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Resumo-Problema 1- SUS e Hipertensão Arterial

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Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 1 
 
 
HIPERTENSÃO ARTERIAL- DEFINIÇÃO 
 A hipertensão arterial (HA) é uma doença 
crônica não transmissível (DCNT) definida 
por níveis pressóricos, em que os benefícios 
do tratamento (não medicamentoso e/ou 
medicamentoso) superam os riscos. 
 Trata-se de uma condição multifatorial, que 
depende de fatores genéticos/epigenéticos, 
ambientais e sociais 
 Caracterizada por elevação persistente da 
pressão arterial (PA), ou seja, PA sistólica 
(PAS) maior ou igual a 140 mmHg e/ou 
PAdiastólica (PAD) maior ou igual a 90 
mmHg, medida com a técnica correta, em 
pelo menos duas ocasiões diferentes, na 
ausência de medicação anti-hipertensiva. 
 É aconselhável, quando possível, a 
validação de tais medidas por meio de 
avaliação da PA fora do consultório por 
meio da Monitorização Ambulatorial da 
Pressão Arterial (MAPA), da Monitorização 
Residencial da Pressão Arterial (MRPA) ou 
da Automedida da Pressão Arterial (AMPA) 
 Associa-se, frequentemente, às alterações 
funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo 
(coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) 
e às alterações metabólicas, com aumento do 
risco de eventos cardiovasculares fatais e 
não fatais 
 Síndrome caracterizada pela presença de 
níveis tensionais elevados associados a 
alterações metabólicas, hormonais e a 
fenômenos tróficos (hipertrofia cardíaca e 
vascular). 
FATORES DE RISCO 
 Genética 
 Idade 
 Sexo 
 Etnia 
 Ingestão de sódio e Potássio 
 Sedentarismo 
 Álcool 
 Fatores socioeconômicos 
 Fármacos 
 Apneia Obstrutiva do Sono 
SINTOMAS DE CRISE 
HIPERTENSIVA 
 Cefaleia (dor de cabeça) – Alterações 
visuais – Déficit neurológico (diminuição 
da força muscular/dormência) – Dor 
precordial (dor no peito) – Dispneia (falta de 
ar) 
 O sintoma que seria o mais frequente e 
específico observado num indivíduo 
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é 
uma condição clínica multifatorial 
caracterizada por níveis elevados e 
sustentados de pressão arterial – PA (PA 
≥140 x 90mmHg) 
CONCEITOS IMPORTANTES 
 
 
 
PRESSÃO ARTERIAL: PRESSÃO QUE SANGUE 
EXERCE NA PAREDE DAS ARTÉRIAS 
PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA – PAS- CORAÇÃO 
SE CONTRAI PARA IMPULSIONAR O SANGUE 
PARA AS ARTÉRIAS 
PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA- PAD- PRESSÃO 
MÍNIMA0 NO INÍCIO DOCICLO CARDÍACO – 
EJEÇÃO DO CORAÇÃO 
 Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 1 
 
 
hipertenso é a cefaleia. A cefaleia 
suboccipital, pulsátil, que ocorre nas 
primeiras horas da manhã e vai 
desaparecendo com o passar do dia 
 A resposta normal ao aumento da carga de 
trabalho decorrente do exercício vigoroso e 
regular é a hipertrofia do miocárdio, 
especialmente na parede do ventrículo 
esquerdo. Isso é um efeito positivo que faz 
do coração uma bomba mais eficiente. No 
entanto o aumento da pós-carga, leva à 
hipertrofia do miocárdio, que é 
acompanhada por dano muscular e fibrose 
(acúmulo de fibras colágenas entre as fibras 
musculares). Como resultado, o ventrículo 
esquerdo aumenta, enfraquece e dilata. 
Como as artérias do encéfalo geralmente 
são menos protegidas por tecidos 
circundantes do que são as artérias 
principais em outras partes do corpo, a 
hipertensão prolongada pode acabar 
provocando sua ruptura, resultando em um 
acidente vascular encefálico. 
 A hipertensão também danifica as arteríolas 
dos rins, fazendo com que elas se espessem, 
o que estreita o lúmen; como o aporte de 
sangue para os rins é então reduzido, os rins 
secretam mais renina, o que eleva ainda 
mais a pressão arterial. 
 
