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Eletrotermofototerapia Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Aline Azevedo Caniçais Revisão Textual: Prof.ª Me. Natalia Conti Ultrassom (Plano, Focado e Microfocado) e Ondas de Choque • Introdução ao Ultrassom; • Tipos de Ultrassom; • Introdução as Ondas de Choque; • Tipos de Ondas de Choque; • Efeitos Terapêuticos e Indicações; • Técnica de Aplicação; • Parâmetros. • Abordar as diversas modalidades de energia mecânica Ultrassônica (plano, focado e microfocado) e também as ondas de choque, com objetivo de proporcionar aos profi ssionais de estética um conhecimento mais amplo dos conceitos, aplicabili- dades e técnicas de aplicação desses tipos de terapias empregadas na estética; • Trabalhar de forma correta e segura, além de equipamentos mais utilizados nos tratamentos. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Ultrassom (Plano, Focado e Microfocado) e Ondas de Choque Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Ultrassom (Plano, Focado e Microfocado) e Ondas de Choque Introdução ao Ultrassom Ultrassom consiste em uma terapia mecânica, em que ondas mecânicas vibram em frequências superiores às audíveis pelo ser humano. Um meio submetido ao ultrassom oscila na mesma frequência do feixe ultrassônico, fornecendo uma mas- sagem em alta frequência e gerando efeitos fisiológicos e terapêuticos muito impor- tantes em diversos tratamentos estéticos. O ultrassom é produzido por um cristal piezoelétrico no interior do aplicador; então, as vibrações produzidas por ele são transferidas à pele do paciente quando o transdutor entra em contato com o tecido. Piezoeletricidade: é a capacidade que alguns materiais têm de transformar energia elétri- ca em energia mecânica e vice-versa. O termo “piezoeletricidade” provém do grego “piezein”, que significa apertar/pressionar. Ex pl or A faixa de frequência do ultrassom terapêutico varia entre 20 KHz até 5 MHz e escolhemos a frequência de acordo com a profundidade de ação pretendida. Importante! Vamos entender melhor: se temos 10 pulsos por segundo, chamamos de 10Hz; então, se temos 1000 pulsos, chamamos de 1000Hz ou 1KHz (quilohertz) e assim por diante. Se temos 1 milhão de pulsos por segundo, teremos, então, 1MHz (mega-hertz). Importante! Tipos de Ultrassom Quando falamos em ultrassom terapêutico não-invasivo (extracorpóreo), encon- tramos uma subdivisão: ultrassom plano e ultrassom focalizado. Cada um possui características próprias e indicações correspondentes, apesar de se tratar do mes- mo tipo de energia. Mas a forma da entrega da energia é bem diferente. No ultrassom plano, temos emissão das ondas mecânicas de maneira livre no tecido, passando por todas as camadas até chegar na profundida- de definida pela frequência. Então, todos os teci- dos que recebem a energia respondem à mesma. Por exemplo: se nosso alvo de tratamento é a gordura localizada, as ondas emitidas passarão pela pele até chegar lá; então, a pele também receberá o estímulo e vai interagir com as ondas. Figura 1 – Ultrassom plano 8 9 O ultrassom focalizado já tem um comporta- mento diferente. Por uma concavidade do transdu- tor ou do próprio cristal, temos uma “focalização da energia”. Dessa forma, há direcionamento e concentração de toda energia em um ponto focal, que chamamos de “hot point”. Esse ponto focal pode se dar em diversas profundidades, de acordo com o equipamento e parâmetros escolhidos. Figura 2 – Ultrassom focalizado Ultrassom Plano Na estética, o ultrassom plano em alta frequência (1 e 3MHz) é o que mais uti- lizamos devido aos efeitos que ele produz e as diversas possibilidades terapêuticas de seu uso e controle de profundidade. Figura 3 – Ultrassom plano Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images Efeitos terapêuticos