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Fichamento psicodiagnóstico Ancona Lopes

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Bibliografia: ANCONA. Lopes, Silva. A porta de entrada: da entrevista de triagem à consulta psicológica. Tese de doutorado. São Paulo: PUC-SP, 1996, pag.166-182 (cap.X)
Fichamento n°2
Para que seja realizado um primeiro contato de qualidade com o terapeuta, tornando-o significativo no processo terapêutico, é essencial que o cliente seja colocado em primeiro lugar, deixando os esquemas institucionais em segundo plano, em relação à preocupação em atender as demandas apresentadas. Melhor do que realizar o encaminhamento correto no processo de triagem, é construir uma relação de confiança com o cliente, que coloca na figura do terapeuta, suas expectativas de mudanças e melhoras, muitas vezes, dos seus filhos, amigos ou parentes.
A entrevista de triagem é um mecanismo multifuncional, que tem função de estabelecer esse contato e relação de confiança cliente-terapeuta, mas também tem a função de executar objetivos da instituição do atendimento, e dos profissionais presentes nesse trabalho. Mas é de extrema importância que esse processo seja feito de uma maneira em que possa se movimentar, entre um objetivo e outro, para que não se prenda a modelos já estabelecidos, e não se perda a o processo com o cliente.
A proposta de Ancona, é transformar o processo de triagem, de um modelo de seleção e categorização, para um momento de acolhimento, para que todos os processos terapêuticos possam despertar o interesse da instituição. Para tanto, será preciso estudar novas práticas e seus devidos procedimentos, para que se rompa com esse modelo já tradicional, principalmente nas clínicas escolas. 
Para que seja realizado um processo terapêutico de qualidade, é preciso que os atendimentos sejam significativos para os clientes, e para os atendidos. Para tanto, muitas vezes é necessário romper com procedimentos usuais, e transformar esse momento em mudanças de ponto de vista e em pontos de partida para os clientes e para os atendidos. Quando o processo terapêutico é significativo para cientes e atendidos, tal processo se dá com mais facilidade, com esforço e conduta de ambas as partes, em conjunto com o terapeuta. 
O primeiro contato terapeuta-cliente tende a ser um momento de tensão, para ambos. Se trata e duas pessoas, com grandes expectativas uma sobre a outra. Um cliente que coloca sobre a figura do terapeuta uma responsabilidade e expectativa de mudanças, transformações e melhora, e um terapeuta que não sabe bem o que tal cliente vai demandar de si, e dele. Ambos ficam em uma situação suspensa, que deve se desenrolar com algumas sessões. 
Para que o cliente se sinta ajudado, o primeiro movimento do terapeuta em relação ao cliente, deve ser de acolhimento e ternura. O cliente deve ter a oportunidade de dizer a que veio, o que lhe aconteceu e o que se espera do processo terapêutico. Para tanto, o cliente deve se sentir confortável o bastante, acolhido pelo profissional, para que seja possível conduzir uma possível mudança. 
Nesses primeiros momentos, deve ser feita uma imersão no universo do atendido, para que possa se ouvir e compreender o que se ouve e o que se vê. Mesmo que tal escuta possa causar certas curiosidades e perguntas possam vir a acontecer, deve se tomar muito cuidado com questionamentos que possam interferir no pensamento e no discurso do atendido, para que as informações e acontecimentos não se percam. 
Para um atendimento infantil, deve se atentar com ênfase na compreensão de que maneira a queixa que traz a criança ao atendimento terapêutico está realmente ligada ao que o cliente (pais ou parentes) estão trazendo em seu discurso. Compreender quais significados essa situação relatada tem para ele, e como esse significado esclarece a maneira de ser e estar no mundo do cliente, e da criança. 
Deve se atentar também ao quanto está comprometida as funções intelectuais, emocionais e motoras da criança, para que se saiba como ajuda-la e o que se pode fazer com ela, e para ela. Nesse momento além de terapeuta da criança, também acontece o aconselhamento e orientação dos pais.
Nessa atuação de duas vertentes, entre pais e criança, o foco de cada sessão varia. Sendo em algumas delas de extrema importância a presença dos pais em atendimentos conjuntos com a criança, individualmente, sem a presença dos atendidos, e atendimentos individuais com elas. Nessa variação de foco, é que se consegue avaliar e aprofundar o conhecimento sobre as demandas reais da criança ou da família, já que a partir de informações encontradas no atendimento infantil, novos questionamentos podem ser feitos com os clientes (pais), assim como em relatos dos pais, possam surgir novas maneiras e novos interesses em aprofundamento e pesquisas com as crianças nos próximos atendimentos. 
Nesse processo em que se movimenta entre eles, as lacunas vão sendo preenchidas no decorrer dos atendimentos, trazendo para o terapeuta, uma visão mais ampla da situação em que está sendo inserido, e com isso, uma visão mais esclarecida sobre os procedimentos a serem tomados e para o direcionamento da situação. 
Não se deve ter a expectativa de compreender seu atendido ou cliente na sua totalidade, nunca saberemos mais sobre eles, do que eles mesmos. O papel do terapeuta, é clarear e abrir novos horizontes e caminhos, a serem trilhados pelos próprios atendidos e clientes, trazendo significado para suas vivências, e em alguns casos, ressignifica-las. 
O conhecimento do terapeuta sobre o cliente, vem em base daquilo que ele mesmo oferece. Seus próprios conhecimentos sobre si, suas vivências, e sobre a possibilidade de profissionalmente “traduzir” aquilo que o cliente sabe, mas não consegue nomear, ou as vezes nem pode ver. Essa experiência de se compreender aquilo que o cliente já conhece como seu, mas não o nomeia ou o compreende, é compartilhada entre o cliente e o terapeuta, e pode surgir inesperadamente no e do campo terapêutico.
A motivação de mudança deve ser fortemente incentivada pelo terapeuta, porque assim, o atendido e o cliente pode compreender melhor a sua própria situação, assim como a positividade do fato de mudar seus modos de olhar determinados aspectos da sua vida, situações, e assim, possuir maior controle sobre seu próprio tratamento. Por isso, a melhor forma de terapia é a que resgata e coloca o atendido em primeiro plano.
É de extrema importância acolher os pensamentos, sentimentos, demandas e situações que o atendido expõe ao terapeuta, mas mais do que isso, também é válido compartilhar com o atendido as maneiras de pensar, sentir e ver as situações expostas pelo olhar do terapeuta, para que o atendido possa compreender o que está sendo entendido da situação. Como o atendido se revela, nada mais justo que o terapeuta corresponda a essa confiança. Assim, é colocado e perspectiva, novos ângulos ao alcance do atendido. 
É comum que o atendido tenha o sentimento de ser incompreendido, desvalorizado, decepcionados e descrentes de si mesmos, por isso, uma conduta ativa e participativa do terapeuta é importante, tendo o cuidado de sempre evidenciar os bons relatos dos seus atendidos, salientando seus aspectos positivos, seus aspectos mais saudáveis, em contraponto dos detrimentos psicológicos, para que o atendido se aproprie dos seus potenciais, que possam desenvolvê-los e cultivá-los. 
Quando o cliente e o atendido se compreende como um sujeito passível de mudança, menos submisso ao mundo e às pessoas, e que pode reivindicar seus direitos, quereres e suas próprias mudanças, é aberta uma nova perspectiva para eles, e novas perspectivas significa possibilidades de mudanças, de crescimento pessoal, humano e ao término do acompanhamento, se nota um sujeito que foi devidamente atendido psicologicamente, evidenciando os progressos e o sucesso do processo terapêutico.

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