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Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS RELEMBRANDO ALGUNS CONCEITOS SOBRE PA... A hipertensão arterial, quando persistente, provoca lesão nos vasos sanguíneos, nos rins, no coração e no cérebro, levando ao aumento na incidência de insuficiência renal, coronariopatia, insufici-ência cardíaca, acidente vascular encefálico (AVE) e demência. Foi constatado que a redução farmacológica efetiva da pressão arterial impede a lesão dos vasos sanguíneos e diminui substancialmente as taxas de morbidade e de mortalidade. Há muitos fármacos eficazes disponíveis. O conhecimento de seus mecanismos anti- hipertensivos e de seus locais de ação possibilita a previsão acurada de sua eficácia e toxicidade. O uso racional desses agentes, isoladamente ou em associação, pode reduzir a pressão arterial, com risco mínimo de toxicidade grave na maioria dos pacientes. Diagnóstico: Medidas repetidas e reproduzíveis de elevação da pressão arterial. Serve para prever as consequências do distúrbio, riscos de lesões cardíacas renais e cerebral. Tanto a hipertensão sistólica como a diastólica estão associadas à lesão de órgãos terminal; a denominada hipertensão sistólica isolada não é benigna. Os riscos – e, portanto, a urgência da instituição da terapia – aumentam proporcionalmente com a magnitude da elevação da pressão arterial. O risco de lesão de órgãos terminal em qualquer nível de pressão arterial ou idade é maior nos afro- americanos e relativamente menor nas mulheres antes da menopausa do que nos homens. Outros fatores de risco positivos incluem tabagismo; síndrome metabólica, inclusive obesidade, dislipidemia e diabetes; manifestações de lesão de órgãos terminal por ocasião do diagnóstico; e história familiar de doença cardiovascular. Convém assinalar que o diagnóstico de hipertensão depende da medida da pressão arterial, e não dos sintomas relatados pelo paciente. Com efeito, a hipertensão é habitualmente assintomática, até que a lesão manifesta de órgãos terminal seja iminente ou já tenha ocorrido. ETIOLOGIA É possível estabelecer uma causa específica para a hipertensão em apenas 10 a 15% dos pacientes. Considera-se o diagnóstico de hipertensão essencial ou primária em pacientes nos quais não é possível identificar nenhuma causa específica de hipertensão. Os pacientes com etiologia específica são considerados portadores de hipertensão secundária. É importante considerar as causas específicas em cada caso, visto que algumas delas são passíveis de tratamento cirúrgico definitivo: constrição da artéria renal, coarctação da aorta, feocromocitoma, doença de Cushing e aldosteronismo primário. Na maioria dos casos, a elevação da pressão arterial está associada a um aumento global da resistência ao fluxo sanguíneo por meio Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS das arteríolas, ao passo que o débito cardíaco está habitualmente normal. A investigação meticulosa da função do sistema nervoso autônomo, dos reflexos barorreceptores, do sistema renina-angiontensina-aldosterona e do rim não conseguiu identificar qualquer anormalidade isolada como causa do aumento de resistência vascular periférica na hipertensão essencial. Por conseguinte, parece que a elevação da pressão arterial é habitualmente causada por uma combinação de várias anormalidades (multifatorial). Evidências epidemiológicas indicam que fatores genéticos, estresse psicológico e fatores ambientais e nutricionais (aumento da ingestão de sal e diminuição do consumo de potássio ou de cálcio) contribuem para o desenvolvimento da hipertensão. REGUL AÇÃO NORMAL DA PRESSÃO De acordo com a equação hidráulica, a pressão arterial (PA) é diretamente proporcional ao produto do fluxo sanguíneo (débito cardíaco, DC) pela resistência à passagem do sangue atra-vés das arteríolas pré-capilares (resistência vascular periférica, RVP): PA = DC X RVP Quanto maior é a resistência vascular periférica, maior deve ser a pressão arterial para conseguir vencer essa resistência; DC: é o produto do débito sistólico (tanto de sangue que o coração consegue bombear) x frequência cardíaca Do ponto de vista fisiológico, tanto em indivíduos normais como nos hipertensos, a pressão arterial é mantida pela regulação contínua do débito cardíaco e da resistência vascular periférica, exercida em três locais anatômicos: as arteríolas, as vênulas pós- capilares (vasos de capacitância) e o coração. Um quarto local anatômico de controle, o rim, contribui para a manutenção da pressão arterial ou regulação do volume do líquido intravascular. Os barorreflexos mediados por nervos autônomos atuam em combinação com mecanismos humorais, inclusive com o sistema renina- angiotensina-aldos-terona, coordenando a função nesses quatro locais de controle e mantendo a pressão arterial normal. Por fim, a liberação local de substâncias vasoativas do endotélio vascular também pode estar envolvida na regulação da resistência vascular. Por exemplo, a endotelina-1 causa constrição dos vasos sanguíneos, ao passo que o óxido nítrico os dilata. A pressão arterial em um paciente hipertenso é controlada pelos mesmos mecanismos que atuam nos indivíduos normotensos. A regulação da pressão arterial nos hipertensos difere daquela de indivíduos sadios, visto que os barorreceptores e os sistemas de controle renais de volume-pressão sanguíneos parecem estar “ajustados” em um nível mais elevado de pressão arterial. Todos os agentes Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS anti-hipertensivos atuam por interferência nesses mecanismos normais abaixo. BARORREFLEXO POSTURAL Os barorreflexos são responsáveis por ajustes rápidos e contínuos da pressão arterial, como na transição da postura em decúbito para a ereta Os neurônios simpáticos centrais que surgem da área vasomotora do bulbo são tonica-mente ativos. Os barorreceptores carotídeos são estimulados pelo estiramento das paredes vasculares produzido pela pressão interna (pressão arterial). A ativação dos barorreceptores inibe a descarga simpática central. Por outro lado, a redução do estiramento determina a redução da atividade dos barorreceptores. Assim, no caso de transição para a postura ereta, os barorreceptores percebem a redução da pressão arterial, que resulta do acúmulo de sangue nas veias abaixo do nível do coração, como uma redução do estiramento das paredes, liberando a inibição da descarga simpática. O aumento reflexo na descarga simpática atua por meio das terminações nervosas, aumentando a resistência vascular periférica (constrição das arteríolas) e o débito cardíaco (estimulação direta do coração e constrição dos vasos de capacitância, o que aumenta o retorno venoso ao coração), restaurando, assim, a pressão arterial normal. O mesmo barorreflexo atua em resposta a qualquer evento capaz de baixar a pressão arterial, incluindo redução primária da resistência vascular periférica (p. ex., causada por agente vasodilatador) ou do volume intravascular (p. ex., devido à hemorragia ou à perda de sal e de água pelos rins). RESPOSTA RENAL Á REDUÇÃO DA PA No controle do volume sanguíneo, o rim é o principal responsável pelo controle em longo prazo da pressão arterial. Assim, a redução da pressão de perfusão renal determina a redistribuição intrarrenal do fluxo sanguíneo e provoca aumento da reabsorção de sal e de água. Além disso, tanto a diminuição da pressão nas arteríolas renais como a redução da atividade neural simpática(por meio dos receptores β- adrenérgicos) estimulam a produção de renina, que aumenta