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1 Atividade individual Matriz de análise Disciplina: Direiro do Seguro e Resseguro Módulo: Direiro do Seguro e Resseguro: 1020-0_1 Aluno: Turma: Tarefa: Parecer Jurídico Introdução DO RELATÓRIO Trata-se de parecer jurídico solicitado ela Seguradora XXX para prognóstico de êxito. O caso concreto versa sobre uma licitação vencida pelacontrurora XPTO firmada com o Governo Federal para construção de obra pública, orçada em 980 milhoes de reais. O contrato foi assinado em 25 de maio de 2014, com previsão de entrega das obras em 25 de maio de 2018, e o pagamento se daria de acordo com um cronograma preestabelecido de medições. Tendo sido firmado seguro garantia no maior valor permitido pela lei 8.666/93, entre a tomadora XPTO e a Seguradora XXX, tendo como segurado o Governo Federal. Ocorre que o governo Federal notificou a Seguradora em 20/02/2016 com informação de de rescisão do contrato administrativo, após regular processo administrativo, movido em face da construtura que aplicou a multa de 120 milhões de reais. A cobertura do sinistro foi negada pela seguradora em 03/03/2016, sob o argumento de que de que o segurado não cumpriu com as suasobrigações revistas em apólice, conforme as as condições contratuais padronizadas previstas na Circular Susep nº 477, de 30 de setembro de 2013. 2 Desenvolvimento DA FUNDAMENTAÇÃO O processo administrativo do qual a construtora foi alvo, não atendeu aos ditames da lei 8.666/93, foram identificadas as seguintes irregularidades: (i) Não ter sido a Seguradora XXX regularmente comunicada, através da cópia da notificação que foi enviada ao Tomador (construtora XPTO), para que assim, a seguradora pudesse registrar a expectativa de sinistro. Ao passo que, caberia ao segurado, ainda, comunicar a seguradora da finalização do procedimento administrativo (esta comunicação ocorreu devidamente) para que logo após a expectativa fosse convertida em reclamação, nos termos do item 4.1 Circular Susep nº 477/2013, Capítulo II, Modalidade II. Vejamos: Expectativa, Reclamação e Caracterização do Sinistro: 4.1. Expectativa: tão logo realizada a abertura do processo administrativo para apurar possível inadimplência do tomador, este deverá ser imediatamente notificado pelo segurado, indicando claramente os itens não cumpridos e concedendo-lhe prazo para regularização da inadimplência apontada, remetendo cópia da notificação para a seguradora, com o fito de comunicar e registrar a Expectativa de Sinistro. 4.2. Reclamação: a Expectativa de Sinistro será convertida em Reclamação, mediante comunicação pelo segurado à seguradora, da finalização dos procedimentos administrativos que comprovem o inadimplemento do tomador, data em que restará oficializada a Reclamação do Sinistro. Corroborando nesse sentido temos o seguinte entendimento jurisrudencial1: 1 TRF-4 - AC: 50287689120134047000 PR 5028768-91.2013.404.7000, Relator: FERNANDO QUADROS DA SILVA, Data de Julgamento: 24/02/2016, TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: D.E. 25/02/2016. RELATOR Des. Federal FERNANDO QUADROS DA SILVA. APELANTE. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS – ECT. APELADO: PORTO SEGURO COMPANHIA DE SEGUROS GERAIS. ADMINISTRATIVO. SEGURO-GARANTIA. INADIMPLEMENTO DA TOMADORA. FALTA DE COMUNICAÇÃO. ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE DA SEGURADORA. 1. Ao deixar de ter conhecimento acerca do inadimplemento contratual por parte da Tomadora, a seguradora apelada se viu impossibilitada de tomar providências para minorar as consequências, tanto para a segurada, como para a própria seguradora, trazendo prejuízo à apelada. Sabendo da inadimplência da Tomadora, a Seguradora ré poderia ter adotado os seguintes procedimentos: acompanhar os procedimentos de apuração das infrações contratuais cometidas pela Tomadora; realizar, por meio de terceiros, o objeto do contrato principal, e minorar as consequências do inadimplemento impugnado pela apelante. 2. Não há em ponto algum das Condições Gerais qualquer dúvida acerca das obrigações assumidas pela segurada, tampouco acerca das condições que levam a isençãoda resonsabilidade ou a perda do direitoa garantia securitária. 3. A cláusula que isenta a responsabilidade da seguradora, bem comoa que exige a comunicação imediata do sisnistro sãoplenamente válidas e aplicáveis ao caso concreto, não havendo falar em abusividade das mesmas. 