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Módulo 4-Problema 2- Resumo Final

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Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
RELEMBRANDO ALGUNS CONCEITOS 
SOBRE PA... 
 A hipertensão arterial, quando persistente, 
provoca lesão nos vasos sanguíneos, nos 
rins, no coração e no cérebro, levando ao 
aumento na incidência de insuficiência 
renal, coronariopatia, insufici-ência 
cardíaca, acidente vascular encefálico 
(AVE) e demência. 
 Foi constatado que a redução farmacológica 
efetiva da pressão arterial impede a lesão dos 
vasos sanguíneos e diminui 
substancialmente as taxas de morbidade e de 
mortalidade. 
 Há muitos fármacos eficazes disponíveis. O 
conhecimento de seus mecanismos anti-
hipertensivos e de seus locais de ação 
possibilita a previsão acurada de sua eficácia 
e toxicidade. O uso racional desses agentes, 
isoladamente ou em associação, pode 
reduzir a pressão arterial, com risco mínimo 
de toxicidade grave na maioria dos 
pacientes. 
 Diagnóstico: Medidas repetidas e 
reproduzíveis de elevação da pressão 
arterial. Serve para prever as consequências 
do distúrbio, riscos de lesões cardíacas 
renais e cerebral. 
 Tanto a hipertensão sistólica como a 
diastólica estão associadas à lesão de órgãos 
terminal; a denominada hipertensão sistólica 
isolada não é benigna. 
 Os riscos – e, portanto, a urgência da 
instituição da terapia – aumentam 
proporcionalmente com a magnitude da 
elevação da pressão arterial. O risco de lesão 
de órgãos terminal em qualquer nível de 
pressão arterial ou idade é maior nos afro-
americanos e relativamente menor nas 
mulheres antes da menopausa do que nos 
homens. Outros fatores de risco positivos 
incluem tabagismo; síndrome metabólica, 
inclusive obesidade, dislipidemia e diabetes; 
manifestações de lesão de órgãos terminal 
por ocasião do diagnóstico; e história 
familiar de doença cardiovascular. 
 Convém assinalar que o diagnóstico de 
hipertensão depende da medida da pressão 
arterial, e não dos sintomas relatados pelo 
paciente. Com efeito, a hipertensão é 
habitualmente assintomática, até que a lesão 
manifesta de órgãos terminal seja iminente 
ou já tenha ocorrido. 
ETIOLOGIA 
 É possível estabelecer uma causa específica 
para a hipertensão em apenas 10 a 15% dos 
pacientes. Considera-se o diagnóstico de 
hipertensão essencial ou primária em 
pacientes nos quais não é possível identificar 
nenhuma causa específica de hipertensão. 
Os pacientes com etiologia específica são 
considerados portadores de hipertensão 
secundária. É importante considerar as 
causas específicas em cada caso, visto que 
algumas delas são passíveis de tratamento 
cirúrgico definitivo: constrição da artéria 
renal, coarctação da aorta, feocromocitoma, 
doença de Cushing e aldosteronismo 
primário. 
 Na maioria dos casos, a elevação da pressão 
arterial está associada a um aumento global 
da resistência ao fluxo sanguíneo por meio 
Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
das arteríolas, ao passo que o débito cardíaco 
está habitualmente normal. A investigação 
meticulosa da função do sistema nervoso 
autônomo, dos reflexos barorreceptores, do 
sistema renina-angiontensina-aldosterona e 
do rim não conseguiu identificar qualquer 
anormalidade isolada como causa do 
aumento de resistência vascular periférica na 
hipertensão essencial. Por conseguinte, 
parece que a elevação da pressão arterial é 
habitualmente causada por uma combinação 
de várias anormalidades (multifatorial). 
Evidências epidemiológicas indicam que 
fatores genéticos, estresse psicológico e 
fatores ambientais e nutricionais (aumento 
da ingestão de sal e diminuição do consumo 
de potássio ou de cálcio) contribuem para o 
desenvolvimento da hipertensão. 
REGUL AÇÃO NORMAL DA PRESSÃO 
 De acordo com a equação hidráulica, a 
pressão arterial (PA) é diretamente 
proporcional ao produto do fluxo sanguíneo 
(débito cardíaco, DC) pela resistência à 
passagem do sangue atra-vés das arteríolas 
pré-capilares (resistência vascular 
periférica, RVP): 
 
 PA = DC X RVP 
 
 Quanto maior é a resistência vascular 
periférica, maior deve ser a pressão 
arterial para conseguir vencer essa 
resistência; 
 DC: é o produto do débito sistólico (tanto 
de sangue que o coração consegue 
bombear) x frequência cardíaca 
 Do ponto de vista fisiológico, tanto em 
indivíduos normais como nos hipertensos, a 
pressão arterial é mantida pela regulação 
contínua do débito cardíaco e da resistência 
vascular periférica, exercida em três locais 
anatômicos: as arteríolas, as vênulas pós-
capilares (vasos de capacitância) e o 
coração. Um quarto local anatômico de 
controle, o rim, contribui para a manutenção 
da pressão arterial ou regulação do volume 
do líquido intravascular. Os barorreflexos 
mediados por nervos autônomos atuam em 
combinação com mecanismos humorais, 
inclusive com o sistema renina-
angiotensina-aldos-terona, coordenando a 
função nesses quatro locais de controle e 
mantendo a pressão arterial normal. Por fim, 
a liberação local de substâncias vasoativas 
do endotélio vascular também pode estar 
envolvida na regulação da resistência 
vascular. Por exemplo, a endotelina-1 causa 
constrição dos vasos sanguíneos, ao passo 
que o óxido nítrico os dilata. 
 A pressão arterial em um paciente 
hipertenso é controlada pelos mesmos 
mecanismos que atuam nos indivíduos 
normotensos. A regulação da pressão 
arterial nos hipertensos difere daquela de 
indivíduos sadios, visto que os 
barorreceptores e os sistemas de controle 
renais de volume-pressão sanguíneos 
parecem estar “ajustados” em um nível mais 
elevado de pressão arterial. Todos os agentes 
Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
anti-hipertensivos atuam por interferência 
nesses mecanismos normais abaixo. 
BARORREFLEXO POSTURAL 
 Os barorreflexos são responsáveis por 
ajustes rápidos e contínuos da pressão 
arterial, como na transição da postura em 
decúbito para a ereta 
 Os neurônios simpáticos centrais que 
surgem da área vasomotora do bulbo são 
tonica-mente ativos. Os barorreceptores 
carotídeos são estimulados pelo estiramento 
das paredes vasculares produzido pela 
pressão interna (pressão arterial). A ativação 
dos barorreceptores inibe a descarga 
simpática central. Por outro lado, a redução 
do estiramento determina a redução da 
atividade dos barorreceptores. Assim, no 
caso de transição para a postura ereta, os 
barorreceptores percebem a redução da 
pressão arterial, que resulta do acúmulo de 
sangue nas veias abaixo do nível do coração, 
como uma redução do estiramento das 
paredes, liberando a inibição da descarga 
simpática. O aumento reflexo na descarga 
simpática atua por meio das terminações 
nervosas, aumentando a resistência vascular 
periférica (constrição das arteríolas) e o 
débito cardíaco (estimulação direta do 
coração e constrição dos vasos de 
capacitância, o que aumenta o retorno 
venoso ao coração), restaurando, assim, a 
pressão arterial normal. O mesmo 
barorreflexo atua em resposta a qualquer 
evento capaz de baixar a pressão arterial, 
incluindo redução primária da resistência 
vascular periférica (p. ex., causada por 
agente vasodilatador) ou do volume 
intravascular (p. ex., devido à hemorragia ou 
à perda de sal e de água pelos rins). 
RESPOSTA RENAL Á REDUÇÃO DA 
PA 
 No controle do volume sanguíneo, o rim é o 
principal responsável pelo controle em 
longo prazo da pressão arterial. Assim, a 
redução da pressão de perfusão renal 
determina a redistribuição intrarrenal do 
fluxo sanguíneo e provoca aumento da 
reabsorção de sal e de água. Além disso, 
tanto a diminuição da pressão nas arteríolas 
renais como a redução da atividade neural 
simpática(por meio dos receptores β-
adrenérgicos) estimulam a produção de 
renina, que aumenta a produção de 
angiotensi-na II. A angiotensina II causa (1) 
Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
constrição direta dos vasos de resistência e 
(2) estimulação da síntese de aldosterona no 
córtex suprarrenal, o que aumenta a 
absorção renal de sódio e o volume 
sanguíneo intravascular. A vasopressina 
liberada pela neuro-hipófise também 
desempenha uma função na manutenção da 
pressão arterial, em virtude de sua 
capacidade de regular a reabsorção de água 
pelos rins 
 
