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Apostila de Formação e Manejo- 2020

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1 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL GOIANO – CÂMPUS CERES 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE FORMAÇÃO E MANEJO DE PASTAGEM 
 
 
 
 
 
 
Professor: Adalto José de Souza Linhares 
Contatos: e-mail adalto.linhares@ifgoiano.edu.br 062 981733707 adalto_sb 
 
 
 
 
CERES-2020
mailto:adalto.linhares@ifgoiano.edu.br
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
2. DEGRADAÇÃO E RECUPERAÇÃO DA PASTAGEM ........................................... 3 
2.1. DEGRADAÇÃO DE PASTAGENS ................................................................................................ 3 
2.2. RECUPERAÇÃO E RENOVAÇÃO DE ÁREA DE PASTAGENS ............................................................ 6 
4. FORMAÇÃO DE PASTAGENS ................................................................................ 8 
4.1. INDICAÇÃO DA FORRAGEIRA .................................................................................................... 9 
4.2. CORREÇÃO DO SOLO E PREPARO DA ÁREA PARA ESTABELECIMENTO DA FORRAGEIRA .............. 10 
4.2.1. ANÁLISE DO SOLO E RECOMENDAÇÃO DE CORRETIVO ................................................... 10 
4.2.2. PREPARO DA ÁREA PARA SEMEADURA/PLANTIO DE FORRAGEIRAS ................................... 12 
4.3. IMPLANTAÇÃO DA FORRAGEIRA ............................................................................................. 15 
4.3.1. QUANTIDADE DE SEMENTES PARA FORMAÇÃO DO STAND FORRAGEIRO ............................ 15 
4.3.2. PLANTIO POR MUDAS ................................................................................................. 18 
4.4. ADUBAÇÃO DE FORRAGEIRAS ............................................................................................... 21 
4.4.1. ADUBAÇÃO FOSFATADA DE ESTABELECIMENTO E MANUTENÇÃO ..................................... 21 
4.4.2. ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA DE COBERTURA .............................................. 23 
4.4.3. ADUBAÇÃO PARA CULTURAS ANUAIS DE MILHO E SORGO ... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
4.5. CONTROLE DE INVASORAS .................................................................................................... 25 
4.6. CONTROLE DE PRAGAS......................................................................................................... 31 
4.7. MANEJO DE FORMAÇÃO ........................................................................................................ 34 
4.8. MANEJO DE MANUTENÇÃO DAS PASTAGENS .......................................................................... 35 
5. SISTEMA DE PRODUÇÃO ANIMAL EM PASTAGENS ....................................... 37 
5.1. SISTEMAS DE PRODUÇÃO ...................................................................................................... 37 
5.2. MANEJO DA PASTAGEM E DO PASTEJO PARA PRODUÇÃO ANIMAL ............................................ 39 
5.3. MÉTODOS DE PASTEJO ......................................................................................................... 47 
5.4. MANEJO GERAL DE CAPINEIRAS ............................................................................................ 55 
6. CONSIERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 56 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 57 
 
 
3 
 
1. DEGRADAÇÃO E RECUPERAÇÃO DA PASTAGEM 
 
1.1. Degradação de Pastagens 
 
MACEDO (2000) definiu como degradação o processo evolutivo onde percebemos na 
pastagem a queda do vigor de rebrota, produtividade e da capacidade de recuperação da 
pastagem, tornando-a incapaz de sustentar os níveis de produção e qualidade exigidos pelos 
animais, bem como superar os efeitos nocivos de pragas, doenças e invasoras. Em estágio 
avançado ocorre considerável degradação dos recursos naturais, através da compactação, 
levando a baixa infiltração de água no solo para reabastecimento do lençol freático, seguido de 
perda do solo por processos erosivos e, consequentemente assoreamento dos cursos d’água. 
 
Figura. Representação gráfica simplificada do processo de degradação de pastagens cultivadas 
em suas diferentes etapas de tempo 
 
A degradação em situações que não utiliza adubações de manutenção/reposição e 
práticas conservacionistas do solo e manejo adequado da pastagem, inicia com declínio da 
produção, entre dois a quatro anos, progredindo para degradação das pastagens, por volta de 
quatro a seis anos, e avançada sobre a superfície do solo, entre seis a oito anos (SOARES FILHO 
et al., 1996). Segundo EUCLIDES (2000) essa situação contribui para a não sustentabilidade da 
produção pecuária. 
Na prática, com base na vivência sobre o potencial produtivo de uma determinada 
forrageira, o estágio de degradação da pastagem, segundo VIEIRA e KICHEL, (1995), pode ser 
facilmente avaliado pela observação de algumas características sequenciais: 
 
A: Disponibilidade de forragem: Pastos baixos, com escassez de material disponível; 
B: Capacidade de rebrota: Produção de MS não reage à vedação prolongada, mesmo em 
condições favoráveis de clima; 
C: Cobertura vegetal: Baixo Stand com muitos espaços vazios; 
D: Lotação: Capacidade de suporte baixa para o potencial da forrageira; 
E: Ganho de peso dos animais: Abaixo do potencial genético para a categoria; 
F: Invasoras e Pragas: Surgimento espontâneo de plantas oportunistas e pragas (efeito estético 
e/ou competitivo); 
G: Características químicas do solo: Deficiências de 1 ou vários minerais limitantes; 
H: Características físicas: Compactação e sinais de erosão; 
4 
 
NASCIMENTO JR et al. (1994) sugeriu uma classificação da condição da pastagem para 
diagnóstico do estádio de degradação de acordo com disponibilidade de forragem, cobertura 
do solo com stand forrageiro, altura média do pasto e relação folha/colmo, conforme descrição 
abaixo 
(http://forragicultura.com.br/arquivos/recuperacaopastagensdegradadasconceitosustentabilidade.pdf). 
 
EXCELENTE: Deve possuir mais de 2.500 kg/ha de Matéria Seca (MS) disponível, estar 
formada em mais de 75% da sua área com a forrageira implantada, estar com plantas acima de 
40 cm de altura e relação folha/caule maior do que 1. 
BOA: Possuir de 1.500 a 2.500 kg/ha de MS, a forrageira implantada ocupando de 50 a 75% 
da área, possuir uma altura média de 40 cm e uma relação folha/caule em torno de 1. 
RAZOÁVEL: Está deve estar produzindo entre 750 e 1.500 kg/ha de MS, a forrageira 
ocupando de 25 a 50% da área, com uma altura de forragem de 40 cm, uma relação folha/caule 
menor do que 1, e, já aparece sinais de erosão laminar incipiente, causada pelas chuvas. 
POBRE - Quando possui uma produção de forragem abaixo de 750 kg MS/ha, ocupa menos 
de 25% da área, possui uma altura abaixo de 40 cm e apresenta-se com sinais evidentes de 
erosão laminar. 
 
 
Simulação da Produtividade (Ton MS/ha/Corte) potencial e em diferentes estágios de degradação 
após período de descanso de 30 dias no período chuvoso. 
Cultivar 
 
Potencial 
(100%) 
Degradação 
Baixa (75%) 
Degradação 
Média (50%) 
Degradação 
Alta (25%) 
Mombaça 7,0 5,00 3,50 1,75 
Tanzânia 6,0 4,50 3,00 1,50 
Tifton-85 5,0 3,75 2,50 1,25 
Brachiaria 4,0 3,00 2,00 1,00 
Andropogon 3,0 2,25 1,50 0,75 
Média 5,0 3,75 2,50 1,25 
 
Critérios de diagnóstico do estádio de degradação 
 
São classificados em três estágios de degradação da pastagem. 
No primeiro estágio de degradação a espécie mais consumida pelos animais, sob estresse do 
pastejo pesado, ou sob outro fator qualquer, perde o vigor e reduz o seu crescimento. 
No segundo estágio a forrageira mais aceitável/consumida começa a desaparecer e outras 
forrageiras menos apreciadas pelos animais e menos exigentes em fertilidade iniciam o domínio 
da área. 
No terceiro estágio ocorre o surgimento na pastagem por espécies de plantas oportunistas 
invasoras. Este estágio ocorre junto ao segundo ou inicia logo após. 
 Nestes três estágios ocorrem prejuízosna composição e na disponibilidade de forragem 
produzida na pastagem. 
A seguir encontram-se alguns parâmetros que podem ser usados como critérios para o 
diagnóstico do estádio de degradação de pastagem de forrageiras do gênero Brachiaria sp., o 
qual representa atualmente 85% da área de pastagens cultivadas do Brasil. Podemos perceber 
que a oferta da forrageira mais palatáveis decresce e, à medida que a pastagem perde a 
http://forragicultura.com.br/arquivos/recuperacaopastagensdegradadasconceitosustentabilidade.pdf
5 
 
forrageira desejada, vão acumulando uma forrageira de pouco valor nutritivo e menos palatável 
até ser coberta por invasoras. 
 
 
Figura. Efeito da pressão de pastejo na composição botânica e proporção relativa de plantas 
palatáveis, não palatáveis e invasoras (STODDART, SMITH e BOX, 1975, citado por Nascimento Jr, 
1994). 
Essa figura retrata uma situação comum que vejo acontecer em nossa região. Alguns 
produtores estão formando pastos com mistura de sementes de Mombaça/Tanzânia com 
Bachiaria/Massai. Inicialmente nota-se o Mombaça/Tanzânia predomina na área, após um ano 
sem manutenção, a Brachiaria/Massai começa a dominar, depois por volta de dois a três anos 
inicia a intensificação de plantas invasoras, que além de infestar aquela área, gera um banco de 
semente que é disseminada para outras áreas e/ou ficam no solo, à espera de uma nova reforma. 
SANTOS et al., 2002 apud Stoddart et al., 1975 relataram a influência do sistema 
extensivo com método de pastejo contínuo em regiões tradicionais com manejo do ajuste da taxa 
de lotação animal baseado na limitação de produção de inverno e, explicam que no período de 
verão ocorre sobra de forragem, que leva ao pastejo desuniforme em função da seletividade da 
forragem devido a maior disponibilidade de forragem. Este fato faz o animal pastejar em locais de 
sua preferência, evitando pastejar em áreas mais distantes ou de acesso mais difícil. 
 Neste caso faz com que as primeiras áreas pastejadas rebrotem e logo retornem a 
pastejá-las novamente. Com o tempo, o pasto passa a apresentar uma área super pastejada 
(rápada), outra sub pastejada (entouceirada), e áreas intermediária de transição entre elas. Na 
parte super pastejada a fase lenta de crescimento fica cada vez mais longa e favorece o 
estabelecimento de invasoras. Em pouco tempo esta área se degrada, e os animais passam a 
pastejar o outro local. Desta forma, a cada ano a porcentagem de área degradada no pasto 
aumenta, até que seja necessária a reforma. 
 
