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Anatomia e Biomecânica da Coluna Cervical e Cervicalgia

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APG 5 S12P2
Cervicalgia
Anatomia e Biomecânica
A coluna cervical é composta por 7 vértebras e entre cada uma delas um disco intervertebral. sendo a primeira vértebra cervical chamada de Atlas, e a segunda de Áxis, pois ambas apresentam características parecidas em relação as outras vertebras cervicais. As vértebras cervicais típicas apresentam processos espinhosos bífidos ou bifurcados e o forame vertebral possui forma triangular. As vértebras C3, C4, C5 e C6 são semelhantes e apresentam as características típicas das vértebras cervicais. A última vértebra cervical ou C7 possui processo espinhoso não bifurcado e proeminente, sendo por este motivo conhecida como vértebra proeminente.
Os ligamentos são estruturas fibrosas não contráteis, que unem um osso a outro e promovem estabilidade. Eles são flexíveis, porém não extensíveis, contêm terminações nervosas que são importantes nos mecanismos reflexos e na percepção de movimento e posição. Os ligamentos se encontram ao longo de toda a coluna e apresentam um suprimento sanguíneo pobre, mas um bom suprimento nervoso.
Os músculos da coluna vertebral têm papel relevante na estabilidade, no equilíbrio e na movimentação dos membros, além de participarem dos mecanismos de absorção dos impactos protegendo a coluna de grandes sobrecargas. Esses músculos também atuam na coluna vertebral integrados e em harmonia. Estes são divididos em grupos, com funções distintas de acordo com os segmentos da coluna em que estão situados. O músculo trapézio é o músculo mais importante em relação ao posicionamento da coluna cervical, na contração bilateral simétrica determina uma extensão da coluna e da cabeça com acentuação da lordose cervical e na contração unilateral ou assimetria do trapézio determina uma extensão da cabeça e da coluna cervical com hiperlordose, uma inclinação para o lado e uma rotação da cabeça para o lado oposto. O Trapézio é sinergista do ECOM (esternocleidooccipitomastóideo) do mesmo lado.
A biomecânica da coluna cervical é complexa, porém pode ser entendida da seguinte maneira: a coluna cervical se articula através de duas articulações; posteriormente por meio das facetas e anteriormente através das articulações uncovertebrais. Estas duas estruturas formam o forame de conjugação. Por ser o segmento mais móvel da coluna vertebral é submetida a um grande número de agressões e pressões como por exemplo o peso da cabeça, esforços ao nível de membros superiores, posturas de trabalho esporte e sono. Portanto, a biomecânica cervical é composta por movimentos de: Extensão, Flexão, Inclinação, Rotação.
Cervicalgia
A cervicalgia se caracteriza por dor localizada na parte posterior do pescoço e/ou na nuca proveniente de distúrbio musculoesquelético que não se irradia, podendo se apresentar de maneira aguda subitamente ou crônica, quando se torna persistente. A etiologia pode ser idiopática, por postura inadequada de longa permanência ou algia proveniente de trauma. A dor cervical pode obter como causas mais frequentes as de origens reumáticas e mecânicas, podendo levar a um processo de degeneração pelo uso sobrecarregado dos discos intervertebrais, especificamente a partir da 3° vertebra que é responsável pelo espalhamento e dispersão de energia e absorção de impactos. Além da dor, o indivíduo pode apresentar limitações funcionais na amplitude de movimento articular, sendo desencadeado ou agravado por movimentos bruscos do pescoço ou por posturas sustentadas do segmento cervical, provocando quadros inflamatórios e rigidez local.
A cervicalgia é uma lesão osteomuscular de grande impacto na sociedade mundial, caracterizando assim um problema de ordem de saúde pública, pois implica na funcionalidade do indivíduo que acaba afetando a qualidade de vida e a saúde da população de maneira geral, gerando quadros depressivos, dependência medicamentosa, problemas relacionados às atividades de vida diária e instrumental, onde de 12% a 70% dos adultos jovens de forma geral, poderão desenvolver em algum momento de sua vida, sendo a segunda maior causa de dor em região de coluna vertebral, perdendo apenas para a lombalgia.
No mundo, o avanço tecnológico dos smartphones vem crescendo e trazendo várias mudanças sociais e fisiológicas. As alterações posturais inadequadas adotadas pelos usuários decorrentes do uso excessivo do smartphone é um fator primordial desencadeador da dor cervical entre os jovens. Estudos afirmam que a dor no pescoço após longo período de utilização do aparelho digital é geralmente o sintoma mais frequente entre os universitários, estando relacionada aos esforços repetitivos e à manutenção de posturas inadequadas durante as atividades laborais dentro ou fora da universidade. Esses usuários serão suscetíveis a adquirir lesões osteomusculares e sobrecargas musculares, levando à fadiga nos músculos flexores e extensores da cervical, onde consequentemente irá levar a uma hiperatividade e aumento da fatigabilidade desses músculos flexores e a redução da propriocepção cervical, acarretando assim problemas a saúde física do indivíduo.