TIPOS 
 Considera-se a HA primária uma doença 
multifatorial, mas com forte componente 
genético. 
 Em contraste com a HA primária, diversas 
formas secundárias de HA são causadas por 
mutação em um gene único (HA 
monogênica), de herança familiar, como o 
hiperaldosteronismo familiar, a síndrome de 
Liddle, a hiperplasia adrenal congênita e as 
formas herdadas de feocromocitoma e 
paraganglioma. 
PREVENÇÃO PRIMÁRIA 
 Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 1 
 
 
 Controle de Peso 
 Dieta saudável 
 Sódio 
 Potássio 
 Atividade Física 
 Álcool 
 Fatores Psicossociais 
 Suplementos alimentares 
 Tabagismo 
 Espiritualidade 
DIAGNÓSTICO 
 A avaliação inicial de um paciente com 
hipertensão arterial (HA) inclui a 
confirmação do diagnóstico, a suspeita e a 
identificação de causa secundária, além da 
avaliação do risco cardiovascular (CV). As 
lesões de órgão-alvo (LOA) e as doenças 
associadas também devem ser investigadas. 
Fazem parte dessa avaliação: a medida da 
pressão arterial (PA) no consultório e/ou 
fora dele, utilizando-se técnica adequada e 
equipamentos validados e calibrados, a 
obtenção de história médica (pessoal e 
familiar), a realização de exame físico e a 
investigação clínica e laboratorial. 
 Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 1 
 
 
 Medição da PA: Recomenda-se, pelo menos, 
a medição da PA a cada dois anos para os 
adultos com PA ≤ 120/80 mmHg, e 
anualmente para aqueles com PA > 120/80 
mmHg e < 140/90 mmHg. 
 Relembrando... Determinar a PAS pela 
ausculta do primeiro som (fase I de 
Korotkoff) e, após, aumentar ligeiramente a 
velocidade de deflação; Determinar a PAD 
no desaparecimento dos sons (fase V de 
Korotkoff). 
 A PA fora do consultório pode ser obtida 
através da medição residencial da pressão 
arterial (MRPA), com protocolo específico, 
ou da MAPA de 24 horas.A MAPA e a 
MRPA são os métodos habitualmente 
utilizados para realizar as medições fora do 
consultório. Ambas fornecem informações 
semelhantes da PA, porém sóa MAPA avalia 
a PA durante o sono. 
 
FISIOPATOLOGIA 
 
 A pressão arterial é determinada pelo 
produto do débito cardíaco (DC) e da 
resistência vascular periférica (RVP). 
 A contratilidade e o relaxamento do 
miocárdio, o volume sanguíneo circulante, o 
retorno venoso e a freqüência cardíaca 
podem influenciar o DC. Assim como, a 
RVP é determinada por vários mecanismos 
vasoconstrictores e vasodilatadores como o 
sistema nervoso simpático, o sistema renina 
angiotensina e a modulação endotelial. 
 A RVP depende também da espessura da 
parede das artérias, existindo uma 
potencialização ao estímulo vasoconstrictor 
nos vasos nos quais há espessamento de suas 
paredes 
 Em muitos pacientes portadores de HA a 
elevação da PA é decorrente do aumento da 
RVP enquanto em alguns, a elevação do DC 
é o responsável pela HA 
 
