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1 Sistema Reprodutor Feminino Gonadotrofo: • É uma célula Basófila, localizada na adenohipófise. • A regulação hipotalâmica primária é feita pelo hormônio liberador de gonadotrofina ( GnRH ), que é um decapeptídeo estimulante. • O hormônio trófico secretado é o hormônio folículo-estimulante e luteinizante ( FSH,LH ), que são hormônios glicoproteicos de 28 e 33 kDa. • O receptor são receptores de FSH e LH ( GPCRs ligado a Gs ). • A glândula endócrina alvo é o Ovário ( células teca e granulosa ). • O hormônio periférico envolvido na retroalimentação negativa é o estrogênio, a progesterona, a testosterona e a inibina. O eixo endócrino de Gonadotrofo: • O gonadotrofo secreta FSH e LH ( gonadotrofinas ) e regula a função gonadal. • Tem um papel integral no eixo hipotálamo-hipófise-ovário. • FSH e LH são secretados em diferentes grânulos secretores e não são secretados em quantidades equimolares, o que permite uma regulação e secreção independentes de FSH/LH. • As gonadotrofinas promovem a secreção de testosterona em homens e estrogênios e progesterona em mulheres. • FSH aumenta a secreção de um hormônio proteico relacionado ao fator de crescimento transformador ( TGF )-beta chamado de inibina nos dois sexos. • A secreção de FSH e LH é regulada por um hormônio de liberação hipotalâmico, o hormônio liberador de gonadotrofina ( GnRH ), 2 Sistema Reprodutor Feminino produzido por um subgrupo de neurônios de GnRH hipotalâmicos parvocelulares. • GnRH é produzido como um pró-hormônio maior e, como parte de seu processamento até um decapeptídeo, é modificado por ciclização de uma glutamina ( piro-Glu ) em sua terminação N e uma terminação C amidada. • GnRH é liberado de modo pulsátil e tanto a secreção pulsátil quanto a frequência de pulsos têm efeitos importantes sobre o gonadotrofo. • A infusão contínua de GnRH regula negativamente o receptor de GnRH, consequentemente produzindo uma diminuição da secreção de FSH e LH. Em contraste, a secreção pulsátil não dessensibiliza o gonadotrofo ao GnRH a secreção de FSH e LH é normal. • Com uma frequência de um pulso por hora, GnRH aumenta preferencialmente a secreção de LH e com uma mais lenta de um pulso a cada três horas, GnRH aumenta preferencialmente a secreção de FSH. • A inibina efetua uma retroalimentação negativa e seletiva sobre a secreção de FSH em homens e mulheres. • Nas mulheres, a progesterona e a testosterona realizam a retroalimentação negativa sobre a função gonadotrófica no hipotálamo e na hipófise. • Em baixas doses, o estrogênio também exerce retroalimentação negativa sobre a secreção de FSH e LH. Contudo, altos níveis de estrogênios mantidos por três dias causam um pico de LH e, em menor grau, secreção de FSH. Esta retroalimentação positiva, que é crítica na promoção da ovulação, é observada no hipotálamo e na hipófise. 3 Sistema Reprodutor Feminino • No hipotálamo, a amplitude e a frequência de pulsos de GnRH aumentam, já na hipófise, os altos níveis de estrogênios aumentam muito a sensibilidade do gonadotrofo ao GnRH, tanto por um aumento dos níveis do receptor de GnRH quanto por uma otimização da sinalização pós-receptor. O Ovário: • É dividido em um córtex externo e uma medula interna. • Os elementos neurovasculares inervam a medula interna. • O córtex do ovário é composto por um estroma densamente celular, onde residem os folículos ovarianos, que contêm um ovócito primário circundado por células foliculares. • O córtex é coberto por uma cápsula de tecido conjuntivo, a túnica albugínea, e uma camada de epitélio simples constituído por células epiteliais da superfície do ovário. • Não há ductos surgindo dos ovários para transportar seus gametas para o trato reprodutor, assim, o processo de ovulação envolve um evento inflamatório que rompe a parede do vaso. Após a ovulação, as células epiteliais da superfície do ovário se dividem rapidamente para reparar a parede. ❖ OBS01: A maioria dos cânceres de ovário se origina deste epitélio altamente proliferativo. Crescimento, desenvolvimento e função do folículo ovariano: • O folículo ovariano é a unidade funcional do ovário e desempenha funções gametogênicas e endócrinas. 