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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESPÍRITO SANTO – UNESC ANA ANGELICA VERMELHO AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE HIPERTENSÃO ARTERIAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A GRUPOS DE HIPERTENSOS NA UNIDADE DE SAÚDE DE SAPUCAIA, NO MUNICÍPIO DE MARILÂNDIA - ES COLATINA 2011 1 ANA ANGELICA VERMELHO AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE HIPERTENSÃO ARTERIAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A GRUPOS DE HIPERTENSOS NA UNIDADE DE SAÚDE DE SAPUCAIA, NO MUNICÍPIO DE MARILÂNDIA - ES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário do Espírito Santo – UNESC, sob orientação do Professor Neacil Broseghini, como requisito parcial para obtenção do Titulo de Bacharel em Enfermagem. COLATINA 2011 2 ANA ANGELICA VERMELHO AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE HIPERTENSÃO ARTERIAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A GRUPOS DE HIPERTENSOS NA UNIDADE DE SAÚDE DE SAPUCAIA, NO MUNICÍPIO DE MARILÂNDIA – ES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário do Espírito Santo – UNESC, para obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem. ORIENTADOR Neacil Broseghini, Professor do UNESC, Mestre em Administração de Empresa e Especialista em Saúde Publica com Ênfase em Estratégia de Saúde da Família. Nota AVALIADOR Professor do UNESC Nota Colatina, ______ de __________________ de 2011. 3 Dedico este trabalho a todos os pacientes que participaram da nossa entrevista, contribuindo assim para que a mesma pudesse ser realizada, nos recebendo de forma gentil, acolhedores, carinhosos e sempre dispostos a colaborar da melhor forma possível. Pessoas essas que desconhecem o quanto foram importantes para nós como pessoa e profissional. 4 Agradeço primeiramente a Deus por estar presente em todos os momentos das nossas vidas dando-nos força para ultrapassar os obstáculos, tornando assim, realidade os nossos sonhos. Agradeço a todos os professores que participaram de nossa vida acadêmica e, em especial ao professor e orientador Neacil Broseghini que contribuiu de forma significativa para a realização deste trabalho. Enfim, a todos que contribuíram de certa forma para a realização de mais esta etapa em nossas vidas. 5 "Há homens que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam um ano e são melhores. Há os que lutam muitos anos e são muito bons. Porém, há os que lutam toda a vida. Esses são os imprescindíveis." Bertolt Brecht RESUMO 6 A Hipertensão Arterial é uma síndrome clínica de etiologia multifatorial caracterizada por fenômenos tróficos e eventos metabólicos e hormonais. Trata-se de uma doença crônica degenerativa, sendo um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doença cardiovascular. O profissional de enfermagem tem importante papel no acompanhamento dessa doença, demostrando a importância da continuidade do tratamento e ações de promoção de hábitos saudáveis sempre voltados para melhoria da qualidade de vida do paciente. Por esse motivo foi realizada uma pesquisa com 25 pacientes Hipertensos em tratamento da Unidade de Saúde da Família de Sapucaia, em Marilândia-ES, para avaliar o nível de conhecimento destes pacientes sobre a doença e a possível assistência em Saúde. A pesquisa demonstrou a necessidade com relação a melhoria da terapêutica e as contribuições de enfermagem para redução do problema no tratamento da hipertensão arterial deste município. Palavras-Chave: Enfermeiro; Hipertensão Arterial; Atenção Primária à Saúde. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................................................... 09 1 HISTÓRICO DE MARILÂNDIA....................................................................... 11 1.1 INFORMAÇÕES DE SAÚDE DE MARILÂNDIA........................................... 13 2 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE......................................................................... 15 2.1 LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE.................................................................... 16 2.2 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE................ 18 2.2.1 Universalidade......................................................................................... 18 2.2.2 Integralidade............................................................................................. 18 2.2.3 Equidade................................................................................................... 18 2.2.4 Participação da Comunidade.................................................................. 19 2.2.5 Descentralização...................................................................................... 19 2.2.6 Regionalização e Hierarquização........................................................... 19 3 ESTRATEGIA E SAÚDE DA FAMILIA........................................................... 21 3.1 INSTALAÇÃO DAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA........................... 22 3.2 ATRIBUIÇÕES DAS EQUIPES.................................................................... 23 3.2.1 Agente Comunitário de Saúde................................................................ 24 3.2.2 Enfermeiro................................................................................................ 24 3.2.3 Médico....................................................................................................... 25 3.2.4 Auxiliar e Técnico de Enfermagem........................................................ 26 4 EDUCAÇÃO EM SAÚDE................................................................................ 27 5 HIPERTENSÃO............................................................................................... 30 5.1 CLASSIFICAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL...................................... 30 5.2 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS...................................................................... 32 5.3 FATORES DE RISCO................................................................................... 33 5.4 PREVENÇÃO OU TRATAMENTO NÃO-MEDICAMENTOSO..................... 34 5.4.1 Redução do Peso Corporal..................................................................... 35 5.4.2 Redução na Ingestão de Sal/Sódio........................................................ 35 5.4.3 Aumento da ingestão de potássio.......................................................... 36 5.4.4 Redução do Consumo de Bebidas Alcoólicas...................................... 37 8 5.4.5 Exercício Físico Regular......................................................................... 37 5.4.6 Abandono do Tabagismo........................................................................ 38 5.4.7 Controle das Dislipidemiase do Diabete Melito.................................... 38 5.4.8 Suplementação de Cálcio e Magnésio................................................... 39 5.4.9 Medidas Antiestresse.............................................................................. 39 5.4.10 Evitar Drogas que Podem Elevar a Pressão Arterial.......................... 39 5.5 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO............................................................ 40 5.6 HIPERTENSÃO EM GRUPOS ESPECIAIS................................................. 41 5.6.1Negros e Miscigenados............................................................................ 41 5.6.2 Idosos....................................................................................................... 42 5.6.3 Crianças e adolescentes.........................................................................42 5.6.4 Gravidez.................................................................................................... 43 5.6.5 Depressão................................................................................................. 43 5.6.6 Obesidade................................................................................................. 44 5.6.7 Diabetes.................................................................................................... 44 6 PROGRAMA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL................................................ 46 6.1 DIRETRIZES DO PROGARAMA.................................................................. 48 6.2 ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL DO HIPERTENSO.......................... 59 6.3 AÇÕES ESPECÍFICAS INDIVIDUAIS.......................................................... 50 6.4 AÇÕES EM GRUPO..................................................................................... 51 7 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS............................................. 52 CONCLUSÃO.................................................................................................. 58 REFERENCIAS................................................................................................... 59 ANEXO I- INTRUMENTO DE COLETA DE DADOS......................................... 64 ANEXO II- TERMO DE CONSENTIMENTO....................................................... 