Buscar

Avaliação do Nível de Conhecimento sobre Hipertensão Arterial

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 69 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 69 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 69 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESPÍRITO SANTO – UNESC 
ANA ANGELICA VERMELHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE 
HIPERTENSÃO ARTERIAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A GRUPOS DE 
HIPERTENSOS NA UNIDADE DE SAÚDE DE SAPUCAIA, NO 
MUNICÍPIO DE MARILÂNDIA - ES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COLATINA 
2011 
 1 
ANA ANGELICA VERMELHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE 
HIPERTENSÃO ARTERIAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A GRUPOS DE 
HIPERTENSOS NA UNIDADE DE SAÚDE DE SAPUCAIA, NO 
MUNICÍPIO DE MARILÂNDIA - ES 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Centro Universitário do 
Espírito Santo – UNESC, sob orientação 
do Professor Neacil Broseghini, como 
requisito parcial para obtenção do Titulo 
de Bacharel em Enfermagem. 
 
 
 
 
COLATINA 
2011 
 
 2 
ANA ANGELICA VERMELHO 
 
 
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE 
HIPERTENSÃO ARTERIAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A GRUPOS DE 
HIPERTENSOS NA UNIDADE DE SAÚDE DE SAPUCAIA, NO 
MUNICÍPIO DE MARILÂNDIA – ES 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Centro Universitário do 
Espírito Santo – UNESC, para obtenção 
do Título de Bacharel em Enfermagem. 
 
 
 
 
ORIENTADOR 
 
 
Neacil Broseghini, Professor do UNESC, Mestre em 
Administração de Empresa e Especialista em Saúde Publica com 
Ênfase em Estratégia de Saúde da Família. 
 Nota 
 
 
 
AVALIADOR 
 
 
Professor do UNESC 
 
 Nota 
 
 
 
 
 
Colatina, ______ de __________________ de 2011. 
 
 
 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a todos os pacientes 
que participaram da nossa entrevista, 
contribuindo assim para que a mesma 
pudesse ser realizada, nos recebendo de 
forma gentil, acolhedores, carinhosos e 
sempre dispostos a colaborar da melhor 
forma possível. Pessoas essas que 
desconhecem o quanto foram importantes 
para nós como pessoa e profissional. 
 
 
 
 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradeço primeiramente a Deus por estar 
presente em todos os momentos das 
nossas vidas dando-nos força para 
ultrapassar os obstáculos, tornando 
assim, realidade os nossos sonhos. 
Agradeço a todos os professores que 
participaram de nossa vida acadêmica e, 
em especial ao professor e orientador 
Neacil Broseghini que contribuiu de forma 
significativa para a realização deste 
trabalho. Enfim, a todos que contribuíram 
de certa forma para a realização de mais 
esta etapa em nossas vidas. 
 
 
 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"Há homens que lutam um dia e são 
bons. Há outros que lutam um ano e são 
melhores. Há os que lutam muitos anos e 
são muito bons. Porém, há os que lutam 
toda a vida. Esses são os 
imprescindíveis." 
 
Bertolt Brecht 
 
RESUMO 
 
 6 
 
 
A Hipertensão Arterial é uma síndrome clínica de etiologia multifatorial caracterizada 
por fenômenos tróficos e eventos metabólicos e hormonais. Trata-se de uma doença 
crônica degenerativa, sendo um dos mais importantes fatores de risco para o 
desenvolvimento de doença cardiovascular. O profissional de enfermagem tem 
importante papel no acompanhamento dessa doença, demostrando a importância da 
continuidade do tratamento e ações de promoção de hábitos saudáveis sempre 
voltados para melhoria da qualidade de vida do paciente. Por esse motivo foi 
realizada uma pesquisa com 25 pacientes Hipertensos em tratamento da Unidade 
de Saúde da Família de Sapucaia, em Marilândia-ES, para avaliar o nível de 
conhecimento destes pacientes sobre a doença e a possível assistência em Saúde. 
A pesquisa demonstrou a necessidade com relação a melhoria da terapêutica e as 
contribuições de enfermagem para redução do problema no tratamento da 
hipertensão arterial deste município. 
 
 
Palavras-Chave: Enfermeiro; Hipertensão Arterial; Atenção Primária à Saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO.................................................................................................... 09 
1 HISTÓRICO DE MARILÂNDIA....................................................................... 11 
1.1 INFORMAÇÕES DE SAÚDE DE MARILÂNDIA........................................... 13 
2 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE......................................................................... 15 
2.1 LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE.................................................................... 16 
2.2 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE................ 18 
2.2.1 Universalidade......................................................................................... 18 
2.2.2 Integralidade............................................................................................. 18 
2.2.3 Equidade................................................................................................... 18 
2.2.4 Participação da Comunidade.................................................................. 19 
2.2.5 Descentralização...................................................................................... 19 
2.2.6 Regionalização e Hierarquização........................................................... 19 
3 ESTRATEGIA E SAÚDE DA FAMILIA........................................................... 21 
3.1 INSTALAÇÃO DAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA........................... 22 
3.2 ATRIBUIÇÕES DAS EQUIPES.................................................................... 23 
3.2.1 Agente Comunitário de Saúde................................................................ 24 
3.2.2 Enfermeiro................................................................................................ 24 
3.2.3 Médico....................................................................................................... 25 
3.2.4 Auxiliar e Técnico de Enfermagem........................................................ 26 
4 EDUCAÇÃO EM SAÚDE................................................................................ 27 
5 HIPERTENSÃO............................................................................................... 30 
5.1 CLASSIFICAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL...................................... 30 
5.2 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS...................................................................... 32 
5.3 FATORES DE RISCO................................................................................... 33 
5.4 PREVENÇÃO OU TRATAMENTO NÃO-MEDICAMENTOSO..................... 34 
5.4.1 Redução do Peso Corporal..................................................................... 35 
5.4.2 Redução na Ingestão de Sal/Sódio........................................................ 35 
5.4.3 Aumento da ingestão de potássio.......................................................... 36 
5.4.4 Redução do Consumo de Bebidas Alcoólicas...................................... 37 
 
 8 
5.4.5 Exercício Físico Regular......................................................................... 37 
5.4.6 Abandono do Tabagismo........................................................................ 38 
5.4.7 Controle das Dislipidemiase do Diabete Melito.................................... 38 
5.4.8 Suplementação de Cálcio e Magnésio................................................... 39 
5.4.9 Medidas Antiestresse.............................................................................. 39 
5.4.10 Evitar Drogas que Podem Elevar a Pressão Arterial.......................... 39 
5.5 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO............................................................ 40 
5.6 HIPERTENSÃO EM GRUPOS ESPECIAIS................................................. 41 
5.6.1Negros e Miscigenados............................................................................ 41 
5.6.2 Idosos....................................................................................................... 42 
5.6.3 Crianças e adolescentes.........................................................................42 
5.6.4 Gravidez.................................................................................................... 43 
5.6.5 Depressão................................................................................................. 43 
5.6.6 Obesidade................................................................................................. 44 
5.6.7 Diabetes.................................................................................................... 44 
6 PROGRAMA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL................................................ 46 
6.1 DIRETRIZES DO PROGARAMA.................................................................. 48 
6.2 ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL DO HIPERTENSO.......................... 59 
6.3 AÇÕES ESPECÍFICAS INDIVIDUAIS.......................................................... 50 
6.4 AÇÕES EM GRUPO..................................................................................... 51 
7 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS............................................. 52 
CONCLUSÃO.................................................................................................. 58 
REFERENCIAS................................................................................................... 59 
ANEXO I- INTRUMENTO DE COLETA DE DADOS......................................... 64 
ANEXO II- TERMO DE CONSENTIMENTO....................................................... 67 
ANEXO III-TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 69 
 
 
 9 
INTRODUÇÃO 
 
 
A hipertensão arterial é a doença cardiovascular mais comum, com grande 
índice de morbimortalidade, tendo como característica a elevação dos níveis de 
pressão. Está elevação ocorre devido à condição crônica e multifatorial, associada a 
alterações hormonais metabólicas e nutricionais. É uma doença silenciosa, mas que, 
em alguns casos apresentam sinais de alerta. 
Ministério da Saúde vem ampliando sua parceria com as secretarias estaduais 
e municipais de saúde para o desenvolvimento de Programas de Saúde da Família, 
de modo a intensificar o processo de qualificação dos profissionais que compõem as 
equipes. 
A assistência de Enfermagem é de fundamental importância no contexto de 
atendimento do Sistema Único de Saúde. A eficiência dos processos de aquisição e 
ampliação de ações educativas é de extrema importância no atendimento aos 
pacientes Hipertensos, bem como ampliação de acesso a população usuária, 
priorizando o uso racional e buscando o controle da automedicação. Além de 
acompanhar o retorno desses pacientes ao sistema do tempo certo. 
Na Unidade de Saúde de Sapucaia, em Marilândia-ES há necessidade de uma 
assistência de Enfermagem de qualidade para os Hipertensos que estão em 
tratamento no Programa de Hipertensão Arterial. Este trabalho foi realizado com 
objetivo de avaliar o nível de conhecimento sobre hipertensão arterial a estes 
pacientes e a possível assistência em Saúde. Também se pretendeu se relacionar 
ações de promoção de hábitos e estilo de vida saudáveis voltados para melhoria do 
controle e prevenção a doença. 
A pesquisa teve caráter qualitativo, pois foi realizada por meio de aplicação de 
questionário para pacientes Hipertensos Cadastrados na Unidade de Saúde da 
Família, em Sapucaia no Município de Marilândia-ES. 
Com essa visão, a assistência de enfermagem ao paciente hipertenso é o 
momento em que o profissional mantém o contato direto com o paciente, sendo que 
uma orientação bem desempenhada gera muitos benefícios a saúde do paciente, 
com atividades relacionadas à educação, contribuindo para ampliação de acesso da 
população aos mesmos e minimizando os fatores de risco relacionados a 
Hipertensão e o abandono ao tratamento. 
 10 
Todas as pessoas Hipertensas e profissionais de saúde poderão encontrar 
neste trabalho, informações que serão úteis para melhorar os cuidados prestados e 
a sua qualidade de vida. Melhorando também a expectativa de vida do portador. 
Pois Cuidar da própria saúde depende da orientação e motivação para hábitos e 
condutas saudáveis, que tornam o indivíduo mais preparado para os desafios de sua 
vida. Esse assunto é relevante, pois todos precisam estar atualizados, pois estão em 
contato diários com portadores desta patologia. 
Este estudo descreve em seus capítulos de forma sucinta assuntos 
relacionados o Histórico de Marilândia, Sistema Único de Saúde, Estratégia e Saúde 
da Família, Educação em Saúde, Hipertensão, Programa de Hipertensão Arterial. 
Posteriormente serão apresentados a analise e discussão de resultados referente a 
pesquisa de campo realizada. 
 11 
1 HISTÓRICO DE MARILÂNDIA 
 
