos privilégios da nobreza, taxa sobre a 
 
8 No século XVII ainda não existia a ideia de produto interno bruto, mas a renda e o capital nacional são pontos 
basilares que no futuro justificarão a formulação do PIB. 
36 
 
propriedade da terra e sobre a riqueza foi inspirado a partir de trabalhos que estimavam as 
receitas de novos impostos (PIKETTY, 2014, p. 62). 
Houve no século XIX uma revisão do cálculo pela Inglaterrapor volta dos anos de 
1870 a 1900 e na França no mesmo período demonstrou um aumento muito maior do que o 
esperado e comparado às demais momentos da história das duas nações, com o objetivo dos 
economistas da época de medir as riquezas e compará-las com os demais países, principalmente 
nos casos de Inglaterra e França, em detrimento da rivalidade franco-inglesa. Até a primeira 
Guerra Mundial (PIKETTY, 2014, p. 62). 
Somente após as duas Guerras Mundiais as contas nacionais começaram a ser 
elaborados com bases de tempo anuais. E em comparação ao período anterior à primeira Guerra 
Mundial à preocupação se relacionava ao trauma causado pela crise da bolsa de Nova York, em 
1930. Foi-se necessário criar novas formas de estimar a produção utilizando ferramentas 
políticas e estatísticas para que guiasse a atividade econômica e evitar as catástrofes de outrora, 
como por exemplo, a crise de 1930 (PIKETTY, 2014, p. 62-63). 
John Maynard Keynes, no ano de 1936, publicou o livro Teoria Geral com o objetivo 
de fazer a construção de um sistema de contas que pudesse medir a evolução dos agregados, a 
partir da teoria Macroeconômica, os quais são fundamentais para avaliar o desempenho 
econômico de um país, já que a teoria econômica dominante ao momento era a teoria 
neoclássica9, de orientação marginalista (PAULANI, 2012, p 76-77)10. 
 Como demonstrado às contas nacionais foram evoluindo e houve necessidade de uma 
nova adaptação para se medir as contas nacionais no séc. XXI. Assim, as agências de estatística 
dos países desenvolvidos, em conjunto aos bancos centrais, começaram a elaborar e publicar 
séries anuais correntes e sistemáticas sobre os estoques de ativos e passivos detidos, não sendo 
apenas do fluxo de renda e produção. No entanto, esses balanços são ainda imperfeitos, em 
virtude de o capital humano, natural e danos causados ao meio ambiente serem mal 
contabilizados (PIKETTY, 2014, p. 63). 
 
3.3 PIB: DEFINIÇÃO E COMPONENTES 
 
O PIB serve para medir, basicamente, duas variáveis: a renda total de todas as pessoas 
de uma determinada economia, assim como, a despesa total com os bens e serviços produzidos 
 
9 A época de dominância a teria “neoclássico” era chamada de “clássica”. 
10 No atual Brasil se aplica o modelo de contas de Keynes. 
37 
 
por ela. “Para a economia como um todo, a renda deve ser igual às despesas” (Grifo do autor 
– Mankiw, 2009, p. 196). Pelo fato de transações existirem entre o comprador e o vendedor. 
A quantidade final dessas transações monetárias se resulta no PIB, o qual pode ser 
medido pelo consumo das famílias ou as rendas totais pagas pelas empresas. Evidentemente 
que esse fluxo não é contínuo e de forma previsível, pelo fato das famílias não gastarem todas 
as suas rendas consumindo das sociedades empresariais bens e serviços disponíveis em uma 
economia, pois as mesmas fazem investimentos como: poupança, títulos do tesouro direto ou 
simplesmente guardando dinheiro nas suas casas ou em contas correntes bancárias, além do 
pagamento dos impostos diretos. Sendo alguns bens e serviços consumidos pelo poder público, 
por meio de licitações ou dispensa dessa, ou por outras sociedades empresariais como consumo 
meio para disponibilizar outro produto ou serviço final. 
“Produto interno bruto (PIB) é o valor de todos os bens e serviços finais produzidos 
em um país, em um dado período de tempo. ” (Grifo do autor – MANKIW, 2009, p. 198). A 
partir dessa definição se percebe que não há distinção de produtos, se houve, por exemplo, a 
compra de uma bicicleta ou a prestação de um serviço de limpeza, não há separação, ambos 
serão contabilizados e somaram para resultar no PIB, incluindo todos os produtos produzidos 
dentro de uma economia e comercializados legalmente. 
Verifica-se, desta forma, que o computo do PIB leva em consideração a produção 
ocorrida dentro da economia formal dos bens tangíveis e dos serviços intangíveis finais, não 
sendo contabilizado o insumo desses produtos, pois os mesmos já se incluem no preço final dos 
produtos, assim como também não são considerados a comercialização na economia 
subterrânea11 e na economia informal12, quais foram produzidos em um país 13 em determinado 
intervalo de tempo. 
As vendas feitas nos mercados informais, aquelas que não são tributadas quando são 
vendidas ao consumidor final ou em seu processo de produção, não porque são isentas ou 
imunes à tributação, mas porque agem fora da formalidade exigida pelo governo (fora do 
controle estatal), sendo uma característica muito forte nos países em via de desenvolvimento e 
os países pouco desenvolvidos, assim, dificultando o governo de fazer um estudo real da 
situação econômica do país com relação a quanto as famílias estão consumindo e quanto os 
 