e indicações O meio em que o feixe ultrassônico percorre é submetido a um micromassage- amento que varia de intensidade e frequência (parâmetros ajustáveis pelo profis- sional). A micromassagem dos tecidos deve-se às oscilações provocadas pelo feixe ultrassônico e gera uma série de efeitos: • Cavitação: quando um tecido que contém líquido sofre ação do campo ultras- sônico, as oscilações mecânicas estimulam a formação de microbolhas cheias de ar/gás. A partir disso podem ocorrer dois tipos de cavitação: cavitação estável e instável (transitória ou de colapso). A cavitação estável ocorre quando as bolhas oscilam de um lado para o outro dentro das ondas de pressão do ultrassom, aumentando e diminuindo o volume, mas permanecerão intactas. 9 UNIDADE Ultrassom (Plano, Focado e Microfocado) e Ondas de Choque A cavitação instável ocorre quando o volume de bolhas se altera rápida e vio- lentamente, então a bolha colapsa (implode) causando mudanças de tempera- tura, podendo resultar em um dano tecidual. No caso do ultrassom plano de alta frequência, temos a cavitação estável somente. E essa é responsável, em parte, pela estimulação do reparo dos tecidos. • Efeito térmico: a micromassagem nos tecidos gera calor por fricção. A quan- tidade de calor produzida difere em cada tecido e de acordo com os parâme- tros estabelecidos pelo profissional. Principais efeitos resultantes: melhora do fluxo sanguíneo (melhora da nutrição e oxigenação dos tecidos), relaxamento, aumento da permeabilidade das membranas, aumento do metabolismo dos tecidos e a extensibilidade dos tecidos ricos em fibras colágenas. Quando o quadro encontra-se agudo, o uso do ultrassom no modo contínuo é desacon- selhado, pois pode aumentar a destruição das fibras colágenas, causar hemor- ragias e criar obstáculos à regeneração de vasos sanguíneos. • Efeito químico: o ultrassom atua como catalisador, acelerando as reações químicas, e aumentando a condutibilidade das reações. • Efeito tixotrópico: a tixotropia consiste na propriedade que alguns tecidos apresentam em diminuir a viscosidade quando são agitados mecanicamente. O efeito tixotrópico do ultrassom é a capacidade que ele tem de transformar substâncias endurecidas em estados mais fluidos. Na prática verificamos que o ultrassom é capaz de “amolecer” substâncias em estado de maior consistência. Esse efeito é aplicado nos quadros de celulite, particularmente nos nódulos celulíticos e em pós-operatóriode lipoaspiração, especificamente nos estágios de fibrose tecidual, em que buscamos diminuir a consistência das estruturas teciduais endurecidas. • Fonoforese: técnica que consiste na utilização de substância com proprieda- des terapêuticas em forma de gel como meio de acoplamento, objetivando com isso a introdução de substâncias cosméticas ou medicamentosas através da pele, mediante a energia ultrassônica. É uma das técnicas mais utilizadas, devido à potencialização do tratamento corporal. Existem algumas vantagens da fonoforese, como a ação local do produto, com a minimização de possí- veis efeitos colaterais decorrentes de ações sistêmicas. Outra vantagem é a somatória dos efeitos do ultrassom associada aos da substância terapêutica in- troduzida. O medicamento/cosmético não precisa ser polarizado (positivo ou negativo), pois o ultrassom não utiliza corrente elétrica para a sua permeação. • Angiogênese: ativa a formação de novos capilares. • Aumento da síntese de colágeno: na fase proliferativa e de remodelação, o ultrassom auxilia na reorganização (arranjo e alinhamento) do colágeno. Em combinação, a cavitação e os microderrames acústicos podem resultar em estimulação da atividade fibroblástica, aumento do fluxo sanguíneo, regenera- ção tecidual e cicatrização óssea. • Liberação de aderências: desagregação de complexos celulares e macrocélu- las com liberação de aderências. 