 
 No século XIX um grande fluxo migratório de várias origens, principalmente a 
italiana, incentivada pelo Governo Imperial, para solucionar o problema gerado pela 
falta de mão de obra na população cafeeira. Esses imigrantes localizaram-se nas 
regiões cafeeiras do Rio de Janeiro, Minas Gerais, mais tarde expandindo-se para o 
Espírito Santo e São Paulo. Segundo essa expansão, por volta de 1925, atraídos 
pela fertilidade do solo de terras ainda virgens, começaram a cruzar com terras do 
Rio Doce. Estes homens procediam de vários municípios do sul do Espírito Santo. 
Eram eles Irmãos Ceolin, Carlo Franco, Luiz Forte, Irmão Lorenzoni, Irmãos 
Fregona, João Palma, Luiz Zago, Sebastiano Oliana e outros. Esses colonizadores 
abriram as primeiras clareiras, construíram as primeiras moradias e iniciaram o 
plantio de café. À medida que mais famílias iam chegando, formava-se um povoado 
chamado Liberdade. Mais tarde, os padres Salesianos em visita a este povoado 
deram-lhe o nome de Marilândia, que quer dizer terra de Maria, e adotou Nossa 
Senhora Auxiliadora como Padroeira, (CÂMARA MUNICIPAL DE MARILÂNDIA, 
2006). 
Segundo a PREFEITURA DE MARILÂNDIA (2011), Iniciava-se então, o 
crescimento desse povoado que teve como seu primeiro comércio um botequinho de 
secos e molhados, instalado em um barraco de madeira, à beira das primeiras 
moradias. Em 1929, teve sua primeira escola e sua primeira professora veio de 
Acioli. A escola recebe sua segunda professora D. Elvira Linhales. A escola era mais 
um barraco, que passou a ser utilizado também como capela, onde foi realizada a 
primeira missa pelo padre Salesiano Antônio Marssigalia, iniciando-se assim, as 
atividades sociais. 
Sentindo necessidade de uma ligação com as povoações vizinhas, os 
moradores locais iniciaram a abertura de uma estrada ligando Marilândia a Colatina. 
Esta Estrada, inaugurada em 1932, foi aberta até o Chapadão. Estes moradores, 
utilizando o enxadão e daí ate Colatina concluída por uma companhia. Com a nova 
Estrada, o transporte que era feito por animais, passou a ser substituído pelo 
primeiro caminhão de propriedade de Alberto Ceolin. Em 1951, ocorreu a 
inauguração do 1º Grupo Escolar “Professor Ananias Netto”, onde funciona hoje a 
Escola de 1º Grau Escolar “Maria Izabel Falcheto”. Em 1952 recebeu a visita do 
 12 
Governador Janes dos Santos Neves, para a inauguração do serviço de água de 
Marilândia. Fevereiro de 1955 foi inaugurado solenemente o Pré-Seminário 
Diocesano “Imaculado Coração de Maria”, destinado a recrutar vocação sacerdotal. 
Sua construção ficou a cargo do então Vigário de Marilândia o Cônego João Batista 
Guilherme Koeltgen. (IBGE, 2011). 
Neste mesmo prédio passou a funcionar mais tarde a Escola Normal D. Nery e 
pouco tempo depois a Escola de 1º e 2º Graus “Imaculado Coração de Maria”, que 
teve durante muitos anos o vigário cônego Antônio Volkers, até 1982, quando a 
escola passa para a rede Estadual. A comunidade ia crescendo juntamente com o 
distrito, manifestando sempre o pensamento de uma emancipação política. Algumas 
tentativas foram ensaiadas, mas não foram levadas adiante, por falta de interesse 
dos homens públicos em tomar a frente. (CÂMARA MUNICIPAL DE MARILÂNDIA, 
2006). 
Partiu da comunidade, a iniciativa de formar uma comissãoexecutiva, que 
levaria adiante a idéia, já antiga de emancipação. Agosto de 1979 foi formado por 
representantes comunitários, a comissão pró-desenvolvimento de Marilândia, 
composta dos seguintes elementos: Osvaldo Passamani, Orivaldo Caldara, Sérgio 
Falcheto, Albino Zavariz, Leandro Lorencini, Nelson Lorenzoni, Hélio Falcheto, Firmo 
Morozini, Honório Casali, Francisco Perim, Helias Caliman, Antônio Ely Caldara, 
Jovino Caliman e Cezário Caliman. Essa mesma comissão levou à Assembléia 
Legislativa, um abaixo assinado da população, com 2.419 assinaturas, anexado a 
um requerimento pedindo providências no sentido de desmembrar o distrito de 
Marilândia do Município de Colatina. O distrito ainda não satisfazia algumas 
exigências legais, tais como número de habitantes e arrecadação de receita, por 
isso a comissão conseguiu a adesão do distrito de Sapucaia que, somado ao distrito 
de Marilândia passou a atender essas exigências. Finalmente, no dia 22 de abril de 
1980, tornou-se real o sonho que já vinha desde os tempos antigos, e através da 
aprovação da consulta popular em forma de plebiscito, aconteceu à emancipação, e 
Marilândia passou a ser município numa votação onde 2.976 pessoas disseram sim 
em contrapartida a 244 que disseram não, tendo 27 votos em branco, 26 nulos, 802 
abstenções num total de 4.075 votantes (IBGE, 2011). 
De acordo com a PREFEITURA MUNICIPAL DE MARILÂNDIA (2011), no dia 
14 de maio de 1980, o Governador Eurico Rezende sancionou a Lei nº 3.345 que 
criou Marilândia o 55º Município Capixaba. 
 13 
Em março surgiu em Marilândia à implantação da estratégia de saúde da 
família, onde a secretaria de saúde iniciou um processo de reorientação do modelo 
de atenção à saúde. Este começou pela implantação do programa de Agente 
Comunitário de Saúde, que era formado por 24 agentes comunitários de saúde e um 
enfermeiro instrumentador/supervisor. 
 
 
1.1 INFORMAÇÕES DE SAÚDE DE MARILÂNDIA 
 
 
Atualmente Marilândia possui uma população de 11.107 habitantes com uma 
área de 309 km². O crescimento Anual da População de 2000 a 2010 são de 1,13%; 
Natalidade 2009 è de 124 nascidos vivos; Índice de Desenvolvimento Humano - IDH 
0,745,(IBGE, 2011). 
 Em 2010, o número de crianças pesadas pelo Programa Saúde Familiar era de 
2.198; destas, 0,4% estavam desnutridas (IBGE, 2011). 
A participação da mulher no mercado de trabalho formal era de 41,8% em 
2008. O percentual do rendimento feminino em relação ao masculino era de 91,7% 
em 2008, independentemente da escolaridade (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS 
MUNICÍPIOS, 2011). 
O número de óbitos de crianças menores de um ano no município, de 1995 a 
2009, foi 33. Uma das ações importantes para a redução da mortalidade infantil é a 
prevenção através de imunização contra doenças infecto-contagiosas. Em 2010, 
99,3% das crianças menores de 1 ano estavam com a carteira de vacinação em dia, 
(IBGE, 2011). 
A proporção de gestantes sem acompanhamento pré-natal, em 2009, neste 
município, foi de 0,0%. As gestantes com sete ou mais consultas foram 63,4%. Em 
2009, no Município, 100,0% dos nascidos vivos tiveram seus partos assistidos por 
profissionais qualificados de saúde, (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS 
MUNICÍPIOS, 2011). 
Marilândia teve de 1998 a 2010, 5 casos de AIDS diagnosticados. No 
município, entre 2001 e 2009, houve 84 casos de doenças transmitidas por 
mosquitos, dentre os quais 2 casos confirmados de malária, nenhum caso 
confirmado de febre amarela, 8 casos confirmados de leishmaniose, 74 notificações 
 14 
de dengue. A taxa de mortalidade (a cada 100 mil habitantes) associada às doenças 
transmitidas por mosquitos no Município, em 2009, foi de zero.Este estado não 
possui dados sobre prevalência de hanseníase (IBGE, 2011). 
Segundo a PREFEITURA MUNICIPAL DE MARILÂNDIA (2011), O município 
declara ter apresentado ocorrências impactantes observadas com freqüência no 
meio ambiente nos últimos 24 meses, mas sem alteração ambiental que tenha 
afetado as condições de vida da população. Neste Município, 97,9% dos moradores 
tem acesso à rede de água geral com canalização em pelo menos um cômodo do 
domicílio em 2000. Da população rural, 9,8% têm acesso à rede de água. O 
percentual de moradores que, vivem em domicílios com formas de esgotamento 
consideradas adequadas é de 80,4% na zona urbana e 17,0% na zona rural. 
O Programa da Saúde da Família conta com duas equipes da família na área 
urbana e duas na área rural. Cada equipe é formada por um médico, um enfermeiro, 
um auxiliar de enfermagem, agentes comunitários de saúde, odontólogo e auxiliar de 
consultório dentário. A Estratégia Saúde da Família cobre 100% da população 
Marilândense. A equipe de saúde da família assume o desafio da atenção 
continuada, resolutiva e pautada pelos princípios da promoção da saúde, em que a 
ação intersetorial era considerada essencial para a melhoria dos indicadores de 
saúde e de qualidade de vida da população acompanhada. A estratégia Saúde da 
Família foi, então, atribuída a função de desenvolver ações básicas, no primeiro 
nível de atenção à saúde, mas propondo-se uma tarefa maior do que simples 
extensão de cobertura e ampliação do acesso. As agentes de saúde fazem visitas 
às famílias mensalmente, além de um acompanhamento a grupos prioritários, como 
crianças, hipertensos, diabéticos e gestantes. Sendo que 100% das agentes de 
saúde possuem o curso inicial de formação de Agente Comunitário de Saúde 
(CÂMARA MUNICIPAL DE MARILÂNDIA, 2006). 
 15 
2 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
 