 
6 
 
1.2. Recuperação e renovação de área de pastagens 
 
Recuperação de pastagem degradada consiste no restabelecimento da produtividade potencial 
da forragem de acordo com o interesse econômico, mantendo-se a mesma espécie ou cultivar de 
planta forrageira. 
Renovação consiste na recuperação da produtividade da área com a substituição da espécie ou 
cultivar forrageira. 
Fase de Recuperação de áreas de pastagem degradada 
 FASE 1 – Manutenção da pastagem 
 FASE 2 - Degradação da pastagem 
 FASE 3 – Degradação do solo 
 
De acordo com o grau de degradação, algumas intervenções e práticas técnicas podem ser 
usadas de forma estratégica na área de pastagem: 
Quadro. Recomendações de estratégias conforme o estágio de degradação 
Fase Custo 
Nível de 
degradação 
Estratégia usada Preparo do solo 
1 1/10 1: Leve Período de Descanso (PD), 
ajuste de pressão de 
pastejo (PP), adubação de 
manutenção. 
Recuperação direta sem preparo 
de solo, somente com aplicação 
de fertilizantes superficiais, 
especialmente N (40 kg/ha) e K 
(Se o K <50 mg); 
1 3/10 2: Baixa Anteriores + análise de solo 
e adubação corretiva. 
Em caso de compactação deve 
realiza subsolagem e ressemeio 
em área descoberta; 
2 5/10 3: Média Anteriores + Controle de 
invasoras (caso o stand 
forrageira estiver cobrindo a área) 
O tipo e dosagem do herbicida 
depende das invasoras existentes; 
A adubação dever ser realiza 
mediante análise do solo; 
3 7/10 4: Alta 
Solo com 
baixo stand 
forrageiro e 
baixa 
fertilidade 
Reforma/Recuperação 
Controle de Invasoras; 
Calagem 
Gradagem leve 
Semeadura leve 
Adubação 
Pode-se empregar o cultivo 
solteiro, com retorno mais rápido 
dos animais, ou para amortizar 
esse custo, empregar o SILP 
(Anual+Perene) 
3 10/10 4: Muito alta 
Solo ácido e 
pobre em 
fertilidade 
Dominado 
por invasoras 
e/ou cupins 
Reforma/Renovação 
Dessecação; 
Calagem; 
Revolvimento do solo; 
Descanço; 
Dessecação e Nivelameto 
Semeadura da nova 
cultivar; 
Adubação de plantio 
Adubação de cobertura 
Pode-se empregar o cultivo 
solteiro, com retorno mais rápido 
dos animais, ou para amortizar 
esse custo, empregar o SILP 
(Anual+Perene) ou em casos 
oportunos, realizar a rotação com 
dois anos com cultura e posterior 
plantio da forrageira; 
 
 
 
7 
 
RECUPERAR OU REFORMAR 
É possível recuperar uma área, desde que esteja predomínio de cobertura vegetal com 
forrageiras vivas em relação à solo exposto, com invasoras e touceiras mortes, principalmente por 
ataque de cigarrinhas. É importante que a área apresente cobertura superior a 75% por forrageira, 
considerando o dossel da planta. Nestas situações espera-se ter na área entre 4 a 8 plantas 
forrageiras entouceiradas/m². Para essa avaliação é indicado usar o método do quadrado em 
vários pontos da área total. No caso de forrageiras estoloníferas, tais como Cynodon, não se 
adota este critério, pois tem alta capacidade de alastrar, desde que as invasoras sejam 
controladas. 
 
Os métodos de formação e recuperação de pastagens poderão ser feitos de acordo com as 
características de cada propriedade, podendo-se em função do grau de preparo do solo, conforme 
as modalidades abaixo. 
 
Recuperação direta sem o preparo do solo 
Utilizada para pastagem em início de degradação, provocado pelo manejo inadequado, 
presença de invasoras e/ou pela deficiência de nutrientes. Consiste na aplicação de herbicidas 
seletivos e adubos e corretivos superficiais de acordo com análise do solo/forrageira, seguidos de 
vedação (período de descanso) do pasto. 
 
Recuperação direta com preparo mínimo 
Utilizado quando existe compactação do solo em casos de pastagens malformadas. Se 
houver compactação em profundidade emprega-se o subsolador ou escarificador. Quando 
necessário emprega-se corretivos/adubos/sementes superficialmente. 
 
Recuperação/Renovação direta com preparo total do solo 
Utilizado em situações de degradação total da pastagem. Consiste, portanto, numa 
recuperação da área de pastagem através da correção, conservação e preparo total do solo, 
seguido de aração, gradagem, semeadura/plantio adubado, tratos culturais. 
 
Recuperação/Renovação Indireta (consorcio cultura anual com o capim) 
Consiste no cultivo de uma cultura anual (arroz, milho, sorgo) com o capim. Após a colheita 
da cultura anual, a área de pastagem estará recuperada. É uma forma utilizada, principalmente, 
quando se emprega a cultura anual para a produção de silagem (colheita mais cedo) ou grão em 
áreas com nível avançado de degradação. 
 
Recuperação/Renovação estratégica com rotação de culturas (ILP). 
Consiste no plantio de cultura como melancia, soja, milho, sorgo, milheto por um ou dois 
anos para recuperar a fertilidade do solo e em seguida retorna-se com a pastagem. Muito 
empregado em áreas com pastagem degradada e com alto grau de invasoras. Constitui em uma 
excelente forma estratégica de integração lavoura-pecuária 
 
Atividade 
Pesquise materiais (nota técnica/cartilhas/documentos/artigos/dissertações) sobre ILP 
(Integração Lavoura Pecuária) e ILPF (Integração Lavoura Pecuária Floresta), principalmente da 
Embrapa. 
8 
 
2. FORMAÇÃO DE PASTAGENS 
 
As pastagens cultivadas introduzidas pelo homem são espécies adaptadas aos trópicos 
e tem potencial de apresenta bom rendimento forrageiro e desempenho animal. No entanto, 
nota-se insucesso da formação da pastagem pelo emprego inadequado das técnicas 
agronômicas eficientescausando diferentes estágios de degradação precocemente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste contexto, é fundamental para um bom estabelecimento de pastagens seguir 
algumas medidas culturais, utilizando procedimentos técnicos, como: escolha/conhecimento do 
local a ser implantado, escolha da espécie forrageiras adaptadas as condições edafoclimáticas, 
proteção da área contra entrada de animais, preparo adequado do solo/terreno, correção e 
adubação do solo, aquisição de sementes/mudas de boa qualidade, semeadura/plantio 
(sementes/muda em quantidade e qualidade, com profundidade e época adequada para 
desenvolver e estabelecer), tratos culturais e manejo adequado da pastagem e dos animais em 
pastejo. 
 
Os principais erros observados e fatores que afetam são: 
no estabelecimento de pastagens 
- Preparo inadequado da área e 
do solo; 
- Falta de correção e fertilização 
do solo de forma adequada na 
implantação da pastagem; 
- Falta de curvas de nível e descompactação do solo para 
melhorar a infiltração de água e raízes no solo; 
- Não controle de ervas daninhas ou do banco de semente 
da forrageiras existente em pré e pós semeadura; 
- Não incorporação do calcário e a não concentração do 
fósforo junto à zona radicular das plantas; 
- Escolhas de espécies 
incompatíveis ao sistema ou 
condições de manejo que será 
adotada; 
- Plantio em épocas desfavoráveis 
ou com baixa disponibilidade de 
umidade no solo 
 
- Semeadura inadequado e/ou uso de semente de má 
qualidade; 
- Não incorporação das sementes (ataque de insetos, 
pássaros e roedores) ou com profundidade incorreta (baixa 
emergência e vigor); 
- Qualidade das sementes utilizadas (priorizar sementes 
puras e de empresas idôneas); 
- Quantidade inadequada de sementes de plantio (não 
economizar neste item); 
- Falta de tratos culturas - Controle de pragas, invasoras e adubação de cobertura; 
na manutenção das pastagens 
- Manejo inicial inadequado de 
utilização das pastagens; 
- Falhas de manejo que 
compromete o potencial de 
crescimento fisiológico das 
plantas 
- Ajusta da capacidade de suporte; 
- Respeito à fisiologia da planta; 
- Método de pastejo inadequado; 
- Negligência na reposição dos nutrientes extraídos; 
Estabelecimento de Pastagem ou Formação de Pastagens 
Manejo de Pastagem 
Manutenção Intensificação Degradação 
R
e
f
o
r
m
a 
Re
no
va
çã
o 
Recuperação 
9 
 
2.1. Indicação da Forrageira 
 
Os principais fatores a serem considerados: 
 Objetivos, necessidades e condições do produtor; 
 Estágio de degradação da forragem atual/ existente e levantamento da comunidade 
forrageira; 
 Características edáficas (topográficas e amostragem do solo para análise física e 
químicas do solo); 
 Condições climáticas (Época-estação do ano e previsões do tempo); 
 
Após realizar essas observações, realiza-se amostragem do solo para análises 
laboratoriais verificação da textura e avaliação da fertilidade do solo e, em seguida recomenda-
se a forrageira mais adequada e determina os níveis e as concentrações dos diferentes insumos 
necessários para o desenvolvimento das culturas. 
A escolha de forrageiras, adaptadas à região e ao manejo, é fundamentalmente para o 
êxito da implantação de pastagens cultivadas. Os critérios relacionados às características 
agronômicas das forrageiras (potencial produtivo, persistência e adaptação a fatores bióticos, 
climáticos e edáficos, hábitos de crescimento, etc), somados às de qualidade, infra-estrutura da 
propriedade e às condições do produtor, poderão servir de base para técnicos e proprietários na 
escolha das forrageiras. As exigências e tolerâncias das gramíneas e leguminosas tropicais 
poderão ser descritas, conforme os quadros abaixo. 
 
