Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Problema 2 – Abertura Módulo XIII - DOR Introdução A cervicalgia, é uma queixa comum, estando, frequentemente, associada à miosite de tensão, podendo ser resultante de uma agressão por infecção, inflamação, tumor, trauma ou compressão da raiz nervosa; É responsável por 1,4% das consultas ao médico nos EUA, sendo que estatísticas sugerem que entre 67 e 70% da população adulta terá, em algum momento de sua vida, cervicalgia; • Ela é mais prevalente em adultos de meia idade; • Mulheres têm maior probabilidade do que os homens de desenvolverem dores cervicais e de sofrerem com dores cervicais crônicas; • Em 95% dos casos, não há sinais de comprometimento neurológico, e em 85% dos casos, está relacionada a má postura, lesões, tensões ou permanência por tempo prolongado em determinadas posturas, curvatura aumentada do tronco, uso prolongado do computador, estresse crônico, ansiedade, depressão, atividades de intensa vibração de mãos e braços, condições ergonômicas inadequadas e riscos associados ao trabalho ou desportivos; Classificação Entre todas as causas não episódicas de dor na região cervical, a mais frequente, em 90% das vezes, é a artrose, que inclui a osteofitose e a discopatia degenerativa; Todas as outras causas não episódicas não ultrapassam 10% do total; A cervicalgia pode ser classificada conforme o tempo de evolução e a etiologia: Problema 2 – Abertura Módulo XIII - DOR Diagnóstico ANAMNESE A história clínica deve ser conduzida para investigar as características, o início, a localização, a irradiação, os fatores agravantes ou aliviadores, a intensidade da dor, assim como para detectar sinais de risco, alertas amarelos (yellow flags) e alertas vermelhos (red flags); Os alertas amarelos indicam fatores psicossociais associados a um risco aumentado de cronicidade e incapacidade: Já os alertas vermelhos indicam: • Risco aumentado de condições específicas, que exigem atenção urgente, porém nem sempre indicam referenciamento; • Doença grave, apontando para a necessidade de investigação de uma causa mecânica ou não mecânica diferente da distensão ou da tensão muscular; A cervicalgia mecânica comum normalmente tem início súbito, após esforço inadequado ou sobrecarga de trabalho ou de exercícios físicos; A maior parte dos episódios de dor na coluna não incapacita as pessoas; • Mais de 50% dos episódios melhoram em 1 semana; 90%, em 2 semanas; 7 a 10% restantes continuam a apresentar sintomas por mais de 6 meses; • A dor mecânica está relacionada a atividades físicas e posturais, ou seja, ela é desencadeada pela atividade/exercício e melhora com o repouso; A dor inflamatória ou não mecânica pode aparecer ou piorar com o repouso e melhorar com o movimento; • Pode apresentar dor noturna, ao acordar, e dor acompanhada de rigidez matinal; • Podem ser localizadas ou irradiadas e com ou sem envolvimento neurológico; Problema 2 – Abertura Módulo XIII - DOR EXAME FÍSICO Inspeção: É importante avaliar as atrofias musculares não só da região cervical, mas também do ombro, observando se a pessoa permanece com a cabeça fletida para um dos lados ou apresenta dificuldade na movimentação, traduzindo a existência de uma contratura muscular; Observar sempre a deambulação da pessoa quando entrar no consultório; a presença ou a ausência de movimentos normais do pescoço e oscilação dos braços na caminhada; a postura (cabeça para frente e ombros arqueados), os sinais ou a presença de atrofia e a inclinação ou rotação da cabeça; Palpação Com a pessoa em decúbito ventral, avaliar a sensibilidade dolorosa, a pressão dos processos espinhosos e as facetas articulares laterais; Com a pessoa sentada, avaliar a clavícula e verificar a presença de costela cervical; Avaliar a consistência da massa muscular, sendo a nuca um ponto importante pela presença do ligamento nucal, da inserção do trapézio e do esternocleidomastoide; Verificar, ainda, os gânglios dessa região (cervicais, supraclaviculares e axilares). Exame motor da musculatura da coluna cervical: O exame motor da musculatura da coluna cervical será realizado com a pessoa sentada, visando testar a musculatura intrínseca do pescoço e da coluna por grupos funcionais: Testes específicos para a coluna cervical: Problema 2 – Abertura Módulo XIII - DOR EXAMES COMPLEMENTARES A indicação de exames complementares é determinada pela falta de resposta ao tratamento, pela dor provocada em decorrência de trauma ou na presença de sinais de alerta; Nas pessoas que apresentam fraqueza em MMSS, sem melhora com o tratamento, deve-se considerar a realização de eletroneuromiografia (EMG) e de estudos da condução nervosa (ECNs), úteis para avaliar os distúrbios neurológicos e distinguir entre lesões periféricas, incluindo o plexo braquial, e de raízes nervosas; EXAMES DE IMAGEM Os exames de imagem úteis para o estudo da coluna cervical podem incluir o raio-x, a ressonância magnética (RM), a tomografia computadorizada (TC) e a cintilografia óssea; As radiografias incluem uma série de três incidências básicas, anteroposterior, perfil e, para pessoas com história de trauma ou com mais de 50 anos, deve-se incluir uma radiografia transoral (com a boca aberta) para avaliação da primeira e da segunda vértebra cervicais; Na presença de sinais de comprometimento neurológico (parestesias, hiperestesias, etc), com exame radiográfico normal, ou quando a radiografia sugere lesão óssea, com diminuição do espaço intervertebral e sintomas neurológicos, deve ser estudado o uso da RM ou da TC; A TC complementa a radiografia simples na avaliação, podendo determinar confiavelmente a extensão de uma lesão, assim como visualizar precisamente linhas de fratura; • Porém, não possibilita uma avaliação confiável nas alterações intramedulares; A RM é indicada para demonstrar infecção espinal oculta, avaliar elementos neuronais e estruturas paravertebrais, incluindo partes moles, além de não expor a pessoa à radiação; • Apresenta um custo mais elevado em relação aos outros exames, possuindo valor limitado para a maioria dos casos; A cintilografia óssea está indicada na suspeita de tumor ósseo, primário ou metastático, processos infecciosos e trauma da coluna cervical; Problema 2 – Abertura Módulo XIII - DOR Tratamento medicamentoso
Compartilhar