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ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL Introdução É comum nos depararmos em nosso cotidiano com conflitos morais e éticos, sejam nas relações pessoais ou nas relações profissionais. A todo o momento nos vemos em alguma situação em que, mesmo sem perceber, precisamos tomar decisões que resultarão em consequências futuras, independentemente de serem imediatas, de curto, médio ou longo prazo. Dessa forma, é possível perceber que os valores morais e éticos sustentam a base do nosso agir pessoal e profissional, tornando indispensável a compreensão de determinados conceitos que poderão permitir ao indivíduo conhecer mais a si próprio. Considerando os acontecimentos relacionados às ações de governantes, empresários e cidadãos de nosso país, e seus impactos na gestão de empresas públicas e privadas, poderemos tratar do tema ética e responsabilidade social de forma prática e enriquecedora. Valores Os valores a moral e a ética A Unidade 1 tem como objetivo: Apresentar os conceitos básicos que fundamentam a ética e a importância da mesma nas organizações privadas e públicas. 1.1 Conceitos VALORES Diariamente o ser humano tem quefazer escolhas, e os critérios utilizados para se optar por isso ou aquilo, são fundamentados nos valores que ele atribui a cada ser vivo, coisa ou situação. O ser humano não fica indiferente, ele faz julgamentos, ou seja, ele valora a realidade, e valores são aquilo que valem, aquilo que se julga importante e se dá prioridade. Sendo assim, todos os seres humanos possuem uma escala de valores, mesmo que não tenham refletido muito sobre ela (FERNANDES, 2011, p. 44). As decisões tomadas pelo indivíduo são feitas com base em juízo de realidade e juízo de valor, onde juízo de realidade nada mais é que a constatação do real de fato, sem considerar os valores pessoais, e juízo de valor o julgamento sobre algo ou alguém com base nas percepções individuais, nas próprias crenças, ou seja, nos valores próprios adquiridos no ambiente de convivência. Será que toda sociedade produz valor? Podemos dizer que sim, uma vez que é próprio dos seres humanos atribuírem valores às coisas. Será que os valores das diferentes épocas e das diferentes sociedades são os mesmos? Pode-se afirmar que não. Cada época e cada sociedade estabelecem seus próprios valores e, dessa forma, alguns podem coincidir, mas outros não. O fato é que nós nascemos em uma sociedade e herdamos os valores dessa sociedade. Somos educados de acordo com os valores considerados corretos. E como a educação deve lidar com a questão dos valores? (FERNANDES, 2011, p. 44) Considerando que, para Saviani (2000, p. 35) a reflexão sobre os problemas educacionais inevitavelmente nos levará à questão dos valores, é possível afirmar a necessidade contínua da educação refletir sobre os valores herdados do meio social, questionando se os mesmos objetivam o bem-estar comum ou não. Na atualidade o respeito com o outro, a honestidade, a gentileza, são alguns dos valores universais que fundamentam a conduta harmoniosa nas relações humanas. MORAL A moral origina-se no latim “mores” e significa costume, modo de ser, sendo facilmente confundida como sinônimo da palavra ética. Essa confusão se dá, segundo a literatura, em razão de “mores”ser a tradução em latim da palavra grega “ethos”,origem da palavra ética. É importante esclarecer que, ainda que etimologicamente moral e a ética tenham um sentido comum, filosoficamente possuem significados diferentes, onde o entendimento de moral é considerado como umconjunto de regras herdadas da cultura e da educação, que objetiva regular avida social. 1.1 - Os valores, a moral e a ética De acordo com Rios (2001, p. 24), a moral, numa determinada sociedade, indica qual o comportamento deve ser considerado bom e mau, enquanto que a ética procura o fundamento do valor que norteia esse comportamento, partindo da existência histórica dos valores presentes nessa mesma sociedade. Enfim, ambas buscam o bem-estar-social. Ética é o conjunto de valores e princípios que usamos para responder a três grandes questões da vida: (1) quero?; (2) devo?; (3) posso? Nem tudo que eu quero eu posso; nem tudo que eu posso eu devo; e nem tudo que eu devo eu quero. Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer é ao mesmo tempo o que você pode e o que você deve. Mário Sérgio Cortella (2013) O que é amoral e imoral? De acordo com o dicionário Michaelis, amoral e imoral podem ser definidas da seguinte forma: Amoral Que é naturalmente indiferente às ideias do bem e do mal, sendo, portanto, incompleto no desenvolvimento de sua consciência moral. Que não é suscetível de qualificação normativa do ponto de vista de certos códigos e regras morais vigentes em dado tempo e lugar; indiferente às valorizações morais. Imoral Contrário à moral, aos costumes vigentes em determinada época ou sociedade ou às regras que um indivíduo decide tomar como norma pessoal de conduta; indecoroso, obsceno, vergonhoso. Que ou aquele que desdenha das convenções morais e sociais; desaforado, desfaçado. A diferença entre amoral e imoral é que o indivíduo amoral não tem conhecimento das normas morais, e por isso o seu comportamento não é pautado de acordo com a moralidade. Enquanto que, o indivíduo imoral tem conhecimento das regras da moral, e mesmo assim opta por praticar ações que são repudiados pela maioria da sociedade. A moral, propriamente dita, não é a doutrina que nos ensina como sermos felizes, mas como devemos tornar-nos dignos da felicidade. Immanuel Kant (1827, p.90) 1.2 - Os valores, a moral e a ética ÉTICA A palavra ética tem sua origem no grego éthos que significa costume,hábito, caráter. Qualquer desses significados, indica que a ética está pautada no comportamento humano inato, ou seja, ela é adquirida ao longo da vida por meio da prática das relações sociais e influenciadas pelo ambiente em que essas relações se encontram. A ética não estabelece regras, e tem um caráter abstrato por ser uma reflexão crítica sobre a moralidade. “A ética visa à sabedoriaou ao conhecimento temperado pelo juízo...” (SROUR, 2000, p.29) 1.3 - Os valores, a moral e a ética O filosofo Sócrates é considerado o pai da ética, por ser o fundador da reflexão racional. Ele defendia que “uma vida sem exame não vale a pena viver”, isto porque considerava necessário que o ser humano buscasse conhecer o motivo de se agir de determinada forma e não de outra. Ele não se limitava a seguir os costumes, mas também buscava o fundamento último das interrogações humanas. Existe uma variedade imensa de costumes sociais, sejam relacionados à religião ou a outros aspectos, e conhecer os motivos das ações de cada um provoca uma reflexão sobre os valores que regem a relação do indivíduo com o mundo. De qualquer forma, é de entendimento universal que a compreensão, o respeito e a tolerância devem fundamentar essas ações, para que as boas práticas de convivência prosperem. O que é antiético? Pelo dicionário Michaelis ser antiético é ser contrário à ética, no entanto, é no mínimo, interessante considerar o significado contido no dicionário informal: Antiético é quando se rompe as barreiras da ética. É quando se infringe regras de convivência social, quando se tem um mal comportamento profissional, principalmente: quando se rompe valores que significam muito para as pessoas. É quando não se respeita a necessidade do todo para proteger a sua. Fonte: http://www.dicionarioinformal.com.br Ética e Educação Pode-se afirmar que dentre os objetivos da educação está a formação de um indivíduo ético, que pressupõe orientar o educando para agir de forma consciente, responsável e autônoma, sendo que para http://www.dicionarioinformal.com.br/ agir com autonomia é preciso fazer uso do livre arbítrio, sem a intensão de apenas exibir uma atitude aparentemente ética e superficial. Segundo Fernandes (2011, p. 24) um dos objetivos da educação é a passagem da moral heterônoma para a moral autônoma. Na heterônoma o indivíduo age de determinada forma devido à pressãoexterna que sofre, como por exemplo, por medo de ser punido. Já na autônoma ele se torna um sujeito ético, capaz de agir não só pela regra estabelecida, mas pela reflexão consciente de que a mesma deve ser seguida. Quando os temas ética e educação são abordados é preciso esclarecer que não se trata apenas da educação formal, mas principalmente das orientações recebidas e experiências vividas no meio familiar desde a infância. É fundamental que a convivência familiar seja pautada na ética, uma vez que a família é a base inicial da convivência social. Os exemplos oriundos do convívio familiar, ainda que em pequenas atitudes, são levados pela vida inteira, sejam eles bons a ponto de serem repetidos ou ruins para serem evitados. Moral, Ética e Justiça A moral está relacionada com a regulação e comportamento de uma sociedade, a ética com a análise reflexiva do comportamento moral do indivíduo, e a justiça está fundamentada na convicção pessoal que do que é considerado justo ou injusto. Vale lembrar que o entendimento do que é moral pode se modificar em determinada sociedade ao longo do tempo, considerando a sua evolução. Considerando o senso de justiça Santana (2015) coloca que: A moral é habitualmente um meio mais poderoso do que a lei para reger o comportamento humano. Muitas vezes é mais fácil infringir a lei para agir de acordo com a moral do que infringir a moral para agir de acordo com a lei. Para refletir... A escravidão era legal no Brasil, até ser extinta em 13 de maio de 1888. Hoje não é legal, nem moral e muito menos ética. 