11 Se refere as atividades que não são declaradas, por exemplo, não ser fiscalizado pelo fisco, não cumprir com as 
obrigações trabalhistas, não contribuir com o pagamento de tributos da espécie de contribuição, não incluindo 
atividades ilegais (PAULANI, 2012, p.158). 
12 Está ligada com atividades não formalizadas no sentido legal, por exemplo, a costureira do bairro, atividades 
realizadas por pessoas com a finalidade complemento da renda (PAULANI, 2012, p. 158). 
13 Podendo se realizar em um estudo de espaço geográfico menor, seja uma região, Estado, Município ou maior, 
um continente ou Bloco Econômico. 
38 
 
comerciantes estão vendendo, além daqueles bens e serviços produzidos de maneira artesanal 
ou caseira, não passando pela indústria e são comercializados livremente, não sendo exatamente 
produtos ilegais, mas apenas fora do controle estatal. 
Essa definição apenas explica aspectos gerais (totais) da economia (ou 
macroeconômicos), não explicando pontos menores, mais específicos, por exemplo, dentro da 
relação sociedade empresarial e consumidores, se há um maior aumento em um bairro ou de 
outro, de um grupo empresarial ou outro, além de não medir qualidade de vida, salvo se 
considerar qualidade de vida o quanto se consumi, nesse caso, o PIB será a melhor ferramenta. 
É de suma importância entender como se opera o cálculo do PIB. O PIB (será chamado 
de Y), o resultado da soma, composto por consumo (C), investimentos (I), gastos públicos ou 
compras do governo (G) e exportações líquidas (EL), a qual é diferença de exportações (X) 
menos importações (I): 
Y = C + I + G + EL 
Ou 
Y = C + I + G + (X –I) 
Como é apresentado isso é uma equação identidade, sendo a somatória de todas as 
variáveis supracitadas o PIB. 
Consumo – é a compra das famílias em bens e serviços, salvo o consumo de novas 
moradias, incluindo-se bens duráveis e não duráveis e serviços tangíveis e intangíveis, sendo a 
compra de serviços educacionais inclusos no consumo, além de ao longo do tempo passíveis de 
serem constantes com relação a determinados bens e serviços (MANKIW, 2009, p. 200; 
ROSSETTI, 2013, p. 758). 
Investimento – é o consumo de bens utilizados no futuro para produzir mais bens e/ou 
serviços. É o somatório dos consumos de bens de capital, estoques (são tratados dentro de 
investimentos pelo simples fato de fazer parte da produção do país dentro de um determinado 
período) e estruturas (imóveis residenciais novos), assim, a compra de uma casa nova é a única 
forma de investimento e não de consumo (MANKIW, 2009, p. 200). Nesse caso os fluxos de 
investimentos, diferentes do consumo, são voláteis e sujeitos a bruscas oscilações do mercado 
financeiro, assim, dependendo de um conjunto mais complexo de variáveis, ainda a depender 
do processo de tomada de decisão em relação a qual investimento deve ser aplicado, em função 
da avaliação de custos e benefícios (ROSSETTI, 2013, p. 758-759). 
Compras públicas ou gastos do governo – estão incluídos os gastos com bens e 
serviços dos governos municipais, estaduaise federais. Incluindo-se salários dos servidores e 
as despesas públicas (MANKIW, 2009, p. 201). Os gastos públicos estarão coligados a receita 
39 
 
