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1 
 
ATIVIDADE INDIVIDUAL 
 
Matriz de análise 
Disciplina:Direito Seguro e Resseguro Módulo: 2 
Aluna: Michelli Giacomossi Turma: 4 
Tarefa: Atividade Individual 
Introdução 
 
É notório o interesse das empresas que prestam serviços para execução de obras, 
almejar captar através de licitações contratos a serem executados perante a 
administração pública. 
De outro norte, persiste também uma preocupação da administração pública 
quanto ao fiel cumprimento de contrato com ela entabulado, haja vista a 
responsabilidade que pode advir ao contratante. 
Deste modo, a fim de obter segurança na contratação e consequentemente 
execução das obras, faz-se necessário a contratação de garantia ao prestador de 
serviços, quanto ao cumprimento de suas obrigações contratuais, exsurgindo a figura do 
seguro garantia, que historicamente surgiu nos Estados Unidos em virtude da 
inadimplência de construtores em obras públicas1. 
No Brasil, o desenvolvimento do seguro garantia teve duas grandes dificuldades: 
uma regulamentação necessária e a concorrência da fiança bancária, registrando avanços 
desde a sua instituição na década de sessenta2. 
Cumpre trazer a baila, dado a contemporaneidade que o seguro garantia ganhou 
projeção nacional após a deflagração da operação lava-jato, que acabou por desvelar a 
 
 
1 GALIZA, Francisco. Uma análise comparativa do seguro garantia de obras públicas / 
Francisco Galiza. Rio Janeiro: ENS-CPES, 2015. p. 15. 
2 GALIZA, Francisco. Uma análise comparativa do seguro garantia de obras públicas / 
Francisco Galiza. Rio Janeiro: ENS-CPES, 2015. p. 16. 
 
 
2 
 
ilicitude da relação entre a administração pública e as empresas de engenharia, 
envolvendo a construção de obras públicas, como bem pontuado no parecer do ilustre 
promotor Cesar Luis De Araújo Faccioli, Procurador-Geral de Justiça do Estado do Rio 
Grande do Sul, quando emitiu parecer de questão afeta ao seguro garantia. 
A questão prática do referido parecer adveio de ação direta de 
inconstitucionalidade proposta pelo prefeito municipal de Pantano Grande, objetivando a 
retirada do ordenamento jurídico da Lei n.º 656, de 14 de junho de 2018, do Município 
de Pantano Grande, que trazia disposição sobre a regulamentação no âmbito municipal a 
aplicação do artigo 55, inciso VI e artigo 56, inciso II da Lei Federal 8.666/93, obrigando 
a utilização do seguro-garantia de execução de contratos públicos de obras e de 
fornecimento de bens e de serviços, denominando essa modalidade e aplicação da Lei, 
como Seguro Anti Corrupção – SAC3. 
Para melhor elucidação, mister se faz a análise conceitual do seguro garantia, 
identificando-o como o seguro pelo qual se objetiva garantir o fiel cumprimento das 
obrigações assumidas pelo tomador perante o segurado em razão de participação em 
licitação, em contrato principal pertinente a obras, serviços, inclusive de publicidade, 
compras, concessões ou permissões no âmbito dos Poderes da União, Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, ou ainda as obrigações assumidas em função de: processos 
administrativos; processos judiciais, inclusive execuções fiscais; parcelamentos 
administrativos de créditos fiscais, inscritos ou não em dívida ativaregulamentos 
administrativos. Encontram-se também garantidos por este seguro os valores devidos ao 
segurado, tais como multas e indenizações, oriundos do inadimplemento das obrigações 
assumidas pelo tomador, previstos em legislação específica, para cada caso4. 
Em linhas gerais, estar-se-á diante de um seguro, qual seja, Seguro Garantia, que 
 
