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Ciclo Menstrual (Jaleko)

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CICLO MENSTRUAL 
INTRODUÇÃO 
O ciclo menstrual é um processo seletivo em que se escolhe um folículo dentro de um grupo de folículos 
Na vida intrauterina chegamos a 6 milhões de folículos. Depois, no nascimento, temos 2 milhões de folículos. Até a adolescência 
são perdidos folículos até se terem 300 mil folículos na puberdade. Em média, desses 300 mil folículos, são ovulados apenas 400 
folículos devido ao processo seletivo. 
Os setores envolvidos com o ciclo menstrual são: 
• Hipófise 
o Recebe o GnRH do hipotálamo e produz FSH e LH 
• Ovário 
o Possui três fases 
▪ Fase folicular 
▪ Ovulação 
▪ Fase lútea 
• Endométrio 
o Possui duas fases 
▪ Fase proliferativa 
▪ Fase secretora. 
o Onde ocorrem as consequências do ciclo menstrual 
O começo do ciclo menstrual é dado pelo aumento da pulsatilidade de GnRH. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROCESSO DO CICLO MENSTRUAL 
A seleção do folículo dominante é dada pela melhor resposta no início do processo do folículo que é selecionado. 
Isso ocorre na fase folicular do ciclo menstrual (primeira metade). 
A fase folicular começa no repouso ovariano, que é o primeiro dia da menstruação. 
Processo: 
FASE FOLICULAR 
1. No primeiro dia, há uma produção mais baixa possível de progesterona e estrogênio. 
2. Esse nível baixo sinaliza uma mensagem de feedback positivo, ocorre um estímulo a produção de GnRH, provocando 
uma elevação do FSH. Também há um pequeno aumento de LH 
3. O FSH promove a maturação folicular, os folículos com menos resposta ao FSH, irão entrar em atrésia 
4. O folículo que reage ao FSH é o folículo primordial 
a. O folículo primordial possui três camadas de células 
i. O oócito 
ii. Uma camada de células escamosas da granulosa 
iii. Uma camada de Teca (estroma se alterando) 
5. Os folículos primordiais recrutados pelo FSH, se desenvolvem a Folículo Pré-Antral (folículo primário) 
a. O folículo primário (pré-antral) tem 
i. O oócito 
ii. Células da teca cilíndricas/cuboides 
iii. Células da teca 
6. O Folículo Pré-antral se desenvolve a Folículo Antral (folículo secundário) 
a. O folículo secundário (antral) tem 
i. O oócito 
ii. Células da granulosa 
iii. O Antro 
1. Um acúmulo de secreções feitas pela célula granulosa 
iv. Células da teca em várias camadas 
7. O folículo antral é capaz de produzir muito estrogênio. Essa produção ocorre devido ao fato de o FSH promover a ação 
da aromatase dentro das células da granulosa 
8. Assim, temos um aumento grande de estradiol que se acumula no folículo. O acumulo de estrogênio promove a 
expressão de mais receptores ao FSH. Assim, um folículo que produz muito estradiol, vai ter muitos receptores de FSH. 
Além disso, o estrogênio em combinação com o FSH estimula a expressão de receptores de LH, que passam a fazer 
parte da seleção folicular. Por fim, o estrogênio do antro e o LH promovem proliferação das células foliculares. 
9. Dessa forma, o folículo mais produtor de estrogênio, reage melhor ao FSH, sendo selecionado. 
10. Quando a produção de estradiol está em quantidade, há uma redução da produção do FSH e do LH. Encerando a fase 
folicular. 
a. Essa queda de FSH e LH faz os folículos não selecionados, não se desenvolverem, já que eles não criam 
mecanismos intrínsecos de feedback positivo 
OVULAÇÃO 
11. O folículo que respondeu melhor e que se desenvolveu completamente, passa a se chamar Folículo Pré-ovulatório, que 
produz muito estradiol. 
12. Quando o estradiol atinge a concentração máxima e que fica nesse pico por 50 horas, ocorre surpreendentemente um 
sinal de aumento de produção de LH. 
13. A hipófise aumenta a produção de LH de maneira exponencial, provocando um pico de LH e um pequeno aumento de 
FSH. 
14. Quando ocorre o pico de LH, as células da granulosa produzem receptores de LH. Com o estímulo de LH, ocorre 
estímulo à produção progesterona pelas células da granulosa. 
15. Além do LH, também ocorre estímulo à produção de prostaglandinas e citocinas dentro do líquido do antro. 
16. Esse acúmulo de citocinas e prostaglandinas dentro do antro promove uma fragilidade nas paredes do folículo, que 
estimulam a ovulação, que é a liberação do oócito. 