 
Antes do advento do Sistema Único de Saúde (SUS), a atuação do Ministério 
da Saúde se resumia às atividades de promoção de saúde e prevenção de doenças 
realizadas em caráter universal, e à assistência médico-hospitalar para poucas 
doenças servia a quem não tinha acesso ao atendimento pelo Instituto Nacional de 
Assistência Médica da Previdência Social. O INAMPS foi criado pelo regime militar 
em 1974 pelo desmembramento do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), 
que hoje é o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Era uma autarquia 
filiada ao Ministério da Previdência e Assistência Social (hoje Ministério da 
Previdência Social), e tinha a finalidade de prestar atendimento médico aos que 
contribuíam com a previdência social, ou seja, aos empregados de carteira 
assinada. O INAMPS dispunha de estabelecimentos próprios, mas a maior parte do 
atendimento era realizada pela iniciativa privada. Os convênios estabeleciam a 
remuneração por procedimento (LOPES, 2010). 
De acordo com COTRIM, (1999) na década de 70 ocorreu uma crise do 
financiamento da previdência social, com repercussões no INAMPS. 
Em 1979 o general João Baptista Figueiredo assumiu a presidência com a 
promessa de abertura política, e de fato a Comissão de Saúde da Câmara dos 
Deputados promoveu, no período de 9 a 11 de outubro de 1979, o I Simpósio sobre 
Política Nacional de Saúde, que contou com participação de muitos dos integrantes 
do movimento e chegou a conclusões altamente favoráveis ao mesmo; ao longo da 
década de 80 o INAMPS passaria por sucessivas mudanças com universalização 
progressiva do atendimento, já numa transição com o SUS. (THURLER, 2007). 
Segundo MELO, CUNHA e TONINI, (2005) a 8ª Conferência Nacional de 
Saúde foi um marco na história do SUS por vários motivos. Foi aberto em 17 de 
março de 1986 de 1986 por José Sarney, o primeiro presidente civil após a ditadura, 
a primeira CNS a ser aberta à sociedade. Além disso, foi importante na propagação 
do movimento da Reforma Sanitária. Resultou também na implantação do Sistema 
Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), um convênio entre o INAMPS e os 
governos estaduais, mas o mais importante foi ter formado as bases para a seção 
"Da Saúde" da Constituição brasileira de 5 de outubro de 1988. 
 16 
A Constituição de 1988 definiu a saúde como "direito de todos e dever do 
Estado". A implantaçãodo SUS foi realizada de forma gradual sendo primeiro o 
SUDS; depois, a incorporação do INAMPS ao Ministério da Saúde (Decreto nº 
99.060, de 7 de março de 1990); e por fim a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080, de 
19 de setembro de 1990) fundou o SUS. Em poucos meses foi lançada a Lei nº 
8.142, de 28 de dezembro de 1990, que imprimiu ao SUS uma de suas principais 
características como controle social, ou seja, a participação dos usuários 
(população) na gestão do serviço. O INAMPS só foi extinto em 27 de julho de 1993 
pela Lei nº 8.689.(ROCHA e GALVÃO, 2008). 
 
 
2.1 LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE 
 
 
As Leis Orgânicas da saúde-LOS- conjunto de duas células leis editadas (Lei 
8.080/90 e Lei 8.142/90) para dar cumprimento ao mandamento constitucional de 
disciplinar legalmente à proteção e a defesa a saúde. São Leis nacionais que tem 
caráter geral, contendo diretrizes e limites que devem ser respeitado pela união, pelo 
estado, municípios ao elaborarem suas próprias normas (ANDRADE e SANTOS, 
2009). 
A Lei 8.80/90 é votada em 19 de setembro, dispõem sobre as condições para a 
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos 
serviços correspondentes e outras providencias (BERTOLLI FILHO, 2003). 
Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, 
com diretrizes ao gerenciamento e da descentralização permitindo a iniciativa 
privada de participar do Sistema Único de Saúde em caráter complementa, com 
prioridades das entidades filantrópicas sobre as privadas lucrativas na prestação de 
serviço. A descentralização político-administrativa é enfatizada na forma da 
municipalização dos serviços e das ações de saúde, com redistribuição de poder, 
competências e recursos em direção aos Municípios (NUNES, 2002). 
Segundo SILVA (2004), as Áreas de Atuação do SUS são Assistência 
terapêutica integral, inclusive farmacêutica; Controle e fiscalização de alimentos, 
água e bebidas para o consumo humano; Orientação familiar; Participação na área 
de saneamento; Participação na preparação de recursos humanos; Saúde do 
 17 
trabalhador; Vigilância epidemiológica; Vigilância nutricional; Vigilância sanitária. 
Condiciona como competência do SUS a definição de critérios, valores e qualidade 
dos serviços. Veda o exercício de cargo de chefia ou função de confiança no SUS 
aos proprietários, administradores ou dirigentes de entidades filantrópicas e privadas 
lucrativas. Trata da gestão financeira, condicionando a existência de conta 
específica para os recursos da saúde e a fiscalização da movimentação bancária 
pelo Conselho Municipal de Saúde. 
Os critérios para a transferência de recursos são perfil demográfico, 
epidemiológico, características quantitativas e qualitativas da rede, desempenho 
técnico, desempenho econômico-financeiro no período anterior, nível de participação 
orçamentária para a saúde. O Plano Municipal de Saúde é à base das atividades e 
da programação de cada nível de direção do SUS. Garante a gratuidade das ações 
serviços nos atendimentos públicos, privados contratados e conveniados 
(THUELER, 2007). 
Lei 8.142/90 è votada em 28 de dezembro dispõe sobre a participação da 
comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde e sobre as transferências 
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras 
providências. Esta lei institui as instâncias colegiadas e os instrumentos de 
participação social em cada esfera de governo. Condicionou o recebimento de 
recursos financeiros à existência de Conselho Municipal de Saúde, funcionando de 
acordo com a legislação. Em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do 
Poder Legislativo as seguintes instâncias colegiadas são Conferência de Saúde e 
Conselho de Saúde (COFEN, 2008). 
As Conferências devem ser realizadas em cada esfera de governo, 
organizadas no mínimo a cada quatro anos e paritárias como os conselhos. Os 
Conselhos são órgãos representativos em caráter permanente e deliberativo. Tendo 
a participação do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e do 
Conasems (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde), no Conselho 
Nacional de Saúde. Para receber recursos de forma regular e automática, Estados, 
Distrito Federal e municípios deverão ter Fundo de Saúde, Conselho de Saúde, 
Plano de Saúde e contrapartida de recursos em seus orçamentos (MELO, CUNHA e 
TONINI, 2005). 
 
 
 18 
2.2 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
 
 
2.2.1 Universalidade 
 
 
Significa que o SUS deve atender a todos, sem distinções ou restrições, 
oferecendo toda a atenção necessária, sem qualquer custo. Todos os cidadãos têm 
direito a consultas, exames, internações e tratamento nos serviços de saúde, 
públicos ou privados, contratado pelo gestor publico. A universalidade é principio 
fundamental das mudanças previstas pelo SUS, pois garante a todos os Brasileiros 
o direito a saúde (MINISTERIO DA SAÚDE, 2009). 
 
 
2.2.2 Integralidade 
 
 
Pelo principio da integralidade, o SUS deve se organizar de forma que garanta 
a oferta necessária aos indivíduos e a coletividade, independentemente das 
condições econômicas, da idade, do local de moradia e outros, com ações e 
serviços de promoção a saúde, prevenções de doenças, tratamento e reabilitação. A 
integralidade ocorre num sistema como um todo e só é alcançada como resultado do 
trabalho integrado, solidário dos gestores e trabalhadores de saúde, com sua 
praticas e saberes (ANDRADE e SANTOS, 2009). 
 
 
2.2.3 Equidade 
 
 
O SUS deve disponibilizar serviços que promovam a justiça social, que 
canalizem maior atenção aos que mais necessitam, de acordo com necessidade de 
cada um (MINISTERIO DA SAÚDE, 2009). 
 
 
 19 
2.2.4 Participação da Comunidade 
 
 
É o principio que prevê a organização e a participação da comunidade na 
gestão do SUS. Essa participação ocorre de maneira oficial por meio dos conselhos 
e conferencias de saúde, na esfera nacional, estadual e municipal. O conselho de 
saúde tem a função de formular estratégias para o enfrentamento dos problemas de 
saúde, controlar a execução das políticas de saúde e observar os aspectos 
financeiros e econômicos do setor (NUNES, 2002). 
 
 
2.2.5 Descentralização 
 
 
Segundo MINISTERIO DA SAÚDE (2009) Descentralizar é redistribuir poder e 
responsabilidades entre os três níveis de governo. Na saúde, a descentralização tem 
como objetivo prestar serviços com maior qualidade garantindo o controle, 
fiscalização pelos cidadãos. Quanto mais perto estiver a decisão, maior a chance de 
acerto. No SUS a responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o 
município. Isto significa dotar o município de condições gerenciais, técnicas, 
administrativas, financeiras para exercer esta função. Para fazer valer o princípio da 
descentralização, existe a concepção constitucional do mando único. Cada esfera 
de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os 
princípios gerais, participação da sociedade. Assim, a autoridade sanitária do SUS é 
exercida na União pelo ministro da saúde, nos estados pelos secretários estaduais 
de saúde e nos municípios. 
 