tributária que o governo arrecadou no ano anterior e/ou arrecadará no ano em que aplicar os 
seus recursos, porém pode acontecer de o governo ter mais gastos do que receita, assim, agindo 
no déficit, como também ter mais recursos do que gastos, resultando em superávit, sendo que o 
governo possui três funções macroeconômicas: a) produção de bens e prestação de serviços 
públicos; b) equalização de renda e riqueza, de forma a corrigir os vícios de mercado da 
atividade dos agentes econômicos privados, assim, como os públicos a depender da finalidade; 
c) e estabilização da economia como um todo, em casos de estagnação, inflação ou estagflação 
(ROSSETTI, 2013, p. 766). 
Exportações líquidas – são os bens produzidos e serviços prestados pelos estrangeiros 
internamente no país (exportações) menos as compras internas de bens e serviços do estrangeiro 
(MANKIW, 2009, p. 202). As importações (I) representam as transferências de recursos (renda) 
ao exterior, como a forma de pagamento de bens e/ou serviços adquiridos pelas economias de 
outros países do Mundo, enquanto as exportações (X) são os gastos de recursos estrangeiros 
adentro do país de bens e/ ou serviços (ROSSETTI, 2013, p. 770). 
 
3.4 PIB REAL E NOMINAL 
 
PIB Nominal será quando se calcular o total do PIB apenas pelos preços vigentes em 
um determinado intervalo de tempo em um determinado lugar, ou seja, será a avaliação da 
produção a bens e serviços a preços correntes (MANKIW, 2009, p. 203). 
Em um exemplo hipotético, se o preço do sorvete o ano de 2013 é de R$ 3,00 (três 
reais) e são vendidos 10 (dez) sorvetes dentro de um ano na cidade de Belém, o resultado do 
PIB será de R$ 30,00 (trinta reais). Porém, no ano seguinte o preço do sorvete sobe em R$ 2,00 
(dois reais) por causa da inflação sobre o leite (que é o produto básico para a produção de 
sorvete) passando o preço do sorvete a ser de R$ 5,00 (cinco reais), e foram vendidos no ano 
de 2014 apenas 7 (sete) sorvetes, totalizará o PIB da cidade de Belém em R$ 35,00 (trinta e 
cinco reais). Nesse caso hipotético o deflator foi à inflação que fez o preço do leite subir, 
consequentemente o do sorvete também, percebe-se que houve aumento do PIB de um ano a 
outro, mas não houve aumento da produção dentro do exemplo, além da queda do consumo. 
PIB Real será quando houver o crescimento da produção sem o crescimento dos 
preços dos bens e serviços ou desconsiderado o deflator (podendo ser inflação, deflação, 
controle de preços pelo governo, dentre outros), ou seja, será a produção de bens e serviços a 
preços constantes (MANKIW, 2009 p. 204). 
40 
 
Ainda utilizando o exemplo supra explanado, se fosse desconsiderado o deflator 
(inflação sobre o leite) o preço seria de R$ 3,00 (três reais) com o total de vendas de 7 (sete) 
sorvetes, assim, totalizando o PIB da cidade de Belém no ano de 2014 em R$ 21,00 (vinte e um 
reais), dessa maneira havendo uma queda de produção do ano de 2013 para 2014 no equivalente 
a R$ 9,00 (nove reais), tecnicamente falando uma retração do PIB. 
 