67 ANEXO III-TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 69 9 INTRODUÇÃO A hipertensão arterial é a doença cardiovascular mais comum, com grande índice de morbimortalidade, tendo como característica a elevação dos níveis de pressão. Está elevação ocorre devido à condição crônica e multifatorial, associada a alterações hormonais metabólicas e nutricionais. É uma doença silenciosa, mas que, em alguns casos apresentam sinais de alerta. Ministério da Saúde vem ampliando sua parceria com as secretarias estaduais e municipais de saúde para o desenvolvimento de Programas de Saúde da Família, de modo a intensificar o processo de qualificação dos profissionais que compõem as equipes. A assistência de Enfermagem é de fundamental importância no contexto de atendimento do Sistema Único de Saúde. A eficiência dos processos de aquisição e ampliação de ações educativas é de extrema importância no atendimento aos pacientes Hipertensos, bem como ampliação de acesso a população usuária, priorizando o uso racional e buscando o controle da automedicação. Além de acompanhar o retorno desses pacientes ao sistema do tempo certo. Na Unidade de Saúde de Sapucaia, em Marilândia-ES há necessidade de uma assistência de Enfermagem de qualidade para os Hipertensos que estão em tratamento no Programa de Hipertensão Arterial. Este trabalho foi realizado com objetivo de avaliar o nível de conhecimento sobre hipertensão arterial a estes pacientes e a possível assistência em Saúde. Também se pretendeu se relacionar ações de promoção de hábitos e estilo de vida saudáveis voltados para melhoria do controle e prevenção a doença. A pesquisa teve caráter qualitativo, pois foi realizada por meio de aplicação de questionário para pacientes Hipertensos Cadastrados na Unidade de Saúde da Família, em Sapucaia no Município de Marilândia-ES. Com essa visão, a assistência de enfermagem ao paciente hipertenso é o momento em que o profissional mantém o contato direto com o paciente, sendo que uma orientação bem desempenhada gera muitos benefícios a saúde do paciente, com atividades relacionadas à educação, contribuindo para ampliação de acesso da população aos mesmos e minimizando os fatores de risco relacionados a Hipertensão e o abandono ao tratamento. 10 Todas as pessoas Hipertensas e profissionais de saúde poderão encontrar neste trabalho, informações que serão úteis para melhorar os cuidados prestados e a sua qualidade de vida. Melhorando também a expectativa de vida do portador. Pois Cuidar da própria saúde depende da orientação e motivação para hábitos e condutas saudáveis, que tornam o indivíduo mais preparado para os desafios de sua vida. Esse assunto é relevante, pois todos precisam estar atualizados, pois estão em contato diários com portadores desta patologia. Este estudo descreve em seus capítulos de forma sucinta assuntos relacionados o Histórico de Marilândia, Sistema Único de Saúde, Estratégia e Saúde da Família, Educação em Saúde, Hipertensão, Programa de Hipertensão Arterial. Posteriormente serão apresentados a analise e discussão de resultados referente a pesquisa de campo realizada. 11 1 HISTÓRICO DE MARILÂNDIA No século XIX um grande fluxo migratório de várias origens, principalmente a italiana, incentivada pelo Governo Imperial, para solucionar o problema gerado pela falta de mão de obra na população cafeeira. Esses imigrantes localizaram-se nas regiões cafeeiras do Rio de Janeiro, Minas Gerais, mais tarde expandindo-se para o Espírito Santo e São Paulo. Segundo essa expansão, por volta de 1925, atraídos pela fertilidade do solo de terras ainda virgens, começaram a cruzar com terras do Rio Doce. Estes homens procediam de vários municípios do sul do Espírito Santo. Eram eles Irmãos Ceolin, Carlo Franco, Luiz Forte, Irmão Lorenzoni, Irmãos Fregona, João Palma, Luiz Zago, Sebastiano Oliana e outros. Esses colonizadores abriram as primeiras clareiras, construíram as primeiras moradias e iniciaram o plantio de café. À medida que mais famílias iam chegando, formava-se um povoado chamado Liberdade. Mais tarde, os padres Salesianos em visita a este povoado deram-lhe o nome de Marilândia, que quer dizer terra de Maria, e adotou Nossa Senhora Auxiliadora como Padroeira, (CÂMARA MUNICIPAL DE MARILÂNDIA, 2006). Segundo a PREFEITURA DE MARILÂNDIA (2011), Iniciava-se então, o crescimento desse povoado que teve como seu primeiro comércio um botequinho de secos e molhados, instalado em um barraco de madeira, à beira das primeiras moradias. Em 1929, teve sua primeira escola e sua primeira professora veio de Acioli. A escola recebe sua segunda professora D. Elvira Linhales. A escola era mais um barraco, que passou a ser utilizado também como capela, onde foi realizada a primeira missa pelo padre Salesiano Antônio Marssigalia, iniciando-se assim, as atividades sociais. Sentindo necessidade de uma ligação com as povoações vizinhas, os moradores locais iniciaram a abertura de uma estrada ligando Marilândia a Colatina. Esta Estrada, inaugurada em 1932, foi aberta até o Chapadão. Estes moradores, utilizando o enxadão e daí ate Colatina concluída por uma companhia. Com a nova Estrada, o transporte que era feito por animais, passou a ser substituído pelo primeiro caminhão de propriedade de Alberto Ceolin. Em 1951, ocorreu a inauguração do 1º Grupo Escolar “Professor Ananias Netto”, onde funciona hoje a Escola de 1º Grau Escolar “Maria Izabel Falcheto”. Em 1952 recebeu a visita do 12 Governador Janes dos Santos Neves, para a inauguração do serviço de água de Marilândia. Fevereiro de 1955 foi inaugurado solenemente o Pré-Seminário Diocesano “Imaculado Coração de Maria”, destinado a recrutar vocação sacerdotal. Sua construção ficou a cargo do então Vigário de Marilândia o Cônego João Batista Guilherme Koeltgen. (IBGE, 2011). Neste mesmo prédio passou a funcionar mais tarde a Escola Normal D. Nery e pouco tempo depois a Escola de 1º e 2º Graus “Imaculado Coração de Maria”, que teve durante muitos anos o vigário cônego Antônio Volkers, até 1982, quando a escola passa para a rede Estadual. A comunidade ia crescendo juntamente com o distrito, manifestando sempre o pensamento de uma emancipação política. Algumas tentativas foram ensaiadas, mas não foram levadas adiante, por falta de interesse dos homens públicos em tomar a frente. (CÂMARA MUNICIPAL DE MARILÂNDIA, 2006). Partiu da comunidade, a iniciativa de formar uma comissãoexecutiva, que levaria adiante a idéia, já antiga de emancipação. Agosto de 1979 foi formado por representantes comunitários, a comissão pró-desenvolvimento de Marilândia, composta dos seguintes elementos: Osvaldo Passamani, Orivaldo Caldara, Sérgio Falcheto, Albino Zavariz, Leandro Lorencini, Nelson Lorenzoni, Hélio Falcheto, Firmo Morozini, Honório Casali, Francisco Perim, Helias Caliman, Antônio Ely Caldara, Jovino Caliman e Cezário Caliman. Essa mesma comissão levou à Assembléia Legislativa, um abaixo assinado da população, com 2.419 assinaturas, anexado a um requerimento pedindo providências no sentido de desmembrar o distrito de Marilândia do Município de Colatina. O distrito ainda não satisfazia algumas exigências legais, tais como número de habitantes e arrecadação de receita, por isso a comissão conseguiu a adesão do distrito de Sapucaia que, somado ao distrito de Marilândia passou a atender essas exigências. Finalmente, no dia 22 de abril de 1980, tornou-se real o sonho que já vinha desde os tempos antigos, e através da aprovação da consulta popular em forma de plebiscito, aconteceu à emancipação, e Marilândia passou a ser município numa votação onde 2.976 pessoas disseram sim em contrapartida a 244 que disseram não, tendo 27 votos em branco, 26 nulos, 802 abstenções num total de 4.075 votantes (IBGE, 2011). De acordo com a PREFEITURA MUNICIPAL DE MARILÂNDIA (2011), no dia 14 de maio de 1980, o Governador Eurico Rezende sancionou a Lei nº 3.345 que criou Marilândia o 55º Município Capixaba. 13 Em março surgiu em Marilândia à implantação da estratégia de saúde da família, onde a secretaria de saúde iniciou um processo de reorientação do modelo de atenção à saúde. Este começou pela implantação do programa de Agente Comunitário de Saúde, que era formado por 24 agentes comunitários de saúde e um enfermeiro instrumentador/supervisor. 1.1 INFORMAÇÕES DE SAÚDE DE MARILÂNDIA Atualmente Marilândia possui uma população de 11.107 habitantes com uma área de 309 km². O crescimento Anual da População de 2000 a 2010 são de 1,13%; Natalidade 2009 è de 124 nascidos vivos; Índice de Desenvolvimento Humano - IDH 0,745,(IBGE, 2011). Em 2010, o número de crianças pesadas pelo Programa Saúde Familiar era de 2.198; destas, 0,4% estavam desnutridas (IBGE, 2011). A participação da mulher no mercado de trabalho formal era de 41,8% em 2008. O percentual do rendimento feminino em relação ao masculino era de 91,7% em 2008, independentemente da escolaridade (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS MUNICÍPIOS, 2011). O número de óbitos de crianças menores de um ano no município, de 1995 a 2009, foi 33. Uma das ações importantes para a redução da mortalidade infantil é a prevenção através de imunização contra doenças infecto-contagiosas. Em 2010, 99,3% das crianças menores de 1 ano estavam com a carteira de vacinação em dia, (IBGE, 2011). A proporção de gestantes sem acompanhamento pré-natal, em 2009, neste município, foi de 0,0%. As gestantes com sete ou mais consultas foram 63,4%. Em 2009, no Município, 100,0% dos nascidos vivos tiveram seus partos assistidos por profissionais qualificados de saúde, (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS MUNICÍPIOS, 2011). Marilândia teve de 1998 a 2010, 5 casos de AIDS diagnosticados. No município, entre 2001 e 2009, houve 84 casos de doenças transmitidas por mosquitos, dentre os quais 2 casos confirmados de malária, nenhum caso confirmado de febre amarela, 8 casos confirmados de leishmaniose, 74 notificações 14 de dengue. A taxa de mortalidade (a cada 100 mil habitantes) associada às doenças transmitidas por mosquitos no Município, em 2009, foi de zero.Este estado não possui dados sobre prevalência de hanseníase (IBGE, 