4 Sistema Reprodutor Feminino • A história de vida de um folículo pode ser dividida nas seguintes etapas: 1. Folículo primordial em repouso; 2. Folículo pré-antral ( primário e secundário ) em crescimento; 3. Folículo antral ( terciário ) em crescimento; 4. Folículo dominante ( pré-ovulatório, graafiano ); 5. Folículo dominante no período periovulatório; 6. Corpo lúteo ( da menstruação ou da gestação ); 7. Folículos atrésicos; Folículo Primordial em Repouso: • Os folículos primários em repouso representam a estrutura folicular mais antiga e mais simples do ovário. • Aparecem durante a metade da gestação através da interação dos gametas e das células somáticas. • As células germinativas primordiais que migraram para a gônada continuam a se dividir mitoticamente como ovogônia até o quinto mês de gestação em humanos. Nesse ponto, aproximadamente sete milhões de ovogônias entram no processo de meiose e se tornam ovócitos primários. Durante esse tempo, os ovócitos primários ficam circundados por um epitélio simples de células foliculares somáticas, criando, assim, os folículos primários, que estabelecem junções comunicantes entre si e o ovócito. • As células foliculares representam um epitélio avascular circundado por uma lâmina basal. • Uma subpopulação de células da granulosa permanece intimamente ligada aos ovócitos ao longo de seu desenvolvimento e as células da granulosa fornecem nutrientes, tais como aminoácidos, ácidos nucleicos e piruvato para suportar a maturação do ovócito. • Os folículos primordiais representam a reserva ovariana de folículos e a reserva é reduzida. A mulher ovulará cerca de 450 entre a menarca 5 Sistema Reprodutor Feminino e a menopausa e na menopausa, restam cerca de 1000 folículos primordiais no ovário. • Os folículos primordiais são perdidos principalmente por morte como resultado da atresia folicular. Entretanto, um pequeno subconjunto de folículos primordiais entrará em crescimento folicular em ondas e como a reserva folicular representa um número fixo finito, a taxa na qual os folículos primordiais em repouso morrem ou começam a se desenvolver ( ou ambos ) determinará a vida reprodutiva de uma mulher. ❖ OBS-2: Quando ocorre uma taxa excessivamente rápida de atresia ou desenvolvimento que esgotará a reserva, ocorre a insuficiência ovariana prematura. • As gonadotrofinas hipofisárias mantêm uma reserva ovariana normal promovendo a saúde geral do ovário. • Entretanto, a taxa na qual os folículos primordiais em repouso entram no processo de crescimento parece ser independente das gonadotrofinas hipofisárias e a decisão de um folículo em repouso entrar na fase inicial de crescimento é principalmente dependente de fatores parácrinos intraovarianos produzidos pelas células foliculares e pelos ovócitos. O Gameta: • Nos folículos primordiais, o gameta é derivado da ovogônia que entrou na primeira divisão meiótica e tais ovogônias são conhecidas como ovócitos primários. Os ovócitos primários progridem a maior parte da prófase da primeira divisão meiótica ( prófase I ) durante o período de duas semanas e, então, param no estágio de diplóteno. Esse estágio é caracterizado pela descondensação da cromatina, que apoia a transcrição necessária para a maturação do ovócito. ➢ A parada meiótica nesta fase, que pode durar até 50 anos, parece se dever à “incompetência maturacional”, ou à falta de proteínas do ciclo celular necessárias para apoiar a conclusão da meiose. 6 Sistema Reprodutor Feminino ➢ O núcleo do ovócito, chamado vesícula germinal, permanece intactonesta fase. Folículos Pré-antrais em crescimento: • O primeiro estágio do crescimento folicular é o pré-antral, que se refere ao desenvolvimento que ocorre antes da formação de uma cavidade antral cheia de líquido e um dos primeiros sinais visíveis do crescimento do folículo é o aparecimento de células cuboides da granulosa. Neste ponto, o folículo é conhecido como folículo primário. • À medida que as células da granulosa proliferam, formam um epitélio multicamadas ( estratificado ) ao redor do ovócito. Neste ponto, o folículo é conhecido como um folículo secundário. • Uma vez que um folículo secundário adquire de três a seis camadas de células da granulosa, ele secreta fatores parácrinos que induzem as células estromais próximas a se diferenciarem em células tecais epitelioides, que formam uma camada achatada de células ao redor do folículo. • Uma vez formada uma camada tecal, o folículo é chamado de folículo pré-antral maduro. Nos seres humanos, esse processo dura vários meses para que o folículo primário atinja o estágio pré-antral maduro. • O desenvolvimento folicular está associado a um movimento do córtex interno para dentro do folículo do córtex externo, mais próximo da vasculatura da medula ovariana. Os folículos liberam fatores angiogênicos que induzem o desenvolvimento de uma a duas arteríolas que formam uma coroa vascular ao redor do folículo. O Gameta: • Durante o estágio pré-antral, o ovócito começa a crescer e produzir proteínas celulares e secretadas. O ovócito inicia a secreção das glicoproteínas da matriz extracelular ZP1, ZP2 e ZP3, que formam a zona pelúcida. • A zona pelúcida aumenta a espessura e fornece um local de ligação específico para o espermatozoide durante a fecundação. 