PERFIL HEMODINÂMICO DOS 
PACIENTES COM HIPERTENSÃO 
ARTERIAL 
 
 Hipertensão e aumento do débito cardíaco. 
 Alguns hipertensos, geralmente jovens, 
apresentam uma síndrome com DC elevado 
e RVP reduzida, algumas vezes chamada de 
hipertensão hiperdinâmica 
 Alterações hemodinâmicas mistas: A 
principal característica dos pacientes com 
HA essencial é a combinação do aumento do 
DC e da RVP. Geralmente, esse perfil 
hemodinâmico tem associação com a idade, 
enquanto os jovens apresentam DC elevado, 
muitos pacientes idosos com HA apresenta 
 Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 1 
 
 
DC reduzido, correspondendo a maior parte 
da população hipertensa. 
 Os pacientes com HA maligna ou acelerada 
têm severa vasoconstricção arteriolar com 
aumento da RVP e DC normal ou reduzido 
 A acentuada vasoconstricção que esses 
pacientes apresentam é mediada pelo 
aumento da atividade do sistema nervoso 
simpático (SNS), do sistema renina 
angiotensina e pode depender, em parte, da 
falência do endotélio em promover 
vasodilatação compensatória 
 IDOSOS- ATERIOSCLEROSE- a 
diminuição da complacência da aorta e o 
aumento reflexo da onda de pulso causam 
elevação da PA sistólica e contribui para 
hipertrofia ventricular esquerda 
 Negros– tendencia em RVP elevado- esses 
indivíduos apresentam um perfil de 
hipertensão com renina baixa associado com 
vasoconstricção sistêmica que independe do 
volume de líquido intravascular 
 
MECANISMOS NEURAIS 
 
 Em situações normais, espera-se que a 
elevação da PA seja acompanhada de 
redução da frequência cardíaca. Entretanto, 
muitos pacientes com HA essencial 
apresentam frequência cardíaca de repouso 
mais elevada que o normal. Isso pode sugerir 
alterações na sensibilidade dos 
barorreceptores nos pacientes com HA . 
Além disso, vários estudos têm demonstrado 
aumento na liberação, sensibilidade e 
excreção de norepinefrina em hipertensos, 
notadamente naqueles com HA borderline e 
com menos severidade da doença 
 Além de evidências do envolvimento do 
SNS na HA crônica, existem vários estudos 
farmacológicos mostrando que drogas anti-
adrenérgicas reduzem de forma significativa 
a PA 
SISTEMA RENINA-AGIOTENSINA 
 A renina é uma enzima liberada pelas células 
justa glomerulares dos rins quando 
estimulada através da redução do fluxo 
sanguíneo renal, contração de volume 
intravascular, redução da ingesta de sódio na 
dieta, estímulo β-adrenérgico nas células 
justa glomerulares e redução nos níveis 
plasmáticos de aldosterona 
 A renina liberada atua sobre o 
angiotensinogênio produzido pelo fígado, 
convertendo-o em um decapeptídeo a 
angiotensina I, que é imediatamente 
transformada na circulação pulmonar, 
através da enzima conversora da 
angiotensina (ECA), em um octapeptídeo 
com potente ação vasoconstrictora, a 
angiotensina II. 
 A angiotensina II atua na musculatura lisa 
dos vasos produzindo constricção, no córtex 
adrenal liberando aldosterona, na medula 
adrenal liberando catecolaminas, em certas 
áreas do sistema nervoso central iniciando a 
liberação de adrenalina no cérebro e 
promovendo a ingesta de líquidos através de 
estímulo no centro da sede no cérebro. 
 Essas ações, fisiologicamente atuam como 
uma defesa da PA, aumentando a RVP e a 
retenção de sódio e água. 
 O feedback negativo dessa sequência 
homeostática fisiológica ocorre quando, na 
presença de excesso de angiotensina II, a 
liberação de renina é inibida. 
 
 Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 1 
 
 
 
 
ATENDIMENTO NO SUS 
HISTÓRICO DO SUS 
 Como se sabe, antes da chegada de europeus 
em território brasileiro, os povos indígenas 
já o habitavam há centenas de anos. 
Os povos indígenas já tinham enfermidades, 
mas com a colonização portuguesa tudo 
piorou, principalmente pela conhecida 
expressão usada em aulas sobre a história do 
Brasil: as “doenças de branco”. Doenças 
comuns na Europa, que não existiam no 
Brasil, acabaram sendo trazidas. O ponto de 
atenção é de que os indígenas não tinham 
imunidade para elas e a consequência foi a 
morte de milhares deles. 
 Durante os 389 anos de duração da Colônia 
e do Império, pouco ou nada foi feito com 
relação à saúde. 
 Com a chegada da Família Real portuguesa 
ao Brasil, em 1808, e a sua vontade em 
desenvolver o Brasil para que se 
aproximasse da realidade vivida em 
Portugal, uma das primeiras medidas foi a 
fundação de cursos universitários. 
 A ligação entre entidades religiosas e 
tratamentos de saúde é bastante forte e existe 
desde a colonização do Brasil 
 As Santas Casas de Misericórdia são uma 
dessas entidades que se destinaram a prestar 
assistência médica às pessoas. As santas 
casas foram, durante décadas, a única opção 
de acolhimento e tratamento de saúde para 
quem não tinha dinheiro. 
 Em 1822, D. Pedro I declara a 
independência brasileira com relação a 
Portugal bradando: “Independência ou 
morte!”. Relacionando o bordão com 
a saúde pública, pode-se dizer que houve 
avanços durante o período imperial 
 A cidade, além de sofrer diversas mudanças 
urbanas, como calçamento de ruas e 
iluminação pública, também visava a 
higienizar o centro urbano – de maneira 
sanitária e social. Social, pois expulsava do 
centro da cidade os casebres e as pessoas de 
classe social mais inferior, proliferando 
então o desenvolvimento de favelas nas 
áreas periféricas. 
 A higienização sanitária deveria ocorrer por 
conta das recorrentes endemias de febre 
amarela, peste bubônica, malária e varíola, 
doenças associadas à falta de saneamento 
básico e de higiene. Os esgotos, na época, 
corriam a céu aberto e o lixo era depositado 
em valas. Assim, o alvo da campanha pela 
saúde pública nesse princípio de século XIX 
foi estruturar o saneamento básico. 
 Com a declaração do fim da escravidão em 
1888, o país ficou dependente de mão de 
obra imigrante para continuar no cultivo de 
insumos que eram a base 
da economia brasileira, principalmente o 
café. Entre 1900 e 1920, o Brasil ainda era 
refém dos problemas sanitários e das 
epidemias. Portanto, para a recepção 
dos imigrantes europeus, houve diversas 
reformas urbanas e sanitárias nas grandes 
cidades, como o Rio de Janeiro, em que 
houve atenção especial às suas áreas 
portuárias. Para o governo, o crescimento do 
país dependia de uma população saudável e 
com capacidade produtiva, portanto era de 
seu interesse que sua saúde estivesse em 
bom estado. 
 Os sanitaristas comandaram esse período 
com campanhas de saúde, sendo um dos 
destaques o médico Oswaldo Cruz, que 
enfrentou revoltas populares na defesa da 
http://www.politize.com.br/povos-indigenas-do-brasil/
http://www.politize.com.br/monarquia-e-republica-qual-a-diferenca/
http://www.politize.com.br/monarquia-e-republica-qual-a-diferenca/
http://www.mv.com.br/pt/blog/um-breve-relato-da-historia-da-saude-publica-no-brasil
http://www.mv.com.br/pt/blog/um-breve-relato-da-historia-da-saude-publica-no-brasil
http://www.politize.com.br/
http://www.politize.com.br/escravidao-brasil-ainda-existe/
http://www.politize.com.br/o-que-e-economia/
http://www.politize.com.br/refugiados-imigrantes-e-asilados/
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/QuestaoSocial/MovimentoSanitarista
 Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 1 
 