2011). Segundo a PREFEITURA MUNICIPAL DE MARILÂNDIA (2011), O município declara ter apresentado ocorrências impactantes observadas com freqüência no meio ambiente nos últimos 24 meses, mas sem alteração ambiental que tenha afetado as condições de vida da população. Neste Município, 97,9% dos moradores tem acesso à rede de água geral com canalização em pelo menos um cômodo do domicílio em 2000. Da população rural, 9,8% têm acesso à rede de água. O percentual de moradores que, vivem em domicílios com formas de esgotamento consideradas adequadas é de 80,4% na zona urbana e 17,0% na zona rural. O Programa da Saúde da Família conta com duas equipes da família na área urbana e duas na área rural. Cada equipe é formada por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem, agentes comunitários de saúde, odontólogo e auxiliar de consultório dentário. A Estratégia Saúde da Família cobre 100% da população Marilândense. A equipe de saúde da família assume o desafio da atenção continuada, resolutiva e pautada pelos princípios da promoção da saúde, em que a ação intersetorial era considerada essencial para a melhoria dos indicadores de saúde e de qualidade de vida da população acompanhada. A estratégia Saúde da Família foi, então, atribuída a função de desenvolver ações básicas, no primeiro nível de atenção à saúde, mas propondo-se uma tarefa maior do que simples extensão de cobertura e ampliação do acesso. As agentes de saúde fazem visitas às famílias mensalmente, além de um acompanhamento a grupos prioritários, como crianças, hipertensos, diabéticos e gestantes. Sendo que 100% das agentes de saúde possuem o curso inicial de formação de Agente Comunitário de Saúde (CÂMARA MUNICIPAL DE MARILÂNDIA, 2006). 15 2 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Antes do advento do Sistema Único de Saúde (SUS), a atuação do Ministério da Saúde se resumia às atividades de promoção de saúde e prevenção de doenças realizadas em caráter universal, e à assistência médico-hospitalar para poucas doenças servia a quem não tinha acesso ao atendimento pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social. O INAMPS foi criado pelo regime militar em 1974 pelo desmembramento do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que hoje é o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Era uma autarquia filiada ao Ministério da Previdência e Assistência Social (hoje Ministério da Previdência Social), e tinha a finalidade de prestar atendimento médico aos que contribuíam com a previdência social, ou seja, aos empregados de carteira assinada. O INAMPS dispunha de estabelecimentos próprios, mas a maior parte do atendimento era realizada pela iniciativa privada. Os convênios estabeleciam a remuneração por procedimento (LOPES, 2010). De acordo com COTRIM, (1999) na década de 70 ocorreu uma crise do financiamento da previdência social, com repercussões no INAMPS. Em 1979 o general João Baptista Figueiredo assumiu a presidência com a promessa de abertura política, e de fato a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados promoveu, no período de 9 a 11 de outubro de 1979, o I Simpósio sobre Política Nacional de Saúde, que contou com participação de muitos dos integrantes do movimento e chegou a conclusões altamente favoráveis ao mesmo; ao longo da década de 80 o INAMPS passaria por sucessivas mudanças com universalização progressiva do atendimento, já numa transição com o SUS. (THURLER, 2007). Segundo MELO, CUNHA e TONINI, (2005) a 8ª Conferência Nacional de Saúde foi um marco na história do SUS por vários motivos. Foi aberto em 17 de março de 1986 de 1986 por José Sarney, o primeiro presidente civil após a ditadura, a primeira CNS a ser aberta à sociedade. Além disso, foi importante na propagação do movimento da Reforma Sanitária. Resultou também na implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), um convênio entre o INAMPS e os governos estaduais, mas o mais importante foi ter formado as bases para a seção "Da Saúde" da Constituição brasileira de 5 de outubro de 1988. 16 A Constituição de 1988 definiu a saúde como "direito de todos e dever do Estado". A implantaçãodo SUS foi realizada de forma gradual sendo primeiro o SUDS; depois, a incorporação do INAMPS ao Ministério da Saúde (Decreto nº 99.060, de 7 de março de 1990); e por fim a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990) fundou o SUS. Em poucos meses foi lançada a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que imprimiu ao SUS uma de suas principais características como controle social, ou seja, a participação dos usuários (população) na gestão do serviço. O INAMPS só foi extinto em 27 de julho de 1993 pela Lei nº 8.689.(ROCHA e GALVÃO, 2008). 2.1 LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE As Leis Orgânicas da saúde-LOS- conjunto de duas células leis editadas (Lei 8.080/90 e Lei 8.142/90) para dar cumprimento ao mandamento constitucional de disciplinar legalmente à proteção e a defesa a saúde. São Leis nacionais que tem caráter geral, contendo diretrizes e limites que devem ser respeitado pela união, pelo estado, municípios ao elaborarem suas próprias normas (ANDRADE e SANTOS, 2009). A Lei 8.80/90 é votada em 19 de setembro, dispõem sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e outras providencias (BERTOLLI FILHO, 2003). Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, com diretrizes ao gerenciamento e da descentralização permitindo a iniciativa privada de participar do Sistema Único de Saúde em caráter complementa, com prioridades das entidades filantrópicas sobre as privadas lucrativas na prestação de serviço. A descentralização político-administrativa é enfatizada na forma da municipalização dos serviços e das ações de saúde, com redistribuição de poder, competências e recursos em direção aos Municípios (NUNES, 2002). Segundo SILVA (2004), as Áreas de Atuação do SUS são Assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; Controle e fiscalização de alimentos, água e bebidas para o consumo humano; Orientação familiar; Participação na área de saneamento; Participação na preparação de recursos humanos; Saúde do 17 trabalhador; Vigilância epidemiológica; Vigilância nutricional; Vigilância sanitária. Condiciona como competência do SUS a definição de critérios, valores e qualidade dos serviços. Veda o exercício de cargo de chefia ou função de confiança no SUS aos proprietários, administradores ou dirigentes de entidades filantrópicas e privadas lucrativas. Trata da gestão financeira, condicionando a existência de conta específica para os recursos da saúde e a fiscalização da movimentação bancária pelo Conselho Municipal de Saúde. Os critérios para a transferência de recursos são perfil demográfico, epidemiológico, características quantitativas e qualitativas da rede, desempenho técnico, desempenho econômico-financeiro no período anterior, nível de participação orçamentária para a saúde. O Plano Municipal de Saúde é à base das atividades e da programação de cada nível de direção do SUS. Garante a gratuidade das ações serviços nos atendimentos públicos, privados contratados e conveniados (THUELER, 2007). Lei 8.142/90 è votada em 28 de dezembro dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Esta lei institui as instâncias colegiadas e os instrumentos de participação social em cada esfera de governo. Condicionou o recebimento de recursos financeiros à existência de Conselho Municipal de Saúde, funcionando de acordo com a legislação. Em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo as seguintes instâncias colegiadas são Conferência de Saúde e Conselho de Saúde (COFEN, 2008). As Conferências devem ser realizadas em cada esfera de governo, organizadas no mínimo a cada quatro anos e paritárias como os conselhos. Os Conselhos são órgãos representativos em caráter permanente e deliberativo. Tendo a participação do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e do Conasems (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde), no Conselho Nacional de Saúde. Para receber recursos de forma regular e automática, Estados, Distrito Federal e municípios deverão ter Fundo de Saúde, Conselho de Saúde, Plano de Saúde e contrapartida de recursos em seus orçamentos (MELO, CUNHA e TONINI, 2005). 18 2.2 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 2.2.1 Universalidade Significa que o SUS deve atender a todos, sem distinções ou restrições, oferecendo toda a atenção necessária, sem qualquer custo. Todos os cidadãos têm direito a consultas, exames, internações e tratamento nos serviços de saúde, públicos ou privados, contratado pelo gestor publico. A universalidade é principio fundamental das mudanças previstas pelo SUS, pois garante a todos os Brasileiros o direito a saúde (MINISTERIO DA SAÚDE, 2009). 2.2.2 Integralidade Pelo principio da integralidade, o SUS deve se organizar de forma que garanta a oferta necessária aos indivíduos e a coletividade, independentemente das condições econômicas, da idade, do local de moradia e outros, com ações e serviços de promoção a saúde, prevenções de doenças, tratamento e reabilitação. A integralidade ocorre num sistema como um todo e só é alcançada como resultado do trabalho integrado, solidário dos gestores e trabalhadores de saúde, com sua praticas e saberes (ANDRADE e SANTOS, 2009). 2.2.3 Equidade O SUS deve disponibilizar serviços que promovam a justiça social, que canalizem maior atenção aos que mais necessitam, de acordo com necessidade de cada um (MINISTERIO DA SAÚDE, 2009). 