a produção de angiotensi-na II. A angiotensina II causa (1) Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS constrição direta dos vasos de resistência e (2) estimulação da síntese de aldosterona no córtex suprarrenal, o que aumenta a absorção renal de sódio e o volume sanguíneo intravascular. A vasopressina liberada pela neuro-hipófise também desempenha uma função na manutenção da pressão arterial, em virtude de sua capacidade de regular a reabsorção de água pelos rins Os medicamentos que são utilizados no tratamento de hipertensão arterial são chamados anti-hipertensivos A terapia anti-hipertensiva tem, o intuito de controlar os níveis de PA para evitar complicações cardiovasculares e reduzir a morbidade e a mortalidade associadas à PA elevada. Todos os agentes anti-hipertensivos atuam em um ou mais dos quatro locais anatômicos de controle. Produzindo efeitos ao interferirem nos mecanismos normais de regulação da pressão arterial. Uma classificação útil desses fármacos consiste em dividi-los de acordo com o principal local regulador ou mecanismo sobre o qual atuam. Em virtude de seus mecanismos comuns de ação, os fármacos dentro de cada categoria tendem a produzir um espectro semelhante de toxicidades. Pode-se executar essa tarefa de forma não farmacológica, com alteração da dieta, exercício, redução do consumo de álcool, cessação do tabagismo e métodos psicológicos de relaxamento; e de forma farmacológica, utilizando diuréticos, fármacos que agem no sistema renina- angiotensina-aldosterona (SRAA), fármacos que agem no sistema nervoso simpático, antagonista de canal para cálcio e vasodilatadores diretos. Agentes Simpaticoliticos: I- Ação central ; II alfa-adrenérgicos seletivos; III- Betabloqueadores // Vasodilatadores: vaso ditadores direto; Bloqueadores de canal de cálcio // Inibidores de Enzina conversoras: Inibidores da ECA// Diuréticos : I – Tiazídicos ; II- de alça e III-Poupadores de potássio CATEGORIAIS Reduzem a pressão arterial por meio da depleção do sódio corporal, diminuição do volume sanguíneo e, talvez, outros mecanismos. https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/hipertens%C3%A3o-arterial/hipertens%C3%A3o-arterial Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS O mecanismo de ação anti-hipertensiva dos diuréticos se relaciona inicialmente aos seus efeitos diuréticos e natriuréticos, com diminuição do volume extracelular. Posteriormente, após cerca de quatro a seis semanas, o volume circulante praticamente se normaliza e há redução da resistência vascular periférica. tiazídicos (hidroclorotiazida, clortalidona e indapamida), de alça (bumetamida e furosemida) e poupadores de potássio (amilorida e espironolactona). Os tiazídicos são utilizados para HAS leve a moderada e em conjunto com outras drogas. Além de reduzirem a volemia, promovem vasodilatação in vitro por abrirem canais para potássio sensíveis a cálcio, reduzindo a resistência vascular periférica; os efeitos colaterais são: hipocalemia, disfunção erétil e gota. Os diuréticos de alça são utilizados em casos graves, mas de forma aguda. Os diuréticos poupadores de potássio causam hipercalemia, ginecomastia, hiperplasia prostática benigna e disfunção erétil (eplerenona, análogo de espironolactona, não causa disfunção erétil). Em geral, são utilizados em associação aos outros diuréticos para evitar hipocalemia. Os pacientes devem ser orientados em relação à nictúria. Para uso como anti-hipertensivos, são preferidos os diuréticos tiazídicos e similares, em baixas doses. Os diuréticos de alça são reservados para situações de hipertensão associada a insuficiência renal com taxa de filtração glomerular abaixo de 30 mL/min/1,73 m2 (D) e na insuficiência cardíaca com retenção de volume. Em pacientes com aumento do volume extracelular (insuficiências cardíaca e renal), o uso associado de diurético de alça e tiazídico pode ser benéfico tanto para o controle do edema quanto da pressão arterial, ressalvando-se o risco maior de eventos adversos. Os diuréticos poupadores de potássio apresentam pequena eficácia diurética, mas, quando associados aos tiazídicos e aos diuréticos de alça, são úteis na prevenção e no tratamento de hipopotassemia. Seu uso em pacientes com redução da função renal poderá acarretar hiperpotassemia. Principais reações adversas: Hipopotassemia, por vezes acompanhada de hipomagnesemia, que pode induzir arritmias ventriculares, e hiperuricemia. O emprego de baixas doses diminui o risco de efeitos adversos, sem prejuízo da eficácia anti- hipertensiva, especialmente quando em associação com outros anti-hipertensivos. Os diuréticos também podem provocar intolerância à glicose, aumentar o risco do aparecimento do diabetes melito, além de promover aumento de triglicérides, efeitos esses, em geral, dependentes da dose. AÇÃO CENTRAL Atuam estimulando os receptores alfa-2 adrenérgicos pré-sinápticos no sistema nervoso central, reduzindo o tônus simpático, como fazem a alfametildopa, a clonidina e o guanabenzo e/ou os inibidores dos receptores imidazolidínicos, como a moxonidina e a rilmenidina. Seu efeito hipotensor como monoterapia é, em geral, Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS discreto (B). Entretanto, podem ser úteis em associação com medicamentos de outros grupos, particularmente quando há evidência de hiperatividade simpática. A experiência favorável em relação à segurança do binômio maternofetal recomenda a alfametildopa como agente de escolha para tratamento da hipertensão das grávidas. Não interferem com a resistência periférica à insulina ou com o perfil lipídico. Principais reações adversas: São, em geral, decorrentes da ação central, como sonolência, sedação, boca seca, fadiga, hipotensão postural e disfunção sexual. A frequência é um pouco menor com os inibidores de receptores imidazolidínicos. alfametildopa pode provocar, ainda, embora com pequena frequência, galactorreia, anemia hemolítica e lesão hepática, sendo contraindicada se há insuficiência hepática. No caso da clonidina, destaca-se a hipertensão de rebote, quando da suspensão brusca da medicação, e a ocorrência mais acentuada de boca seca. BETABLOQUEADORES Seu mecanismo anti-hipertensivo envolve diminuição inicial do débito cardíaco, redução da secreção de renina, readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas. Betabloqueadores de geração mais recente (terceira geração) como o carvedilol e o nebivolol, diferentemente dos betabloqueadores de primeira e segunda gerações também proporcionam vasodilatação, que no caso do carvedilol decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adrenérgico e, no caso do nebivolol, de aumento da síntese e liberação endotelial de óxido nítrico. o uso dessa classe de medicamentos seria reservada para casos especiais, como nos portadores de coronariopatia, com disfunção sistólica, arritmias cardíacas ou infarto do miocárdio prévio O propranolol se mostra também útil em pacientes com tremor essencial, síndromes hipercinéticas, cefaleia de origem vascular e naqueles com hipertensão portal. Principais reações adversas: Broncoespasmo, bradicardia, distúrbios da condução atrioventricular, vasoconstrição periférica, insónia, pesadelos, depressão psíquica, astenia e disfunção sexual. Betabloqueadoresde primeira e segunda geração podem acarretar também intolerância à glicose, induzir ao aparecimento de novos casos de diabetes, hipertrigliceridemia com elevação do LDL- colesterol e redução da fração HDL- colesterol. O impacto sobre o metabolismo da glicose é potencializado quando