 
 
Figura. Escada da ilusão. Fertilidade x Forrageira 
 
Figura. Superficialização das raízes e 
decréscimo na produtividade, em 
função do manejo e queda da fertilidade 
do solo 
 
 
Ribeiro (1968) relatou que uma boa forrageira deve possuir as seguintes características: 
a) ser perene; b) bom crescimento durante o ano todo; c) alto valor nutritivo compatível ao 
sistema e condições edafoclimática; d) apresentar alta relação folha/haste; f) boa aceitabilidade; 
g) facilidade em se estabelecer e dominar; g) resistência às pragas e doenças; h) resistência a 
extremos climáticos; i) resistência ao fogo e abalos mecânicos (pisoteio); 
No entanto, esses fatores são generalizados e quase impossível de ser boa em todas 
estas características em uma única cultivar e principalmente no decorrer das estações do ano. 
10 
 
Sendo importante o produtor possuir na propriedade uns 3-4 gêneros de forrageiras, com 1 a 2 
cultivar por gênero, para obter maior flexibilidade de manejo e oferta de forragem. 
Diante disso segue algumas informações para reflexão: (a) a relação folha/ haste tem 
forte influência de manejo e estação, especialmente no andropogon e panicum, como mombaça 
e tanzânia; em (b) estas forrageiras também concentram sua produção nos período de chuva, 
no qual para essas características tem como vantagens os capim do gênero brachiaria, e o 
capim-massai, e principalmente o gênero Cynodon no inverno; (c) com as tecnologia de ILP, as 
culturas não perenes, como aveia e azevém tornaram uma excelente opção para cultivo em 
sobressemeadura em pastagens irrigadas na época de frio (inverno) e as culturas de sorgo e 
milheto são excelente alternativas para formação de pastagem rápida, tanto na primavera, 
quanto em safrinha; (d,e) sobre a facilidade de estabelecer, as gramas do gênero cynodon e 
amendoim forrageiro propagados por mudas, apresenta estabelecimento mais difícil, porém 
após estabelecer são ótimas para obter forragem de alta qualidade e persistir mesmo sem a 
produção de sementes; (f) a palatabilidade/aceitabilidade está mais ligado às folhas, 
especialmente no estrato superior do dossel; (g) sobre a resistência à pragas, nota-se a 
expertise das lagartas em devora uma grama nutritiva, o avanço das cigarrinhas e fungos 
hepatotóxico em brachiarias; entre outros. 
Diante disso, torna-se importante o conhecimento de todas as potencialidades e 
limitações das forrageira, bem como a possibilidade de diversificar tanto os sistemas como as 
cultivares para determinado objetivo. 
 
 
2.2. Correção do solo e Preparo da área para Estabelecimento da Forrageira 
 
Análise do Solo, Calagem /Gessagem, Curva de nível, Aração, Gradagem, Nivelamento (em 
caso de formação por sementes) ou Sulcagem (em caso de formação de capineiras (Capim 
elefante e Cana-de-açúcar)). 
 
2.2.1. Análise do Solo e Recomendação de Corretivo 
 
A amostragem do solo para as análises químicas (macro e micros elementos) e a análise 
física (textura do solo e nível de compactação). As amostras do solo para ser representativa 
deve ser a mais homogênea possível. Assim, a propriedade (fazenda) ou a área a ser 
amostrada deverá ser subdividida em glebas ou talhões homogêneos. Nesta subdivisão ou 
estratificação, levam-se em conta o tipo de vegetação, a posição geográfica (topo do morro, 
meia encosta, baixada, etc.), as características perceptíveis do solo (cor, textura, condição de 
drenagem, etc.) e o histórico da área (cultura atual e anterior, produtividade observada, práticas 
de uso de fertilizantes e corretivos anteriormente, etc.). 
Para maior eficiência na amostragem, o tamanho da gleba não deve ser superior a 10 ha. 
Portanto, glebas homogêneas, mas muito grandes, devem ser subdivididas em sub-glebas de 10 
ha. Onde as amostras simples e forma a amostras compostas. A amostra simples é o volume de 
solo coletado em um ponto da gleba e a composta é a mistura homogênea das várias amostras 
simples coletadas da gleba. As amostras simples são obtidas através de um caminhamento em 
zig-zag na gleba em pelo menos 10 a 20 pontos e posteriormente homogeneizada (misturada) 
para formar a amostra composta. Para a maioria dos solos, as amostras simples devem ser 
coletadas na camada de 0 a 20 cm, devendo levar em consideração os locaisde maior 
concentração do volume de raízes. Para áreas que o produtor optar por intensificação, é 
interessante realizar amostra de 20 a 40 cm, a fim de verificar a possibilidade de correção mais 
profunda. 
Antes da coleta da amostra simples deve-se limpar a superfície do solo, remover os 
restos vegetais sem, contudo, remover a camada superficial do solo. Evitando coletar em locais 
11 
 
próximo a malhadouros de animais, cupinzeiro, formigueiros, corredores de fluxo de animais, 
próximo aos saleiros. 
O volume da amostra composta para ser remetida ao laboratório de análise deve ser de 
pouco menos de meio litro de terra seca a sombra antes da remessa. 
 
 
Interpretação da Análise do Solo e Recomendação de Correção 
 
Com posse do resultado da análise de solo, realiza os cálculos de recomendação da 
correção. É importante destacar que o efeito do calcário é de longo (5 a 10 anos) a médio (3 a 5 
anos) prazo em função da textura do solo e nível de produção da área. Aliado a isso, o custo 
com corretivos é relativamente barato, sendo os custos com frete a maior limitação. Pois os 
transportes são viabilizados em quantidades entre 20 toneladas por caminhão caçamba. 
Nesse sentido, é interessante o produtor fazer análise de toda a propriedade (“raio x”) e 
planejar para que as etapas de correção seja a mais eficiente possível, principalmente na 
questão logística de transporte, distribuição e incorporação ao solo. Bem como, a possibilidade 
de armazenamento ao solo coberto por lona para uso na safra do ano seguinte. 
 
Correção do Solo (Acidez e calagem do solo): 
 
O calcário por ser pouco móvel ao solo e dependente de contato com as partículas do 
solo e umidade para reagir, deverá ser de granulometria fina, aplicado à lanço, seguido de 
incorporação antecedente ao preparo do solo para plantio, característica esta que confere alta 
reatividade (P.R.N.T.) ao corretivo, a fim de que seu efeito possa ser rápido e efetivo. 
Em pastagens estabelecidas, onde não há possibilidade de incorporação do corretivo no 
solo, a aplicação deve pode ser feita a lanço e superficialmente, seguido de uma subsolagem do 
solo. Entretanto, o produtor pode optar por recuperar, renovar ou reformar as pastagens fazendo 
outras correções edáficas. 
 
Época e profundidade da calagem: Na formação de pastagens ou capineiras a aplicação de 
calcário deve ser feita preferencialmente de 30 a 60 dias antes da adubação de plantio. Quanto 
maior a dose, maior deverá ser o prazo dado para a realização do calcário no solo. A 
incorporação é feita com grades pesada após a aplicação, numa profundidade de 20-30 cm. 
 
Determinação da necessidade de calagem: Através de resultados da análise do solo, a 
necessidade de calcário dependerá da fonte disponível e culturas a ser cultivadas na área para 
determinar a estratégia e quantidade de calcário a ser aplicado. 
 
As forrageiras podem ser classificadas em três grupos, em ordem decrescente de 
exigência em fertilidade do solo, como mostra a Tabela 1. 
 
Tabela. Classificação das forrageiras de acordo com a resposta em saturação por bases. 
Grupo I Grupo II Grupo III 
Alta exigência Média exigência Baixa exigência 
V2= 60- 50% V2= 40-50% V2= 30-40% 
Capineiras: Capim Elefante e Cana 
Panicum:Tanzânia, Mombaça 
Cynodon: Tifton-85, Coast-cross 
Cultura anual: Milho 
Brizantha em geral; 
Panicum Massai; 
Cynodon: Grama Estrela Africana 
Culturas anuais: Sorgo, Milheto 
Andropogon, 
B. Decumbens 
B. Humidícola 
Nativos 
 
 
12 
 
2.2.2. Preparo da área para Semeadura/Plantio de forrageiras 
 
Estes métodos visam principalmente colocar a semente ou mudas em contato íntimo com 
o solo facilitando a absorção de água, germinação e a fixação da radícula (primeiras raízes da 
planta) no solo. 
 
Controle de Invasoras: Em caso de presença de plantas não desejáveis, pode iniciar as 
operações com aplicação de dessecante não seletivo (Glifosato), antes de distribuir o corretivo. 
 
 
Calagem /Gessagem: Preferencialmente a lanço em todo a superfície. 
 
Aração: Após fazer a correção do solo, deve arar profundamente o solo entre 20 cm 
(forrageiras) e 30 cm (capineiras) para incorporação do corretivo, além de garantir a 
descompactação do solo e reduzir a infestação de invasoras e cupins da área. As opções para 
corte profundo são com uso do arados de disco ou arados de aiveca reversíveis. 
 
 
Grade aradora: em substituição ao arado, pois é mais produtiva e econômica, e garante um 
bom corte do solo, além de ajustar a regulagem, deixando-a um pouco para passar mais uma 
vez na área, garantindo uma eficiente gradagem. 
 
 
Subsolagem: Em casos de alta compactação, principalmente em área agrícolas, especialmente 
de locais de ensilagem, é comum a formação de pé-de-grade, sendo necessário a subsolagem 
cruzada para quebra esse perfil e favorecer a infiltração de água e raízes no solo. 
 
 
13 
 
 Em área de renovação de pastagens, a aração, além de preparar o solo pala plantio, têm 
uma função importante controle mecânico de futuras invasoras, pois ao movimentar o solo, 
ocorre indução da germinação do banco de sementes do solo, especialmente as sementes de 
gramíneas que povoavam o local, seja ela da forrageira ou de plantas invasoras. 
 
Terraceamento: E importante proteger o solo contra futuras erosões, podendo ser feito com 
arado e equipamento específico. 
 
 
Gradagem/Nivelamento: Após a aração, espera-se um período para decompor material 
orgânico incorporado e verificar emergência de plântulas do banco de semente do solo, e logo 
em seguida faz a gradagem eliminar possíveis invasoras e destorroar a área a fim de permitir o 
contato íntimo solo: semente, entre outros. Atualmente é comum o uso de grade pesadas, 
conhecidas como 
 
Nivelamento e destorroamento do solo após gradagem e subsolagem cruzada. 
 
Sulcagem: Especificamente para plantio de mudas, podendo em certas situações substituir em 
parte as operações anteriores. Deve ser feita em nível, por ocasião de plantio, com 25- 30 cm de 
profundidade, utilizando o implemento sulcador ou até mesmo o arado. O espaçamento para 
capineiras (Elefante-Águas ou Cana- Seca) de corte deve ser ficar entre 1,20-1,40 m. Quando 
tem o objetivo de pastejo ou corte com altura menor que 1,0 m, pode aumentar a densidade, 
reduzindo o espaçamento entre os sulcos, para isto deve-se colocar a roda do trator dentro do 
sulco anterior, com isso o espaçamento fica com aproximadamente 90 cm de largura, conforme 
mostra a figura abaixo. 
 
