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Prévia do material em texto

PONTIFÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS 
Escola de Ciências Sociais e da Saúde 
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL 
 
 
E-.BOOK: QUESTÕES DO ENADE DE 2016 COMENTADAS 
 
 
 
Curso: Serviço Social 
 
 
 
Organizadoras: Profa. Carmen Regina Paro – Coordenadora do Curso 
 Profa Sandra de Faria 
 
 
 
Prezado Acadêmico (a) de Serviço Social. 
 
LEIA COM ATENÇÃO O SEU E-BOOK, REFLITA SOBRE OS COMETÁRIOS 
ELABORADOS PARA CADA QUESTÃO, OBSERVE BEM AS 
INSTRUMÇÕES DE MARCAÇÃO DAS RESPOSTAS OBJETIVAS DE 
MÚLTIPLA ESCOLHA. 
VAMOS JUNTOS CONQUISTAR A NOTA 5 
PUC GOIAS, JUNHO/2018 
 
Serviço Social 
PUC 
GOIÁS 
SUMÁRIO 
QUESTÃO Nº 09 
Autor(a): Marly Machado Bento 
QUESTÃO Nº 10 
Autor(a): Athos Magno Costa e Silva 
QUESTÃO Nº 11 
Autor(a): Margot Reimann Costa e Silva 
QUESTÃO Nº 12 
Autor(a): Margot Reimann Costa e Silva 
QUESTÃO Nº 13 (Anulada) 
Autor(a): 
QUESTÃO Nº 14 
Autor(a): Olívia Maria Jacomé Costa 
QUESTÃO Nº 15 
Autor(a): Darci Roldão de Carvalho Souza 
QUESTÃO Nº 16 
Autor(a): Olívia Maria Jacomé Costa 
QUESTÃO Nº 17 
Autor(a): Darci Roldão de Carvalho Souza 
QUESTÃO Nº 18 (Anulada) 
Autor(a): 
QUESTÃO Nº 19 
Autor(a): Maria Conceição S. Padial Machado 
QUESTÃO Nº 20 
Autor(a): Danielli da Silva Borges Reis 
QUESTÃO Nº 21 
Autor(a): Sandra de Faria 
QUESTÃO Nº 22 
Autor(a): Sueli Almeida Neves Sousa 
QUESTÃO Nº 23 (Anulada) 
Autor(a): 
QUESTÃO Nº 24 
Autor(a): Athos Magno Costa e Silva 
QUESTÃO Nº 25 
Autor(a): Sandra de Faria 
QUESTÃO Nº 26 
Autor(a): Danielli da Silva Borges Reis 
QUESTÃO Nº 27 
Autor(a): Denise Carmen de Andrade Neves 
QUESTÃO Nº 28 
Autor(a): Denise Carmen de Andrade Neves 
QUESTÃO Nº 29 
Autor(a): Wanessa Batista Melo 
QUESTÃO Nº 30 (Anulada) 
Autor(a): 
QUESTÃO Nº 31 
Autor(a): Denise Carmen de Andrade Neves/ Vera Lúcia dos Santos 
QUESTÃO Nº 32 
Autor(a): Lúcia Abadia de Carvalho Queiros 
QUESTÃO Nº 33 
Autor(a): Maria Conceição S. Padial Machado 
QUESTÃO Nº 34 
Autor(a): Denise Carmen de Andrade Neves 
QUESTÃO Nº 35 
Autor(a): Denise Carmen de Andrade Neves 
 
 
 
QUESTÃO Nº 09 
Baseando-se em uma perspectiva analítica, histórica e teórica, o significado sócio-histórico do 
instrumental técnico-operativo do Serviço Social é compreendido como parte da intervenção 
do Serviço Social nas relações sociais, e não apenas como um arsenal de instrumentos e 
técnicas aplicáveis. 
TRINDADE, R. L. P. Desvendando as determinações sócio-históricas do instrumental técnico-
operativo do Serviço Social na articulação entre demandas sociais e projetos profissionais. 
Revista Temporalis, Rio de Janeiro, ano III, n. 4, p. 26-27, 2002 (adaptado). 
 
Considerando que, para a efetivação de sua ação, o/a assistente social aciona um 
instrumental técnico operativo, avalie as afirmações a seguir. 
 
I. A dimensão teórico-metodológica da formação desse profissional tem prioridade 
sobre a dimensão técnico-operativa, pois fundamenta a prática profissional, seguida 
pela dimensão ético-política, que analisa e investiga novas demandas. 
II. A instrumentalidade do Serviço Social sofre as determinações da dinâmica social, da 
qual emanam as demandas para as instituições nas quais a/o assistente social atua. 
III. Os instrumentos e técnicas utilizados pelas/ pelos assistentes sociais colaboram para 
uma atuação que pode reforçar tanto as ideias dominantes da burguesia, quanto o 
poder de reivindicação da classe trabalhadora, a depender de seus posicionamentos 
ético-políticos e teórico-metodológicos. 
 
 É correto o que se afirma em 
A) I, apenas. 
B) III, apenas. 
C) I e II, apenas. 
D) II e III, apenas. 
E) I, II e III. 
 
 
 
Gabarito: Alternativa D 
 
Tipo de questão: Objetiva de múltipla escolha 
 
Conteúdo avaliado: Instrumental técnico-operativo do Serviço Social 
 
Autor(a): Marly Machado Bento 
 
Comentário: 
 
Para responder a questão 9 é necessário abordar dentro de uma perspectiva analítica 
histórica e teórica o significado sócio histórico do instrumental técnico operativo do 
Serviço Social, para apreendê-lo na sua condição de parte interventiva do serviço 
social nas relações sociais e não como um rol de instrumentos e técnicas a serem 
aplicados de maneira padronizada, uma vez que os instrumentos e técnicas, não são 
suficientes para a eficiência da ação profissional. Dessa forma, é preciso situar o 
significado sócio histórico dos instrumentos e técnicas nas atividades humanas, 
especialmente nas que estão voltadas para a regulação das relações sociais. 
Conforme explica Trindade (2002, p. 26): 
Particularizando o instrumental do Serviço Social, recuperamos os 
diferentes tratamentos teórico-políticos conferidos ao instrumental 
em diferentes momentos históricos da profissão; articulando-o às 
mudanças no espaço sócio-ocupacional e aos diversos projetos 
profissionais. 
 
Nesse sentido, os instrumentos utilizados pelos assistentes sociais compõem o que 
Trindade (2013, p. 72), chama de “ações que intervêm na regulação das relações 
sociais”. No entanto, essas ações só poderão ser classificadas como profissional na 
medida em que forem ligadas aos conteúdos com os quais atuam o assistente social 
às politicas públicas, aos benefícios sociais, aos direitos sociais e aos movimentos 
sociais. Ações profissionais que aqui entende-se por atribuições que viabilizam as 
respostas dos profissionais às requisições colocadas pelas demandas institucionais, 
como parte da prestação de serviços sociais. 
A alternativa correta para o enunciado da questão é a D. No item II, considerando 
que o Serviço Social é parte do processo de reprodução social e que se a sua prática 
se desenvolve no interior da divisão social e técnica do trabalho sua 
instrumentalidade sofre as determinações da dinâmica social, de onde surgem as 
demandas para as instituições em que os assistentes sociais trabalham. Para 
conseguir exercer com êxito seu trabalho, o profissional do serviço social busca um 
instrumental técnico-operativo, que venha contribuir para a viabilização de 
enfrentamento nas diversas formas das manifestações da questão social. Dessa 
forma, os instrumentos e técnicas, ao mediarem e potencializarem a intervenção 
profissional, participam também da realização dos efeitos concretos produzidos pelo 
trabalho profissional nas relações sociais. 
Em relação ao Item III, os instrumentos e técnicas presentes nos procedimentos 
profissionais colaboram para uma atuação voltada à promoção de atitudes e 
comportamentos. Vale lembrar que os serviços sociais tanto colaboram na 
reprodução material da força de trabalho, quanto na reprodução ideológica. Assim, os 
assistentes sociais participam da viabilização do repasse de bens e serviços materiais 
e na promoção de visões de mundo e atitudes, inseridas num contexto contraditório, 
que pode implicar na tendência de difusão de ideias dominantes que procuram omitir 
a direção de classe que está contida nas políticas sociais, bem como na possibilidade 
de reforçar o poder de reivindicação da classe trabalhadora em relação à ampliação 
da oferta de bens e serviços necessários à sua reprodução. 
A alternativa I da referida questão não pode estar correta, pois o enunciado não trata, 
em sua fundamentação, da questão das dimensões da prática profissionais. Embora 
vale destacar que as dimensões, são importantes para o cotidiano do trabalho, uma 
vez que a prática profissional de Serviço Social, apresenta três dimensões, a saber – 
Dimensão Histórico-Teórico Metodológica, Dimensão Ético Política e a Dimensão 
Técnico- Operativa. Apesar de serem intimamente relacionadas, cada uma têm suas 
próprias características e particularidades. A dimensão teórico-metodológica diz 
respeito à capacidade de análise crítica da realidade, de compreensão da totalidade 
para realização da mediação entre o singular, particular e universal. Nas palavras de 
Iamamoto (2009, p. 33), a dimensão teórico-metodológica possibilita “ler a realidade e 
atribuirvisibilidade aos fios que integram o singular no coletivo”. Ou seja, demanda 
conhecimento acerca da população usuária em seus diferentes segmentos, das 
possibilidades e limites Institucionais, das características e possibilidades de 
intervenção, isto posto, é a realização da leitura da realidade em suas distintas 
frações, identificação das expressões da questão social, das demandas dos usuários 
para posterior delimitação de intervenção permeada pela intencionalidade. 
A dimensão Ético-política permite a apreensão dos compromissos ético-políticos 
traçados pela categoria dos assistentes sociais, à luz dos valores e princípios do 
Código de Ética Profissional de 1993. Ou seja, permite compreender a realidade e 
posicionar frente à mesma em favor da equidade e justiça social. Já dimensão 
técnico-operativa indica os instrumentais, ou seja, permite a apreensão das 
competências e habilidades e instrumentais técnicos-operativos necessários à 
viabilização da prática. O que fazer e o como fazer, para viabilizar as propostas de 
trabalho no campo de atuação. Portanto, nenhuma dimensão da prática profissional 
do serviço social sobrepõe-se a outra ou é privilegiada em detrimento da outra. Dessa 
forma, torna-se necessário um profissional que tenha clareza e domínio dessas 
dimensões. 
 
