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ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO PROF. ME. EDINALDO FAVARETO GONZALEZ Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-reitor: Prof. Me. Ney Stival Diretora de Ensino a Distância: Profa. Ma. Daniela Ferreira Correa PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani/ Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Gabriela de Castro Pereira/ Letícia Toniete Izeppe Bisconcim/ Mariana Tait Romancini Produção Audiovisual: Eudes Wilter Pitta / Heber Acuña Berger/ Leonardo Mateus Gusmão Lopes/ Márcio Alexandre Júnior Lara Gestão da Produção: Kamila Ayumi Costa Yoshimura Fotos: Shutterstock © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Só- crates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande res- ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a socie- dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conheci- mento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivên- cia no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de quali- dade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mer- cado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR UNIDADE 3WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SAÚDE DO TRABALHADOR ........................................................................................ 5 CONCEITO PREVENCIONISTA DO ACIDENTE DE TRABALHO ............................................................................. 10 NR-04: SESMT .......................................................................................................................................................... 14 NR-05: CIPA .............................................................................................................................................................. 16 NR-24: CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO ........................................... 18 NR-26: SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA .................................................................................................................. 21 NR-28: FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES ............................................................................................................... 22 HISTÓRIA E NORMAS REGULAMENTADORAS PROF. ME. EDINALDO FAVARETO GONZALEZ 01 4WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Nesta unidade, vamos discorrer sobre a influência da história para o surgimento de Normas Regulamentadoras quanto à Engenharia de Segurança do Trabalho. 5WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SAÚDE DO TRABALHADOR Desde seu aparecimento na Terra, o homem convive com o risco. As atividades laborais nasceram com o homem e sempre ocorreram condições e atos inseguros. O problema dos acidentes e doenças profissionais acompanha o desenvolvimento das atividades do homem através dos séculos. E por não ter controle sobre os riscos, é que este esteve sempre sujeito a todo tipo de acidente. Segundo Bitencourt (1998), o trabalho existe desde do aparecimento do homem, mas os conceitos de segurança são bem mais recentes. Partindo da atividade predatória, o homem evoluiu para a agricultura e o pastoreio, alcançou a fase do artesanato e atingiu a era industrial, sempre acompanhado de novos e diferentes riscos que afetavam e ainda afetam sua vida e saúde. No que diz respeito à medicina, a questão entre saúde e trabalho é uma relação que existe há muito tempo, pois segundo Mattenberger (apud FACCHINI, 2009), os marcos iniciais da história da medicina vão da Medicina clássica até fins do século XVIII, o qual teve com estudiosos como Hipócrates, Plínio e Galeno. A doença era considerada essência abstrata. Com o passar do tempo e o desenvolvimento da tecnologia, o ser humano conheceu a roda d’água, os teares mecânicos, as máquinas movidas a vapor, a eletricidade até chegar a era dos computadores. Foi efetivamente um longo aprendizado. Se por um lado os inúmeros progressos científicos e tecnológicos facilitaram o processo de trabalho em vários aspectos, por outro, acabaram gerando novos riscos e aumentando consequentemente tanto a frequência como principalmente a gravidade dos acidentes e das doenças do trabalho. Com o início da revolução industrial, o aldeão começou a agrupar-se nas cidades, substituindo o risco de ser apanhado pelas garras de uma fera, para aceitar o risco de poder ser apanhado pelas garras de uma máquina. Segundo Mattenberger (2009), foi também com a Revolução Industrial que houve um desenvolvimento do mundo moderno e das ações da moderna Saúde Pública, sendo nesta época também, que surge a teoria microbiana das doenças consagradas por Louis Pasteur e de Robert Koch. Há 300 anos, praticamente inexistiam as relações entre atividades laborativas e as doenças ocupacionais. Em 1556, foi publicado o primeiro livro da área, com o título de “De Re Metallica”, descrevendo problemas relacionados com a extração de minerais argentíferos e auríferos e a fundição da prata e do ouro. Seu autor, George Bauer, mais conhecido pelo seu nome latino Georgius Agrícola, discute os acidentes do trabalho e as doenças mais comuns entre os mineiros, em destaque a “asma dos mineiros”, que segundo ele, era provocada por poeiras corrosivas, cuja descrição dos sintomas e rápida evolução da doença demonstraram tratar-se de silicose. Para Lamas (apud MARTINS 2008), no Brasil, nos anos 1970 e 1980, os frequentes insucessos de diversos programas voltados à saúde do trabalhador decorrentes ocorreram de iniciativas exclusivamente institucionais, eventualmente em articulação com a empresa, mas sem a participação dos trabalhadores, o que provocou a falência das políticas públicas na área de saúde e segurança do trabalho. Ainda de acordo com o mesmo autor, o exemplo mais concreto é a publicação da Lei nº 6.367, de 19/10/1976 que retirava da lista várias doenças profissionais, que resultou na redução de um quinto, o número de acidentes de trabalho entre 1975 e 1985. Moreira (2003), em sua pesquisa bibliográfica, mostra os seguintes dados da evolução da segurança do trabalho no mundo: 6WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA ✓ Hipócrates (460-357 AC) e Plínio, o Velho (23-79 DC), indicaram nos seus trabalhos a ocorrência de doenças pulmonares em mineiros. ✓ 1.556: Georg Bauer publicou o livro “Re De Metallica”, no qual estuda doenças e acidentes de trabalho que estão relacionados à mineração e fundição de ouro e prata. ✓ 1.567: Aureolus Theophrastur Bembastur von Hohenheim apresentou a primeira monografia cujo o temaera trabalho com doença. ✓ 1.700: O médico Bernardino Ramazzini italiano publicou o livro “De Morbis Artificium Diatriba”, no qual relatava as doenças de 50 profissões. ✓ Século XVIII: Surge a revolução Industrial na Inglaterra. ✓ 1.769: James Watt patenteou a primeira máquina a vapor com boa aplicabilidade substituindo a de propulsão hidráulica, mudando completamente o quadro industrial da época, possibilitando a instalação de indústrias longe dos cursos d`água, ou seja, nas cidades onde havia mão-de-obra em abundância. Para sustentar as máquinas a vapor, houve uma grande migração de pessoas para as cidades e para as minas de carvão. Neste ano, havia cinco milhões de trabalhadores nas minas (Grã-Bretanha, Alemanha, EUA, França, Rússia, Áutria-Hungria, Bélgica, Índia, Japão, Sul da África), e suas condições de trabalho eram degradantes: marcadas por incêndios, explosões, intoxicação por gases.... Assim, muitos ficavam sepultados nas galerias. O trabalho nas minas era mais pesado, a ser executado por os homens, enquanto nas fábricas ficavam as mulheres e crianças. ✓ 1.792: Inventado o lampião de gás, houve uma tendência de aumento da jornada de trabalho, que já era excessiva. ✓ Meados do século XIX: A França tinha jornadas de trabalho que variavam de 11 horas até 15 horas diárias. ✓ 1.802: O parlamento inglês nomeou uma comissão que criou a primeira lei de proteção aos trabalhadores: a “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”, que estabelecia o limite de 12 horas de trabalho diário, proibia trabalho noturno e obrigava a ventilação nas fábricas e lavagem das paredes duas vezes por ano. ✓ 1.819: Complementação da Lei dos Aprendizes, que não teve eficiência devido a oposição dos empregadores. ✓ 1831: A comissão de inquérito da Lei dos Aprendizes, que retrata as condições de trabalho das fábricas. ✓ 1.833: Em função do relatório publicado pela comissão de inquérito, é instituída na Inglaterra a “Lei das Fábricas”. Aplicada à indústria têxtil, proibia o trabalho noturno para menores de 18 anos, carga horária de 12 horas diárias (69 horas semanais), idade mínima de 9 