3.5 PIB PER CAPITA 
 
O PIB per capta (Ypc) é o PIB (Y) dividido pelo número de habitantes (população – 
P) de um determinado espaço geográfico (GREMAUD, 2011, p.59). 
Ypc = Y/P 
Deve-se atentar que o PIB per capita é uma média, a qual representará a média da 
produção bruta da população de um país (GREMAUD, 2011, p.60). 
 Atualmente, o PIB per capita é uma das formas utilizadas para medir o grau de 
desenvolvimento econômico, assim, quanto maior for o PIB per capita de um país mais 
desenvolvido poderá ser considerado (GREMAUD, 2011, p.60). 
O PIB e o PIB per capita, que constam das Contas Nacionais, podem ser instrumentos 
para medir a totalidade das atividades econômicas. Sendo a Economia o campo que aloca os 
recursos escassos (meio ambiente) para fins ilimitados (necessidades e desejos humanos), ou 
seja, obter a máxima satisfação para as pessoas partindo de uma determinada quantidade de 
recursos (GREMAUD, 2011, p. 30-31). 
Com base em Aliomar Baleeiro (2015) as concepções das leis econômicas são 
aplicáveis amplamente à Ciência das Finanças. Sendo essa uma renovação do método pela 
concepção macroscópica dos estudos econômicos, ou seja, “(...) pela investigação global dos 
fatos na escala de toda uma economia nacional, abrangendo o setor privado e público. ” 
(BALEEIRO, 2015, p. 53). 
Sendo muito favorável pela ótica da Ciência das Finanças no momento da aplicação 
da Política Fiscal. A análise objetiva e subjetiva acentua problemas metodológicos da Economia 
com respaldo na Ciência das Finanças. Além de métodos de econometria (estatística aplicada 
às ciências econômicas) e conjunturista na criação de modelos e métodos (BALEEIRO, 2015, 
p. 53-54). 
No entanto, ao se fazer estudos demonstrasse claramente que o PIB e o PIB per capita 
são retrospectivos, ou seja, medem as variáveis positivas já realizadas da produção, despesa, 
poupança, investimentos, exportações, importações, dentre outros, em síntese, balanço 
41 
 
completo dos setores econômicos públicos e privados pretéritos. Podendo ser também 
prospectiva, no momento em que vai além das variáveis estáveis e tendências constantes para 
prever a conjuntura adiante, ou seja, seria necessário fazer um estudo mais profundo das 
tendências de cada variável a ser calculada pelo PIB, podendo fugir da realidade de atuação, 
trabalhando com variáveis que podem sofrer modificações a qualquer momento (BALEEIRO, 
2015, p. 54; MANKIW, 2009, p.200). 
Nessa linha, segue o entendimento de Aliomar Baleeiro (2015, p.55) afirmando os 
benefícios do uso desse tipo de visão adentro dos programas econômicos e financeiros: 
 
Graças à visão panorâmica da economia integral do país, através de várias 
contas, as autoridades responsáveis pela direção econômica e financeira 
encontram elementos de orientação, quer para o comando da conjuntura, quer 
para os programas de desenvolvimento. 
 
Entendendo que os gastos públicos são uma ótima forma de alterar a renda nacional e 
da conjuntura econômica, assim, o PIB de um país, permitindo que sejam integrantes delas os 
serviços industriais e os políticos administrativo, decorrentes das despesas públicas. Apurando 
melhor, com análise estatística, a complexidade da estrutura econômica de cada país, além de 
poder analisar as expectativas futuras dos negócios do setor privado e público. 
Como pode ser analisado a relação do PIB e do PIB per capita para os estudos 
financeiros é a possibilidade de estudar uma situação sobre uma ótica distinta, oportunizando 
debates sobre diferentes perspectivas para a tomada de decisões políticas, em razão de se 
averiguar os dados macroeconômicos e não o caso específico de cada componente, aonde seria 
o estudo de dados microeconômicos. 
Assim, serão apresentados dados passados (retrospectivos) sobre os acontecimentos 
na economia e tendências (prospectivas) de comportamento da economia e de todas as suas 
variáveis que venham a lhe intervir direta ou indiretamente. Com o objetivo de decidir aonde 
haverá os próximos gastos públicos, qual política pública será adotada, para fomentar ou 
desestimular a economia, intervindo diretamente14 ou indiretamente15, dessa maneira, fazendo 
que tenha um aumento da produção ou da produtividade de uma região específica ou geral que 
 
14 O Estado agirá de forma direta na intervenção da economia por meio de atos de um, ou ao mesmo tempo, dos 
três poderes (judiciário, legislativo e executivo), sendo mais comum por meio do fato do príncipe (factum 
príncipis). 
15 O Estado agirá de forma indutiva para atrair as atividades econômicas de forma a adotar um determinado 
comportamento, como por exemplo, o objeto de estudo desse trabalho que é o ICMS Socioambiental,