 
 
Referências: 
 
IAMAMOTO, Marilda Vilela. As dimensões ético-políticas e teórico-metodológicas no 
serviço social contemporâneo. In: MOTA, Ana E.; BRAVO, Maria I. et al. (Orgs.). 
Serviço social e saúde: trabalho e formação profissional, 2006. Disponível em: . 
Acesso em: nov. 2014. 
 
______, O serviço Social na cena contemporânea. Serviço social: direitos sociais e 
competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009. 760p. (Publicação: 
Conselho Federal de Serviço Social, CFESS, Associação Brasileira de Ensino e 
Pesquisa em Serviço Social – ABEPSS, v.1). Disponível em: . Acesso em: nov. 2014. 
RAICHELIS, Raquel. O assistente social como trabalhador assalariado: desafios 
frente às violações de seus direitos. Serviço Social e Sociedade, São Paulo, n. 107, p. 
420-437, jul./set. 2011. 
 
TRINDADE, Rosa Predes. Ações profissionais, procedimentos e instrumentos no 
trabalho dos assistentes sociais nas politicas sociais. In: SANTOS, C. M. BACKX, S.; 
GUERRA,Y. (Org.). A dimensão técnicooperativa no Serviço Social: desafios 
contemporâneos. 2ed.Juiz de Fora: Editora UFJF, 2013, p. 69-102. 
 
______, R. L. P. Desvendando as determinações sócio-históricas do instrumental 
técnico-operativo do Serviço Social na articulação entre demandas sociais e projetos 
profissionais. Revista Temporalis, Rio de Janeiro, ano III, n. 4, p. 26-27, 2002 
 
QUESTÃO Nº 10 
 
A partir da análise da relação Estado / sociedade civil em Gramsci, pode-se afirmar que o 
controle social [...] é contraditório. 
CORREIA, M. V. C. Controle Social na Saúde. In: MOTA, A. E. et al. (Orgs.). Serviço Social e 
Saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: Cortez, v. 1, p. 111- 138, 2006. 
 
A partir do fragmento do texto apresentado, avalie as asserções a seguir e a relação proposta 
entre elas. 
 
I. O controle social pode ocorrer via políticas públicas e, na perspectiva das classes 
subalternas, envolve sua capacidade de interferir na gestão pública, mediante 
disputa pela construção da hegemonia. 
 
PORQUE 
 
II. Segundo a perspectiva gramsciana, o controle social é balizado por uma correlação 
de forças contraditórias e exercido, de um lado, pelo Estado e, por outro lado, pela 
sociedade civil. 
 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
 
A - As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. 
B - As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. 
C - A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
D - A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E As asserções I e 
 II são proposições falsas. 
 
 
Gabarito: C 
 
Tipo de questão: Objetiva de múltipla escolha 
 
 
Conteúdo avaliado: 
Conhecimento sobre a investigativa em Serviço Social sobre a relação estado e 
sociedade civil na perspectiva de Gramsci 
 
Autor(a): Athos Magno Costa e Silva 
 
Comentário: No conceito gramsciano, não é o Estado que realiza o controle social, mas a 
sociedade civil. Portanto, a asserção II é falsa. O controle social não visa apenas interferir na 
gestão pública, mas é um dos meios utilizadas pelas classes subalternas para a conquista do 
poder, do Estado. Para tanto, além do controle, é essencial que o proletariado e seus aliados, 
conformando um (novo) bloco histórico de forças, construam uma nova concepção de 
sociedade e de mundo, socialista e revolucionária, capaz de derrotar os antigos valores do 
velho bloco das forças opressoras e reacionárias. Portanto, a asserção I é verdadeira. 
Resposta correta: A letra C. 
 
Referências: 
1- GRAMSCI, Antonio. Note sul Machiavelli, sulla política e sullo Stato moderno. Torino: 
Einaudi, 1975. 
2- BONOMI, Giorgio. Partito e rivoluzione in Gramsci. Milano: Feltrinelli, 1976. 
3- PORTELLI, H. Gramsci e o bloco histórico. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. 
 
 
 
QUESTÃO Nº 11 
 
A formação histórico-social do Brasil revela posição periférica em relação ao desenvolvimento 
dos países de economia central, o que lhe atribui patamar desigual e, ao mesmo tempo, 
combinado das forças produtivas, porque o arcaico e o moderno convivem numa aliança de 
dominação burguesa para a (super) exploração e apropriação da riqueza socialmente 
produzida pela classe trabalhadora. FERNANDES, F. A Revolução Burguesa no Brasil: ensaio de 
interpretação sociológica. 5 ed. São Paulo: Globo, 2006 (adaptado). 
 
Considerando o texto acima, uma das particularidades do capitalismo brasileiro consiste 
A) na adesão ao modelo universal da democracia tipicamente burguesa. 
B) na transição do modelo urbano-industrial para o chamado agronegócio. 
C) na adoção do capitalismo como principal resultado dos movimentos populares. 
D) na dissociação entre o desenvolvimento capitalista e a adoção do regime democrático. 
E) no caráter revolucionário da burguesia brasileira em relação a outros países europeus. 
 
 
 
Gabarito: D 
 
Tipo de questão: Objetiva de múltipla escolha 
 
Conteúdo avaliado: Formação sócio histórica e as particularidades do capitalismo no 
Brasil 
 
Autor(a): Margot Riemann Costa e Silva 
 
Comentário: 
Existia no Brasil antes do Golpe Militar de 1964 um intenso debate acerca das causas, 
e, ao mesmo tempo, as formas de superação do subdesenvolvimento. Havia um 
consenso de que os entraves ao desenvolvimento vinham da exploração imperialista, 
que carreava riquezas para fora do país, e da existência do latifúndio, que impedia a 
distribuição de terras e consequente desenvolvimento no campo. À burguesia 
nacional caberia o papel de enfrentar o imperialismo e o latifúndio, realizando, em 
aliança com o povo, a reforma agrária e trilhando um caminho de desenvolvimento 
autônomo, livre da dependência de potências imperialistas. Essa concepção era 
defendida pelo Partido Comunista Brasileiro, com grande influência no movimento 
sindical da época, e resgatava a ideia da burguesia como classe revolucionária, 
progressista, tal como descrito por Karl Marx e Friedrich Engels no Manifesto 
Comunista de 1848. Um centro importante de difusão dessas teses era o Instituto 
Superior de Estudos Brasileiros, ISEB, fundado em 1955, congregando teóricos como 
Nelson Werneck Sodré, Alberto Guerreiro Ramos, Hélio Jaguaribe e Roland Corbisier. 
Com o golpe de 1964 iniciou-se um processo de revisão das teses do ISEB e do PCB, 
debate no qual o livro de Florestan Fernandes, A Revolução Brasileira, teve papel 
fundamental. Verificou-se a partir do golpe, primeiramente, que a burguesia brasileira 
não tinha absolutamente vocação progressista, ao contrário, era aliada tanto das 
potencias imperialistas, como do velho e arcaicolatifúndio. Em segundo lugar, 
verificou-se que a modernização do setor produtivo poderia acontecer coexistindo 
com padrões arcaicos, tanto na esfera das relações de trabalho, das tecnologias de 
produção, dos direitos sociais, como das formas políticas. Deu-se o nome de 
“desenvolvimento desigual e combinado”, ou “heterogeneidade estrutural” a essa 
situação. Por fim, verificou-se que a dependência das potencias estrangeiras 
tampouco constituía obstáculo à expansão econômica, mesmo que fosse por 
espasmos, períodos cíclicos de crescimento seguidos de crises da dívida externa. Os 
teóricos marcantes desse debate são, além de Florestan Fernandes, Francisco 
Oliveira, com a obra Crítica à Razão Dualista, que aponta que não há conflito entre o 
arcaico e o moderno, ao contrário, o capital produtivo nos países da periferia se 
beneficia das formas arcaicas, e Celso Furtado, com extensa obra sobre a temática do 
subdesenvolvimento. 
 
A letra A é falsa, pois a lógica do modelo universal da democracia tipicamente burguesa 
rompe com formas arcaicas não burguesas, já o texto aponta que no Brasil o arcaico e o 
moderno convivem numa aliança de dominação burguesa,. 
A letra B é incorreta porque na transição do modelo urbano-industrial para o chamado 
agronegócio. O texto não faz menção a modelos urbanos-industriais, tampouco ao 
agronegócio. 
A letra C é falsa porque na adoção do capitalismo como principal resultado dos movimentos 
populares. O texto não faz menção a movimentos populares. Ao contrário, fala de (super) 
exploração da classe trabalhadora por parte dos capitalistas. 
A letra D é verdadeira. Na dissociação entre o desenvolvimento capitalista e a adoção do 
regime democrático. Historicamente o desenvolvimento do capitalismo no Brasil ocorreu 
mantendo intactas formas políticas e relações sociais arcaicas, próprias de sistemas de 
dominação pré-capitalistas. Portanto, o desenvolvimento capitalista e democracia estão 
desconectados. 
A letra E é falsa, no caráter revolucionário da burguesia brasileira em relação a outros países 
europeus, o texto não fala do caráter revolucionário da burguesia brasileira. 
 
 
Referências: 
FERNANDES, Florestan. A Revolução Burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica. 
São Paulo: Globo, 2006 
FURTADO, Celso. O Brasil pós-"milagre". Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981 
FURTADO, Celso. A fantasia desfeita. São Paulo: Paz e Terra, 1989 
FURTADO, Celso. Raízes do subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 
2001. 
OLIVEIRA, Francisco. A Economia Brasileira: Crítica à Razão Dualista. Rio de Janeiro: 
Vozes, 1987. 
 
 
 
 
QUESTÃO Nº 12 
A formação histórico-social do Brasil revela posição periférica em relação ao desenvolvimento 
dos países de economia central, o que lhe atribui patamar desigual e, ao mesmo tempo, 
combinado das forças produtivas, porque o arcaico e o moderno convivem numa aliança de 
dominação burguesa para a (super) exploração e apropriação da riqueza socialmente 
produzida pela classe trabalhadora. FERNANDES, F. A Revolução Burguesa no Brasil: ensaio de 
interpretação sociológica. 5 ed. São Paulo: Globo, 2006 (adaptado). 
 