 
 
 Os medicamentos que são utilizados no 
tratamento de hipertensão arterial são 
chamados anti-hipertensivos 
 A terapia anti-hipertensiva tem, o intuito de 
controlar os níveis de PA para evitar 
complicações cardiovasculares e reduzir a 
morbidade e a mortalidade associadas à PA 
elevada. 
 Todos os agentes anti-hipertensivos atuam 
em um ou mais dos quatro locais anatômicos 
de controle. Produzindo efeitos ao 
interferirem nos mecanismos normais de 
regulação da pressão arterial. Uma 
classificação útil desses fármacos consiste 
em dividi-los de acordo com o principal 
local regulador ou mecanismo sobre o qual 
atuam. 
 Em virtude de seus mecanismos comuns de 
ação, os fármacos dentro de cada categoria 
tendem a produzir um espectro semelhante 
de toxicidades. 
 Pode-se executar essa tarefa de forma não 
farmacológica, com alteração da dieta, 
exercício, redução do consumo de álcool, 
cessação do tabagismo e métodos 
psicológicos de relaxamento; e de forma 
farmacológica, utilizando diuréticos, 
fármacos que agem no sistema renina-
angiotensina-aldosterona (SRAA), fármacos 
que agem no sistema nervoso simpático, 
antagonista de canal para cálcio e 
vasodilatadores diretos. 
 
 Agentes Simpaticoliticos: I- Ação central ; II 
alfa-adrenérgicos seletivos; III- 
Betabloqueadores // Vasodilatadores: vaso 
ditadores direto; Bloqueadores de canal de 
cálcio // Inibidores de Enzina conversoras: 
Inibidores da ECA// Diuréticos : I – 
Tiazídicos ; II- de alça e III-Poupadores de 
potássio 
 
CATEGORIAIS 
 
 Reduzem a pressão arterial por meio da 
depleção do sódio corporal, diminuição do 
volume sanguíneo e, talvez, outros 
mecanismos. 
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/hipertens%C3%A3o-arterial/hipertens%C3%A3o-arterial
Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
 O mecanismo de ação anti-hipertensiva dos 
diuréticos se relaciona inicialmente aos seus 
efeitos diuréticos e natriuréticos, com 
diminuição do volume extracelular. 
Posteriormente, após cerca de quatro a seis 
semanas, o volume circulante praticamente 
se normaliza e há redução da resistência 
vascular periférica. 
 tiazídicos (hidroclorotiazida, clortalidona e 
indapamida), de alça (bumetamida e 
furosemida) e poupadores de potássio 
(amilorida e espironolactona). Os tiazídicos 
são utilizados para HAS leve a moderada e 
em conjunto com outras drogas. Além de 
reduzirem a volemia, promovem 
vasodilatação in vitro por abrirem canais 
para potássio sensíveis a cálcio, reduzindo a 
resistência vascular periférica; os efeitos 
colaterais são: hipocalemia, disfunção erétil 
e gota. Os diuréticos de alça são utilizados 
em casos graves, mas de forma aguda. Os 
diuréticos poupadores de potássio causam 
hipercalemia, ginecomastia, hiperplasia 
prostática benigna e disfunção erétil 
(eplerenona, análogo de espironolactona, 
não causa disfunção erétil). Em geral, são 
utilizados em associação aos outros 
diuréticos para evitar hipocalemia. Os 
pacientes devem ser orientados em relação à 
nictúria. 
 Para uso como anti-hipertensivos, são 
preferidos os diuréticos tiazídicos e 
similares, em baixas doses. Os diuréticos de 
alça são reservados para situações de 
hipertensão associada a insuficiência renal 
com taxa de filtração glomerular abaixo de 
30 mL/min/1,73 m2 (D) e na insuficiência 
cardíaca com retenção de volume. Em 
pacientes com aumento do volume 
extracelular (insuficiências cardíaca e renal), 
o uso associado de diurético de alça e 
tiazídico pode ser benéfico tanto para o 
controle do edema quanto da pressão 
arterial, ressalvando-se o risco maior de 
eventos adversos. Os diuréticos poupadores 
de potássio apresentam pequena eficácia 
diurética, mas, quando associados aos 
tiazídicos e aos diuréticos de alça, são úteis 
na prevenção e no tratamento de 
hipopotassemia. Seu uso em pacientes com 
redução da função renal poderá acarretar 
hiperpotassemia. 
 Principais reações adversas: 
Hipopotassemia, por vezes acompanhada de 
hipomagnesemia, que pode induzir arritmias 
ventriculares, e hiperuricemia. O emprego 
de baixas doses diminui o risco de efeitos 
adversos, sem prejuízo da eficácia anti-
hipertensiva, especialmente quando em 
associação com outros anti-hipertensivos. 
Os diuréticos também podem provocar 
intolerância à glicose, aumentar o risco do 
aparecimento do diabetes melito, além de 
promover aumento de triglicérides, efeitos 
esses, em geral, dependentes da dose. 
AÇÃO CENTRAL 
 Atuam estimulando os receptores alfa-2 
adrenérgicos pré-sinápticos no sistema 
nervoso central, reduzindo o tônus 
simpático, como fazem a alfametildopa, a 
clonidina e o guanabenzo e/ou os inibidores 
dos receptores imidazolidínicos, como a 
moxonidina e a rilmenidina. Seu efeito 
hipotensor como monoterapia é, em geral, 
Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
discreto (B). Entretanto, podem ser úteis em 
associação com medicamentos de outros 
grupos, particularmente quando há 
evidência de hiperatividade simpática. A 
experiência favorável em relação à 
segurança do binômio maternofetal 
recomenda a alfametildopa como agente de 
escolha para tratamento da hipertensão das 
grávidas. Não interferem com a resistência 
periférica à insulina ou com o perfil lipídico. 
 Principais reações adversas: São, em geral, 
decorrentes da ação central, como 
sonolência, sedação, boca seca, fadiga, 
hipotensão postural e disfunção sexual. A 
frequência é um pouco menor com os 
inibidores de receptores imidazolidínicos. 
alfametildopa pode provocar, ainda, embora 
com pequena frequência, galactorreia, 
anemia hemolítica e lesão hepática, sendo 
contraindicada se há insuficiência hepática. 
No caso da clonidina, destaca-se a 
hipertensão de rebote, quando da suspensão 
brusca da medicação, e a ocorrência mais 
acentuada de boca seca. 
BETABLOQUEADORES 
 