7 Sistema Reprodutor Feminino • As células da granulosa e o ovócito mantêm contato de junção comunicante através de projeções celulares através da zona pelúcida. • O ovócito também continua a secretar fatores parácrinos que regulam o crescimento e a diferenciação das células foliculares. Função Endócrina: • As células da granulosa expressam o receptor de FSH durante esse período, mas são primariamente dependentes de fatores ovócito para crescer. Eles não produzem hormônios ovarianos nesse estágio inicial do desenvolvimento folicular. • As células tecais residem fora das células “enfermeiras” epiteliais, expressam o receptor de LH e produzem andrógenos. ❖ OBS03: A principal diferença entre as células de Leydig e as células tecais é que as células tecais não expressam altos níveis de 17beta-HSD. Assim, o principal produto das células tecais é a androstenediona em oposição à testosterona. Crescimento dos folículos antrais: • Os folículos pré-antrais maduros se desenvolvem em folículos antrais precoces durante um período de 25 dias. • Uma vez que o epitélio da granulosa aumenta de seis a sete camadas, espaços cheios de líquido aparecem entre as células e coaslecem dentro do antro. Durante esse período de 45 dias, essa onda de pequenos folículos antrais continuará a crescer até grandes folículos antrais recrutáveis. • No período de crescimento, há um inchaço da cavidade antral, que divide as células da granulosa em células murais da granulosa e células do cumulus. • As células murais da granulosa formam a parede externa do folículo. ➢ A camada basal é aderente à lâmina basal e em grande proximidade com as camadas tecais externas. 8 Sistema Reprodutor Feminino ➢ As células murais da granulosa se tornam altamente esteroidogênicas e permanecem nos ovários após a ovulação para se diferenciarem em corpo lúteo. • As células do cumulus são as células internas que circundam o ovócito. ➢ A camada mais interna mantém as junções comunicantes e de aderência com o ovócito. ➢ As células do cumulus são liberadas com o ovócito ( complexo cumulus-ovócito ) durante o processo de ovulação. ➢ As células do cumulus são cruciais para a capacidade da extremidade fimbriada do oviduto “capturar” e mover o ovócito por um mecanismo de transporte ciliar ao longo do comprimento do oviduto até o local de fertilização. • Os folículos antrais precoces são dependentes de FSH hipofisário para o crescimento normal. • Os folículos são recrutados para entrar em uma fase de crescimento rápido através do aumento transitório de FSH que ocorre no final do ciclo menstrual anterior. O Gameta: • O ovócito cresce rapidamente nos estágios iniciais dos folículos antrais e o crescimento desacelera nos folículos maiores. • Durante o estágio antral, o ovócito sintetiza quantidades suficientes de componentes do ciclo celular, tornando-se competente para completar a meiose I na ovulação ( após a ovulação, para na metáfase II até ser fertilizado pelo espermatozoide ). • Nos folículos primários e secundários precoces, o ovócito não é capaz de completar a meiose I. No entanto, folículos antrais 9 Sistema Reprodutor Feminino maiores ganham competência meiótica, mas ainda mantêm a parada meiótica até o aumento do LH da metade do ciclo. ➢ A parada meiótica é alcançada pela manutenção de níveis elevados de cAMP no ovócito maduro. ➢ O receptor GPR3 acoplado à proteína Gs, mantém o cAMP elevado. A fosfodiesterase PDE3A específica do ovócito degrada o AMPc para AMP inativo. ➢ Antes do aumento de LH, a PDE3A é inibida pelo cGMP, que é produzido dentro das células cumulus e da granulosa e entra no ovócito através das junções comunicantes. Função Endócrina: • As células tecais dos grandes folículos antrais produzem quantidades significativas de androstenediona e menos testosterona. • Os andrógenos são convertidos em estradiol-17beta pelas células da granulosa. • Nesta fase, o FSH estimula a proliferação de células da granulosa e induz a expressão de CYP19 ( aromatase ) necessária para a síntese de estrógeno. 