19 2.2.4 Participação da Comunidade É o principio que prevê a organização e a participação da comunidade na gestão do SUS. Essa participação ocorre de maneira oficial por meio dos conselhos e conferencias de saúde, na esfera nacional, estadual e municipal. O conselho de saúde tem a função de formular estratégias para o enfrentamento dos problemas de saúde, controlar a execução das políticas de saúde e observar os aspectos financeiros e econômicos do setor (NUNES, 2002). 2.2.5 Descentralização Segundo MINISTERIO DA SAÚDE (2009) Descentralizar é redistribuir poder e responsabilidades entre os três níveis de governo. Na saúde, a descentralização tem como objetivo prestar serviços com maior qualidade garantindo o controle, fiscalização pelos cidadãos. Quanto mais perto estiver a decisão, maior a chance de acerto. No SUS a responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o município. Isto significa dotar o município de condições gerenciais, técnicas, administrativas, financeiras para exercer esta função. Para fazer valer o princípio da descentralização, existe a concepção constitucional do mando único. Cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais, participação da sociedade. Assim, a autoridade sanitária do SUS é exercida na União pelo ministro da saúde, nos estados pelos secretários estaduais de saúde e nos municípios. 2.2.6 Regionalização e Hierarquização A regionalização e a hierarquização de serviços significam que os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, com 20 definição e conhecimento da clientela a ser atendida. A regionalização é, na maioria das vezes, um processo de articulação entre os serviços já existentes, buscando o comando unificado dos mesmos. A hierarquização deve além de proceder à divisão de níveis de atenção, garantir formas de acesso a serviços que componham toda a complexidade requerida para o caso, no limite dos recursos disponíveis numa dada região. Deve ainda incorporar-se à rotina do acompanhamento dos serviços, com fluxos de encaminhamento (referência) e de retorno de informações do nível básico do serviço (contra-referência). Estes caminhos somam a integralidade da atenção com o controle e a racionalidade dos gastos no sistema (ANDRADE e SANTOS, 2009). 21 3 ESTRATEGIA E SAÚDE DA FAMILIA A origem do Programa Saúde da Família ou PSF iniciou-se em 1994, como um dos programas propostos pelo governo federal aos municípios para implementar a atenção básica. As diretrizes a serem seguidas para a implantação do modelo de Saúde da Família nas unidades básicas será operacionalizada de acordo com as realidades regionais, municipais e locais. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1997). Segundo MACHADO (2007), entendem-se como uma unidade pública de saúde destinada a realizar atenção contínua nas especialidades básicas, com uma equipe multiprofissional habilitada para desenvolver as atividades de promoção, proteção e recuperação, características do nível primário de atenção. Representa o primeiro contato da população com o serviço de saúde do município, assegurando a referência e contra referência para os diferentes níveis do sistema, desde que identificada à necessidade de maior complexidade tecnológica para a resolução dos problemas identificados. Corresponde aos estabelecimentos denominados, segundo classificação do Ministério da Saúde, como Centros de Saúde. Os estabelecimentos denominados Postos de Saúde poderão estar sob a responsabilidade e acompanhamento de uma unidade de Saúde da Família. A unidade de Saúde da Família caracteriza-se como porta de entrada do sistema local de saúde. Não significa a criação de novas estruturas assistenciais, exceto em áreas desprovidas, mas substitui as práticas convencionais pela oferta de uma atuação centrada nos princípios da vigilância à saúde (ROSA e LABATE, 2005). A unidade de Saúde da Família deve trabalhar com um território de abrangência, que significa a área sob sua responsabilidade. Uma unidade de Saúde da Família pode atuar com uma ou mais equipes de profissionais, dependendo do número de famílias a ela vinculadas. Recomenda-se que, no âmbito de abrangência da unidade básica, uma equipe seja responsável por uma área onde residam de 600 a 1.000 famílias, com o limite máximo de 4.500 habitantes. Este critério deve ser em razão da diversidade sociopolítica e econômica das regiões, levando-se em conta fatores como densidade populacional e acessibilidade aos serviços, além de outros considerados como de relevância local. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000). 22 As equipes de saúde devem realizar o cadastramento das famílias através de visitas aos domicílios, segundo a definição da área territorial pré-estabelecida para a adscrição. Nesse processo serão identificados os componentes familiares, a morbidade referida, as condições de moradia, saneamento, condições ambientais das áreas onde essas famílias estão inseridas. Essa etapa inicia o vínculo da unidade de saúde/ equipe com a comunidade, a qual é informada da oferta de serviços disponíveis e dos locais, dentro do sistema de saúde, que prioritariamente deverão ser a sua referência. A partir da análise da situação de saúde local de seus determinantes, os profissionais e gestores possuirão os dados iniciais necessários para o efetivo planejamento das ações a serem desenvolvidas. O cadastramento possibilitará que, além das demandas específicas do setor saúde, sejam identificados outros determinantes para o desencadeamento de ações das demais áreas da gestão municipal, visando contribuir para uma melhor qualidade de vida da população (COSTA e CARBONE, 2009). 3.1 INSTALAÇÃO DAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA As unidades de Saúde da Família deverão ser instaladas nos postos de saúde, centros de saúde ou unidades básicas de saúde já existentes no município, naquelas a serem reformadas, construídas de acordo com a programação municipal em áreas que não possuem nenhum equipamento de saúde. Por sua vez, a área física das unidades deverá ser adequada à nova dinâmica a ser implementada. O número de profissionais de cada unidade deve ser definido de acordo com a capacidade instalada da unidade; quantitativo populacional a ser assistido; enfrentamento dos determinantes do processo saúde/ doença; integralidade da atenção; possibilidades locais (OHARA, 2010). É recomendável que a equipe de uma unidade de Saúde da Família seja composta, no mínimo, por um médico de família ou generalista, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Outros profissionais de saúde poderão ser incorporados a estas unidades básicas, de acordo com as demandas e características da organização dos serviços de saúde locais, devendo 23 estar identificados com uma proposta de trabalho que exige criatividade e iniciativa para trabalhos comunitários e em grupo (COSTA e CARBONE, 2004). Os profissionais das equipes de saúde serão responsáveis por sua população escritas, devendo residir no município onde atuam, trabalhando em regime de dedicação integral. Para garantir a vinculação e identidade cultural com as famílias sob sua responsabilidade, os Agentes Comunitários de Saúde devem, igualmente, residir nas suas respectivas áreas de atuação, (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000). 3.2 ATRIBUIÇÕES DAS EQUIPES De acordo com ROSA e LABATE (2005) as atividades deverão ser desenvolvidas de forma dinâmica, com avaliação permanente através do acompanhamento dos indicadores de saúde de cada área de atuação. Assim, as equipes de Saúde da Família devem estar preparadas para: • Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis, com ênfase nas suas características sociais, demográficas e epidemiológicas; • Identificar os problemas de saúde prevalentes e situações de risco aos qual a população está exposta; • Elaborar, com a participação da comunidade, um plano local para o enfrentamento dos determinantes do processo saúde/doença; • Prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à demanda organizada ou espontânea, com ênfase nas ações de promoção à saúde; • Resolver, através da adequada utilização do sistema de referência e contra- referência, os principais problemas detectados; • Desenvolver processos educativos para a saúde, voltados à melhoria do autocuidado dos indivíduos; • Promover ações intersetoriais para o enfrentamento dos problemas identificados; 24 A base de atuação das equipes são as unidades básicas de saúde, incluindo as atividades como visita domiciliar; internação; participação em grupos comunitários. 3.2.1 Agente Comunitário de Saúde Agente Comunitário de Saúde (ACS) mora na comunidade e está vinculado à USF que atende a comunidade. Realizar mapeamento de sua área; Cadastrar as famílias e atualizar permanentemente esse cadastro; Identificar indivíduos e famílias expostos a situações de risco; Identificar área de risco; Orientar as famílias para utilização adequada dos serviços de saúde, encaminhando-as e até agendando consultas, exames e atendimento odontológico, quando necessário; Realizar ações e atividades, no nível de suas competências, nas áreas prioritárias da Atenção Básicas; Realizar, por meio de visita domiciliar, acompanhamento mensal de todas as famílias sob sua responsabilidade; Estar sempre bem informado, e informar aos demais membros da equipe, sobre a situação das família acompanhadas, particularmente aquelas em situações de risco; Desenvolver ações de educação e vigilância à saúde, com ênfase na promoção da saúde e na prevenção de doenças; Promover a educação e a mobilização comunitária, visando desenvolver ações coletivas de saneamento e melhoria do meio ambiente, entre outras; Traduzir para a ESF a dinâmica social da comunidade, suas necessidades, potencialidades e limites; Identificarparceiros e recursos existentes na comunidade que possa ser potencializados pela equipe (MONTRONE, 2002). 