Sinais Clínicos
É uma síndrome de causas diversas que se manifesta por dor e rigidez transitória na região da coluna cervical. Esta síndrome, muitas vezes é relacionada a certas profissões (serviços manuais e/ou pesados). A cervicalgia é uma patologia insidiosa, sem causa aparente, mas raramente se inicia de maneira súbita, geralmente relacionada com movimentos bruscos do pescoço, extensa permanência em posição forçada, esforço ou trauma. Melhora nitidamente com repouso e se exacerba com a movimentação, com o aumento da pressão liquórica e compressão das apófises espinhosas. Com frequência, há espasmo muscular e pontos de gatilho.
A principal manifestação clínica da cervicalgia é a dor do tipo choque, que segue os trajetos radiculares, piorando com os movimentos que distendem a raiz, com o tórax ou com a coluna vertebral. As parestesias podem ocorrer na parte distal da raiz. Alterações dos reflexos, do tônus, da força ou alterações tróficas podem faltar ou serem tardias. O quadro clínico compõe-se da região cervical dolorida, limitação dos movimentos, cervicobraquialgia e diminuição da força dos membros superiores. A maioria das cervicalgias é aguda e autolimitada, podendo ser atribuída a problemas mecânicos, apenas alguns pacientes evoluem para uma cronicidade. A cervicalgia crônica também costuma ser de ordem mecânica, porém é necessário que se excluam outras patologias mais graves e potencialmente tratáveis. Uma história cuidadosa e o exame clínico completo quase sempre estabelecem a origem musculoesquelética da dor cervical.
Para o exame físico ser adequado, o paciente deve ficar em posição confortável e acima de tudo seguro, somente assim é possível distinguir pontos dolorosos, tensões musculares e amplificação dos sintomas pelo paciente. O exame não deve ser realizado apenas no segmento cervical e deve conter sinais vitais, inspeção, palpação dos tecidos cervicais, avaliação da mobilidade, o exame da movimentação cervical ativa e passiva permite diferenciar a restrição mecânica da restrição antálgica associada à tensão muscular.
Investigação de Diagnóstico
Em pacientes com suspeita de anormalidades estruturais (por exemplo, escoliose, espondilolistese, fraturas), radiografias simples geralmente são suficientes. A ressonância magnética (MRI) é o teste mais sensível para detectar anormalidades de tecidos moles (por exemplo, disco), mas é caracterizada por uma alta taxa de anormalidades em indivíduos assintomáticos. As taxas de anormalidades em pessoas sem sintomas variam de cerca de 60% em indivíduos na faixa dos 40 anos a mais de 80% em indivíduos com mais de 60 anos, sendo as anormalidades mais comuns a diminuição da intensidade do sinal e saliências do disco. Portanto, a ressonância magnética é recomendada para descartar sinais de alerta em pacientes com déficits neurológicos graves ou progressivos e ao encaminhar pacientes para intervenções de procedimento (por exemplo, cirurgia); para indivíduos com dor persistente que nãoresponde ao tratamento conservador, avaliações radiológicas podem ser consideradas.
O teste eletrodiagnóstico pode ser considerado em pacientes com sintomas duvidosos ou achados de imagem e para descartar neuropatia periférica. Bloqueios seletivos de raízes nervosas têm sido usados ​​para identificar raízes nervosas dolorosas e relatados para melhorar os resultados cirúrgicos.
Tratamento
A dor no pescoço é uma das principais causas de deficiência no mundo, mas a quantidade de pesquisas dedicadas ao tratamento é relativamente baixa em comparação com as outras causas principais. Para dor cervical aguda, a maioria dos casos se resolve espontaneamente em um período de semanas a meses, mas uma proporção substancial de indivíduos ficará com sintomas residuais ou recorrentes. O tratamento parece ter pouco efeito no curso da dor cervical aguda. A história e o exame físico podem fornecer pistas importantes sobre se a dor é neuropática ou mecânica e são essenciais para determinar quem pode se beneficiar com imagens avançadas ou investigação diagnóstica adicional. Em pacientes com lesões cervicais, há uma correlação pobre entre a dor e os resultados de imagem. Os ensaios clínicos descobriram que os exercícios podem ser benéficos e, para a dor aguda, os relaxantes musculares são eficazes. Em indivíduos com dor crônica, há evidências conflitantes que apoiam as injeções epidurais de corticosteroides em pacientes com radiculopatia e estenose espinhal e evidências fracas em favor da denervação por radiofrequência da articulação facetária para artrite espinhal.
Referências bibliográficas
1. Cohen, S. P. Epidemiology, Diagnosis, and Treatment of Neck Pain. Mayo Clinic Proceedings, 90(2), 284–299, 2015;
2. OLIVEIRA, Aline Ferreira de; NASCIMENTO, Luana Silva de Carvalho. Uso abusivo dos smartphones em estudantes universitários relacionados à cervicalgia. 2021;
3. TAKATANI, Flavio Kazuhiro Gomes; MEJIA, Dayana Priscila Maia. Eletroterapia para o alívio da cervicalgia: uma revisão da literatura, 2012.

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