1.4 - Os valores, a moral e a ética Ética na Atualidade Atualmente o mundo contemporâneo vive em meio a muitos conflitos, e a ética se torna cada vez mais necessária para que o ser humano encontre equilíbrio consigo mesmo e nas relações com o outro. O mundo vive uma crise ética. No Brasil, ao mesmo tempo em que são constatadas as suspeitas de corrupção a muito percebidas, tem- se uma surpresa quanto à dimensão dessa falta de valores morais e éticos. A sociedade, em sua grande maioria, clama por justiça, reivindica direitos públicos, face à tamanha carga tributária a que o país está sujeito, e passa a olhar a política com a consciência de que não será mais possível fechar os olhos aos para as consequências da corrupção. A filosofia, à qual pertence tradicionalmente a área da ética, nos ensina que uma sociedade não sobrevive e muito menos se desenvolve sem uma consciência mais clara e um maior reconhecimento dos valores que considera fundamentais. Valores consistem exatamente naquilo que a sociedade valoriza, que tem como ideais. Justiça, solidariedade, honestidade, bem-estar são exemplos de valores, admitidamente de caráter muito geral. Mas o caráter geral capta exatamente a ideia que esses valores são contextualizados, históricos e mudam de sociedade para sociedade e dentro de uma mesma sociedade com o tempo. (MARCONDES, Danilo. Crise da Ética e Sociedade Brasileira. [online]. Disponível em: http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/crise-da-etica-e- sociedade-brasileira/. Acesso em: 20/08/2017.) Tudo me é licito, mas nem tudo me convém. Corintios 6:12 1.2 Ética nas organizações No mundo de hoje, onde ideias gradativamente substituem elementos físicos na geração de valor econômico, a competição pela reputação torna- se uma força significativa, impulsionando a economia. Bens manufaturados podem ser facilmente avaliados antes do fechamento de uma transação. No entanto, para aqueles que vendem serviços, a única garantia a ser oferecida é a própria reputação. (Allan Greenspan, Presidente do Banco Central Americano, Harvard, 2000). Nunca se popularizou tanto a necessidade de um comportamento ético e a valorização da reputação, como nos últimos tempos. As constantes denúncias de corrupção envolvendo empresas públicas e privadas no Brasil, colocam o país em sinal de alerta, mostrando que é indispensável a participação da população no acompanhamento da arrecadação e destino da receita pública. Também deixa claro a necessidade de se eleger governantes de forma responsável, já que a corrupção desenfreada de uma nação mostra ser alimentada pela ausência de participação e controle de seu povo. A população que elege precisa se “politizar”. http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/crise-da-etica-e-sociedade-brasileira/ http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/crise-da-etica-e-sociedade-brasileira/ O envolvimento de grandes empresas no pagamento de propinas tendo como contrapartida vencer licitações públicas ou obter isenções fiscais, reflete, além da ausência de caráter de parte dos agentes públicos, a ineficiência da governança corporativa. A ética nas organizações pode ser entendida como o comportamento da pessoa jurídica de direito privado ou de direito público, dentro dos princípios morais e éticos dos valores aceitos pela sociedade e pautado nas normas de conduta estabelecidas pela organização. Reproduzir esses valores no meio em que a empresa está inserida, eleva seu compromisso social e valoriza sua imagem pública. 1.5 - Os valores, a moral e a ética Na busca de organizações éticas e responsáveis socialmente ao longo da história, surgiram algumas instituições, sendo uma delas é a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, entidade privada sem fins lucrativos, e membro fundador da International Organization for Standardization (Organização Internacional de Normalização - ISO). A ABNT é a responsável pela elaboração das Normas Brasileiras (ABNT NBR), elaboradas por seus Comitês Brasileiros (ABNT/CB), Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE). 1.2.1Ética na empresa privada Para que uma empresa seja competitiva e sustentável financeiramente é imperioso que trabalhe com transparência e dentro dos parâmetros legais exigidos. Para isso devem ser criadas normas internas que estabeleçam padrões de acompanhamento e controle que possam direcionar a empresa para o cumprimento legal e gerencial das metas previstas. A existência de padrões e controle internos evita a necessidade de ações aleatórias que possam provocar problemas éticos ou ferir as práticas de boa convivência entre acionistas, administração, funcionários, clientes e fornecedores. Para Moreira (apud COTRIM, 2008, p. 228), as razões para a empresa ser ética são as seguintes: Custos menores, pois não faz pagamentos irregulares ou imorais, por exemplo, o suborno; Possibilidade de avaliar com precisão o desempenho de sua estrutura; Legitimidade moral para exigir comportamento ético dos empregados; Geração de lucro livre de contingências, por exemplo, condenações por procedimentos indevidos; Obtenção de respeito dos parceiros comerciais; Cumprimento do dever inerente à responsabilidade social da organização. Em relação às instituições que vêm desenvolvendo um trabalho direcionado à busca de organizações éticas e responsáveis socialmente, além da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, que é responsável pela elaboração das normas ISO, inclusive da ISO 26000, que estabelece norma internacional de Responsabilidade Social Empresarial, existe o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. Código de Ética na empresa privada O objetivo de um código de ética de uma empresa deve ser expor a sua postura social e estabelecer o padrão das ações de seus colaboradores, que por sua vez deve se refletir nas atitudes dos envolvidos. Cada empresa tem suas próprias características, o que influencia o seu tipo de conduta ética e o método adotado no processo de implantação de seu código, que deve ser claro e objetivo para facilitar a compreensão de todos. Na estrutura do código das empresas privadas é possível identificar objetivos comuns, dentre os quais estão a preocupação com transparência, legalidade e conflito de interesses, conforme é possível observar nos códigos de ética da empresa Cielo e da Gerdau. 1.6 - Os valores, a moral e a ética O Código de Ética da empresa Cielo está publicadona íntegra em seu site. “A conduta ética demonstra o compromisso de uma empresa com a sociedade e deve se refletir nas relações que ela mantém com seus colaboradores, clientes, acionistas, fornecedores e sociedade. Convidamos todos os colaboradores da Cielo e os públicos que se relacionam conosco a ler o nosso Código de Conduta Ética, edição 2017. Mais do que fazer a leitura deste documento, é preciso compreender e exercitar no cotidiano as práticas que entendemos serem corretas, justas e honestas. Este código reafirma as diretrizes da nossa conduta e está baseado na nossa Missão e nos nossos Valores. São esses princípios que embasam nossas atitudes e definem aonde queremos chegar. Somos todos responsáveis pela disseminação da ética na Cielo e das boas práticas estabelecidas e consagradas em nossa companhia por meio das políticas, das normas e dos procedimentos. Por sermos dinâmicos e inquietos, estamos sempre querendo ser melhores a cada dia. E é assim que construiremos uma empresa capaz de fazer a diferença e de contribuir para o desenvolvimento sustentável do nosso País. Um abraço, Eduardo Gouveia (Presidente da Cielo)” O código da Cielo é, resumidamente, composto com pelos seguintes tópicos: 1.7 - Os valores, a moral e a ética Na empresa Gerdau são divulgados dois Códigos de Ética, sendo um direcionado aos colaboradores e outro para terceiros. Ética