10 Sistema Reprodutor Feminino • Além disso, as células murais da granulosa dos grandes folículos produzem quantidades crescentes de inibina durante a fase folicular inicial. • Baixos níveis de estrógeno e inibina retroalimentam negativamente a secreção de FSH contribuindo, desse modo, para a seleção do folículo com mais células responsivas ao FSH. Folículo Dominante: • No final de um ciclo menstrual prévio, uma safra de grandes folículos antrais é recrutada por um aumento no FSH para iniciar o rápido desenvolvimento dependente de gonadotrofina. • O número de folículos recrutados é reduzido para a cota de ovulação ( um em humanos ) pelo processo de seleção. • À medida que os níveis de FSH diminuem, os folículos em crescimento rápido sofrem progressivamente atresia até que reste um folículo. Geralmente, o maior folículo com mais receptores de FSH da safra recrutada se torna o folículo dominante. ➢ A seleção ocorre durante a fase folicular inicial. 11 Sistema Reprodutor Feminino ➢ Na metade do ciclo, o folículo dominante se torna um grande folículo pré-ovulatório que possui 20 mm de diâmetro e contém cerca de 50 milhões de células da granulosa pelo aumento da gonadotrofina na metade do ciclo. O Gameta: • O ovócito é competente para concluir a meiose I, mas permanece parado no folículo dominante até o aumento de LH. • O crescimento do ovócito continua, mas a uma taxa mais lenta até que o ovócito atinja um diâmetro de cerca de 140 Um por ovulação. Função Endócrina: • O folículo recém-selecionado emerge como uma significativa “glândula” esteroidogênica e esse processo requer células tecais e da granulosa. • As células tecais expressam receptores de LH e produzem androstenediona. • Os níveis basais de LH estimulam a expressão de enzimas esteroidogênicas nas células tecais. • As células tecais são ricamente vascularizadas e têm acesso ao colesterol dentro das lipoproteínas LDL e HDL. O LH promove a expressão do receptor de LDL e do receptorde HDL, que importam colesterol. • O LH também aumenta a expressão de CYP11A1, 3beta-HSD e CYP17 com atividade de 17-hidroxilase e 17,20-liase. • Os andrógenos ( principalmente androstenediona, mas também alguma testosterona ) liberados da teca se difundem para as células murais da granulosa ou entram na vasculatura que envolve o folículo. • As células murais da granulosa do folículo selecionado possuem um número elevado de receptores de FSH e são sensíveis ao FSH, que aumenta a expressão gênica e a atividade do CYP19 ( aromatase ), o qual converte androstenediona no fraco estrógeno estrona e converte testosterona no potente estrógeno estradiol- 17beta. • As células da granulosa expressam isoformas ativadoras de 17beta- HSD, que converte estrona menos ativa em estradiol-17beta 12 Sistema Reprodutor Feminino altamente ativo. Além disso, o FSH induz a expressão de inibina B durante a fase folicular. • O FSH induz a expressão de receptores de LH em células murais da granulosa na segunda metade da fase folicular. Assim, as células murais da granulosa adquirem a capacidade de responder ao LH, o que permite que essas células mantenham níveis elevados de CYP19 em face da diminuição dos níveis de FSH. O folículo dominante durante o período periovulatório: • O período periovulatório é definido como o tempo desde o início do aumento do LH até à expulsão do complexo cumulus-ovócito para fora do ovário ( ovulação ). Esse processo dura de 32 a 36 horas nas mulheres. • Começando ao mesmo tempo e sobreposto ao processo de ovulação, ocorre uma mudança na função esteroidogênica das células tecais e murais da granulosa. Esse processo é chamado de luteinização e culmina na formação de um corpo lúteo capaz de produzir grandes quantidades de progesterona, juntamente com estrógeno, alguns dias após a ovulação. • Assim, o aumento de LH induz o início de processos complexos durante o período periovulatório, que completam a função gametogênica do ovário durante um determinado mês e alteram a função endócrina para preparar o aparelho reprodutor feminino para a implantação e a gestação. • O aumento de LH induz alterações estruturais no folículo dominante, que envolvem sua ruptura, a ovulação do complexo cumulus-ovócito e a biogênese do corpo lúteo das células tecais e murais da granulosa restantes. • Grandes alterações estruturais ocorrem durante esta transição: 13 Sistema Reprodutor Feminino 1. Antes da ovulação, o grande folículo pré-ovulatório pressiona a superfície ovariana e gera uma protuberância mal vascularizada da parede ovariana chamada estigma. O aumento de LH induz a liberação de citocinas inflamatórias e enzimas hidrolíticas das células tecais e da granulosa. Esses componentes secretados levam à ruptura da parede do folículo, da túnica albugínea e do epitélio superficial na vizinhança do estigma. No final, a cavidade antral se torna contínua com a cavidade peritoneal. 