10 11 • Reabsorção de edemas: o aumento da permeabilidade celular e a micromas- sagem produzida pelo ultrassom auxilia no retorno venoso e linfático, favore- cendo a reabsorção de edemas. • Incremento do metabolismo local: com estimulação das funções celulares e da capacidade de regeneração celular. • Estímulo à lipólise: o ultrassom é capaz de estimular a cascata lipolítica, sen- do importante no tratamento da gordura localizada. Importante! Ao estimular o sistema nervoso simpático, há liberação de catecolaminas (hormônios estimulantes como a adrenalina e noradrenalina) pela glândula suprarrenal. Esses hor- mônios se ligam aos receptores beta-adrenérgicos que estão na membrana do adipóci- to, num sistema que chamamos de chave-fechadura. A partir daí, disparamos a cascata lipolítica no interior do adipócito, culminando com a ativação da enzima Lipase Hormô- nio Sensível, que realiza a hidrólise (quebra) do triglicerídeo (gota lipídica no interior do adipócito) em ácido graxo livre e glicerol. Como possuem um menor peso molecular, extravasam da célula (esvaziamento do adipócito) e caem na corrente sanguínea para serem utilizados sob a forma de energia. Em Síntese Importante! A irradiação com o feixe ultrassônico estacionário pode causar a diminuição do fl uxo de células sanguíneas, diminuição do fl uxo de oxigênio e cavitação transitória. Evita-se a cavi- tação transitória por meio da movimentação contínua do cabeçote aplicador do ultrassom. Importante! A aplicação das ondas mecânicas pode ser feita por meio de equipamentos com diversos ta- manhos de cristais, o que confere diferentes ta- manhos de ERA (Área de Radiação Efetiva – ou seja, área onde “efetivamente” a energia ultras- sônica exercerá efeitos). Fabricantes de equipa- mentos de ultrassom terapêutico oferecem dife- rentes tamanhos de ERAs. É possível, inclusive, trabalhar com o que chamamos de “ultrassom de alta potência ou grande superfície”, onde temos 3 cristais no mesmo transdutor com objetivo de alcance dos efeitos biofísicos (mecânico, térmico e químico) e fisiológicos em menos tempo de te- rapia atingindo uma área maior. Figura 4 – Exemplo de um ultrassom de grande superfície Fonte: Divulgação 11 UNIDADE Ultrassom (Plano, Focado e Microfocado) e Ondas de Choque Técnica de aplicação As técnicas de aplicação consistem na colocação de gel de contato (base água, como meio condutor da energia), e o acoplamento do transdutor na área, reali- zando movimentos circulares em toda a sua extensão. Importante dividir a área de tratamento em quadrantes, para cálculo adequado do tempo e deposição correta da energia (vide em parâmetros). A aplicação pode ser direta: transdutor em contato com a pele (utilizamos essa técnica nos tratamentos estéticos); ou indireta: aplicações em regiões irregulares por meio subaquático ou por bolsa de água (utilizada algumas vezes na reabilitação). Figura 5 – Exemplo de aplicação direta: ultrassom de pequena e grande superfície Fonte: Divulgação Parâmetros Devemos conhecer e ajustar os parâmetros no equipamento de ultrassom con- forme a necessidade terapêutica do paciente. Alguns equipamentos já pré-estabe- lecem parâmetros de acordo com a indicação. • Frequência: está relacionada com o número de ondas que passam em uma unidade de tempo, sendo 1 ou 3 MHz as mais utilizadas. A atenuação é dire- tamente proporcional à frequência do feixe de ultrassom. Portanto, 1 MHz é mais profundo (atinge cerca de 5cm) e 3 MHz mais superficial (atinge cerca de 2,5cm). 