 
2.2.6 Regionalização e Hierarquização 
 
 
A regionalização e a hierarquização de serviços significam que os serviços 
devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma 
determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, com 
 20 
definição e conhecimento da clientela a ser atendida. A regionalização é, na maioria 
das vezes, um processo de articulação entre os serviços já existentes, buscando o 
comando unificado dos mesmos. A hierarquização deve além de proceder à divisão 
de níveis de atenção, garantir formas de acesso a serviços que componham toda a 
complexidade requerida para o caso, no limite dos recursos disponíveis numa dada 
região. Deve ainda incorporar-se à rotina do acompanhamento dos serviços, com 
fluxos de encaminhamento (referência) e de retorno de informações do nível básico 
do serviço (contra-referência). Estes caminhos somam a integralidade da atenção 
com o controle e a racionalidade dos gastos no sistema (ANDRADE e SANTOS, 
2009). 
 21 
3 ESTRATEGIA E SAÚDE DA FAMILIA 
 
 
A origem do Programa Saúde da Família ou PSF iniciou-se em 1994, como um 
dos programas propostos pelo governo federal aos municípios para implementar a 
atenção básica. As diretrizes a serem seguidas para a implantação do modelo de 
Saúde da Família nas unidades básicas será operacionalizada de acordo com as 
realidades regionais, municipais e locais. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1997). 
Segundo MACHADO (2007), entendem-se como uma unidade pública de 
saúde destinada a realizar atenção contínua nas especialidades básicas, com uma 
equipe multiprofissional habilitada para desenvolver as atividades de promoção, 
proteção e recuperação, características do nível primário de atenção. Representa o 
primeiro contato da população com o serviço de saúde do município, assegurando a 
referência e contra referência para os diferentes níveis do sistema, desde que 
identificada à necessidade de maior complexidade tecnológica para a resolução dos 
problemas identificados. 
Corresponde aos estabelecimentos denominados, segundo classificação do 
Ministério da Saúde, como Centros de Saúde. Os estabelecimentos denominados 
Postos de Saúde poderão estar sob a responsabilidade e acompanhamento de uma 
unidade de Saúde da Família. A unidade de Saúde da Família caracteriza-se como 
porta de entrada do sistema local de saúde. Não significa a criação de novas 
estruturas assistenciais, exceto em áreas desprovidas, mas substitui as práticas 
convencionais pela oferta de uma atuação centrada nos princípios da vigilância à 
saúde (ROSA e LABATE, 2005). 
A unidade de Saúde da Família deve trabalhar com um território de 
abrangência, que significa a área sob sua responsabilidade. Uma unidade de Saúde 
da Família pode atuar com uma ou mais equipes de profissionais, dependendo do 
número de famílias a ela vinculadas. Recomenda-se que, no âmbito de abrangência 
da unidade básica, uma equipe seja responsável por uma área onde residam de 600 
a 1.000 famílias, com o limite máximo de 4.500 habitantes. Este critério deve ser em 
razão da diversidade sociopolítica e econômica das regiões, levando-se em conta 
fatores como densidade populacional e acessibilidade aos serviços, além de outros 
considerados como de relevância local. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000). 
 22 
As equipes de saúde devem realizar o cadastramento das famílias através de 
visitas aos domicílios, segundo a definição da área territorial pré-estabelecida para a 
adscrição. Nesse processo serão identificados os componentes familiares, a 
morbidade referida, as condições de moradia, saneamento, condições ambientais 
das áreas onde essas famílias estão inseridas. Essa etapa inicia o vínculo da 
unidade de saúde/ equipe com a comunidade, a qual é informada da oferta de 
serviços disponíveis e dos locais, dentro do sistema de saúde, que prioritariamente 
deverão ser a sua referência. A partir da análise da situação de saúde local de seus 
determinantes, os profissionais e gestores possuirão os dados iniciais necessários 
para o efetivo planejamento das ações a serem desenvolvidas. O cadastramento 
possibilitará que, além das demandas específicas do setor saúde, sejam 
identificados outros determinantes para o desencadeamento de ações das demais 
áreas da gestão municipal, visando contribuir para uma melhor qualidade de vida da 
população (COSTA e CARBONE, 2009). 
 
 
3.1 INSTALAÇÃO DAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA 
 
 
As unidades de Saúde da Família deverão ser instaladas nos postos de saúde, 
centros de saúde ou unidades básicas de saúde já existentes no município, 
naquelas a serem reformadas, construídas de acordo com a programação municipal 
em áreas que não possuem nenhum equipamento de saúde. Por sua vez, a área 
física das unidades deverá ser adequada à nova dinâmica a ser implementada. O 
número de profissionais de cada unidade deve ser definido de acordo com a 
capacidade instalada da unidade; quantitativo populacional a ser assistido; 
enfrentamento dos determinantes do processo saúde/ doença; integralidade da 
atenção; possibilidades locais (OHARA, 2010). 
É recomendável que a equipe de uma unidade de Saúde da Família seja 
composta, no mínimo, por um médico de família ou generalista, enfermeiro, auxiliar 
de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Outros profissionais de 
saúde poderão ser incorporados a estas unidades básicas, de acordo com as 
demandas e características da organização dos serviços de saúde locais, devendo 
 23 
estar identificados com uma proposta de trabalho que exige criatividade e iniciativa 
para trabalhos comunitários e em grupo (COSTA e CARBONE, 2004). 
Os profissionais das equipes de saúde serão responsáveis por sua população 
escritas, devendo residir no município onde atuam, trabalhando em regime de 
dedicação integral. Para garantir a vinculação e identidade cultural com as famílias 
sob sua responsabilidade, os Agentes Comunitários de Saúde devem, igualmente, 
residir nas suas respectivas áreas de atuação, (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000). 
 
 
3.2 ATRIBUIÇÕES DAS EQUIPES 
 
 
De acordo com ROSA e LABATE (2005) as atividades deverão ser 
desenvolvidas de forma dinâmica, com avaliação permanente através do 
acompanhamento dos indicadores de saúde de cada área de atuação. Assim, as 
equipes de Saúde da Família devem estar preparadas para: 
• Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis, com ênfase 
nas suas características sociais, demográficas e epidemiológicas; 
• Identificar os problemas de saúde prevalentes e situações de risco aos qual a 
população está exposta; 
• Elaborar, com a participação da comunidade, um plano local para o 
enfrentamento dos determinantes do processo saúde/doença; 
• Prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada 
à demanda organizada ou espontânea, com ênfase nas ações de promoção à 
saúde; 
• Resolver, através da adequada utilização do sistema de referência e contra-
referência, os principais problemas detectados; 
• Desenvolver processos educativos para a saúde, voltados à melhoria do 
autocuidado dos indivíduos; 
• Promover ações intersetoriais para o enfrentamento dos problemas 
identificados; 
 24 
A base de atuação das equipes são as unidades básicas de saúde, incluindo 
as atividades como visita domiciliar; internação; participação em grupos 
comunitários. 
 
 
3.2.1 Agente Comunitário de Saúde 
 
 
Agente Comunitário de Saúde (ACS) mora na comunidade e está vinculado à 
USF que atende a comunidade. Realizar mapeamento de sua área; Cadastrar as 
famílias e atualizar permanentemente esse cadastro; Identificar indivíduos e famílias 
expostos a situações de risco; Identificar área de risco; Orientar as famílias para 
utilização adequada dos serviços de saúde, encaminhando-as e até agendando 
consultas, exames e atendimento odontológico, quando necessário; Realizar ações 
e atividades, no nível de suas competências, nas áreas prioritárias da Atenção 
Básicas; Realizar, por meio de visita domiciliar, acompanhamento mensal de todas 
as famílias sob sua responsabilidade; Estar sempre bem informado, e informar aos 
demais membros da equipe, sobre a situação das família acompanhadas, 
particularmente aquelas em situações de risco; Desenvolver ações de educação e 
vigilância à saúde, com ênfase na promoção da saúde e na prevenção de doenças; 
Promover a educação e a mobilização comunitária, visando desenvolver ações 
coletivas de saneamento e melhoria do meio ambiente, entre outras; Traduzir para a 
ESF a dinâmica social da comunidade, suas necessidades, potencialidades e 
limites; Identificarparceiros e recursos existentes na comunidade que possa ser 
potencializados pela equipe (MONTRONE, 2002). 
 
 
3.2.2 Enfermeiro 
 
 
Realiza assistência integral (promoção e proteção da saúde, prevenção de 
agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) aos 
indivíduos e famílias na USF e, quando indicado no domicílio e/ou nos demais 
espaços comunitários em todas as fases do desenvolvimento humano; durante o 
 25 
tempo e freqüência necessários de acordo com as necessidades de cada paciente; 
realizar consulta de enfermagem, solicitar exames complementares, prescrever 
medicações; planejar, gerenciar, coordenar, avaliar as ações desenvolvidas pelos 
ACS; supervisionar, coordenar, realizar atividades de educação permanente dos 
ACS e da equipe de enfermagem; contribuir, participar das atividades de Educação 
Permanente do Auxiliar de Enfermagem; Planejar, gerenciar, coordenar, executar e 
avaliar a USF. (ROSA e LABATE, 2005). 
 
