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Litíase Biliar ou Colelitíase Lucelia Macedo dos Reis Disciplina – Nutrição Clinica I Definição Litíase Biliar? São os cálculos Biliares. Popularmente elas são as famosas pedras na vesícula. Definição Vesícula Biliar A vesícula biliar é um órgão em forma de saco, parecida como uma pera, localizada abaixo do lobo direito do fígado. Doenças da vesícula biliar podem incluir, ainda inflamação, infecção e obstrução deste órgão. São armazenados sais e gorduras, que, com alterações podem se transformarem em cálculos (pedras), que são cristalização de partículas de colesterol que crescem e unem-se uns aos outros componentes da bile como a mucina, bilirrubina e o cálcio formando os cálculos Os cálculos, alguns se alojam na vesícula biliar e não causam sintomas. Outros ficam presos no duto biliar e bloqueiam o fluxo da bile para o intestino. O que é Bile ou Bílis? Substância amarelo-esverdeada secretada pelo fígado dos vertebrados e que atua no duodeno auxiliando na emulsificação e absorção das gorduras, sendo o excesso de colesterol responsável por cerca de 75% dos casos Detergente natural do nosso corpo que o fígado produz para quebrar as moléculas de gordura e assim facilitar nossa digestão. Excreção para substâncias (hidrofóbicas) que não podem ser excretadas pelos rins. Entre essas substâncias contém : fármacos, xenobióticos ( qualquer substância que não tem função metabólica/nutricional ), excesso de fosfolipídeos e Bilirrubina. Sintomas O problema pode ser assintomático em alguns casos. Todavia, os sintomas surgem quando há obstrução parcial ou total das vias biliares e se manifestam por: Dor semelhante à cólica, pode irradiar pelas costas Náuseas e vômitos Febre Fezes claras Amarelamento da pele e da parte branca dos olhos (icterícia) Dor no estômago, costuma ocorrer minutos após a refeição ou espontaneamente Obesidade Dificuldade de digestão Dor no quadrante direito superior do abdômen Causas Alguns fatores podem resultar pedra na vesícula, Predisposição genética Sedentarismo Dietas gordurosas Obesidade Idade “É mais predominante acima dos quarenta anos e no sexo feminino. Estudos diz que uso de reposição hormonal e anticoncepcionais também aumentariam a incidência por mexer nas taxas de estrogênio, que têm relação sobre o colesterol da vesícula. http://www.vix.com/pt/bdm/saude/quem-tem-mais-risco-de-ter-pedra-na-vesicula-9-fatores-desencadeantes?utm_source=internal_link Incidência da doença A prevalência de cálculos biliares, nos adultos, estimada mediante estudos epidemiológicos de necropsia e de investigação clínica varia de 15 a 20%, É rara na criança, começa a ser identificada na adolescência, aproximadamente, 50% dos pacientes idosos têm colelitíase aos 75 anos de idade. A incidência é maior nas mulheres com múltiplas gestações e está, discretamente, aumentada em pacientes obesos. A idade é importante e a prevalência na mulher varia entre 5 a 20% até aos 50 anos e de 25 a 30% depois dessa idade, A mortalidade após colecistectomia é baixa, 0,1% para o acesso por videolaparoscopia e 0,5% para o acesso por laparotomia Diagnóstico A Radiografia e ultrassonografia é o exame mais comum A ecografia abdominal A litíase pode também ser diagnostica através da TAC abdominal (tomografia computadorizada) Exames Laboratoriais O exame de sangue pode ajudar no diagnóstico a ser um complemento que vai indicar sinais de infecção ou inflamação no organismo FISIOPATOLOGIA Os principais fatores que participam na formação da litíase biliar são a alteração na composição da bile, a redução na motilidade da vesícula biliar (estase biliar) e a presença