Fonte: Lajeado (2008). Maurício (2017) 
 
Cuidados especiais com as Sementes: As sementes são organismos vivos e sensíveis. 
Necessitam de cuidados especiais no transporte, armazenamento e manuseio. As sementes 
devem ser transportadas protegidas da umidade e do calor excessivo. No armazenamento em 
local seco, fresco e ventilado. Para tanto, deve-se armazená-las sobre estrados de madeira, 
para não absorver a umidade do piso. Devem também estar afastadas das paredes do armazém 
a fim de melhorar a ventilação e evitar a absorção de umidade. 
14 
 
 
Plantio por Sementes: No plantio de sementes que de modo geral são bastante pequenas e 
altamente frágeis necessita de um bom preparo do solo, e cuidados de não as deixar na 
superfície ou de não as enterrar profundamente, além da compactação para obter uma 
germinação mais homogênea. 
No entanto, solos altamente pulverizados tornam-se instáveis e muito suscetíveis a 
selamento, devido às chuvas intensas que ocorrem com frequência na época do plantio, na 
Região do Cerrado, sendo pouco propícios à germinação das sementes. Tal fato pode provocar, 
também, a lavagem superficial do solo, carreando sementes e plântulas ou mesmo o enterrio 
excessivo de sementes. Da mesma forma, solos pouco trabalhados não favorecem o contato 
adequado entre ele e a semente, condicionando muitas vezes uma população de plantas 
inadequada no estabelecimento de pastagens. 
A semeaduracom uso de plantadeira em linha, tipo as de arroz, permite uma excelente 
padronização na distribuição e profundidade desejada. Já nos plantios a lanço, feitos, por 
exemplo, com esparramadora de calcário, as sementes são lançadas sobre a superfície do solo 
e precisam ser logo enterradas, principalmente para entra em contato com o solo e também para 
evitar perdas pelo consumo de formigas, pássaros, roedores, entre outros.
 
 
Isso pode ser feito com uma simples passagem da grade niveladora leve e fechada, isto 
é, regulada de forma que os discos fiquem paralelos à direção de avanço do equipamento, para 
que não enterrem muito as sementes, principalmente sementes de panicum. 
 
Fonte: Roberto Giolo de Almeida (Ler- Comunicado técnico 133, Embrapa, 2009). 
 
Em ambos os casos, também é aconselhado o uso do rolo compactador, que pode ser de 
um ou mais conjuntos de pneus lisos, que podem ser construídos na própria fazenda (Figura). 
Especialmente nos casos de formação para posteriormente fazer feno ou colheita de sementes. 
A rolagem, imediatamente após a distribuição das sementes, favorece o seu contato com o 
solo, posicionando-se na profundidade adequada e possibilitando uma emergência rápida e 
homogênea das plantinhas. No entanto, ela não deve ser feita logo após a distribuição das 
sementes, nem, tampouco, em solos muito argilosos, especialmente, quando úmidos (porque a 
chuva, por si só, promove o enterrio a maior parte das sementes). 
 
Foto XX. Rolo de para auxiliar o enterrio e promover leve compactação e melhoria do contato 
solo/semente/absorção. 
15 
 
Como as sementes são pequenas às vezes para regulagem das plantadoras devemos 
aumentar o volume a ser semeado podemos empregar material inerte e entre eles os adubos 
que não sejam salinos (Nitrogenados (N), Potássicos (K), Sulfatos (S)), aproveitando neste caso 
para fazer adubação fosfatada (SPS ou SPT) junto com as sementes no plantio. 
2.3. Implantação da forrageira 
 
2.3.1. Quantidade de sementes para formação do stand forrageiro 
 
A EMBRAPA recomenda planejar e averigua para que a densidade de semeio possibilita 
encontrar sementes germinadas (Stand) perto de 15 a 25 plântulas/ m² (bem distribuídas) de 
área para Brachiaria, e para Panicum o stand deve ser de 40 a 50 plantas/ m² (ZIMMER et al., 
2008). Em função da taxa de sobrevivência espera-se obter no primeiro pastejo entre 15 a 20 
plantas de Brachiaria ou Panicum. Com o passar dos anos as touceiras tende a aumentar seu 
volume de perfilhos e redução do número de plantas, sendo comum encontra touceiras com 
diâmetro de 20 a 40 cm, nestes casos, verificar-se entre 15 a 10 plantas “topadas” /m². 
Considerando os espaços provocados peso pisoteio animal, é interessante ter entre 8 a 12 
plantas de Brachiaria/m² e entre 6 a 8 plantas de Panicum/m² para manter boa cobertura do solo 
com mínimo espaço para invasoras oportunistas. 
 
Análise de campo das sementes pré-plantio 
As sementes de forrageiras normalmente apresentam um período de dormência após as 
colheitas e podem variar de intensidade de acordo com a espécie. De qualquer forma, antes do 
plantio, faça uma análise de semente adquirida ou guarde uma amostra da mesma, para 
eliminar dúvidas em relação a qualidade, até que o sucesso do plantio seja obtido. Envie a 
amostra para análise de um laboratório credenciado, ou então semeie 100 sementes “granadas” 
em um canteiro com leve cobertura de terra arenosa. Este canteiro deverá ser mantido úmido, 
exposto ao sol e protegido, para testar a germinação. 
 
Aquisição de sementes 
O parâmetro utilizado para comercialização de sementes e implantação de forrageiras é o 
valor cultural (VC), ou ainda, sementes puras viáveis (SPV), ambos relacionando apenas pureza 
e germinação, com base apenas na viabilidade das sementes, que nem sempre se traduz na 
capacidade germinativa das sementes em condições de campo (CECOON, 2015). 
Um fato bastante recomendado é utilizar uma maior densidade de sementes, pois assim 
estaríamos oportunizando um rápido estabelecimento da forrageira e também evitando que 
plantas invasoras possam se estabelecer e concorrer por nutrientes, luz e água. Além de 
produzir maiores quantidade de MS/ha quando a formação é bem realizada. 
Deveremos também diminuir o espaçamento entre as linhas do plantio com isso teremos 
um stand inicial maior. Um fator a se observar é a característica do vegetal, pois se o mesmo 
tiver produtividade na semeadura, mais fácil será o estabelecimento. 
As condições de campo interferem na quantidade de sementes necessária para o 
estabelecimento, como: incorporação das sementes, profundidade de semeadura, 
disponibilidade de água e temperatura do solo. 
 
Condições ambientais de semeadura (Época, Método e Equipamentos empregado) 
 
IDEAIS MÉDIAS ADVERSAS 
√ Semeadura em época normal 
e solteiro; 
√ Solo analisado e corrigido; 
√ Solo bem preparado; 
√ Equipamento em boas 
√ Semeadura à lanço/ superfície 
com compactação inadequada 
(galhos, pneus, correntes ou sem 
compactação; 
√ Semeadura em solo semi-
√ Semeadura tardia e SILP 
√ Plantio aéreo ou em terreno com 
declive ou preparo do solo inadequado; 
√ Plantio a lanço (superfície) 
√ Plantio no pó, sem previsão de chuva 
16 
 
condições de regulagem e 
distribuição; 
√ Uso de rolo compactador 
√ Sistema solteiro. 
preparado; 
√ Semeadura profunda ou 
consorciado com culturas anuais; 
√ Época de semeadura com 
incidência de veranicos; 
√ Equipamentos com má regulagem; 
 
 
Taxa de semeadura 
A taxa de semeadura (Kg/ha) depende muito das condições de plantio e profundidade de 
semeadura, das características das plantas, valor cultural da semente, sementes viáveis por 
grama, 
A massa de mil sementes deve ser considerada no estabelecimento de plantas, à fim de 
evitar comparações desiguais entre espécies com diferentes quantidades de sementes por 
unidade de massa (COSTA et al., 2012), tendo em vista as diferentes quantidades de sementes 
puras viáveis necessárias para estabelecer uma planta de diferentes espécies (ALMEIDA et al., 
2009). A dormência das sementes é outro fator que dificulta a avaliação da emergência de 
sementes em campo. No entanto, ela pode ser superada através da sua exposição ao ácido 
sulfúrico ou à luz (Dias & Alves, 2008; Brasil, 2009), ou ainda pelo tempo de armazenamento 
(CÂMARA & STACCIARINI-SERAPHIN, 2002), atendido para semeaduras de safrinha na região 
Centro-Oeste, em que as forrageiras são colhidas em maio-junho e semeadas em fevereiro e 
março do ano seguinte. Além disso, o tratamento das sementes com fungicida pode ser uma 
alternativa para garantir seu bom desempenho fisiológico (SANTOS et al., 2010). 
 
Cálculos para obter a taxa de semeadura 
 
Tabela. Recomendações, em pontos de valor cultural (PVC/ha), para forrageira perene utilizada 
no estabelecimento solteiro e consorciado com culturas anuais em diferentes condições. 
Índices de Semeadura (PVC/ ha) 
Sementes 
Condições 
Ideais
1
 
Condições 
Médias
2
 
Condições 
Adversas
3
 
Profundidade de 
Plantio 
Índices Índices Índices 
Brachiarias em geral 300 a 350 350 a 450 450 a 6004 2 a 6 cm p/ sem. graúdas 
Panicuns em geral 250 a 300 300 a 400 400 a 5004 1 a 3 cm p/ sem. pequenas 
1
semeadura no sulco na profundidade recomendada; 
2 
semeadura no sulco misturado ao adubo de plantio 
simultâneo com a cultura anual, em razão da maior profundidade; 
3
 plantio à lanço com incorporação por grade aberta e passada do rolo compactador; 
4
 plantio à lanço em condições adversas, com impossibilidade de colocar a semente nas profundidade 
recomendada para obter umidade e serem protegidas de pragas, e principalmente possibilidade de ocorrência de 
estresse hídrico na fase inicial de formação,entre outros. 
Fonte: UNIPASTO, GONTIJO NETO et al. (2006) 
 
 GONTIJO NETO et al. (2006), recomendam valores de 150 a 300 PVC de brachiarias 
para sistemas de consórcios que visam somente a cobertura do solo na entressafra e entre 300 
a 500 PVC para aqueleque visam a formação de pastagem. Densidades entre 600 a 700 PVC 
representam considerável competição com o milho em consórcio, levando a redução na 
produtividade (MELOTTO et al., 2013). 
Existe de um modo geral, variações e discordâncias nos trabalhos encontrados, assim 
cabe salientar que os diferentes resultados estão associados à combinação de vários fatores, 
como a população da forrageira, a época de sua implantação, os arranjos de semeadura, a 
presença de espontâneas, a aplicação de herbicidas, a fertilidade do solo e as condições 
hídricas (ALVARENGA et al., 2006). 
Kichel & Kichel (2001) utiliza outras considerações de classificações, especialmente 
aplicadas ao SILP: 
17 
 
Ótima - semeadura realizada em linha, quando em solo coberto com palha, com bons teores de 
matéria orgânica e de nutriente e que não haja expectativa de falta de água para emergência 
das plantas; 
Média - quando alguns dos fatores são desfavoráveis ao estabelecimento da pastagem; 
Ruim - quando há vários fatores desfavoráveis ao estabelecimento da pastagem, como 
semeadura a lanço, solos mais pobres e suscetíveis à erosão laminar, alta incidência de plantas 
daninhas e com a possibilidade da ocorrência de estresse hídrico na fase inicial da 
formação ou com limitações de temperatura, como em plantios realizados em sucessão à soja. 
 