 
3.2.3 Médico 
 
 
Realizar consultas clínicas aos usuários de sua área adstrita; Participar das 
atividades de grupos de controle de patologias como hipertensos, diabéticos, de 
saúde mental; Executar ações de assistência integral em todas as fases do ciclo de 
vida:; Realizar consultas e procedimentos na Unidade de Saúde da Família- USF ou 
quando necessário, no domicílio; Realizar atividades clínicas correspondentes às 
áreas prioritárias na intervenção na Atenção Básica, definidas na Norma 
Operacional da Assistência à Saúde- NOAS 2001; Realizar busca ativa das doenças 
infecto-contagiosas; Aliar a atuação clínica à pratica da saúde coletiva; Realizar 
primeiros cuidados nas urgências e emergências clínicas, fazendo a indicação para 
a continuidade da assistência prestada, acionando o serviço destinado para este fim; 
Garantir acesso a continuidade do tratamento dentro de um sistema de referência e 
contra-referência para os casos de maior complexidade ou que necessitem de 
internação hospitalar; Realizar pequenas cirurgias ambulatoriais; Promover a 
imunização de rotina, das crianças e gestantes encaminhando-as ao serviço de 
referência; Verificar e atestar óbito; Emitir laudos, pareceres, atestados sobre 
assuntos de sua competência; Supervisionar os eventuais componentes da família 
em tratamento domiciliar e dos pacientes com tuberculose, hanseníase, hipertensão, 
diabetes e outras doenças crônicas; Acompanhar o crescimento e desenvolvimento 
das crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos, especialmente crianças menores de 01 
(um) ano, consideradas em situação de risco; Identificar e encaminhar gestantes 
para o serviço de pré-natal na Unidade de Saúde da Família; Realizar ações 
educativas para prevenção do câncer cérvico-uterino e de mama encaminhando as 
 26 
mulheres em idade fértil para a realização de exames periódicos nas unidades de 
referência; Outras ações e atividades a serem definidas de acordo com prioridades 
locais durante o desenvolvimento do Programa (COSTA e CARBONE, 2004). 
 
 
3.2.4 Auxiliar e Técnico de Enfermagem 
 
 
Participar das atividades de assistência básica realizando procedimentos 
regulamentados no exercício de sua profissão na USF, quando indicado ou 
necessário, no domicílio e demais espaços comunitários (escolas, associações; 
realizar ações de educação em saúde a grupos específicos , famílias em situação de 
risco, conforme planejamento da equipe e participar do gerenciamento dos insumos 
necessários para o adequado funcionamento da USF (ROSA e LABATE, 2005). 
 27 
4 EDUCAÇÃO EM SAÚDE 
 
 
A educação em saúde constitui um conjunto de saberes e práticas orientados 
para a prevenção de doenças e promoção da saúde (COSTA, 1987). 
Trata-se de um recurso por meio do qual o conhecimento cientificamente 
produzido no campo da saúde, intermediado pelos profissionais de saúde, atinge a 
vida cotidiana das pessoas, uma vez que a compreensão dos condicionantes do 
processo saúde-doença oferece subsídios para a adoção de novos hábitos e 
condutas de saúde (VASCONCELOS, 1999). 
COSTA (1987) destaca os de atenção básica como um contexto privilegiado 
para desenvolvimento de práticas educativas em saúde, caracterizado pela maior 
proximidade com a população e a ênfase nas ações preventivas e promocionais. 
No âmbito do PSF, a educação em saúde figura como uma prática prevista e 
atribuída a todos os profissionais que compõem a equipe de saúde da família 
(CORDEIRO, 1996). 
Segundo CHIESA e VERÍSSIMO (2003) espera-se que esta seja capacitada 
para assistência integral e contínua às famílias da área adscrita, identificando 
situações de risco à saúde na comunidade assistida, enfrentando em parceria com a 
comunidade os determinantes do processo saúde-doença, desenvolvendo 
processos educativos para a saúde, voltados à melhoria do auto-cuidado dos 
indivíduos. 
Para a reorganização da atenção básica, a que se propõe a estratégia do PSF, 
reconhece-se a necessidade de reorientação das práticas de saúde, bem como de 
renovação dos vínculos de compromisso e de responsabilidade entre os serviços e a 
população assistida (CORDEIRO, 1996). 
Pensar no PSF como estratégia de reorientação do modelo assistencial sinaliza 
a ruptura com práticas convencionais e hegemônicas de saúde, assim como a 
adoção de novas tecnologias de trabalho. Uma compreensão ampliada do processo 
saúde-doença, assistência integral e continuada a famílias de uma área adscrita são 
algumas das inovações verificadas no PSF (COSTA, 1987). 
CHIESA e VERÍSSIMO (2003) observa que o reconhecimento de sujeitos está 
no centro de todas as propostas renovadoras identificadas no setor saúde, dentre as 
quais encontra-se a estratégia do PSF, com objetivos que incluem: 
 28 
• Humanização das práticas de saúde por meio do estabelecimento de um 
vínculo entre os profissionais e a população; 
• A democratização do conhecimento do processo saúde-doença e da 
produção social da saúde; 
• O desenvolvimento da cidadania, levando a população a reconhecer a saúde 
como direito; 
• A estimulação da organização da comunidade para o efetivo exercício do 
controle social. 
Nota se, a partir desses objetivos, a valorização dos sujeitos e de sua 
participação nas atividades desenvolvidas pelas unidades de saúde da família, bem 
como na resolutividade dos problemas de saúde identificados na comunidade. 
Quanto à reorientação das práticas de saúde, o PSF pretende oferecer uma atuação 
centrada nos princípios da vigilância da saúde (PAIM, 2003). 
 O que significa que a assistência prestada deve ser integral, abrangendo todos 
os momentos ou dimensões do processo saúde-doença. O PSF deve ofertar 
prioritariamente assistência promocional e preventiva, sem, contudo descuidar da 
atenção curativa e reabilitadora. (MENDES, 1996). 
De acordo com PAIM (2003) a abordagem da vigilância da saúde contempla o 
enfoque por problema, contrapondo-se, desta maneira, à atuação orientada por 
programas. 
Enquanto este se caracteriza pela definição apriorística dos problemas de 
saúde, traduzindo-se freqüentemente em intervenções verticalizadas, o enfoque por 
problemas parte do reconhecimento da área adscrita e de sua população para a 
identificação, descrição e explicação de seus problemas de saúde, para assim sobre 
eles intervir. Deste diagnóstico da situação de saúde local espera-se a participação 
ativa da comunidade, o que favorece o desenvolvimento da consciência sanitária 
pela possibilidade de compreensão sobre os problemas de saúde e seus 
determinantes (MENDES, 1996). 
CHIESA e VERÍSSIMO (2003) afirma que as particularidades da estratégia do 
PSF remetem a um modelo de educação em saúde que seria mais coerente com os 
princípios do SUS incorporados pelo PSF, particularmente o da integralidade. Pelo 
nível de compromisso e responsabilidade esperado dos profissionais que 
compõem as equipem de saúde da família, pelo nível de participação desejado dacomunidade na resolução dos problemas de saúde, pela compreensão ampliada do 
 29 
processo saúde-doença, pela humanização das práticas, busca da qualidade da 
assistência e de sua resolutividade, depreende-se que o modelo dialógico de 
educação em saúde corresponderia ao modelo mais pertinente para o contexto de 
atividades do PSF. 
Ao nível da atenção preventiva, o PSF prevê o desenvolvimento de práticas de 
educação em saúde voltadas para a melhoria do auto-cuidado dos indivíduos. Estas 
devem ser desenvolvidas por todos os profissionais em seus contatos com 
indivíduos sadios ou doentes, conforme definição de suas atribuições básicas. 
Verifica-se, desta maneira, que a prática educativa no PSF não conta 
necessariamente com um espaço restrito e definido para seu desenvolvimento, 
antes disso adverte-se os profissionais que devem oportunizar seus contados com 
os usuários para abordar os aspectos preventivos e de educação sanitária (ROSA e 
LABATE, 2005). 
Educar para a saúde implica ir além da assistência curativa, significa dar 
prioridade a intervenções preventivas e promocionais. Deste modo, o 
desenvolvimento de práticas educativas no âmbito do PSF, seja em espaços 
convencionais, a exemplo dos grupos educativos, ou em espaços informais, como a 
consulta médica na residência das famílias em ocasião da visita domiciliar, expressa 
a assimilação do princípio da integralidade pelas equipes de saúde da família (PAIM, 
2003). 
Dentre os modelos de educação em saúde, o modelo dialógico é proposta da 
integralidade uma vez que favorece o reconhecimento dos usuários enquanto 
sujeitos portadores de saberes sobre o processo saúde,doença,cuidado e de 
condições concretas de vida. Nesta mesma direção, este modelo contribui para uma 
apreensão mais abrangente das necessidades de saúde dos sujeitos e na 
humanização da ação educativa, tornando-as mais sensíveis a seus destinatários. 
Para tanto, reconhece-se, ainda, a necessidade da transformação da relação 
profissional-usuário para a construção de um modelo assistencial alternativo, capaz 
de acumular experiências contra-hegemônicas (ROSA e LABATE, 2005). 
PAIM (2003) pondera que apesar da relevância da implantação do PSF faltam, 
contudo, evidências que apontem esse programa como estratégia suficientemente 
eficaz para a reorientação dos modelos assistenciais dominantes. Nesta empreitada, 
é fundamental a reformulação dos discursos e das racionalidades subjacentes. 
 30 
5 HIPERTENSÃO 
 
 
O coração bombeia o sangue para os demais órgãos do corpo por meio das 
artérias. Quando o sangue é bombeado, ele é "empurrado" contra a parede dos 
vasos sangüíneos durante todo o tempo, nas atividades, na posição do individuo e 
das situações. Esta tensão gerada na parede das artérias é denominada pressão 
arterial, que tem por finalidade permitir as trocas metabólicas (PORTO, 2005). 
A pressão arterial aumenta de acordo com a idade, mas também pode variar 
fisiologicamente de um individuo para outro, as variações podem ocorrer de acordo 
com as perspectiva de vida de cada pessoa (AMODEO 1997). 
"A hipertensão arterial ou pressão alta é a elevação da pressão arterial para um 
numero acima dos valores considerados normais" (FREITAS et al, 2006). 
O termo hipertensão arterial, hipertensão ou pressão alta é usado a partir de 
um número estabelecido para a constatação do risco cardiovascular relacionado a 
algum valor, este número que estabelece entre normotenso e hipertensão arterial 
(PORTO, 2005). 
REBELATTO e MORELLl (2007), o diagnóstico é feito pela medida da pressão 
arterial, com ajuda do esfigmomanômetro, ausculta na fossa cubital com uso do 
estetoscópio, o paciente fica em repouso na posição supina. Existem fatores que 
alteram a pressão arterial, portanto uma medida isolada não é o suficiente para 
diagnosticar, quando há suspeita do aumento da pressão arterial. Existe um sistema 
de monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) que facilita diagnosticar 
mais precisamente a hipertensão arterial. 
Segundo LUNA (2009), os cuidados na medida da pressão arterial são muito 
importantes e fundamentais, pois podem significar exclusão ou confirmação do 
diagnostico de hipertensão arterial. Um paciente diagnosticado errado será induzido 
a seguir tratamento desnecessário, e os pacientes não diagnosticados poderão estar 
excluídos dos benefícios do tratamento. 
 