os betabloqueadores são utilizados em combinação com diuréticos. O efeito sobre o metabolismo lipídico parece estar relacionado à dose e à seletividade, sendo de pequena monta com o uso de baixas doses de betabloqueadores cardiosseletivos. Diferentemente, betabloqueadores de terceira geração, como o carvedilol e o nebivolol, têm impacto neutro ou até podem melhorar o metabolismo da glicose e lipídico, possivelmente em decorrência do efeito de vasodilatação com diminuição da resistência à insulina e melhora da captação de glicose pelos tecidos periféricos.38 Estudos com o nebivolol também têm apontado para uma menor interferência na função Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS sexual,39 possivelmente em decorrência do efeito sobre a síntese de óxido nítrico endotelial. A suspensão brusca dos betabloqueadores pode provocar hiperatividade simpática, com hipertensão de rebote e/ou manifestações de isquemia miocárdica, sobretudo em hipertensos com pressão arterial prévia muito elevada. Devem ser utilizados com cautela em pacientes com doença vascular de extremidade. Os betabloqueadores de primeira e segunda geração são formalmente contraindicados a pacientes com asma brônquica, DPOC e bloqueio atrioventricular de segundo e terceiro graus. ALFA BLOQUEADORES Apresentam efeito hipotensor discreto a longo prazo como monoterapia, devendo, portanto, ser associados com outros anti- hipertensivos. Podem induzir ao aparecimento de tolerância, o que exige o uso de doses gradativamente crescentes. Têm a vantagem de propiciar melhora discreta no metabolismo lipídico e glicídico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostática benigna. Principais reações adversas: Hipotensão postural, mais evidente com a primeira dose, sobretudo se a dose inicial for alta, palpitações e, eventualmente, astenia. No estudo ALLHAT, a comparação entre o alfabloqueador doxazosina e a clortalidona indicou a maior ocorrência de insuficiência cardíaca congestiva no grupo tratado com a doxazosina. A partir dessas conclusões estabeleceu-se a ideia de que o alfabloqueador testado nesse estudo não deve ser medicamento de primeira escolha para o tratamento da hipertensão Atuam sobre a musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento muscular com consequente vasodilatação e redução da resistência vascular periférica. São utilizados em associação com diuréticos e/ou betabloqueadores. Hidralazina e minoxidil são dois dos principais representantes desse grupo. Principais reações adversas: Pela vasodilatação arterial direta, promovem retenção hídrica e taquicardia reflexa, o que contraindica seu uso como monoterapia. A ação anti-hipertensiva decorre da redução da resistência vascular periférica por diminuição da concentração de cálcio nas células musculares lisas vasculares. Apesar do mecanismo final comum, esse grupo é dividido em três subgrupos, com características químicas e farmacológicas diferentes: fenilalquilaminas, benzotiazepinas e diidropiridinas. São anti-hipertensivos eficazes e reduzem a morbidade e mortalidade cardiovasculares. Deve-se dar preferência aos bloqueadores dos canais de cálcio de longa duração de Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS ação intrínseca ou por formulação galênica que permita uma liberação controlada. Estudo de desfecho reafirmou a eficácia, tolerabilidade e segurança do uso dessa classe de medicamentos no tratamento da hipertensão arterial de pacientes com doença coronariana. Principais reações adversas: Cefaleia, tontura, rubor facial - mais frequente com diidropiridínicos de curta ação - e edema de extremidades, sobretudo maleolar. Esses efeitos adversos são, em geral, dose- dependentes. Mais raramente, podem induzir a hipertrofia gengival. Os diidropiridínicos de ação curta provocam importante estimulação simpática reflexa, sabidamente deletéria para o sistema cardiovascular. Verapamil e diltiazem podem provocar depressão miocárdica e bloqueio atrioventricular. Obstipação intestinal é observada, particularmente, com verapamil. Agem fundamentalmente pela inibição da enzima conversora da angiotensina (ECA), bloqueando a transformação da angiotensina I em II no sangue e nos tecidos, embora outros fatores possam estar envolvidos nesse mecanismo de ação. São eficazes no tratamento da HAS, reduzindo a morbidade e a mortalidade cardiovasculares nos, pacientes com insuficiência cardíaca, com infarto agudo do miocárdio, em especial quando apresentam baixa fração de ejeção, de alto risco para doença aterosclerótica, sendo também úteis na prevenção secundária do acidente vascular encefálico. Quando administrados a longo prazo, os IECAs retardam o declínio da função renal em pacientes com nefropatia diabética ou de outras etiologias. Ramipril (marca: Altace), captopril (Capoten), enalopril (Vasotec), fosinopril (Monopril), lisinopril (Prinivil, Zestril) e quinapril (Accupril). Principais reações adversas: Tosse seca, alteração do paladar e, mais raramente, reações de hipersensibilidade com erupção cutânea e edema angioneurótico. Em indivíduos com insuficiência renal crônica, podem eventualmente agravar a hiperpotassemia. Em pacientes com hipertensão renovascular bilateral ou unilateral associada a rim único, podem promover redução da filtração glomerular com aumento dos níveis séricos de ureia e creatinina. Seu uso em pacientes com função renal reduzida pode causar aumento de até 30% da creatininemia, mas a longo prazo prepondera seu efeito nefroprotetor. Seu uso é contraindicado na gravidez pelo risco de complicações fetais. Desta forma, seu emprego deve ser cauteloso e frequentemente monitorado em adolescentes e mulheres em idade fértil. Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II (BRA II) antagonizam a ação da angiotensina II por meio do bloqueio específico de seus receptores AT1. Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS Angiotensina II é agente vasoconstritor e causador de retenção hídrica – resultam no aumento da pressão arterial. São eficazes no tratamento da hipertensão. No tratamento da hipertensão arterial, especialmente em populações de alto risco cardiovascular ou com comorbidades, proporcionam redução da morbidade e mortalidade cardiovascular. Estudos também comprovam seu efeito benéfico em insuficiência cardíaca congestiva, e são úteis na prevenção do acidente vascular cerebral. São nefroprotetores no paciente com diabetes melito tipo 2 com nefropatia estabelecida e incipiente Metanálise recente aponta equivalência entre BRA II e IECA na redução de eventos coronarianos e superioridade dos BRA II na proteção cerebrovascular, contrapondo-se a metanálises anteriores que indicavam redução de eventos coronarianos apenas com os inibidores da ECA. O tratamento com BRA II, assim como o uso de IECA, vem sendo associado a uma menor incidência de novos casos de diabetes melito tipo 2. Losartana (nome comercial: Cozaar), candesartana (Atacand), eprosartana (Teveten), ibersatana (Avapro), telmisartan (Micardis) e valsartana (Diovan) Principais reações adversas: Os bloqueadores do receptor AT1 apresentam bom perfil de tolerabilidade. Foram relatadas tontura e, raramente, reação de hipersensibilidade cutânea("rash"). As precauções para seu uso são semelhantes às descritas para os IECA. Alisquireno, único representante da classe atualmente disponível para uso clínico, promove uma inibição direta da ação da renina com consequente diminuição da formação de angiotensina II. Há ainda especulação sobre outras ações, como redução da atividade plasmática de renina, bloqueio de um receptor celular próprio de renina/pró-renina e diminuição da síntese intracelular de angiotensina II Estudos de eficácia anti-hipertensiva comprovam sua capacidade, em monoterapia, de redução da pressão arterial de intensidade semelhante aos demais antihipertensivos.72-74 Estudos clínicos de curta duração indicam efeito benéfico na redução de morbidade cardiovascular e renal, hipertrofia de ventrículo esquerdo e proteinúria.75-77 São aguardados os resultados de estudos de desfecho com avaliação do impacto desse medicamento na Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS mortalidade e morbidade cardiovascular e renal. Principais reações adversas: Apresentam boa tolerabilidade. "Rash" cutâneo, diarreia (especialmente com doses elevadas, acima de 300 mg/dia), aumento de CPK e tosse são os eventos mais frequentes, porém em geral com incidência inferior a 1%. Seu uso é contraindicado na gravidez. Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS A estimativa de risco no paciente hipertenso deve ser complementada pela identificação da presença de LOA, que são frequentes, muitas vezes subdiagnosticadas, não estando geralmente incluídas nos escores de estratificação de risco. Elas causam aumento adicional do risco CV, notadamente quando várias coexistem no mesmo indivíduo. A idade apresenta correlação linear com HA e risco de complicações CV, como infarto do miocárdio (IAM) e acidente vascular encefálico (AVE), sendo tal linearidade mais evidente com o AVE. Para o IAM, há uma acentuação do grau de associação dependente do sexo que se inicia aos 55 anos no homem e aos 65 anos na mulher. Tabagismo, quantificado como carga maço/ano, tabagismo passivo e outras formas de tabagismo, como charutos, cachimbos e cigarros eletrônicos, são considerados elementos centrais no risco CV. Já a dislipidemia caracteriza-se por elevações do conteúdo de colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDL) ou do conjunto de lipoproteínas aterogênicas obtido pela subtração da liproproteina de alta densidade (HDL) do colesterol total, ou seja, não HDL-colesterol. Os triglicerídeos (TG) elevados também caracterizam dislipidemia, particularmente quando associados a redução da HDL- colesterol ou em níveis superiores a 500 mg/dL, quando o tratamento específico está indicado e há possibilidade de pancreatite. O diabetes melito deve ser diagnosticado pelos seguintes critérios: glicemia plasmática em jejum de > 126 mg/dL; hemoglobina glicada > 6,5%, aferida por cromatografia líquida de alta performance (HPLC); ou ainda, glicemia > 200mg/dL, após 2 h de sobrecarga oral de glicose no teste oral de tolerância ou em glicemia aleatória. A obesidade deve ser considerada quando o índice de massa corporal (IMC) for > 30kg/m2 ou quando a medida da cintura abdominal (CA) for > 80 cm em mulheres ou > 94 cm em homens de descendência europeia ou africana ou > 90 cm naqueles de descendência asiática. Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS A prevalência é o número de casos de uma doença em uma população, durante um período específico. A taxa de prevalência é calculada usando o número de indivíduos afetados em determinado momento, dividido pelo número total de pessoas. No Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), a prevalência de hipertensão no ano de 2013 era de 21,4%. A prevalência foi maior entre as pessoas do sexo feminino (27,5%) do que entre as do masculino (23,6%) O Ministério da Saúde traçou o perfil do brasileiro em relação as doenças crônicas mais incidentes no país: A pesquisa mostrou que, no período entre 2006 e 2019, a prevalência de diabetes passou de 5,5% para 7,4% e a hipertensão arterial subiu de 22,6% para 24,5%. A hipertensão arterial, chegou a acometer 59,3% dos adultos com 65 anos ou mais, sendo 55,5% dos homens e 61,6% das mulheres. FONTE: Ministério da Saúde e UNASUS CUIABÁ Em alguns estudos de base populacional, realizados também em regiões urbanas sob o mesmo ponto de corte, foram encontradas prevalências semelhantes aos deste estudo: no Rio Grande do Sul - 29,9%21 e 31,6%22; em Catanduva - SP - 31,5%23; em Aracajú - SE - 31,8%24; em Campos - RJ - 32,0%25; em Salvador - BA - 29,9%26; e em Formiga - MG -32,7%27. O grupo de pesquisadores do presente estudo registrou prevalências mais elevadas de hipertensão arterial em Goiânia - GO (36,4%)19 e em Cuiabá - MT (33,4%) Cassanelli T. Prevalência da hipertensão arterial sistêmica e fatores associados na região urbana de Cuiabá-MT: estudo de base populacional [Dissertação]. Cuiabá: Universidade Federal de Mato Grosso. Cuiabá-MT, 2005. As Linhas de Cuidado (LC) podem ser definidas como o conjunto de saberes, tecnologias e recursos necessários ao enfrentamento de determinados riscos, agravos ou condições específicas do ciclo de vida ou de outro critério médico sanitário, a ser ofertado de forma articulada e contínua pelo Sistema Único de Saúde (SUS) (VENANCIO et al., 2016). Para a organização da Rede de Atenção às Condições Crônicas, construímos a LC da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) que representa um dos maiores desafios em saúde pública no Brasil e no mundo, por ser principal fator de risco para complicações cardiovasculares. A Rede de Atenção a Saúde tem sido proposta para lidar com projetos e processos complexos de gestão e atenção à saúde, onde há interação de diferentes agentes e têm como objetivo promover a integração de ações e serviços de saúde a fim de prover uma atenção de forma contínua, integral, de Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS qualidade, responsável, humanizada, com vistas à consolidação dos princípios do SUS (BRASIL, 2012). Os níveis de atenção à saúde, enquanto oferta de serviços em grau crescente de especialização médica, de exames e de tratamento para as doenças e necessidades de saúde da população, devem atuar articuladamente por meio dos pontos de atenção para atender a demanda e complementar o cuidado à pessoa na sua integralidade. LINHA DE CUIDADO EM HAS A padronização técnica de uma LC caracteriza-se por descrever o itinerário do paciente no sistema e por conter um conjunto de informações relativas às ações e atividades de promoção, prevenção, cura e reabilitação a serem desenvolvidas nas unidades de atenção à saúde, bem como informações relativas aos recursos envolvidos nesses processos em cada uma dessas unidades. A finalidade da LC Da HAS é fortalecer e qualificar a atenção à pessoa com esta condição crônica, por meio da integralidade, da longitudinal idade e a coordenação do cuidado em todos os pontos de atenção. O cuidado deve levar em consideração as necessidades individuais de cada pessoa após identificar os fatores de risco, avaliar as condições de saúde e solicitar exames necessários e que possam contribuir para a decisão terapêutica ou preventiva O diagnóstico da HAS consiste na média aritmética da PA maior ou igual a 140/90 mmHg verificadaem pelo menos três dias diferentes com intervalo mínimo de uma semana entre as medidas, ou seja, soma-se a média das medidas do primeiro dia mais as duas medidas subsequentes e divide-se por três. A constatação de um valor elevado em apenas um dia, mesmo que em mais do que uma medida, não é suficiente para estabelecer o diagnóstico de hipertensão. Deve-se evitar verificar a PA em situações de estresse físico (dor) e emocional (luto, ansiedade), pois um valor elevado, muitas vezes, é consequência dessas condições. Para o diagnóstico da HAS utiliza-se ainda Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS anamnese, exame físico e exames complementares, se necessário. A interpretação dos valores de PA obtidos em crianças e adolescentes deve considerar idade, sexo e altura, segundo valores próprios para avaliar os níveis pressóricos normais em crianças e adolescentes. O uso da monitorização ambulatorial da PA durante 24 horas ou da monitorização residencial da PA pode auxiliar no diagnóstico para evitar a síndrome da Hipertensão da Bata Branca (HBB) e da Hipertensão Mascarada (HM). A hipertensão arterial essencial ou hipertensão arterial idiopática ou hipertensão primária é a forma de hipertensão que não tem uma causa atribuível e identificável. É o tipo mais comum de hipertensão e afeta cerca de 95% dos hipertensos (BRASIL, 2013). Já a HAS secundária, acomete menos de 3% das pessoas com HAS e possui causa definida que precisa ser diagnosticada, pois é potencialmente tratável e/ou curável. A avaliação dessas pessoas é fundamental para o encaminhamento a especialistas. As causas mais comuns de HAS secundária estão vinculadas aos rins (parenquimatosa, arterial ou obstrutiva). Todo adulto com 18 anos ou mais de idade, quando vier à Unidade Básica de Saúde (UBS) para consulta, atividades educativas, procedimentos, entre outros, e não tiver registro no prontuário de ao menos uma verificação da PA nos últimos dois anos, deverá tê-la verificada e registrada. A primeira verificação deve ser realizada em ambos os braços. Caso haja diferença entre os valores, deve ser considerada a medida de maior valor. O braço com o maior valor aferido deve ser utilizado como referência nas próximas medidas. O indivíduo deverá ser investigado para doenças arteriais se apresentar diferenças de pressão entre os membros superiores maiores de 20/10 mmHg para as pressões sistólica/diastólica, respectivamente. Sempre que possível, a medida da PA deverá ser realizada fora do consultório médico para esclarecer o diagnóstico e afastar a possibilidade do efeito do avental branco no processo de verificação. Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS Se a média das três medidas forem iguais ou maiores a 140/90mmHg, está confirmado o diagnóstico de HAS e a pessoa deverá ser agendada para consulta médica para iniciar o tratamento e o acompanhamento. Consulta: Histórico, exame físico, avaliação laboratorial, lesões em órgãos-alvo, retorno/avaliação PASSOS PARA MODELAGEM DA L INHA DE CUIDADO Partir da situação problema: “atenção à HAS na Unidade Básica de Saúde”, problematizando a história natural da doença e como se dá a realização do cuidado das pessoas (qual o fluxo assistencial que deve ser garantido para pessoas com PA limítrofe e HAS, no sentido de atender às suas necessidades de saúde?). Identificar quais são os pontos de atenção no município/distrito/região/estado e suas respectivas competências, utilizando uma matriz para sistematizar essa informação e dar visibilidade a ela (que ações esses pontos de atenção devem desenvolver incluindo ações promocionais, preventivas, curativas, cuidadoras, reabilitadoras e paliativas?). Identificar as necessidades das Unidades Básicas de Saúde (UBS) quanto ao sistema logístico para o cuidado dos usuários (cartão SUS, prontuário eletrônico, centrais de regulação, sistema de transporte sanitário), pontuando o que já existe e o que necessita ser pactuado com a gestão municipal/distrital/regional/estadual. Identificar as necessidades das UBS quanto ao sistema de apoio (diagnóstico, terapêutico, assistência farmacêutica e sistema de informação), pontuando o que já existe e o que necessita ser pactuado com a gestão municipal/distrital/regional/estadual. • Identificar como funciona o sistema de gestão da rede (espaços de pactuação – colegiado de gestão, Programação Pactuada Intergestores – PPI, Comissão Intergestores Regional – CIR, Comissão Intergestores Bipartite – CIB, entre outros). Desenhar o itinerário terapêutico dos usuários na rede e relacionar as necessidades logísticas e de apoio necessárias. Definir, em parceria com outros pontos de atenção e gestão, os fluxos assistenciais que são necessários para atender às suas necessidades de saúde e as diretrizes ou protocolos assistenciais. Identificar a população estimada de pessoas com HAS e os diferentes estratos de risco e realizar a programação de cuidado de acordo com as necessidades individuais e os parâmetros para essa doença. Definir metas e indicadores que serão utilizados para monitoramento e avaliação das Linhas de Cuidado. Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS HISTÓRIA DO PSF O Programa Saúde da Família (PSF) surge no Brasil como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial a partir da atenção básica, em conformidade com os princípios do Sistema Único de Saúde o modelo tecnicista/hospitalocêntrico não atende mais à emergência das mudanças do mundo moderno e, consequentemente, às necessidades de saúde das pessoas. Assim, o PSF se apresenta como uma nova maneira de trabalhar a saúde, tendo a família como centro de atenção e não somente o indivíduo doente, introduzindo nova visão no processo de intervenção em saúde na medida em que não espera a população chegar para ser atendida, pois age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenção Por modelo de atenção entende-se: “um conceito que estabelece intermediações entre o técnico e o político. Como uma dada concretização de diretrizes de política sanitária em diálogo com um certo saber técnico. Uma tradução para um projeto de atenção à saúde de princípios éticos, jurídicos, organizacionais, clínicos, socioculturais e da leitura de uma determinada conjuntura epidemiológica e de um certo desenho de aspirações e de desejos sobre o viver saudável. Modelo, portanto, seria esta coisa tensa, que nem é só política e tampouco só tecnologia As estratégias de saúde propostas pelo governo, tal como mostra a história, nem sempre visavam o bem-estar da população. As políticas de saúde no Brasil refletiam o momento vivido, a economia vigente e as classes dominadoras. Durante a Primeira República, as metas eram o saneamento de portos e núcleos urbanos, no intuito de manter condições sanitárias mínimas para implementar as relações comerciais com o exterior No período populista de Getúlio Vargas, a política de saúde ficou bem centralizada. Antes da Revolução de 1930, o Seguro Social se caracterizava pelo sistema de Caixas, as quais abrangiam pequenas parcelas dos assalariados e se organizavam no âmbito de empresas isoladas. A partir da Revolução de 1930, sua expansão acelera-se e, num primeiro momento, mantém-se a organização sob a forma de Caixas, estendendo-as a todos os trabalhadores dos “serviços públicos” e consolidando-se toda a legislação a elas referente. Em 1933, tem início a organização dos segurados por categorias de empresas. Foram ainda criados o ConselhoSuperior de Previdência Social - órgão de recursos em questões referentes a prestações - e o Departamento de Previdência Social - órgão de supervisão e controle geral dos institutos - ambos relacionados ao Ministério do Trabalho. Completa-se, assim, uma estrutura institucional que só viria desaparecer em 1966, com a criação do INPS (Instituto Nacional de Previdência Social). A ampliação quantitativa e qualitativa da assistência médica, no âmbito das instituições previdenciárias, está mais relacionada com as pressões do consumidor e características institucionais da previdência e não diretamente relacionadas à assistência médica Durante os anos 70, foi construída uma sólida estrutura privada de atenção