 Seu mecanismo anti-hipertensivo envolve 
diminuição inicial do débito cardíaco, 
redução da secreção de renina, readaptação 
dos barorreceptores e diminuição das 
catecolaminas nas sinapses nervosas. 
Betabloqueadores de geração mais recente 
(terceira geração) como o carvedilol e o 
nebivolol, diferentemente dos 
betabloqueadores de primeira e segunda 
gerações também proporcionam 
vasodilatação, que no caso do carvedilol 
decorre em grande parte do efeito de 
bloqueio concomitante do receptor alfa-1 
adrenérgico e, no caso do nebivolol, de 
aumento da síntese e liberação endotelial de 
óxido nítrico. 
 o uso dessa classe de medicamentos seria 
reservada para casos especiais, como nos 
portadores de coronariopatia, com disfunção 
sistólica, arritmias cardíacas ou infarto do 
miocárdio prévio 
 O propranolol se mostra também útil em 
pacientes com tremor essencial, síndromes 
hipercinéticas, cefaleia de origem vascular e 
naqueles com hipertensão portal. 
 Principais reações adversas: 
Broncoespasmo, bradicardia, distúrbios da 
condução atrioventricular, vasoconstrição 
periférica, insónia, pesadelos, depressão 
psíquica, astenia e disfunção sexual. 
 Betabloqueadoresde primeira e segunda 
geração podem acarretar também 
intolerância à glicose, induzir ao 
aparecimento de novos casos de diabetes, 
hipertrigliceridemia com elevação do LDL-
colesterol e redução da fração HDL-
colesterol. O impacto sobre o metabolismo 
da glicose é potencializado quando os 
betabloqueadores são utilizados em 
combinação com diuréticos. O efeito sobre o 
metabolismo lipídico parece estar 
relacionado à dose e à seletividade, sendo de 
pequena monta com o uso de baixas doses 
de betabloqueadores cardiosseletivos. 
 Diferentemente, betabloqueadores de 
terceira geração, como o carvedilol e o 
nebivolol, têm impacto neutro ou até podem 
melhorar o metabolismo da glicose e 
lipídico, possivelmente em decorrência do 
efeito de vasodilatação com diminuição da 
resistência à insulina e melhora da captação 
de glicose pelos tecidos 
periféricos.38 Estudos com o nebivolol 
também têm apontado para uma menor 
interferência na função 
Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
sexual,39 possivelmente em decorrência do 
efeito sobre a síntese de óxido nítrico 
endotelial. 
 A suspensão brusca dos betabloqueadores 
pode provocar hiperatividade simpática, 
com hipertensão de rebote e/ou 
manifestações de isquemia miocárdica, 
sobretudo em hipertensos com pressão 
arterial prévia muito elevada. Devem ser 
utilizados com cautela em pacientes com 
doença vascular de extremidade. 
 Os betabloqueadores de primeira e segunda 
geração são formalmente contraindicados a 
pacientes com asma brônquica, DPOC e 
bloqueio atrioventricular de segundo e 
terceiro graus. 
ALFA BLOQUEADORES 
 Apresentam efeito hipotensor discreto a 
longo prazo como monoterapia, devendo, 
portanto, ser associados com outros anti-
hipertensivos. Podem induzir ao 
aparecimento de tolerância, o que exige o 
uso de doses gradativamente crescentes. 
Têm a vantagem de propiciar melhora 
discreta no metabolismo lipídico e glicídico 
e nos sintomas de pacientes com hipertrofia 
prostática benigna. 
 Principais reações adversas: Hipotensão 
postural, mais evidente com a primeira dose, 
sobretudo se a dose inicial for alta, 
palpitações e, eventualmente, astenia. No 
estudo ALLHAT, a comparação entre o 
alfabloqueador doxazosina e a clortalidona 
indicou a maior ocorrência de insuficiência 
cardíaca congestiva no grupo tratado com a 
doxazosina. A partir dessas conclusões 
estabeleceu-se a ideia de que o 
alfabloqueador testado nesse estudo não 
deve ser medicamento de primeira escolha 
para o tratamento da hipertensão 
 Atuam sobre a musculatura da parede 
vascular, promovendo relaxamento 
muscular com consequente vasodilatação e 
redução da resistência vascular periférica. 
São utilizados em associação com diuréticos 
e/ou betabloqueadores. Hidralazina e 
minoxidil são dois dos principais 
representantes desse grupo. 
 Principais reações adversas: Pela 
vasodilatação arterial direta, promovem 
retenção hídrica e taquicardia reflexa, o que 
contraindica seu uso como monoterapia. 
 
 A ação anti-hipertensiva decorre da redução 
da resistência vascular periférica por 
diminuição da concentração de cálcio nas 
células musculares lisas vasculares. Apesar 
do mecanismo final comum, esse grupo é 
dividido em três subgrupos, com 
características químicas e farmacológicas 
diferentes: fenilalquilaminas, 
benzotiazepinas e diidropiridinas.
 São anti-hipertensivos eficazes e reduzem a 
morbidade e mortalidade cardiovasculares. 
Deve-se dar preferência aos bloqueadores 
dos canais de cálcio de longa duração de 
Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
ação intrínseca ou por formulação galênica 
que permita uma liberação controlada. 
Estudo de desfecho reafirmou a eficácia, 
tolerabilidade e segurança do uso dessa 
classe de medicamentos no tratamento da 
hipertensão arterial de pacientes com doença 
coronariana.
 Principais reações adversas: Cefaleia, 
tontura, rubor facial - mais frequente com 
diidropiridínicos de curta ação - e edema de 
extremidades, sobretudo maleolar. Esses 
efeitos adversos são, em geral, dose-
dependentes. Mais raramente, podem 
induzir a hipertrofia gengival. Os 
diidropiridínicos de ação curta provocam 
importante estimulação simpática reflexa, 
sabidamente deletéria para o sistema 
cardiovascular. Verapamil e diltiazem 
podem provocar depressão miocárdica e 
bloqueio atrioventricular. Obstipação 
intestinal é observada, particularmente, com 
verapamil. 
 Agem fundamentalmente pela inibição da 
enzima conversora da angiotensina (ECA), 
bloqueando a transformação da angiotensina 
I em II no sangue e nos tecidos, embora 
outros fatores possam estar envolvidos nesse 
mecanismo de ação. São eficazes no 
tratamento da HAS, reduzindo a morbidade 
e a mortalidade cardiovasculares nos, 
pacientes com insuficiência cardíaca, com 
infarto agudo do miocárdio, em especial 
quando apresentam baixa fração de ejeção, 
de alto risco para doença aterosclerótica, 
sendo também úteis na prevenção 
secundária do acidente vascular encefálico. 
Quando administrados a longo prazo, os 
IECAs retardam o declínio da função renal 
em pacientes com nefropatia diabética ou de 
outras etiologias.
 Ramipril (marca: Altace), captopril 
(Capoten), enalopril (Vasotec), fosinopril 
(Monopril), lisinopril (Prinivil, Zestril) e 
quinapril (Accupril).
 Principais reações adversas: Tosse seca, 
alteração do paladar e, mais raramente, 
reações de hipersensibilidade com erupção 
cutânea e edema angioneurótico. Em 
indivíduos com insuficiência renal crônica, 
podem eventualmente agravar a 
hiperpotassemia. Em pacientes com 
hipertensão renovascular bilateral ou 
unilateral associada a rim único, podem 
promover redução da filtração glomerular 
com aumento dos níveis séricos de ureia e 
creatinina. Seu uso em pacientes com função 
renal reduzida pode causar aumento de até 
30% da creatininemia, mas a longo prazo 
prepondera seu efeito nefroprotetor. Seu uso 
é contraindicado na gravidez pelo risco de 
complicações fetais. Desta forma, seu 
emprego deve ser cauteloso e 
frequentemente monitorado em adolescentes 
e mulheres em idade fértil. 
 Bloqueadores dos receptores AT1 da 
angiotensina II (BRA II) antagonizam a ação 
da angiotensina II por meio do bloqueio 
específico de seus receptores AT1. 
Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
Angiotensina II é agente vasoconstritor e 
causador de retenção hídrica – resultam no 
aumento da pressão arterial. São eficazes no 
tratamento da hipertensão. No tratamento da 
hipertensão arterial, especialmente em 
populações de alto risco cardiovascular ou 
com comorbidades, proporcionam redução 
da morbidade e mortalidade cardiovascular. 
 Estudos também comprovam seu efeito 
benéfico em insuficiência cardíaca 
congestiva, e são úteis na prevenção do 
acidente vascular cerebral. 
 São nefroprotetores no paciente com 
diabetes melito tipo 2 com nefropatia 
estabelecida e incipiente 
 Metanálise recente aponta equivalência 
entre BRA II e IECA na redução de eventos 
coronarianos e superioridade dos BRA II na 
proteção cerebrovascular, contrapondo-se a 
metanálises anteriores que indicavam 
redução de eventos coronarianos apenas 
com os inibidores da ECA. 
 O tratamento com BRA II, assim como o uso 
de IECA, vem sendo associado a uma menor 
incidência de novos casos de diabetes melito 
tipo 2. 
 Losartana (nome comercial: Cozaar), 
candesartana (Atacand), eprosartana 
(Teveten), ibersatana (Avapro), telmisartan 
(Micardis) e valsartana (Diovan) 
 Principais reações adversas: Os 
bloqueadores do receptor AT1 apresentam 
bom perfil de tolerabilidade. Foram 
relatadas tontura e, raramente, reação de 
hipersensibilidade cutânea("rash"). As 
precauções para seu uso são semelhantes às 
descritas para os IECA. 
 
