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Maycon atividade 4

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Goiás, 11 de junho de 2020
Curso: Licenciatura em Geografia
Disciplina: Geografia de Goiás
Professor: Kleber Mendes
Acadêmico: Maycon Douglas Garcia
Atividade 5 (18 a 29 de maio).
Faça um resumo crítico sobre o processo de integração nacional do Estado de Goiás. (Pág. 73 á 100). Essa atividade vai corresponder para duas semanas).
Na década de 30 São Paulo era a região mais desenvolvida na produção brasileira e o governo Vargas buscava por meio da “marcha para o Oeste” ocupar o planalto central e a Amazônia, para assim obter escoadouros, além de novas terras para produção. 
Goiás nesse período era um “ambiente vazio”, pois funcionava como escoadouro de São Paulo, mas com pouca ocupação populacional, assim como Mato Grosso. Novas mudanças foram trazidas por dois grandes eventos; a integração comercial nacional e a urbanização do estado. Goiânia trouxe benefícios significativos, primeiro pelo quantitativo de pessoas que migraram para sua trabalhar em sua edificação, segundo pelas políticas de incentivo a seu povoamento. 
A crise de 29 afetou Goiás, pois sua produção e escoamento estava diretamente relacionada com São Paulo, a queda nas exportações e a recuperação em sintonia com a economia paulista comprovam articulação de Goiás com o centro dinâmico do país. Neste caso, a queda nas exportações não foi resultante de alterações normais e sim expressão viva da crise nacional.
A revolução de 30 trouxe oportunidades de mudança no estado principalmente no quesito político, uma vez que, os sul-goianos iniciaram um levante que obrigou a instauração de um novo governo e sua solidificação ocorreria por meio da criação de uma nova capital, moderna, assim como o progresso. Na verdade, esse discurso estava mascarado por desejos de poder tanto da oligarquia antiga como dos progressistas, os primeiros queriam manter o domínio diante das pequenas cidades e da velha capital, já os segundos gostaria de construir uma nova capital para destituir seus rivais.
Para alimentar seus posicionamentos os sulistas apontavam que a antiga capital era um atraso ao desenvolvimento capitalista, elementos como terreno acidentado, insalubridade e decadência urbana da velha capital eram corriqueiramente arrolados. Contudo, o título de capital foi retirado da Cidade de Goiás por demais questões entre elas, políticas, sociais, econômicas e não meramente físicas e sanitárias. 
O desejo de mudança estava tão forte, que achar o local para a construção da nova capital não foi problema, estes surgiram depois, com as dificuldades econômicas e técnicas para edificação. Para obter verbas, foram feitos loteamentos e empréstimos com o governo, as dívidas contraídas e as verbas advindas da negociação das terras serviram para financiam dos edifícios públicos.
Outro ponto complicado para a construção da cidade estava no déficit de mão de obra, desde serventes a engenheiros, para resolver tal imprevisto foram feitas campanhas em rádio na busca de operários. Contudo mesmo os que já estavam participando incitavam greves devido a péssima moradia e alimentação, além do trabalho excessivo e pagamento barato.
Apesar do problemas, Goiânia surgiu rapidamente e se firmou como uma potência econômica do centro-oeste, A crescente valorização das terras goianas atraíram investidores de outros centros a ponto de o crescimento econômico do município ser bastante evidenciado pelo seu primeiro prefeito.
Todos estavam otimistas com a capital, seu crescimento seguia em ritmo acelerado, entretanto o resto do estado não a acompanhava. E apesar da separação de terrenos para implantação de indústria, isso não aconteceu, na verdade os imigrantes buscavam terras férteis para o cultivo. 
As produções precisavam ser escoadas, por isso foram criadas novas ferrovias, sem grande qualidade, as estradas também não tinham a qualidade necessária para o trânsito de mercadorias, muitas vezes os caminhões ficavam atolados ou não conseguiam chegar aos destino.
Em função da construção de Goiânia e da extensão da ferroviária até Anápolis, algumas modificações ocorreram no estado. Cresceram o número de pequenas propriedades rurais, também surgiram mais estabelecimentos pequenos. Por isso, o estado mantinha técnicas rudimentares de cultivo do solo e criação de gado, sendo assim as industrias eram escassas e limitadas a produtos de uso básico, o estado continuava com suas raízes coloniais.
Nas décadas de 1940 e 1950 a 1mrgração para Goiás avolumou-se substancialmente e a implantação da CANO foi responsável pelo assentamento de significativa parte dos imigrantes. Ceres por exemplo foi ocupada por mineiros e trabalhadores de fazendas, eles viram no município a chance de ter terras para cultivo e produção de bovinos. Uma consequência dessa rápida população foram a destruição da vegetação nativa, já que o principal meio eram as queimadas. As principais culturas dos colonos foram respectivamente arroz, milho e feijão, o que transformou Ceres em importante centro fornecedor de alimentos no centro-sul de Goiás.
Como a maior parte desses novos produtores rurais não possuíam subsídios financeiros para sua produção, buscaram empréstimos com os grandes cerealistas de Anápolis e os comerciantes do ramo que se instauraram em Ceres. Devido as dívidas muitas famílias tiveram que abandonar suas terras, dando lugar a latifúndios. 
Outros projetos colonizadores foram implantados no estado de Goiás, contudo não obtiveram resultados significativos, quase todos foram “engolidos” por grandes fazendas e comerciantes detentores do capital. 
Ao lado dos projetos de colonização, Goiás foi contemplado com um pacote rodoviário que acelerou a sua integração nacional, pois não bastava produzir era necessários escoar as produções. Em termos de infraestrutura, duas ações governamentais ganharam visibilidade logo na segunda metade da década de 1950 e foram fundamentais para o futuro de Goiás: as medidas incentivadoras no sentido da geração de energia elétrica e o aprimoramento dos meios de transporte. 
Goiás cria a CELG, um órgão público responsável por levar eletricidades a todos os cantos do estado e junto dela o desenvolvimento. A companhia nasceu discretamente e conseguia atender uma pequena porcentagem de goianos, entretanto nas décadas seguintes a mesma foi adentrando o estado. 
Em relação aos transportes, Os efeitos da construção de Brasília e da implantação das rotas federais exigiram dos governos de Goiás a complementação das estradas estaduais permitindo acesso às rodovias principais. Nas rodovias federais ajudaram os estados circunvizinhos no desenvolvimento, pois o estado de Goiás consistia no caminho para o escoamento tanto de São Paulo, quanto do Triangulo Mineiro com o resto do país.
A BR 153 (Belém Brasília) trouxe ganhos ao estado por incremento da taxa de urbanização regional engendrando o surgimento de pequenos entrepostos comerciais ao longo da mesma. As cidades goianas cortadas pela BR cresciam em ritmo acelerado, Corno prova, o transporte de mercadorias via ferrovia foi declinante em Goiás - tanto em toneladas quanto em volume- a partir da década de 1950.
O transporte rodoviário ultrapassou o ferroviário e tomou conta de Goiás, pacote rodoviário acelerou a integração de Goiás no comércio nacional e modificou as comunicações dentro e fora do estado.

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