 
vacina obrigatória contra a varíola – na 
época, a população revoltou-se com a 
medida, pois não foram explicados os 
objetivos da campanha e do que se tratavam 
as vacinas. As ações dos sanitaristas 
chegaram até o Sertão Nordestino, 
divulgando a importância dos cuidados com 
a saúde no meio rural. Lá, porém, as pessoas 
eram muito pobres e continuavam em 
moradias precárias, vitimadas por doenças 
mesmo com a disseminação de vacinas. 
 Os sanitaristas comandaram esse período 
com campanhas de saúde, sendo um dos 
destaques o médico Oswaldo Cruz, que 
enfrentou revoltas populares na defesa da 
vacina obrigatória contra a varíola – na 
época, a população revoltou-se com a 
medida, pois não foram explicados os 
objetivos da campanha e do que se tratavam 
as vacinas. As ações dos sanitaristas 
chegaram até o Sertão Nordestino, 
divulgando a importância dos cuidados com 
a saúde no meio rural. Lá, porém, as pessoas 
eram muito pobres e continuavam em 
moradias precárias, vitimadas por doenças 
mesmo com a disseminação de vacinas. 
 Ainda nos anos de 1920, foram criadas as 
CAPS: Caixas de Aposentadoria e Pensão. 
Os trabalhadores as criaram para garantir 
proteção na velhice e na doença. 
Posteriormente e devido à pressão popular, 
Getúlio Vargas ampliou as CAPS para 
outras categorias profissionais, tornando-se 
o IAPS: Instituto de Aposentadorias e 
Pensões. 
 A Constituição de 1934, promulgada 
durante o governo Vargas, concedia novos 
direitos aos trabalhadores, como assistência 
médica e “licença-gestante”. Além disso, 
a Consolidação das Leis Trabalhistas de 
1943, a CLT, determina aos trabalhadores 
de carteira assinada, além do salário 
mínimo, também benefícios à saúde. 
As Conferências Nacionais de 
Saúde tiveram um papel muitoimportante 
na consolidação do entendimento da 
importância da saúde pública no Brasil – 
mais adiante, você entenderá por quê. A 3ª 
Conferência Nacional de Saúde ocorreu no 
final de 1963 e apresentou diversos estudos 
sobre a criação de um sistema de saúde 
 Em 1953, foi criado o Ministério da Saúde. 
Foi a primeira vez em que houve um 
ministério dedicado exclusivamente à 
criação de políticas de saúde, com foco 
principalmente no atendimento em zonas 
rurais, já que nas cidades a saúde era 
privilégio de quem tinha carteira assinada. 
 O movimento sanitarista foi de importância 
ímpar ao entendimento de saúde pública, do 
conceito de saúde e também da evolução do 
direito à saúde no Brasil. A reforma sanitária 
se refere às ideias de uma série de mudanças 
e transformações necessárias à saúde. Sua 
composição era de técnicos da saúde – 
médicos, enfermeiros, biomédicos… – e 
intelectuais, partidos políticos, diferentes 
correntes e tendências e movimentos sociais 
diversos. Ao fim da década de 1970, o 
movimento adquiriu certa maturidade em 
função de uma série de estudos acadêmicos 
e práticos realizados, principalmente, nas 
faculdades de Medicina. 
 Ao fim da ditadura, as propostas da Reforma 
Sanitária foram reunidas num documento 
chamado Saúde e Democracia, enviado para 
aprovação do Legislativo. Uma das 
conquistas foi a realização da 8ª Conferência 
Nacional da Saúde em 1986. Pela primeira 
vez na história, foi possível a participação da 
sociedade civil organizada no processo de 
construção do que seria o novo modelo de 
saúde pública brasileiro. 
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/QuestaoSocial/MovimentoSanitarista
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos30-37/PoliticaSocial/IAP
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos30-37/PoliticaSocial/IAP
http://www.politize.com.br/constituicao-de-1934/
http://www.politize.com.br/clt-o-que-e/
http://www.politize.com.br/clt-o-que-e/
http://www.politize.com.br/clt-o-que-e/
https://portal.fiocruz.br/linha-do-tempo-conferencias-nacionais-de-saude
https://portal.fiocruz.br/linha-do-tempo-conferencias-nacionais-de-saude
https://bvsarouca.icict.fiocruz.br/sanitarista05.html
https://pensesus.fiocruz.br/reforma-sanitaria
https://pensesus.fiocruz.br/reforma-sanitaria
 Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 1 
 