2. A ligação das células do cumulus às células murais da granulosa degenera, e o complexo cumulus-ovócito se torna livremente flutuante dentro da cavidade antral. As células do cumulus também respondem ao aumento de LH secretando ácido hialurônico. Essas substâncias aumentam o complexo cumulus- ovócito, na expansão do cumulus. Esse complexo cumulus- ovócito aumentado é mais facilmente capturado e transportado pelo oviduto e o cumulus expandido torna o complexo cúmulo- ovócito mais fácil de ser encontrado pelos espermatozoides. O espermatozoide expressa uma hialuronidase de membrana que lhes permite penetrar no cumulus expandido e o complexo cumulus-ovócito é liberado através do estigma rompido por um processo lento. 3. A lâmina basal das células murais da granulosa é quebrada de modo que os vasos sanguíneos e as células tecais externas possam penetrar nas células da granulosa, que secretam fatores angiogênicos, como fator de crescimento endotelial vascular ( VEGF ), a angiopoietina 2 e o fator de crescimento básico do fibroblasto, o que aumenta significativamente o suprimento de sangue para o novo corpo lúteo. O Gameta: • Antes da ovulação, o ovócito primário é competente para concluir a meiose, mas esta é interrompida na prófase I. 14 Sistema Reprodutor Feminino • O aumento de LH inibe a produção de cGMP pelas células da granulosa e do cumulus, removendo assim, a inibição da PDE3A específica do ovócito. A PDE3A prossegue para degradar AMPc para AMP inativo, removendo, assim, a interrupção da progressão meiótica. O ovócito então progride para a metáfase II e, subsequentemente, para a metáfase II até a fecundação. Função Endócrina: • Tanto as células tecais como as da granulosa mural expressam receptores de LH no momento do aumento de LH. • O aumento de LH induz a diferenciação das células da granulosa- continua por vários dias após a ovulação. • Durante o período periovulatório, o aumento de LH induz as seguintes alterações na atividade esteroidogênica das células murais da granulosa ( que agora se transformam em células luteínicas da granulosa ): 1. Inibição transitória da expressão de CYP19 e da produção de estrógeno- o rápido declínio do estrogênio ajuda a desativar o feedback positivo sobre a secreção de LH. 2. Ruptura da lâmina basal e vascularização das células da granulosa- isso torna o colesterol LDL e o HDL acessíveis para essas células para a esteroidogênese. O aumento de LH aumenta a expressão do receptor de LDL e do receptor de HDL nas células da granulosa. 3. Início da expressão da proteína StAR, CYP11A1 e 3beta-HSD- a expressão dessas enzimas é fundamental para o início da produção de níveis elevados de progesterona por essas células. ❖ OBS04: A imagem representava as vias esteroidogênicas no corpo lúteo. 15 Sistema Reprodutor Feminino O Corpo Lúteo: • Após a ovulação, o remanescente da cavidade antral se enche de sangue dos vasos sanguíneos danificados na vizinhança do estigma, o que dá origem a um corpo hemorrágico. • Dentro de alguns dias, os eritrócitos e detritos são removidos por macrófagos e fibroblastos preenchem a cavidade antral com uma matriz extracelular semelhante à hialina. • No corpo lúteo maduro, as células da granulosa ( células luteínicas da granulosa ), aumentam e se tornam preenchidas de lipídeos ( ésteres de colesterol ). Elas aumentam de volume e preenchem parcialmente a cavidade antral. • A teca, juntamente com vasos sanguíneos, mastócitos, macrófagos, leucócitos e outras células residentes do tecido conjuntivo, infiltram a camada granulosa em vários locais. • O corpo lúteo humano está programado para viver por 14 dias, a menos que seja “resgatado” pelo hormônio gonadotrofina coriônica humana ( hCG ) semelhante ao LH, que se origina do embrião implatado ( no caso de ter ocorrido fecundação ). ➢ Se resgatado, o corpo lúteo da gestação permanecerá viável durante a gestação ( 9 meses ). ➢ O corpo lúteo parece se tornar progressivamente menos sensível aos níveis basais de LH, de modo que a ligação da hCG ao receptor de LH é necessária para a saúde e a função contínua do corpo lúteo. ➢ A regressão parece envolver a liberação de prostaglandina PGF 2alfa tanto das células luteínicas da granulosa como do útero em resposta ao declínio dos níveis de progesterona durante a segunda semana da fase lútea. ➢ Vários fatores parácrinos ( endotelina, proteína quimiotática de monócitos-1 ) das células imunológicas e vasculares desempenham um papel no desaparecimento e remoção das células luteínicas da granulosa. ➢ O corpo lúteo é finalmente transformado em um corpo semelhante a cicatriz chamado corpo albicans, que afunda na medula do ovário e é lentamente absorvido. 