De acordo com a linha de pensamento social brasileiro exposta no texto, assinale a alternativa 
correta. 
A) A modernização das estruturas arcaicas não interfere no desenvolvimento brasileiro frente 
à mundialização da economia. 
B) No âmbito do desenvolvimento desigual e combinado, a classe trabalhadora sustenta-se 
por relações de estabilidade e valorização crescente de sua força de trabalho. 
C) O desenvolvimento histórico característico dos países latino-americanos é uma fase 
constitutiva do padrão de desenvolvimento contemporâneo dos países centrais. 
D) A colonização e a dependência externa são características que marcaram a história do 
Brasil até os anos 1960, quando então, o país rompeu com o ciclo de exploração característico 
das velhas classes dominantes. 
E) No Brasil, o desenvolvimento desigual e combinado é um dos fatores da concentração de 
riqueza no país, por isso sua manutenção é funcional às classes dominantes, historicamente 
conservadoras e autocráticas. 
 
 
 
 
Gabarito: E 
 
Tipo de questão: Objetiva de múltipla escolha 
 
Conteúdo avaliado: Formação sócio-histórica do Brasil 
 
Autor(a): Margot Riemann Costa e Silva 
 
Comentário: 
Existia no Brasil antes do Golpe Militar de 1964 um intenso debate acerca das causas, 
e, ao mesmo tempo, as formas de superação do subdesenvolvimento. Havia um 
consenso de que os entraves ao desenvolvimento vinham da exploração imperialista, 
que carreava riquezas para fora do país, e da existência do latifúndio, que impedia a 
distribuição de terras e consequente desenvolvimento no campo. À burguesia 
nacional caberia o papel de enfrentar o imperialismo e o latifúndio, realizando, em 
aliança com o povo, a reforma agrária e trilhando um caminho de desenvolvimento 
autônomo, livre da dependência de potências imperialistas. Essa concepção era 
defendida pelo Partido Comunista Brasileiro, com grande influência no movimento 
sindical da época, e resgatava a ideia da burguesia como classe revolucionária, 
progressista, tal como descrito por Karl Marx e Friedrich Engels no Manifesto 
Comunista de 1848. Um centro importante de difusão dessas teses era o Instituto 
Superior de Estudos Brasileiros, ISEB, fundado em 1955, congregando teóricos como 
Nelson Werneck Sodré, Alberto Guerreiro Ramos, Hélio Jaguaribe e Roland Corbisier. 
Com o golpe de 1964 iniciou-se um processo de revisão das teses do ISEB e do PCB, 
debate no qual o livro de Florestan Fernandes, A Revolução Brasileira, teve papel 
fundamental. Verificou-se a partir do golpe, primeiramente, que a burguesia brasileira 
não tinha absolutamente vocação progressista, ao contrário, era aliada tanto das 
potencias imperialistas, como do velho e arcaico latifúndio. Em segundo lugar, 
verificou-se que a modernização e expansão do setor produtivo poderia acontecer 
coexistindo com padrões arcaicos, tanto na esfera das relações de trabalho, das 
tecnologias de produção, dos direitos sociais, como das formas políticas. Deu-se o 
nome de “desenvolvimento desigual e combinado”, ou “heterogeneidade estrutural” 
a essa situação. Por fim, verificou-se que a dependência das potencias estrangeiras 
tampouco constituía obstáculo à expansão econômica, mesmo que fosse por 
espasmos, períodos cíclicos de crescimento seguidos de crises da dívida externa. Os 
teóricos marcantes desse debate são, além de Florestan Fernandes, Francisco 
Oliveira, com a obra Crítica à Razão Dualista, que aponta que não há conflito entre o 
arcaico e o moderno, ao contrário, o capital produtivo nos países da periferia se 
beneficia das formas arcaicas, e Celso Furtado, com extensa obra sobre a temática do 
subdesenvolvimento. 
 
QUESTÃO 12 
A formação histórico-social do Brasil revela posição periférica em relação ao desenvolvimento 
dos países de economia central, o que lhe atribui patamar desigual e, ao mesmo tempo, 
combinado das forças produtivas, porque o arcaico e o moderno convivem numa aliança de 
dominação burguesa para a (super) exploração e apropriação da riqueza socialmente 
produzida pela classe trabalhadora. FERNANDES, F. A Revolução Burguesa no Brasil: ensaio de 
interpretação sociológica. 5 ed. São Paulo: Globo, 2006 (adaptado). 
 
De acordo com a linha de pensamento social brasileiro exposta no texto, assinale a alternativa 
correta. 
A) A modernização das estruturas arcaicas não interfere no desenvolvimento brasileiro frente 
à mundialização da economia. Questão incorreta, o texto não faz menção à mundialização da 
economia. 
B) No âmbito do desenvolvimento desigual e combinado, a classe trabalhadora sustenta-se 
por relações de estabilidade e valorização crescente de sua força de trabalho. Questão 
incorreta, o texto cita a característica de dominação burguesa a partir da (super) exploração e 
apropriação da riqueza socialmente produzida pela classe trabalhadora, e não avalorização 
crescente de sua força de trabalho. 
C) O desenvolvimento histórico característico dos países latino-americanos é uma fase 
constitutiva do padrão de desenvolvimento contemporâneo dos países centrais. Questão 
incorreta, o texto não faz referência a nenhum tipo de fase constitutiva do padrão de 
desenvolvimento contemporâneo dos países centrais. 
D) A colonização e a dependência externa são características que marcaram a história do 
Brasil até os anos 1960, quando então, o país rompeu com o ciclo de exploração característico 
das velhas classes dominantes. Questão incorreta, o texto não faz menção a nenhum tipo de 
rompimento com um ciclo de exploração característico das velhas classes dominantes. 
E) No Brasil, o desenvolvimento desigual e combinado é um dos fatores da concentração de 
riqueza no país, por isso sua manutenção é funcional às classes dominantes, historicamente 
conservadoras e autocráticas. Questão CORRETA. Historicamente o desenvolvimento do 
capitalismo no Brasil ocorreu mantendo intactas formas políticas e sociais arcaicas, próprias 
de sistemas de dominação pré-capitalistas, assumindo feição conservadora e autocrática. 
 
 
Referências: 
FERNANDES, Florestan. A Revolução Burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica. 
São Paulo: Globo, 2006 
FURTADO, Celso. O Brasil pós-"milagre". Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981 
FURTADO, Celso. A fantasia desfeita. São Paulo: Paz e Terra, 1989 
FURTADO, Celso. Raízes do subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 
2001. 
OLIVEIRA, Francisco. A Economia Brasileira: Crítica à Razão Dualista. Rio de Janeiro: 
Vozes, 1987. 
 
QUESTÃO Nº 14 
 
Pesquisa realizada pela Open Society Foundations sobre o programa De Braços 
Abertos, voltado para recuperação de usuários de crack, revela a situação vivenciada 
por mulheres dependentes de crack e outras drogas, que se encontram, ou não, em 
situação de rua. O problema tem demandado o posicionamento do Estado, sobretudo 
das maternidades públicas do país, visto que é no momento do nascimento das 
crianças que se revela a tensão entre a normativa legal que assegura o direito das 
crianças e a realidade dessas mães, que muitas vezes perdem a guarda dos filhos 
em razão da dependência das drogas. 
Disponível em: <http://oglobo.globo.com>. 
Acesso em 13 jul. 2016 (adaptado). 
 
Em face das expressões da questão social como a abordada na pesquisa, a/o 
assistente social deve 
 
A) pautar-se sempre pela defesa dos direitos da criança, por serem respaldados pelo 
ECA, em detrimento dos direitos das mulheres, visto que são adultas em condições 
de enfrentar suas responsabilidades perante os órgãos dos poderes Executivo e 
Judiciário. 
B) considerar que a colocação das crianças nascidas de mães usuárias de drogas em 
família substituta deve ocorrer em caráter excepcional, cabendo ao poder público 
assegurar o direito da criança no seio de sua família biológica, disponibilizando 
acesso aos serviços de saúde, assistência social e outros direitos sociais. 
C) assegurar, nos relatórios enviados ao sistema judiciário, o conjunto das 
informações obtidas a respeito das mulheres gestantes ou mães usuárias de droga 
para garantir a proteção à criança e sua colocação em família substituta, em ambiente 
livre de pessoas dependentes de qualquer droga. 
D) sistematizar as informações acerca do cotidiano dessas mulheres e buscar o 
trabalho conjunto com os órgãos de gestão e de justiça para garantir a proteção 
integral à criança, colocando-a de imediato em família substituta, uma vez que a 
criança, por não poder falar por si, deve ser o sujeito a ser considerado nessa 
questão. 
E) buscar, a partir do princípio de que o direito da criança não concorre com o direito 
da mãe, mas são complementares, articular a rede de serviços para viabilizar o 
acolhimento imediato da criança em abrigos até que seja comprovada a total 
abstinência da mãe em relação ao uso de drogas. 
 
 
 
Gabarito: Alternativa B. 
 
Tipo de questão: Objetiva de múltipla escolha 
 
Conteúdo avaliado: Direitos da criança, drogadição, família e direitos sociais 
 
Autor(a): Olivia Maria Jácome Costa 
 
Comentário: 
A sociedade brasileira desde a sua formação, ancorou-se em princípios 
eminentemente patriarcais, estabelecendo um pacto social e sexual em que concede 
ao homem o direito de dominação e exploração da mulher. 
Nesse sentido, deve-se elucidar em que consiste esse pacto e suas 
implicações na formação do direito patriarcal: 
A dominação dos homens sobre as mulheres e o direito masculino 
de acesso sexual regular a elas estão em questão na formulação do 
pacto original. O contrato social é uma história de liberdade; o 
contrato sexual é uma história de sujeição. O contrato original cria 
ambas, a liberdade e a dominação. A liberdade do homem e a 
sujeição da mulher derivam do contrato original e o sentido da 
liberdade civil não pode ser compreendido sem a metade perdida da 
história, que revela como o direito patriarcal dos homens sobre a 
mulher é criado pelo contrato. A liberdade civil não é universal – é 
um arbítrio masculino e depende do direito patriarcal [...] 
(PATERMAN, 1993, p. 16 – 17). 
 