 
 Essa conferência foi tão importante pois 
desde o seu tema – “saúde como direito de 
todos e dever do Estado” – teve como 
resultado uma série de documentos que 
basicamente esboçaram o surgimento do 
Sistema Único de Saúde (SUS). 
 Num primeiro momento, trabalhou-se a 
análise do contexto da transição da ditadura 
para a democracia. 
 Seu início se deu nos anos 70 e 80, quando 
diversos grupos se engajaram no movimento 
sanitário, com o objetivo de pensar um 
sistema público para solucionar os 
problemas encontrados no atendimento da 
população defendendo o direito universal à 
saúde. 
 Em 1988, por ocasião da promulgação da 
Constituição da República Federativa do 
Brasil, foi instituído no país o Sistema Único 
de Saúde (SUS), que passou a oferecer a 
todo cidadão brasileiro acesso integral, 
universal e gratuito a serviços de saúde. 
 A década de 1980 é o referencial histórico de 
sua institucionalização, concretizando o 
princípio de participação da comunidade na 
deliberação, gestão e fiscalização das 
políticas públicas 
 Por sua vez, este princípio da participação 
social nas políticas do Estado, também 
denominada de gestão participativa, insere-
se num processo mais abrangente de 
democratização estatal e societária, que tem 
fundamentado práticas políticas de amplos e 
significativos segmentos da sociedade 
brasileira desde meados dos anos 1970, 
ainda na vigência do regime militar, 
ganhando envergadura na década seguinte. 
FLUXO DE ATENDIMENTO E NIVÉIS DE 
COMPLEXIDADE 
 As redes de atenção à saúde (RASs), uma 
nova forma de organizar o sistema de 
atenção à saúde em sistemas integrados que 
permitam responder, com efetividade, 
eficiência, segurança, qualidade e equidade, 
às condições de saúde da população 
brasileira. 
 Tradicionalmente trabalha-se em saúde com 
uma divisão entre doenças transmissíveis e 
doenças crônicas não transmissíveis. Essa 
tipologia é largamente utilizada, em especial 
pela epidemiologia. 
 Condições agudas [DENGUE, ZIKA] e 
crônicas [DM,HAS] 
 Os sistemas de atenção à saúde são definidos 
pela Organização Mundial da Saúde como o 
conjunto de atividades cujo propósito 
primário é promover, restaurar e manter a 
saúde de uma população para se atingirem os 
seguintes objetivos: o alcance de um nível 
ótimo de saúde, distribuído de forma 
equitativa; a garantia de uma proteção 
adequada dos riscos para todos o cidadãos; o 
acolhimento humanizado dos cidadãos; a 
provisão de serviços seguros e efetivos; e a 
prestação de serviços eficientes (WORLD 
HEALTH ORGANIZATION, 2000; 
MENDES, 2002b). 
 Os sistemas de atenção à saúde constituem 
respostas sociais, deliberadamente 
organizadas, para responder às 
necessidades, demandas e preferências das 
sociedades. Nesse sentido, eles devem ser 
articulados pelas necessidades de saúde da 
população que se expressam, em boa parte, 
em situações demográficas e 
epidemiológicas singulares. 
 Além de se organizarem pela atenção às 
condições agudas e crônicas, os sistemas de 
atenção à saúde podem apresentar-se, 
 Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 1 
 