3 MHz 1 MHz Figura 6 12 13 • Modo de emissão: Contínuo quando não ocorre interrupção da onda ultras- sônica, de modo que há uma deposição ininterrupta de energia nos tecidos irradiados; aplicações onde se deseja todos os efeitos do ultrassom (térmico, mecânico e químico). E Pulsado, quando há interrupções regulares e regulá- veis na liberação da energia (é uma necessidade para minimizar o efeito teci- dual e que tem proporcionado outras indicações principalmente nos estágios inflamatórios mais precoces); nesse caso é necessário estabelecer a frequência em 16 e 48 Hz (para reparo de estruturas ósseas – fisioterapia) ou 100 Hz (em processo inflamatório agudo) e também o percentual de relação ON – OFF (varia de 5 a 50%). Exemplo: Razão de pulso de 20%: 20% de tempo ON, 80% de tempo OFF. • Tempo: deve ser referente ao tamanho da área (em cm2, sendo altura X largu- ra) dividido pela ERA. O resultado é o tempo de aplicação. • Intensidade: energia total por segundo emitida pelo aparelho, medida em watts (W/cm2). Intensidade baixa: < 0,3 W/ cm2; Intensidade Moderada: 0,3 a 1,2 W/ cm2; Intensidade alta: 1,2 a 3 W/ cm2. Essa é definida de acordo com o objetivo terapêutico. Em quadros de pós-operatórios utilizamos intensidades baixas. Em celulite e gordura, intensidades médias e altas (depende da camada adiposa). Para fonoforese intensidades médias. • Potência: o feixe de ultrassom transporta uma determinada quantidade de energia produzida pelo transdutor denominado de potência, a qual é medida em Watt (W), geralmente identificada nos equipamentos cujos valores terão relação com a área do transdutor e a intensidade aplicada. Assim, em um transdutor cuja ERA mede 3cm2 e se emite 3W/cm2, sua potência será de 9W. Ultrassom Focado Com a crescente busca em torno da melho- ra do contorno corporal, os tratamentos não invasivos para a redução de gordura tornaram- -se cada vez mais populares e tem crescido muito a procura por parte dos pacientes. O Ul- trassom focalizado não invasivo de alta intensi- dade (HIFU) tem sido utilizado desde a década de 50 para o tratamento de diversos tumores, mas só recentemente foi determinado como um método não invasivo com intuito de pro- mover a destruição seletiva do tecido adiposo. Figura 7 – Ultrassom focalizado Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images O ultrassom focalizado de alta intensidade, devido à configuração e construção do equipamento, gera concentração da energia ultrassônica em um ponto focal, provocando vibrações moleculares que aumentam a temperatura do tecido local e induzem necrose celular. Nos tratamentos corporais, tendo como foco de concen- tração de energia o tecido adiposo, realiza ablação do mesmo. 13 UNIDADE Ultrassom (Plano, Focado e Microfocado) e Ondas de Choque Vários estudos demonstram a segurança e eficácia de HIFU para redução de gordura localizada. Estes estudos indicam redução consistente em circunferência após o tratamento. Efeitos terapêuticos e indicações A alta intensidade de ultrassom gerada no ponto focal (em torno de 30W em 1 cm2,enquanto que, no ultrassom plano temos emissão máxima de 3W/cm2 em 1 cm2) gera uma série de efeitos que culminam na ablação tecidual, sendo eles: • Efeito mecânico ou cavitacional: as oscilações da onda mecânica no tecido que contém água formam microbolhas ar/gás e, pela alta intensidade energé- tica gerada no ponto focal, a membrana plasmática do adipócito se rompe de- vido ao violento colapso e consequente implosão das microbolhas (chamamos esse fenômeno de cavitação instável). • Efeito Térmico: a alta intensidade de energia no ponto focal eleva a tempe- ratura de maneira significativa, resultando em necrose de coagulação e morte celular quase imediata dentro da zona alvo, sem danos nos tecidos adjacentes (pele, vasos linfáticos e sanguíneos, músculos e nervos). Por meio desses efeitos, as células que sofreram danos desencadeiam uma respos- ta inflamatória que induz a uma resposta de reparação, e atraem células pró-inflama- tórias (macrófagos e neutrófilos), que fagocitam (englobam