 Alisquireno, único representante da classe 
atualmente disponível para uso clínico, 
promove uma inibição direta da ação da 
renina com consequente diminuição da 
formação de angiotensina II. Há ainda 
especulação sobre outras ações, como 
redução da atividade plasmática de renina, 
bloqueio de um receptor celular próprio de 
renina/pró-renina e diminuição da síntese 
intracelular de angiotensina II 
 Estudos de eficácia anti-hipertensiva 
comprovam sua capacidade, em 
monoterapia, de redução da pressão arterial 
de intensidade semelhante aos demais 
antihipertensivos.72-74 Estudos clínicos de 
curta duração indicam efeito benéfico na 
redução de morbidade cardiovascular e 
renal, hipertrofia de ventrículo esquerdo e 
proteinúria.75-77 São aguardados os 
resultados de estudos de desfecho com 
avaliação do impacto desse medicamento na 
Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
mortalidade e morbidade cardiovascular e 
renal. 
 Principais reações adversas: Apresentam 
boa tolerabilidade. "Rash" cutâneo, diarreia 
(especialmente com doses elevadas, acima 
de 300 mg/dia), aumento de CPK e tosse são 
os eventos mais frequentes, porém em geral 
com incidência inferior a 1%. Seu uso é 
contraindicado na gravidez. 
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Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
 A estimativa de risco no paciente hipertenso 
deve ser complementada pela identificação 
da presença de LOA, que são frequentes, 
muitas vezes subdiagnosticadas, não estando 
geralmente incluídas nos escores de 
estratificação de risco. Elas causam aumento 
adicional do risco CV, notadamente quando 
várias coexistem no mesmo indivíduo. 
 A idade apresenta correlação linear com HA 
e risco de complicações CV, como infarto do 
miocárdio (IAM) e acidente vascular 
encefálico (AVE), sendo tal linearidade 
mais evidente com o AVE. Para o IAM, há 
uma acentuação do grau de associação 
dependente do sexo que se inicia aos 55 anos 
no homem e aos 65 anos na mulher. 
 Tabagismo, quantificado como carga 
maço/ano, tabagismo passivo e outras 
formas de tabagismo, como charutos, 
cachimbos e cigarros eletrônicos, são 
considerados elementos centrais no risco 
CV. Já a dislipidemia caracteriza-se por 
elevações do conteúdo de colesterol da 
lipoproteína de baixa densidade (LDL) ou 
do conjunto de lipoproteínas aterogênicas 
obtido pela subtração da liproproteina de 
alta densidade (HDL) do colesterol total, ou 
seja, não HDL-colesterol. 
 Os triglicerídeos (TG) elevados também 
caracterizam dislipidemia, particularmente 
quando associados a redução da HDL-
colesterol ou em níveis superiores a 500 
mg/dL, quando o tratamento específico está 
indicado e há possibilidade de pancreatite. O 
diabetes melito deve ser diagnosticado pelos 
seguintes critérios: glicemia plasmática em 
jejum de > 126 mg/dL; hemoglobina glicada 
> 6,5%, aferida por cromatografia líquida de 
alta performance (HPLC); ou ainda, 
glicemia > 200mg/dL, após 2 h de 
sobrecarga oral de glicose no teste oral de 
tolerância ou em glicemia aleatória. A 
obesidade deve ser considerada quando o 
índice de massa corporal (IMC) for > 
30kg/m2 ou quando a medida da cintura 
abdominal (CA) for > 80 cm em mulheres ou 
> 94 cm em homens de descendência 
europeia ou africana ou > 90 cm naqueles de 
descendência asiática. 
 
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Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
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Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
 A prevalência é o número de casos de uma 
doença em uma população, durante um 
período específico. 
 A taxa de prevalência é calculada usando o 
número de indivíduos afetados em 
determinado momento, dividido pelo 
número total de pessoas. 
 No Brasil, segundo dados da Pesquisa 
Nacional de Saúde (PNS), a prevalência de 
hipertensão no ano de 2013 era de 21,4%. A 
prevalência foi maior entre as pessoas do 
sexo feminino (27,5%) do que entre as do 
masculino (23,6%) 
 O Ministério da Saúde traçou o perfil do 
brasileiro em relação as doenças crônicas 
mais incidentes no país: A pesquisa mostrou 
que, no período entre 2006 e 2019, a 
prevalência de diabetes passou de 5,5% para 
7,4% e a hipertensão arterial subiu de 22,6% 
para 24,5%. 
 A hipertensão arterial, chegou a acometer 
59,3% dos adultos com 65 anos ou mais, 
sendo 55,5% dos homens e 61,6% das 
mulheres. 
 FONTE: Ministério da Saúde e UNASUS 
CUIABÁ 
 Em alguns estudos de base populacional, 
realizados também em regiões urbanas sob o 
mesmo ponto de corte, foram encontradas 
prevalências semelhantes aos deste estudo: 
no Rio Grande do Sul - 29,9%21 e 31,6%22; 
em Catanduva - SP - 31,5%23; em Aracajú - 
SE - 31,8%24; em Campos - RJ - 32,0%25; 
em Salvador - BA - 29,9%26; e em Formiga 
- MG -32,7%27. O grupo de pesquisadores 
do presente estudo registrou prevalências 
mais elevadas de hipertensão arterial em 
Goiânia - GO (36,4%)19 e em Cuiabá - MT 
(33,4%) 
 Cassanelli T. Prevalência da hipertensão 
arterial sistêmica e fatores associados na 
região urbana de Cuiabá-MT: estudo de base 
populacional [Dissertação]. Cuiabá: 
Universidade Federal de Mato Grosso. 
Cuiabá-MT, 2005. 
 
 As Linhas de Cuidado (LC) podem ser 
definidas como o conjunto de saberes, 
tecnologias e recursos necessários ao 
enfrentamento de determinados riscos, 
agravos ou condições específicas do ciclo de 
vida ou de outro critério médico sanitário, a 
ser ofertado de forma articulada e contínua 
pelo Sistema Único de Saúde (SUS) 
(VENANCIO et al., 2016). 
 Para a organização da Rede de Atenção às 
Condições Crônicas, construímos a LC da 
Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) que 
representa um dos maiores desafios em 
saúde pública no Brasil e no mundo, por ser 
principal fator de risco para complicações 
cardiovasculares. 
 A Rede de Atenção a Saúde tem sido 
proposta para lidar com projetos e processos 
complexos de gestão e atenção à saúde, onde 
há interação de diferentes agentes e têm 
como objetivo promover a integração de 
ações e serviços de saúde a fim de prover 
uma atenção de forma contínua, integral, de 
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Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
qualidade, responsável, humanizada, com 
vistas à consolidação dos princípios do SUS 
(BRASIL, 2012). 
 