 
3 Ministerio Publico do Estado do Rio Grande do Sul. PROCESSO N.º 70079284279 – TRIBUNAL 
PLENO. Disponivel em: 
https://www.mprs.mp.br/adins/arquivo/parecer/88842/?filename=70079284279_001.doc. Acesso 
em: 12 set 2020. 
4 BRASIL. Diário Oficial da União. Superintendência de Seguros Privados. CIRCULAR Nº 477, 
DE 30 DE SETEMBRO DE 2013. Secretaria-Geral da Presidência da República. Imprensa Nacional. 
Disponivel em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/circular-n-477-de-30-de-setembro-de-2013-
31065813. Acesso em: 12 set 2020. 
transfere para a iniciativa privada o risco de inadimplência, no caso, as Seguradoras, 
tendo por objetivo garantir o fiel cumprimento das obrigações assumidas pelo prestador 
do serviço perante o contratante. 
Contudo, há de se precaver que o risco não é transferível se inobservados o 
cumprimento de requisito da seguradora por meio do aviso de expectativa de sinistro, 
pois isso incorrerá em negativa de cobertura. 
Alinhado a essas ponderações, passa-se a análise da Atividade Individual proposta, 
que consiste em elaborar um parecer, considerando as condições contratuais 
padronizadas previstas na Circular Susep nº 477, de 30 de setembro de 2013, para o 
setor público (ramo 0775), especificamente as condições expressas no Capítulo II, 
Modalidade II – Seguro garantia para construção, fornecimento ou prestação de serviços. 
Para a elaboração do parecer, foi ofertado a seguinte situação: 
A Construtora XPTO venceu uma licitação federal e firmou um contrato 
administrativo para a construção de uma nova rodovia interestadual cujo 
objetivo é interligar as Regiões Norte e Centro-Oeste aos portos de Santos 
e do Rio de Janeiro, tendo em vista o escoamento da produção do 
agronegócio. A obra, de grande vulto, foi orçada em 980 milhões de reais, 
sendo necessária uma série de desapropriações antes do início dos 
trabalhos. O contrato foi assinado em 25 de maio de 2014, com previsão 
de entrega das obras em 25 de maio de 2018, e o pagamento se daria de 
acordo com um cronograma preestabelecido de medições. O Governo 
Federal exigiu que a garantia fosse no maior valor permitido pela Lei nº 
8666/90. Nesse sentido, a construtora ofereceu um seguro garantia cujas 
condições gerais seguem o texto padrão da Susep. Em 20 de fevereiro de 
2016, a seguradora foi surpreendida, por meio de notificação do Governo 
Federal, pela informação de rescisão do contrato administrativo, que se 
deu após regular processo administrativo movido em face exclusivamente 
do tomador e culminou com a aplicação de uma multa à Construtora 
XPTO no valor de 120 milhões de reais. Ante a inércia da Construtora 
XPTO, o Governo Federal cobrava a multa da seguradora, invocando o 
seguro garantia para tal fim. A seguradora negou cobertura, em notificação 
recebida pelo Governo Federal em 03 de março de 2016, com o argumento 
de que o segurado não cumpriu com as suas obrigações previstas em 
apólice. Nesse contexto, imagine que a seguradora tenha solicitado à sua 
consultoria a elaboração de um parecer com prognóstico de êxito sobre o 
caso. Sendo assim, nesta atividade, você deve elaborar um parecer com 
um prognóstico de êxito, abordando todas as questões jurídicas que 
possam ser utilizadas como matéria de defesa. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8666cons.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8666cons.htm
 
 
4 
 
 
Desenvolvimento 
 
Desenvolvimento de parecer: 
 
Relatório. 
 
