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Fichamento Psicodiagnóstico V

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Bibliografia: TAVARES, Marcelo. A entrevista clínica. In: CUNHA, Jurema Alcides et al (org). Psicodiagnóstico V. 5° ed. Porto Alegre: Artmed, 2000, p.45-56.
Fichamento n°4
Quando nos referimos a uma entrevista, logo conseguimos imaginar uma cena entre duas pessoas, onde uma faz o papel de entrevistador, o qual tem a função de trazer à tona perguntas que tragam informações sobre determinado assunto, e outra, que responde às perguntas do entrevistador.
 Em psicologia, a entrevista reúne muito mais que um jogo de perguntas e respostas, ela é utilizada por um profissional treinado que faz uso de um conjunto de técnicas de investigação que tem o objetivo de avaliar e descrever aspectos pessoais, sociais e relacionais, com o intuito de trabalhar nos processos de encaminhamento, ou até mesmo de intervenção, caso esse seja benéfico às pessoas entrevistadas. 
As informações levantadas pela entrevista possibilitam o profissional a fazer inferências, relacionar eventos e estabelecer conclusões, tudo isso dentro de uma técnica apoiada em conceitos nas áreas da psicologia, utilizando vertentes diferentes quando assim precisar. Uma das principais características da entrevista clínica é o fato dela ser dirigida, ou seja, o entrevistador estrutura sua intervenção para que os objetivos dentro desse trabalho sejam alcançados. 
É importante salientar que a intervenção que o profissional realiza dentro da entrevista leve o sujeito a aprofundar o contato com sua própria experiência. As entrevistas podem ser divididas em estruturadas, semiestruturadas e livres. A primeira é de pouco proveito na clínica, pois é utilizada normalmente para levantar informações em larga escala. Já a segunda, é utilizada quando se há clareza nas informações que se quer alcançar, onde se busca o aprofundamento em alguma questão. Já a terceira entrevista, é a antecipação da semiestruturarão. O profissional sempre terá um objetivo dentro da entrevista, mesmo que o entrevistado discurse livremente sobre a pergunta, é função do entrevistador conduzir a entrevista, para que o foco não se perca e a atenção do sujeito não seja desviada.
Os objetivos fins são sempre comuns a todas as entrevistas clínicas, que tem como característica descrever e avaliar, para que assim possa dar um tipo de retorno. Já os objetivos instrumentais visam utilizar diferentes estratégias de avaliação para delimitar o alcance para atingir os objetivos de cada situação. Em relação aos tipos de entrevistas, estão entre elas a entrevista de triagem, de anamnese, diagnósticas, sistêmicas e de devolução. 
A entrevista de triagem geralmente é utilizada para avaliar a demanda do sujeito e assim realizar encaminhamentos, utilizadas em centros de saúde, também muito utilizada para avaliar a gravidade de crises, assim sendo necessário o encaminhamento para um apoio medicamentoso, feito por um médico. 
A anamnese visa o levantamento detalhado do desenvolvimento do sujeito, principalmente na infância, geralmente utilizada na clínica, com enfoque no desenvolvimento e no acompanhamento de crianças. 
As entrevistas diagnósticas têm como objetivo analisar e examinar uma condição específica afim de tentar compreendê-la e assim explicá-la, para talvez, em tratamento específico e em conjunto, modificá-la.
 As entrevistas sistêmicas têm por objetivo a avaliação da estrutura e da história familiar ou também de suas relações. Já a entrevista de devolução tem por finalidade comunicar o avaliando o resultado da avaliação, podendo ocorrer no final da entrevista, podendo abrir ao entrevistando a oportunidade de o mesmo expressar seus pensamentos e sentimentos em relações a conclusão do avaliador, e assim enriquecer o processo de avaliação.
O processo de avaliação psicológica envolve diversos tipos de procedimentos, entre eles, diversos tipos de entrevistas, combinadas para chegar à melhores resultados e maior aprofundamento sobre a questão a ser trabalhada. 
As diversas técnicas de entrevista têm o objetivo de avaliar para fazer algum tipo de recomendação diagnostica ou indicação terapêutica. A entrevista é o ponto inicial do processo, o primeiro contato do sujeito para com a relação de ajuda, e esse primeiro contato é de extrema importância para a relação que será estabelecida, sobre a aceitação que esse sujeito terá do atendimento, e sobre sua permanecia no tratamento. 
A entrevista deve ser considerada uma técnica profissional e um contato social entre duas pessoas, o sucesso desse contato vai depender da competência do avaliador, que são essências para o andamento da entrevista, e para a condução de uma boa relação. O sucesso dessa entrevista então vai depender da qualidade do entrevistador nos seus contatos pessoais e sociais, das qualidades das técnicas que domina, e das suas qualidades clinicas especificas. 