 Os níveis de atenção à saúde, enquanto 
oferta de serviços em grau crescente de 
especialização médica, de exames e de 
tratamento para as doenças e necessidades 
de saúde da população, devem atuar 
articuladamente por meio dos pontos de 
atenção para atender a demanda e 
complementar o cuidado à pessoa na sua 
integralidade. 
LINHA DE CUIDADO EM HAS 
 A padronização técnica de uma LC 
caracteriza-se por descrever o itinerário do 
paciente no sistema e por conter um 
conjunto de informações relativas às ações e 
atividades de promoção, prevenção, cura e 
reabilitação a serem desenvolvidas nas 
unidades de atenção à saúde, bem como 
informações relativas aos recursos 
envolvidos nesses processos em cada uma 
dessas unidades. 
 A finalidade da LC Da HAS é fortalecer e 
qualificar a atenção à pessoa com esta 
condição crônica, por meio da integralidade, 
da longitudinal idade e a coordenação do 
cuidado em todos os pontos de atenção. O 
cuidado deve levar em consideração as 
necessidades individuais de cada pessoa 
após identificar os fatores de risco, avaliar as 
condições de saúde e solicitar exames 
necessários e que possam contribuir para a 
decisão terapêutica ou preventiva 
 O diagnóstico da HAS consiste na média 
aritmética da PA maior ou igual a 140/90 
mmHg verificadaem pelo menos três dias 
diferentes com intervalo mínimo de uma 
semana entre as medidas, ou seja, soma-se a 
média das medidas do primeiro dia mais as 
duas medidas subsequentes e divide-se por 
três. A constatação de um valor elevado em 
apenas um dia, mesmo que em mais do que 
uma medida, não é suficiente para 
estabelecer o diagnóstico de hipertensão. 
 Deve-se evitar verificar a PA em situações 
de estresse físico (dor) e emocional (luto, 
ansiedade), pois um valor elevado, muitas 
vezes, é consequência dessas condições. 
Para o diagnóstico da HAS utiliza-se ainda 
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Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
anamnese, exame físico e exames 
complementares, se necessário. 
 A interpretação dos valores de PA obtidos 
em crianças e adolescentes deve considerar 
idade, sexo e altura, segundo valores 
próprios para avaliar os níveis pressóricos 
normais em crianças e adolescentes. 
 O uso da monitorização ambulatorial da PA 
durante 24 horas ou da monitorização 
residencial da PA pode auxiliar no 
diagnóstico para evitar a síndrome da 
Hipertensão da Bata Branca (HBB) e da 
Hipertensão Mascarada (HM). 
 A hipertensão arterial essencial ou 
hipertensão arterial idiopática ou 
hipertensão primária é a forma de 
hipertensão que não tem uma causa 
atribuível e identificável. É o tipo mais 
comum de hipertensão e afeta cerca de 95% 
dos hipertensos (BRASIL, 2013). Já a HAS 
secundária, acomete menos de 3% das 
pessoas com HAS e possui causa definida 
que precisa ser diagnosticada, pois é 
potencialmente tratável e/ou curável. A 
avaliação dessas pessoas é fundamental para 
o encaminhamento a especialistas. As 
causas mais comuns de HAS secundária 
estão vinculadas aos rins (parenquimatosa, 
arterial ou obstrutiva). 
 Todo adulto com 18 anos ou mais de idade, 
quando vier à Unidade Básica de Saúde 
(UBS) para consulta, atividades educativas, 
procedimentos, entre outros, e não tiver 
registro no prontuário de ao menos uma 
verificação da PA nos últimos dois anos, 
deverá tê-la verificada e registrada. 
 A primeira verificação deve ser realizada em 
ambos os braços. Caso haja diferença entre 
os valores, deve ser considerada a medida de 
maior valor. O braço com o maior valor 
aferido deve ser utilizado como referência 
nas próximas medidas. O indivíduo deverá 
ser investigado para doenças arteriais se 
apresentar diferenças de pressão entre os 
membros superiores maiores de 20/10 
mmHg para as pressões sistólica/diastólica, 
respectivamente. 
 Sempre que possível, a medida da PA deverá 
ser realizada fora do consultório médico 
para esclarecer o diagnóstico e afastar a 
possibilidade do efeito do avental branco no 
processo de verificação. 
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Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
 Se a média das três medidas forem iguais ou 
maiores a 140/90mmHg, está confirmado o 
diagnóstico de HAS e a pessoa deverá ser 
agendada para consulta médica para iniciar 
o tratamento e o acompanhamento. 
 Consulta: Histórico, exame físico, avaliação 
laboratorial, lesões em órgãos-alvo, 
retorno/avaliação 
PASSOS PARA MODELAGEM DA L INHA DE CUIDADO 
 Partir da situação problema: “atenção à HAS 
na Unidade Básica de Saúde”, 
problematizando a história natural da doença 
e como se dá a realização do cuidado das 
pessoas (qual o fluxo assistencial que deve 
ser garantido para pessoas com PA limítrofe 
e HAS, no sentido de atender às suas 
necessidades de saúde?). 
 Identificar quais são os pontos de atenção no 
município/distrito/região/estado e suas 
respectivas competências, utilizando uma 
matriz para sistematizar essa informação e 
dar visibilidade a ela (que ações esses pontos 
de atenção devem desenvolver incluindo 
ações promocionais, preventivas, curativas, 
cuidadoras, reabilitadoras e paliativas?). 
 Identificar as necessidades das Unidades 
Básicas de Saúde (UBS) quanto ao sistema 
logístico para o cuidado dos usuários (cartão 
SUS, prontuário eletrônico, centrais de 
regulação, sistema de transporte sanitário), 
pontuando o que já existe e o que necessita 
ser pactuado com a gestão 
municipal/distrital/regional/estadual. 
 Identificar as necessidades das UBS quanto 
ao sistema de apoio (diagnóstico, 
terapêutico, assistência farmacêutica e 
sistema de informação), pontuando o que já 
existe e o que necessita ser pactuado com a 
gestão municipal/distrital/regional/estadual. 
• Identificar como funciona o sistema de 
gestão da rede (espaços de pactuação – 
colegiado de gestão, Programação Pactuada 
Intergestores – PPI, Comissão Intergestores 
Regional – CIR, Comissão Intergestores 
Bipartite – CIB, entre outros). 
 Desenhar o itinerário terapêutico dos 
usuários na rede e relacionar as necessidades 
logísticas e de apoio necessárias. Definir, em 
parceria com outros pontos de atenção e 
gestão, os fluxos assistenciais que são 
necessários para atender às suas 
necessidades de saúde e as diretrizes ou 
protocolos assistenciais. 
 Identificar a população estimada de pessoas 
com HAS e os diferentes estratos de risco e 
realizar a programação de cuidado de acordo 
com as necessidades individuais e os 
parâmetros para essa doença. 
 Definir metas e indicadores que serão 
utilizados para monitoramento e avaliação 
das Linhas de Cuidado. 
 
 
 