Trata-se de parecer atinente a questão de seguro garantia no setor público, na 
qual foi questionado prognóstico de êxito sobre o caso, à seguradora (supra exposto), 
passo a análise: 
Considerando-se a existência de um contrato assinado em 25 de maio de 2014, 
com previsão de entrega das obras em 25 de maio de 2018, e que em fevereiro de 2016 
a Seguradora foi surpreendida por meio de notificação pelo Governo Federal pela 
informação de rescisão de contrato admisnitrativo, destacando-se que o processo 
administrativo foi movido exclsusivamente em face do tomador e culminou, inclusive, em 
aplicação de multa, e, ato contínuo a Construtora XPTO manteve inerte, a cobrança da 
multa perante a seguradora não merece prosperar, mesmo diante do seguro garantia 
constituído (condições gerais texto padrão da Susep).Vejamos que a Seguradora sequer teve conhecimento acerca de qualquer infração 
e/ou inadimplemento contratual por parte da tomadora. É certo que ao deixar de ter 
conhecimento acerca do fato/motivo ensejador da rescisão contratual em relação à parte 
da Tomadora, a seguradora ficou totalmente limitada e impossibilitada de tomar 
quaisquer providências que poderiam minorar as consequências, sejam para a segurada, 
como para a própria seguradora, sujeitando-a a onerosidades e prejuizos que não 
teriam/não devem ser pela seguradora suportados, dado a não adoção dos 
procedimentos necessarios pelo Governo Federal. 
Ao ter ciência de eventual e suposta irregularidade/infração contractual pela 
tomadora, a seguradora poderia ter adotado procedimentos como acompanhar os 
procedimentos de apuração das infrações contratuais cometidas pela tomadora; realizar, 
por meio de terceiros, o objeto do contrato principal, e minorar as consequências lesivas. 
 
Como se trata do contrato padrão, condições gerais texto padrão da Susep não há 
dúvida acerca das obrigações assumidas pela Segurada, tampouco acerca das condições 
que levam à isenção de responsabilidade ou à perda do direito à garantia securitária. 
Desta forma, a cláusula que isenta a responsabilidade da seguradora, bem como a que 
exige a comunicação imediata do sinistro, são plenamente válidas e aplicáveis ao caso 
concreto supra exposto. 
Sendo assim, melhor sorte não socorre ao Governo Federal ao perseguir a multa 
através do valor de apólice de seguro-garantia relativo ao contrato de prestação do 
serviços, pois não observou a necessidade de notificação da Seguradora por meio do 
Aviso de Expectativa de Sinistro, incorrendo, portanto, em cobertura negada. Tal 
notificação se faz necessária, pois não pode a seguradora ser surpreendida com o 
sinistro, sem ter ocorrido prévia instauração administrativa de regulação, situação que 
viabiliza a reserva de valores. 
Não obstante, é de se destacar que quanto a multa de carater punitivo, deve 
constar expressamente a responsabilidade da seguradora, devendo estarem previstas nas 
condições especiais, o que não é o caso apontado em tela. Imperioso destacar também, 
no tocante a multa, a título de esclarecimento e orientação ao solicitante deste parecer 
que há julgado como o que se demonstra abaixo, que compreende que mesmo que não 
se tenha assumido o dever de garantir o pagamento de multas aplicadas ao tomador e 
prestador de serviço, e sim, o dever de garantir a execução da obra, há turmas em 
Tribunais que compreende que a Seguradora assume a condição de fiadora e principal 
pagadora de todas as obrigações contratuais do tomador, vejamos: 
Ante o exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso da autora para 
REFORMAR PARCIALMENTE a sentença e também condenar a 
COMPANHIA SULINA DE PREVIDÊNCIA E SEGUROS ao pagamento 
das duas multas administrativas cobradas na inicial, até o limite da 
importância segurada, com correção monetária pelo IPCA desde o 
momento em que as penalidades tornaram-se definitivas na esfera 
administrativa e foram publicadas no DOE, além de juros de mora. 
 