 
socialmente, num contínuo que vai desde a 
fragmentação até a integração 
 Os sistemas fragmentados de atenção à 
saúde, fortemente hegemônicos, são aqueles 
que se organizam através de um conjunto de 
pontos de atenção à saúde, isolados e 
incomunicados uns dos outros, e que, por 
consequência, são incapazes de prestar uma 
atenção contínua à população. Em geral, não 
há uma população adscrita de 
responsabilização. Neles, a atenção primária 
à saúde não se comunica fluidamente com a 
atenção secundária à saúde e, esses dois 
níveis, também não se articulam com a 
atenção terciária à saúde, nem com os 
sistemas de apoio, nem com os sistemas 
logísticos. Diferentemente, os sistemas 
integrados de atenção à saúde, as RASs, são 
aqueles organizados através de um conjunto 
coordenado de pontos de atenção à saúde 
para prestar uma assistência contínua e 
integral a uma população definida. 
 O sistema público brasileiro de atenção à 
saúde organiza-se, segundo suas normativas, 
em atenção básica, atenção de média e de 
alta complexidades. 
 atenção primária à saúde como base e centro 
organizador das redes de atenção integral à 
saúde. 
 Grau de severidade da condição crônica que 
pode ser gerido rotineiramente pelas equipes 
de atenção primária à saúde; o espaço entre 
a linha A e B representa, em determinado 
tempo, o grau de severidade da condição 
crônica que pode ser respondido por uma 
unidade de pronto- -atendimento 
ambulatorial; e, finalmente, o espaço 
superior à linha B representa, em 
determinado tempo, o grau de severidade da 
condição crônica que necessita de 
atendimento numa unidade hospitalar. 
Suponha-se que se represente a atenção a um 
portador de diabetes do tipo 2. Pela lógica da 
atenção às condições agudas, essa pessoa 
quando se sente mal ou quando agudiza sua 
doença, busca o sistema e é atendida, na 
unidade de pronto-atendimento ambulatorial 
(ponto X); num segundo momento, 
apresenta uma descompensação metabólica 
e é internada numa unidade hospitalar 
(ponto Y). Contudo, nos intervalos entre 
esses momentos de agudização de sua 
condição crônica não recebe uma atenção 
contínua e proativa, sob a coordenação da 
equipe da atenção primária à saúde. Esse 
sistema de atenção à saúde que atende às 
condições crônicas na lógica da atenção às 
condições agudas, ao final de umperíodo 
longo, determinará resultados sanitários e 
econômicos desastrosos. 
PRIMÁRIO 
 Esse nível é o contato inicial 
para prevenção e redução de risco de 
doenças. Neste nível, não há tratamentos 
complexos ou combate a doenças. Ele trata 
do contato inicial para promoção de saúde. 
Para isso, há realização de exames e 
consultas de rotina, que são importantes para 
manter uma vida saudável. 
SECUNDÁRIO 
 A complexidade do atendimento neste nível 
é maior e o paciente já entra em contato com 
profissionais da saúde mais especializados, 
como cardiologista e oftalmologista. São 
realizados também exames mais detalhados 
para um diagnóstico preciso 
e tratamento adequado. 
TERCIÁRIO 
 Geralmente, o paciente foi encaminhado 
para este nível após passar pelo primário ou 
secundário. É um atendimento altamente 
 Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 1 
 
 
especializado para pacientes que podem 
estar internados e precisam de cirurgias e 
exames mais invasivos. 
 REABILITAÇÃO 
 