3.2.2 Enfermeiro Realiza assistência integral (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) aos indivíduos e famílias na USF e, quando indicado no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários em todas as fases do desenvolvimento humano; durante o 25 tempo e freqüência necessários de acordo com as necessidades de cada paciente; realizar consulta de enfermagem, solicitar exames complementares, prescrever medicações; planejar, gerenciar, coordenar, avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS; supervisionar, coordenar, realizar atividades de educação permanente dos ACS e da equipe de enfermagem; contribuir, participar das atividades de Educação Permanente do Auxiliar de Enfermagem; Planejar, gerenciar, coordenar, executar e avaliar a USF. (ROSA e LABATE, 2005). 3.2.3 Médico Realizar consultas clínicas aos usuários de sua área adstrita; Participar das atividades de grupos de controle de patologias como hipertensos, diabéticos, de saúde mental; Executar ações de assistência integral em todas as fases do ciclo de vida:; Realizar consultas e procedimentos na Unidade de Saúde da Família- USF ou quando necessário, no domicílio; Realizar atividades clínicas correspondentes às áreas prioritárias na intervenção na Atenção Básica, definidas na Norma Operacional da Assistência à Saúde- NOAS 2001; Realizar busca ativa das doenças infecto-contagiosas; Aliar a atuação clínica à pratica da saúde coletiva; Realizar primeiros cuidados nas urgências e emergências clínicas, fazendo a indicação para a continuidade da assistência prestada, acionando o serviço destinado para este fim; Garantir acesso a continuidade do tratamento dentro de um sistema de referência e contra-referência para os casos de maior complexidade ou que necessitem de internação hospitalar; Realizar pequenas cirurgias ambulatoriais; Promover a imunização de rotina, das crianças e gestantes encaminhando-as ao serviço de referência; Verificar e atestar óbito; Emitir laudos, pareceres, atestados sobre assuntos de sua competência; Supervisionar os eventuais componentes da família em tratamento domiciliar e dos pacientes com tuberculose, hanseníase, hipertensão, diabetes e outras doenças crônicas; Acompanhar o crescimento e desenvolvimento das crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos, especialmente crianças menores de 01 (um) ano, consideradas em situação de risco; Identificar e encaminhar gestantes para o serviço de pré-natal na Unidade de Saúde da Família; Realizar ações educativas para prevenção do câncer cérvico-uterino e de mama encaminhando as 26 mulheres em idade fértil para a realização de exames periódicos nas unidades de referência; Outras ações e atividades a serem definidas de acordo com prioridades locais durante o desenvolvimento do Programa (COSTA e CARBONE, 2004). 3.2.4 Auxiliar e Técnico de Enfermagem Participar das atividades de assistência básica realizando procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão na USF, quando indicado ou necessário, no domicílio e demais espaços comunitários (escolas, associações; realizar ações de educação em saúde a grupos específicos , famílias em situação de risco, conforme planejamento da equipe e participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF (ROSA e LABATE, 2005). 27 4 EDUCAÇÃO EM SAÚDE A educação em saúde constitui um conjunto de saberes e práticas orientados para a prevenção de doenças e promoção da saúde (COSTA, 1987). Trata-se de um recurso por meio do qual o conhecimento cientificamente produzido no campo da saúde, intermediado pelos profissionais de saúde, atinge a vida cotidiana das pessoas, uma vez que a compreensão dos condicionantes do processo saúde-doença oferece subsídios para a adoção de novos hábitos e condutas de saúde (VASCONCELOS, 1999). COSTA (1987) destaca os de atenção básica como um contexto privilegiado para desenvolvimento de práticas educativas em saúde, caracterizado pela maior proximidade com a população e a ênfase nas ações preventivas e promocionais. No âmbito do PSF, a educação em saúde figura como uma prática prevista e atribuída a todos os profissionais que compõem a equipe de saúde da família (CORDEIRO, 1996). Segundo CHIESA e VERÍSSIMO (2003) espera-se que esta seja capacitada para assistência integral e contínua às famílias da área adscrita, identificando situações de risco à saúde na comunidade assistida, enfrentando em parceria com a comunidade os determinantes do processo saúde-doença, desenvolvendo processos educativos para a saúde, voltados à melhoria do auto-cuidado dos indivíduos. Para a reorganização da atenção básica, a que se propõe a estratégia do PSF, reconhece-se a necessidade de reorientação das práticas de saúde, bem como de renovação dos vínculos de compromisso e de responsabilidade entre os serviços e a população assistida (CORDEIRO, 1996). Pensar no PSF como estratégia de reorientação do modelo assistencial sinaliza a ruptura com práticas convencionais e hegemônicas de saúde, assim como a adoção de novas tecnologias de trabalho. Uma compreensão ampliada do processo saúde-doença, assistência integral e continuada a famílias de uma área adscrita são algumas das inovações verificadas no PSF (COSTA, 1987). CHIESA e VERÍSSIMO (2003) observa que o reconhecimento de sujeitos está no centro de todas as propostas renovadoras identificadas no setor saúde, dentre as quais encontra-se a estratégia do PSF, com objetivos que incluem: 28 • Humanização das práticas de saúde por meio do estabelecimento de um vínculo entre os profissionais e a população; • A democratização do conhecimento do processo saúde-doença e da produção social da saúde; • O desenvolvimento da cidadania, levando a população a reconhecer a saúde como direito; • A estimulação da organização da comunidade para o efetivo exercício do controle social. Nota se, a partir desses objetivos, a valorização dos sujeitos e de sua participação nas atividades desenvolvidas pelas unidades de saúde da família, bem como na resolutividade dos problemas de saúde identificados na comunidade. Quanto à reorientação das práticas de saúde, o PSF pretende oferecer uma atuação centrada nos princípios da vigilância da saúde (PAIM, 2003). O que significa que a assistência prestada deve ser integral, abrangendo todos os momentos ou dimensões do processo saúde-doença. O PSF deve ofertar prioritariamente assistência promocional e preventiva, sem, contudo descuidar da atenção curativa e reabilitadora. (MENDES, 1996). De acordo com PAIM (2003) a abordagem da vigilância da saúde contempla o enfoque por problema, contrapondo-se, desta maneira, à atuação orientada por programas. Enquanto este se caracteriza pela definição apriorística dos problemas de saúde, traduzindo-se freqüentemente em intervenções verticalizadas, o enfoque por problemas parte do reconhecimento da área adscrita e de sua população para a identificação, descrição e explicação de seus problemas de saúde, para assim sobre eles intervir. Deste diagnóstico da situação de saúde local espera-se a participação ativa da comunidade, o que favorece o desenvolvimento da consciência sanitária pela possibilidade de compreensão sobre os problemas de saúde e seus determinantes (MENDES, 1996). CHIESA e VERÍSSIMO (2003) afirma que as particularidades da estratégia do PSF remetem a um modelo de educação em saúde que seria mais coerente com os princípios do SUS incorporados pelo PSF, particularmente o da integralidade. Pelo nível de compromisso e responsabilidade esperado dos profissionais que compõem as equipem de saúde da família, pelo nível de participação desejado dacomunidade na resolução dos problemas de saúde, pela compreensão ampliada do 29 processo saúde-doença, pela humanização das práticas, busca da qualidade da assistência e de sua resolutividade, depreende-se que o modelo dialógico de educação em saúde corresponderia ao modelo mais pertinente para o contexto de atividades do PSF. Ao nível da atenção preventiva, o PSF prevê o desenvolvimento de práticas de educação em saúde voltadas para a melhoria do auto-cuidado dos indivíduos. Estas devem ser desenvolvidas por todos os profissionais em seus contatos com indivíduos sadios ou doentes, conforme definição de suas atribuições básicas. Verifica-se, desta maneira, que a prática educativa no PSF não conta necessariamente com um espaço restrito e definido para seu desenvolvimento, antes disso adverte-se os profissionais que devem oportunizar seus contados com os usuários para abordar os aspectos preventivos e de educação sanitária (ROSA e LABATE, 2005). Educar para a saúde implica ir além da assistência curativa, significa dar prioridade a intervenções preventivas e promocionais. Deste modo, o desenvolvimento de práticas educativas no âmbito do PSF, seja em espaços convencionais, a exemplo dos grupos educativos, ou em espaços informais, como a consulta médica na residência das famílias em ocasião da visita domiciliar, expressa a assimilação do princípio da integralidade pelas equipes de saúde da família (PAIM, 2003). Dentre os modelos de educação em saúde, o modelo dialógico é proposta da integralidade uma vez que favorece o reconhecimento dos usuários enquanto sujeitos portadores de saberes sobre o processo saúde,doença,cuidado e de condições concretas de vida. Nesta mesma direção, este modelo contribui para uma apreensão mais abrangente das necessidades de saúde dos sujeitos e na humanização da ação educativa, tornando-as mais sensíveis a seus destinatários. Para tanto, reconhece-se, ainda, a necessidade da transformação da relação profissional-usuário para a construção de um modelo assistencial alternativo, capaz de acumular experiências contra-hegemônicas (ROSA e LABATE, 2005). PAIM (2003) pondera que apesar da relevância da implantação do PSF faltam, contudo, evidências que apontem esse programa como estratégia suficientemente eficaz para a reorientação dos modelos assistenciais dominantes. Nesta empreitada, é fundamental a reformulação dos discursos e das racionalidades subjacentes. 