e digerem) e transportam lipídios e restos celulares. A maior parte dos adipócitos destruídos são reabsorvidos dentro de 12 semanas após o tratamento e 95% são reabsorvidos após 18 semanas. Isto resulta numa redução global do volume de adiposidade localizada. Estas altera- ções ocorrem sem aumentos significativos nos lipídios circulantes. Figura 8 – Ultrassom focalizado Fonte: COLEMAN, et. al; 2009 Figura 9 – Retalho após abdominoplastia, retirado imediatamente após o tratamento com ultrassom focalizado Fonte: GADSDEN, et. al; 2011 14 15 Técnica de aplicação A técnica consiste em uma aplicação estática, com deslocamento do aplicador a cada disparo, mantendo-se uma distância entre cada ponto, definida pela área de aplicação (geralmente 1 cm em regiões corporais) para que a distribuição da ener- gia seja uniforme por toda região de tratamento. Importante! O aplicador nunca deve fi car estacionado no local por mais de 1 disparo, havendo risco de queimadura. Importante! Os efeitos do ultrassom focalizado serão determinados pelo acúmulo de energia tecidual a qual produzirá cavitação instável e aumento de temperatura. No tratamento corporal, deve-se realizar a mensuração da prega cutânea com um adipômetro (passo 1). Utilizar um molde para demarcação dos pontos na área de tratamento (passo 2 e 3). Figura 10 – Passo 1, 2 e 3 Fonte: Adaptado de Divulgação Calcular a área em cm2 da região de tratamento (altura X largura) – passo 4. Figura 11 – Passo 4 Fonte: Adaptado de Divulgação 15 UNIDADE Ultrassom (Plano, Focado e Microfocado) e Ondas de Choque Preparar o transdutor conforme orientação do fabricante. Exemplo: Figura 12 – preparo do transdutor de um ultrassom focalizado Fonte: Adaptado de Divulgação Ajustar os parâmetros no equipamento (passo 9) e iniciar a aplicação (passo 10 e 11). Figura 13 – Técnica de aplicação ultrassom focalizado Fonte: Adaptado de Divulgação Parâmetros O ajuste das variáveis no equipamento se dá conforme indicação terapêutica. • Profundidade: alguns equipamentos permitem a escolha de diferentes pro- fundidades para que pacientes com maior ou menor quantidade de gordura sejam submetidos a esse tratamento (exemplo: 1cm, 1,5cm e 2cm); enquanto outros só permitem uma profundidade (1,5cm). • Potência/intensidade: configura a potência (em W) ou energia de saída de cada disparo/aplicador. O controle da sensação do paciente verbalmente deve ser feito regularmente durante o tratamento permitindo um melhor controle de eventos adversos. • Shot time: tempo de disparo/emissão da energia. • Time Off: tempo de intervalo entre um disparo e outro (é o momento que deslizamos o aplicador para o outro ponto). • Área (cm2): devemos informar ao equipamento o tamanho da área que será tratada para que ele calcule automaticamente o tempo de aplicação. 16 17 • Varredura: número de aplicações em diferentes sentidos na mesma região (horizontal, vertical e oblíquo) – utilizamos para garantir que toda a área rece- beu a aplicação. Utilizamos de 2 a 3 passadas. Ultrassom Microfocado O ultrassom microfocado consiste em um transdutor focado, porém com con- trole diferente de profundidade e energia aplicada. Essas diferentes configurações são determinadas para que o uso pretendido seja facial. Efeitos terapêuticos e indicações Uma característica importante do ultrassom microfocado para o atendimento fa- cial, que o distingue de outras técnicas, é a sua capacidade de produzir microlesões térmicas em profundidades precisas na derme reticular, como também da camada fibromuscular, denominada Sistema Músculo Aponeurótico Superficial – SMAS. Importante! O SMAS está em contato com a gordura subcutânea e envolve os músculos da expressão facial, conectando-se superfi cialmente com a derme. É composto de colágeno e fi bras elásticas, semelhantes aos da