Convém frisar que o ordenamento jurídico desde a sua gênese, orienta-se 
por meio de paradigmas patriarcais, a exemplo da instituição do casamento como um 
contrato social que reproduz e efetiva o poder masculino em relação à mulher e à 
família. Esse ideário perpassa o Código Civil Brasileiro de 1916, em que a única 
modalidade de família reconhecida socialmente era aquela originária do matrimônio 
indissolúvel, em que o homem era considerado o “chefe” da sociedade conjugal, 
investido no poder de administrar os bens comuns e da mulher, bem como de prover 
a manutenção do grupo familiar. Nessa modalidade de sociedade conjugal, competia 
exclusivamente à mulher o “papel” de procriação e do exercício de atividades 
domésticas no espaço familiar. 
Nessa perspectiva, a maternidade é concebida como uma “função” 
puramente biológica atribuída à mulher, o que contribui para perpetuar o processo de 
sua sujeição em relação ao marido. Tal concepção não leva em consideração os 
determinantes econômico, cultural, político e social, que permeia a maternidade, além 
de criar uma representação mítica da figura materna, sacralizada. 
Por ser a família uma construção sócio-histórica e cultural, houve avanços na 
legislação civil brasileira, a exemplo do advento do Estatuto da Mulher Casada, 
materializado pela Lei nº 4.121, de 27 de agosto 1962, que “devolveu a plena 
capacidade à mulher casada e deferiu-lhe bens reservados que asseguravam a ela a 
propriedade exclusiva dos bens adquiridos com o fruto de seu trabalho. (DIAS, 2006, 
p. 28). 
A autora se refere ao Art. 246 da Lei acima citada, por quebrar uma das 
regras proibitivas contidas no Código Civil de 1916, que considerava a mulher casada 
como relativamente incapaz para os atos da vida civil, inclusive no tocante à 
administração de seus bens e ao exercício profissional, pois para inserir no mundo do 
trabalho dependia da autorização do marido. 
Ademais, com o Estatuto da Mulher Casada, o marido deixou de ser 
considerado “chefe” absoluto da sociedade conjugal, uma vez que instaurou a 
obrigatoriedade da mulher em contribuir com a manutenção da família. O exercício do 
“pátrio poder” também foi compartilhado com a mulher. 
Outro avanço que merece destaque se refere à edição da Lei nº 6.515, de 26 
de dezembro de 1977, que institui o divórcio, extinguindo 
[...] a indissolubilidade do casamento, eliminando a ideia da família 
como instituição sacralizada. O surgimento de novos paradigmas, 
quer pela emancipação da mulher, quer pela descoberta dos 
métodos contraceptivos e pela evolução da engenharia genética, 
dissociaram os conceitos de casamento, sexo e reprodução. O 
moderno enfoque dado à família pelo direito volta-se muito mais à 
identificação de vínculo afetivo que alcança seus integrantes. (DIAS, 
2006, p. 28). 
 
Percebe-seque a instauração do divórcio na sociedade brasileira, inova a 
legislação no âmbito cível, ao assegurar a extinção da sociedade conjugal e, a partir 
daí inaugura a possibilidade de mudança na concepção de família, antes restrita a 
ideia de formação exclusivamente por laços sanguíneos. 
Antes de abordar a questão atinente à guarda dos filhos a partir da legislação 
brasileira, faz-se necessário enfatizar que a concepção de maternidade e 
maternagem, deve ser apreendida para além da relação biológica entre mãe e filho, 
uma vez que se trata de um construção social e histórica, vivenciada em determinado 
tempo e espaço geográfico. 
A relação entre maternagem e guarda está presente no ordenamento 
jurídico, construída com base em parâmetros culturais de natureza machista 
predominante na sociedade brasileira: 
 
Quando da separação dos pais, por dois motivos é atribuída a 
guarda dos filhos exclusivamente a um dos genitores. Historicamente 
os filhos sempre ficavam sob a guarda materna, por absoluta 
incompetência dos homens de desempenharem as funções de 
maternagem. Como sempre foi proibido aos meninos brincarem de 
boneca, casinha, entrarem na cozinha, claro que não tinham 
qualquer habilidade para cuidar dos filhos. Assim, mais do que 
natural que essas tarefas fossem desempenhadas exclusivamente 
pelas mães: quem pariu que embale! Quando da separação, os 
filhos só podiam ficar com a mãe. Até lei dizia isso. (DIAS, 2006, p. 
360). 
O Estado ao regulamentar uma legislação assentada nessa modalidade de 
cultura, reforça e naturaliza o sistema patriarcal de dominação e sujeição da mulher 
pelo homem, reproduzindo, por conseguinte, as relações sociais e de gênero, 
perversas e desiguais. 
No que diz respeito à guarda dos filhos, no ordenamento jurídico brasileiro, 
pode-se resumir do seguinte modo: 
 
No Decreto-lei nº 3.200, de 1941, a prioridade era do pai, salvo em 
caso de prejuízo ao bem-estar da criança ou adolescente. 
Posteriormente, na Lei nº 4.121, de 1962 – o Estatuto da Mulher 
Casada -, os fatores idade e sexo dos filhos deixaram de ser 
determinantes; o que contava era qual dos cônjuges era inocente. A 
lei do Divórcio (Lei nº 6.515, de 1977) conferia a guarda àquele com 
quem a criança convivia à época da separação ou ao que melhor 
pudesse mantê-la. (FREITAS, 2009, p. 34). 
 
Somente a partir da promulgação da Constituição da República Federativa 
do Brasil, de 05 de outubro de 1988 é que houve realmente uma ruptura com o 
modelo tradicional e conservador no campo do direito da família. O modelo de família 
nuclear, ou seja, aquela formada por pai, mãe e filho, constituída mediante o 
casamento civil, deixou de ser considerado padrão, passando a ser reconhecidos os 
vários arranjos familiares existentes na sociedade. 
Além disso, o Artigo 226 da referida Constituição atribui ao Estado a 
responsabilidade de proteção especial à família, e institui o poder familiar em 
substituição do pátrio poder. Ou seja, tanto o pai como a mãe são considerados 
habilitados para exercer direitos e obrigações em relação à pessoa dos filhos 
menores de idade, não emancipados, bem como em relação ao patrimônio destes. 
O Artigo 227 da Constituição Federal de 1988, preconiza um conjunto de 
direitos visando assegurar à criança e ao adolescente, uma política integral de 
proteção, a ser viabilizada por meio de políticas públicas, defendendo prioritariamente 
a convivência familiar e comunitária desse segmento social. 
A regulamentação dos artigos constitucionais supracitados, resultou na 
construção do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069, de 13 de 
julho de 1990, considerada uma legislação específica, por meio da qual se materializa 
os direitos e deveres do menor de dezoito anos de idade. Dentre tais direitos, 
ressalta-se o direito constitucional de convivência familiar e comunitária da criança e 
do adolescente preconizado em seu Artigo 19, e somente em caráter excepcional 
será colocado em família substituta, sob forma de guarda, tutela ou adoção. A guarda 
é de natureza provisória e revogável a qualquer momento, geralmente usada para 
regularizar uma situação de posse. A tutela será deferida pelo poder judiciário em 
casos de suspensão ou perda do poder familiar, e o tutor poderá ser destituído 
quando se fizer necessário. A adoção é de caráter definitivo e irrevogável. 
No entanto, quando se trata de mães usuárias de droga, a maternidade e, 
especialmente a maternagem, passam a ser questionadas por parte de alguns 
profissionais na área da saúde, isso por falta de conhecimento dos determinantes 
sócio-histórico e cultural que envolve a complexidade dessa expressão da questão 
social: 
 
A maternidade é a possibilidade de toda mulher em gerar 
fisiologicamente uma vida, a gestação. Já a maternagem é o cuidado 
com as demandas básicas de uma criança, a educação, uma ação 
em longo prazo de responsabilização pelo ser humano gerado. Se 
tal “função” - a maternagem - não se apresenta como natural, tendo 
em vista a maternidade ser apenas e tão somente uma função 
biológica, mas que hegemonicamente apresenta-se como natural a 
todas as mulheres, associada ao uso de crack - fato que muitas 
vezes pode contribuir para a subversão da regra socialmente aceita 
do instinto materno – pode-se ter uma visão restrita da totalidade do 
processo e das determinações sociais que configuram a demanda 
apresentada tanto no que se refere a atenção à maternidade quanto 
ao uso do crack. (OLIVIO; GRACZYK, 2011, p. 5). 
 
Encaram essa situação como uma anomalia, um viés social, procurando 
cercear o direito da mãe de conviver com o filho, o que demonstra também o 
desconhecimento acerca da legislação de proteção à família, à criança e ao 
adolescente. 
Diante dos argumentos fundamentados legal e teoricamente, concluiu-se 
que a Alternativa B está correta, uma vez que está em consonância com as normas 
instituídas pela Constituição Federal de 1988 e pelo ECA. O uso de droga pela mãe, 
em regra, não implica na perda do poder familiar, portanto, não constitui motivo para 
colocação da criança em família substituta. Tanto o Artigo 226 da Constituição 
Federal de 1988, como o Art. 19 do ECA, dispõe sobre o direito da criança e do 
adolescente de ser criado e educado no seio da família biológica e da comunidade, 
devendo ao Estado viabilizar políticas públicas para efetivação dos direitos sociais, 
inclusive o tratamento da dependência química para a mãe, a fim de preservar o 
vínculo afetivo e a convivência familiar. 
 A Alternativa A está incorreta, pois, a Constituição Federal de 1988 
preconiza em seu Artigo 226, a responsabilidade do Estado de proteção à família 
como um todo, englobando todos os seus componentes, incluindo, no caso em tela - 
a mãe – por se encontrar em situação de vulnerabilidade, independentemente de 
idade, estado civil, cor, religião, etc. Assim, não é somente a criança que goza do 
direito à proteção do Estado. 
A Alternativa C está incorreta, por se contrapor ao Artigo 19 do ECA, que 
estabelece o direito da criança e do adolescente de conviver com a família de origem, 
admitindo a colocação da criança em família substituta, em situação de 
excepcionalidade. O registro das informações acerca do uso de drogas pela mulher 
gestante ou mãe, deve ser encaminhado ao poder público competente com a 
finalidade de incluí-la nos programas de saúde pública, a fim de garantir tratamento 
especializado e não para separá-la do filho com o propósito de punição. 
A Alternativa D está incorreta, pois, a imediata colocação da criança em 
família substituta, além de configurar uma violação ao direito de autonomia da mulher, 
afronta o princípio da convivência familiar, apregoado pela Constituição Federal de 
1988 e o ECA. Se a legislação brasileira determina a igualdade de direitos e 
obrigações da mãe e do pai na criação e educação dos filhos, deve-se responsabilizar 
o homem para colaborar com a mulher no exercício do poder familiar, a fim de que 
seja preservadoe fortalecido o vínculo familiar, ao invés de punir a mulher com a 
separação do filho. 
A Alternativa E está incorreta, uma vez que a criança e a mãe possuem 
igualdade de direito no tocante a convivência familiar, ao afeto. Portanto, a rede de 
serviços públicos deve ser acionada para efetivar assistência integral a esses sujeitos 
de direito. Ademais, a colocação e permanência da criança em abrigo até que a mãe 
comprove abstinência total em relação ao uso de drogas, não tem amparo na 
legislação brasileira. 
 