sempre foi um valor muito forte para a nossa Empresa e tem sustentado as nossas ações nesses mais de 100 anos de existência. Tenho muito orgulho da nossa história de integridade e vou continuar trabalhando forte para que este valor permaneça vivo e constante no presente e no futuro. Integridade, coerência e seriedade resumem a conduta da Gerdau nos negócios e estão expressas no Código de Ética. Esse documento reforça os compromissos da Empresa com relação aos diferentes públicos: clientes, acionistas, colaboradores e comunidades. Também apresenta, de forma clara e transparente, as condutas esperadas de todos nós, colaboradores Gerdau. Este documento se aplica às equipes de todas as unidades Gerdau. Ele nos ajuda a atuar com responsabilidade, reforça questões jurídicas relevantes e foca em condutas éticas indispensáveis para uma empresa de classe mundial como a nossa. É de máxima importância que todas as atitudes da Empresa e dos nossos colaboradores sejam coerentes com o conteúdo deste Código. Tenhamos presente que a ética é fundamental para a existência da Gerdau no curto e longo prazo e para a construção de uma trajetória de sucesso baseada no respeito com os públicos com que interagimos. (Jorge Gerdau Johannpete) A seguir é descrito, resumidamente, o Código de Ética para os colaboradores. 1.8 - Os valores, a moral e a ética 1.2.2 Ética na empresa pública Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência... (Constituição Federal/1988) A empresa pública não é diferente de qualquer empresa privada no que diz respeito à necessidade de impor condutas éticas de comportamento que reflitam o objetivo de sua atividade. Pode-se afirmar, inclusive, que a ética é ainda mais indispensável considerando que os gestores públicos administram a aplicação dos recursos da população em prol da própria. Atualmente o Brasil enfrenta problemas éticos graves envolvendo o poder executivo, legislativo e judiciário, e os códigos de conduta são um meio de orientar e controlar as ações dos colaboradores das organizações públicas. A corrupção no âmbito público produz ineficiência, e fere o princípio básico da ética na política: a distinção entre o público e o privado. Vale lembrar que os atenienses condenavam o culpado de corrupção pública, à perda da cidadania, o chamado ostracismo, pois não julgavam mais dignos de pertencer àquela comunidade. Uma sociedade depende de amadurecimento ético e político para que a cidadania possa ser exercida em sua plenitude. Comissão de Ética Pública - CEP Para atender ao art. 37 da Constituição Federal de 1988, considerando os arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que tratam dos deveres e proibições do servidor público, e Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992 que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito, em 26 de maio de 1999 foi criada a Comissão de Ética Pública-CEP. A CEP é vinculada ao Presidente da República e tem como competência a revisão das normas que dispõem sobre a conduta ética na Administração Pública Federal, bem como a elaboração e proposição de um Código de Conduta das Autoridades, no âmbito do Poder Executivo Federal. Em 22 de junho de 1994 foi aprovado por meio do Decreto nº 1.171, o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, e em 21 de agosto de 2000, o Código de Conduta da Alta Administração Federal, esta revisada e atualizada em dezembro de 2013, e com acréscimo das normas complementares e legislação correlata. Uma vez estabelecidas as normas e os valores éticos fundamentais, por meio da legislação citada, a preocupação passa a ser o desenvolvimento de estratégias específicas para implementação dessas regras de comportamento. Com esse direcionamento, por meio do Decreto 6.029, de 1º de fevereiro de 2007, foi instituído o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal com a finalidade de promover as seguintes atividades: I - integrar os órgãos, programas e ações relacionadas com a ética pública; II - contribuir para a implementação de políticas públicas tendo a transparência e o acesso à informação como instrumentos fundamentais para o exercício de gestão da ética pública; http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%201.171-1994?OpenDocument III - promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a compatibilização e interação de normas, procedimentos técnicos e de gestão relativos à ética pública; IV - articular ações com vistas a estabelecer e efetivar procedimentos de incentivo e incremento ao desempenho institucional na gestão da ética pública do Estado brasileiro. 1.9 - Os Valores, a moral e a ética Código de Ética na empresa pública O Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994, aprovou o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, ordenando aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta a implementação das providências necessárias ao cumprimento das normas estabelecidas no Código de Ética, bem como a constituição de respectiva Comissão de Ética. No Capítulo I, Seção I, as Regras Deontológicas, merecem destaque: I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4o , da Constituição Federal. III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. IV - A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicaçãoe de sua finalidade, erigindo-se, como consequência, em fator de legalidade. V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio. VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia a dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corretivo do hábito do erro, da opressão, ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública. XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas. XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação. [1] Conjunto de deveres de qualquer profissional, com regras específicas. Fonte: Dicionário Michaelis. 1.10 - Os Valores, a moral e a ética A partir das Regras Deontológicas, ou regras da ciência do dever e da obrigação, é possível concluir que na administração pública um profissional ético é aquele que não se limita a distinguir o bem e o mal, mas aquele que leva em conta o objetivo final da organização pública, que é o bem comum da população. file://///10.10.10.6/Studio/Arquivos/476%20-%20%C3%89tica%20e%20responsabilidade%20social/Materiais/%C3%89TICA%20E%20RESPONSABILIDADE%20SOCIAL.docx 2 - Governaça Corporativa A Unidade 2 tem como objetivos: Apresentar a origem da Governança Corporativa e seus objetivos; Justificar o surgimento da Lei Sarbanes Oxley; Divulgar a estrutura do sistema de governança em uma organização, os potenciais problemas a serem enfrentados e os princípios básicos que fundamentam as boas práticas de Governança Corporativa; Divulgar a regulamentação da governança aplicada à empresa pública e sociedade de economia mista no Brasil. A governança corporativa (GC) surgiu a partir de uma ação reflexiva em torno da ética, a qual versa sobre a discussão acerca das relações entre o mundo corporativo e a sociedade, entre as empresas de uma mesma cadeia de negócios e, dentro das companhias, entre os acionistas, os conselhos e a direção executiva. (CASTRO. 2014. Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/como-surgiu-a-governanca-corporativa-uma-breve- discussao-contextual/79785/?desktop=true. Acesso em: 25/08/2017). 2.1 Breve histórico O termo governança corporativa surgiu na década de 1990 e apesar de ser tratado como um conceito relativamente novo, ao longo da história é possível identificar sua prática por algumas empresas. Inicialmente o movimento surgiu principalmente nos Estados Unidos (EUA), onde acionistas de algumas empresas começaram a perceber a necessidade de estabelecer novas regras que garantissem a proteção de seus interesses contra ações que consideravam abusivas, cometidas pelas diretorias executivas, inoperância dos conselhos de administração e omissões das auditorias externas. A necessidade de diretrizes mais rigorosas também visou garantir os direitos dos investidores e acionistas minoritários, afastados da participação nas decisões de gestão. No ano de 2001 o mundo tomou conhecimento do escândalo das manipulações de informações contábeis em empresas americanas mundialmente conceituadas, o que gerou uma crise de confiança internacional envolvendo, inclusive, empresas de outras nacionalidades. Foram identificadas fraudes que revelaram a conivência entre prestadoras de serviços de auditoria fiscal e contábil e as empresas contratantes de seus serviços, provocando uma reação do mercado financeiro com a evasão de investimentos em nível mundial. Após esses escândalos os investidores começaram a buscar negócios mais seguros, focando e valorizando a ética e a transparência de informações