Pontos de Valor Cultural (PVC): É a quantidade de sementes em percentagem, que germinará 
em 1 kg, em condições normais de umidade, temperatura e luminosidade. 
 
 
 
 
Pureza Física – Quantidade de sementes puras (granadas) encontradas em uma amostra. 
Germinação – Quantidade de sementes que germinarão e produzirão plântulas normais. 
Impurezas – São sementes chochas, torrões, terra, talos, ovos de cigarrinhas, sementes de 
ervas daninhas etc..., que podem aparecer nas sementes não beneficiadas. A eliminação destas 
impurezas em máquinas específicas, padronizam os lotes e oferece maior segurança ao 
produtor. 
EX: Sementes 
Pureza 50% PVC = 50x 80 = 4000 = 40% 
Impureza 50% 100 100 
Germinação 80% 
O ponto de Valor Cultural 40%, significa que cada 100 kg, tem 40 kg de sementes puras e 
viáveis. 
 
Com o parâmetro PONTOS DE VALOR CULTURAL (PVC) você compra, vende e 
também calcula a quantidade de sementes para formar 1 ha, evitando o desperdício e 
economizando dinheiro. 
EX: Para plantio de Brachiarias com Valor Cultural de 40% em condições médias, usando o 
índice 300 a 400, ou seja: Kg/ha = 300 a 400 / 40% = 7,5 a 10,0 kg de semente/ha. 
 
Outras sugestões de taxas de semeadura (kg de sementes/ha) com base em 
observações práticas para algumas gramíneas, quando plantadas entre novembro/dezembro no 
centro-oeste em áreas de solo preparado adequadamente. 
 
Taxa de Semeadura: 3 a 6 Kg /ha de SPV2 
 
2kg/ha SPV= Sementes Puras Viáveis, equivalentes a um Valor Cultural de 100%, aqui usado 
apenas como referência. 3Para ajustar a taxa de semeadura para lotes comerciais de sementes 
que não apresentam 100%VC, faz-se o seguinte cálculo: 
 
 
 
 
18 
 
 O valor resultante corresponderá à quantidade mínima de quilogramas do lote de 
sementes disponível, a ser plantado por ha. Ex: Usar 4,0 kg de SPV com PVC de 40%. 
 
 
 
 
 
 
 Outros critérios práticos e em campo podem ser realizados em pré-plantio para decidir a 
quantidade de sementes utilizadas para atingir determinada população inicial de plântulas. 
Áreas onde se deseja a formação da pastagem devem receber maiores densidade de 
sementes do que aquelas onde será semeada a soja na safra. A taxa de semeadura dita ainda o 
grau de competição com o milho. Para as brachiarias, densidades entre 150 e 300 pontos de VC 
são recomendadas para consórcios que visam somente a cobertura do solo e entre 300 e 500 
pontos de VC para aqueles que visam a formação de pastagem. As altas densidades utilizadas 
(entre 600 e 700 pontos de VC) para a formação de pastagem representam considerável 
competição, podendo reduzir assim os índices produtivos do milho (MELOTTO, et al.,2013). 
Ver:Equipamentos e Regulagem 
Ler comunicado técnico 133 de 2009 da Embrapa (Almeida et al., 2009) 
 
2.3.2. Plantio por Mudas 
 
Algumas espécies são reproduzidas somente por via vegetativa, isto é, utilizando parte de 
seus colmos onde existem as gemas que vão brotar e dar outras plantas. Temos como exemplo 
o capim elefante, cana-de-açúcar, gramas de modo em geral como os Cynodon sp (tifton, 
estrela africana, coast-cross) e Amendoim forrageiro. Atualmente já existem sementes para 
algumas espécies de Cynodon, Pennisetum, Amendoim, porém sua eficiência deve ser 
considerada na tomada de decisão. 
 
 
Estolões - Grama (Cynodon sp) 
 
Em geral estas espécies são bastante utilizadas para fenação e pastejo de espécies mais 
exigentes, os solos escolhidos para implantar estas forrageiras seriam os mais planos e sem 
perigo de encharcamento, principalmente para casos de mecanização durante processos de 
fenação. Estas espécies por ter o hábito estolonífero de crescimento prostado são indicados 
também para locais mais acidentados, onde é difícil o uso de trator, com isso a introdução deve 
ser manual através de abertura de covas ou sulcos com enxadas ou enxadões que são abertas 
e adubadas imediatamente antes do plantio, após distribuir as mudas deve cobrir as partes do 
colmo para fixar na terra, devendo ter o cuidado para não cobrir totalmente as folhas. 
 
 
19 
 
 
Os plantios podem ser feitos em solteiros ou consorciada (Gramínea + Leguminosa). 
Também é comum o plantio de gramas ou amendoim forrageiro consorciado com alguma cultura 
anual para produzir grãos no local onde vai ficar o pasto. 
As mudas de Cynodon devem ser maduras e bem vigorosas com idade aproximada de 90 
dias, pois neste período temos uma boa concentração de energia na rama e facilita a 
germinação da formação. Mudas jovens tem muita água e secam rapidamente se ocorrer um 
veranico, inviabilizando a formação. Deve-se dar preferência a mudas formadas de plantas 
inteiras e em tempo adequado de muitas chuvas (invernadas de primavera-verão), pois tem 
maior índice de pega e taxa de crescimento. 
 
 
 
Em função da propagação apenas por mudas ou estolões (1 ha de mudas permite a 
formação de 10 a 30 ha) desse gênero, ocasiona limitações para formação em larga escala que 
exige maior mão de obra braçal e maiores risco de estabelecimento com ocorrência de 
veranicos prolongados e atualmente constantes. 
Isso pode levar a maiores custos para o produtor, quando comparada com as espécies 
formadas por sementes de forma mecanizada. Em solos bem preparado e de acordo com os 
espaçamentos adotados, são necessários de 3 a 5 dias homem para plantio em 1 ha. 
Por outro lado, devido seu hábito de crescimento e propagação, facilita a formação em 
área sem a necessidade de revolvimento do solo, podendo fazer sistema de plantio direto após 
dessecagem e também planta em áreas declivosas, propensas a erosão. Neste caso, será 
necessária maior força braçal para covamento com uso de enxadão, picarete, entre outros. 
O arranjo e stand de formação dependem dos objetivos e interesse do produtor. No qual 
pode se empregar uma relação de espaço x tempo x custo para estabelecimento da área com 
pastagem de grama e início de utilização. No geral, o plantio para formação pode ser feito pelos 
estolões em crescimento retiradas manualmente e plantados em sulcos adubado com fertilizante 
fosfatado, espaçamento de 1,0 a 3,0m, com o enterrio à 5,0 a 10,0 cm de profundidade, 
deixando a parte com folhas sobre o solo. Em áreas acidentadas, ou em solo “duro”, não 
gradeado, sugere a retirada das mudas com enxadão para retirar parte das raízes, rizomas e 
terra, e proceder o plantio em covas (previamente adubadas) com espaçamento quadriculares 
espaçadas de 1,0a 3,0 m por covas (ex.: 1,0 X 1,0; 2,0 x 2,0; 3,0 x 3,0 m) de acordo com o 
tempo que espera para formação e disponibilidade de mão-de-obra para plantio. 
Para plantio em áreas grandes e semi-mecanizada, recomenda-se o uso em média 4,0 
t/ha de mudas, seguido de gradagem e compactação do solo para melhorar a germinação. Em 
plantio por sulcos usa-se de 2,0- 3,0 t de mudas/ha distribuída manualmente nos sulcos 
20 
 
espaçados à 1,20 cm, e cobertos com grade niveladora seguido de compactação através da 
passagem do trator sobre a “linha de sulco”. 
A rebrota e o crescimento inicial é lento e muito dependente de umidade, tanto no solo 
quanto no ar, sendo muito importante um preparo antecipado do solo em épocas de sol, controle 
de invasoras e ficar acompanhando a previsão do tempo para realizar o plantio. Sendo 
adequado realizar nas épocas em que chove muito e o tempo fica invernado, chovendo com 
baixa intensidade por um longo período. Após a pega e brotação, é fundamental fazer uma 
adubação completa com N-P-K, controle de formigas cortadeiras e invasoras. 
O primeiro pastejo após o plantio das mudas é mais demorado em comparação as de 
propagação por sementes, sendo muito variável e dependente da forma de preparo da área, 
plantio, clima, controle de invasoras e nível de fertilização. No qual geralmente ocorre entre 60 a 
120 dias. 
Normalmente nas áreas recém-formadas ocorre a presença de invasoras de folhas largas 
e de folha estreita e dependendo da situação existem várias oportunidades de fácil controle com 
uso de herbicidas, sendo comum o uso em área total herbicida seletivo contra folhas redondas e 
uso de herbicida não seletivo aplicado por bomba costal com jato dirigido sobre as gramíneas 
invasoras. 
 
 
Plantio mecanizado de gramas – Implementos de origem da Nova Zelândia – Utilizados na 
formação de gramas na Faz. Leite Leitíssimo – Jaborandi (BA) 
 
Ceifadeira para retirada de mudas 
Grade niveladora para incorporação 
 
 
Cortador e incorporador de grama Revolvedor de solo 
 
 
Rolo compactador para aumentar o contato das mudas incorporadas com o solo. 
 
 
 
 
21 
 
2.4. Adubação de Forrageiras 
 
Segundo Santos (2005), a adubação é a aplicação de adubos e corretivos a fim de se 
melhorar o ambiente químico do solo, dando condições para que a planta forrageira expresse 
seu potencial de produção. Apesar de ser uma das principais técnicas envolvidas na 
intensificação de sistemas de produção animal em pastagens, ainda há muita controvérsia com 
relação às recomendações de adubação e correção do solo, não havendo um consenso entre os 
pesquisadores, técnicos e produtores com relação a fatores como: nível de fertilidade (ex.:nível 
de saturação por bases) e de adubação (ex.: doses de nitrogênio) adequados a cada espécie e 
sistema de produção; métodos de aplicação de corretivos e fertilizantes (ex.: cobertura ou 
incorporado); e fontes de nutrientes (ex.: fosfatos naturais ou superfosfatos). 
Estas divergências podem, em parte, ser explicadas pelo fato da resposta à adubação ser 
modulada por uma série de fatores ligados à espécie forrageira, ao solo, ao clima, ao fertilizante 
e ao manejo da pastagem. Além disso, o sucesso desta prática depende do sistema de 
produção adotado e da capacidade de adoção e implantação de novas técnicas por parte da 
equipe responsável. 
 