16 Sistema Reprodutor Feminino O Gameta: • O aumento de LH, induz dois eventos paralelos, a ovulação e a luteinização. • Se a ovulação ocorrernormalmente, o corpo lúteo é desprovido de um gameta. Função Endócrina: • Antes do aumento do LH, as células da granulosa possuem uma capacidade muito baixa de converter o colesterol em um hormônio esteroide. • O aumento do LH induz o aparecimento da expressão de CYP11A1, 3beta-HSD e da proteína StAR, permitindo que as células luteínicas da granulosa convertam o colesterol em progesterona. • Como a expressão de CYP17 é extremamente baixa, a progesterona se acumula e sai das células luteínicas da granulosa e entra na vasculatura. • A produção de progesterona pelo corpo lúteo aumenta desde o início do aumento do LH e atinge o pico durante a metade da fase lútea. A principal finalidade dessa sincronia é transformar o revestimento uterino em uma estrutura adesiva e de suporte para a implantação e o início da gestação. ❖ OBS05: A metade da fase lútea é sincronizada com o início da embriogênese, portanto, o útero está otimamente preparado quando um blastocisto cai no útero ao redor do dia 22 do ciclo menstrual. • O estradiol continua a ser produzido pelas células luteínicas da teca e luteínicas da granulosa e a produção de estrógeno diminui transitoriamente em resposta ao aumento do LH, mas, em seguida, retorna e atinge o pico na metade da fase lútea. • O estradiol induz o receptor de progesterona em células alvo de progesterona, como o endométrio uterino, e assegura uma resposta completa à progesterona. • A produção hormonal lútea é absolutamente depende dos níveis basais de LH e a produção de progesterona está estritamente correlacionada ao padrão pulsátil de liberação de LH nas mulheres. • Tanto o FSH como o LH são reduzidos aos níveis basais durante a fase lútea pelo feedback negativo da progesterona e do estrógeno. 17 Sistema Reprodutor Feminino • As células luteínicas da granulosa secretam inibina, que reprime seletivamente a secreção de FSH. • O corpo lúteo deve gerar grandes quantidades de progesterona para suportar a implantação e o início da gestação. Consequentemente, a vida do corpo lúteo é muito regular, e uma fase lútea encurtada leva à infertilidade. • A qualidade do corpo lúteo é amplamente dependente do tamanho e da saúde do folículo dominante a partir do qual se desenvolveu, que, por sua vez, depende da estimulação hipotalâmica e hipofisária durante a fase folicular. Portanto, exercício intenso, inanição, níveis de prolactina elevados e função tireoidiana anormal, podem levar à deficiência da fase lútea e infertilidade. Folículos Atrésicos: • A atresia folicular se refere ao desaparecimento de um folículo ovariano. Durante a atresia, as células da granulosa e os ovócitos sofrem apoptose. • As células tecais tipicamente persistem e repovoam o estroma celular do ovário. Elas contêm receptores de LH e a capacidade de produzir andrógenos e são coletivamente referidas como a “glândula intersticial” do ovário. • Os folículos podem sofrer atresia a qualquer momento durante o desenvolvimento. Desenvolvimento folicular em relação ao ciclo menstrual mensal: • O ciclo menstrual humano se refere à descarga mensal do revestimento uterino descartado como sangue menstrual ou fluxo menstrual ( menstruação ). • Em uma perspectiva endocrinológica o ciclo menstrual humano tem um ciclo ovariano e um ciclo uterino, conduzido pelo ovariano. • A função reprodutiva do ciclo menstrual é a orquestração coletiva pelos hormônios ovarianos das funções do hipotálamo, hipófise, útero, oviduto, cérvix e vagina- até mesmo o próprio ovário-para: 1. Produzir um gameta fertilizante ( óvulo ); 2. Proporcionar um ambiente de apoio para o coito, a recepção do espermatozoide, a fertilização do ovo e o início da embriogênese; 18 Sistema Reprodutor Feminino 3. Prepara o revestimento uterino para implantação, placentação e gestação; 4. Minimizar a possibilidade de ocorrência de uma superimplantação e/ou impedir que uma infecção ascendente se desloque da vagina para o útero. • A primeira metade do ciclo menstrual é referida como a fase folicular do ovário e é caracterizada pelo recrutamento e crescimento de um grande folículo antral, seleção do folículo dominante e crescimento do folículo dominante até a ovulação. • O folículo dominante deve conter um ovócito totalmente desenvolvido e células foliculares