30 5 HIPERTENSÃO O coração bombeia o sangue para os demais órgãos do corpo por meio das artérias. Quando o sangue é bombeado, ele é "empurrado" contra a parede dos vasos sangüíneos durante todo o tempo, nas atividades, na posição do individuo e das situações. Esta tensão gerada na parede das artérias é denominada pressão arterial, que tem por finalidade permitir as trocas metabólicas (PORTO, 2005). A pressão arterial aumenta de acordo com a idade, mas também pode variar fisiologicamente de um individuo para outro, as variações podem ocorrer de acordo com as perspectiva de vida de cada pessoa (AMODEO 1997). "A hipertensão arterial ou pressão alta é a elevação da pressão arterial para um numero acima dos valores considerados normais" (FREITAS et al, 2006). O termo hipertensão arterial, hipertensão ou pressão alta é usado a partir de um número estabelecido para a constatação do risco cardiovascular relacionado a algum valor, este número que estabelece entre normotenso e hipertensão arterial (PORTO, 2005). REBELATTO e MORELLl (2007), o diagnóstico é feito pela medida da pressão arterial, com ajuda do esfigmomanômetro, ausculta na fossa cubital com uso do estetoscópio, o paciente fica em repouso na posição supina. Existem fatores que alteram a pressão arterial, portanto uma medida isolada não é o suficiente para diagnosticar, quando há suspeita do aumento da pressão arterial. Existe um sistema de monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) que facilita diagnosticar mais precisamente a hipertensão arterial. Segundo LUNA (2009), os cuidados na medida da pressão arterial são muito importantes e fundamentais, pois podem significar exclusão ou confirmação do diagnostico de hipertensão arterial. Um paciente diagnosticado errado será induzido a seguir tratamento desnecessário, e os pacientes não diagnosticados poderão estar excluídos dos benefícios do tratamento. 5.1 CLASSIFICAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL 31 Uma classificação é insuficiente e cheia de inadequações, mas do ponto de vista prático, é o melhor efeito para que adotemos uma classificação para separarmos os indivíduos que possuem a patologia e os que não possuem (RIBEIRO, 2007). Durante um tempo, era considerado para diagnosticar a hipertensão arterial somente os níveis de pressão diastólica, não considerando a sistólica na síndrome hipertensiva e aceitando a sua elevação como normal no envelhecimento. Estudos epidemiológicos mostraram claramente que a pressão sistólica tem tanto importância quanto à diastólica. E no grupo de idosos, foi observada que a pressão sistólica tem maior disposição no que diz respeito à morbilidade. Por estes motivos, todas as classificações levam em consideração os dois valores de pressão - sistólica e diastólica (REBELATTO e MORELLI, 2007). RIBEIRO (2007), afirma que no presente momento são utilizadas três classificações: • A Organização Mundial de Saúde (1999) adotou como critério de hipertensão valores iguais ou superiores a 140 X 90 mmHg, observando tanto os valores diastólicos como sistólicos e mantendo o conceito antigo de classificar de forma progressiva esses valores, em hipertensão arterial leve, moderada e grave; • Na classificação adotada pelo VI Joint National Commitee (1997), valorizaram as pressões sistólica e diastólica conservando os mesmos valores impostos pela Organização Mundial de SaLlde (=140 X 90 mmHg). Foi sugerida a troca das classificações leve, moderada e grave para um escala 1, 2, 3. Isto porque nem sempre a gravidade da pressão está relacionada somente aos valores numéricos, mas também as alterações em órgãos - alvo, • E na classificação lias IV Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial (2002), valorizadas também sístole e diástole, adotaram valores semelhantes ao da Organização Mundial de Saúde « 140 X 90 mmHg), mas registrando corno ideais os valores menores que 130 X 85 mmHg. PORTO (2005), confirma que na IV Diretriz e no VII ,Joint, a classificação considerou aspectos clínicos e alguns relacionados ao prognostico. Visto que a morbimortalidade cardiovascular não será definida somente pelo valor da pressão arterial, mas também pelos fatores de risco (tabagismo, sedentarismo, diabetes, 32 idade acima de 60 anos e historia familiar) lesões em órgãos - alvos (insuficiência cardíaca, isquemia cerebral, infarto agudo do miocárdio, nefropatia etc.) que ocorrem nos paciente com hipertensão arterial. Para a Organização Mundial de Saúde - OMS (2003), os valores admitidos são: 120x80mmHg, em que a pressão arterial é considerada ótima e 130x85mmHg sendo considerada limítrofe. Valores pressóricos superiores a 140x90mmHg, é considerado Hipertensão. E esses valores conforme a IV Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia, compreende em estágios: 1 (leve _. 140x90mmHg e 159x99mmHg), 2 (moderada - 160x100mmHg e 179x1 09mmHg) e 3 (grave - acima de 180x'l1 OmmHg). 5.2 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS Hipertensão arterial é altamente prevalente em praticamente todos os países, destacando que um dos maiores desafios deste milênio será o de modificar essa realidade. Subestima-se que pelo menos 50 milhões de norte-americanos são hipertensos e estudos brasileiros têm destacado entre 12 por cento e 35 por cento em diferentes regiões. Sabe-se que os indivíduos portadores de hipertensão arterial têm maior riscopara desenvolver doença arteria coronariana, além de diversos fatores de risco cardiovascular. A associação entre a hipertensão arterial e o risco de doença cardiovascular é forte, contínua e está presente mesmo quando as cifras pressóricas ainda são consideradas normais (BRANDÃO et al, 2003). NETO et al (2002), afirma que a pressão arterial sistólica aumenta progressivamente no decorrer da idade, enquanto a diastólica atinge seus valores nlais altos entre 50 e 60 anos de idade. Estudos epidemiológicos mostram que a elevação da pressão arterial promove o aumento de morbimortalidade cardiovascular, isso acontecendo não somente na terceira idade. A hipertensão arterial tem maior incidência com o progredir da idade, acometendo mais da metade da população geriátrica, sexo feminino e raça negra. FREITAS et al (2006), disserta que aproximadamente 50 milhões de mortes/ano ocorrem no mundo, sendo que 30% desses óbitos, ou seja, 15 milhões são causados por doenças cardiovasculares. Vários estudos epidemia lógicos 33 demonstraram claramente que a hipertensão arterial está relacionada, direta ou indiretamente, à ocorrência de muitas doenças, especialmente acidente vascular encefálico, doença coronariana, insuficiência cardíaca congestiva e a insuficiência renal crônica. A prevalência da hipertensão arterial varia amplamente, com valores próximos de 4%, na China, e em torno de 20%, nos Estados Unidos. Em nosso país, utilizando-se o critério atual de diagnóstico de hipertensão arterial (maior ou igual à 140/90 mmHg), as taxas de prevalência na população urbana adulta variam de 22,3% a 43,9%, sendo que na região centro-oeste encontramos 32% (SIMÃO, 2006). REBELATTO e MORELLI (2007), a hipertensão arterial é um dos principais fatores associados a doenças cardiovasculares, como aterosclerose coronariana e a insuficiência cardíaca. Apesar de todas as causas associadas alguns pacientes tratam com negligência essa patologia. Vários fatores contribuem para esse acontecimento, devido não apresentar qualquer sintoma, o que dificulta ainda mais o diagnóstico e tratamento. É uma doença crônica degenerativa muito comum em nosso meio, calcula-se uma prevalência na população adulta acima de 50 anos seja de 15%. E o aumento de risco devido a suas complicações, que podem levar a acidentes vasculares cerebrais, infarto agudo do miocárdio e insuficiência cardíaca. 5.3 FATORES DE RISCO Fator de risco é qualquer situação, hábito, condição ambiental ou outra variável que aumente a vulnerabilidade de um indivíduo, quanto à doença ou a um estado não saudável. Assim, tratar o paciente hipertenso não consiste apenas em controlar os níveis pressóricos. O tratamento da doença deve basear-se também na redução dos riscos em potencial, principalmente os riscos cardiovasculares, responsáveis por um elevado índice de morbimortalidade no Brasil. (POTTER e PERRY, 1998). Para PAULMAN, PAULMAN e HARRISON (2009) a idade, o ambiente de trabalho, bem como fatores genéticos e fisiológicos e a qualidade do estilo de vida são sempre fatores que aumentam a suscetibilidade às doenças. 34 O paciente adotando uma dieta rica em gorduras está sob risco de desenvolver complicações vasculares, pois contribui para a formação da placa e conseqüentemente o estreitamento dos vasos (SIMÃO, 2006). Segundo MINISTÉRIO DA SAÚDE (2001), a presença de fatores de risco não significa, necessariamente, que o indivíduo desenvolverá alguma doença, mas que este está predisposto à desenvolvê-la, ou seja, os fatores de risco em potencial aumentam o nível de vulnerabilidade do indivíduo a qualquer doença. Por esta razão, as atividades de promoção de saúde incluem a redução ou a eliminação desses riscos sempre que possível. Os fatores de risco incluem tabagismo, sexo, hereditariedade, sedentarismo, hábitos alimentares, dislipidemias, diabetes de mellitus, idade acima de 60 anos, historia familiar de doença cardiovascular em mulheres e homens com menos de 65 anos, relação cintura/aumentada, circunferência da cintura aumentada, microalbuminúria, tolerância à glicose diminuída/glicemia de jejum alterado, hiperuricemia, PCR ultrassensível aumentada, lesões em órgãos-alvo e doenças cardiovasculares (GOLDMAN e AUSIELLO, 2005). 