 
5.1 CLASSIFICAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL 
 
 
 31 
Uma classificação é insuficiente e cheia de inadequações, mas do ponto de 
vista prático, é o melhor efeito para que adotemos uma classificação para 
separarmos os indivíduos que possuem a patologia e os que não possuem 
(RIBEIRO, 2007). 
Durante um tempo, era considerado para diagnosticar a hipertensão arterial 
somente os níveis de pressão diastólica, não considerando a sistólica na síndrome 
hipertensiva e aceitando a sua elevação como normal no envelhecimento. Estudos 
epidemiológicos mostraram claramente que a pressão sistólica tem tanto importância 
quanto à diastólica. E no grupo de idosos, foi observada que a pressão sistólica tem 
maior disposição no que diz respeito à morbilidade. Por estes motivos, todas as 
classificações levam em consideração os dois valores de pressão - sistólica e 
diastólica (REBELATTO e MORELLI, 2007). 
RIBEIRO (2007), afirma que no presente momento são utilizadas três 
classificações: 
• A Organização Mundial de Saúde (1999) adotou como critério de 
hipertensão valores iguais ou superiores a 140 X 90 mmHg, observando 
tanto os valores diastólicos como sistólicos e mantendo o conceito antigo 
de classificar de forma progressiva esses valores, em hipertensão arterial 
leve, moderada e grave; 
• Na classificação adotada pelo VI Joint National Commitee (1997), 
valorizaram as pressões sistólica e diastólica conservando os mesmos 
valores impostos pela Organização Mundial de SaLlde (=140 X 90 mmHg). 
Foi sugerida a troca das classificações leve, moderada e grave para um 
escala 1, 2, 3. Isto porque nem sempre a gravidade da pressão está 
relacionada somente aos valores numéricos, mas também as alterações 
em órgãos - alvo, 
• E na classificação lias IV Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial 
(2002), valorizadas também sístole e diástole, adotaram valores 
semelhantes ao da Organização Mundial de Saúde « 140 X 90 mmHg), 
mas registrando corno ideais os valores menores que 130 X 85 mmHg. 
PORTO (2005), confirma que na IV Diretriz e no VII ,Joint, a classificação 
considerou aspectos clínicos e alguns relacionados ao prognostico. Visto que a 
morbimortalidade cardiovascular não será definida somente pelo valor da pressão 
arterial, mas também pelos fatores de risco (tabagismo, sedentarismo, diabetes, 
 32 
idade acima de 60 anos e historia familiar) lesões em órgãos - alvos (insuficiência 
cardíaca, isquemia cerebral, infarto agudo do miocárdio, nefropatia etc.) que 
ocorrem nos paciente com hipertensão arterial. 
Para a Organização Mundial de Saúde - OMS (2003), os valores admitidos são: 
120x80mmHg, em que a pressão arterial é considerada ótima e 130x85mmHg sendo 
considerada limítrofe. Valores pressóricos superiores a 140x90mmHg, é considerado 
Hipertensão. E esses valores conforme a IV Diretrizes Brasileira de Hipertensão 
Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia, compreende em estágios: 1 (leve _. 
140x90mmHg e 159x99mmHg), 2 (moderada - 160x100mmHg e 179x1 09mmHg) e 
3 (grave - acima de 180x'l1 OmmHg). 
 
 
5.2 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS 
 
 
Hipertensão arterial é altamente prevalente em praticamente todos os países, 
destacando que um dos maiores desafios deste milênio será o de modificar essa 
realidade. Subestima-se que pelo menos 50 milhões de norte-americanos são 
hipertensos e estudos brasileiros têm destacado entre 12 por cento e 35 por cento 
em diferentes regiões. Sabe-se que os indivíduos portadores de hipertensão arterial 
têm maior riscopara desenvolver doença arteria coronariana, além de diversos 
fatores de risco cardiovascular. A associação entre a hipertensão arterial e o risco de 
doença cardiovascular é forte, contínua e está presente mesmo quando as cifras 
pressóricas ainda são consideradas normais (BRANDÃO et al, 2003). 
NETO et al (2002), afirma que a pressão arterial sistólica aumenta 
progressivamente no decorrer da idade, enquanto a diastólica atinge seus valores 
nlais altos entre 50 e 60 anos de idade. Estudos epidemiológicos mostram que a 
elevação da pressão arterial promove o aumento de morbimortalidade 
cardiovascular, isso acontecendo não somente na terceira idade. A hipertensão 
arterial tem maior incidência com o progredir da idade, acometendo mais da metade 
da população geriátrica, sexo feminino e raça negra. 
FREITAS et al (2006), disserta que aproximadamente 50 milhões de 
mortes/ano ocorrem no mundo, sendo que 30% desses óbitos, ou seja, 15 milhões 
são causados por doenças cardiovasculares. Vários estudos epidemia lógicos 
 33 
demonstraram claramente que a hipertensão arterial está relacionada, direta ou 
indiretamente, à ocorrência de muitas doenças, especialmente acidente vascular 
encefálico, doença coronariana, insuficiência cardíaca congestiva e a insuficiência 
renal crônica. 
A prevalência da hipertensão arterial varia amplamente, com valores próximos 
de 4%, na China, e em torno de 20%, nos Estados Unidos. Em nosso país, 
utilizando-se o critério atual de diagnóstico de hipertensão arterial (maior ou igual à 
140/90 mmHg), as taxas de prevalência na população urbana adulta variam de 
22,3% a 43,9%, sendo que na região centro-oeste encontramos 32% (SIMÃO, 
2006). 
REBELATTO e MORELLI (2007), a hipertensão arterial é um dos principais 
fatores associados a doenças cardiovasculares, como aterosclerose coronariana e a 
insuficiência cardíaca. Apesar de todas as causas associadas alguns pacientes 
tratam com negligência essa patologia. Vários fatores contribuem para esse 
acontecimento, devido não apresentar qualquer sintoma, o que dificulta ainda mais o 
diagnóstico e tratamento. É uma doença crônica degenerativa muito comum em 
nosso meio, calcula-se uma prevalência na população adulta acima de 50 anos seja 
de 15%. E o aumento de risco devido a suas complicações, que podem levar a 
acidentes vasculares cerebrais, infarto agudo do miocárdio e insuficiência cardíaca. 
 
 
5.3 FATORES DE RISCO 
 
 
Fator de risco é qualquer situação, hábito, condição ambiental ou outra variável 
que aumente a vulnerabilidade de um indivíduo, quanto à doença ou a um estado 
não saudável. Assim, tratar o paciente hipertenso não consiste apenas em controlar 
os níveis pressóricos. O tratamento da doença deve basear-se também na redução 
dos riscos em potencial, principalmente os riscos cardiovasculares, responsáveis por 
um elevado índice de morbimortalidade no Brasil. (POTTER e PERRY, 1998). 
Para PAULMAN, PAULMAN e HARRISON (2009) a idade, o ambiente de 
trabalho, bem como fatores genéticos e fisiológicos e a qualidade do estilo de vida 
são sempre fatores que aumentam a suscetibilidade às doenças. 
 34 
O paciente adotando uma dieta rica em gorduras está sob risco de desenvolver 
complicações vasculares, pois contribui para a formação da placa e 
conseqüentemente o estreitamento dos vasos (SIMÃO, 2006). 
Segundo MINISTÉRIO DA SAÚDE (2001), a presença de fatores de risco não 
significa, necessariamente, que o indivíduo desenvolverá alguma doença, mas que 
este está predisposto à desenvolvê-la, ou seja, os fatores de risco em potencial 
aumentam o nível de vulnerabilidade do indivíduo a qualquer doença. Por esta 
razão, as atividades de promoção de saúde incluem a redução ou a eliminação 
desses riscos sempre que possível. 
 Os fatores de risco incluem tabagismo, sexo, hereditariedade, sedentarismo, 
hábitos alimentares, dislipidemias, diabetes de mellitus, idade acima de 60 anos, 
historia familiar de doença cardiovascular em mulheres e homens com menos de 65 
anos, relação cintura/aumentada, circunferência da cintura aumentada, 
microalbuminúria, tolerância à glicose diminuída/glicemia de jejum alterado, 
hiperuricemia, PCR ultrassensível aumentada, lesões em órgãos-alvo e doenças 
cardiovasculares (GOLDMAN e AUSIELLO, 2005). 
 