 
 
 
Referências: 
 
DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2006. 
 
FREITAS, Douglas Fhillips. Guarda compartilhada e as regras da perícia social, 
psicológica e interdisciplinar. Florianópolis, SC: Conceito Editorial, 2009. 
 
OLIVIO, Maria Cecília; GRACZYK, Rafaela Carla. Mulheres usuárias de crack e 
maternidade: breves considerações. Anais II Simpósio Gênero e Políticas Públicas 
ISSN2177-8248 Universidade Estadual de Londrina, 18 e 19 de agosto de 2011. 
GT3- Gênero e Família. Disponível em: < 
www.uel.br/eventos/gpp/pages/arquivos/Maria%20Cecilia.pdf>. Acesso em: 27 maio. 
2018. 
 
 
QUESTÃO Nº 15 
 
Vários pacientes e seus familiares, tanto da capital quanto do interior do estado, têm passado 
a noite em frente à recepção de um hospital universitário para tentar conseguir uma ficha 
para a realização de exames. Segundo eles, essa situação decorre da redução do número de 
atendimentos e da entrega de senhas pelo hospital. Além da noite desconfortável, as pessoas 
que dependem do Sistema Único de Saúde também precisam enfrentar o medo e a 
insegurança ao dormir ao relento. E o pior: muitas delas não conseguem a vaga tão esperada 
[...]. “Além disso tudo que nós passamos, alguns atendentes, quando acabam as fichas, ficam 
debochando de nós. Isso é revoltante, não basta o sofrimento, também passamos por 
humilhações”, desabafa um paciente que preferiu não ser identificado. 
Disponível em: . Acesso em: 10 jul. 2016 (adaptado). 
 
Considerando as variadas situações com que a/o assistente social se depara, avalie as 
afirmações a seguir. 
 
I. A/O assistente social deve contribuir para a criação de mecanismos que possam 
desburocratizar a relação das instituições com as/os usuárias/os. 
II. A/O assistente social deve acatar as determinações institucionais, mesmo que a 
decisão tomada fira os princípios e diretrizes do Código de Ética da/do Assistente 
Social. 
III. A/O assistente social deve integrar comissões interdisciplinares de ética nos locais em 
que trabalha, de modo a avaliar condutas profissionais e políticas institucionais. 
IV. A/O assistente social deve ser solidário com outros profissionais, respeitando normas 
e quaisquer condutas das outras profissões, eximindo-se de denunciar atos que firam 
direitos sociais. 
V. A/O assistente social deve garantir às/aos usuárias/os do serviço social informação e 
promover discussão a respeito das situações adversas apresentadas, respeitando 
democraticamente as decisões tomadas. 
 
É correto apenas o que se afirma em 
A) I, II e IV. 
B) I, III e V. 
C) I, IV e V. 
D) II, III e IV. 
E) II, III e V. 
 
 
Gabarito: B 
 
Tipo de questão: Objetiva de múltipla escolha 
 
Conteúdo avaliado: Serviço Social e exercício profissional 
 
Autor(a): Darci Roldão de Carvalho Souza 
 
Comentário: 
 
A escolha desses argumentos e não de outros impõe às/aos assistentes sociais 
refletirem sobre as possibilidades do seu trabalho frente às mudanças societárias que 
atingem a produção e o trabalho, no estágio do capitalismo monopolista com a crise 
do grande capital, em 1973, nas sociedades capitalistas do centro e, na década de 
1990, nas sociedades capitalistas da periferia, afetando, sobremaneira, o conjunto da 
vida social com a reconfiguração das demandas da maioria da população. As 
expressões da “questão social” complexificam-se e suas requisições avolumam na 
realidade social. 
 
Se, de um lado, essas condições postas pelas determinações históricas e sociais 
exigem das/dos assistentes sociais o redimensionamento das suas respostas às 
problemáticas contemporâneas, de outro, impelem alterações profissionais ao 
enfrentamento dos processos sociais. 
 
Assim, as/os assistentes sociais, ao buscarem dar respostas à pluralidade de 
expressões da “questão social”, própria da vida cotidiana onde se inserem mulheres e 
homens, nas condições limitadas do senso comum e de natureza imediata/ 
superficial, devem considerar e articular a dimensão técnico operativa às dimensões 
teórico metodológica, ético política, investigativa e formativa (GUERRA, 2012). Com 
base no exposto a alternativa correta é a LETRA B. 
 
 
Referências: 
 
QUESTÃO Nº 16 
Um indicador social é uma medida, em geral quantitativa, dotada de um significado 
social substantivo, usado para substituir, quantificar ou operacionalizar um conceito 
social abstrato, de interesse teórico (para pesquisa acadêmica) ou programático (para 
formulação de políticas). 
JANUZZI, P. M. Indicadores sociais no Brasil. 
Campina: Alínea Editora, 2006 (adaptado). 
 
Com relação ao trabalho da/o assistente social como gestor/a social, avalie as 
afirmações a seguir: 
 
I. A utilização de indicadores sociais permite o monitoramento da realidade social 
para fins de formulação e reformulação de políticas públicas. 
 
II. Os indicadores sociais contribuem para o trabalho de planejamento, 
implementação, execução e avaliação dos programas, projetos e serviços sociais. 
 
III. Os indicadores sociais constituem objetos de controle, contrapondo-se à gestão 
democrática. 
 
É correto o que se afirma em 
 
A) II, apenas. 
B) III, apenas. 
C) I e II, apenas. 
D I e III, apenas. 
E) I, II e III. 
 
 
 
 
 
Gabarito: Alternativa C 
 
Tipo de questão: Objetiva de múltipla escolha 
 
Conteúdo avaliado: Concepção de indicador social; planejamento; políticas públicas. 
 
Autor(a): Olivia Maria Jácome Costa 
 
Comentário: 
 
 
Os indicadores sociais são considerados como uma ferramenta 
metodológica, que subsidiam ações planejadas, informando acerca da realidade 
social, sua dinâmica e mudanças. São utilizados tanto na esfera pública quanto 
privada, possibilitando a implantação, o monitoramento, a execução e avaliação das 
políticas sociais. 
No entanto, o surgimento dos indicadores sociais acontece na década de 1960, 
relacionado ao planejamento no âmbito do Estado: 
 
O aparecimento e desenvolvimento dos indicadores sociais está 
intrinsecamente ligado à consolidação das atividades de 
planejamento do setor público ao longo do século XX. Embora se 
possa citar algumas contribuições importantes para a construção de 
um marco conceitual sobre os Indicadores Sociais nos anos 20 e 30, 
o desenvolvimento da área é recente, tendo ganhando corpo 
científico em meados dos anos 60 no bojo das tentativas de 
organização de sistemas mais abrangentes de acompanhamento 
das transformações sociais e aferição do impacto das políticas 
sociais nas sociedades desenvolvidas e subdesenvolvidas 
(JANNUZZI, 2002, p.1). 
 
Na década de 1960, houve um acirramento das desigualdades sociais, pois, 
ao mesmo tempo em que acelerava o crescimento econômico, aumentava a pobreza 
nos países subdesenvolvidos. Assim, o crescimento econômico não era capaz de 
garantir o desenvolvimento social desses países, despertando os governantes para a 
necessidade de criar instrumentos, ou seja, indicadores voltados para a mensurar as 
condições de bem-estar da população, o desenvolvimento social, as mudanças 
sociais. 
A Alternativa C está correta. Portanto, os Incisos I e II estão corretos. O 
monitoramento e a avaliação das políticas sociais constituem um desafio, tanto para 
os governantes quanto para os profissionais, no caso específico, os assistentes 
sociais. Assim, delinear adequadamente os indicadores sociais constitui uma 
estratégia que subsidia a orientação em relação ao alcance ou não dos objetivos e 
metas propostas. 
Assim, norteadospor meio dos indicadores sociais, no decorrer do processo 
de monitoramento das ações planejadas, os profissionais obtém informações a 
respeito da realidade, especificamente acerca das dificuldades, limites e desafios, 
indispensáveis à aferição quanto a necessidade de formulação e reformulação das 
políticas públicas. 
Sabe-se que as políticas públicas detém suas especificidades e grau de 
complexidade, efetivadas em um campo permeado de contradições: 
 
Há que se considerar ainda que os projetos sociais enfrentam 
realidades complexas, muito carregadas de interveniências e 
permeadas por múltiplos fatores, sujeitos, relações e processos. 
Assim, seus resultados nunca são uma certeza, mas apenas uma 
aposta na possibilidade de alcançá-los. Exigem, portanto, a 
construção de meios de verificação que auxiliem a percepção das 
mudanças obtidas e exigem que se busquem indicadores mais e 
precisos e relevantes. (CARVALHO, 2001, p. 77). 
 