5.4 PREVENÇÃO OU TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO O tratamento não medicamentoso tem, como principal objetivo, diminuir a morbidade e a mortalidade cardiovasculares por meio de modificações do estilo de vida que favoreçam a redução da pressão arterial (PAULMAN, PAULMAN e HARRISON, 2009) Está indicado a todos os hipertensos e aos indivíduos mesmo que normotensos, mas de alto risco cardiovascular. Dentre essas modificações, as que comprovadamente reduzem a pressão arterial é redução do peso corporal, da ingestão do sal e do consumo de bebidas alcoólicas, prática de exercícios físicos com regularidade, e a não utilização de drogas que elevam a pressão arterial. As razões que tornam as modificações do estilo de vida úteis são baixo custo e risco mínimo, redução da pressão arterial, favorecendo o controle de outros fatores de risco aumento da eficácia do tratamento medicamentoso e redução do risco cardiovascular (SIMÃO, 2006). 35 5.4.1 Redução do Peso Corporal O excesso de peso corporal tem correlação com o aumento da pressão arterial. O aumento do peso é um fator predisponente para a hipertensão. Todos os hipertensos com excesso de peso devem ser incluídos em programas de redução de peso de modo a alcançar Índice de Massa Corpórea (IMC) inferior a 25 kg/m² e Relação Cintura-Quadril (RCQ) inferior a 0,8 para as mulheres e a 0,9 para os homens, em razão de sua associação com risco cardiovascular aumentado. As recomendações genéricas para a redução do peso corporal compreendem de princípios dietéticos e programas de atividade física. Para a manutenção do peso desejável em longo prazo, é necessária a adequação dietética individualizada, com particular atenção aos aspectos socioeconômicos, culturais e à motivação dos pacientes (REBELATTO e MORELLI, 2007). 5.4.2 Redução na Ingestão de Sal/Sódio O sal (cloreto de sódio — NaCl) há muito tempo tem sido considerado importante fator no desenvolvimento e na intensidade da hipertensão arterial. Tem correlação entre a ingestão excessiva de sal e a elevação da pressão arterial. No âmbito populacional, a ingestão de sal parece ser um dos fatores envolvidos no aumento progressivo da pressão arterial que acontece com o envelhecimento. A hipertensão arterial é observada primariamente em comunidades com ingestão de sal superior a 100 mEq/dia. Por outro lado, a hipertensão arterial é rara em populações cuja ingestão de sal é inferior a 50 mEq/dia. Essa constatação parece ser independente de outros fatores de risco para hipertensão arterial, tais como obesidade e alcoolismo (BRANDÃO et al, 2003). Além da redução da pressão arterial, alguns estudos demonstraram também benefícios da restrição salina na redução da mortalidade por acidente vascular encefálico e na regressão da hipertrofia ventricular esquerda. A restrição salina pode ainda reduzir a excreção urinária de cálcio, contribuindo para a prevenção da osteoporose em idosos. Dessa forma, a restrição de sal na dieta é uma medida 36 recomendada não apenas para hipertensos, mas para a população de modo geral. Tal orientação deve objetivar ingestão em torno de 100 mEq/dia (6 g de sal = 1 colher de chá). Do ponto de vista prático, deve-se evitar a ingestão de alimentos processados industrialmente, tais como enlatados, conservas, embutidos e defumados. Deve-se ainda orientar os pacientes a utilizar o mínimo de sal no preparo dos alimentos, além de evitar o uso de saleiro à mesa, durante as refeições. O uso de substitutos de sal contendo cloreto de potássio em substituição ao NaCl pode ser recomendado aos pacientes,embora alguns tenham a palatabilidade como fator limitante. Para que o efeito hipotensor máximo da restrição salina se manifeste, é necessário intervalo de pelo menos 8 semanas. É importante salientar que os pacientes deverão ser orientados para a leitura dos rótulos dos alimentos industrializados, a fim de observar a presença e a quantidade de sódio contidas nos mesmos (REBELATTO e MORELLI, 2007). 5.4.3 Aumento da ingestão de potássio A ingestão do potássio pode ser aumentada pela escolha de alimentos pobres em sódio e ricos em potássio (feijões, ervilha, vegetais de cor verde-escuro, banana, melão, cenoura, beterraba, frutas secas, tomate, batata inglesa e laranja) (BRANDÃO et al, 2003). O potássio exerce efeito anti-hipertensivo, tem ação protetora contra danos cardiovasculares, e serve como medida auxiliar em pacientes submetidos a terapia com diuréticos, desde que não existam contra-indicações.Deve-se ter cautela no uso de suplemento medicamentoso à base de potássio em pacientes suscetíveis a hiperpotassemia, incluindo aqueles com insuficiência renal, ou em uso de inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA), bloqueadores de receptores da angiotensina II. O uso de substitutos do sal contendo cloreto de potássio em substituição ao NaCl pode ser recomendado aos pacientes como uma forma de suplementação de potássio, embora alguns deles tenham a palatabilidade como fator limitante. O emprego desses substitutos de sal em pacientes hipertensos com diminuição da função renal, especialmente se diabéticos e em uso de inibidores da 37 ECA, deve ser cauteloso devido ao risco de hiperpotassemia (REBELATTO e MORELLI, 2007). 5.4.4 Redução do Consumo de Bebidas Alcoólicas O consumo excessivo de álcool eleva a pressão arterial, aumenta a prevalência de hipertensão, é fator de risco para acidente vascular encefálico, além de ser uma das causas de resistência à terapêutica anti-hipertensiva (GOLDMAN e AUSIELLO, 2005). Para os hipertensos do sexo masculino que fazem uso de bebida alcoólica, é aconselhável que o consumo não ultrapasse 30 ml de etanol/dia, contidos em 60 ml de bebidas destiladas (uísque, vodca, aguardente, etc.), 240 ml de vinho, ou 720 ml de cerveja. Em relação às mulheres e indivíduos de baixo peso, a ingestão alcoólica não deve ultrapassar 15 ml de etanol/dia. Aos pacientes que não conseguem se enquadrar nestes limites de consumo, sugere-se o abandono do consumo de bebidas alcoólicas (FREITAS et al ,2006). 5.4.5 Exercício Físico Regular O exercício físico regular reduz a pressão arterial e produz benefícios adicionais, tais como diminuição do peso corporal e ação coadjuvante no tratamento das dislipidemias, da resistência à insulina, do abandono do tabagismo e do controle do estresse. Contribui, ainda, para a redução do risco de Indivíduos normotensos desenvolverem hipertensão. Exercícios físicos, tais como caminhada, ciclismo, natação e corrida, realizados numa intensidade entre 50% e 70% da freqüência cardíaca de reserva ou entre 50% e 70% do consumo máximo de oxigênio, com duração de 30 a 45 minutos, três a cinco vezes por semana, reduzem a pressão arterial de indivíduos hipertensos. Em contra partida, exercícios físicos muito intensos, realizados acima de 80% da freqüência cardíaca de reserva, ou 80% acima do consumo máximo de oxigênio, têm pouco efeito sobre a pressão arterial de 38 hipertensos. Adicionalmente, baixo nível de capacitação física está associado a maior risco de óbito por doenças coronariana e cardiovascular em homens sadios, independentemente dos fatores de risco convencionais (BRANDÃO et al, 2003). Exercícios isométricos, como levantamento de peso, não são recomendáveis para indivíduos hipertensos. Pacientes em uso de medicamentos anti-hipertensivos que interferem na freqüência cardíaca devem ser previamente submetidos à avaliação médica (AMODEO 1997). 5.4.6 Abandono do Tabagismo O tabagismo é a mais importante causa modificável de morte, sendo responsável por um em cada seis óbitos. No Brasil, a prevalência do tabagismo é elevada. Em 1989, existiam 30.6 milhões de fumantes na população com idade superior a cinco anos, correspondendo a 23,9% da população dessa faixa etária, o que demonstra a relevância do problema em nosso país. Ainda que a pressão arterial e a freqüência cardíaca se elevem durante o ato de fumar, o uso prolongado de nicotina não se associa a maior prevalência de hipertensão. Além do risco aumentado para a doença coronariana associada ao tabagismo, indivíduos que fumam mais de uma carteira de cigarros ao dia têm risco cinco vezes maior de morte súbita do que indivíduos não fumantes. Adicionalmente, o tabagismo colabora para o efeito adverso da terapêutica de redução dos lípides séricos e induz resistência ao efeito de drogas anti-hipertensivas (PORTO, 2005). Dentre outras medidas, o tabagismo deve ser combatido por colaborar com o risco de câncer e de doenças pulmonares, e por constituir risco para doença coronariana, acidente vascular encefálico e morte súbita. Para tanto, é essencial o aconselhamento médico precoce, repetido e consistente até o abandono definitivo (LUNA, 2009). 5.4.7 Controle das Dislipidemiase do Diabete Melito 39 A associação de dislipidemia e diabete melito com hipertensão é sabidamente deletéria, mesmo que essa associação não afete, necessariamente, os níveis da pressão arterial. A restrição de alimentos ricos em colesterol e gorduras, além dos açúcares simples, atua sobre os fatores de risco convencionais e auxilia no controle do peso corporal (SIMÃO, 2006). 5.4.8 Suplementação de Cálcio e Magnésio Não se recomenda a suplementação medicamentosa de cálcio ou magnésio para redução da pressão arterial, exceto na deficiência destes, embora a manutenção de ingestão adequada de cálcio seja uma medida recomendável na prevenção da osteoporose (AMODEO 1997). 