médica, privilegiando a medicina curativa. A rede privada chegou a ser financiada em mais de 80% pelo Estado e os recursos para saúde eram mínimos Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS O sistema previdenciário sofreu mudanças institucionais, separando o componente benefício da assistência médica. Com a criação do Sistema Nacional de Previdência Social (SINPAS), foram organizados o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) e o Instituto de Administração da Previdência Social (IAPAS), além da reorganização dos órgãos de assistência social (LBA e FUNABEM) e da constituição de uma empresa de processamento de dados (DATAPREV) Essa reorganização significou, também, um novo momento de concentração do poder econômico e político no sistema previdenciário. No âmbito internacional, em setembro de 1978, acontece, em Alma-Ata, a Conferência sobre Cuidados Primários de Saúde com a proposta de atenção primária em saúde como estratégia para ampliar o acesso de forma a atender, com igualdade de condições, todos os membros ou segmentos da sociedade até o ano 2000. O enfoque foi a prioridade à promoção e prevenção da saúde com profissionais cuja formação e desempenho fossem, não somente clínicos, mas com percepção epidemiológica e social para se relacionar com o indivíduo, família e sociedade O período de 1980-1983 é conhecido, no âmbito das políticas sociais, como o período da crise da previdência social Criou-se o Prev-Saúde, inspirado na Conferência sobre Cuidados Primários de Saúde, o qual não chegou a ser colocado em prática. Nessa conferência promovida pela Organização Mundial da Saúde/ UNICEF, se declara que a saúde não é apenas ausência de doença e sim um completo bem-estar físico, mental e social. A criação do Conselho Consultivo de Administração de Saúde Previdenciária (CONASP), em 1981, propõe reorganizar a assistência médica, sugerir critérios para alocação de recursos no sistema de saúde, estabelecer mecanismos de controle de custos e reavaliar o financiamento de assistência médico-hospitalar. O CONASP propõe, em 1982, o plano de reorientação da assistência à saúde no âmbito da previdência social. As políticas de saúde passam a ser descentralizadas, universalizadas e hierarquizadas. A proposta operacional foi concretizada no Programa de Ações Integradas de Saúde (PAIS) que, em 1985, passou a Ações Integradas de Saúde (AIS) O plano do CONASP representa uma proposta de planejamento estratégico, contribuindo para criar um intenso debate em torno da democratização da saúde e as AIS representam um movimento fundamental para iniciar o processo de mudança. A área do planejamento de saúde representava o início da incorporação dos setores público e privado nas atividades de planejamento que romperiam com a concepção dominante da dicotomia entre serviços/ações preventivas e curativas, ainda que o enfoque do planejamento se vinculasse estritamente à capacidade instalada de assistência individual Em 1984, a Associação Brasileira de Pós- Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO) e o Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (CEBES) promoveram uma reunião para avaliação das AIS. O encontro reforçou a posição do movimento sanitário no sentido de se promover a unificação do sistema de saúde(5). Nesse movimento, a reforma sanitária tem um momento de marco Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS histórico em 1986 com a VIII Conferência Nacional de Saúde que propôs reforma administrativa e a unificação das instituições e serviço de cuidados médicos em um único Ministério da Saúde, responsável pela condução e gestão de toda a política de saúde. Em 1988, a promulgação da nova Constituição Brasileira estabeleceu o lema: “Saúde é direito de todos e dever do Estado”, ou seja, todo brasileiro tem garantido por lei o acesso às ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde. Nesse processo, foi idealizado o Sistema Único de Saúde (SUS) que tem por base os princípios doutrinários da universalidade, equidade e integralidade. A partir desse período, várias iniciativas institucionais legais e comunitárias foram criando condições de viabilização do direito à saúde de acordo com a Lei 8.080/90 - “Lei Orgânica da Saúde”, promulgada pelo Ministério da Saúde que regulamenta o SUS. Segundo essa Lei, a saúde não é só a ausência de doenças e é determinada por uma série de fatores presentes no dia a dia, tais como: alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, educação, lazer etc. Outra Lei, a 8.142/90, regulamenta a participação da comunidade na gerência do SUS através das Conferências e dos Conselhos de Saúde. Foram criadas, também, as Normas Operacionais Básicas (NOB) que é um instrumento jurídico-institucional editado periodicamente pelo Ministério da Saúde para aprofundar e reorientar a implementação do SUS; definir novos objetivos estratégicos, prioridades, diretrizes e movimento tático-operacional; regular as relações entre os seus gestores e normatizar o SUS. Nesse contexto, verifica-se, na nova forma de atuar na saúde, o surgimento do Programa Saúde da Família (PSF) com propostas para mudar toda a antiga concepção de atuação dos profissionais de saúde, saindo da medicina curativa e passando a atuar na integralidade da assistência, tratando o indivíduo como sujeito dentro da sua comunidade sócioeconômica e cultural, considerando essa dimensão globalizante O PSF teve início quando o Ministério da Saúde formula em 1991 o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) com a finalidade de contribuir para a redução das mortalidades infantil e materna, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, através da extensão de cobertura dos serviços de saúde para as áreas mais pobres e desvalidas. A partir da experiência acumulada no Ceará com o PACS, o Ministério da Saúde percebe a importância dos Agentes nos serviços básicos de saúde no município e começa a enfocar a família como unidade de ação programática de saúde, não mais enfocando somente o indivíduo, mas introduzindo a noção de cobertura por família. Assim, o PSF foi concebido a partir de uma reunião ocorrida nos dias 27 e 28 de dezembro de 1993 em Brasília, DF, sobre o tema “Saúde da Família”, convocada pelo gabinete do Ministro da Saúde Henrique Santillo com apoio do UNICEF. A reunião esteve assentada na discussão de uma nova proposta a partir do êxito do PACS e da necessidade de incorporar novos profissionais para que os agentes não funcionassem de forma isolada. Cabe salientar que a supervisão do trabalho do agente comunitário pelo enfermeiro, no Ceará, foi um primeiro passo no processo de incorporação de novos profissionais. Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUSCabe ressaltar, também, que esse movimento de “olhar a família” se deu em muitos países e a formulação do PSF teve a seu favor o desenvolvimento anterior de modelos de assistência à família no Canadá, Cuba, Suécia e Inglaterra que serviram de referência para a formulação do programa brasileiro. Caracteriza-se como estratégia que possibilita a integração e promove a organização das atividades em um território definido com o propósito de enfrentar e resolver os problemas identificados. Para o Ministério da Saúde, o PSF é uma estratégia que visa atender indivíduo e a família de forma integral e contínua, desenvolvendo ações de promoção, proteção e recuperação da saúde. Tem como objetivo reorganizar a prática assistencial, centrada no hospital, passando a enfocar a família em seu ambiente físico e social. PSF pode ser definido como: “um modelo de atenção que pressupõe o reconhecimento de saúde como um direito de cidadania, expresso na melhoria das condições de vida; no que toca a área de saúde, essa melhoria deve ser traduzida em serviços mais resolutivos, integrais e principalmente humanizados” O surgimento do PSF na década de 90, apoiado pelo Ministério da Saúde, reflete a tendência de valorização da família na agenda das políticas sociais brasileiras. Não é um atendimento simplificado, pelo contrário, é uma expansão da atenção primária à saúde em direção à incorporação de práticas preventivas, educativas e curativas mais próximas da vida cotidiana da população e, principalmente, dos grupos mais vulneráveis. A atenção primária à saúde (APS)tem sido associada a uma assistência de baixo custo, pois parece tratar- se de serviço simples e quase sempre com poucos equipamentos, embora seja uma abordagem tecnológica específica de organizar a prática e, como tal, dotada de particular complexidade. PACTO PELA VIDA Na breve linha do tempo que vimos anteriormente, muitas iniciativas foram tomadas para a implementação do SUS, a partir de 1990, com forte ênfase na descentralização e municipalização das ações de saúde. Este processo de descentralização ampliou o contato de gestores e profissionais da saúde com a realidade social, política e administrativa do país. Evidenciaram-se, com maior clareza, as diferenças regionais, tornando mais complexa a organização de rede de serviços que atenda as diferentes necessidades dos brasileiros Em princípio, a responsabilidade pela gestão do SUS é dos três níveis de governo e as normas operacionais vinham regulamentando as relações e responsabilidades dos diferentes níveis até 2006, momento em que se instituiu o Pacto pela Saúde, como um conjunto de reformas nas relações institucionais e fortalecimento da gestão do SUS. O Pacto introduziu mudanças nas relações entre os entes federados, inclusive nos mecanismos de financiamento – significando, portanto, um esforço de atualização e aprimoramento do SUS. Para a adesão dos gestores ao Pacto, é assinado um termo de compromisso, onde se estabelecem compromissos entre os gestores em três dimensões: Pacto pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão. Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS PACTO PELA VIDA No Pacto pela Vida são firmados compromissos em torno das medidas que resultem em melhorias da situação de saúde da população brasileira. A partir dele, definem-se prioridades e metas a serem alcançadas nos municípios, regiões, estados e país. Atualmente são seis as prioridades em vigência: 1. Saúde do Idoso; 2. Controle do Câncer do colo do útero e da mama; 3. Redução da mortalidade infantil e materna; 4. Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza; 5. Promoção da Saúde; 6. Fortalecimento da Atenção Básica. PACTO EM DEFESA DO SUS O Pacto em Defesa do SUS firma-se em torno de ações que contribuam para aproximar a sociedade brasileira do SUS, seguindo as seguintes diretrizes: • A repolitização da saúde, como movimento que retoma a Reforma Sanitária Brasileira, atualizando as discussões em torno dos desafios atuais do SUS;• Promoção da Cidadania como estratégia de mobilização social tendo a questão da saúde como direito; • Garantia de financiamento de acordo com as necessidades do Sistema. PACTO DE GESTÃO Na dimensão do Pacto de Gestão são abordados: • A Regionalização; • A qualificação do processo de descentralização e ações de planejamento e programação; • Mudanças no financiamento Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, também conhecida como Lei Orgânica da Saúde, que define as diretrizes para organização e funcionamento do Sistema de Saúde brasileiro. Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado. PRINCIPAIS TEMAS ABORDADOS NA LEI 8.080 Determinantes sociais em saúde Vigilância em saúde Princípios e diretrizes do SUS Políticas para populações específicas Responsabilidades das 3 esferas de governo Estrutura de governança do SUS Política de recursos humanos Participação complementar do privado TÍTULO I Reafirma a saúde como direito e dever do Estado, concretizando-se pela formulação e execução de políticas que garantam um acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde. Descreve o que são determinantes de saúde, os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a saúde como determinantes e Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais TÍTULO II SUS é formado por órgãos das 3 esferas de poder – municipal, estadual e federal, por meio de instituições de administração direta e indireta. Poderá contar com a participação da iniciativa privada em caráter complementar. Objetivos do SUS: identificação de determinantes, formulação de políticas, assistência integral e prevenção. Atuação do SUS: vigilâncias (inclusive nutricional); assistência integral; participação no saneamento básico; ordenamento na formação de RH; colaboração na proteção ambiental; formulação de políticas de medicamentos, equipamento e materiais; fiscalização de serviços, produtos, substâncias e alimentos; desenvolvimento tecnológico; política de sangue. Definição das vigilâncias: epidemiológica, sanitária e saúde do trabalhador. Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho Princípios do SUS: universalidade, equidade, integralidade, controle social, preservação da autonomia, direito a informação, priorização epidemiológica, participação da comunidade, descentralização, intersetorialidade, conjugação de recursos, resolutividade, evitar duplicidade. Organização regionalizada e hierarquizada; Direção única a ser exercida pelo Ministério e Secretarias (municipais e estaduais); Municípios podem formar consórcios; Criação de comissões intersetoriais para assuntos que extrapolam a esfera do SUS; Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenirriscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS criação de comissões permanentes de integração saúde e ensino; A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais, abrangerá I - Alimentação e nutrição; II - Saneamento e meio ambiente; III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; IV - Recursos humanos; V - Ciência e tecnologia; e VI - Saúde do trabalhador. CIB e CIT como foros de pactuação; As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são reconhecidas como foros de negociação e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS). CONASS e CONASEMS como entidades representativas das Secretarias de Saúde; COSEMS como representantes das Secretarias Municipais no âmbito dos Estados. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) Atribuições “comuns” da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Competências “específicas” da direção nacional, estadual e municipal. O Distrito Federal acumula competências de Estado e Município. Instituição do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena com base nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). Financiamento federal. Estado e Municípios poderão complementar. Articulação do Subsistema com os órgãos responsáveis pela Política Indígena. Levar em consideração a realidade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas. O Subsistema deverá ser descentralizado, hierarquizado e regionalizado. SUS servirá de retaguarda e referência. Direito a participar dos Conselhos de Saúde. Estabelecimento do atendimento e internação domiciliar no SUS, realizados por equipes multidisciplinares que atuarão na prevenção, terapêutica e reabilitação. Este atendimento só poderá ocorrer com expressa concordância do paciente. Permissão da presença de 1 acompanhante durante o período de trabalho de parto, parto e pós-parto, indicado pela própria parturiente. Os hospitais devem manter, em local visível, aviso informando sobre esse direito. Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS Define o que compõe a assistência terapêutica integral: dispensação de medicamentos e produtos; oferta de procedimentos terapêuticos, em regime domiciliar, ambulatorial e hospitalar; detalha procedimentos da política de medicamentos; Descreve a composição da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS e algumas de suas atribuições e procedimentos. TÍTULO III- SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA Funcionamento I - Define e caracteriza as possibilidades de atuação da iniciativa privada no sistema de saúde, respeitando as regras expedidas pelos órgãos gestores do SUS. Permite participação direta ou indireta de empresas ou capital estrangeiro na assistência, em alguns casos. Participação Complementar II- O SUS poderá recorrer à iniciativa privada para complementar seus serviços. Essa participação deve ser por meio de contrato ou convênio. Entidades Filantrópicas e sem fins lucrativos tem preferência. Os critérios, valores e parâmetros assistenciais serão estabelecidos pela direção nacional do SUS e aprovados no Conselho Nacional de Saúde (CNS). Aos proprietários e dirigentes de entidades contratadas é vedado exercer cargo de confiança no SUS. TÍTULO IV- RECURSOS HUMANOS Objetivos da política de recursos humanos: organização de um sistema de formação de recursos humanos em todos os níveis de ensino; valorização da dedicação exclusiva aos serviços do SUS. Os serviços públicos constituem campo de prática para ensino e pesquisa. Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento só poderão ser exercidos em regime de tempo integral. Servidores que acumulam 2 cargos poderão exercer suas atividades em mais de 1 estabelecimento. As especializações na forma de treinamento em serviço sob supervisão (Programas de Residência) serão regulamentadas por Comissão Nacional. CAPÍTULO V- FINCANCIAMENTO Recursos I- O orçamento da seguridade social destinará ao SUS os recursos necessários, de acordo com a LDO. Define outras fontes de recursos. Atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico serão cofinanciadas pelo SUS, pelas universidades e com recursos de instituições de fomento. Gestão Financeira II- Recursos financeiros movimentados ficam sob fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde. Na esfera federal, os recursos financeiros serão administrados pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS). Auditoria do MS acompanha a aplicação dos recursos repassados conforme programação. Critérios para o estabelecimento de valores a serem transferidos para Estados e Municípios. Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS Planejamento Orçamento III- Planejamento e orçamento devem ser ascendentes. Vedado o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais. Não é permitido auxílio financeiro a instituições prestadoras de serviços com finalidade lucrativa. DISPOSIÇÕES FINAIS O acesso aos sistemas de informação dos ministérios da seguridade social será assegurado às Secretarias de Saúde, e o MS deve organizar um sistema nacional. Hospitais universitários e de ensino integram-se ao SUS, mediante convênio. Em tempos de paz, serviços das Forças Armadas poderão integrar-se ao SUS. O COAP é um acordo de colaboração firmado entre os três entes federativos, no âmbito de uma Região de Saúde, com o objetivo de organizar e integrar as ações e os serviços de saúde e garantir a integralidade da atenção à saúde da população no território. O objetivo de delimitar com clareza as responsabilidades de cada ente da federação na integração de ações e serviços de saúde nas regiões de saúde. A garantia da integralidade não pode ser efetiva se assumida por apenas um dos entes. Assim, é preciso que seja organizada por Região de Saúde com Gestão compartilhada e que os entes municipais, juntamente com o Estado e a União, possam conjugar esforços para alcançar objetivos comuns em relação ao cidadão. Quais entes federativos integram o COAP? O COAP é integrado por todos os entes federativos, ou seja, a União, o Estado e os Municípios que formam a Região de Saúde Quem assina o COAP? O COAP é assinado por todos os Prefeitos e seus Secretários de Saúde, pelo Governador e seu Secretário de Saúde e pelo Ministro da Saúde. O que deverá conter no COAP? I - Identificação das necessidades de saúde locais e regionais, por meio dos Mapas de Saúde Regionais; II - Oferta de ações e serviços de vigilância em saúde, promoção, proteção e recuperação da saúde em âmbito regional e inter-regional; III - Responsabilidades assumidas pelos entes federativos perante a população no processo de regionalização, as quais serão estabelecidas de forma individualizada, de acordo com o perfil, a organização e a capacidade de prestação das ações e dos serviços de cada ente federativo da Região de Saúde; IV - Indicadores e metas de saúde; V - Estratégiaspara a melhoria das ações e serviços de saúde; VI - Critérios de avaliação dos resultados e forma de monitoramento permanente; VII - Adequação das ações e dos serviços dos entes federativos em relação às atualizações Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS realizadas na Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde (RENASES); VIII - Investimentos na rede de serviços e as respectivas responsabilidades; IX - Recursos financeiros que serão disponibilizados por cada um dos partícipes para sua execução REFERÊNCIAS Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 128 p.: il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 37) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 162 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 35) Rang & Dale : farmacologia / James M. Ritter ... [et al.] ; tradução Gea textos S. L ; revisão científica Denis de Mello Souza. – 9. ed. – Rio de Janeiro : GEN | Grupo Editorial Nacional S.A. Publicado pelo selo Editora Guanabara Koogan Ltda., 2020. 808 p. ; 28 cm. Rosa WAG, Labate RC. Programa Saúde da Família: a construção de um novo modelo de assistência. Rev Latino-am Enfermagem 2005 novembro-dezembro 13(6):1027-34. SANTOS, L. SUS e a Lei Complementar 141 Comentada. Editora SABERES, 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Decreto 7.508/2011, de 28 de Junho de 2011; BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes e Proposições Metodológicas para a Elaboração da Programação de Ações e Serviços de Saúde, 2012 BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução CIT Nº 1, de 29 de Setembro de 2011; BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução CIT Nº 3, de 30 de Janeiro de 2012; BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução CIT Nº 4, de 19 de Julho de 2012; BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução CIT Nº 5, de 19 de Junho de 2013; BRASIL. Lei Complementar 141/2012, de 13 de janeiro de 2012. BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Lei Orgânica da Saúde. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília, set. 1990. Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS ANEXO Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS Aniélly Guimarães Módulo IV- Abrangências das ações na saúde Problema 2 Anti-Hipertensivos e atendimento no SUS
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