Para estar verdadeiramente presente e praticar uma escuta de qualidade do paciente, o entrevistador deve conseguir deixar de lado seus pensamentos, emoções e preocupações pessoais, para que esses não influenciem nos seus pensamentos sobre o paciente, e para que não o tire do foco da sua escuta profissional, que deve ser respeitosa e sensível. 
Quando se está atento ao discurso do paciente, o entrevistador consegue deixa-lo mais à vontade e desenvolver uma melhor relação de trabalho, pois o paciente se sentirá mais seguro e confortável na presença do entrevistador e aprofundando em suas questões mais intimas, com a sensação de se estar trabalhando em conjunto.
A segurança que o sujeito sente em lidar com essas situações vem com a escuta e a atenção recebida por parte do entrevistador, percebendo a capacidade do profissional em lhe escutar com propriedade, facilitando a expressão das suas vivencias, experiencias e sentimentos, as vezes ainda incógnitos ou não nomeado pelo sujeito. 
Em alguns momentos, o entrevistador pode e deve esclarecer falas e colocações vagas ou incompletas, gentilmente questionando mais detalhes ou recolocações, mas tomando sempre o devido cuidado para não confrontar a fala do sujeito, levando ao entendimento errôneo de correção, ou ainda pior, de julgamento. 
Assuntos importantes para o sujeito que demanda a clínica, muitas vezes veem carregados de cargas emocionais e dolorosas. Para esse momento, deverá desenvolver a sua capacidade de controlar a sua ansiedade, principalmente quando puder evocar tais sentimentos no sujeito entrevistado, lidando com tais momentos com naturalidade e apoiando o entrevistado nessa experiência. 
A capacidade de reconhecer os limites do entrevistado é de extrema importância para o profissional entrevistador, de modo a adotar uma estrutura de entrevista e de abordagem que possa dirigir o procedimento de maneira mais eficiente. O avaliador pode se antecipar às ansiedades do sujeito e assim poder evita-las, evitando também respostas de transferência e contratransferência inadequadas.
Existem momentos de impasse durante a entrevista, e se trata de situações e momentos importantes dentro da entrevista, o entrevistado deve assumir a iniciativa nesses momentos para mobilizar recursos diante dessa possibilidade, criativando procedimentos e respostas que possam levar o entrevistado de volta para o conforto da entrevista. 
É primordial que o entrevistador tenha domínio sobre as técnicas de que se utiliza, para que não precise se preocupar com procedimentos, manuais e regras durante o atendimento, podendo focar sua atenção toda no paciente, comunicando segurança naquilo que está fazendo, e dirigindo sua atenção nos aspectos mais importantes do atendimento. Com as pratica, os aspectos mecânicos acabam se tornando secundários durante a entrevista, tornando mais evidente a integração natural do profissional com a sua técnica, e aprimorando seu modo de atendimento.
O melhor contexto para afinar as habilidades de lidar com situações é na supervisão clínica. Nela, é permitido enxergar pelo ponto de vista do outro, em uma atividade que oferece meios para que o profissional passe por suas dificuldades no trabalho clinico, devendo ser usada sempre que necessário,principalmente no inicio da carreira. Um olhar diferente sob a mesma situação tem o poder de favorecer a compreensão sobre determinado caso. 
A avaliação do paciente realizada pelo psicólogo pode ter um caráter mais descritivo e formal, ou mais interpretativo e dinâmico, dependendo do exame e da gravidade ou não do transtorno do paciente. A tarefa do psicólogo pode se deter às avaliações exames em forma de entrevistas e atendimentos clínicos, mas também pode incluir a aplicação de testes e medidas práticas na presença ou na suspeita de transtorno. A escolha do procedimento sempre vai depender da indicação e da gravidade da demanda.
Muitos problemas lidados na clínica, não podem ser categorizados como “doença mental”, mesmo que seus sintomas indiquem para tal. As queixas, sintomas, e até a negação dos sintomas, nos fornece o ponto de partida para avaliar a real situação e sofrimento psíquico do sujeito. 
A condução dessa entrevista pode ser mais ou menos diretiva dependendo das características trazidas pelo paciente, e também pela preferência do psicólogo. Afinal, se espera d profissional que se encerre essa etapa com certeza de que todos os pontos foram analisados, todos os temas foram abordados, e que tenha sido definida a emergência da problemática e seu curso, para ser tomado o devido procedimento.

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