como proteção. Com isso a governança corporativa se fez indispensável na resolução de conflitos de interesses, no sentido de proteger o direito dos acionistas, principalmente dos minoritários. Inicialmente foi direcionada às empresas de capital aberto, mas logo envolveu as empresas de capital fechado, pequenas e médias empresas, organizações do terceiro setor, bem como as estatais. Atualmente muitas empresas que não estão obrigadas a adotar a governança corporativa, optam por implantar, total ou parcialmente, devido aos resultados oriundos da implantação de seus mecanismos de controle. http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/como-surgiu-a-governanca-corporativa-uma-breve-discussao-contextual/79785/?desktop=true http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/como-surgiu-a-governanca-corporativa-uma-breve-discussao-contextual/79785/?desktop=true 2.1 - Governança Corporativa 2.2 Lei sarbanes oxley Em 2001 a empresa Enron, a oitava maior corporação dos Estados Unidos, entrou em falência. Era uma das empresas que mais pagava participação nos lucros e, segundo a Revista Furtune, era a empresa mais cobiçada para se trabalhar. A empresa foi à falência devido à fraude contábil por manipulação de receitas bilionárias inexistentes, com base no critério de contabilização denominado “marcação a mercado”. Também foi identificado que a empresa omitiu despesas e perdas com operações financeiras no mercado de derivativos, o que gerava um lucro aparentemente maior. Após os grandes escândalos e a consequente onda de perdas no mercado de ações de Nova Iorque, as grandes corporações empresariais perderam credibilidade, inclusive as que não participaram das fraudes. Com isso o Congresso dos Estados Unidos aprovou em 25 de julho de 2002 a Lei Sarbanes-Oxley (SOX), definindo uma série de obrigações para as empresas listadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE - NewYork Stok Exchange), sejam elas americanas ou não. O objetivoprincipal da SOX era a precisão dos demonstrativos contábeis, e para isso foram estabelecidas novas obrigações para as empresas e seus gestores, bem como penalidades severas para os seus infratores. Foram criados ainda, códigos de conduta empresarial e obrigações para empregados, auditores, advogados, jornalistas, ou para qualquer pessoa que tenha participação de forma relevante na divulgação das informações contábeis. 2.3 A governança corporativa brasil “A vertente mais aceita indica que a Governança Corporativa surgiu para superar o "conflito de agência" clássico. Nesta situação, o proprietário (acionista) delega a um agente especializado (administrador) o poder de decisão sobre a empresa (nos termos da lei), situação em que podem surgir divergências no entendimento de cada um dos grupos daquilo que consideram ser o melhor para a empresa e que as práticas de Governança Corporativa buscam superar. “ (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC) No Brasil as discussões sobre Governança Corporativa se fortaleceram a partir de 1999 com a criação do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e da elaboração do primeiro Código Brasileiro das Melhores Práticas de Governança Corporativa. De acordo com o IBGC (2017) a governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas (stakeholders). Boas Práticas de Governança As boas práticas de governança corporativa são recomendações baseadas em princípios fundamentais básicos que alinham interesses com os objetivos de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, privilegiando a ética e, consequentemente, facilitar o acesso a recursos, bem como contribuir para a qualidade da gestão. Baseados em conceitos defendidos pelo IBGC os princípios fundamentais básicos são: Transparência (disclosure) – Disponibilizar para as partes interessadas (stakeholders) as informações de seu interesse e não somente aquelas impostas por exigências legais. Essas informações não devem ser relacionamentos somente ao desempenho econômico-financeiro, mas também os demais fatores, incluindo os intangíveis não considerados nas demonstrações contábeis, bem como informações que influenciam as ações gerenciais no que diz respeito à preservação e à otimização do valor da organização. Equidade (fairness) – É o tratamento justo e isonômico de todos os sócios e demais partes interessadas, levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas. Prestação de Contas (accountability) – Exige-se que os agentes de governança prestem contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papeis. Responsabilidade Corporativa (sustentability) – A organização, por meio de seus agentes de governança, deve zelar pela viabilidade econômico-financeira, mitigando as questões externas negativas de seus negócios e operações e ampliando as positivas, sem esquecer de levar em conta o seu modelo de negócios, os diversos capitais (financeiro, intelectual, humano, social, ambiental, etc.), seja no curto, no médio e no longo prazos. 2.2 - Governaça Corporativa Em resumo, a Governança Corporativa objetiva estabelecer mecanismos eficientes de incentivos e monitoramento, com o intuito de assegurar que as ações dos administradores estejam de acordo com os objetivos da empresa e dentro da legalidade. Sistema de Governança Corporativa (Imagem5) 2.3 - Governança Corporativa 2.4 - Governaça Corporativa A importância da Governança Corporativa Segundo Silveira (2010, p.2), os mecanismos de governança são necessários em qualquer organização em consequência de três potenciais problemas na cúpula: conflito de interesses, limitações técnicas individuais e vieses cognitivos. Ainda de acordo com Silveira (2010,p.2): Conflito de interesses: o Possibilidade de que as pessoas com poder de decisão escolham ações que maximizem seu bem-estar pessoal ou daquele que o elegeu, em detrimento da melhor escolha (resultados) para a organização. o Potencial de ocorrência: Empresas com alta dispersão acionária, quando executivos tomam decisões com o objetivo de maximizar os resultados de suas carreiras em detrimento do valor da companhia. Empresas com alta concentração acionária, quando um acionista ou grupo de controle toma decisões com a finalidade de maximizar seu resultado individual. Limitações técnicas individuais: o Decisões concentradas em uma única pessoa. o Potencial de ocorrência: Muito provável que ela não possua todos os conhecimentos técnicos necessários para as decisões-chave, tais como as de investimento financiamento, marketing e posicionamento estratégico. o Prevenção: Mecanismos de governança como um conselho de administração qualificado, reunindo pessoas com diferentes formações e experiências, poderiam levar os empreendedores a tomarem melhores decisões. Vieses cognitivos: o Há uma linha de pesquisa aplicada para demonstrar os principais vieses aos quis todos estão sujeitos, de tomar decisões equivocadas. Tanto os aspectos de “ética “quanto de “qualificação” podem reduzir equívocos, mas há vieses que podem influenciar a tomada de decisão. 2.5 - Governança Corporativa Governança na empresa pública e sociedade de economia mista Com o objetivo de abordar normas básicas de governança relacionadas ao estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, que tornem a prestação de contas mais transparente, entrou em vigor no Brasil a Lei 13.303, de 30 de junho de 2016. Essa lei estabelece para a empresa pública e sociedade de economia mista e suas subsidiárias, dentre outras normas, as seguintes: O estatuto deverá observar regras de governança corporativa, de transparência e de estruturas, práticas de gestão de riscos e de controle interno, composição da administração e, havendo acionistas, mecanismos para sua proteção. (Art. 6o ) As empresas públicas, sociedades de economia mista de capital fechado e suas subsidiárias as disposições da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e as normas da Comissão de Valores Mobiliários sobre escrituração e elaboração de demonstrações financeiras, inclusive a obrigatoriedade de auditoria independente por auditor registrado nesse órgão. (Art. 7o) Deverão obrigatoriamente: (Art. 12) Divulgar toda e qualquer forma de remuneração dos administradores; Adequar constantemente suas práticas ao Código de Conduta e Integridade e a outras regras de boa prática de governança corporativa, na forma estabelecida na regulamentação desta Lei; Solucionar, mediante arbitragem, as divergências entre acionistas e a sociedade, ou entre acionistas controladores e acionistas minoritários, nos termos previstos em seu estatuto social. A lei que autorizar sua criação deverá dispor sobre as diretrizes e restrições que deverão ser consideradas na elaboração do estatuto, incluindo: (Art. 13) constituição e funcionamento do Conselho de Administração, com o número mínimo de 7 (sete) e o máximo de 11 (onze) membros; requisitos específicos para o exercício do cargo de diretor, observado o número mínimo de 3 (três) diretores; avaliação de desempenho, individual e coletiva, anualmente, dos administradores e dos membros de comitês, considerando os seguintes quesitos mínimos: a) exposição dos atos de gestão praticados, quanto à licitude e à eficácia da ação administrativa; b) contribuição para o resultado do exercício; c) consecução dos objetivos Constituição e funcionamento do Conselho Fiscal, que exercerá suas atribuições de modo permanente; Constituição e funcionamento do Comitê de Auditoria Estatutário; Prazo de gestão dos membros do Conselho de Administração e dos indicados parao cargo de diretor, unificado e não superior a 2 (dois) anos, sendo permitidas, no máximo, 3 (três) reconduções consecutivas; Prazo de gestão dos membros do Conselho Fiscal não superior a 2 (dois) anos, permitidas 2 (duas) reconduções consecutivas. estabelecidos no plano de negócios e atendimento à estratégia de longo prazo. 