camada dérmica, no entanto, possui a propriedade de for- necer o suporte e a manutenção da suspensão da pele a longo prazo, após ser induzido termicamente à tensão de seus septos, com formação de um novo colágeno. Você Sabia? Representação do SMAS: https://goo.gl/mxUAQ1. Ex pl or Desta forma, o tratamento da derme associado ao SMAS é um objetivo muito desejável para o procedimento não invasivo de firmeza da pele do rosto, pois reduz as rugas e a frouxidão da pele com resultados muito mais duradouros. Esses efeitos são possíveis devido à interação da energia mecânica de alta inten- sidade gerada na pele que culmina em: • Efeito mecânico ou cavitacional: as oscilações mecânicas formam microbo- lhas de ar/gás no interior dos tecidos e pela alta intensidade energética gerada no ponto focal, estimulando uma lesão controlada do tecido. Com isso temos ativação do sistema de reparo tecidual, com atração de células inflamatórias, seguido de indução de fibroblastos. Assim, o colágeno é desnaturado pelo calor, resultando na formação de um novo colágeno seguido por tensão dos septos da pele. • Efeito térmico: a alta intensidade energética no ponto focal eleva a temperatura resultando em necrose de coagulação e morte celular quase imediata dentro da zona alvo, na ordem de milímetros, mas sem danos para os tecidos circunvizinhos. 17 UNIDADE Ultrassom (Plano, Focado e Microfocado) e Ondas de Choque Figura 14 – Fragmento de pele da região temporal exposta previamente ao HIFU 4,5 mm. Os círculos pontilhados indicam zonas de lesão térmica Fonte: WHITE, W. Matthew, et. al; 2007 Portanto, essa tecnologia é indicada em tratamentos de cicatrizes de acne, rugas superficiais e profundas, flacidez de pele e lifting facial. Técnica de aplicação A técnica consiste em uma aplicação estática, com deslocamento do aplicador a cada disparo, mantendo-se uma distância entre cada ponto, definida pela área de aplicação (geralmente 0,5 cm), para que a distribuição da energia seja uniforme por toda a região de tratamento. O aplicador nunca deve ficar estacionado no local por mais que 1 disparo, havendo risco de queimadura. • Área de aplicação (face e pescoço): dividir a região a ser trabalhada em qua- drantes: região frontal, face lado direito, face lado esquerdo, pescoço e colo. Figura 15 – Exemplo de passo a passo de preparo do paciente e do equipamento Fonte: Adaptado de Divulgação 18 19 Figura 16 – Exemplo de passo a passo de preparo do paciente e do equipamento Fonte: Adaptado de Divulgação Ajustar os parâmetros no equipamento e iniciar a aplicação. Figura 17 – Exemplo de passo a passo da aplicação Fonte: Adaptado de Divulgação Parâmetros O ajuste das variáveis no equipamento se dá conforme indicação terapêutica. • Profundidade: alguns equipamentos permitem a escolha de diferentes pro- fundidades para que pacientes com maior ou menor quantidade de gordura sejam submetidos a esse tratamento. Exemplo: 1,5mm (derme papilar); 3mm (derme reticular) e 4,5mm (SMAS). • Potência/intensidade: configura a potência (em W) ou energia de saída de cada disparo/aplicador. O controle da sensação do paciente verbalmentedeve ser feito regularmente durante o tratamento, permitindo um melhor controle de eventos adversos. • Shot time: tempo de disparo/emissão da energia. • Time Off: tempo de intervalo entre um disparo e outro (é o momento que deslizamos o aplicador para o outro ponto). • Área (cm2): devemos informar ao equipamento o tamanho da área que será tratada para que ele calcule automaticamente o tempo de aplicação. 