 
6 
 
Julgamento em setembro de 20145. 
Retomando quanto a perda de direito à cobertura securitária e a não 
responsabilidade pelo pagamento da multa perseguida, invoca-se em beneficio da defesa 
os termos da própria Lei, art. 771 do Código Civil, que assim dispõe: 
Art. 771. Sob pena de perder o direito à indenização, o segurado participará o 
sinistro ao segurador, logo que o saiba, e tomará as providências imediatas para minorar-
lhe as conseqüências. 
A fundamentar ainda eventual defesa, corroborando com o já exposto, ilustra-se o 
prognostico de êxito, com julgado de caso análogo, Processo: 5028768-
91.2013.4.04.70006: 
Ementa ADMINISTRATIVO. SEGURO-GARANTIA. INADIMPLEMENTO DA TOMADORA. 
FALTA DE COMUNICAÇÃO. ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE DA 
SEGURADORA. 
1. Ao deixar de ter conhecimento acerca do inadimplemento contratual por 
parte da Tomadora, a seguradora apelada se viu impossibilitada de tomar 
providências para minorar as consequências, tanto para a segurada, como para 
a própria seguradora, trazendo prejuízo à apelada. Sabendo da inadimplência da 
Tomadora, a Seguradora ré poderia ter adotado os seguintes procedimentos: 
acompanhar os procedimentos de apuração das infrações contratuais cometidas pela 
Tomadora; realizar, por meio de terceiros, o objeto do contrato principal, e minorar as 
consequências do inadimplemento impugnado pela apelante. 
2. Não há em ponto algum das Condições Gerais qualquer dúvida acerca das 
obrigações assumidas pela Segurada, tampouco acerca das condições que levam à 
isenção de responsabilidade ou à perda do direito à garantia securitária. 
3. A cláusula que isenta a responsabilidade da seguradora, bem como a que exige a 
comunicação imediata do sinistro, são plenamente válidas e aplicáveis ao caso 
concreto, não havendo falar em abusividade das mesmas. 
4. Improcedência do pedido de condenação da ré ao pagamento do valor de 
apólice de seguro-garantia relativo ao contrato de prestação do serviço de 
vigilância. 
 
 
 
 
 
5 BRASIL. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Apelação nº 0025229-32.2002.8.26.0053. 
Disponivel em: www. esaj.tjsp.jus.br. Acesso em: 12 set. 2020. 
 
6 BRASIL. Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Apelação nº 5028768-91.2013.4.04.7000. 
Disponivel em: https://jurisprudencia.trf4.jus.br/pesquisa/resultado_pesquisa.php Acesso em: 12 
set. 2020. 
Conclusão 
 
Conclusão 
Ante o exposto, respondido o questionamento formulado conforme supra 
desenvolvido, compreendo pelo prognostico de êxito à seguradora, com o consequente 
afastamento de qualquer responsabilidade de cumprimento de adimplemento de 
quaisquer valores previstos em apólice de seguro garantia. 
É o parecer. 
São João Batista, SC, 13 de setembro de 2020. 
Michelli Giacomossi 
 
 
Referências bibliográficas 
 
BRASIL. Diário Oficial da União. Superintendência de Seguros Privados. 
CIRCULAR Nº 477, DE 30 DE SETEMBRO DE 2013. Secretaria-Geral da Presidência da 
República. Imprensa Nacional. Disponivel em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/circular-
n-477-de-30-de-setembro-de-2013-31065813. Acesso em: 12 set 2020. 
BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da 
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública 
e dá outras providências.Disponível em: http:// 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm. Acesso em: 12 set. 2020. 
BRASIL. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Apelação nº 0025229-
32.2002.8.26.0053. Disponivel em: www. esaj.tjsp.jus.br. Acesso em: 12 set. 2020. 
BRASIL. Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Apelação nº 5028768-
91.2013.4.04.7000. Disponivel em: 
https://jurisprudencia.trf4.jus.br/pesquisa/resultado_pesquisa.php Acesso em: 12 set. 
2020. 
GALIZA, Francisco. Uma análise comparativa do seguro garantia de obras 
públicas / Francisco Galiza. Rio Janeiro: ENS-CPES, 2015. p. 15. 
Ministerio Publico do Estado do Rio Grande do Sul. PROCESSO N.º 70079284279 – 
TRIBUNAL PLENO. Disponivel em: 
https://www.mprs.mp.br/adins/arquivo/parecer/88842/?filename=70079284279_001.doc. 
Acesso em: 12 set 2020.

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