2.6 - Governança Corporativa O acionista controlador responderá pelos atos praticados com abuso de poder, que terá prescrição de 6(seis) anos a contar da data da prática do ato abusivo. (Art. 15) São considerados administradores os membros do conselho de Administração e da diretoria. (Art 16) Os membros do Conselho de Administração e os indicados para os cargos de diretor, inclusive presidente, diretor-geral e diretor-presidente, serão escolhidos entre cidadãos de reputação ilibada e de notório conhecimento, devendo ser atendidos, alternativamente, um dos requisitos das alíneas “a”, “b” e “c” do inciso I e, cumulativamente, os requisitos dos incisos II e III: (Art. 17) Os membros do Conselho de Administração e os indicados para os cargos de diretor, inclusive presidente, diretor-geral e diretor-presidente, serão escolhidos entre cidadãos de reputação ilibada e de notório conhecimento, devendo ser atendidos, alternativamente, um dos requisitos das alíneas “a”, “b” e “c” do inciso I e, cumulativamente, os requisitos dos incisos II e III: (Art. 17)I - ter experiência profissional de, no mínimo: a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, na área de atuação da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou em área conexa àquela para a qual forem indicados em função de direção superior; ou b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos seguintes cargos: 1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa de porte ou objeto social semelhante ao da empresa pública ou da sociedade de economia mista, entendendo-se como cargo de chefia superior aquele situado nos 2 (dois) níveis hierárquicos não estatutários mais altos da empresa; 2. cargo em comissão ou função de confiança equivalente a DAS-4 ou superior, no setor público; 3. cargo de docente ou de pesquisador em áreas de atuação da empresa pública ou da sociedade de economia mista; c) 4 (quatro) anos de experiência como profissional liberal em atividade direta ou indiretamente vinculada à área de atuação da empresa pública ou sociedade de economia mista. II - ter formação acadêmica compatível com o cargo para o qual foi indicado. III - não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previstas nas alíneas do inciso I do caput do art. 1o da Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, com as alterações introduzidas pela Lei Complementar no 135, de 4 de junho de 2010. 2.7 - Governança Corporativa Devem ser observadas as vedações à indicação para o Conselho de Administração e para a diretoria constantes no § 2o, , § 3o do art. 17. Os administradores eleitos devem participar, na posse e anualmente, de treinamentos específicos sobre legislação societária e de mercado de capitais, divulgação de informações, controle interno, código de conduta, Lei Anticorrupção e demais temas relacionados às atividades desenvolvidas. (§ 4º do Art. 17) O Comitê de Auditoria Estatutário será integrado por, no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros, em sua maioria independentes (Art. 25) As demonstrações contábeis auditadas serão disponibilizadas no sítio eletrônico da empresa ou da sociedade na internet, inclusive em formato eletrônico editável. (§ 1o do Art. 86) As ações e deliberações do órgão ou ente de controle não podem implicar interferência na gestão das empresas públicas e das sociedades de economia mista a ele submetidas, nem ingerência no exercício de suas competências ou na definição de políticas públicas. (Art. 90) É uma autarquia em regime especial, vinculada ao ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária, tendo como objetivo fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. A CVM adota para as Companhias Abertas um Código Brasileiro de Governança Corporativa produzido pelo Grupo de Trabalho Interagentes (GT Interagentes), coordenado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e formado por onze das mais importantes entidades relacionadas ao mercado de capitais. Esse grupo de trabalho tem como “objetivo propor discussões e ações para elevar a competitividade do Brasil via melhorias do ambiente regulatório, incentivo ao incremento de fontes de financiamento de longo prazo e atração de recursos que possam assegurar condições adequadas para a expansão da atividade econômica e para o desenvolvimento do país. ” (Comissão de Valores Mobiliários) 2.8 - Governança Corporativa A Vale está em um importante período de transição. Na Assembleia Geral Extraordinária de 27 de junho, os acionistas da empresa aprovaram a proposta de reestruturação societária, que busca tornar a Vale uma True Corporation, ou Verdadeira Corporação, e adequar sua governança às regras do Novo Mercado da BM&FBovespa, o mais alto segmento de listagem de mercado em termos de governança corporativa, gestão e transparência. Por meio da operação, a Vale poderá se tornar uma empresa sem acionista controlador definido, o que confere mais independência à administração da empresa e maior proteção e ampliação de poder dos acionistas minoritários. (Disponível:http://www.vale.com/hotsite/PT/Paginas/RI/nova-governanca.aspx Acesso em: 10/07/2017) Unidade 3 - Responsabilidade Social Empresarial A Unidade 3 tem como objetivos: Contextualizar o surgimento da RS a nível mundial e nacional; Traçar uma linha do tempo para Responsabilidade Social no Brasil; Apresentar os tipos de Responsabilidade Social; Divulgar a importância dos pilares da sustentabilidade; Apresentar órgãos de certificação e apoio a empresas socialmente responsáveis. A Responsabilidade Social Empresarial (RSE) pode parecer um tema recente, quando na verdade tem seu conceito inicialmente defendido no início do século XX, mais precisamente em 1916, quando Henry Ford, presidente e acionista maioritário da Ford, resolveu reter uma parte dos lucros acumulados da empresa para expandir as instalações de suas fábricas, aumentando assim a capacidade de produção, aumentar os salários dos funcionários, bem como criar um fundo para fazer face à previsível redução das receitas devido à baixa dos preços do Modelo T. Os irmãos John e Horace Dodge se opunham à contínua redução dos preços do Ford T, que vinha sendo promovida ano a ano, por decisão de Henry. Os irmãos Dodge temiam que a redução de preço pudesse afetar os lucros da empresa. O Ford T, lançado em 1908, era um sucesso de vendas e continuaria a ser até os dias atuais, um dos veículos mais vendidos na história do automobilismo. ” (O propósito maior de uma organização. Corall, 2014) 3.1 - Responsabilidade Social Empresarial Na época os irmãos John e Horace Dodge, não compraram essa ideia e moveram uma ação judicial no Tribunal do Michigan contra a empresa, sob a acusação de que esta, na pessoa do então presidente Henry Ford, estava agindo contra os interesses dos acionistas, por reter parte dos lucros que seriam distribuídos como dividendos. Em sua defesa no tribunal, Ford argumenta que “o propósito da empresa é fazer o máximo para todas as pessoas envolvidas, ganhar dinheiro e usá-lo, criar emprego e desenvolver carros que as pessoas possam usar… e, por acaso, ganhar dinheiro”. Essa ideia de que os http://www.vale.com/hotsite/PT/Paginas/RI/nova-governanca.aspx negócios deveriam ser um serviço prestado à comunidade foi ridicularizada pelos acionistas e também pelo tribunal, que acabou por dar razão aos irmãos Dodge. A Suprema Corte do Michigan justificou que “a corporação existe para o benefício de seus acionistas e que seus diretores corporativostêm livre arbítrio apenas quanto aos meios para alcançar tal fim, não podendo usar os lucros para outros objetivos. A filantropia corporativa e o investimento na imagem da corporação para atrair consumidores poderiam ser realizadas na medida em que favorecessem os lucros dos acionistas”. (ASHLEY, 2002:19) A seguir a transcrição do diálogo entre Henry Ford e o advogado dos irmãos Dodge, Elliott Stevenson, no tribunal mostra claramente qual era o propósito defendido por Ford. (Trecho foi transcrito, por Thakor e Quinn, do livro A imagem pública de Henry Ford, de David L. Lewis.) Dessa forma o conceito de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) no início de século XX não avançou. Em 1953 o tema volta a entrar em evidência nos EUA e a visão de que corporação deve responder apenas a seus acionistas sofre transformações. Ocorre um outro grande julgamento envolvendo duas grandes corporações, a P. Smith Manufactoring Company versus Barlow (CAMPBELL apud ASHLEY, 2002), e desta vez a interpretação é outra, e a ideia de que a empresa pode buscar o desenvolvimento social passa a ser aceita. A justiça determina que uma corporação pode buscar o desenvolvimento social, desde que estabeleça em lei as normas da filantropia corporativa, caracterizando a partir daí a legitimidade das ações filantrópicas promovidas por corporações empresariais. 