2.4.1. Adubação fosfatada de estabelecimento e manutenção 
 
A adubação fosfatada deverá ocorrer em solo devidamente corrigidos para melhor 
eficiência de absorção. O calcário aplicado na superfície do solo reage com o P e forma 
carbonatos de P que são mais solúveis do que compostos de P ligado a Fe+3 e ao Al+3. 
Geralmente, a absorção de fósforo é mais intensa nos primeiros estágios de desenvolvimento 
das forrageiras, por isso devemos realizar no plantio, preferencialmente próximo a zona radicular 
para favorecer a absorção que ocorre por difusão e maior desenvolvimento radicular e 
perfilhamento. 
Se o plantio for feito usando plantadoras mecanizadas em linha, o fósforo deverá ser 
incorporado abaixo ou junto as sementes no momento do plantio. Neste caso, a distribuição será 
feita em linha, favorecendo disponibilidade dos nutrientes as plântulas, diminuindo também a 
fixação do P (fósforo insolúvel), além de controlar melhor a quantidade do adubo fosforado a ser 
distribuído, permitindo menor beneficiamento às invasoras que surgirão entre as linhas. Se o 
plantio das pastagens for feito a lanço, incorpora-se o fósforo junto com as sementes quando 
fizer o nivelamento de incorporação do fertilizante/semente do solo. No caso de formação de 
capineiras ou gramas, cujas espécies são comumente multiplicadas por mudas, abrem-se sulcos 
ou covas, e dentro deste faz-se adubação fosfatada. 
Em pastagens já formadas, faz-se rebaixamento das forrageiras através de pastejo 
intenso, posteriormente, distribui o adubo fosfatado a lanço (manual ou através de distribuidora 
de calcário) pois não há possibilidade de incorporar com gradagem. Em pastagens com 
cobertura morta apresentam um intenso desenvolvimento de raízes ativas na superfície do solo, 
onde a umidade é conservada. Nesta condição, a absorção de P é muito eficiente, pois ocorre 
acúmulos de fontes orgânicas de fosfatos provenientes do acúmulo de matéria orgânica. Estas 
formas de P são mais móveis no solo do que as formas inorgânicas ou minerais. 
A análise de solo é a maneira correta de se medirem os teores de fósforo disponível, 
cujos níveis se posicionam em função da textura do solo. Para efeito das doses recomendadas, 
devemos observar nas fontes disponível o conjunto de variáveis econômicas (concentração, 
solubilidade e custo/unidade de P2O5 na propriedade). 
Atualmente em função dos custos elevados para melhorar a fertilidade do solo, grande 
parte dos produtores tem usado estratégias de cultivo de culturas anuais consorciadas com as 
pastagens para aproveitar o efeito residual dos corretivos e fertilizantes, especialmente os 
nutrientes P, Ca, Mg, que pode ser pouco móvel e apresentar um efeito a longo prazo, entre 3 a 
5 anos. 
22 
 
No Brasil, existe várias fontes no mercado, e deve ser posicionado de acordo com os 
objetivos, sendo mais viável os solúveis em sistemas integrado com agricultura e intensivos e os 
menos solúveis para sistemas que utilizam pecuária em pastagens em área extensivas. 
 
Tabela. Alternativa de aquisição de fertilizantes fosfatados mais comuns no Brasil. 
Solubilidade Fontes de fósforo 
(% P2O5) 
Teor de 
fósforo 
(% P2O5) 
Total 
Solúvel 
(% P2O5) 
R$/Saco 
50 kg 
R$/ (% 
P2O5) 
Solúveis 
 
Superfosfato simples (SPS) 20 18 
Superfosfato triplo (SPT) 48 45 
Fosfato monoamônio (MAP) 50 48 
Fosfato diamônico (DAP) 45 42 
Formulado Ex. 4-30-10 30 28 
Parcialmente 
solúveis 
Fosfato natural 26 12 
Hiperfosfato natural 30 11 
Insolúveis 
Fosfato de Araxá 36 4 
Fosfato de Patos de Minas 24 4 
 
De acordo com a interpretação do P no solo em função do teor de argila e espécie, Vilella 
e Monteiro sugerem as seguintes recomendações, no qual pode ser flexibilizada de acordo com 
outras variáveis e objetivos do produtor. 
 
Tabela. Interpretação de análise do solo (P meh- 0 a 20 cm) e dose recomendada de (P2O5/ ha) 
de acordo com a espécie. 
Teor de argila (%) Muito baixo Baixo Médio Adequado 
Espécies pouco exigentes (andropogon e brachiarinha) 
< 15 (arenoso) 0 a 3 (40) 3 a 6 (30) 6 a 9 (20) > 9 
15 a 35 (areno-argiloso) 0 a 2,5 (60) 2,5 a 5 (45) 5 a 7 (30) > 7 
35 a 60 (média) 0 a 1,5 (80) 1,5 a 3,0 (60) 3 a 4,5 (40) > 4,5 
> 60 (muito argiloso) 0 a 0,5 (100) 0,5 a 1,5 (80) 1,5 a 3 (60) > 3 
Espécies exigentes (brizanthas e massai e cynodons) 
< 15 (arenoso) 0 a 5 (50) 5 a 10 (40) 10 a 15 (30) > 15 
15 a 35 (areno-argiloso) 0 a 4 (70) 4 a 8 (60) 8 a 12 (40) > 12 
35 a 60 (média) 0 a 2 (90) 2 a 4 (75) 4 a 6 (60) >6 
> 60 (muito argiloso) 0 a 1 (120) 1 a 2,5 (100) 2,5 a 4 (80) > 4 
Espécies muito exigentes (capineiras em geral e panicum e algumas cultura anuais) 
< 15 (arenoso) 0 a 6 (60) 6 a 12 (50) 12 a 21 (40) > 21 
15 a 35 (areno-argiloso) 0 a 5 (90) 5 a 10 (70) 10 a 18 (50) > 18 
35 a 60 (média) 0 a 3 (120) 3 a 5 (90) 5 a 10 (70) > 10 
> 60 (muito argiloso) 0 a 2 (150) 2 a 3 (120) 3 a 5 (90) > 5 
 Fonte: VILELLA et al, (2000) 
 
Tabela. Recomendação de adubação fosfatada (Dose em kg/ha P2O5) em pastagens, para 
implantação e em manutenção. 
Fósforo no solo Grupo da forrageira Implantação Plantio Manutenção anual 
Muito baixo e baixo 
I- Muito Exigentes 90 a 120 40 a 60 
II – Exigentes 80 a 90 30 a 40 
III - Pouco Exigentes 60 a 70 20 a 30 
IV - Baixa exigência 40 a 50 10 a 20 
Médio 
I- Muito Exigentes 70 a 90 30 a 50 
II – Exigentes 60 a 70 20 a 30 
III - Pouco Exigentes 40 a 50 15 a 20 
IV - Baixa exigência 30 a 40 10 a 15 
Alto e Muito Alto I- Muito Exigentes 50 a 60 ---- 
23 
 
II – Exigentes 30 a 40 ---- 
III - Pouco Exigentes 20 a 30 ---- 
IV - Baixa exigência --- ---- 
Fonte: Adaptação de MONTEIRO (1995) 
 
2.4.2. Adubação Nitrogenada e Potássica de Cobertura 
 
Esses nutrientes são assimilados em maiores quantidades para crescimento vegetativo 
das plantas, no entanto uma pequena quantidade pode ser usada no plantio, para fornecer 
nutrientes nos primeiros 20 a 30 dias após a semeadura (plantio). Mas deve-se tomar cuidado 
para não prejudicar a semente pelo efeito desidratante (queima) na ocorrência de veranico. 
Estes nutrientes são utilizados em adubação de cobertura 20 a 40 dias após a semeadura das 
forrageiras para maior desenvolvimento vegetativo. 
As fontes destes nutrientes mais disponível no mercado, são a ureia agrícola (U.A.-45%N) 
e sulfato de amônia (S.A.-20%N e 24%S) para N e o cloreto de potássio (60%K2O) para K, ou a 
mistura de formulado comerciais, como o 20-0-20 ou 36-0-12. Sua aplicação geralmente é feita 
a lanço em época com solo úmido e com previsão de chuvas. 
Adubação Nitrogenada (N): Segundo Vilela (2000), na fase de estabelecimento, em áreas 
velhas, cujos solos estejam com nível muito baixo de matéria orgânica (menos de 16 g kg-1), o N 
é recomendável apenas em pastagens exclusivas de gramínea. Nesse caso, recomenda-se 
aplicar 40 a 60 kg/ha de N em cobertura, cerca de 20 a 40 dias após o plantio, de preferência 
sob a forma de uréia protegida ou sulfato de amônio, que contém o enxofre (S), como um 
nutriente a mais. A uréia convencional pode ser usada, tendo-se o cuidado de aplicá-la no 
período chuvoso, em solo com bom teor de umidade. Em áreas recém-desmatadas, 
normalmente, a mineralização da matéria orgânica supre grande parte da demanda de N para 
essa fase. 
Adubação Potássica (K), também necessário colocar de 20 a 60 no estabelecimento de 
40 a 50 kg de K2O ha
-1 para manutenção, sempre que o teor de K no solo cair para menos de 25 
mg kg-1. 
 
Tabela. Recomendação de adubação potássica para pastagens 
solteiras e consorciadas em decorrência da análise do solo. 
Teor de K no 
solo (ppm)´ 
Dose de potássio (Kg de K2O/ha) 
Pastagem solteira 
Exig M Exig Alta 
Pastagem 
Consorciada 
<20 40 60 60 
20 a 40 20 40 40 
40 a 50 0 20 20 
Fonte: Adaptado de Monteiro (1995) e Fonseca (2016) 
N: 1% de M.O, libera 30 kg N. ha-¹, suficiente p/ TL de 1 UA ha-¹. 
Para aumentar a taxa de lotação nas pastagens recomenda-se 
aplicar de 30 a 60 kg ha corte, em função do potencial produtivo 
e qualitativo da forrageira. 
 
 
Geral: Em sistema menos intensivos, repor anualmente 60, 30, 20 kg de N, K, P em cada estação chuvosa. 
 
De modo geral, as gramíneas forrageiras respondem à aplicação de doses alta de 
nitrogênio. Machado (2001), relata que normalmente a resposta é linear até 200 kg de N ha -1, ao 
ano, parcelado em 3 a 6 aplicação de acordo com o sistema e método de pastejo. Cabe o 
técnico estabelecer a dose mais econômica de acordo com objetivo e nível de produção, 
potencial da forrageira, custo do insumo, entre outros. 
Após o pastejo inicial pode fazer adubação de cobertura com aplicação de Nitrogênio 
para repor os nutrientes extraídos e manter o vigor de rebrote, a qualidade nutricional e cobrir 
totalmente o solo. A quantidade de Nitrogênio a ser aplicada por corte varia de 30 a 60 kg N/ha 
em função do potencial forrageiro, condições climáticas e produtividade desejada. 
 