 
5.4 PREVENÇÃO OU TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO 
 
 
O tratamento não medicamentoso tem, como principal objetivo, diminuir a 
morbidade e a mortalidade cardiovasculares por meio de modificações do estilo de 
vida que favoreçam a redução da pressão arterial (PAULMAN, PAULMAN e 
HARRISON, 2009) 
Está indicado a todos os hipertensos e aos indivíduos mesmo que 
normotensos, mas de alto risco cardiovascular. Dentre essas modificações, as que 
comprovadamente reduzem a pressão arterial é redução do peso corporal, da 
ingestão do sal e do consumo de bebidas alcoólicas, prática de exercícios físicos 
com regularidade, e a não utilização de drogas que elevam a pressão arterial. As 
razões que tornam as modificações do estilo de vida úteis são baixo custo e risco 
mínimo, redução da pressão arterial, favorecendo o controle de outros fatores de 
risco aumento da eficácia do tratamento medicamentoso e redução do risco 
cardiovascular (SIMÃO, 2006). 
 35 
5.4.1 Redução do Peso Corporal 
 
 
O excesso de peso corporal tem correlação com o aumento da pressão arterial. 
O aumento do peso é um fator predisponente para a hipertensão. Todos os 
hipertensos com excesso de peso devem ser incluídos em programas de redução de 
peso de modo a alcançar Índice de Massa Corpórea (IMC) inferior a 25 kg/m² e 
Relação Cintura-Quadril (RCQ) inferior a 0,8 para as mulheres e a 0,9 para os 
homens, em razão de sua associação com risco cardiovascular aumentado. As 
recomendações genéricas para a redução do peso corporal compreendem de 
princípios dietéticos e programas de atividade física. Para a manutenção do peso 
desejável em longo prazo, é necessária a adequação dietética individualizada, com 
particular atenção aos aspectos socioeconômicos, culturais e à motivação dos 
pacientes (REBELATTO e MORELLI, 2007). 
 
 
5.4.2 Redução na Ingestão de Sal/Sódio 
 
 
O sal (cloreto de sódio — NaCl) há muito tempo tem sido considerado 
importante fator no desenvolvimento e na intensidade da hipertensão arterial. Tem 
correlação entre a ingestão excessiva de sal e a elevação da pressão arterial. No 
âmbito populacional, a ingestão de sal parece ser um dos fatores envolvidos no 
aumento progressivo da pressão arterial que acontece com o envelhecimento. A 
hipertensão arterial é observada primariamente em comunidades com ingestão de 
sal superior a 100 mEq/dia. Por outro lado, a hipertensão arterial é rara em 
populações cuja ingestão de sal é inferior a 50 mEq/dia. Essa constatação parece 
ser independente de outros fatores de risco para hipertensão arterial, tais como 
obesidade e alcoolismo (BRANDÃO et al, 2003). 
Além da redução da pressão arterial, alguns estudos demonstraram também 
benefícios da restrição salina na redução da mortalidade por acidente vascular 
encefálico e na regressão da hipertrofia ventricular esquerda. A restrição salina pode 
ainda reduzir a excreção urinária de cálcio, contribuindo para a prevenção da 
osteoporose em idosos. Dessa forma, a restrição de sal na dieta é uma medida 
 36 
recomendada não apenas para hipertensos, mas para a população de modo geral. 
Tal orientação deve objetivar ingestão em torno de 100 mEq/dia (6 g de sal = 1 
colher de chá). Do ponto de vista prático, deve-se evitar a ingestão de alimentos 
processados industrialmente, tais como enlatados, conservas, embutidos e 
defumados. Deve-se ainda orientar os pacientes a utilizar o mínimo de sal no 
preparo dos alimentos, além de evitar o uso de saleiro à mesa, durante as refeições. 
O uso de substitutos de sal contendo cloreto de potássio em substituição ao NaCl 
pode ser recomendado aos pacientes,embora alguns tenham a palatabilidade como 
fator limitante. Para que o efeito hipotensor máximo da restrição salina se manifeste, 
é necessário intervalo de pelo menos 8 semanas. É importante salientar que os 
pacientes deverão ser orientados para a leitura dos rótulos dos alimentos 
industrializados, a fim de observar a presença e a quantidade de sódio contidas nos 
mesmos (REBELATTO e MORELLI, 2007). 
 
 
5.4.3 Aumento da ingestão de potássio 
 
 
A ingestão do potássio pode ser aumentada pela escolha de alimentos pobres 
em sódio e ricos em potássio (feijões, ervilha, vegetais de cor verde-escuro, banana, 
melão, cenoura, beterraba, frutas secas, tomate, batata inglesa e laranja) 
(BRANDÃO et al, 2003). 
O potássio exerce efeito anti-hipertensivo, tem ação protetora contra danos 
cardiovasculares, e serve como medida auxiliar em pacientes submetidos a terapia 
com diuréticos, desde que não existam contra-indicações.Deve-se ter cautela no uso 
de suplemento medicamentoso à base de potássio em pacientes suscetíveis a 
hiperpotassemia, incluindo aqueles com insuficiência renal, ou em uso de inibidores 
da enzima conversora da angiotensina (ECA), bloqueadores de receptores da 
angiotensina II. O uso de substitutos do sal contendo cloreto de potássio em 
substituição ao NaCl pode ser recomendado aos pacientes como uma forma de 
suplementação de potássio, embora alguns deles tenham a palatabilidade como 
fator limitante. O emprego desses substitutos de sal em pacientes hipertensos com 
diminuição da função renal, especialmente se diabéticos e em uso de inibidores da 
 37 
ECA, deve ser cauteloso devido ao risco de hiperpotassemia (REBELATTO e 
MORELLI, 2007). 
 
 
5.4.4 Redução do Consumo de Bebidas Alcoólicas 
 
 
O consumo excessivo de álcool eleva a pressão arterial, aumenta a prevalência 
de hipertensão, é fator de risco para acidente vascular encefálico, além de ser uma 
das causas de resistência à terapêutica anti-hipertensiva (GOLDMAN e AUSIELLO, 
2005). 
Para os hipertensos do sexo masculino que fazem uso de bebida alcoólica, é 
aconselhável que o consumo não ultrapasse 30 ml de etanol/dia, contidos em 60 ml 
de bebidas destiladas (uísque, vodca, aguardente, etc.), 240 ml de vinho, ou 720 ml 
de cerveja. Em relação às mulheres e indivíduos de baixo peso, a ingestão alcoólica 
não deve ultrapassar 15 ml de etanol/dia. Aos pacientes que não conseguem se 
enquadrar nestes limites de consumo, sugere-se o abandono do consumo de 
bebidas alcoólicas (FREITAS et al ,2006). 
 
 
5.4.5 Exercício Físico Regular 
 
 
O exercício físico regular reduz a pressão arterial e produz benefícios 
adicionais, tais como diminuição do peso corporal e ação coadjuvante no tratamento 
das dislipidemias, da resistência à insulina, do abandono do tabagismo e do controle 
do estresse. Contribui, ainda, para a redução do risco de Indivíduos normotensos 
desenvolverem hipertensão. Exercícios físicos, tais como caminhada, ciclismo, 
natação e corrida, realizados numa intensidade entre 50% e 70% da freqüência 
cardíaca de reserva ou entre 50% e 70% do consumo máximo de oxigênio, com 
duração de 30 a 45 minutos, três a cinco vezes por semana, reduzem a pressão 
arterial de indivíduos hipertensos. Em contra partida, exercícios físicos muito 
intensos, realizados acima de 80% da freqüência cardíaca de reserva, ou 80% 
acima do consumo máximo de oxigênio, têm pouco efeito sobre a pressão arterial de 
 38 
hipertensos. Adicionalmente, baixo nível de capacitação física está associado a 
maior risco de óbito por doenças coronariana e cardiovascular em homens sadios, 
independentemente dos fatores de risco convencionais (BRANDÃO et al, 2003). 
Exercícios isométricos, como levantamento de peso, não são recomendáveis 
para indivíduos hipertensos. Pacientes em uso de medicamentos anti-hipertensivos 
que interferem na freqüência cardíaca devem ser previamente submetidos à 
avaliação médica (AMODEO 1997). 
 
 
5.4.6 Abandono do Tabagismo 
 
 
O tabagismo é a mais importante causa modificável de morte, sendo 
responsável por um em cada seis óbitos. No Brasil, a prevalência do tabagismo é 
elevada. Em 1989, existiam 30.6 milhões de fumantes na população com idade 
superior a cinco anos, correspondendo a 23,9% da população dessa faixa etária, o 
que demonstra a relevância do problema em nosso país. Ainda que a pressão 
arterial e a freqüência cardíaca se elevem durante o ato de fumar, o uso prolongado 
de nicotina não se associa a maior prevalência de hipertensão. Além do risco 
aumentado para a doença coronariana associada ao tabagismo, indivíduos que 
fumam mais de uma carteira de cigarros ao dia têm risco cinco vezes maior de morte 
súbita do que indivíduos não fumantes. Adicionalmente, o tabagismo colabora para o 
efeito adverso da terapêutica de redução dos lípides séricos e induz resistência ao 
efeito de drogas anti-hipertensivas (PORTO, 2005). 
Dentre outras medidas, o tabagismo deve ser combatido por colaborar com o 
risco de câncer e de doenças pulmonares, e por constituir risco para doença 
coronariana, acidente vascular encefálico e morte súbita. Para tanto, é essencial o 
aconselhamento médico precoce, repetido e consistente até o abandono definitivo 
(LUNA, 2009). 
 
 
5.4.7 Controle das Dislipidemiase do Diabete Melito 
 
 
 39 
A associação de dislipidemia e diabete melito com hipertensão é sabidamente 
deletéria, mesmo que essa associação não afete, necessariamente, os níveis da 
pressão arterial. A restrição de alimentos ricos em colesterol e gorduras, além dos 
açúcares simples, atua sobre os fatores de risco convencionais e auxilia no controle 
do peso corporal (SIMÃO, 2006). 
 
 
5.4.8 Suplementação de Cálcio e Magnésio 
 
 
Não se recomenda a suplementação medicamentosa de cálcio ou magnésio 
para redução da pressão arterial, exceto na deficiência destes, embora a 
manutenção de ingestão adequada de cálcio seja uma medida recomendável na 
prevenção da osteoporose (AMODEO 1997). 
 
 
5.4.9 Medidas Antiestresse 
 
 
Há evidências de possíveis efeitos do estresse psicossocial na pressão arterial 
relacionadas a “condições estressantes”, tais como pobreza, insatisfação social, 
baixo nível educacional, desemprego, inatividade física e, em especial, aquelas 
atividades profissionais caracterizadas por altas demandas psicológicas e baixo 
controle dessas situações. Mesmo assim, o papel do tratamento antiestresse e o uso 
de técnicas que visam a modificações de respostas comportamentais no tratamento 
de pacientes hipertensos ainda não estão definidos. Técnicas de relaxamento, tais 
como ioga, biofeedback, meditação transcendental, tai chi chuan e psicoterapia, não 
são superiores a técnicas fictícias (sham) ou a automonitorização (MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2006). 
 