3.2 - Responsabilidade Social Empresarial Ainda em 1953 Howard R. Bowen publica o livro Social Responsibilities of the Businessmen, que marca o início da era moderna da RSE. O autor argumenta em seu livro que “os administradores de empresas tinham o dever moral de implementar as políticas, tomar as decisões ou seguir as linhas de ação que sejam desejáveis em torno dos objetivos e valores de nossa sociedade” . Ele ainda se manifesta dizendo saber que a RSE não é a solução para todos os males, mas que seu desenvolvimento é bem-vindo, por isso deve ser encorajado e incentivado. O trabalho inicial de Bowen foi fundamental para que outros autores publicassem. “Quais são as responsabilidades com a sociedade que se espera dos homens de negócios?”. (Howard R. Bowen, 1953) Apesar do entusiasmo, também surgiram publicações que argumentavam duramente, que as preocupações sociais eram responsabilidade do governo, e não das empresas. A partir da década de 70 a prática da responsabilidade social avançou para os países da Europa, provocando grandes mudanças nos governos e empresas, mas foi a França a primeira a formalizar a responsabilidade social, obrigando empresas com mais de 700 (setecentos), empregados, inicialmente e posteriormente mais de 300 (trezentos), a fazer balanços periódicos de seu desempenho social, em relação à mão-de-obra e às condições de trabalho. Video sugerido: IBGC. Instituto Brasileiro de Governança Corporativa: 16º Congresso - Palestra: José Luciano Penido - A Governança e o Engajamento com as Partes Interessadas. Disponível em: http://canal-ibgc.mediagroup.com.br/webcast/congresso/16/. Acesso em: 26/08/2018. 3.1 Responsabilidade social no brasil No Brasil, a responsabilidade social começa a ser debatida nos anos 60. Em 1965 é lançada a Carta de Princípios publicada pela Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), que tinha como um dos princípios a aceitação por seus membros de que a empresa, além de produzir bens e serviços, possui a função social que se realiza em nome dos trabalhadores e do bem-estar da comunidade. Em 1977 o 2º Encontro Nacional dos Dirigentes de Empresa volta a abordar o tema, e em 1984 ocorre a primeira publicação de Balanço Social-BS de uma empresa brasileira: a Nitrofértil, uma estatal situada na Bahia. No mesmo período outras empresas também iniciam a elaboração de seus balanços sociais. Já na década de 90 inicia-se uma grande mobilização de entidades não-governamentais, institutos de pesquisa e empresas sensibilizadas com a questão, destacando-se entre elas o IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – com o envolvimento do sociólogo Herbert de Souza, na divulgação BS com o objetivo de legitimar o compromisso da organização com a sociedade. Em 1992, o Banespa publica um relatório completo de suas ações sociais que serve como incentivo a outras empresas. No ano de 1993 são publicados diversos balanços sociais, e ainda lançada uma das maiores campanhas de mobilização social já presenciada no Brasil: a Campanha Nacional da Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida. Em 1995 um grupo de empresários cria o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas – GIFE, e adotam o termo cidadania empresarial com o objetivo de reconhecer as empresas que de fato desenvolviam trabalhos que geravam melhorias na qualidade de vida e transformação social. Em 1997 o IBASE lança o Selo do Balanço Social focando em uma maior mobilização dos empresários para a causa responsável. A empresa que se comprometesse a apresentar o balanço social dentro dos padrões do IBASE era certificada com o selo. Em 1998 é fundado o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social como o objetivo disseminar a prática social através de publicações, experiências vivenciadas, programas e eventos para http://canal-ibgc.mediagroup.com.br/webcast/congresso/16/ http://canal-ibgc.mediagroup.com.br/webcast/congresso/16/ associados e interessados em geral, estabelecendo indicadores sociais para avaliação de empresas, incentivando a formação de uma nova cultura empresarial baseada na ética. Dessa forma é possível identificar o interesse crescente das organizações brasileiras em estabelecer um envolvimento efetivo socialmente responsável. De acordo com Neto e Fróes (1999, p. 80), este avanço se deu pelas seguintes razões: “enormes carências sociais do país; crescente grau de organização de nossa sociedade e especialmente do terceiro setor; a ação social dos concorrentes; a divulgação crescente dos meios de comunicação sobre as ações sociais das empresas; e o crescimento das expectativas das comunidades e dos funcionários sobre o engajamento social empresarial. ” O Banco do Brasil publicou seu primeiro Balanço Social em 1997, em homenagem ao sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que faleceu naquele ano, cujo último esforço foi divulgar a ideia do Balanço Social. IBGC. Instituto Brasileiro de Governança Corporativa: 17º Congresso - Palestra: José Ermirio de Moraes e Antonio Carlos Pipponzi - Compromisso dos Jovens com o Projeto Empresarial da Família. Acesso em: http://canal-ibgc.mediagroup.com.br/webcast/congresso/17/. Acesso em: 26/08/2018. 3.3 - Responsabilidade Social Empresarial 3.1.1. Tipos de responsabilidade social Carroll(apud LOURENÇO e SCHRÖDER, 2002) apresenta um modelopiramidal no qual estabelece 4 tipos de responsabilidade social: econômica,legal, ética e discricionária (ou filantrópica). Responsabilidade Econômica – localiza-se na base da pirâmide, pois é o principal tipo de responsabilidade social encontrada nas empresas, sendo o lucro a maior razão pela qual as empresas existem. Ter responsabilidade econômica significa produzir bens e serviços de que a sociedade necessita, a um preço que possa garantir a continuação das atividades da empresa, de forma a satisfazer suas obrigações com seus investidores e maximizar os lucros para seus proprietários e acionistas. Nesta abordagem o ganho econômico é a única responsabilidade social. http://canal-ibgc.mediagroup.com.br/webcast/congresso/17/ http://canal-ibgc.mediagroup.com.br/webcast/congresso/17/ http://canal-ibgc.mediagroup.com.br/webcast/congresso/17/ Responsabilidade Legal – define o que a sociedade considera importante com respeito ao comportamento adequado da empresa. Ou seja, espera-se das empresas que atendam às metas econômicas dentro da estrutura legal e das exigências legais que são impostas pelos conselhos locais das cidades, assembleias legislativas estaduais e agências de regulamentação do governo federal. No mínimo, espera-se que as empresas sejam responsáveis pela observância das leis municipais, estaduais e federais por parte de seus funcionários.Responsabilidade Ética – inclui comportamentos ou atividades que a sociedade espera das empresas, mas que não são necessariamente codificados na lei e podem não servir aos interesses econômicos diretos da empresa. O comportamento antiético, que ocorre quando decisões permitem a um indivíduo ou empresa obter ganhos a custa da sociedade deve ser eliminado. Para serem éticos, os tomadores de decisão das empresas devem agir com eqüidade, justiça e imparcialidade, além de respeitar os direitos individuais. Responsabilidade Discricionária ou Filantrópica – é puramente voluntária e orientada pelo desejo da empresa em fazer uma contribuição social não imposta pela economia, pela lei ou pela ética. A atividade discricionária inclui: fazer doações a obras beneficentes; contribuir financeiramente para projetos comunitários ou para instituições de caridade que não oferecem retornos para a empresa e nem mesmo são esperados. 