Resumo para manutenção da fertilidade do solo em pastagens cultivadas 
 
24 
 
Em sistema intensivos, repor de 40 a 50 kg de N e K/Corte ou Pastejo, podendo chegar a 160 a 
200 kg de NK/ha/ano em 4 cortes ou 200 a 300 kg de NK em 6 cortes sob irrigação; 
Em caso de nível adequado de K, aplicar a metade da dose do N, podendo intercalar o K para 
facilitar aplicação com N; 
Em sistema menos intensivos, repor anualmente 60, 30, 20 kg de N, K, P em cada estação 
chuvosa. 
25 
 
2.5. Controle de Invasoras 
 
 
O manejo inadequado de formação e uso da pastagem leva à ocorrência de outras 
espécies no ecossistema. Essas espécies são denominadas de invasoras, nas quais prejudicam 
a pastagem pela redução da produtividade devido serem menos produtiva que as forrageiras 
melhoradas, no qual vão competir por água, luz, nutrientes e espaço. Além de liberar 
substâncias alelopáticas, e ser composta por partes pouco nutritivas, reduzindo a qualidade do 
relvado. Algumas pode possuem fator anti-nutricionais, que causa toxidade aos animais, e ser 
hospedeira de pragas e doenças, principalmente em áreas de produção de sementes. 
Algumas espécies ditas como daninhas podem significar importante fonte de alimentos 
em período de escassez de forragem, servirem de sombras e fixação de nutrientes, entre outros 
benefícios. Neste caso devem ser consideradas como benéficas. 
O grau de interferência entre as plantas cultivadas e daninhas depende de diversos 
fatores relacionados a comunidade infestante (composição específica, densidade e distribuição) 
e à própria cultura (Gênero, espécie, cultivar, espaçamento na entrelinha e densidade de 
semeadura). Depende também da época e da duração do período de convivência mútua, sendo 
modificada por condições edafoclimáticas e pelos tratos culturais. 
O objetivo principal do controle de plantas daninhas em pastagens é a manipulação 
seletiva da vegetação, com a finalidade de evitar a concorrência destas plantas com as 
forrageiras. A erradicação de muitas espécies torna-se, algumas vezes, extremamente difícil. 
Pensando-se em bom manejo da pastagem, é preferível tentar controlar o aparecimento ou 
aumento de tais plantas. 
 
Métodos de controle de plantas daninhas: De todos os métodos de controle das plantas 
daninhas das pastagens, pode-se dizer que o mais eficiente é intender que são plantas 
oportunistas e usar da prática do bom manejo para minimizar as oportunidades de ocupar e se 
desenvolver mais que as gramíneas de interesse zootécnico. A principal arma que o pecuarista 
tem para evitar que a condição da pastagem seja alterada, não permitindo o estabelecimento de 
plantas indesejáveis. 
Principalmente durante a fase de formação ou estabelecimento da pastagem, 
especialmente por terem crescimento inicial lento e sensível a interferência. A ausência de 
controle nos estágios iniciais pode comprometer a produtividade e longevidade da pastagem. 
Após estabelecido os problemas se perpetua em época de seca ou déficit hídrico por 
apresentarem sistema radicular mais profundo, no qual conseguem desenvolver e sobressair 
sobre a forrageira, chegando a plenitude e formação de sementes, que ao serem ingeridas, 
contribuem para sua disseminação para outros locais, favorecendo a infestação. 
Vários são os fatores que podem levar as pastagens a sofrerem mudanças bruscas na 
sua composição vegetal (baixa fertilidade, queimadas, secas prolongadas, geadas etc.). 
Todavia, o superpastejo pode ser apontado,com o passar dos anos, como o maior responsável. 
 Os métodos de controle destas invasoras podem ser divididos em: preventivo, cultural, 
mecânico, químico e físico. Recomenda-se a associação de dois ou mais métodos para se 
atingir o nível desejado, constituindo-se, neste caso, no manejo integrado, cujo principal objetivo 
é reduzir os danos e custos através da prevenção e controle 
 Controle Preventivo: Prevenir a introdução, o estabelecimento e a disseminação de 
determinadas espécies através do uso de boas práticas agronômicas, como, eliminação do 
banco de sementes do solo pré-plantio de formação, escolha de forrageiras adaptadas e 
sementes puras, manejo adequado no estabelecimento da pastagem, adubações de 
manutenção, manejo das pastagens, entre outras. Com aquisição de animais, é importante uma 
quarentena de 3 dias em piquete para evitar disseminação. 
26 
 
 Controle Cultural: Preconiza as boas práticas de formação e o estabelecimento da 
forrageira de interesse, possibilitando condições adequadas para desenvolvimento e 
persistência competitiva ao longo do tempo (ver formação/recuperação de pastagens). 
 Controle Mecânico: A capina, arranquio e roçagem manual geralmente realizado 
no estabelecimento em pequenas áreas ou complemento seletivo em espécies-problema 
(plantas tóxicas e plantas espinhosas). As roçadas com foices, facões ou roçadeiras 
motorizadas costais é interessante para pequenas áreas e em terrenos com declividades 
acentuadas ou outro impedimento que dificulte o uso de máquinas tracionadas por tratores. 
Neste caso, muito produtores grandes usam desse recurso mecanizado em locais planos, em 
função do maior rendimento operacional e menor custo operacional. Embora ocorra baixa 
eficiência para eliminação das invasoras devido à alta capacidade de rebrota, são técnicas 
aplicáveis para auxiliar para minimizar a produção e disseminação de sementes, geralmente 
realizada no final do período de seca, principalmente quando é necessário diminuir a formação 
de colmo fibroso em pastagens mal manejadas (passadas), especialmente em pastagens de 
mombaça/tanzânia e andropogon. Para potencializar a técnica é importante aplicar herbicidas 
seletivo e localizado no broto/toco e vedar o pasto para competir “abafar” com as plantas 
daninhas recém-cortadas. 
 Controle Químico: Consiste no uso de herbicidas para dessecação pré-preparo do solo e 
controle com herbicidas para folha larga nas fases iniciais de estabelecimento ou de 
manutenção; 
 Controle Físico: Pelo uso do fogo, atualmente muito criticado e discriminado; 
Procure um engenheiro agrônomo para dar assistência técnica para esta atividade de 
controle químico. 
Cada herbicida deve ser usado conforme recomendação da bula e receita do profissional 
habilitado e não Zootecnista. 
As informações neste item foram extraídas de textos da área, livros agronômicos e de bulas de 
defensivos. 
O controle químico é muito utilizado devido suas vantagens econômicas, porém tem como 
desvantagem os riscos de contaminação ao homem e ao ambiente. Diante disso deve se ter 
conhecimento da espécie forrageira, assim como das condições de degradação dos para 
adequada tomada de decisões conjuntas para sua recuperação. 
O uso de herbicidas combinado com os métodos cultural e mecânico tornam mais 
eficiente no controle de plantas daninhas, especialmente as arbustivas. Contudo, o uso de 
herbicidas precisa ser racional, ajustando-se às necessidades específicas das pastagens, 
levando em conta as espécies de plantas daninhas a serem controladas (biologia, estádio de 
desenvolvimento, atividade metabólica e densidade e distribuição da infestação), o uso de 
dosagens corretas (calibração do jato aspersor do pulverizador), métodos de manuseio e 
aplicação, e cuidados com aspectos do meio ambiente, entre outros. 
 
Uso de Herbicidas para Controle de Invasoras: Os herbicidas são classificados segundo sua 
função, semelhança química e modo de aplicação: 
Quanto a Seletividade: 
 Seletivos: quando atuam em determinadas plantas sem afetar ou afetando poucas as 
demais. Exemplo. Atua em folhas largas (dicotiledôneas) sem afetar folhas estreitas 
(monocotiledôneas). 
 Não seletivos: atuam em todas as plantas, porém atualmente já existe plantas resistentes 
aos principais defensivos. 
Quanto à ação: 
 Contato: Provocam fitotoxidade nas partes que foram aplicadas. O seu efeito visual é quase 
imediato e são mais eficientes em plantas anuais e bianuais. 
 Sistêmico: são os absorvidos pelas folhas, raízes e caules e translocam-se por toda a 
planta, matando a parte aérea e a raiz. Geralmente necessitam de uma ou duas semanas 
27 
 
para que se perceba o efeito visual e, são usados para qualquer tipo de plantas, 
principalmente as perenes de difícil controle. 
 
Quanto ao método de aplicação 
 Na folhagem: é o mais comum, rápido e econômico. A melhor época é no início da estação 
chuvosa (meses quente e úmido) quando as plantas estão em atividade metabólica intensa 
e área foliar suficiente para absorção e translocação do herbicida. Devem ser observadas as 
condições de vento, chuva e da planta. Pode ser realizado em área total ou localizado com 
jato dirigido. 
 No toco: Usado em plantas invasoras arbustivas e perenes de maior porte ou para as que 
não são afetadas pela aplicação foliar. Antes da aplicação deve-se cortar o arbusto rente ao 
solo, racha o toco verticalmente e logo em seguida aplicar o produto nos tocos. Geralmente 
os produtos já vêm com um corante para facilitar a identificação dos tocos tratados, evitando 
a duplicidade de aplicações. Caso não tenha, costuma-se adicionar um corante à calda 
herbicida, como o azul de metileno. 
 No solo: Aplica antes da semeadura ou plantio das forrageiras. Sua ação é mais lenta. 
Dependendo do produto podem, ou não, ser incorporados ao solo, para evitar perda do 
produto por volatilização ou fotodecomposição. No emprega de produtos granulados que 
quando depositado ao redor da planta, é lixiviado com as chuvas, absorvido pelas raízes e 
levado até sua parte aérea matando a planta. 
 
Dica para não desperdiçar 
O herbicida deve atingir o solo da maneira mais uniforme possível. Três fatores 
prejudicam a uniformidade: o efeito guarda-chuva quando outras plantas interceptam as gotas 
de produto antes do alvo, a deriva e a volatilização de gases. Os herbicidas de contato devem 
ser retidos pela folha. A retenção é um importante fator de seletividade de herbicidas para 
pastagens, que apresentam folhas estreitas, eretas e com pontos de crescimento protegidos. O 
herbicida deve ser levado até o local de ação. Alguns herbicidas são considerados de ação 
local, mas a grande maioria se move para outras partes das plantas. Isto só ocorre com 
eficiência quando a planta está em pleno crescimento. Estes produtos são denominados 
herbicidas sistêmicos. Todo herbicida aplicado na parte aérea tem como caminho de entrada as 
folhas, embora também penetre pelo caule e pelos pontos de crescimento. 
Em caso de risco de chuvas, o uso de espalhante adesivo melhora a eficiência do 
produto, absorção, pois se chover antes de 1 a 2 h pode perder a aplicação. 
 