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Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
HISTÓRIA DO PSF 
 O Programa Saúde da Família (PSF) surge 
no Brasil como uma estratégia de 
reorientação do modelo assistencial a partir 
da atenção básica, em conformidade com os 
princípios do Sistema Único de Saúde 
 o modelo tecnicista/hospitalocêntrico não 
atende mais à emergência das mudanças do 
mundo moderno e, consequentemente, às 
necessidades de saúde das pessoas. Assim, o 
PSF se apresenta como uma nova maneira de 
trabalhar a saúde, tendo a família como 
centro de atenção e não somente o indivíduo 
doente, introduzindo nova visão no processo 
de intervenção em saúde na medida em que 
não espera a população chegar para ser 
atendida, pois age preventivamente sobre ela 
a partir de um novo modelo de atenção 
 Por modelo de atenção entende-se: “um 
conceito que estabelece intermediações 
entre o técnico e o político. Como uma dada 
concretização de diretrizes de política 
sanitária em diálogo com um certo saber 
técnico. Uma tradução para um projeto de 
atenção à saúde de princípios éticos, 
jurídicos, organizacionais, clínicos, 
socioculturais e da leitura de uma 
determinada conjuntura epidemiológica e de 
um certo desenho de aspirações e de desejos 
sobre o viver saudável. Modelo, portanto, 
seria esta coisa tensa, que nem é só política 
e tampouco só tecnologia 
 As estratégias de saúde propostas pelo 
governo, tal como mostra a história, nem 
sempre visavam o bem-estar da população. 
As políticas de saúde no Brasil refletiam o 
momento vivido, a economia vigente e as 
classes dominadoras. Durante a Primeira 
República, as metas eram o saneamento de 
portos e núcleos urbanos, no intuito de 
manter condições sanitárias mínimas para 
implementar as relações comerciais com o 
exterior 
 No período populista de Getúlio Vargas, a 
política de saúde ficou bem centralizada. 
Antes da Revolução de 1930, o Seguro 
Social se caracterizava pelo sistema de 
Caixas, as quais abrangiam pequenas 
parcelas dos assalariados e se organizavam 
no âmbito de empresas isoladas. A partir da 
Revolução de 1930, sua expansão acelera-se 
e, num primeiro momento, mantém-se a 
organização sob a forma de Caixas, 
estendendo-as a todos os trabalhadores dos 
“serviços públicos” e consolidando-se toda a 
legislação a elas referente. 
 Em 1933, tem início a organização dos 
segurados por categorias de empresas. 
Foram ainda criados o ConselhoSuperior de 
Previdência Social - órgão de recursos em 
questões referentes a prestações - e o 
Departamento de Previdência Social - órgão 
de supervisão e controle geral dos institutos 
- ambos relacionados ao Ministério do 
Trabalho. Completa-se, assim, uma estrutura 
institucional que só viria desaparecer em 
1966, com a criação do INPS (Instituto 
Nacional de Previdência Social). 
 A ampliação quantitativa e qualitativa da 
assistência médica, no âmbito das 
instituições previdenciárias, está mais 
relacionada com as pressões do consumidor 
e características institucionais da 
previdência e não diretamente relacionadas 
à assistência médica 
 Durante os anos 70, foi construída uma 
sólida estrutura privada de atenção médica, 
privilegiando a medicina curativa. A rede 
privada chegou a ser financiada em mais de 
80% pelo Estado e os recursos para saúde 
eram mínimos 
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Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
 O sistema previdenciário sofreu mudanças 
institucionais, separando o componente 
benefício da assistência médica. Com a 
criação do Sistema Nacional de Previdência 
Social (SINPAS), foram organizados o 
Instituto Nacional de Previdência Social 
(INPS), o Instituto Nacional de Assistência 
Médica da Previdência Social (INAMPS) e 
o Instituto de Administração da Previdência 
Social (IAPAS), além da reorganização dos 
órgãos de assistência social (LBA e 
FUNABEM) e da constituição de uma 
empresa de processamento de dados 
(DATAPREV) 
 Essa reorganização significou, também, um 
novo momento de concentração do poder 
econômico e político no sistema 
previdenciário. 
 No âmbito internacional, em setembro de 
1978, acontece, em Alma-Ata, a 
Conferência sobre Cuidados Primários de 
Saúde com a proposta de atenção primária 
em saúde como estratégia para ampliar o 
acesso de forma a atender, com igualdade de 
condições, todos os membros ou segmentos 
da sociedade até o ano 2000. O enfoque foi 
a prioridade à promoção e prevenção da 
saúde com profissionais cuja formação e 
desempenho fossem, não somente clínicos, 
mas com percepção epidemiológica e social 
para se relacionar com o indivíduo, família e 
sociedade 
 O período de 1980-1983 é conhecido, no 
âmbito das políticas sociais, como o período 
da crise da previdência social 
 Criou-se o Prev-Saúde, inspirado na 
Conferência sobre Cuidados Primários de 
Saúde, o qual não chegou a ser colocado em 
prática. Nessa conferência promovida pela 
Organização Mundial da Saúde/ UNICEF, 
se declara que a saúde não é apenas ausência 
de doença e sim um completo bem-estar 
físico, mental e social. 
 A criação do Conselho Consultivo de 
Administração de Saúde Previdenciária 
(CONASP), em 1981, propõe reorganizar a 
assistência médica, sugerir critérios para 
alocação de recursos no sistema de saúde, 
estabelecer mecanismos de controle de 
custos e reavaliar o financiamento de 
assistência médico-hospitalar. O CONASP 
propõe, em 1982, o plano de reorientação da 
assistência à saúde no âmbito da previdência 
social. As políticas de saúde passam a ser 
descentralizadas, universalizadas e 
hierarquizadas. A proposta operacional foi 
concretizada no Programa de Ações 
Integradas de Saúde (PAIS) que, em 1985, 
passou a Ações Integradas de Saúde (AIS) 
 O plano do CONASP representa uma 
proposta de planejamento estratégico, 
contribuindo para criar um intenso debate 
em torno da democratização da saúde e as 
AIS representam um movimento 
fundamental para iniciar o processo de 
mudança. A área do planejamento de saúde 
representava o início da incorporação dos 
setores público e privado nas atividades de 
planejamento que romperiam com a 
concepção dominante da dicotomia entre 
serviços/ações preventivas e curativas, ainda 
que o enfoque do planejamento se 
vinculasse estritamente à capacidade 
instalada de assistência individual 
 Em 1984, a Associação Brasileira de Pós-
Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO) 
e o Centro Brasileiro de Estudos em Saúde 
(CEBES) promoveram uma reunião para 
avaliação das AIS. O encontro reforçou a 
posição do movimento sanitário no sentido 
de se promover a unificação do sistema de 
saúde(5). Nesse movimento, a reforma 
sanitária tem um momento de marco 
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Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
histórico em 1986 com a VIII Conferência 
Nacional de Saúde que propôs reforma 
administrativa e a unificação das instituições 
e serviço de cuidados médicos em um único 
Ministério da Saúde, responsável pela 
condução e gestão de toda a política de 
saúde. 
 Em 1988, a promulgação da nova 
Constituição Brasileira estabeleceu o lema: 
“Saúde é direito de todos e dever do Estado”, 
ou seja, todo brasileiro tem garantido por lei 
o acesso às ações de prevenção, promoção e 
recuperação da saúde. Nesse processo, foi 
idealizado o Sistema Único de Saúde (SUS) 
que tem por base os princípios doutrinários 
da universalidade, equidade e integralidade. 
 A partir desse período, várias iniciativas 
institucionais legais e comunitárias foram 
criando condições de viabilização do direito 
à saúde de acordo com a Lei 8.080/90 - “Lei 
Orgânica da Saúde”, promulgada pelo 
Ministério da Saúde que regulamenta o SUS. 
Segundo essa Lei, a saúde não é só a 
ausência de doenças e é determinada por 
uma série de fatores presentes no dia a dia, 
tais como: alimentação, moradia, 
saneamento básico, meio ambiente, 
trabalho, educação, lazer etc. Outra Lei, a 
8.142/90, regulamenta a participação da 
comunidade na gerência do SUS através das 
Conferências e dos Conselhos de Saúde. 
Foram criadas, também, as Normas 
Operacionais Básicas (NOB) que é um 
instrumento jurídico-institucional editado 
periodicamente pelo Ministério da Saúde 
para aprofundar e reorientar a 
implementação do SUS; definir novos 
objetivos estratégicos, prioridades, diretrizes 
e movimento tático-operacional; regular as 
relações entre os seus gestores e normatizar 
o SUS. 
 Nesse contexto, verifica-se, na nova forma 
de atuar na saúde, o surgimento do Programa 
Saúde da Família (PSF) com propostas para 
mudar toda a antiga concepção de atuação 
dos profissionais de saúde, saindo da 
medicina curativa e passando a atuar na 
integralidade da assistência, tratando o 
indivíduo como sujeito dentro da sua 
comunidade sócioeconômica e cultural, 
considerando essa dimensão globalizante 
 O PSF teve início quando o Ministério da 
Saúde formula em 1991 o Programa de 
Agentes Comunitários de Saúde (PACS) 
com a finalidade de contribuir para a 
redução das mortalidades infantil e materna, 
principalmente nas regiões Norte e 
Nordeste, através da extensão de cobertura 
dos serviços de saúde para as áreas mais 
pobres e desvalidas. A partir da experiência 
acumulada no Ceará com o PACS, o 
Ministério da Saúde percebe a importância 
dos Agentes nos serviços básicos de saúde 
no município e começa a enfocar a família 
como unidade de ação programática de 
saúde, não mais enfocando somente o 
indivíduo, mas introduzindo a noção de 
cobertura por família. 
 Assim, o PSF foi concebido a partir de uma 
reunião ocorrida nos dias 27 e 28 de 
dezembro de 1993 em Brasília, DF, sobre o 
tema “Saúde da Família”, convocada pelo 
gabinete do Ministro da Saúde Henrique 
Santillo com apoio do UNICEF. A reunião 
esteve assentada na discussão de uma nova 
proposta a partir do êxito do PACS e da 
necessidade de incorporar novos 
profissionais para que os agentes não 
funcionassem de forma isolada. Cabe 
salientar que a supervisão do trabalho do 
agente comunitário pelo enfermeiro, no 
Ceará, foi um primeiro passo no processo de 
incorporação de novos profissionais. 
Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUSCabe ressaltar, também, que esse 
movimento de “olhar a família” se deu em 
muitos países e a formulação do PSF teve a 
seu favor o desenvolvimento anterior de 
modelos de assistência à família no Canadá, 
Cuba, Suécia e Inglaterra que serviram de 
referência para a formulação do programa 
brasileiro. 
 Caracteriza-se como estratégia que 
possibilita a integração e promove a 
organização das atividades em um território 
definido com o propósito de enfrentar e 
resolver os problemas identificados. 
 Para o Ministério da Saúde, o PSF é uma 
estratégia que visa atender indivíduo e a 
família de forma integral e contínua, 
desenvolvendo ações de promoção, proteção 
e recuperação da saúde. Tem como objetivo 
reorganizar a prática assistencial, centrada 
no hospital, passando a enfocar a família em 
seu ambiente físico e social. 
 PSF pode ser definido como: “um modelo de 
atenção que pressupõe o reconhecimento de 
saúde como um direito de cidadania, 
expresso na melhoria das condições de vida; 
no que toca a área de saúde, essa melhoria 
deve ser traduzida em serviços mais 
resolutivos, integrais e principalmente 
humanizados” 
 O surgimento do PSF na década de 90, 
apoiado pelo Ministério da Saúde, reflete a 
tendência de valorização da família na 
agenda das políticas sociais brasileiras. Não 
é um atendimento simplificado, pelo 
contrário, é uma expansão da atenção 
primária à saúde em direção à incorporação 
de práticas preventivas, educativas e 
curativas mais próximas da vida cotidiana da 
população e, principalmente, dos grupos 
mais vulneráveis. A atenção primária à 
saúde (APS)tem sido associada a uma 
assistência de baixo custo, pois parece tratar-
se de serviço simples e quase sempre com 
poucos equipamentos, embora seja uma 
abordagem tecnológica específica de 
organizar a prática e, como tal, dotada de 
particular complexidade. 
PACTO PELA VIDA 
 Na breve linha do tempo que vimos 
anteriormente, muitas iniciativas foram 
tomadas para a implementação do SUS, a 
partir de 1990, com forte ênfase na 
descentralização e municipalização das 
ações de saúde. Este processo de 
descentralização ampliou o contato de 
gestores e profissionais da saúde com a 
realidade social, política e administrativa do 
país. Evidenciaram-se, com maior clareza, 
as diferenças regionais, tornando mais 
complexa a organização de rede de serviços 
que atenda as diferentes necessidades dos 
brasileiros 
 Em princípio, a responsabilidade pela gestão 
do SUS é dos três níveis de governo e as 
normas operacionais vinham 
regulamentando as relações e 
responsabilidades dos diferentes níveis até 
2006, momento em que se instituiu o Pacto 
pela Saúde, como um conjunto de reformas 
nas relações institucionais e fortalecimento 
da gestão do SUS. O Pacto introduziu 
mudanças nas relações entre os entes 
federados, inclusive nos mecanismos de 
financiamento – significando, portanto, um 
esforço de atualização e aprimoramento do 
SUS. Para a adesão dos gestores ao Pacto, é 
assinado um termo de compromisso, onde se 
estabelecem compromissos entre os gestores 
em três dimensões: Pacto pela Vida, em 
Defesa do SUS e de Gestão. 
 