 
 A Atenção Primária é constituída pelas 
Unidades Básicas de Saúde (UBS), 
pelos Agentes Comunitários de Saúde 
(ACS), pela Equipe de Saúde da Família 
(ESF) e pelo Núcleo de Apoio à Saúde da 
Família (NASF) enquanto o nível 
intermediário de atenção fica a encargo do 
SAMU 192 (Serviço de Atendimento Móvel 
as Urgência), das Unidades de Pronto 
Atendimento (UPA), e o atendimento de 
média e alta complexidade feito nos 
hospitais. 
 A Atenção Secundária é formada pelos 
serviços especializados em nível 
ambulatorial e hospitalar, com densidade 
tecnológica intermediária entre a atenção 
primária e a terciária, historicamente 
interpretada como procedimentos de média 
complexidade. Esse nível compreende 
serviços médicos especializados, de apoio 
diagnóstico e terapêutico e atendimento de 
urgência e emergência. 
 A Atenção Terciária ou alta complexidade 
designa o conjunto de terapias e 
procedimentos de elevada especialização. 
Organiza também procedimentos que 
envolvem alta tecnologia e/ou alto custo, 
como oncologia, cardiologia, oftalmologia, 
transplantes, parto de alto risco, traumato-
ortopedia, neurocirurgia, diálise (para 
pacientes com doença renal crônica), 
otologia (para o tratamento de doenças no 
aparelho auditivo). 
 Envolve ainda a assistência em cirurgia 
reparadora (de mutilações, traumas ou 
queimaduras graves), cirurgia bariátrica 
(para os casos de obesidade mórbida), 
cirurgia reprodutiva, reprodução assistida, 
genética clínica, terapia nutricional, distrofia 
muscular progressiva, osteogênese 
imperfeita (doença genética que provoca a 
fragilidade dos ossos) e fibrose cística 
(doença genética que acomete vários órgãos 
do corpo causando deficiências 
progressivas). 
 Entre os procedimentos ambulatoriais de 
alta complexidade estão a quimioterapia, a 
radioterapia, a hemoterapia, a ressonância 
magnética e a medicina nuclear, além do 
fornecimento de medicamentos 
excepcionais, tais comopróteses ósseas, 
marca-passos, stendt cardíaco, etc. 
PLURALIDADE DO SUS 
 A noção de pluralismo foi originalmente 
desenvolvida na Ciência Política, com o fim 
de defender o princípio de que cidadãos 
socialmente iguais, em direitos e deveres, 
podem ser diferentes, em percepções e 
necessidades. No campo da saúde este 
preceito ainda sofre grande resistência, no 
entanto em maio de 2006, com a publicação 
da Política Nacional de Práticas 
Integrativas e Complementares no SUS 
PNPIC-SUS, o Ministério da Saúde deu 
mais um passo para a expansão da 
pluralidade na saúde brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/manual_acs.pdf
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/manual_acs.pdf
http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unidade05/unidade05.pdf
http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unidade05/unidade05.pdf
http://www.saude.rs.gov.br/upload/1383057504_NASF_set2013.pdf
http://www.saude.rs.gov.br/upload/1383057504_NASF_set2013.pdf
 Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 1 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria 
de Atenção à Saúde. Departamento de 
Atenção Básica. Estratégias para o 
cuidado da pessoa com doença 
crônica: hipertensão arterial sistêmica 
/ Ministério da Saúde, Secretaria de 
Atenção á Saúde, Departamento de 
Atenção Básica. – Brasília: Ministério 
da Saúde, 2013.128 p.: il. (Cadernos de 
Atenção Básica, n. 37). 
2. 7ª DIRETRIZ BRASILEIRA DE 
HIPERTENSÃO ARTERIAL. Arquivos 
Brasileiros de Cardiologia Volume 107, 
Nº 3, Suplemento 3, Setembro 2016. 
Indexação: ISI (Thomson Scientific), 
Cumulated Index Medicus (NLM), 
SCOPUS, MEDLINE, EMBASE, 
LILACS, SciELO, PubMed . Filiada à 
Associação Médica Brasileira. 
http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretr
izes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTE
RIAL.pdf 
 
3. MENDES, E.V. As redes de atenção à 
saúde. Brasília: Organização Pan-
Americana da Saúde, 2011. 549 p.

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