5.4.9 Medidas Antiestresse Há evidências de possíveis efeitos do estresse psicossocial na pressão arterial relacionadas a “condições estressantes”, tais como pobreza, insatisfação social, baixo nível educacional, desemprego, inatividade física e, em especial, aquelas atividades profissionais caracterizadas por altas demandas psicológicas e baixo controle dessas situações. Mesmo assim, o papel do tratamento antiestresse e o uso de técnicas que visam a modificações de respostas comportamentais no tratamento de pacientes hipertensos ainda não estão definidos. Técnicas de relaxamento, tais como ioga, biofeedback, meditação transcendental, tai chi chuan e psicoterapia, não são superiores a técnicas fictícias (sham) ou a automonitorização (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). 5.4.10 Evitar Drogas que Podem Elevar a Pressão Arterial 40 Segundo PAULMAN, PAULMAN e HARRISON (2009) várias drogas que podem ter efeitos hipertensivos, devendo ser evitadas ou descontinuadas, como: Anticoncepcionais orais; Antiinflamatórios não-esteróides; Anti-histamínicos descongestionantes; Antidepressivos tricíclicos; Corticosteróides, esteróides anabolizantes; Vasoconstritores nasais; Carbenoxolona; Ciclosporina; Inibidores da monoaminoxidase (IMAO); Chumbo; cádmio; tálio; Alcalóides derivados do “ergot” Moderadores do apetite; Hormônios tireoideanos (altas doses); Antiácidos ricos em sódio; Eritropoetina; Cocaína; Cafeína. 5.5 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial a redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares de paciente hipertenso, aumentadas em decorrência dos altos níveis encisionais, sendo utilizadas tanto medidas não medicamentosas soladas como associadas a medicamentos anti-hipertensivos. Assim, os agentes anti-hipertensivos a serem utilizados no tratamento do paciente hipertenso devem permitir não somentea redução dos níveis tensionais, mas também a redução da taxa de eventos mórbidos cardiovasculares fatais e não fatais (SIMÃO, 2006). A redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares em hipertensos leves a moderados foram demonstrada de forma consistente, em inúmeros estudos, apenas para os diuréticos e betabloqueadores (PORTO, 2005). Para FREITAS et al (2006), o tratamento medicamentos visa a reduzir os níveis de pressão para valores inferiores a 140mmHg de pressão sistólica e a 90 mmHg de pressão diastólica respeitando-se as características individuais, a co- morbidade a qualidade de vida dos pacientes. Reduções da pressão par níveis inferiores a 130/85 mmHg podem ser úteis em situações específicas, como em pacientes com nefropatia proteinúrica na prevenção de acidente vascular cerebral. Os medicamentos anti-hipertensivos de uso corrente em nosso meio podem ser divididos em 6 grupos, apresentados como Diuréticos; Inibidores adrenérgicos; Vasodilatadores diretos; Inibidores da enzima conversora da angiotensina; 41 Antagonistas dos canais de cálcio; Antagonistas do receptor da angiotensina II MINISTÉRIO DA SAÚDE (2001). De acordo com NETO et al (2002), qualquer grupo de medicamentos, com exceção dos vasodilatadores de ação direta, pode ser apropriado para o controle da pressão arterial em monoterapia inicial, especialmente para pacientes portadores de hipertensão arterial leve a moderada, que não responderam às medidas não- medicamentosas. Sua escolha deverá ser pautada nos princípios gerais descritos anteriormente. Além do controle da pressão arterial, já mencionado, os anti- hipertensivos também devem ser capazes de reduzir a morbidade e a mortalidade cardiovasculares dos hipertensos. Essa capacidade, já demonstrada para diuréticos e betabloqueadores, também foi observada, recentemente, em um estudo com pacientes idosos portadores de hipertensão arterial sistólica isolada tratada com nitrendipina, um antagonista dos canais de cálcio didropiridínico, isoladamente ou em associação com o inibidor da ECA enalapril. Estão sendo realizados vários estudos com inibidores da ECA e antagonistas do receptor da angiotensina II e com outros antagonistas dos canais de cálcio, para avaliar o impacto dessas drogas sobre a morbidade e a mortalidade cardiovasculares dos hipertensos. Entretanto, até o presente momento não existem dados que permitam avaliar a capacidade de essas classes terapêuticas influenciarem esses parâmetros. 5.6 HIPERTENSÃO EM GRUPOS ESPECIAIS 5.6.1Negros e Miscigenados Em negros, são maiores e prevalência e gravidade da Hipertensão, podendo estar relacionado a fatores étnicos ou socioeconômicos (AMADO e ARRUDA, 2003). Segundo DUTHIE e KATZ (2002), para o tratamento não medicamentoso de negro recomenda-se redução do consumo de sal e perda de peso. E para o tratamento não medicamentoso os diuréticos tem eficiência aumentada, diminuindo morbidade e mortalidade, além dos antagonistas dos canais de cálcio e os alfabloqueadores.Os bloqueadores e os inibidores da ECA devem ser prescritos e 42 sua eficácia pode ser melhorada com elevação das doses, restrição dietética de sal ou associado com diuréticos. 5.6.2 Idosos Para FILHO e NETTO (2006), 60% dos idosos brasileiros, com 60 anos ou mais, são Hipertensos. Entre as características da Hipertensão arterial nos idosos, destaca-se a elevada prevalência da Hipertensão arterial sistólica isolada, em 575 entre homens e 655 em mulheres, nos demais idosos Hipertensos mostram-se a hipertensão arterial sistólica predominante e raramente a hipertensão arterial sisto- diastolica. Nos individos com mais de 65 anos, a hipertensão apresenta aspecto particulares epidemiológicos, fisiológico, e terapêutico que devem ser conhecidos para o cuidado com os idosos. Estudos clínicos com idosos evidenciaram a redução da pressão arterial com o uso de diuréticos, betabloqueadores e utilização de antagonista dos canais de cálcio e inibidores Da enzima conversora de angiostensina para a hipertensão arterial sistólica isolada do idoso, mostram diminuição da morbidade e mortalidade cardiovascular (FILHO, 2007). 5.6.3 Crianças e adolescentes Segundo FORJAZ (2008) a pressão igual ou superior ao percentil 95 para essa faixa etária é definida com hipertensão significativa, e igual ou superior a 99 é definida com hipertensão grave em crianças. A prevalência da pressão arterial na criança/adolescentes é 0,8 e 9%. A hipertensão secundária na criança com menores de 10 anos representa 90% dos casos, na maioria deles devido á doença renal. Já hipertensão essencial é predominante acima de 10 anos com níveis pressóricos não muito elevados. O tratamento não farmacológico objetiva colocar em pratica medidas em âmbito familiar, em especial e correção do excesso de peso. No tratamento 43 farmacológico a utilização de inibidores de enzima conversora de angiotensina e de antagonistas de receptor da angiotensina II, deve ser evitada por adolescente do sexo feminino, exceto se tiver indicação absoluta, em casos de possibilidade de gravidez (GUIRRO e GUIRRO, 2004). 5.6.4 Gravidez Os distúrbios hipertensivos são responsáveis por 9% a 8% das complicação na gestação. A incidência desses distúrbios aumenta com idade materna e é mais comum em mulheres negras. Sendo considerada hipertensão na gravidez quando o nível tensional é maior ou igual a 140/90 mmHg. Existem duas formas de hipertensão que podem complicar a gravidez sendo hipertensão arterial crônica e hipertensão induzida pela gravidez. (GUYTON e HALL, 2006). De acordo com PAPALÉO e BRITO (2001), a hipertensão crônica é considerada hipertensão que não tem relação com a gravidez, e guando a pressão é diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez, também é considerada hipertensão crônica. Nesse caso a hipertensão diminui no inicio da gestação e aumenta durante o ultimo trimestre de gestação, assemelhando-se a pré- eclâmpsia.Nos casos de hipertensão crônica, alfametildopa é considera a melhor opção, caso não seja bem tolerada, boas alternativa seja betabloqueadores, antagonista do receptor da angiotensina II estão contra indicado na gravidez. A pré- eclâmpsia é uma síndrome específica da gravidez que desenvolve a partir da vigésima semana de gestação, ocorre durante a primeira gestação com fetos múltiplos, diabetes de mellitus ou doença renal. Mulheres com hipertensão crônica que ficam grávidas apresentam maior risco de pré-eclâmpsia. 5.6.5 Depressão A depressão pode interagir com prognostico da hipertensão arterial. Os clínicos podem não diagnosticar a hipertensão por não valorizarem as mediadas de pressão 44 arterial alta em pacientes com depressão evidente. Alem disso, pacientes deprimidos auxiliam menos no tratamento devido à falta de energia e de iniciativa. Os anti-hipertensivos podem ocasionar sintomas depressivos, que podem ser marcados de hipertensão mais grave. Vários agentes hipotensor podem causar depressão e o uso de antidepressivos tricíclicos, inibidores da momoaminixidase e venlafaxine existem com níveis pressóricos. (AMADO e ARRUDA, 2003). 5.6.6 Obesidade DUTHIE (2002) afirma que hipertensão arterial e a obesidade estão fraguentes associadas, sendo a prevalência de hipertensão cerca de 50% maior em indivíduos obesos. O ganho de peso pode causar elevação de pressão. O mecanismo fisiopatológico que propiciam o desenvolvimento de hipertensão em obesos são complexos e multifatoriais, destacando as alterações hemodinâmicas sistêmicas e renais, resistência insulínica com hipernsulinemia compensatória, ativação do sistema nervoso simpático e do sistema renina- angiotensina e efeitos da leptina plasmática. Os inibidores da enzima conversora de angiontensina são benefícios para o pacientes obesos por aumentar à sensibilidade
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