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Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
PACTO PELA VIDA 
 No Pacto pela Vida são firmados 
compromissos em torno das medidas que 
resultem em melhorias da situação de saúde 
da população brasileira. A partir dele, 
definem-se prioridades e metas a serem 
alcançadas nos municípios, regiões, estados 
e país. Atualmente são seis as prioridades em 
vigência: 1. Saúde do Idoso; 2. Controle do 
Câncer do colo do útero e da mama; 3. 
Redução da mortalidade infantil e materna; 
4. Fortalecimento da capacidade de resposta 
às doenças emergentes e endemias, com 
ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, 
malária e influenza; 5. Promoção da Saúde; 
6. Fortalecimento da Atenção Básica. 
PACTO EM DEFESA DO SUS 
 O Pacto em Defesa do SUS firma-se em 
torno de ações que contribuam para 
aproximar a sociedade brasileira do SUS, 
seguindo as seguintes diretrizes: • A 
repolitização da saúde, como movimento 
que retoma a Reforma Sanitária Brasileira, 
atualizando as discussões em torno dos 
desafios atuais do SUS;• Promoção da 
Cidadania como estratégia de mobilização 
social tendo a questão da saúde como 
direito; • Garantia de financiamento de 
acordo com as necessidades do Sistema. 
PACTO DE GESTÃO 
 Na dimensão do Pacto de Gestão são 
abordados: • A Regionalização; • A 
qualificação do processo de 
descentralização e ações de planejamento e 
programação; • Mudanças no financiamento 
 
 
 
 Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, 
também conhecida como Lei Orgânica da 
Saúde, que define as diretrizes para 
organização e funcionamento do Sistema de 
Saúde brasileiro. 
 Esta lei regula, em todo o território nacional, 
as ações e serviços de saúde, executados 
isolada ou conjuntamente, em caráter 
permanente ou eventual, por pessoas 
naturais ou jurídicas de direito Público ou 
privado. 
PRINCIPAIS TEMAS ABORDADOS NA LEI 
8.080 
 
Determinantes sociais em saúde 
Vigilância em saúde 
Princípios e diretrizes do SUS 
Políticas para populações específicas 
Responsabilidades das 3 esferas de governo 
Estrutura de governança do SUS 
Política de recursos humanos 
Participação complementar do privado 
 
TÍTULO I 
 Reafirma a saúde como direito e dever do 
Estado, concretizando-se pela formulação e 
execução de políticas que garantam um 
acesso universal e igualitário às ações e 
serviços de saúde. 
 Descreve o que são determinantes de 
saúde, os níveis de saúde expressam a 
organização social e econômica do País, 
tendo a saúde como determinantes e 
Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
condicionantes, entre outros, a alimentação, 
a moradia, o saneamento básico, o meio 
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a 
atividade física, o transporte, o lazer e o 
acesso aos bens e serviços essenciais 
TÍTULO II 
 
 SUS é formado por órgãos das 3 esferas de 
poder – municipal, estadual e federal, por 
meio de instituições de administração 
direta e indireta. 
 Poderá contar com a participação da 
iniciativa privada em caráter 
complementar. 
 
 Objetivos do SUS: identificação de 
determinantes, formulação de políticas, 
assistência integral e prevenção. 
 Atuação do SUS: vigilâncias (inclusive 
nutricional); assistência integral; 
participação no saneamento básico; 
ordenamento na formação de RH; 
colaboração na proteção ambiental; 
formulação de políticas de medicamentos, 
equipamento e materiais; fiscalização de 
serviços, produtos, substâncias e alimentos; 
desenvolvimento tecnológico; política de 
sangue. 
 Definição das vigilâncias: epidemiológica, 
sanitária e saúde do trabalhador. 
 
 Entende-se por saúde do trabalhador, para 
fins desta lei, um conjunto de atividades que 
se destina, através das ações de vigilância 
epidemiológica e vigilância sanitária, à 
promoção e proteção da saúde dos 
trabalhadores, assim como visa à 
recuperação e reabilitação da saúde dos 
trabalhadores submetidos aos riscos e 
agravos advindos das condições de trabalho 
 Princípios do SUS: universalidade, 
equidade, integralidade, controle social, 
preservação da autonomia, direito a 
informação, priorização epidemiológica, 
participação da comunidade, 
descentralização, intersetorialidade, 
conjugação de recursos, resolutividade, 
evitar duplicidade. 
 
 Organização regionalizada e hierarquizada; 
 Direção única a ser exercida pelo Ministério 
e Secretarias (municipais e estaduais); 
 Municípios podem formar consórcios; 
 Criação de comissões intersetoriais para 
assuntos que extrapolam a esfera do SUS; 
Entende-se por vigilância sanitária um conjunto 
de ações capaz de eliminar, diminuir ou 
prevenirriscos à saúde e de intervir nos 
problemas sanitários decorrentes do meio 
ambiente, da produção e circulação de bens e da 
prestação de serviços de interesse da saúde 
Entende-se por vigilância epidemiológica um 
conjunto de ações que proporcionam o 
conhecimento, a detecção ou prevenção de 
qualquer mudança nos fatores determinantes e 
condicionantes de saúde individual ou coletiva, 
com a finalidade de recomendar e adotar as 
medidas de prevenção e controle das doenças ou 
agravos. 
Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
criação de comissões permanentes de 
integração saúde e ensino; 
 A articulação das políticas e programas, a 
cargo das comissões intersetoriais, 
abrangerá 
 I - Alimentação e nutrição; 
 II - Saneamento e meio ambiente; 
 III - vigilância sanitária e 
farmacoepidemiologia; 
 IV - Recursos humanos; 
 V - Ciência e tecnologia; e 
 VI - Saúde do trabalhador. 
 CIB e CIT como foros de pactuação; As 
Comissões Intergestores Bipartite e 
Tripartite são reconhecidas como foros de 
negociação e pactuação entre gestores, 
quanto aos aspectos operacionais do Sistema 
Único de Saúde (SUS). 
 CONASS e CONASEMS como entidades 
representativas das Secretarias de Saúde; 
COSEMS como representantes das 
Secretarias Municipais no âmbito dos 
Estados. 
 O Conselho Nacional de Secretários de 
Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de 
Secretarias Municipais de Saúde 
(Conasems) 
 
 Atribuições “comuns” da União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios. 
 Competências “específicas” da direção 
nacional, estadual e municipal. O Distrito 
Federal acumula competências de Estado e 
Município. 
 
 Instituição do Subsistema de Atenção à 
Saúde Indígena com base nos Distritos 
Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). 
 Financiamento federal. Estado e 
Municípios poderão complementar. 
 Articulação do Subsistema com os órgãos 
responsáveis pela Política Indígena. 
 Levar em consideração a realidade local e 
as especificidades da cultura dos povos 
indígenas. 
 O Subsistema deverá ser descentralizado, 
hierarquizado e regionalizado. 
 SUS servirá de retaguarda e referência. 
 Direito a participar dos Conselhos de 
Saúde. 
 Estabelecimento do atendimento e 
internação domiciliar no SUS, realizados 
por equipes multidisciplinares que atuarão 
na prevenção, terapêutica e reabilitação. 
 Este atendimento só poderá ocorrer com 
expressa concordância do paciente. 
 Permissão da presença de 1 acompanhante 
durante o período de trabalho de parto, parto 
e pós-parto, indicado pela própria 
parturiente. 
 Os hospitais devem manter, em local visível, 
aviso informando sobre esse direito. 
 