4. Improcedencia do pedido de condenação da ré ao agamento do valor da pólice de seguro-garantia relativo ao contrato de prestação de serviço de vigilância. (ii) do prazo prescional. Neste ponto merece máxima atenção. Uma vez que dois entendimento podem ser aplicados. Primeiramente a possível prescrição de 1 ano, do direito de ação do Segurado, o Governo Federal, contra a seguradora, com base no artigo 206, §1°, inciso II, alínea b, do código civil. Nesse sentido há de se ter atenção também com a súmula 229 do STJ, pois esse prazo prescricional de 1 ano, é suspenso a partir do momento em que o segurado faz o pedido de pagamento da indenização, até que tenha ciência desta decisão. Assim, no caso tem tela, como negativa da cobertura por parte da Seguradora XXX se deu em 03/03/2016, o segurado, Governo Federal tem o prazo de até 1 ano para mover ação em face da seguradora. Na forma do 206, §1°, II, b, do código civil. Neste sentido é importate destacar o entendimento jurisprudêncial 4 2referente a esse tema: SEGURO-GARANTIA. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS FIRMADO PELA TOMADORA COM ENTE PÚBLICO SEGURADO. LEI Nº8.666/93. INADIMPLÊNCIA. PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO. DIREITO DE A SEGURADORA RECEBER DA TOMADORA O VALOR PAGO AO SEGURADO. CLÁUSULA DO AJUSTE ESTIPULADA COMO CONTRA GARANTIA. PROCEDÊNCIA MANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDO. Seguro- garantia. Contrato de prestação de serviços firmado entre a tomadora do seguro e determinado ente público, segurado. Lei nº 8.666/93. Inadimplência. Pagamento da indenização pela seguradora. Direito de receber da tomadora o valor despendido. Contragarantia estabelecida no ajuste. Inadimplência contratual não adequadamente refutada pelos réus. Ônus da prova que sobre estes recaía. Honorária mantida. Recurso não provido. (Grifo nosso) De acordo com esse entendimento, cabe a Seguradora deve comprovar que o procedimento não ocorreu de acordo com a previsão legal da lei 8.666/93. Não obstante essa tese prescricional de 1 ano, destacada acima, temos a tese prescrional quinquenal, ou seja, a administração pública, teria como prazo para a propositura da ação contra a segurado de 5 (cinco) anos, conforme entendimento do STJ3, destacado abaixo: 4. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que a prescrição contra a Fazenda Pública é quinquenal, mesmo em ações indenizatórias, uma vez que é regida pelo Decreto 20.910/32, norma especial que prevalece sobre lei geral. De fato, a Primeira Seção desta Corte de Justiça, na assentada do dia 12/12/2012, no julgamento do REsp 1.251.993/PR (Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe 19/12/2012), submetido à sistemática dos recursos repetitivos, art. 543-C do CPC, consolidou o entendimento segundo o qual é quinquenal o prazo prescricional para propositura de ação de cobrança contra a Fazenda Pública, nos termos do art. 1º do Decreto 20.910/32, afastada a aplicação do Código Civil. 5. O STJ tem entendimento jurisprudencial no sentido de que o prazo prescricional da Fazenda Pública deve ser o mesmo prazo previsto no Decreto 20.910/32, em razão do princípio da isonomia. Precedentes. 2 Processo n° 0161059-08.2011.8.26.0100, da Comarca de São Paulo. Apelantes URBAN ENGENHARIA E ARQUITETURA LTDA, JOAO RENATO REMEDE PRANDINA e CAMILA SONEGHET SILVA PRANDINA. ApeladoBERKLEY INTERNATIONALDO BRASIL SEGUROS S A. 3 STJ – AgRg no AREsp 768400 / DF – DJ 03/11/2015) Conclusão Assim, o presente parecer entende que existe subsídio para êxito da seguradora em eventual ação judicial, contudo havendo ação ajuizada por parte do segurado contra a seguradora e eventual decisão desfavorável, no sentido de condenar a seguradora ao pagemento da multa indenizatória contratual do seguro garantia, restaria a seguradora o direito de ingressar judicialmente contra o tomador que deu causa a rescisão contratual, no caso a Construtora XPTO. O fundamento para tal pretensão encontra guarida nos artigos 349 e 476, ambos do código civil, bem como nas disposições do itens 10. e 10.1 do CAPÍTULO I - CONDIÇÕES GERAIS - RAMO 0775, da Circular Susep nº 477/2013. 10. Sub-Rogação: 10.1. Paga a indenização ou iniciado o cumprimento das obrigações inadimplidas pelo tomador, a seguradora sub-rogar-se- á nos direitos e privilégios do segurado contra o tomador, ou contra terceiros cujos atos ou fatos tenham dado causa ao sinistro. Referências bibliográficas https://www.editoraroncarati.com.br/v2/pdf/Diario-Oficial/Diario-Oficial/circular-susep- no-477-de-30092013.pdf#item1 https://www.editoraroncarati.com.br/v2/pdf/Diario-Oficial/Diario-Oficial/circular-susep-no-477-de-30092013.pdf#item1 https://www.editoraroncarati.com.br/v2/pdf/Diario-Oficial/Diario-Oficial/circular-susep-no-477-de-30092013.pdf#item1 6
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