somáticas que secretam altos níveis de estrógeno. • A segunda metade do ciclo menstrual é referida como a fase lútea do ovário e é dominada por secreções hormonais a partir do corpo lúteo. O corpo lúteo deve secretar progesterona e estradiol para a progressão do ciclo normal. Regulação dos estágios tardios do desenvolvimento folicular, ovulação e luteinização: o ciclo menstrual humano: • Diferença entre os eixos reprodutores masculino e feminino: no feminino, há o pico de gonadotrofina na metade do ciclo, que é dependente de um nível elevado e constante de estrógeno proveniente do folículo dominante. • A interação entre o ovário, a hipófise e o hipotálamo, em que os eventos do ciclo menstrual são orquestrados, começando com o ovário no final da fase lútea de um ciclo anterior não fértil. Os eventos que se seguem: 1. Na ausência de fertilização e implantação, o corpo lúteo regride e morre ( luteólise ). Isso leva a um declínio nos níveis de progesterona, estrógeno e inibina até o dia 24 do ciclo menstrual; 2. O gonadotrofo hipofisário percebe o fim da função lúteo como uma liberação do feedback negativo. Isso leva a um aumento do FSH cerca de dois antes do início da menstruação. A base para o aumento de FSH não é conhecida, mas pode se dever à frequência lenta de pulsos de GnRH durante a fase lútea que, por sua vez, ocorre devido aos níveis elevados de progesterona; 19 Sistema Reprodutor Feminino 3. O aumento dos níveis de FSH recruta um grupo de grandes folículos antrais para iniciar um crescimento rápido, altamente dependente de gonadotrofina. Estes folículos produzem baixos níveis de estrógeno e inibina B; 4. O gonadotrofo responde aos níveis lentamente crescentes de estrógeno e inibina B diminuindo a secreção de FSH. A ausência de progesterona promove um aumento na frequência dos pulsos de GnRH, aumentando assim, seletivamente, a síntese e secreção de LH pelo gonadotrofo. Assim, a razão LH:FSH aumenta lentamente ao longo da fase folicular; 5. A resposta do ovário aos níveis decrescentes de FSH é a atresia folicular de todos os folículos recrutados, com exceção de um folículo dominante. Assim, o processo de seleção é impulsionado por uma extrema dependência de FSH dos folículos em face da secreção de FSH decrescente. O folículo dominante tem mais receptores de FSH, melhor oferta de sangue, produz quantidades crescentes de estradiol-17beta e inibina B. O FSH induz a expressão de receptores de LH nas células murais do folículo dominante; 6. Uma vez que o folículo dominante faz que os níveis de estrógeno circulante excedam os 200 pg/ml por cerca de 50 horas em mulheres, o estrógeno exerce um feedback positivo sobre o gonadotrofo para produzir o aumento do LH de metade do ciclo. Os receptores de GnRH e a sensibilidade à sinalização do GnRH aumentam nos gonadotrofos e o hipotálamo contribui para o aumento da gonadotrofina aumentando a frequência dos pulsos de GnRH; 7. O aumento de LH conduz a maturação meiótica, a ovulação e a diferenciação de células da granulosa em células produtoras de progesterona; 8. Níveis crescentes de progesterona, estrógeno e inibina A pelo corpo lúteo retroalimentam negativamente os gonadotrofos hipofisários. Embora os níveis de estradiol excedam 200 pg/ml para o feedback positivo, os altos níveis de progesterona agora 20 Sistema Reprodutor Feminino produzidos pelo corpo lúteo bloqueiam qualquer feedback positivo de estradiol. Consequentemente, os níveis de FSH e LH diminuem para níveis basais ( metadeda fase lútea ); 9. Níveis basais de LH ( mas não de FSH )são absolutamente necessários para a função normal do corpo lúteo. No entanto, o corpo lúteo se torna insensível à sinalização do LH e morrerá a não ser que a atividade semelhante à do LH ( da hCG de um embrião implantado ) aumente. Em um ciclo não fértil, o corpo lúteo da menstruação regredirá em 14 dias, e os níveis de progesterona e estrógeno começarão a diminuir em cerca de 10 dias, retornando, assim, ao evento 1; • Após essa sequência de eventos, é evidente que o ovário é o relógio principal para o ciclo menstrual. O momento do aumento transitório do FSH, que recruta grandes folículos antrais e o aumento do LH, que induz a ovulação, é determinado por dois eventos ovarianos, que são, respectivamente, o tempo de vida altamente regular do corpo lúteo e sua morte após 14 dias e o crescimento do folículo dominante até o ponto em que ele pode manter uma produção elevada sustentada de estrógeno, que uma mudança para o feedback positivo na hipófise. 