3.4 - Responsabilidade Social Empresarial 3.2 Triple bottom line Na atualidade não há como tratar de Responsabilidade Social de fato, sem abordar a sustentabilidade, e para isso, atualmente, a melhor forma é trabalhar o equilíbrio entre três pilares: o ambiental, o econômico e o social, por meio do método Triple Bottom Line. Com um consumidor cada vez mais exigente e preocupado com o impacto social e ambiental do seu padrão de consumo, as empresas precisam adotar métodos para atender às expectativas desse consumidor, desenvolvendo negócios mais sustentáveis. Mas que o é desenvolvimento sustentável? A definição mais comum de desenvolvimento sustentável é a de um desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades. Já a definição de sustentabilidade, para John Elkington (1994), é definida como o equilíbrio entre três pilares: ambiental, econômico e social, e foi com base nesse entendimento, que ele criou o Triple Bottom Line. O Triple Bottom Line ou tripé da sustentabilidade ou ainda 3 Ps da Sustentabilidade (People, Planet , Profit, ou em português, PPL, Pessoas, Planeta, Lucro), defende que para uma empresa receber o título de sustentável, ela deve atuar dentro da lógica de que essas três dimensões precisam interagir de maneira global. A expectativa de que as empresas devem contribuir de forma progressiva com a sustentabilidade surge do reconhecimento de que os negócios precisam de mercados estáveis, e que devem possuir habilidades tecnológicas, financeiras e de gerenciamento necessário para possibilitar a transição rumo ao desenvolvimento sustentável (ELKINGTON, 2001). Dois autores da Universidade de Indiana, Timothy F. Slaper (Diretor de Análise Econômica do Centro de Pesquisa em Negócios de Indiana) e Tanya J. Hall (Analista de Pesquisa em Economia ), escreveram sobre os 3 Ps e comentam sobre a importância de Elkington na construção de um método pragmático e eficaz na medição da sustentabilidade no ambiente corporativo, e afirmam que “John Elkington se esforçou para fazer 'medições' de sustentabilidade em meados dos anos 1990 englobando um novo esquema conceitual. Esse esquema foi além de métodos tradicionais que mediam lucros, retorno sobre investimento e valor para o acionista, incluindo fatores ambientais e dimensões sociais". 3.2.1. Pilares da sustentabilidade O tripé está pautado nos aspectos ambientais, econômicos e sociais, ainda que sejam discutidos novos pilares, em relação à cultura e tecnologia com o intuito de complementar a sustentação da questão. É indispensável lembrar que esses conceitos podem ser aplicados tanto em pequenas, médias e grandes empresas, como em países e até em nosso planeta. Ambiental – Esse pilar refere-se ao capital natural de uma empresa ou sociedade. É direcionado ao pequeno, médio e longo prazo. Pode-se afirmar que, inicialmente, praticamente toda atividade econômica tem impacto ambiental negativo, e considerando esse aspecto, a empresa ou a sociedade deve pensar nas formas de mitigar esses impactos e desenvolver métodos de compensação para o que não é possível amenizar. Também é indispensável a adequação à legislação ambiental pertinente à atividade desenvolvida. Econômico – Nesse pilar são analisados os temas ligados à produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Social – Trata do capital humano da empresa, comunidade, sociedade como um todo. Considera salários justos, adequação à legislação trabalhista, ações que propiciem bem-estar aos funcionários no ambiente de trabalho, já pensando na saúde do trabalhador e, consequentemente, da sua família. Também é imprescindível analisar como a atividade econômica desenvolvida pela empresa pode afetar as comunidades na qual ela está inserida. Nesse pilar devem estar previstos também os problemas gerais da sociedade como educação, violência e lazer, entre outros. 3.5 - Responsabilidade Social Empresarial ISO 26000 – Responsabilidade social empresarial A ISO 26000 começou a ser desenvolvida em 2005 e teve sua versão final publicada em 2010. Foi a primeira norma internacional de Responsabilidade Social Empresarial com o objetivo de traçar diretrizes para ajudar empresas de diferentes portes, origens e localidades na implantação e desenvolvimento de políticas baseadas na sustentabilidade. Os princípios que fundamentam a ISO 26000 são assim denominados: Responsabilidade; Transparência; Comportamento Ético; Consideração pelas partes interessadas; Legalidade; Normas Internacionais; Direitos Humanos. Além dos princípios citados, as empresas devem aplicar ações de cada uma das áreas citadas a seguir: Direitos Humanos; Práticas de Trabalho; Meio Ambiente; Práticas Leais de Operação; Combate à Corrupção e Propina; Consumidores; e Desenvolvimento aliado a participação comunitária. A norma ISO 26000 define responsabilidade social como a responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético e transparente. 3.7 - Responsabilidade Social Empresarial 3.4 Instituto ethos de empresas e responsabilidade social O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social se coloca como uma Oscip, criada em 1998 por um grupo de empresários e executivos da iniciativa privada, considerado como um polo de organização de conhecimento, troca de experiências e desenvolvimento de ferramentas para auxiliar as empresas a analisar suas práticas de gestão e aprofundar seu compromisso com a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável. Sua missão é mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade justa e sustentável. A proposta do Instituto é disseminar a prática da responsabilidade social empresarial ajudando as instituições a: compreender e incorporar de forma progressiva o conceito do comportamento empresarial socialmente responsável; implementar políticas e práticas que atendam a elevados critérios éticos, contribuindo para o alcance do sucesso econômico sustentável em longo prazo; assumir suas responsabilidades com todos aqueles que são atingidos por suas atividades; demonstrar a seus acionistas a relevância de um comportamento socialmente responsável para o retorno em longo prazo sobre seus investimentos; identificar formas inovadoras e eficazes de atuar em parceria com as comunidades na construção do bem-estar comum; prosperar, contribuindo para um desenvolvimento social, econômica e ambientalmente sustentável. Unidade 4 - Empresas Socialmente Responsáveis A Unidade 4 tem como objetivo: Divulgar como algumas empresas desenvolvem suas atividades de forma responsável socialmente. Anualmente são realizadas várias publicações sobre empresas com desempenho socialmente responsável e sustentável. Aqui serão abordadas algumas dessas publicações, seja no âmbito nacional ou internacional. Publicação 1: Publicação da RevistaExame, por Vanessa Barbosa, em 25 de janeiro de 2016. (http://exame.abril.com.br/negocios/as-100-empresas-mais-sustentaveis-do-mundo-em-2016/) A reportagem apresentou uma relação de 100 empresas consideradas as mais sustentáveis do mundo no ano de 2016, dentre as quais duasempresasbrasileiras: NaturaeoBancodoBrasil. São Paulo – A Corporate Knights, publicação canadense especializada em responsabilidade social e desenvolvimento sustentável, divulgou nesta semana a sua tradicional lista The Global 100, que contempla as empresas com as melhores práticas de sustentabilidade corporativa. O levantamento foi criado em 2005 e é anunciado, anualmente, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos. A publicação seleciona empresas de todos os setores com base em 12 indicadores principais. São eles: energia, emissões de carbono, consumo de água, resíduos sólidos, capacidade de inovação, pagamentos de impostos, a relação entre o salário médio do trabalhador e o do CEO, planos de previdência corporativos, segurança do trabalho, percentual de mulheres na gestão e o chamado “bônus por desempenho”. Este último procura identificar se a remuneração dos executivos está, de alguma forma, atrelada ao desempenho de sustentabilidade empresarial. Para a publicação, esse tipo de bonificação ajuda a estimular as boas práticas. Quem lidera a lista de 2016 é a BMW, que estava em sexto lugar no ano passado. A empresa marcou mais de 80 por cento nos 12 principais indicadores, com performances notáveis nas áreas de energia, resíduos e redução no uso de água, além de uma nota máxima em “bônus por desempenho”. A publicação enfatiza que, ultimamente, a indústria automotiva não tem muito para se vangloriar quando se trata de responsabilidade socioambiental, dado os crescentes recalls