Principais plantas invasoras encontradas no IF Goiano- Câmpus Ceres 
 
Em área de pastagem 
De modo geral são dicotiledôneas herbáceas, arbustivas e arbóreas, e por gramíneas não 
desejadas, principalmente pela baixa aceitabilidade e características fisiológicas, dificultam o 
manejo. As de maior frequência, dominância e densidade destacam-se: assa-peixe; barba-de-
paca; cafezinho; cega-jumento; capim-duro; navalha; capim-sapé; cipó-de-fogo; fruta-de-lobo 
(lobeira); jurubeba; malícia; malva; esporão-de-galo; lacre; mata-pasto; vassoura; urtiga; 
tiririca; navalha de macaco, fedegosinho, fedegoso, samambaia. As invasoras sublinhadas são 
tóxicas. 
Algumas gramíneas são invasoras agressivas de baixo valor forrageiro e são perenes, 
conhecidas como, rabo de burro, amargoso, grama batatais, capim-capeta, pé-de-galinha, 
grama de burro etc.Em área de lavouras 
Monocotiledôneas: Capim colçhão; pé-de-galinha; Sorghum halepense (Capim-massambará; 
sorgo-selvagem); Cyperus rotundus (Tiririca); Sporobolus indicus (capim-capeta); 
28 
 
Dicotiledôneas: Amaranthus (caruru); Bidens spp. (picão-preto); Commelina spp. (trapoeraba); 
Cardiospermum halicacabum (balãozinho); Richardia brasiliensis (poaia-branca); Sida spp. 
(guanxuma); Euphorbia heterophylla (leiteiro, amendoim-bravo); Ipomoea spp. (corda-de-viola); 
Portulaca oleracea (Beldroega); Senna obtusifolia (Fedegoso); 
 
Herbicidas registrados para uso em pastagens 
Os principais mecanismos de ação são os herbicidas auxínicos ou mimetizadores de auxinas, os 
inibidores de EPSPs, do fotossistema 1 e da ALS. 
 
Tabela. Herbicidas registrados para uso em pastagens, seu mecanismo de ação e sua 
seletividade para forrageiras gramíneas e leguminosas. 
Mecanismo de ação Princípio ativo 
registrado® 
Seletividade 
G* L* 
Produtos 
Comerciais © 
Indicação para controle de: 
Inibidores de 
EPSPs 
Glyphosate Não Não Roundup WG “Mata tudo”- Dessecação em pré-
plantio. 
Inibidores do 
fotossistema 1 
Paraquat Não Não Gramoxone Desseca plantas anuais, mais 
rebrotam as perenes; 
Auxínicos - 
Hormonais 
2,4 D Sim Não DMA 806 BR; 
U-46D Fluid 
Folhas redondas mole sobre as 
gramíneas; 
Aminopiralide Sim Não Jaguar 
Picloram Sim Não Padron Arbustos e tocos 
Fluroxipir Sim Não Starane Arbustos e tocos 
Triclopyr Sim Não Garlon 480 Palmáceas, como babaçu, tucum, 
indaia. 
Inibidores da ALS. 
 
Tebuthiuron Sim Não Glaslan Arbustos espinhosos, com 
aplicação dos grânulos sobre o 
solo na projeção da copa. 
Metsulfurom Sim Não METSURAM
® 600 WG 
Pouco usual em pastagens, mais 
utilizado em canaviais 
G*-Gramíneas (folha estreita) L*Leguminosas e outras de folhas largas 
Fonte: Ferreira et al., (2013). 
 
Tabela. Principais Herbicidas comerciais e princípios ativos encontrados nas casas 
agropecuárias para uso em áreas para pastagens (estabelecimento, manutenção ou 
recuperação). 
Produto Princípio Uso 
Tordon 2,4-D + 
picloram 
Controle de folhas redondas moles e duras. São muito indicados para eliminação de 
reboleiras de plantas daninhas perenes, de talo duro. 
Plenum fluroxipir-
meptílico + 
picloram 
São muito usados no cerrado em área de pastagens extensas para controle de plantas 
arbustivas, através da aplicação localizada nas folhagens ou mesmo no toco recém-
cortado de arbustos e árvores. 
Padron Fluroxipir+
picloram e 
triclopyr 
Aplicação em plantas perenes no toco (depois da roçagem) - controla - aroeirinha, pata 
de vaca, espinho agulha, leiteiro, arranha gato, ciganinha, mamica de porca. 
Forma de aplicar - 2 funcionários: um roça e o outro com a bomba de pulverizar molha 
os tocos e tem a vantagem de vir com marcador (azul de metila), se o pasto já foi 
roçado deveremos cortar abaixo do corte anterior para evitar a concentração de 
carboidrato que impedem a boa absorção, se o corte foi muito baixo deveremos cavar 
com o enxadão para aplicar até a boa absorção 
 
É importante observar as recomendações contidas no rótulo do produto e se possível 
consultar um técnico. Vale destacar também sobre o volume de embalagem e produtos 
similares, pois interferem consideravelmente no custo. 
29 
 
 
Modelo de embalagem 
com volume de 
1,0/5,0/20,0 L 
MODO DE APLICAÇÃO: 
Aplicação foliar dirigida 
(Equipamento Costal e bico 
leque) 
Aplicação foliar em área total 
(Equipamento Tratorizado) 
como os pulverizadores 
de turbina de fluxo de ar 
(Jatão) ou os pulverizadores 
de barra, aplicando sobre a 
folhagem das plantas 
infestantes. 
O uso continua do de herbicidas com o mesmo mecanismo de ação pode contribuir para o aumento de população de plantas daninhas a ele 
resistentes. Como prática de manejo de resistência de plantas daninhas deverão ser aplicados herbicidas, com diferentes mecanismos de ação. 
Não havendo produtos alternativos, recomenda-se a rotação de culturas. 
Principais Informações contidas no rótulo dos principais herbicidas utilizados em forragicultura 
Produto Princípio e indicações Produto Princípio e indicações 
 
GLUMAXONE 200
®
 (PARAQUAT ou Dicloreto de 
Paraquate Eq. 200 g/L); 
Classe: herbicida de contato não seletivo, do grupo 
dos bipiridilios; 
Herbicida para aplicações em pós emergência das 
ervas, com ação de contato. Pode ser utilizado com 
jato dirigido sobre invasoras em culturas 
estabalecidas; em área total antes do plantio direto; 
em dessecação de culturas em aérea para cultivo de 
soja, milho e cana−de−açúcar. 
Dose de 1,5 a 3,0 L/há 
R$ 40/ L ou R$ 145 à R$ 150/ 5L 
ATRAZINA ATANOR 50 SC
®
 (Eq. ATRAZINA 500g /L) 
Classe: Herbicida seletivo, de ação sistêmica do grupo 
químico das triazinas. 
R$ 140 à R$ 150/ 5L 
PRIMATOP SC
®
 (Eq. ATRAZINA 250 g/L+SIMAZINA 250 g/L). 
Usado em pré e pós- emergência, no controle de plantas 
daninhas que infestam o Milho atingir 30 a 40 dias. 
Pré-emergência: aplicado logo após feita a semeadura 
Pós-emergência: Na ocorrência mista de plantas 
daninhas com predominância de folhas largas (até 4 
folhas) e presença de gramíneas (até 2 folhas). 
Dose: 4 a 8 L/ha 
 
ROUNDUP ORIGINAL (GLIFOSATO- Eq. 360 g/L) 
CLASSE:Herbicida não seletivo, de ação sistêmica do 
grupo químico glicina substituída. 
Recomendado para o controle não seletivo de plantas 
infestantes aplicação em área total em pré-plantio 
(pré-plantio da cultura no SPD) e pós-emergência das 
plantas infestantes para a tecnologia RR e 
subdosagem em gramas. 
Dose: 2 a 5 L/ha; ou 1 a 2 L/100 L de água ou 200 a 
400 ml/ bomba de 20 L 
R$ 25,0 à R$ 30/ L ou R$ 120 à R$ 150/ 5L ou 
R$ 395,00 à R$ 430/L ou Gli ouro custa 
R$350,0/20L e o Glifosato Atanor custa R$ 300/20 L 
 
SANSON 40 SC (NICOSSULFUROM Eq. 40 g/L) 
CLASSE: Herbicida seletivo (para milho) de ação 
sistêmica para aplicação em pós-emergência do grupo 
químico sulfonilureia. 
Recomendado em pós-emergência na cultura do milho 
(com 2 a 6 folhas (10 a 25 cm de altura) 
Afim de controlar com eficiência plantas de folhas 
estreita (até 2 perfilhos) e controle moderado em folhas 
largas (até 4 folhas) 
Dose: 1,25 a 1,5 L/há 
R$ 80,0 a 100,0/L 
 
DMA
®
 806 BR (2,4 D- Eq. 670 g/L) 
CLASSE: Herbicida hormonal, seletivo, de ação 
sistêmica do grupo do Ácido Ariloxialcanoico; 
Herbicida seletivo para aplicação no controle de 
plantas infestantes nas culturas de cana-de-açúcar e 
pastagens e milho (Pós-emergência: aplicar em área 
total até o milho atingir no máximo 4 folhas. As 
aplicações mais tardias deverão ser feitas em jato 
dirigido, sobre as plantas infestantes, evitando atingir 
o milho quando este estiver com mais de 4 folhas). 
Pode ser usado em pré-plantio, com carência de 7 a 
15 dias para plantio de leguminosas (Soja). Dose: 1 a 
2 L/ha. R$ 40 a R$ 45/L 
 
AMINOL
®
 806 (2,4 D- Eq. 670 g/L) 
CLASSE: Herbicida hormonal, seletivo, de ação sistêmica 
do grupo do ácido Ariloxialcanoico. 
Herbicida seletivo para aplicação no controle de plantas 
de folha larga infestantes (até 10 f) nas culturas do milho 
(Pós-emergência: aplicar em área total até o milho atingir 
no máximo de 5 a 6 folhas ou 25 cm. As aplicações mais 
tardias deverão ser feitas em jato dirigido, sobre as 
plantas infestantes, evitando atingir o milho quando este 
estiver com mais de 4 folhas). 
Dose: 1 a 1,5 L/ha. 
R$ 40 a R$ 50,0 /L ou R$ 600/20 L 
 
TORDON® (2,4 D (240g/L)+ PICLORAN (120g/L) 
CLASSE: Herbicida seletivo de ação sistêmica 
Recomendado para o controle de dicotiledôneas 
indesejáveis de porte arbóreo, arbustivo e 
subarbustivo em pastagens. 
Dose de 3,0 a 6,0 L/ha dependendo da invasora. 
Podendo fazer em área total, caso algumas 
dicotiledôneas resistam, dobre a dose e refaz 
localizado em jatos dirigidos; 
R$ 50 a R$ 55,0 /L ou R$ 250 a R$ 270/ 5L ou R$ 
930/20L 
NORTON
®
 (2,4 D (240g/L)+ PICLORAN (64g/L) 
CLASSE: Herbicida seletivo, sistêmico de pós-
emergência indicado para cultura do arroz e em 
pastagens 
Dose de 3,0 a 5,0 L/ha 
R$ 30 a

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