Considera-se que os principais indicadores para orientar o monitoramento e 
avaliação das políticas públicas, estão relacionados ao financiamento das mesmas. 
Em tempos neoliberais a tendência é a intensificação da retração do fundo público 
destinado a custear as políticas públicas e, consequentemente, a transferência da 
responsabilidade do Estado para o terceiro setor. 
Nesse sentido, acrescenta-se que: 
 
Os indicadores que apresentamos são, em síntese, valiosos para 
aferir a veracidade do discurso político. Na maior parte das vezes, a 
retórica oficial procura ocultar os verdadeiros desígnios das ações 
governamentais. O gasto e o financiamento das políticas sociais 
podem desmascarar esta retórica: basta, para tanto, que o analista 
de políticas públicas obtenha respostas às perguntas sobre a 
direção, a magnitude e a natureza dos mesmos. (FAGNANI, p2009, 
p. 123). 
 
O trabalho cotidiano da/o assistente social no planejamento, implementação, 
execução e a avaliação dos programas, projetos e serviços sociais, orientado por um 
conjunto dos indicadores, cujos índices aferidos da realidade social, comprovam que 
a redução do recurso financeiro disponível pelo governo para investir em políticas 
públicas, é incompatível com o aumento das carências sociais demandas pela 
população. 
 A Alternativa A está incorreta. Isso porque afirma que apenas o Inciso II 
está correto. Como argumentamos anteriormente, as alternativas apontadas nos 
Incisos I e II são verdadeiras. 
A Alternativa B está incorreta, pois em uma gestão democrática os 
indicadores sociais possuem uma função relevante de controle: 
 
[...] a função controle na perspectiva democrática, é a função 
responsável pelo acompanhamento em processo das ações 
organizacionais e possui como objetivo central estruturar 
mecanismos que possibilitem monitorar continuamente o 
planejamento e seus respectivos planos de ação, comparando o 
planejado com o executado, visando garantir que a implementação 
da direção estratégica estabelecida e a efetivação das atividades 
cotidianas da organização sejam cumpridas de acordo com o padrão 
de qualidade definido. (SOUZA FILHO; GURGEL, 2016, p. 220). 
 
Os indicadores sociais são utilizados tanto pela gestão tradicional quanto 
pela gestão democrática. Os indicadores sociais construídos pela gestão democrática 
diferenciam daqueles utilizados na gestão tradicional, por ancorarem em paradigmas 
qualitativos, ético-políticos, para além da necessidade de comprovação da eficiência e 
eficácia das políticas públicas. 
A Alternativa D está incorreta, ao afirmar que apenas os incisos I e III 
estão corretos. Somente o Inciso I está correto, conforme explicação fundamentada 
em relação à Alternativa C. O Inciso III está incorreto, vide comentário referente à 
Alternativa B. 
A Alternativa E está incorreta, pois dentre os incisos I, II e III apontados 
como corretos, apenas o III não condiz com a verdade. Todos os incisos já foram 
devidamente abordados, dispensando a necessidade de serem comentados. 
Referências: 
. 
CARVALHO, Maria do Carmo Brant de. Avaliação de projetos sociais. ÁVILA, Célia 
M. de. (Coord.). Gestão de projetos sociais. 3ª ed. rev. São Paulo: AAPCS, 2001. 
(Coleção gestores sociais). 
 
FAGNANI, Eduardo. Avaliação do ponto de vista do gasto e financiamento das 
políticas públicas. RICO, Elizabeth Melo (Org.). Avaliações de políticas sociais: 
uma questão em debate. São Paulo: Cortez, 2009. 
 
JANNUZZ, Paulo de Martino. Considerações sobre uso, abuso e mau uso de 
indicadores nas políticas públicas municipais. Revista de Administração Pública, 
Rio de Janeiro, v.36, n.1, p.51-72, 2002. 
 
SOUZA FILHO, Rodrigo de; GURGEL, Cláudio. Gestão democrática e serviço 
social: princípios e propostas para a intervenção crítica. São Paulo: Cortez, 2016. 
 
 
 
 
QUESTÃO Nº 17 
O Serviço Social situa-se como uma profissão que participa da reprodução das relações de 
classe e do relacionamento contraditório entre elas [...]. Dentro da referência analítica 
adotada, cabe reafirmar que a reprodução das relações sociais não se restringe à reprodução 
da força de trabalho e dos meios objetivos de produção (instrumentos de produção e 
matérias-primas). A noção de reprodução engloba-os, enquanto elementos substanciais do 
processo de trabalho, mas, também, os ultrapassa. Não se trata apenas de reprodução 
material no seu sentido amplo, englobando produção, consumo, distribuição e troca de 
mercadorias. Refere-se à reprodução das forças produtivas e das relações de produção na sua 
globalidade, envolvendo, também, a reprodução da produção espiritual, isto é, das formas de 
consciência social: jurídicas, religiosas, artísticas ou filosóficas, por meio das quais se toma 
consciência das mudanças ocorridas nas condições materiais de produção. 
IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. Relações sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma 
interpretação histórico-metodológica. São Paulo: Cortez, 19 ed., p. 71-72, 2006 (adaptado). 
 
Com base no texto apresentado e na direção ético-política hegemônica da profissão na 
contemporaneidade, avalie as afirmações a seguir. 
 
I. O Serviço Social responde às demandas igualitárias das classes nas relações de 
produção, em conformidade com as diretrizes da globalização. 
II. O Serviço Social define estratégias profissionais e políticas com o propósito de 
reforçar os interesses sociais da classe trabalhadora, para além das necessidades 
materiais. 
III. O Serviço Social contribui com a divulgação das formas de consciência social 
vinculadas à produção espiritual que se ancora em concepções religiosas. 
IV. O Serviço Social constrói alternativas profissionais de reprodução dos meios de 
produção direta, no sentido de englobar mercadorias, consumo e distribuição. 
 
É correto apenas o que se afirma em 
A) I. 
B) II. 
C) I e III. 
D) II e IV. 
E) III e IV. 
 
Gabarito: B 
 
Tipo de questão: Objetiva de múltipla escolha 
 
Conteúdo avaliado: Serviço Social e direção social do exercício profissional 
 
Autor(a): Darci Roldão de Carvalho Souza 
 
Comentário 
 
A tomada de decisão pela/o estudante por esta alternativa assenta-se, em primeiro 
lugar, na exigência da clareza da direção social e política a que pertencem os dois 
autores – a da intenção de ruptura com o Serviço Social “tradicional” (NETTO, 2011), 
cujas bases sociais e políticas estão postas no processo de redemocratização e no 
movimento da classe operária e do conjunto dos trabalhadores – de inspiração teórica 
e metodológica sobre a fonte marxiana/engelsiana. 
 
Esta direção social e política, constituída no processo de renovação do Serviço 
Social, no pós-1985, e junto às perspectivas modernizadora, de base neopositivista, e 
a reatualização do conservadorismo, fundamentada na fenomenologia, representaram 
o avanço na história do Serviço Social brasileiro. 
 
Neste aspecto, a consideração desse processo de renovação como avanço está 
ligada à busca da validação teórica, “mesmo nas vertentes em que as concepções 
herdadas do passadonão são medularmente postas em causa” (NETTO, 2011, p. 
131), em face da existência de um pluralismo profissional teórico, ideológico e político 
e não só prático, derrubando a “ilusão da unidade” no seio do Serviço Social. 
 
A direção intenção de ruptura, no Serviço Social, coloca-se, de modo radical, 
contrária à ordem burguesa e busca construir outro projeto profissional e de 
sociedade, como trabalho assalariado inserido na divisão social e técnica do trabalho 
e como partícipe de um processo mais amplo de produção e reprodução das relações 
sociais capitalistas. Diante o exposto a alternativa CORRETA É A LETRA B. 
 
 
Referências: 
 
IAMAMOTO, Marilda Villela e CARVALHO , Raul de. Relações Sociais e Serviço 
Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 19. ed. São 
Paulo: Cortez; [Lima, Peru]: CELATS, ([1982] 2006). 
 
 
 
QUESTÃO Nº 19 
A exigência de conhecimentos sólidos e rigorosos da vida social demonstra ser necessário não 
apenas executar políticas sociais, programas e projetos, mas planejá-los e avaliá-los a partir 
do que emerge do/no cotidiano. Aqui reside a natureza investigativa das competências 
profissionais das/dos assistentes sociais. 
 
GUERRA, Y. A dimensão investigativa no exercício profissional. In: CFESS/ABEPSS (org.). 
Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, p. 701-
717, 2009 (adaptado). 
 
Considerando as ideias do texto acima, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre 
elas. 
 
I. A dimensão investigativa é princípio constitutivo da formação profissional e condição 
elementar para o trabalho profissional. 
PORQUE 
II. A dimensão investigativa subsidia a indispensável leitura da realidade no estabelecimento 
de processos interventivos, criativos e propositivos junto às expressões da questão social, na 
medida em que possibilita, a partir da problematização e do questionamento, 
instrumentalizar a ação profissional com indicadores concretos, advindos da realidade social. 
 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
 
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. 
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. 
C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
E) As asserções I e II são proposições falsas. 
 
 
Gabarito: A 
 
Tipo de questão: Objetiva de múltipla escolha 
 
Conteúdo avaliado: Conhecimento sobre as habilidade e competência investigativa do 
assistente social. 
 
Autor(a): Maria Conceição Sarmento Padial Machado 
 
Comentário: 
O enunciado afirma que a competência do assistente social não se reduz à execução de 
políticas sociais, programas e projetos, mas compete também ao profissional planejá-los e 
avaliá-los. Isso requer no processo de formação profissional disciplinas cujo conteúdo em 
dimensão teórico-metodológica abarque investigação e conhecimento de realidade por meio 
de pesquisa científica, conforme explicitado na primeira asserção. Quanto à segunda 
asserção, essa explica e justifica a necessidade da investigação na formação profissional tendo 
como referência as competências profissionais. Lembra ainda o compromisso profissional 
com problematização e a intervenção junto às expressões da questão social por meio de 
metodologias subsidiadas pelo conhecimento da realidade concreta. 
Portanto, a opção correta é a letra “A”, isto é as duas asserções são verdadeiras, em outras 
palavras, não é correto afirmar que as asserções são falsas. Enquanto a primeira asserção 
expressa a necessidade da investigação como competência profissional, e segunda esclarece 
em que medida ocorre a formação profissional com caráter investigativo. 
Referências: 
GUERRA, Y. A dimensão investigativa no exercício profissional. In: CFESS/ABEPSS (org.). 
Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, p. 701-
717, 2009 
 
 
QUESTÃO Nº 20 
As políticas de ajuste neoliberal foram implementadas, no Brasil, a partir da entrada 
dos anos 1990 e implicaram o acirramento das desigualdades sociais, a 
desregulamentação dos direitos sociais e trabalhistas e o agravamento da questão 
social. Para garantir a instabilidade política dos países periféricos, uma das estratégias 
utilizadas foi a recomendação de desenvolvimento de políticas sociais focalizadas. 
 