 
5.4.10 Evitar Drogas que Podem Elevar a Pressão Arterial 
 
 
 40 
Segundo PAULMAN, PAULMAN e HARRISON (2009) várias drogas que 
podem ter efeitos hipertensivos, devendo ser evitadas ou descontinuadas, como: 
Anticoncepcionais orais; Antiinflamatórios não-esteróides; Anti-histamínicos 
descongestionantes; Antidepressivos tricíclicos; Corticosteróides, esteróides 
anabolizantes; Vasoconstritores nasais; Carbenoxolona; Ciclosporina; Inibidores da 
monoaminoxidase (IMAO); Chumbo; cádmio; tálio; Alcalóides derivados do “ergot” 
Moderadores do apetite; Hormônios tireoideanos (altas doses); Antiácidos ricos em 
sódio; Eritropoetina; Cocaína; Cafeína. 
 
 
5.5 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 
 
 
O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial a redução da 
morbidade e da mortalidade cardiovasculares de paciente hipertenso, aumentadas 
em decorrência dos altos níveis encisionais, sendo utilizadas tanto medidas não 
medicamentosas soladas como associadas a medicamentos anti-hipertensivos. 
Assim, os agentes anti-hipertensivos a serem utilizados no tratamento do paciente 
hipertenso devem permitir não somentea redução dos níveis tensionais, mas 
também a redução da taxa de eventos mórbidos cardiovasculares fatais e não fatais 
(SIMÃO, 2006). 
A redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares em hipertensos 
leves a moderados foram demonstrada de forma consistente, em inúmeros estudos, 
apenas para os diuréticos e betabloqueadores (PORTO, 2005). 
 Para FREITAS et al (2006), o tratamento medicamentos visa a reduzir os 
níveis de pressão para valores inferiores a 140mmHg de pressão sistólica e a 90 
mmHg de pressão diastólica respeitando-se as características individuais, a co-
morbidade a qualidade de vida dos pacientes. Reduções da pressão par níveis 
inferiores a 130/85 mmHg podem ser úteis em situações específicas, como em 
pacientes com nefropatia proteinúrica na prevenção de acidente vascular cerebral. 
Os medicamentos anti-hipertensivos de uso corrente em nosso meio podem 
ser divididos em 6 grupos, apresentados como Diuréticos; Inibidores adrenérgicos; 
Vasodilatadores diretos; Inibidores da enzima conversora da angiotensina; 
 41 
Antagonistas dos canais de cálcio; Antagonistas do receptor da angiotensina II 
MINISTÉRIO DA SAÚDE (2001). 
De acordo com NETO et al (2002), qualquer grupo de medicamentos, com 
exceção dos vasodilatadores de ação direta, pode ser apropriado para o controle da 
pressão arterial em monoterapia inicial, especialmente para pacientes portadores de 
hipertensão arterial leve a moderada, que não responderam às medidas não-
medicamentosas. Sua escolha deverá ser pautada nos princípios gerais descritos 
anteriormente. Além do controle da pressão arterial, já mencionado, os anti-
hipertensivos também devem ser capazes de reduzir a morbidade e a mortalidade 
cardiovasculares dos hipertensos. Essa capacidade, já demonstrada para diuréticos 
e betabloqueadores, também foi observada, recentemente, em um estudo com 
pacientes idosos portadores de hipertensão arterial sistólica isolada tratada com 
nitrendipina, um antagonista dos canais de cálcio didropiridínico, isoladamente ou 
em associação com o inibidor da ECA enalapril. Estão sendo realizados vários 
estudos com inibidores da ECA e antagonistas do receptor da angiotensina II e com 
outros antagonistas dos canais de cálcio, para avaliar o impacto dessas drogas 
sobre a morbidade e a mortalidade cardiovasculares dos hipertensos. Entretanto, até 
o presente momento não existem dados que permitam avaliar a capacidade de 
essas classes terapêuticas influenciarem esses parâmetros. 
 
 
5.6 HIPERTENSÃO EM GRUPOS ESPECIAIS 
 
 
5.6.1Negros e Miscigenados 
 
 
Em negros, são maiores e prevalência e gravidade da Hipertensão, podendo 
estar relacionado a fatores étnicos ou socioeconômicos (AMADO e ARRUDA, 2003). 
Segundo DUTHIE e KATZ (2002), para o tratamento não medicamentoso de 
negro recomenda-se redução do consumo de sal e perda de peso. E para o 
tratamento não medicamentoso os diuréticos tem eficiência aumentada, diminuindo 
morbidade e mortalidade, além dos antagonistas dos canais de cálcio e os 
alfabloqueadores.Os bloqueadores e os inibidores da ECA devem ser prescritos e 
 42 
sua eficácia pode ser melhorada com elevação das doses, restrição dietética de sal 
ou associado com diuréticos. 
 
 
5.6.2 Idosos 
 
 
Para FILHO e NETTO (2006), 60% dos idosos brasileiros, com 60 anos ou 
mais, são Hipertensos. Entre as características da Hipertensão arterial nos idosos, 
destaca-se a elevada prevalência da Hipertensão arterial sistólica isolada, em 575 
entre homens e 655 em mulheres, nos demais idosos Hipertensos mostram-se a 
hipertensão arterial sistólica predominante e raramente a hipertensão arterial sisto-
diastolica. Nos individos com mais de 65 anos, a hipertensão apresenta aspecto 
particulares epidemiológicos, fisiológico, e terapêutico que devem ser conhecidos 
para o cuidado com os idosos. 
Estudos clínicos com idosos evidenciaram a redução da pressão arterial com o 
uso de diuréticos, betabloqueadores e utilização de antagonista dos canais de cálcio 
e inibidores Da enzima conversora de angiostensina para a hipertensão arterial 
sistólica isolada do idoso, mostram diminuição da morbidade e mortalidade 
cardiovascular (FILHO, 2007). 
 
 
5.6.3 Crianças e adolescentes 
 
 
Segundo FORJAZ (2008) a pressão igual ou superior ao percentil 95 para essa 
faixa etária é definida com hipertensão significativa, e igual ou superior a 99 é 
definida com hipertensão grave em crianças. A prevalência da pressão arterial na 
criança/adolescentes é 0,8 e 9%. A hipertensão secundária na criança com menores 
de 10 anos representa 90% dos casos, na maioria deles devido á doença renal. Já 
hipertensão essencial é predominante acima de 10 anos com níveis pressóricos não 
muito elevados. 
O tratamento não farmacológico objetiva colocar em pratica medidas em 
âmbito familiar, em especial e correção do excesso de peso. No tratamento 
 43 
farmacológico a utilização de inibidores de enzima conversora de angiotensina e de 
antagonistas de receptor da angiotensina II, deve ser evitada por adolescente do 
sexo feminino, exceto se tiver indicação absoluta, em casos de possibilidade de 
gravidez (GUIRRO e GUIRRO, 2004). 
 
 
5.6.4 Gravidez 
 
 
Os distúrbios hipertensivos são responsáveis por 9% a 8% das complicação na 
gestação. A incidência desses distúrbios aumenta com idade materna e é mais 
comum em mulheres negras. Sendo considerada hipertensão na gravidez quando o 
nível tensional é maior ou igual a 140/90 mmHg. Existem duas formas de 
hipertensão que podem complicar a gravidez sendo hipertensão arterial crônica e 
hipertensão induzida pela gravidez. (GUYTON e HALL, 2006). 
 De acordo com PAPALÉO e BRITO (2001), a hipertensão crônica é 
considerada hipertensão que não tem relação com a gravidez, e guando a pressão é 
diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez, também é considerada 
hipertensão crônica. Nesse caso a hipertensão diminui no inicio da gestação e 
aumenta durante o ultimo trimestre de gestação, assemelhando-se a pré-
eclâmpsia.Nos casos de hipertensão crônica, alfametildopa é considera a melhor 
opção, caso não seja bem tolerada, boas alternativa seja betabloqueadores, 
antagonista do receptor da angiotensina II estão contra indicado na gravidez. A pré-
eclâmpsia é uma síndrome específica da gravidez que desenvolve a partir da 
vigésima semana de gestação, ocorre durante a primeira gestação com fetos 
múltiplos, diabetes de mellitus ou doença renal. Mulheres com hipertensão crônica 
que ficam grávidas apresentam maior risco de pré-eclâmpsia. 
 
 
5.6.5 Depressão 
 
 
A depressão pode interagir com prognostico da hipertensão arterial. Os clínicos 
podem não diagnosticar a hipertensão por não valorizarem as mediadas de pressão 
 44 
arterial alta em pacientes com depressão evidente. Alem disso, pacientes 
deprimidos auxiliam menos no tratamento devido à falta de energia e de iniciativa. 
Os anti-hipertensivos podem ocasionar sintomas depressivos, que podem ser 
marcados de hipertensão mais grave. Vários agentes hipotensor podem causar 
depressão e o uso de antidepressivos tricíclicos, inibidores da momoaminixidase e 
venlafaxine existem com níveis pressóricos. (AMADO e ARRUDA, 2003). 
 
 
5.6.6 Obesidade 
 
 
DUTHIE (2002) afirma que hipertensão arterial e a obesidade estão fraguentes 
associadas, sendo a prevalência de hipertensão cerca de 50% maior em indivíduos 
obesos. O ganho de peso pode causar elevação de pressão. 
O mecanismo fisiopatológico que propiciam o desenvolvimento de hipertensão 
em obesos são complexos e multifatoriais, destacando as alterações 
hemodinâmicas sistêmicas e renais, resistência insulínica com hipernsulinemia 
compensatória, ativação do sistema nervoso simpático e do sistema renina-
angiotensina e efeitos da leptina plasmática. Os inibidores da enzima conversora de 
angiontensina são benefícios para o pacientes obesos por aumentar à sensibilidade

Continue navegando