 
 
 
Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
 Define o que compõe a assistência 
terapêutica integral: dispensação de 
medicamentos e produtos; oferta de 
procedimentos terapêuticos, em regime 
domiciliar, ambulatorial e hospitalar; 
detalha procedimentos da política de 
medicamentos; Descreve a composição da 
Comissão Nacional de Incorporação de 
Tecnologias no SUS e algumas de suas 
atribuições e procedimentos. 
TÍTULO III- SERVIÇOS PRIVADOS DE 
ASSISTÊNCIA 
 
 Funcionamento I - Define e caracteriza as 
possibilidades de atuação da iniciativa 
privada no sistema de saúde, respeitando as 
regras expedidas pelos órgãos gestores do 
SUS. Permite participação direta ou indireta 
de empresas ou capital estrangeiro na 
assistência, em alguns casos. 
 Participação Complementar II- O SUS 
poderá recorrer à iniciativa privada para 
complementar seus serviços. Essa 
participação deve ser por meio de contrato 
ou convênio. Entidades Filantrópicas e sem 
fins lucrativos tem preferência. Os critérios, 
valores e parâmetros assistenciais serão 
estabelecidos pela direção nacional do SUS 
e aprovados no Conselho Nacional de Saúde 
(CNS). Aos proprietários e dirigentes de 
entidades contratadas é vedado exercer 
cargo de confiança no SUS. 
 
TÍTULO IV- RECURSOS HUMANOS 
 
 Objetivos da política de recursos humanos: 
organização de um sistema de formação de 
recursos humanos em todos os níveis de 
ensino; valorização da dedicação exclusiva 
aos serviços do SUS. 
 Os serviços públicos constituem campo de 
prática para ensino e pesquisa. 
 Os cargos e funções de chefia, direção e 
assessoramento só poderão ser exercidos em 
regime de tempo integral. 
 Servidores que acumulam 2 cargos poderão 
exercer suas atividades em mais de 1 
estabelecimento. 
 As especializações na forma de treinamento 
em serviço sob supervisão (Programas de 
Residência) serão regulamentadas por 
Comissão Nacional. 
CAPÍTULO V- FINCANCIAMENTO 
 
 Recursos I- O orçamento da seguridade 
social destinará ao SUS os recursos 
necessários, de acordo com a LDO. Define 
outras fontes de recursos. Atividades de 
pesquisa e desenvolvimento científico e 
tecnológico serão cofinanciadas pelo SUS, 
pelas universidades e com recursos de 
instituições de fomento. 
 Gestão Financeira II- Recursos 
financeiros movimentados ficam sob 
fiscalização dos respectivos Conselhos de 
Saúde. Na esfera federal, os recursos 
financeiros serão administrados pelo Fundo 
Nacional de Saúde (FNS). Auditoria do MS 
acompanha a aplicação dos recursos 
repassados conforme programação. 
Critérios para o estabelecimento de valores 
a serem transferidos para Estados e 
Municípios. 
Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
 Planejamento Orçamento III- 
Planejamento e orçamento devem ser 
ascendentes. Vedado o financiamento de 
ações não previstas nos planos de saúde, 
exceto em situações emergenciais. Não é 
permitido auxílio financeiro a instituições 
prestadoras de serviços com finalidade 
lucrativa. 
DISPOSIÇÕES FINAIS 
 
 O acesso aos sistemas de informação dos 
ministérios da seguridade social será 
assegurado às Secretarias de Saúde, e o MS 
deve organizar um sistema nacional. 
 Hospitais universitários e de ensino 
integram-se ao SUS, mediante convênio. 
 Em tempos de paz, serviços das Forças 
Armadas poderão integrar-se ao SUS. 
 O COAP é um acordo de colaboração firmado entre 
os três entes federativos, no âmbito de uma Região 
de Saúde, com o objetivo de organizar e integrar as 
ações e os serviços de saúde e garantir a 
integralidade da atenção à saúde da população no 
território. 
 O objetivo de delimitar com clareza as 
responsabilidades de cada ente da federação 
na integração de ações e serviços de saúde 
nas regiões de saúde. 
 A garantia da integralidade não pode ser 
efetiva se assumida por apenas um dos entes. 
Assim, é preciso que seja organizada por 
Região de Saúde com Gestão compartilhada 
e que os entes municipais, juntamente com o 
Estado e a União, possam conjugar esforços 
para alcançar objetivos comuns em relação 
ao cidadão. 
 Quais entes federativos integram o COAP? 
O COAP é integrado por todos os entes 
federativos, ou seja, a União, o Estado e os 
Municípios que formam a Região de Saúde 
 Quem assina o COAP? O COAP é assinado 
por todos os Prefeitos e seus Secretários de 
Saúde, pelo Governador e seu Secretário de 
Saúde e pelo Ministro da Saúde. 
 O que deverá conter no COAP? I - 
Identificação das necessidades de saúde 
locais e regionais, por meio dos Mapas de 
Saúde Regionais; II - Oferta de ações e 
serviços de vigilância em saúde, promoção, 
proteção e recuperação da saúde em âmbito 
regional e inter-regional; III - 
Responsabilidades assumidas pelos entes 
federativos perante a população no processo 
de regionalização, as quais serão 
estabelecidas de forma individualizada, de 
acordo com o perfil, a organização e a 
capacidade de prestação das ações e dos 
serviços de cada ente federativo da Região 
de Saúde; IV - Indicadores e metas de saúde; 
V - Estratégiaspara a melhoria das ações e 
serviços de saúde; VI - Critérios de 
avaliação dos resultados e forma de 
monitoramento permanente; VII - 
Adequação das ações e dos serviços dos 
entes federativos em relação às atualizações 
Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
realizadas na Relação Nacional de Ações e 
Serviços de Saúde (RENASES); VIII - 
Investimentos na rede de serviços e as 
respectivas responsabilidades; IX - Recursos 
financeiros que serão disponibilizados por 
cada um dos partícipes para sua execução 
 
 
REFERÊNCIAS 
 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de 
Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa 
com doença crônica: hipertensão arterial 
sistêmica / Ministério da Saúde, Secretaria 
de Atenção à Saúde, Departamento de 
Atenção Básica. – Brasília: Ministério da 
Saúde, 2013. 128 p.: il. (Cadernos de 
Atenção Básica, n. 37) 
 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de 
Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa 
com doença crônica / Ministério da Saúde, 
Secretaria de Atenção à Saúde, 
Departamento de Atenção Básica. – Brasília 
: Ministério da Saúde, 2014. 162 p. : il. 
(Cadernos de Atenção Básica, n. 35) 
 Rang & Dale : farmacologia / James M. 
Ritter ... [et al.] ; tradução Gea textos S. L ; 
revisão científica Denis de Mello Souza. – 9. 
ed. – Rio de Janeiro : GEN | Grupo Editorial 
Nacional S.A. Publicado pelo selo Editora 
Guanabara Koogan Ltda., 2020. 808 p. ; 28 
cm. 
 Rosa WAG, Labate RC. Programa Saúde da 
Família: a construção de um novo modelo de 
assistência. Rev Latino-am Enfermagem 
2005 novembro-dezembro 13(6):1027-34. 
 SANTOS, L. SUS e a Lei Complementar 
141 Comentada. Editora SABERES, 2012. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Decreto 
7.508/2011, de 28 de Junho de 2011; 
 BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes e 
Proposições Metodológicas para a 
Elaboração da Programação de Ações e 
Serviços de Saúde, 2012 
 BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução 
CIT Nº 1, de 29 de Setembro de 2011; 
 BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução 
CIT Nº 3, de 30 de Janeiro de 2012; 
 BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução 
CIT Nº 4, de 19 de Julho de 2012; 
 BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução 
CIT Nº 5, de 19 de Junho de 2013; 
 BRASIL. Lei Complementar 141/2012, de 
13 de janeiro de 2012. 
 BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 
1990. Lei Orgânica da Saúde. Dispõe sobre 
as condições para a promoção, proteção e 
recuperação da saúde, a organização e o 
funcionamento dos serviços 
correspondentes e dá outras providências. 
Brasília, set. 1990. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
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ANEXO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aniélly Guimarães 
Módulo IV- Abrangências das ações na saúde 
Problema 2 
 
Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS 
 
 
 
 
Aniélly Guimarães 
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