DURIGUETTO, M. L. Ofensiva capitalista, despolitização e politização 
dos conflitos de classe. Revista Temporalis, Rio de Janeiro, 
ano I, n. 1., 2000 (adaptado). 
 
No que se refere ao desenvolvimento de políticas sociais focalizadas na perspectiva 
neoliberal, avalie as afirmações a seguir. 
I. As políticas sociais focalizadas são consideradas as mais eficientes e adequadas para 
a concepção da política econômica neoliberal por terem como alvo as famílias e os 
indivíduos mais pobres. 
II. A focalização de políticas sociais é uma forma ideológica pela qual o sistema 
capitalista vem desenvolvendo estratégias importantes na busca da universalização 
de direitos sociais no campo da previdência social. 
III. A focalização de políticas sociais divide os trabalhadores em diferentes categorias 
(miseráveis, pobres) e estimula a disputa no âmbito interno da classe trabalhadora 
para a entrada nos programas de transferência de renda. 
IV. As políticas sociais focalizadas transformam o cidadão portador de direitos em 
cidadãos carentes, pobres e tutelados, por meio da transferência direta de renda 
cujos critérios de elegibilidade de seus beneficiários baseiam-se na carência. 
 
É correto apenas o que se afirma em 
A I e IV. 
B II e III. 
C II e IV. 
D I, II e III. 
E I, III e IV. 
 
 
Gabarito: E 
 
Tipo de questão: Objetiva de múltipla escolha 
 
Conteúdo avaliado: Políticas sociais sob a perspectiva neoliberal 
 
Autor(a): Prof.a M.e Danielli da Silva Borges Reis 
 
Comentário: A questão requer conhecimentos acerca da influência neoliberal e seu 
alcance junto às políticas sociais, nesse contexto pensadas como estratégia política e 
econômica de um Estado com nova função após a crise da década de 1970 (mas que 
se espraiou em todo o mundo na década de 1990): limitar seus gastos e recuperar o 
equilíbrio fiscal, o que gera o agravamento da questão social. A mencionada crise é 
resultado do Keynesianismo e do Welfare State, cujo receituário estabelecido em 
1989 pelo Consenso de Washington para dela sair sinteticamente pode ser 
desmembrado nas seguintes propostas: 
 
limitação dos gastos do Estado à arrecadação, com o fito de eliminar 
o déficit público; redução dos gastos públicos e sua focalização; 
reforma tributária com vista a ampliar o peso dos impostos indiretos 
e diminuir a progressividade nos impostos diretos; liberalização/ 
desregulamentação financeira e retirada do Estado do setor; taxa 
competitiva de câmbio; liberalização do comércio exterior para 
impulsionar a globalização da economia; eliminação de restrições ao 
capital externo; privatização com venda de empresas estatais; 
desregulamentação do processo econômico e das relações 
trabalhistas; defesa da propriedade intelectual (MATOSO, 2010 apud 
PEREIRA, 2012, p. 742 [nota 18]) 
 
 Com o objetivo, portanto, de recuperar o equilíbrio público, a política social torna-se 
fragmentada e residual, “com altíssimo grau de seletividade no âmbito da 
elegibilidade institucional” (BEHRING, 2007, p. 11), podendo ser contraditória em face 
da perspectiva universal do direito social ao ser destinada a solucionar apenas o que 
não pode ser enfrentado pela via do mercado, da comunidade ou da família. 
Destinada aos pobres e miseráveis, com prioridade do núcleo familiar, como 
instrumento do Estado sob o domínio do neoliberalismo, ora impõe a esses uma ética 
de autorresponsabilização, desvalidos que estão por intermédio dos critérios de 
inclusão (que excluem), obrigando-os a autosatisfazeremsuas necessidades sociais, 
ora disponibiliza os auxílios públicos, mas requer algo em troca como se fossem os 
devedores de vultosas dívidas sociais. A ética da autoproteção social se fortalece e 
impõe-se nessa conjuntura; por isso, “focaliza a política social na pobreza extrema e 
transforma essa política em instrumento de ativação dos indigentes para o trabalho, 
geralmente precário, por meio de condicionalidades ou contrapartidas que, na maioria 
das vezes, revelam‑se autoritárias e punitivas” (PEREIRA, 2012, p. 738), o que 
despolitiza os direitos em favor das vantagens emergenciais. Tal afirmação condiz 
com o que é apresentado na assertiva I e IV e que estão CORRETAS. 
Nesse sentido, verifica-se um contexto de negação da política social e desmonte dos 
direitos sociais ao implicar na quebra de vínculo entre a política e esses direitos 
conquistados por meio do trinômio articulado da focalização, privatização e 
descentralização, tal como receitado pelo ideário neoliberal. Com isso, 
desuniversaliza e assistencializa as ações e, assim sendo, entende-se porque a 
afirmativa II está INCORRETA. 
No Brasil, como assinalado, pode-se afirmar que se responsabiliza o pobre pelo seu 
próprio sustento e isso está implícito na submissão do Estado 
 
às cobranças da mídia e de parcelas conservadoras da sociedade 
para que sejam abertas portas de saída [da “tutela assistencial” do 
Estado] rumo ao trabalho remunerado via programas assistenciais; 
ou para que o beneficiário de transferências monetárias mínimas se 
faça merecedor pelo critério da competição, nem que seja no âmbito 
das condicionalidades desses programas; ou que ainda que esse 
beneficiário tenha a sua cidadania rebaixada pelo fato de não ser um 
trabalhador (PEREIRA, 2015, p. 472, grifo do autor) 
 
O caráter seletivo e excludente já mencionado das políticas sociais, com recursos 
cada vez mais reduzidos que não atendem as demandas da população, aponta que 
cada vez mais é preciso “demonstrar a pobreza e a condição de ser necessitado para 
ter acesso. [...] ela [a política] estabelece, através do chamado mérito social, a 
condição de pobreza, que é, ao mesmo tempo, a obtenção de um título de que a 
pessoa não tem capacidade de cuidar de si mesmo, isto é, é carente e incapacitada” 
(YAZBECK, 1995, p. 25). Assim sendo, não é incorreto afirmar que a focalização e a 
seletividade de políticas sociais divide os trabalhadores em diferentes categorias e 
estimula a disputa entre os mesmos como apontado na afirmativa III. A alternativa 
correta portanto é a LETRA E. 
Referências: 
 
BEHRING, Elaine Rossetti. Fundamentos da política social. In: Mota, Ana Elizabete et 
al. (Orgs). Serviço Social e Saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: 
Cortez, 2007. 
 
BEHRING, Elaine Rosseti e BOSCHETTI, Ivanete. Política Social: Fundamentos 
e Historia. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2007. v. 2 (Biblioteca Básica do Serviço Social) 
 
PEREIRA, Potyara A. P. A Assistência Social na perspectiva dos direitos: crítica aos 
padrões dominantes de proteção aos pobres no Brasil. Brasília: Thessauros, 1996. 
 
______. Degradação do trabalho e políticas sociais “ativas” na ordem neoliberal: 
aproximações ao caso brasileiro. SER Social, Brasília, v. 17, n. 37, p. 455-480, 
jul./dez. 2015. 
 
______. Utopias desenvolvimentistas e política social no Brasil. Serviço Social & 
Sociedade, São Paulo, n. 112, p. 729-753, out./dez. 2012. 
 
YAZBECK, Maria Carmelita. A política social brasileira nos anos 90: a 
refilantropização da questão social. Cadernos ABONG, São Paulo, n. 11, p. 07-18, 
out. 1995. 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO Nº 21 
Nas discussões sobre o enfrentamento da questão social na contemporaneidade, 
assistentes sociais de diferentes espaços sócio-ocupacionais têm denunciado o 
fenômeno da judicialização da questão social associado à criminalização da pobreza, 
verdadeiro desafio que se apresenta à/ao profissional na luta pela garantia de direitos 
das/dos usuárias/os dos serviços públicos. Considerando as possibilidades de atuação 
profissional, em consonância com o Projeto Ético-político do Serviço Social, assinale a 
opção correta. 
A A/O assistente social que detém informações sobre a realidade cotidiana das/dos 
usuárias/os dos serviços sociais, deve sistematizá-las com o objetivo de embasar a 
tese da judicialização da questão social, negando, sob quaisquer circunstâncias, o 
recurso ao Judiciário para a efetivação de direitos fundamentais e sociais. 
B A/O assistente social que detém informações relacionadas às/aos usuárias/os das 
instituições que prestam serviço social, deve disponibilizá-los às/aos gestoras/es e 
conscientizar as/os usuárias/os de sua responsabilidade pelas situações de carência 
que enfrentam. 
C A/O assistente social que detém informações sobre as condições de vida da/o 
usuária/o de serviços sociais, bem como as violações de seus direitos, deve 
sistematizá-los na perspectiva do fortalecimento da luta coletiva pela garantia de 
direitos. 
D A/O assistente social que detém informações sobre o cotidiano das/dos usuárias/os 
de serviços sociais, deve acatar todas as solicitações dos órgãos do sistema de justiça, 
ainda que isso comprometa o sigilo profissional. 
E A/O assistente social que atua na viabilização do acesso das/dos usuárias/os dos 
serviços públicos aos direitos sociais, com base nas expressões cotidianas da questão 
social, deve buscar articular a rede de serviços sociais para potencializar o processo de 
judicialização como alternativa de enfrentamento da violação de direitos. 
 
Gabarito: C 
 
Tipo de questão: questão objetiva de múltipla escolha 
 
• Conteúdo avaliado: O Conteúdo da questão é sobre a atuação profissional em 
consonância com o Projeto Ético-político do Serviço Social em face do 
fenômeno da judicialização da questão social associado à criminalização da 
pobreza. 
 