anos. As fábricas precisavam ter, ainda, escolas frequentadas por todos os trabalhadores menores de 13 anos. 7WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA ✓ 1.844: Estabelece jornada de trabalho para as mulheres de 10 horas diárias. ✓ 1.867: Reconhecimento e determinação de providências para prevenção das doenças provocadas por condições de trabalho, exigiu a instalação de proteção nas máquinas e proibiu a realização de refeições em locais que tivessem a presença de agentes químicos agressivos. A partir dessas datas e conquistas, outros países começaram a implementar novas regras para segurança nos ambientes de trabalho. No Brasil, as primeiras mudanças iniciaram em 1.919 com a primeira lei aprovada. Moreira (2003), retrata bem essa questão em seu estudo. Segue, portanto, a cronologia: ✓ 1.730: Existia o predomínio de trabalho escravo no qual se trabalhava 18 horas diárias. Todavia, como a vida útil de um escravo começou a se tornar curta, com cerca de 12 anos, e cada vez mais existiam limitações ao tráfico de negros, se inicia uma preocupação com a preservação à saúde e ao bem-estar no trabalho. ✓ 1.919: Primeira lei sobre indenização por acidentes de trabalho, que se limitava ao setor ferroviário. ✓ 1.923: Criação da previdência social pela Lei Eloy Chaves, que instituiu a Caixa de Aposentadoria e Pensões, para uma empresa de estrada de ferro. ✓ 1.930: Era Vargas. O mundo estava passando pela grande depressão de 1.929, portanto, não havia importação, e Getúlio, nacionalista, favorece o desenvolvimento industrial brasileiro. Ocorreu, portanto, uma profunda reestruturação da ordem jurídica trabalhista, estando muitas dessas medidas, em vigor até hoje. ✓ 1.934: Institui várias garantias para o trabalhador, como por exemplo, o depósito obrigatório para garantia da indenização, que simplificou o processo e aumentou o valor da indenização em caso de morte do acidentado, entendendo a doença profissional também como acidente de trabalho indenizável, em complementação à legislação anterior de 1919. ✓ 1.938: Criado o adicional de insalubridade de 10, 20 e 40% sobre o salário mínimo vigente, conforme a atividade que o trabalhador desenvolve. ✓ 1.943: Criada a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), a qual reuniu a legislação relacionada com a organização sindical, previdência social, justiça e segurança do trabalho. ✓ 1.955: Criado o adicional de periculosidade para os trabalhadores que prestam serviço em contato permanente com inflamáveis, 30% do valor do salário. ✓ 1.967: Alteração da CLT em vários pontos, dentre os quais se destaca a exigência de que as empresas mantivessem “Serviços Especializados em Segurança e em Higiene do Trabalho”. ✓ 1.967: O seguro de acidente de trabalho somente poderia ser feito com a Previdência Social, tornando o seguro obrigatório, um monopólio estatal, fato que permanece inalterado até os dias atuais. 8WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA ✓ 1.978: Alteração da CLT, regulamentando a Portaria 3.214 de 08/06/1978, a qual cria as normas regulamentadoras, que representaram um grande salto qualitativo para a segurança do trabalho sistemática, que está em vigor até hoje. ✓ 1988: Promulgação da Constituição Federal de 1988, que estabelece direitos relativos à Segurança do Trabalho aos trabalhadores. ✓ Década 90: Várias normas regulamentadoras sofreram atualização, seguindo a filosofia da gestão da segurança do trabalho, até porquê em 1987, nascia a ISO 9000, norma de certificação da qualidade nível internacional. Para Gonzalez (2017), esse acontecimento serviu para a obtenção de grandes avanços para as normas de segurança do trabalho, assim como para uma melhor gestão na área. ✓ 1992: Criada a FENATEST - Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho. ✓ 2002: NR 30 - Segurança no Trabalho Aquaviário. ✓ 2003: Criação de novas normas e instruções normativas para o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP). ✓ 2005: Criação da Radio Kosak, a primeira rádio de Segurança do Trabalho no Brasil. Criadas as NR 31 e 32. ✓ 2006: NR 33: Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados. ✓ 2007: Criação do Curso de Tecnólogo de Segurança do Trabalho. ✓ 2012: NR 35 – Trabalho em Altura. ✓ 2013: NR 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados. O Brasil tem demostrado pelo menos em atualização de algumas normas, um grande compromisso e responsabilidade com a segurança do trabalho, como por exemplo, as atualizações das normas NR-10, NR-12, a criação de novas, como as recentes NR-34, 35 e 36. A seguir veja a relação das NRs existentes para consulta, que estão disponíveis no site do ministério do trabalho e durante essa disciplina irá estudar algumas delas, que estão relacionadas a atividades das engenharias, segundo Brasil (2018) e Moraes (2011). • “Norma Regulamentadora Nº 01 - Disposições Gerais • Norma Regulamentadora Nº 02 - Inspeção Prévia • Norma Regulamentadora Nº 03 - Embargo ou Interdição • Norma Regulamentadora Nº 04 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho • Norma Regulamentadora Nº 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes • Norma Regulamentadora Nº 06 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI) • Norma Regulamentadora Nº 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) 9WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA • NormaRegulamentadora Nº 08 - Edificações • Norma Regulamentadora Nº 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais • Norma Regulamentadora Nº 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade • Norma Regulamentadora Nº 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais • Norma Regulamentadora Nº 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos • Norma Regulamentadora Nº 13 - Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações. • Norma Regulamentadora Nº 14 - Fornos • Norma Regulamentadora Nº 15 - Atividades e Operações Insalubres • Norma Regulamentadora Nº 16 - Atividades e Operações Perigosas • Norma Regulamentadora Nº 17 - Ergonomia • Norma Regulamentadora Nº 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção • Norma Regulamentadora Nº 19 - Explosivos • Norma Regulamentadora Nº 20 - Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis • Norma Regulamentadora Nº 21 - Trabalho a Céu Aberto • Norma Regulamentadora Nº 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração • Norma Regulamentadora Nº 23 - Proteção Contra Incêndios • Norma Regulamentadora Nº 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho • Norma Regulamentadora Nº 25 - Resíduos Industriais • Norma Regulamentadora Nº 26 - Sinalização de Segurança • Norma Regulamentadora Nº 27 - Revogada pela Portaria GM n.º 262, 29/05/2008 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB • Norma Regulamentadora Nº 28 - Fiscalização e Penalidades • Norma Regulamentadora Nº 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário • Norma Regulamentadora Nº 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário • Norma Regulamentadora Nº 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aqüicultura • Norma Regulamentadora Nº 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde • Norma Regulamentadora Nº 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados • Norma Regulamentadora Nº 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval • Norma Regulamentadora Nº 35 - Trabalho em Altura • Norma Regulamentadora n.º 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados. O Brasil tem demostrado, pelo menos em atualização de algumas normas, um grande compromisso e responsabilidade com a segurança do trabalho, como por exemplo a as atualizações das normas NR-10, NR-12, a criação de novas como as recentes NR-34, 35 e 36. 10WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA A atualização ou criação de Normas Regulamentadoras é realiza- da pela CTPP (Comissão Tripartite Paritária Permanente), pois re- únem representantes do Governo, Trabalhadores e Empregadores, fazendo com que a atualização ou a criação de uma nova NR seja estabelecida em um consenso. O processo de atualização de uma NR ou criação de uma não é só esse, de forma simplificada, em primeiro lugar um texto preliminar vai para consulta pública no site do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), depois CTPP, avaliação final e por última publicação. CONCEITO PREVENCIONISTA DO ACIDENTE DE TRABALHO Acidente de trabalho é qualquer ocorrência não programada, inesperada ou não, que interfere ou interrompe a realização de uma determinada atividade, trazendo como consequência isolada ou simultânea a perda de tempo, danos materiais ou lesões. Para o profissional prevencionista, mesmo um acidente sem lesão (quase acidente) é muito importante, pois, durante a análise das suas causas surgirão medidas capazes de impedir sua repetição ou agravamento, isto é, um acidente com lesão. As figuras a seguir explicam melhor a situação: Tabela 1 – Análise 1. Fonte: o autor. 11WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Tabela 2 – Análise 2. Fonte: o autor. Tabela 3 – Análise 3. Fonte: o autor. CONCEITO LEGAL DE ACIDENTE DE TRABALHO O conceito de acidente se questionado a um leigo será uma regra muito mais severo do que estabelece a própria definição. Segundo a legislação, “Acidente do trabalho é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou perda, ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. Segundo a Norma de Certificação Segurança do Trabalho, padrão internacional, OHSAS 18000, “Evento não-planejado que resulta em morte, doença, lesão dano ou outra perda”. Recentemente (12/03/2018), a OHSAS 18000 – Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional – foi atualizada pela ISO que recebeu uma nova “numeração” e “nome” ISO 45001:2018 – Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho, mas para esse estudo estará ainda sendo usado a OHSAS 18000, pois ainda estará em vigor devido a adequação das empresas por 3 anos. 12WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Independente qual seja a definição de acidente, o fato é que há uma perda, um dano, e que o grande prejudicado é o acidentado. A diferença entre os dois conceitos (quase acidentes e o acidente) reside no fato de que para o conceito legal é necessário haver lesão física, enquanto que no conceito prevencionista são levadas em consideração, além das lesões físicas, a perda de tempo e de materiais, podendo ser investigada a origem desses fatos, pois esses poderão ser um potencial acidente de trabalho. TIPOS DE ACIDENTE DO TRABALHO: • Típico: É aquele que ocorre no local e durante o trabalho, considerando como um acontecimento súbito, violento e ocasional, provocando no trabalhador uma incapacidade para a prestação de serviço. Exemplos: batidas, quedas, queimaduras, contato com produtos químicos, choque elétrico, etc. • Trajeto: É o acidente sofrido pelo empregado no percurso da residência para o local de trabalho ou vice-versa, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do empregado. Deixa de caracterizar-se como “acidente de trajeto” quando o empregado tenha, por interesse próprio, interrompido ou alterado o percurso normal. • Doenças ocupacionais: São as doenças decorrentes da atividade do trabalho. Para ser caracterizado acidente de trabalho segundo a legislação tem que estar enquadrado na Lei 3.807 de 26/08/1960, segue alguns trechos importantes para conhecimento: § 1º Consideram-se também empregados, para os fins desta lei, o trabalhador temporário, o trabalhador avulso, assim entendido o que presta serviços a diversas empresas, pertencendo ou não a sindicato, inclusive o estivador, o conferente e assemelhados, bem como o presidiário que exerce trabalho remunerado. É especificado nesse ponto da lei os trabalhadores que estão sobre proteção, e que se percebe é bastante abrangente. “Art. 2º Acidente do trabalho é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou perda, ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. No artigo segundo, reforça a definição do termo “Acidente de Trabalho”, já relatado em outras ocasiões no texto. A seguir vem o ponto crucial da lei, são os pontos que segundo a Lei considera o que é acidente de trabalho § 1º Equiparam-se ao acidente do trabalho, para os fins desta lei: I - a doença profissional ou do trabalho, assim entendida a inerente ou peculiar a determinado ramo de atividade e constante de relação organizada pelo Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS); II - o acidente que, ligado ao trabalho, embora não tenha sido a causa única, hajacontribuído diretamente para a morte, ou a perda, ou redução da capacidade para o trabalho; III - o acidente sofrido pelo empregado no local e no horário do trabalho, em consequência de: a) ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiros, inclusive companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro inclusive companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação ou incêndio; 13WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA f) outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior. IV - a doença proveniente de contaminação acidental de pessoal de área médica, no exercício de sua atividade; V - o acidente sofrido pelo empregado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do empregado; d) no percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela. E no próximo paragrafo a Lei especifica outro detalhe que muitas vezes passa despercebido pelo empregador, ou seja, o empregado se ele permanecer dentro do local de trabalho durante o horário de almoço, caracteriza estar a serviço da empresa, e, portanto, o que acontece nesse período é um acidente de trabalho. “§ 2º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado será considerado a serviço da empresa”. Doenças relativas à atividade do trabalho são consideradas acidente de trabalho, segundo estabelece o próximo parágrafo. § 3º Em casos excepcionais, constatando que doença não incluída na relação prevista no item I do § 1º resultou de condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, o Ministério da Previdência e Assistência Social deverá considerá-la como acidente do trabalho. O próximo artigo estabelece claramente que em qualquer acidente de trabalho, o trabalhador tem direito a total suporte para seu reestabelecimento. Art. 10. A assistência médica, aí incluídas a cirúrgica, a hospitalar, farmacêutica e a odontológica, bem como o transporte do acidentado e a reabilitação profissional, quando indicada, serão devidos em caráter obrigatório. Art. 11. Quando a perda ou redução da capacidade funcional puder ser atenuada pelo uso de aparelhos de prótese ou órtese, estes serão fornecidos pelo INPS, independentemente das prestações cabíveis. Art. 12. Nas localidades onde o INPS não dispuser de recursos próprios ou contratados, a empresa prestará ao acidentado a assistência médica de emergência e, quando indispensável a critério do médico, providenciará sua remoção. § 1º Entende-se como assistência médica de emergência a necessária ao atendimento do acidentado até que o INPS assuma a responsabilidade por ele. § 2º O INPS reembolsará a empresa das despesas com a assistência de que trata este artigo até limites compatíveis com os padrões do local de atendimento. Devido a lei ser muito antiga e na época se usava o termo INPS, ao invés de INSS. A Lei é antiga mas vale até hoje e foi aprovada em um momento que o Governo Federal estava preocupado com o número crescente de acidente de trabalho e como já foi relatado aqui, na unidade I, o ministro que estava à frente dessa Lei é o Arnaldo Prieto, o Pai das NRs. 14WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA NR-04: SESMT As normas Regulamentadoras são distribuídas gratuitamente pelo site do Ministério do Trabalho e Emprego, de forma garantir maior alcance as pessoas e de forma atualizada. O primeiro requisito normativo da NR-04 começa com uma grande exclusão de trabalhadores, veja o que expõe: 4.1 As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. Explicando, todas as empresas deverão ter SESMT, todas as privadas, públicas, que possuem empregados sobre o regime de CLT, ou seja, com essa normativa, o governo tira de si a responsabilidade e obrigatoriedade. Afinal, o que é o tal do SESMT? Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, grupo de profissionais que ficam dentro das empresas para verificar questões relacionadas à prevenção de segurança do trabalho, assim como primeiros socorros. O dimensionamento desse grupo é definido pelo requisito 4.2 da NR-04 no qual precisa-se saber o risco da atividade (Quadro I, NR-04) e com isso utiliza o Quadro II da NR-04 no qual tem-se o seguinte dimensionamento. Quadro II – Dimensionamento dos SESMT. Fonte: NR-04. 15WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Exemplo 01: Empresa que trabalha no ramo de fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos que possuem 700 funcionários. Para a NR-04 Quadro I, tem-se: 27.10 - 4 Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos: Risco 3 Para a NR-04 Quadro II, tem-se o dimensionamento, risco 3 x 700 funcionários, tem-se: Técnico de Segurança: 03 profissionais em tempo integral Engenheiro de Segurança do Trabalho: 01 profissional em tempo parcial de no mínimo 03 horas Médico do Trabalho: 01 profissional em tempo parcial de no mínimo 03 horas, figura 01. Figura 1 - Equipe multidisciplinar prevenindo e salvando vidas. Fonte: Portal Trabalho Seguro (2018). Exemplo 02: Empresa que trabalha no ramo de obras para geração e distribuição de energia elétrica e para telecomunicações que possuem 700 funcionários. Para a NR-04, Quadro I, tem-se: 42.21 – 9: Obras para geração e distribuição de energia elétrica e para telecomunicações: Risco 4 Para a NR-04 Quadro II, tem-se o dimensionamento, risco 4 x 700 funcionários, tem-se: Técnico de Segurança: 04 profissionais em tempo integral Engenheiro de Segurança do Trabalho: 01 profissional em tempo integral Auxiliar de Enfermeiro do Trabalho: 01 profissional em tempo integral Médico do Trabalho: 01 profissional em tempo integral Os dois exemplos mostram como a equipe mudou por simples alteração do risco da atividade, que passou de 3 para 4, e assim, a equipe que possuía profissionais em tempo parcial tornou-se integral, tendo acrescentado mais um profissional, no caso o enfermeiro. 16WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA NR-05: CIPA A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador, figura 02. Figura 2 - CIPA Protegendo Trabalhadores. Fonte: Instituto de Santa Catarina (2018). Algumas regulamentações da CIPA: - A CIPA deve ser montada por estabelecimento (segundo a NR-01, estabelecimento é entreposto, filial, ou seja, cada endereço uma CIPA). - Quem são os integrantes da CIPA Empregador: titulares e suplentes, serão por elesdesignados. - Quem são os integrantes da CIPA Empregadores: titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados. - O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição e o eleito para direção da CIPA. A CIPA tem funcionários que representam os empregadores e os empregados, o candidato representado pelos funcionários terá es- tabilidade no emprego, durante o mandato e um ano após o térmi- no. 17WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA A CIPA tem algumas atribuições importantes para a contribuição da segurança do trabalho. - Identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver. - Realizar, periodicamente, verificações nos ambiente s e condições de trabalho visando a identificação de situações que venham trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores. - Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho. - Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho; - Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT; entre outros. A CIPA será composta por um dimensionamento conforme o grau de risco, (ver quadros I, II e III da NR-05) veja parte do Quadro I, Dimensionamento da CIPA, (NR-05). Quadro III – Dimensionamento de CIPA. Fonte: NR-05. Os “Grupos” mostrados no quadro estão relacionados à atividade (quadro II, NR-05) e a atividade está relacionada ao grau de risco (quadro III, NR-05), enfim, o grau de risco está diretamente relacionado aos “Grupos” do quadro I. Definido o Grupo, pela quantidade de funcionários se determina o tamanho da CIPA, como pode ser observado no quadro apresentado. O empregador convocará eleição para escolha dos representantes dos empregados da CIPA, no qual a eleição terá que ter 50% de participação, caso contrário, convocam-se novas eleições, figura 3. Figura 3 - Eleição da CIPA. Fonte: SINTTEL-PB (2018). 18WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA No caso específico da construção civil as regras para formação de CIPA seguem pelas regras estabelecidas na NR-18. NR-24: CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO Essa NR trata de assuntos de dimensionamentos em áreas comuns em ambiente de trabalho, as quais consistem em instalações sanitárias, vestiários, refeitórios, cozinhas e alojamento. Portanto, seguem algumas recomendações, no que diz respeito as áreas comuns citadas. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS Algumas considerações sobre as instalações sanitárias para uma boa implantação: - Deverão ser separadas por sexo - Deverão estar sempre limpos. - Mictórios individuais deverão ser de porcelana ou material impermeável. - Mictório tipo coletivo, a cada 0,60m corresponde um mictório individual. - Para atividades insalubres deverá ter 1 lavatório para cada 10 funcionários, proporcionalmente. - Os banheiros deverão ter piso e paredes revestidos de material resistente, liso, impermeável e lavável. - Deverá ter 01 chuveiro para cada 10 funcionários, o aluguel ou compra de módulos facilita atender a norma para empresas que possuem serviços temporários, havendo uma grande variação da quantidade de mão de obra, figura 04: Figura 4 - Chuveiro cabine. Fonte: IBIMAQ (2018). 19WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA - Deve ter ventilação e iluminação. - Não poderão se comunicar diretamente com refeitório. - O gabinete sanitário deve possuir lixeira com tampa. VESTIÁRIOS Destinado a troca de vestuário do funcionário, sempre que a empresa exigir uniforme, guarda-pó, sendo proibido o local ser usado para outro fim. Seguem algumas exigências: - Deverá existir, caso existam homens e mulheres na empresa, vestiários independentes. - Área mínima no vestiário 1,5m2 por funcionário. - Deverá ter paredes de material impermeável e lavável, piso impermeáveis e com inclinação para ralos com sifões. - Deve ter ventilação e iluminação. - Armários de madeira ou metal, pintados (ou revestidos com fórmica), com ventilação e individuais. - Em atividades insalubres, o funcionário deverá ter armário duplo. - Os armários deverão ter dimensões mínimas 30x40x80cm. REFEITÓRIOS É obrigatório para empresas com mais de 300 funcionários, sendo que os funcionários só poderão fazer refeição nesse local. Seguem algumas exigências: - A área do refeitório mínima de 1m2 por funcionário, podendo ter capacidade 1/3, da quantidade total de funcionários. - Piso impermeável revestido de material que se possa lavar. - Instalação de bebedouro com jato inclinado de água potável, sendo proibido utilização de copos coletivos. - Refeitório que interliga diretamente a sanitários, ou locais insalubres ou perigosos. - Deve ter ventilação e iluminação, veja refeitório contêiner, figura 05. Figura 5 - Chuveiro cabine. Fonte: IBIMAQ (2018). 20WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA COZINHA Local destinado ao preparo dos alimentos que serão servidos aos funcionários. Seguem algumas exigências: - Ser adjacentes ao refeitório. - As áreas da cozinha deverão ter 35% da área do refeitório, e o depósito 20%. - Deve ter ventilação e iluminação. - É indispensável que os funcionários da cozinha tenham vestiários e banheiros individuais. ALOJAMENTO Local destinado ao repouso do funcionário, que não poderá passar de 100 pessoas. As camas do alojamento poderão ser simples ou beliche, sendo simples, o pé direito terá 2,60m e beliche terá 3,00m, ambas com área mínima de 2,47m2. A distância entre camas (colchão da cama de baixo e longarina da cama de cima) será de 1,1m. Nos alojamentos deverão ser obedecidas as seguintes regras gerais quanto ao seu uso: - Todo quarto ou instalação deverá ser conservado limpo. - O lixo deverá ser retirado diariamente e depositado em local adequado. - É proibida, nos dormitórios, a instalação para eletrodomésticos e o uso de fogareiro ou similares, figura 6. Figura 6 - Alojamento de obra, com fogão e botijão de gás no mesmo ambiente. Fonte: o autor. 21WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA - É vedada a permanência de pessoas com moléstias infectocontagiosas. No caso especifico da construção civil, as regras para montagem da área de vivência são estabelecidas na NR-18, mais precisamente requisito normativo 18.4 – Áreas de Vivência. Veja o quadro de proporções de itens importantes para dimensionamento de uma área de vivência para funcionários de uma empresa. Tabela 1 – Proporções de itens importantes. Fonte: o autor. NR-26: SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA As cores nos ambientes de segurança são utilizadas para indicar e advertir riscos nos ambientes de trabalhos. Suas principais funções são fazer a identificação dos equipamentos de segurança, delimitação de áreas, identificação de tubulações empregadas para a condução de líquidos e gases e advertência contra riscos, atendendo ao disposto nas normas técnicas oficiais. As cores não dispensam o emprego de outras formas de prevenção de acidentes e seu uso exagerado pode causar distração, fadiga e confusão no funcionário.Os produtos químicos utilizados no local de trabalho devem ser classificados quanto aos perigos que podem trazer, ameaçando a segurança e a saúde dos trabalhadores. Assim, devem ser considerados os critérios estabelecidos pelo Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas. 22WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Leia a NR-26, Sinalização de Segurança e outras as outras NRs relacionadas nas unidades, presencialmente leia MORAES (2011), pois é a norma comentada. NR-28: FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES Essa NR foi inserida no estudo para mostrar um detalhe importante no que diz respeito a penalidades, ou seja, quanto custa o não cumprimento das normas de segurança. Esta NR estabelece que o valor máximo de uma multa em uma empresa será de 6.304 UFIRs para penalidades na área de segurança do trabalho e será de 3.782 UFIRs para medicina do trabalho, sendo os valores intermediários seguem a seguinte regra. O anexo II da NR-28 estabelece para cada requisito normativo um valor de infração e se ela é do tipo Segurança do trabalho “S” ou se ela é do tipo Medicina do trabalho “M”, veja a seguinte situação de uma infração, em uma NR estudada nessa unidade: Exemplo 03: “24.1.25.2 Serão mantidas em estado de asseio e higiene”. O Anexo II da NR-28 estabelece: Uma infração “2” do tipo “S”, ou seja, Segurança do trabalho. O código não tem importância no momento. Supondo empresa com 70 funcionários, no Anexo I da NR-28, o valor da multa seria de 1.665 – 1.935 UFIRs, o fiscal irá definir qual será o valor mais exato da multa, figura 7. Figura 7 - Valor da multa. Fonte: Emaze (2017). 23WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Leia as bibliografias relacionadas nessa unidade para obter mais conhecimento contextualizando situações apresentadas, preferen- cialmente sugere-se ler MORAES (2011), pois essa possui as nor- mas comentadas, facilitando sua compreensão. A UFIR Unidade Fiscal de Referencia extinta no ano de 2.000 pela Medida Provisória n. 1.973-67 de 26/10/2.000, e seu valor está desde então, fixado em R$ 1,0641. Portanto, ao pagar uma multa de segurança ou medicina do trabalho, lembre-se que ela está desatualizada a quase uma década. UNIDADE 24WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 25 FUNDAMENTOS DA PREVENÇÃO E CONTROLE DE PERDAS ............................................................................. 26 ACIDENTE DE TRABALHO E SUAS CAUSAS .......................................................................................................... 31 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO ........................................................................................................................... 34 ORDEM DE SERVIÇO ............................................................................................................................................... 42 PREVENÇÃO EM ACIDENTES DE TRABALHO PROF. ME. EDINALDO FAVARETO GONZALEZ 02 25WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO O tema prevenção e controle de perdas é recente e atualmente vem sendo mais difundido nas empresas, especificamente nas grandes, no entanto nada impede de ser aplicado na empresa no qual irá trabalhar como futuro profissional da área de segurança, seja ela uma pequena ou média. 26WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA FUNDAMENTOS DA PREVENÇÃO E CONTROLE DE PERDAS Esse tema iniciou nos anos de 1930 com o engenheiro H. W. Heinrich em sua obra intitulada de “Industrial Accident Prevention”, divulgando pela primeira vez a filosofia do acidente com danos a propriedade. Entre 1959 a 1966, o engenheiro Frank E. Bird Jr em seu trabalho “Damage Control” atualizou os dados pesquisados por Heinrich. Mais tarde realizando uma atualização de seu próprio estudo Bird chegou algumas conclusões mais aprimoradas de seu próprio trabalho, nas 297 empresas de 21 grupos diferentes, totalizando 1.750.000 funcionários, conforme mostra a figura 01. Figura 1 - Pesquisa de Heinrich e BIRD. Fonte: Tavares (2005). Após os estudos de Bird, em 1.970, John A. Fletcher, realizou uma proposta onde o objetivo era o “Controle Total de Perdas”, cujo objetivo maior é reduzir ou eliminar todos os acidentes que possam interferir ou paralisar um sistema, acidentes como por exemplo as que causem, lesão, dano à propriedade, incêndio, explosão, roubo, vandalismo, sabotagem, poluição da água, do ar, do solo, doença ocupacional ou defeito do produto. Algumas definições, segundo Tavares (2005): • Condição potencial de perdas: condição ou grupo de condições capaz, sob certas circunstâncias não-planejadas, de instável, e, em momento não-previsível, gerada em função de circunstâncias que lhe são favoráveis, pode desencadear o acidente. • Acidente: fato indesejado e inesperado – não programado – que produz ou pode produzir perdas, perdas essas que poderão ser patrimoniais ou a pessoas. • Perda real e perda potencial: a perda real é o produto do acidente e pode manifestar- se como lesão ou morte de pessoas ou danos materiais, já a perda potencial, também conhecida como “quase-perda”, é aquela que por devido algumas circunstâncias poderiam se transformar em uma perda real. 27WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA RISCOS OCUPACIONAIS Os riscos ocupacionais são definidos pela Portaria no 25 de 29/12/1994, nela é definida os riscos e suas categorias, como por exemplo alguns riscos em suas categorias no quadro a seguir. Tabela 2 – Riscos. Fonte: o autor. TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS A respeito da identificação de riscos, a Engenharia de Segurança de Sistema condensa várias técnicas que, anteriormente, eram dirigidas ao campo aeroespacial, automotivo e para indústrias de apoio, mas que também se mostraram úteis nas áreas de estudo dos riscos que afetavam as empresas civis, e foram paulatinamente introduzidas ao prevencionismo. Essas técnicas, citadas por Tavares (1996) e De Cicco & Fantazzini (1985), são chamadas genericamente de técnicas de Análise de Riscos. SÉRIE DE RISCOS (SR) Surgida a partir da necessidade de se determinar qual foi o agente diretamente responsável por um evento, e caracterizando-se como uma técnica de identificação que ordena os riscos pela importância ou gravidade destes. É apresentado os seguintes tipos de riscos, segundo Tavares (2005): ✓ Risco inicial: originário, figurando no começo de série. ✓ Risco principal: pode causar morte, lesão e degradação da capacidade funcional aos trabalhadores, danos a equipamento, veículo, estruturas, perda de material, entre outras. ✓ Riscos contribuintes: os restantes dos riscos que compõem a série. Seguindo como exemplo um funcionário utilizando uma escada de madeira, figura 2: 28WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 2 - exemplo de análise de risco por SR – utilização de escada. Fonte: Tavares (2005). Assim, têm-se o risco principal (responsável direto pelo dano), os riscos iniciais que originam a série, e osriscos contribuintes. Uma vez obtida a série, cada risco é analisado em termos das possíveis inibições que podem ser aplicadas a cada caso. ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS (APR) Consiste em um estudo, durante a concepção ou desenvolvimento prematuro de um novo sistema, com a finalidade de determinar os riscos que poderão estar presentes em sua fase operacional. Esse procedimento é de suma importância, principalmente nos casos em que o sistema a ser concebido não possui semelhança com outros existentes. A APR é, portanto, uma análise inicial “qualitativa”, desenvolvida na fase de projeto e desenvolvimento de qualquer processo, produto ou sistema, possuindo especial importância na investigação de sistemas novos de alta inovação e/ou pouco conhecidos, ou seja, quando a experiência em riscos na sua operação é carente ou deficiente. Apesar das características básicas de análise inicial, é muito útil como ferramenta de revisão geral de segurança em sistemas já operacionais, revelando aspectos que às vezes passam desapercebidos. A APR teve seu desenvolvimento na área militar, sendo aplicada primeiramente como revisão nos novos sistemas de mísseis. A necessidade, neste caso, era o fato de que tais sistemas possuíam características de alto risco, já que os mísseis haviam sido desenvolvidos para operarem com combustíveis líquidos perigosos. Assim, a APR foi aplicada com o intuito de verificar a possibilidade de não utilização de materiais e procedimentos de alto risco ou, no caso de tais materiais e procedimentos serem inevitáveis, no mínimo estudar e implantar medidas preventivas. Segundo Tavares (2005), a técnica APR possui alguns princípios: 29WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Tabela 3 – Princípios da APR. Fonte: Tavares (2005). Para ajudar na exemplificação dos riscos analisados a técnica utiliza uma classificação: Tabela 4 – Classificação. Fonte: Tavares (2005). 30WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA A APR nada mais é do que uma tabela síntese de cada risco que está sujeito o funcionário onde pode-se citar como exemplo: Tabela 5 – Análise Preliminar. Fonte: Tavares (2005). Pode-se ampliar o quadro com muito mais itens e associar-se ao mapa de risco, com isso obtendo informações mais completas sobre cada situação. Resumo: • Tipo: Analise inicial, qualitativa • Aplicação: Fase de projeto ou desenvolvimento de qual¬quer novo processo, produto ou sistema. • Objetivos: Determinação de riscos e medidas preventivas antes da fase operacional. • Princípio/Metodologia: Revisão geral de aspectos de segurança através de um formato padrão, levantando-se causas e efeitos de cada risco; medidas de prevenção ou correção e categorização dos riscos para priorização de ações. • Benefícios e Resultados: Elenco de medidas de con¬trole de riscos desde o início operacional do sistema. Permite revisões de projeto em tempo hábil no sentido de dar maior segurança. Definição de responsabilidade no controle de riscos. • Observações: De grande importância para novos siste¬mas de alta inovação. Apesar de seu escopo básico de análise inicial, é muito útil como revisão geral de segurança em sistemas já operacionais, revelando aspectos, às vezes, despercebidos. 31WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA ACIDENTE DE TRABALHO E SUAS CAUSAS O foco da engenharia de segurança do trabalho é nunca estudar as causas de acidentes de trabalho, pois a forma de trabalho é sempre prevensionista, mas nem sempre isso ocorre, e são com as causas que se possibilita, portanto, a prevenção de novos acidentes no ambiente de trabalho. Por esse motivo, com o intuito de evitar novos acidentes, errando no mesmo ponto que aconteceu o acidente anterior esse capitulo visa fazer um estudo porque os acidentes acontecem. Investigar as causas do mais simples acidente de trabalho, pois essa poderá revelar um possível acidente de maior gravidade em outra ocasião. Exemplo, o transporte de materiais, suas possíveis causas do acidente durante esse percurso. 1. o piso estava liso? 2. o piso estava liso devido a chuva? 3. o piso estava liso devido a resíduos de óleo? 4. o piso não era ante-derrapante? 5. houve distração do funcionário? 6. tipo de calçado ele estava utilizando? 7. o funcionário estava com pressa? 8. o local possui iluminação adequada? Enfim, acidentes não são inevitáveis e nem surgem por acaso. Eles são causados e por essa razão possíveis de serem evitados através da prevenção. Essas causas geralmente estão relacionadas a atitudes inadequadas dos operários ou dos ambientes de trabalho. ATO INSEGURO Termo técnico em prevenção de acidentes que possui o seguinte significado: são os procedimentos do homem que contrariem normas de prevenção de acidentes, ou até mesmo a maneira como o trabalhador se expões aos riscos de acidentes. Os atos inseguros mais comuns praticados são: ✓ Ficar junto ou sob cargas suspensas; ✓ Usar máquinas sem habilitação ou permissão; ✓ Trabalhar alcoolizado; ✓ Lubrificar, ajustar e limpar máquinas em movimento; ✓ Inutilização de dispositivos de segurança; ✓ Problemas de saúde; ✓ Não usar as proteções individuais; ✓ Tentativa de ganhar tempo; ✓ Brincadeiras e exibicionismo; ✓ Emprego impróprio de ferramentas; ✓ Manipulação insegura de produtos químicos; 32WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA São causas frequentes de atos inseguros: ✓ Desconhecimento dos riscos de acidente; ✓ Excesso de confiança em si mesmo; ✓ Falta de aptidão ou de interesse pelo trabalho; ✓ Atitudes impróprias, tais como violência ou revolta; ✓ Incapacidade física para o trabalho (idade); ✓ Problemas familiares, discussões com colegas; • Fator Pessoal de Insegurança: Esse fator é relacionado ao psicológico do funcionário, onde se descreve depressão, tensão, preocupações financeiras, problemas de relacionamento, preocupações externas, ansiedade, fadiga, empolgação, treinamento inadequado, excesso de confiança, desequilíbrio emocional, entre outras. • Condição Insegura do ambiente: Está relacionado as falhas físicas que comprometem a segurança do trabalhador no que diz respeito ao meio ambiente de trabalho, por exemplo, trabalhar com produtos químicos é perigoso, mas se tomar as devidas providências não oferece riscos evitando, portanto, condições inseguras. CONDIÇÕES INSEGURAS Caracterizam-se por situações de risco, presentes no local de trabalho, que podem causar acidentes e doenças profissionais. As deficiências apresentam-se como problemas técnicos e materiais, e encontram-se nas formas mais variadas. Ocorrem por falta de planejamento, prevenção ou omissão de requisitos essenciais relacionados a medidas de higiene e segurança, para manutenção do ambiente físico isento de perigos. Exemplos: ✓ no ambiente: processos abertos com substâncias tóxicas e inflamáveis, gases e poeiras nas transformações de matérias primas, iluminação deficiente, excesso de ruído, temperaturas extremas e outros. ✓ no pavilhão industrial: pé - direito baixo, telhado inadequado, falta de entradas de luz e ventilação natural, colunas e vigas mal dimensionadas e localizadas, piso liso e irregular, escadas inseguras e outros. ✓ nas instalações: linhas de ar comprimido e gases, rede de energia elétrica/sub-estações e demais utilidades. ✓ no layout: áreas insuficientes, corredores estreitos, equipamentos mal posicionados, linhas de produção mal projetadas, falta de sinalização e organização.✓ na maquinaria: falta de proteção em pares móveis e pontos de agarramento, deficiência de manutenção vibração, máquinas obsoletas e perigosas, ferramentas defeituosas e outros. ✓ na proteção do trabalhador: falta de EPIs, roupas inadequadas, ausência de treinamento em segurança e emergências. ✓ instalações da empresa: edificação com área insuficiente, pisos escorregadios, iluminação deficiente, instalações elétricas mal executadas ou faltando manutenção, ruídos, vibrações, entre outros. 33WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA REFLITA Apesar de estar discriminado os conceitos de Ato Inseguro e Con- dição Insegura, esse termo está em desuso, pois nos acidentes de trabalho sempre se quer formalizar que o acidente foi causado por um Ato Inseguro, transferindo a culpa da empresa para o trabalha- dor. Exemplo: O trabalhador esmagou o dedo em uma máquina, Ato Inseguro, porque o trabalhador colocou o dedo em local de ris- co. No entanto ele só colocou o dedo lá simplesmente porque não havia uma proteção, ou seja, faltou um EPC, faltou uma proteção, etc., enfim é uma Condição Insegura. Em 2009 o termo Ato Inse- guro, foi abolido das normas de segurança do trabalho, mas ainda hoje se usa o termo muitas vezes especificado nas CATs (Comuni- cação de Acidente de Trabalho) com o intuito de transferir a culpa do acidente para o trabalhador. INCIDENTE São situações que não provoca nem danos à propriedade nem lesões físicas, apresentando, porém, potencial para causar danos físicos ou materiais. Incidente ou quase acidente se torna importante uma análise ou um estudo sobre o assunto porque são através deles que se descobrem os potenciais acidentes, por exemplo: ✓ Quantas vezes se deixa cair uma ferramenta de sua mão durante uma jornada de trabalho? Se essa atividade estiver sendo executada em um nível superior isso poderá atingir alguém. ✓ Quantas vezes se utiliza ferramentas inadequadas para determinadas atividades? Enfim, quantas vezes durante a jornada de trabalho se realizou atos inseguros e tudo correu bem, sem problemas, mas quantas vezes isso chegou a ocorrer um incidente ou um acidente. Essas estatísticas, é importante ter registrada, para então começar a mapear e iniciar um processo de correção. A INVESTIGAÇÃO – ANÁLISE DE ACIDENTES A investigação tem o propósito de saber as causas do acidente e evitar que tal situação volte a ocorrer, essa investigação pode iniciar-se da seguinte forma: ✓ Dados preliminares: data, dia da semana, hora, turno, local exato da ocorrência e área. ✓ Natureza do acidente: vazamento, escapamento, incêndio, quebra de máquina, curto circuito. ✓ Descrição do acidente: o que e como aconteceu, com descrição de fatos que antecederam ao acidente, e o que acontecia antes da ocorrência. ✓ Danos: pessoais e materiais. ✓ Avaliação: indicar qual a classe da perda, a probabilidade da ocorrência, o custo dos reparos e o grau de controle que a providência dará. ✓ Causas: as causas imediatas e as básicas deverão ser indicadas claramente e objetivamente. ✓ Pessoal envolvido: indicar quem viu primeiro a ocorrência, os que trabalhavam no local e os que trabalhavam à distância na operação em que o acidente ocorreu. ✓ Custos: indicar os de mão-de-obra (dos acidentados, dos envolvidos, dos que investigaram, dos que recuperaram os equipamentos, dos que pararam, etc.), os de material (danificados, produtos perdidos, etc), os lucros cessantes, etc. 34WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA ✓ Comentário: anexar os depoimentos das testemunhas bem como fatos passados que ajudam a esclarecer a ocorrência. ✓ Providências: indicar as recomendações que deverão ser adotadas para que o acidente não mais se repita. ✓ Desenhos: anexar desenhos, croquis, etc, ao relatório. ✓ Data e assinatura: relativos aos que participaram da investigação. ✓ CAT: Não esquecer de abrir a CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho) EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO Os equipamentos de segurança são divididos basicamente em dois tipos, os que se destinam ao indivíduo e aqueles que são coletivos. Dentro dessa premissa tem-se os EPIs, Equipamentos de proteção Individual e os EPCs, Equipamentos de Proteção Coletiva. Os equipamentos de segurança são a principal forma utilizada para garantir a segurança do trabalhador pelas empresas na atualidade, lamentavelmente, seu uso ocorre de forma equivocada. Na identificação de um risco, a primeira atitude da empresa seria eliminá-lo, neutralizá-lo, no entanto, o que se vê, são medidas economicamente viáveis do ponto de vista imediatista, e não no ponto de vista da segurança do trabalho. Por exemplo: Diante de uma determinada indústria que possui uma máquina que produz ruídos acima do permitido pela norma, veja os seguintes pontos de vista: Ponto de vista da engenharia: 1ª alternativa: Eliminar o ruído utilizando silenciadores, pontos de apoio flexíveis capazes de diminuir a vibração; ou até mesmo trocar a máquina. 2ª alternativa: Eliminar o ruído enclausurando a máquina, ou seja, utilizando um EPC (Equipamento de Proteção Coletiva). 3ª alternativa: “Eliminar” o ruído fornecendo EPIs (Equipamento de Proteção Individual) para o funcionário. Ponto de vista do Empresário: 1ª alternativa: a mais barata, fornecimento de EPIs. 2ª alternativa: a segunda mais barata, utilização de um EPC, isso se houver muita pressão por parte dos funcionários, sindicatos, engenharia de segurança do trabalho, entre outros. 3ª alternativa: troca da máquina ou soluções que neutralizem o risco. Percebe-se que há uma inversão de valores. É sempre bom lembrar que caso se consiga trocar a máquina por uma mais silenciosa o problema deixa de existir e o engenheiro/técnico de segurança tem 100% de garantias de que a saúde do funcionário foi resolvida, contudo, o uso de EPIs não te dá essas mesmas garantias. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIS) Reforçando os comentários anteriores, o EPI não garante a proteção do trabalhador quando está exposto a um risco, no entanto, é o método mais utilizado com o intuito de evitar danos, lesões aos trabalhadores. A Norma Regulamentadora que rege as regras no que diz respeito aos EPIs é a NR 06. Ela estabelece obrigações e deveres para ambas as partes, empregador e empregado. Quando que se deve utilizar um EPI segundo a NR-06: 35WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e, c) para atender a situações de emergência. Dentro do mesmo discurso veja o que a NR-31 estabelece, caber ao empregador rural ou equiparado: l) adotar medidas de avaliação e gestão dos riscos com a seguinte ordem de prioridade: 1. eliminação dos riscos; 2. controle de riscos na fonte; 3. redução do risco ao mínimo através da introdução de medidas técnicas ou organizacionais e de práticas seguras inclusive através de capacitação; 4. adoção de medidas de proteção pessoal, sem ônus para o trabalhador, de forma a complementar ou caso ainda persistam temporariamente fatores de risco. O que se vê normalmente, é o uso de EPIs, como a única alternativa para a proteção dos trabalhadores contra os riscos ocupacionais, sendo o que estabelece a NR-06 e também é reforçadona NR-31, deveria ser um dos últimos recursos a ser utilizados. A norma estabelece, ainda, regras para os empregadores, que deverão ser seguidas, tais como: a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade; b) exigir seu uso; c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e, g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico. As regras não são somente para os empregadores, os empregados também têm que cumprir algumas exigências, que seguem: a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; b) responsabilizar-se pela guarda e conservação; c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e, d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. Dessa forma, destacamos que quanto ao seu uso, os EPIs necessitam: ✓ sempre utilizar conforme especifica o fabricante ou o engenheiro de segurança recomendar; ✓ ser utilizados somente para as funções as quais eles foram projetados; ✓ ser utilizados durante a exposição ao risco. 36WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA ESPECIFICAÇÕES EPIS MAIS COMUNS • Capacete O capacete tem a função de proteger a cabeça do funcionário contra risco de batidas e quedas de objetos. São os tipos de capacetes e suas proteções: a) proteção contra impactos de objetos sobre o crânio; Figura 3 – Capacete. Fonte: o autor. b) proteção contra choques elétricos; Figura 4 – Capacete. Fonte: o autor. c) proteção do crânio e face contra agentes térmicos. • Óculos Os óculos têm a função de proteger olhos do funcionário a partículas de impacto e exposição de luz intensa, desse modo, existem os seguintes tipos: a) proteção dos olhos contra impactos de partículas volantes; b) proteção dos olhos contra luminosidade intensa; c) proteção dos olhos contra radiação ultravioleta; d) proteção dos olhos contra radiação infravermelha; e) óculos de tela para proteção limitada dos olhos contra impactos de partículas volantes. 37WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 5 – Óculos. Fonte: o autor. PROTETOR AUDITIVO OU AURICULAR Este protetor tem a função de proteger o trabalhador contra o ruído excessivo nos ambientes de trabalho, no entanto, sempre se recomenda, mesmo em locais onde o ruído não atinge o máximo estabelecido por norma, que se use o protetor auricular, evitando assim uma fadiga do sistema auricular do trabalhador, possibilitando uma perda de audição. Tipos de protetores: a) Tipo plug de silicone, muito utilizado por ser mais barato e permitir limpeza, ele é inserido dentro do ouvido, não é recomendável que se retire do ouvido durante a jornada de trabalho. Figura 6 – Protetor auricular. Fonte: o autor. b) Tipo plug de esponja, confortável, muito utilizado por engenheiros. Feito para uso e descartável, ele é inserido dentro do ouvido, não sendo recomendável ficar retirando do ouvido durante a jornada de trabalho. Figura 7 – Protetor auricular. Fonte: o autor. 38WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA c) Tipo concha. Diferente dos demais, ele é externo, permite limpeza, é um produto mais caro, e é recomendável para funcionários que têm que ficar retirando o protetor. Sua eficiência depende da ausência de barba e cabelo baixo. Figura 8 – Protetor auricular. Fonte: o autor. LUVAS As luvas têm como função, proteger mãos e muitas vezes antebraço, de qualquer agressão que possa ocorrer devido a riscos do trabalho. Seguem alguns tipos: a) agentes abrasivos e escoriantes; Figura 9 – Luva. Fonte: o autor. b) cortantes e perfurantes; Figura 10 – Luva. Fonte: o autor. 39WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA c) contra choques elétricos; d) agentes térmicos; e) agentes biológicos; f) agentes químicos; g) vibrações; h) umidade proveniente de operações com uso de água; Figura 11 – Luvas. Fonte: o autor. i) radiações ionizantes. Cremes – “luva líquida” Pouco conhecida, porém, muito bem aceita, a luva líquida diz respeito aos cremes, que podem ser utilizados em situações especificas protegendo a pele do trabalhador contra o risco químico. Figura 12 – Protetores. Fonte: o autor. 40WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA CALÇADOS DE SEGURANÇA Os calçados de segurança têm como função, proteger os pés do trabalhador, que conforme a situação do trabalho, deverá utilizar um calçado específico, por exemplo: a) contra impactos de quedas de objetos sobre os artelhos; b) contra agentes provenientes de energia elétrica; c) contra agentes térmicos; d) contra agentes abrasivos e escoriantes; e) contra agentes cortantes e perfurantes; f) contra umidade proveniente de operações com uso de água; g) contra agentes químicos. CINTO Figura 13 - Cadeira Suspensa, com cinto de segurança e trava quedas. Fonte: Casa & Construção (2017). O cinto de segurança serve para proteger o trabalhador quando estiver executando trabalhos em altura, deverá sempre ser fixado pelas costas do trabalhador, em algumas situações, quando trabalhado na horizontal, usa-se talabarte (conhecido em obra por mosquetão). Figura 14 - Talabarte. Fonte: o autor. 41WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Em posição vertical, usa-se trava-quedas. Figura 15 - Trava quedas. Fonte: YouTube (2017). EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPCS) Os EPCs têm uma grande importância, pois conferem a possibilidade de deixar o ambiente de trabalho melhor e mais confortável para o trabalhador, que não irá precisar usar os EPIs. Seguem alguns EPCs mais comuns: • Ventilação Local Exautora (VLE): Função: Retirar o produto nocivo do local que está trabalhando e retê-lo, ou passar por um filtro jogando o ar limpo, para retornar para o ambiente externo. Figura 16 - Exemplo de VLE. Fonte: Saúde e Segurança no Trabalho (2017). O nome do sistema auto se explica, é uma Ventilação, bem Localizada especificamente para o local que se faz o trabalho (solda, mistura de produto químico, etc.) sendo que essa ventilação é do tipo Exaustão. Um exemplo clássico muito comum em laboratórios de química é a Capela. 42WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA • Atenuação de Ruídos: Função: Reduz o ruído sem a necessidade de o trabalhador fazer uso de EPIs, seguem alguns exemplos: a) Cabinas Acústicas b) Barreiras Acústicas c) Atenuadores de ruídos d) Portas Acústicas e) Venezianas Acústicas f) Materiais absorvedores Outros exemplos de EPCs são muito aplicados e conhecidos na construção civil, por exemplo: a) Plataforma primária, b) secundária e c) terciária, que evitam a queda de funcionários e material de maiores alturas. d) Proteção de pisos, evitando a queda. e) Proteção de borda de laje, guarda corpo. f) Tela de proteção ao redor da obra, não deixando materialcair fora das plataformas. g) Extintor, existem em todo lugar, mas há exigência de ter em obra também. ORDEM DE SERVIÇO A ordem de serviço é um documento que o funcionário assina se responsabilizando das tarefas que irá realizar em um determinado período, assim como, os EPIs e as medidas de segurança que terá que tomar enquanto estiver envolvido com a atividade. Desde modo, segue o anexo I dessa unidade com um exemplo de ordem de serviço e a seguir algumas orientações sobre o documento: 1- É importante especificar a sua atividade CBO (Classificação Brasileira de Ocupações), porém o seu risco sempre será levado em consideração pelo que ele faz. 2- Descrever claramente os riscos que o funcionário está exposto, pois isso é uma responsabilidade do empregador. 3- Descrever os EPIs necessários para serem usados durante a execução da atividade, sendo de uso obrigatório. 4- Descrever o que é estritamente proibido ao funcionário fazer em sua atividade. 5- Por último, data e assinatura. Caso o funcionário mude a atividade, nova Ordem de Serviço deverá ser emitida. Veja modelo no Anexo II. 43WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 17 - Ordem de Serviço Evita Acidentes. Fonte: EPI Tuiuti Não seja negligente em sua atividade de engenharia, você será res- ponsabilizado diretamente, portanto, exija das empresas terceiriza- das: PPRA; PCMSO; LTCAT, recolhimento dos impostos referentes ao FGTS dos funcionários; contrato de prestação de serviço pre- vendo as obrigações referentes à segurança do trabalho; ordem de serviço; formulário de entrega de EPIs; nota fiscal da compra dos EPIs e lista de presença de treinamento dos funcionários. No caso do PCMAT é de responsabilidade da empresa construtora. Leia as bibliografias relacionadas nessa unidade para obter mais conhecimento contextualizando situações apresentadas, preferen- cialmente sugere-se ler MORAES (2011), pois essa possui as nor- mas comentadas, facilitando sua compreensão. UNIDADE 44WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 45 DEFINIÇÕES ............................................................................................................................................................. 46 INSALUBRIDADE ...................................................................................................................................................... 47 INTRODUÇÃO A PERICULOSIDADE ....................................................................................................................... 56 PERICULOSIDADE ................................................................................................................................................... 57 PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO .................................................................................... 63 INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE PROF. ME. EDINALDO FAVARETO GONZALEZ 03 45WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO O adicional de insalubridade e periculosidade são definidos pela NR-15 Atividades e Operações Insalubres e pela NR-16 Atividades e Operações Perigosas. Nesta unidade, especificamente, se verificará informações sobre a NR-15 e NR-16. O adicional de insalubridade e periculosidade são muito discutidos nas empresas, pelo corpo técnico e entre funcionários, pois tem-se alguns questionamentos diferentes sobre ângulos de visão, as vezes um pouco distorcidas. Assim segue: • Empresas: Caso a NR-15 ou 16 não dê o direito ao funcionário receber o adicional, ótimo não se paga; por outro lado, muitas empresas preferem pagar, para ter um “ganho” com o funcionário, assim caso ocorra alguma reclamação, a empresa já afirma ter feito sua parte, pagando insalubridade ou periculosidade. • Funcionário: Muitas vezes já se questionou o cancelamento da Insalubridade e Periculosidade, porém, muitos funcionários e sindicatos, são contra, pois o adicional já se incorporou ao salário. • Engenharia de segurança do trabalho: Considera um adicional absurdo, pois dá a impressão de que a empresa está comprando a saúde do trabalhador, e, portanto, não precisa se preocupar com quesitos de segurança do trabalho, figura 01. Figura 1 - Efeitos da Insalubridade. Fonte: Joventil Sena Advogacia Trabalhista (2018). A unidade em questão e a próxima, terão como principal assunto a NR-15 e NR-16, por meio das quais será possível verificar em quais as situações o benefício será devido. 46WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA BA LH O | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA DEFINIÇÕES Para iniciar a discussão do tema é importante verificar algumas definições, portanto, seguem alguns conceitos: • Insalubridade: Segundo a CLT 2017, no art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. • Ruído: Salita (2015) classifica como ruído, o fenômeno físico vibratório com características indefinidas de variações de pressão (no caso ar) em função da frequência; isto é, para uma dada frequência podem existir, em forma aleatória através do tempo, variações de diferentes pressões. • Nível de Pressão Sonora: determina a intensidade do som em uma escala logarítmica, sendo sua unidade o decibel (dB). • Vapor: fase gasosa de uma substância que a 25oC e 760 mmHg, que é líquida ou sólida. Ex.: vapor de água, vapor de gasolina, conforme Salita (2015). • Poeiras: substâncias sólidas produzidas por ruptura mecânica de um sólido, seja pelo manuseio (limpeza de bancadas), ou em consequência de uma operação mecânica (trituração, moagem, peneiramento, polimento, entre outras). Ex.: Poeira de sílica, asbesto e carvão, expõe Salita (2015). • Fumos: Os fumos são definidos por Salita (2015), como substâncias sólidas resultantes da condensação de vapores ou de uma reação química, geralmente após a volatilização de metais fundidos. Ex.: Fumos de Pb – ponteamento de arames; fumos de Zn - galvanoplastia. • Névoas e Neblinas: são partículas líquidas, produzidas por ruptura mecânica de líquido ou por condensação de vapores de substâncias que são líquidas à temperatura ambiente. Ex.: Névoa de tinta – resultante de pintura à pistola, coloca Salita (2015). • Fibras: são produzidas por ruptura mecânica de sólidos, que se diferenciam das poeiras porque têm forma alongadas, com um comprimento de três a cinco vezes superior a seu diâmetro. Exemplos: Animal – lã, seda, pelo de cabra e camelo; Vegetal – algodão, linho, cânhamo; Mineral – asbestos, vidros e cerâmica, define Salita (2015). • Limite de Tolerância: é a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada à natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral, aponta Brasil (2017). • Higiene Ocupacional: é a ciência que atua no campo da saúde ocupacional, por meio da antecipação, do reconhecimento, da avaliação e do controle dos riscos físicos, químicos e biológicos originados nos locais de trabalho, que podem acarretar danos à saúde dos trabalhadores, observando-se também seu impacto no meio ambiente, apresenta Salita (2015). 47WWW.UNINGA.BR EN GE NH AR IA D E SE GU RA NÇ A NO T RA
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