19 UNIDADE Ultrassom (Plano, Focado e Microfocado) e Ondas de Choque • Varredura: número de aplicações em diferentes sentidos na mesma região (horizontal, vertical e oblíquo) – utilizamos para garantir que toda a área rece- beu a aplicação. Utilizamos de 2 a 3 passadas. Contraindicações • Gravidez; • Tecido neoplásico; • Implantes metálicos; • Alteração de sensibilidade na região de tratamento; • Doenças cardíacas; • Portadores de marca-passo; • Doenças renais; • Alterações cutâneas na região a ser tratada; • Hipertensos descompensados; • Pessoas submetidas a cirurgia há menos de 60 dias; • Tumores cutâneos; • Aplicação dos eletrodos próximo ao tórax pode aumentar o risco de fibrila- ção cardíaca; • Não deve ser aplicado sobre as regiões caróticas. Introdução as Ondas de Choque Ondas de choque extracorpóreas consistem em uma técnica considerada não invasiva, de estimulação mecânica de alta intensidade de energia, porém de baixa frequência (em até 22Hz). Trata-se de uma técnica/equipamento já utilizada em outras áreas, como na medicina (litotripsia – sendo que o equipamento possui pa- râmetros e aplicadores diferentes) e também na reabilitação traumato-ortopédica de seres humanos e animais (lesões crônicas, como tendinoses). Desde 2005 essa energia tem sido estudada e utilizada em tratamentos estéticos, com modificação de parâmetros e técnicas de aplicação para diversos fins terapêuticos. 20 21 Tipos de Ondas de Choque Existem diversos tipos de equipamentos geradores de Ondas de Choque, como os eletromagnéticos, pneumáticos, piezoelétricos. São diferentes formas de se produzir a energia. Os mais conhecidos e estudados são os eletromagnéticos e pneumáticos: • Eletromagnético: consiste em um aplicador que possui bobinas que, ao se submeterem a uma energia elétrica, geram um campo magnético que oscila (movimenta) um projétil contido no interior do aplicador (como uma bala). Esse movimento faz com que o mesmo impacte com a ponteira na extremida- de do aplicador, gerando impacto e, consequentemente, a emissão das ondas de choque de maneira controlada transferida para a pele do paciente. Figura 18 – Representação de um aplicador eletromagnético Fonte: Adaptado de IBRAMED • Pneumático: consiste em um aplicador que possui entrada de ar comprimido (gerado pelo equipamento) que oscila (movimenta) um projétil contido no in- terior do aplicador (como uma bala). Esse movimento faz com que o mesmo impacte com a ponteira na extremidade do aplicador, gerando impacto e, consequentemente, a emissão das ondas de choque de maneira controlada transferida para a pele do paciente. Figura 19 – Representação de um aplicador pneumático Fonte: Adaptado de IBRAMED 21 UNIDADE Ultrassom (Plano, Focado e Microfocado) e Ondas de Choque Efeitos Terapêuticos e Indicações A terapia de ondas de choque promove os seguintes efeitos fisiológicos: • Ativação fibroblástica: por ativação mecânica dos fibroblastos, aumentando a densidade das fibras de colágeno e elastina. • Remodelagem tecidual: o tracionamento das fibras colágenas da pele, por meio do movimento do aplicador, estimula o rearranjo das fibras e melhora da maleabilidade do colágeno. • Aumento da microcirculação: pelo estímulo mecânico de auto impacto gera vasodilatação com consequente aumento de oxigenação e nutrientes ao tecido. • Modulação da dor: por uma hiperestimulação mecânica, ativando teoria das comportas. • Eliminação das toxinas e aumento do fluxo linfático: acelera o transporte de metabólitos teciduais, reduzindo edema. • Liberação de fatores de crescimento e de fatores angiogênicos: promo- vendo cicatrização local e neoangiogênese. • Redução do tecido adiposo: até o momento não existem evidências científi- cas em relação ao real fenômeno fisiológico provocado em nível celular para que ocorra a redução do tecido adiposo, porém ensaios clínicos demonstram redução significativa. Portanto, essa terapia está indicada para redução da celulite e gordura localiza- da, flacidez de pele e melhora da microcirculação. Técnica de Aplicação A técnica de aplicação é simples e