 
Autor(a): Sandra de Faria 
 
Comentário: 
• A resposta correta é a LETRA C ao considerar que a ação profissional pode 
reconstruir metodologicamente o caminho entre a demanda objetivada e as 
relações que a determinam, mediante a apreensão crítica dos processos 
sociais numa perspectiva de totalidade, das mediações que circunscrevem o 
cotidiano do trabalho profissional, na perspectiva do fortalecimento da luta 
coletiva pela garantia de direitos. 
• Na letra C afirma-se que a identificação das demandas presentes na sociedade, 
é condição fundamental para formular respostas profissionais para o 
enfrentamento da questão social sem reproduzir ou potencializar o fenômeno 
da judicialização como alternativa para a garantia de direitos sociais. 
• As letras A, B, D e E estão erradas na medida em que atribuem ao assistente 
social uma atuação em função dos processos de judicialização, devendo acatar 
solicitações, fortalecer redes e responsabilizar os usuários/as por deter 
informações sobre as condições de vida do/as usuárias/os dos serviços 
públicos aos direitos sociais, colocando-se sem qualquer consonância com o 
Projeto Ético-político do Serviço Social. 
 
 
Referências: 
 
IAMAMOTO, M. V. (1992). A Renovação Conservadora no Serviço Social. Ensaios Críticos. São 
Paulo : Cortez. 
IAMAMOTO, M. V. (1998). O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação 
profissional. São Paulo: Cortez. 
NETTO, J. P. (1996). . Transformações societárias e Serviço Social – notas para uma análise 
prospectiva da profissão no Brasil. . Serviço Social e Sociedade N.50. 
 
 
QUESTÃO Nº 22 
 
“No estudo social, a dimensão investigativa questiona, problematiza, testa as 
hipóteses, permite revê-las, mexe com os preconceitos, estereótipos, crenças, 
superstições, supera a aparência, por questionar a ‘positividade do real’. Permite 
construir novas posturas visando a uma instrumentalidade de novo tipo: mais 
qualificada, o que equivale a dizer: eficiente e eficaz, competente e compromissada 
com os princípios da profissão.” 
GUERRA, Y. A dimensão investigativa no exercício profissional. In: CFESS/ABEPSS(org.). Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: 
CFESS/ABEPSS, p. 701 – 717, 2009 (adaptado). 
Com base no texto apresentado, assinale a alternativa correta, a respeito do estudo 
social. 
 A - O estudo social tem como objetivo conhecer a realidade apresentada pelas 
demandas que chegam às/aos profissionais de Serviço Social, processo 
metodológico que requer uma atitude profissional de caráter funcionalista. 
B - No campo sociojurídico, cabe ao estudo social fornecer aos autos processuais 
informações sobre a realidade dos sujeitos, orientado pelos princípios do Código de 
Ética Profissional, a fim de subsidiar a decisão judicial. 
C - A realização do estudo social requer a utilização de entrevistas, visita surpresa ao 
domicílio da/do usuária/o do serviço social, observação, análise de documentos e 
fotografias. 
D - O relatório social é um documento que embasa o estudo social, pois realiza uma 
descrição interpretativa das expressões da questão social. E O laudo social é um 
instrumento que contribui para a estruturação do estudo social, por conter 
informações gerais e livres de sigilo e que podem, portanto, ser socializadas. 
 
Gabarito: B 
 
Tipo de questão: Objetiva de múltipla escolha 
 
Conteúdo avaliado: A dimensão investigativa e a realização de estudos sociais. 
 
Autor(a): Sueli Almeida Neves Sousa 
 
 
Comentário: 
 
- A alternativa A fica automaticamente desclassificada pela afirmação do termo 
“caráter funcionalista”, visto que a perspectiva abordada no enunciado aponta para a 
compreensão da teoria crítica e não funcionalista. 
- A resposta correta é a alternativa B por apresentar uma definição do estudo social 
na realidade do campo sociojurídico. Informações estas que acrescentam ao que foi 
discorrido no enunciado, no entanto, não o desconsidera. 
 - Ao analisar a alternativa C, o termo “visita surpresa” já indica sua desclassificação, 
visto que essa prática fere os direitos sociais e competências profissionais do 
assistente social que busca construir novas posturas visando a uma 
instrumentalidade mais qualificada: eficiente e eficaz, competente e compromissada 
com os princípios da profissão. 
- A alternativa D é desclassificada por dois motivos: primeiro porque inverte os termos 
relatório e laudo social por estudo social. Equivocadamente afirma que: “(...) O 
relatório social é um documento que embasa o estudo social” e que “o laudo social é 
um instrumento que contribui para a estruturação do estudo social”. Ao contrário, o 
estudo social é que embasa o relatório social, bem como contribui para a estruturação 
do laudo social. O segundo motivo é porque o termo “livres de sigilo” caracteriza mais 
um equívoco. Pois, todo estudo social deve ser realizado sob absoluto sigilo 
profissional, conforme exigência dos princípios da ética profissional. 
 
Referências: 
 
BARROCO, Maria Lúcia Silva. Ética: fundamentos sócio-histórico. Biblioteca Básica 
do Serviço Social, v. 4. São Paulo: Cortez: 2008. 
 
GUERRA, Yolanda. A Instrumentalidade do Serviço Social. São Paulo: Cortez, 
1995. 
 
 
 
QUESTÃO Nº 24 
Na colonização brasileira, as mulheres indígenas eram tidas como “de sexo bom para fornicar, 
de braço bom de trabalhar, de ventre fecundo para prenhar”. 
RIBEIRO, D. O Povo Brasileiro: formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das 
Letras, 1995. 
 
“[...] a história social da casa-grande é a história íntima de quase todo brasileiro: da sua vida 
doméstica, conjugal, sob o patriarcalismo escravocrata e polígamo. [...] Nas casas-grandes foi 
até hoje onde melhor se exprimiu o caráter brasileiro: a nossa continuidade social”. 
FREYRE, G. Casa-grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia 
patriarcal. São Paulo: Global, 2006. 
A figura abaixo ilustra a organização da família patriarcal brasileira. Disponível em: . Acesso 
em: 30 jun. 2016. 
Considerando os textos e a imagem apresentados, avalie as afirmações a seguir. 
I. A violência contra a mulher ocorre nas diversas classes sociais, por isso, ela não é 
uma expressão da questão social. 
II. II. As raízes das relações sociais patriarcais e racistas são estruturantes históricas 
da violência contra a mulher na formação social brasileira. 
III. III. A violência contra a mulher ocorre comumente em âmbito doméstico, 
portanto, por ser uma ocorrência de ordem privada, extrapola as competências 
de intervenção profissional do Serviço Social. 
 
É correto o que se afirma em 
 
A - I, apenas. 
B - II, apenas. 
C - I e III, apenas. 
D - II e III, apenas. 
E - I, II e III. 
 
 
Gabarito: B 
 
Tipo de questão: Objetiva de múltipla escolha 
 
 
 
 
Conteúdo avaliado: 
 Conhecimento sobre os princípios ético-político do Serviço Social. 
 
 
Autor(a): Athos Magno Costa e Silva 
 
Comentário: 
 
O Serviço Social profissional não pode e não se detém diante da exploração ou opressão 
“privadas”. O “privado” , se acoberta o opressor, tem que ser investigado de forma pública, 
e o opressor, punido. Portanto, a asserção III é incorreta. Embora seja correto afirmar que a 
violência contra a mulher ocorre nas diversas classes sociais, a asserção correta é a II. De fato, 
as relações sociais no Brasil se caracterizam pelo patriarcalismo e racismo, entre cujas vítimas 
estão as mulheres indígenas, africanas e pobres, o que, muitas vezes, contou até com o apoio 
ou a omissão de mulheres dos opressores. Conclusão: a resposta correta é a LETRA B. 
 
 
Referências: 
 
1- RIBEIRO, D. O Povo Brasileiro: formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia 
das Letras, 1995. 
2- ALVES, Bianca Gomes.; BARROS, Albani de. OS FUNDAMENTOS DA OPRESSÃO 
SOBRE A MULHER E ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL EM DEFESA DOS DIREITOS 
REPRODUTIVOS DAS MULHERES. Maceió: Periódico de Ciências Humanas e Sociais 
da Faculdade Integrada Tiradentes, maio de 2014. v. 2, n. 1. p. 23-37. 
3- Código de Ética do/a Assistente Social. Lei 8662/93. 
 
 
 
QUESTÃO Nº 25 
 
QUESTÃO 25 
 O Código de Ética das/dos Assistentes Sociais estabelece entre seus princípios a 
necessidade das/dos assistentes sociais 
A incorporarem suas pautas às agendas coletivas e democráticas vinculadas aos 
interesses da classe trabalhadora. 
B ocuparem posição de agentes da transformação social e de se vincularem às lutas 
coletivas. 
C assumirem a vanguarda política dos movimentos sociais, aprofundando cada vez mais 
a luta coletiva. 
D exercerem o protagonismo da classe na luta das/dos trabalhadoras/es por melhores 
condições de vida e de trabalho. 
E estabelecerem articulação política com movimentos de outras/os trabalhadoras/es, 
comunicando obrigatoriamente orientações e exigências das instituições 
empregadoras. 
 
 
Gabarito: A 
 
Tipo de questão: questão objetiva de múltipla escolha 
 
Conteúdo avaliado: O Conteúdo avaliado refere-se ao Código de Ética e os ideais em 
torno dos quais o projeto profissional se articula. Na letra A, a resposta está correta 
porque se afirma que os ideais com os quais a profissão se articula são aqueles 
comprometidos com os interesses históricos das classes trabalhadoras, o que se 
estabelece entre os princípios do Código de Ética de 1993. Dos princípios 
fundamentais destaca-se que a afirmativa A corresponde a defesa da “ampliação e 
consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com 
vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras” 
(CÓDIGO DE ÉTICA, 1993) 
 
Autor(a): Sandra de Faria 
 
Comentário 
 As Letras B, C, D e E estão incorretas na medida em que ao contrário de 
reafirmarem a defesa do compromisso da profissão com a autonomia, a 
emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais no sentido da 
liberdade como valor ético central, atribuem ao profissional assumir posições e 
atribuições sem considerar que “É ao projeto social aí implicado que se 
conecta o projeto profissional do Serviço Social

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