de produtos e o escândalo das emissões da Volkswagen. “No entanto, o grupo BMW ganhou o direito de se gabar da sustentabilidade por uma ampla gama de medidas de eficiência de energia, água e redução de resíduos para a inovação e diversidade”, diz. http://www.corporateknights.com/magazines/2016-global-100-issue/top-company-profile-bmw-14533332/ http://www.exame.com.br/topicos/empresas http://www.exame.com.br/topicos/sustentabilidade http://www.exame.com.br/topicos/bmw http://www.corporateknights.com/magazines/2016-global-100-issue/top-company-profile-bmw-14533332/ http://www.exame.com.br/topicos/volkswagen Duas companhias brasileiras integram a nova edição: a Natura, que caiu da 44ª posição no ano passado para 61ª, e o Banco do Brasil, que aparece na 75ª posição do ranking. Ranking Empresa País Área/Indústria Pontuação 61ª Natura Cosméticos Brasil Produtos de uso pessoal 60,70% 75ª Banco do Brasil Brasil Bancos 58,80% Veja a lista completa do Global 100 em: http://exame.abril.com.br/negocios/as-100-empresas-mais-sustentaveis-do-mundo-em-2016/ 4.1 - Empresas Socialmente Responsáveis Publicação 2: Publicação da Revista Exame, por Vanessa Barbosa, em 13/09/2016. (http://exame.abril.com.br/negocios/as-20-empresas-modelo-em-responsabilidade-socioambiental/) A reportagem apresenta empresas com atuação modelo em Responsabilidade Socioambiental. Aqui serão apresentadas 4 (quatro) dessas empresas, com foco na saúde dos funcionários, na utilização de embalagens de material orgânico e biodegradável, redução de resíduos, incentivo à reciclagem, desenvolvimento de técnicas de extração de matéria prima que preservam a natureza e diminuição do tamanho de embalagens em razão da elaboração de produtos mais concentrados, que rendem o dobro em desempenho. As demais empresas podem ser verificadas pelo endereço informado. http://exame.abril.com.br/negocios/as-100-empresas-mais-sustentaveis-do-mundo-em-2016/ http://exame.abril.com.br/negocios/as-20-empresas-modelo-em-responsabilidade-socioambiental/ São Paulo - Em busca de matérias-primas menos poluentes, a fabricante de tubos e conexões Amanco inovou na formulação de seus produtos com o uso de tecnologias mais limpas. Um destaque da empresa foi a substituição do solvente tolueno, que pode causar dependência nos trabalhadores que inalam seu vapor, por outro de menor impacto para a saúde e para o meio ambiente. Pela iniciativa, a empresa ganhou em 2009 o selo Sustentax, que certifica produtos sustentáveis. De lá pra cá, num esforço de engenharia de materiais, a empresa também alternou a fórmula de outros de seus produtos, como os estabilizantes, que deixaram de levar chumbo em sua composição, eliminando riscos de intoxicação pelo metal entre seus funcionários. 4.2 - Empresas Socialmente Responsáveis São Paulo - Foram dois anos de intensas pesquisas na subsidiária brasileira da Bunge, uma das maiores empresas de alimentos e de fertilizantes do mundo, para desenvolver uma embalagem feita de material orgânico e biodegradável. O intento, bem sucedido, deu origem a uma embalagem de menor impacto ambiental usada por um dos produtos da empresa, a margarina Cyclus. A empresa também tem atuado na redução de resíduos. No ano passado, diminuiu em 14% o volume de PET usado nas embalagens de óleo vegetal. Outra frente de atuação é no incentivo à reciclagem. A Bunge mantém 60 postos de coleta de óleo em padarias de toda a região metropolitana de São Paulo. São Paulo - O óleo de murumuru, usado em cosméticos, é extraído de uma planta amazônica de difícil manejo, e que muitas vezes leva à prática de queimadas. Com uma ação educativa promovida pela Natura, 400 famílias que fornecem a matéria-prima à empresa foram orientadas a não empregar mais esta técnica. A ação resultou na preservação de mais de três mil palmeiras das quais o óleo é extraído. Desde o lançamento da sua linha de produtos Ekos, há dez anos, a Natura mantém uma rede de fornecedores formada por 26 comunidades em todo o Brasil. Só em 2009, os negócios com o grupo - que incluem o pagamento pela matéria-prima e uma espécie de royalty pelo conhecimento local sobre plantas - atingiram 5,5 milhões de reais. 4.3 - Empresas Socialmente Responsáveis São Paulo - Ao alterar a composição de um de seus principais produtos, o sabão em pó Omo, a Unilever conseguiu reduzir em 35% a sua emissão de gases causadores do efeito-estufa. Recentemente, a fabricante de produtos de higiene pessoal também lançou uma versão líquida do Omo, que, por ser mais concentrada que a tradicional, reduz o uso de embalagens (ela equivale a duas caixas do sabão em pó) e o número de transportes para distribuição. Publicação 3: Publicação da Revista Época, por Bruno Calixto, em 27/10/2016. http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2016/10/epoca-empresa-verde-2016-os-ganhos-sao- ambientais.html A reportagem traz as 6 (seis) empresas vencedoras do prêmio Época Verde 2016. Aqui serão apresentadas 3 (três) delas, vencedoras pelo desenvolvimento de energia renovável, utilização de matéria prima oriunda de fontes sustentáveis, emissão de carbono zero e reflorestamento. As demais podem ser conhecidas acessando o endereço informa acima. ÉPOCA Empresa Verde 2016: Os ganhos são ambientais As vencedoras do Prêmio ÉPOCA Empresa Verde mostram que boas práticas ambientais são estratégia de negócio As empresas não estão deslocadas da sociedade. Elas precisam assumir responsabilidades sociais e ambientais. Sem deixar de gerar lucro, emprego e renda. Muitas já o fazem. Algumas das empresas mais importantes do Brasil e do mundo adotam práticas e políticas que permitem produzir com mais eficiência, melhorar o uso sustentável dos recursos naturais e desenvolver as regiões em que operam. Destacá-las é o papel do Prêmio ÉPOCA Empresa Verde, realizado desde 2008 em parceria com a consultoria Price water house Coopers (PwC). A edição deste ano do prêmio tem duas novidades. A primeira é como premiamos as empresas do setor financeiro. Elas são avaliadas pela forma como usam seu próprio negócio – sua política em relação ao crédito e financiamento – para a sustentabilidade. Condicionar o crédito à aplicação de medidas socioambientais pode fazer a diferença para uma obra ou projeto. A outra novidade é a categoriaque premia iniciativas empresariais que dialogam com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU. A ideia é mostrar que as iniciativas ambientais das empresas não podem ser isoladas. Elas têm de ter impacto também no entorno, nas comunidades, na vida de funcionários e consumidores. A iniciativa que mais se aproxima dessa dimensão social e nos torna mais próximos do cumprimento dos 17 objetivos da ONU foi escolhida para ser um exemplo para outras empresas. O vencedor dessa categoria foi escolhido junto com a Rede Brasil do Pacto Global da ONU. A seguir, você vai conhecer o que as seis empresas campeãs fazem pelo meio ambiente e para garantir seu próprio futuro sustentável. http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2016/10/epoca-empresa-verde-2016-os-ganhos-sao-ambientais.html http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2016/10/epoca-empresa-verde-2016-os-ganhos-sao-ambientais.html ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL Introdução Valores 1.1 - Os valores, a moral e a ética 1.2 - Os valores, a moral e a ética 1.3 - Os valores, a moral e a ética 1.4 - Os valores, a moral e a ética 1.5 - Os valores, a moral e a ética 1.6 - Os valores, a moral e a ética 1.7 - Os valores, a moral e a ética 1.8 - Os valores, a moral e a ética 1.9 - Os Valores, a moral e a ética 1.10 - Os Valores, a moral e a ética 2 - Governaça Corporativa 2.1 - Governança Corporativa 2.2 - Governaça Corporativa Em resumo, a Governança Corporativa objetiva estab Sistema de Governança Corporativa (Imagem5) 2.3 - Governança Corporativa 2.4 - Governaça Corporativa 2.5 - Governança Corporativa 2.6 - Governança Corporativa 2.7 - Governança Corporativa 2.8 - Governança Corporativa Unidade 3 - Responsabilidade Social Empresarial Os irmãos John e Horace Dodge se opunham à contínu 3.1 - Responsabilidade Social Empresarial 3.2 - Responsabilidade Social Empresarial 3.3 - Responsabilidade Social Empresarial 3.4 - Responsabilidade Social Empresarial 3.2 Triple bottom line 3.5 - Responsabilidade Social Empresarial 3.7 - Responsabilidade Social Empresarial 3.4 Instituto ethos de empresas e responsabilidade Unidade 4 - Empresas Socialmente Responsáveis 4.1 - Empresas Socialmente Responsáveis São Paulo - Em busca de matérias-primas menos polu 4.2 - Empresas Socialmente Responsáveis São Paulo - Foram dois anos de intensas pesquisas São Paulo - O óleo de murumuru, usado em cosmético 4.3 - Empresas Socialmente Responsáveis