FASE LÚTEA 
17. O folículo que ovulou tem suas células da granulosa alteradas. O pequeno aumento do FSH promove a luteinização. 
18. As células da granulosa alteradas pelo pico de LH, tem mais receptores para LH. Esse hormônio estimula a produção de 
progesterona. 
19. A fase lútea cursa com um grande aumento da produção da progesterona. 
20. Na fase lútea, as células da granulosa e da teca se misturam e o corpo lúteo começa a sofrer uma angiogênese, que é 
importante para a produção de progesterona. 
21. Na fase lútea, as células da granulosa produzem estrogênio e progesterona. Já as células da teca produzem 
androstenediona e testosterona. A maior parte dos andrógenos da teca são convertidos na granulosa pela aromatase 
em estrogênios. 
22. Com a alta de progesterona, temos uma redução de LH e de FSH, especialmente de FSH. Essa inibição ocorre através 
da liberação de inibina pelo corpo 
23. Com a redução de LH e FSH, o estrógeno e a progesterona diminuem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRUTURA DOS FOLÍCULOS 
Vou deixar separados aqui as estruturas dos folículos, visto que acho que fica mais simples 
Antes de começar vou revisar a gametogênese feminina. Tudo começa na ovogônia na vida 
intrauterina. A ovogônia aumento de volume, se tornando ovócito primário. O ovócito 
primário inicia a meiose 1 e para no estágio de prófase. Depois disso, ocorre o nascimento. 
Quando a puberdade chega, a gametogênese continua. Na puberdade, o ovócito primário 
termina a meiose 1. Se tornando ovócito secundário. O ovócito 2 entra em meiose 2 e para 
no estágio de metáfase. O ovócito parado na metáfase 2 é ovulado. O ovócito 2 só vai virar 
óvulo quando o espermatozoide penetra na no ovócito 2. 
Estágios do folículo 
• Folículo Primordial 
o Formado por: 
▪ Ovócito primário 
▪ Epitélio simples pavimentoso (células granulosas) 
• Folículo Primário Unilaminar 
o Formado por 
▪ Ovócito primário 
▪ Zona pelúcida 
• Camada de glicoproteínas 
▪ Epitélio simples cúbico (células granulosas) 
• Folículo Primário Multilaminar (Folículo Pré-antral) 
o Formado por 
▪ Ovócito primário 
▪ Zona pelúcida 
• Bem visível 
▪ Epitélio estratificado (células granulosas) 
▪ Células da Teca 
• O estroma em volta se tornando alterado 
• Folículo Secundário (Folículo Antral) 
o Formado por 
▪ Ovócito primário 
▪ Zona pelúcida 
▪ Epitélio estratificado (células granulosas) 
▪ Antro 
▪ Teca interna 
▪ Teca externa 
• Folículo de Graaf (Folículo Maduro ou Folículo Pré-Ovulatório) 
o Formado por 
▪ Ovócito secundário 
▪ Zona pelúcida 
▪ Epitélio estratificado (células granulosas) 
• Com cúmulo oóforo 
▪ Antro 
▪ Teca interna 
▪ Teca externa 
o É o folículo que ovula. 
o A coroa radiata é originada pelo cúmulo oóforo 
Uma observação, todos esses folículos são avasculares e tem sua nutrição por difusão. A 
vascularização só ocorre quando o folículo se rompe e se transforma em corpo lúteo. 
Isso é importante para manter a ordem de produção de estrogênio0o e progesterona. 
As células granulosas na fase folicular têm a função de secretar um fator que inibe a maturação do ovócito 1. Além disso, 
produzem o líquido folicular, que forma o antro. Esse líquido é rico em estrogênio. 
As células da teca interna têm a função de sintetizar estrogênio. 
As células da teca externa formam uma cápsula externa fibrosa que envolve o folículo 
MECANISMO DAS DUAS CÉLULAS 
O mecanismo das duas células se refere à relação entre as células de granulosa e as células da teca para regular a produção de 
estrogênio. 
Esse mecanismo se deve ao fato de que as células da teca não possuem aromatase para produzir o estradiol. Assim como as 
células da granulosa não possuem enzimas conversoras para transformar progesteronaem andrógenos, que posteriormente 
seriam convertidos em estradiol. 
Assim, na fase lútea, como é feita por difusão a passagem dos nutrientes, a célula da teca capta o colesterol, converte o 
colesterol em androstenediona. A androstenediona passa para a célula granulosa e lá é convertida em estradiol. O estradiol é 
liberado pelas células da granulosa no antro e no sangue. 
Por outro lado, na fase lútea, como o corpo lúteo é vascularizado, chega sangue diretamente nas células da granulosa. Esse 
sangue dá colesterol para as células da granulosa, as quais vão converter o colesterol diretamente em progesterona, 
aumentando os níveis de progesterona na fase lútea. 
Vale lembrar que a teca tem receptores para LH e a granulosa tem receptores de LH.

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