rápida, podendo ser associada a outras terapias na mesma sessão. Realiza-se a limpeza do local de tratamento, em se- guida deve-se aplicar um gel neutro, po- sicionar o aplicador e, na sequência, re- alizar a aplicação estática ou dinâmica. A aplicação estática (aplicador pa- rado) é utilizada na reabilitação e a di- nâmica (movimento lento e constante do aplicador, no sentido horizontal e vertical) é a técnica mais utilizada nos tratamentos estéticos. Figura 20 – Exemplo de técnica de aplicação Fonte: IBRAMED 22 23 Parâmetros O ajuste de alguns parâmetros é necessário para que a energia seja entregue para os fins terapêuticos desejados. Entre eles: • Tipos e tamanho das ponteiras: fabricantes determinam tipos de materiais para confecção das ponteiras, sendo comum as metálicas (aço inox – para tratamentos mais profundos) e ponteira de plástico (poliacetal – para tratamen- tos mais superficiais). Os tamanhos determinam a concentração da energia. Podemos, inclusive, combinar ponteiras em casos em que o paciente possui flacidez de pele e também celulite/gordura localizada. • Energia (intensidade): de acordo com o sensorial e objetivo terapêutico. Varia de 60 a 200mJ/mm2. Costuma-se utilizar uma média de 100mJ nos tra- tamentos estéticos. Pode-se alterar conforme resposta sensorial do paciente. • Frequência: em torno de 15 Hz para estética. • Números de disparos: bastante variável nos artigos científicos. Em média de 1.500 a 6.000 por área. • Área de tratamento: Para estética uma média de 300 cm2 (meia folha sulfite). Contraindicações • Gestantes; • Hemofilia ou outros distúrbios hemorrágicos; • Ingestão de anticoagulantes; • Sobre tecidos com inflamações agudas não diagnosticadas; • Sobre área de polineuropatia em pacientes com Diabetes Mellitus; • Em pacientes submetidos à terapia com cortisona até 6 meses antes da primei- ra sessão de terapia por ondas de choque extracorpórea; • Sobre áreas neoplásicas; • Sobre doenças vasculares oclusivas e insuficiência circulatória, como em ca- sos de trombose venosa profunda, flebite, varizes, arteriosclerose obliterante e tromboangeíte obliterante; • Presença de dispositivo eletrônico implantado; • Diretamente sobre os seios carotídeos, gânglio estrelado ou nervo vago locali- zado no triângulo anterior do pescoço; • Sobre a região de pulmões, área cardíaca, grandes nervos e vasos, coluna e cabeça; • Áreas com tendência para hemorragias após trauma agudo ou fratura. 23 UNIDADE Ultrassom (Plano, Focado e Microfocado) e Ondas de Choque Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Eletroterapia Explicada – Princípios e Prática LOW, A.; REED, J.; WARD, R. Eletroterapia Explicada – princípios e prática. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 14 ex. Fisioterapia Dermatofuncional GUIRRO, E; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermatofuncional. 3. ed. São Paulo: Manole, 2010. 14 ex. Vídeos Protocolo de Aplicação – Ultrafocus https://youtu.be/uh62l1CObY4 Treinamento Thork – Ondas de choque https://youtu.be/RLIieNnLajU 24 25 Referências BORGES, F. S. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções es- téticas. São Paulo: Phorte, 2006. GUIRRO, E; GUIRRO, R. Fisioterapia dermatofuncional. 3. ed. São Paulo: Ma- nole, 2010. 14 ex. KITCHEN, S. Eletroterapia: prática baseada em evidências. 11. ed. São Paulo: Manole, 2003. LOW, A.; REED, J.; WARD, R. Eletroterapia explicada – princípios e prática.4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 14 ex. SILVA, M. Eletroterapia em estética. São Paulo: Robe, 1999. SORIANO, D. Electroestética professional aplicada: teoria e pratica para la utilización de corrientes en estética. Madrid: Sorisa, 2000. ZARAGOZA, J. R. Electroestética. Madrid: Nueva Estética, 1995. 25
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