21 Sistema Reprodutor Feminino O Oviduto: • Os ovidutos ( tubas uterinas e trompas de Falópio ) são tubos musculares com as extremidades distais próximas à superfície de cada ovário e as extremidades proximais atravessando a parede do útero. • São divididos em quatro seções ( de distal para proximal ): o infundíbulo, a ampola, o istmo e o segmento intramural ou uterino. • As principais funções são: 1. Capturar o complexo cumulus-ovócito na ovulação e transferir o complexo para um ponto intermediário ( a junção ampola- istmo ), onde ocorre a fecundação. As secreções do oviduto cobrem e infundem o complexo cumulus-ovócito e são necessárias para viabilidade e fertilidade. 2. Fornecer um local para o armazenamento dos espermatozoides. Os espermatozoides permanecem viáveis aderidos às células epiteliais que revestem o istmo e as secreções do oviduto induzem a capacitação e a hiperatividade do espermatozoide. 3. Secretar fluidos que fornecem suporte nutricional para o embrião pré-implantado. • O oviduto necessita manter o embrião inicial até atingir o estágio de blastocisto ( cinco dias após a fecundação ) e depois permitir que ele passe para a cavidade uterina. 22 Sistema Reprodutor Feminino • A endossalpinge ( mucosa ) possui células secretores e ciliadas, que propelem o complexo cumulus-ovócito em direção ao útero. • As células secretoras produzem um muco rico em proteínas que é transportado ao longo do oviduto para o útero pelos cílios e move o complexo cumulus-ovócito em direção ao útero e pode fornecer os sinais direcionais para o espermatozoide. • A função normal do oviduto minimiza a implantação ectópica e a gestação ectópica, que ocorre mais frequentemente dentro do oviduto. Regulação hormonal durante o ciclo menstrual: • O estrógeno aumenta o tônus da musculatura do istmo, mantendo o complexo cumulus-ovócito na junção ampola-istmo para a fertilização e a progesterona relaxa o tônus no istmo. O Útero: • O útero: 1. Auxilia o movimento do espermatozoide da vagina para os ovidutos; 2. Fornece um local adequado para a fixação e implantação do blastocisto, incluindo um estroma rico em nutrientes; 3. Limitar a invasividade do embrião em implantação para que permaneça no endométrio e não alcance o miométrio; 4. Fornecer um lado materno da arquitetura placentária madura, incluindo a placa basal à qual o lado fetal se liga, e grandes espaços intervilares que se tornam preenchidos com sangue materno após o primeiro trimestre; 5. Crescer e expandir com o feto em crescimento, para que ele se desenvolva dentro de um ambiente não aderente aquoso; 6. Fornecer fortes contrações musculares para expulsar o feto e a placenta a termo; Regulação hormonal do endométrio uterino durante o ciclo menstrual: • Fase proliferativa: ➢ No momento da seleção do folículo dominante e sua produção elevada de estradiol, o endométrio uterino está terminando a menstruação. 23 Sistema Reprodutor Feminino ➢ O estrato funcional foi perdido e permanece apenas o basal e os níveis crescentes de estrógeno durante a fase folicular média a tardia do ovário induzem a fase proliferativa do endométrio uterino, em que o estrógeno induz todos os tipos de célula do estrato basal a crescer e se dividir. ➢ Ele produz fatores de crescimento e induz a expressão de receptores de progesterona, preparando o endométrio para que possam responder à progesterona durante a fase lútea. • Fase secretora: ➢ Pela ovulação, a espessura do estrato funcional foi restabelecida sob as ações proliferativas do estradiol-17beta. ➢ Após a ovulação, o corpo lúteo produz altos níveis de progesterona e estradiol-17beta. ➢ A progesterona inibe o crescimento adicional do endométrio, induz a diferenciação das células epiteliais e estromais, induz as glândulas uterinas a secretarem nutrientes para o blastocisto e induz a alteração na adesividade do epitélio para a implantação de um embrião. • Fase menstrual: ➢ Em um ciclo não fértil, a morte do corpo lúteo resulta em retirada súbita de progesterona, o que leva a alterações no endométrio uterino que resultam na perda da lâmina funcional. 24 Sistema Reprodutor Feminino ➢ Durante a menstruação, as contrações se propagam do fundo para o colo do útero, promovendo, assim, a expulsão do estrato funcional descamado. ➢ O tamanho e o número de células musculares lisas são determinados pelo estrógeno e a progesterona. Transporte e metabolismo dos esteroides ovarianos: • Os hormônios esteroides são levemente solúveis no sangue e estão ligados às proteínas plasmáticas. • A meia vida da progesterona é de cerca de cinco minutos.
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