de muco e de cálcio na vesícula . A formação de cristais, associado à estase na vesícula biliar (hipomoitilidade), levam à formação de cálculos . A solubilidade de colesterol na bile depende da concentração relativa de colesterol, sais biliares e fosfolipídio (lecitina). Quando a sua quantidade aumenta ou as de sais biliares ou lecitina diminuem, a bile torna- se hiper-saturada em colesterol e é denominada bile litogênica. Os sais de cálcio podem também iniciar a formação de um cálculo, agindo como um núcleo para precipitação de outros componentes da bile. Colesterol, fosfolipídeos (lecitina) e bilirrubina não conjugada são insolúveis em água. Para serem solúveis é necessário a formação de micelas, que são agregados polimoleculares de sais biliares, fosfolipídios e colesterol Avaliação Nutricional Anamnese FORMULFORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL (ASG) Recomendações diárias de macronutrientes. FIBRAS, PRÉ E PROBIÓTICO (SBNPE; ASBRAN, 2011; Lerayer; Antunes; Oliveira, 2013) Recomendações diárias de vitaminas e oligoelementos (Enteral e Parenteral) Recomendações diárias de eletrólitos Recomenda-se a ingestão de 30 a 40 mL/kg para pacientes em estado de hidratação normal (função renal e cardíaca normal) ou 1,0 a 1,5mL/kcal (SBNPE; ASBRAN, 2011). Dieta hipolipídica TRATAMENTO O tratamento vai depender da causa diagnosticada: Consiste no uso de medicamentos para dissolver os cálculos biliares, facilitando a sua remoção, ou de antibióticos em casos de infecções. Analgésicos também podem ser prescritos para controlar a dor. Colecistectomia é o tratamento ideal da litíase vesicular que é a cirurgia para retirar a vesícula de recuperação rápida e baixos riscos. Ou a cirurgia de via “clássica” (por um corte na parede abdominal) dependendo da causa diagnosticada e avaliada pelo cirurgião. Tratamento Nutricional O que não comer durante o tratamento? Os alimentos que fazem mal à vesícula biliar são gordurosos e de difícil digestão. Evitar carnes gordas, carboidratos em excesso e frituras. Leite integral, requeijão e iogurte integral Queijos amarelos como parmesão e minas padrão Manteiga e qualquer outra gordura animal. O que não comer após a cirurgia? Dieta Hipolipídica Reposição Hídrica fazer uma alimentação pobre em gordura, evitando alimentos como carne vermelha, bacon, linguiça e frituras em geral, para evitar sintomas como enjoos, dor e diarreia, ajudando o intestino a funcionar bem sem a vesícula. Com o passar do tempo, o corpo se habitua com a retirada da vesícula e por isso é possível voltar a se alimentar normalmente Cardápio da dieta após a retirada da vesícula Este cardápio para 3 dias é apenas uma sugestão do que se pode comer após a cirurgia, mas é útil para orientar o paciente em relação a sua alimentação nos primeiros dias após a retirada da vesícula. Dia 1 Dia 2 Dia 3 Café da manhã 150 ml de iogurte desnatado + 1 pão integral 240 ml de leite desnatado + 1 pão integral com queijo cottage 240 ml de leite desnatado + 5 torradas integrais com ricota Lanche da manhã 150 g de gelatina 1 fruta (como pêra) + 3 bolachas de água e sal 1 copo de suco de frutas (150 ml) + 4 bolachas maria Almoço/Jantar Canja de galinha ou 130g de peixe cozido (como cavala) + arroz + legumes cozidos + 1 fruta de sobremesa 130 g de frango sem pele + 4 col de sopa de arroz + 2 col de feijão + salada + 150g de gelatina de sobremesa 130 g de peixe grelhado + 2 batatas médias cozidas + legumes + 1 taça pequena de salada de frutas Lanche da tarde 240 ml de leite desnatado + 4 torradas integrais ou bolachas maria 1 copo de suco de frutas (150 ml) + 4 torradas integrais com geleia de frutas 150 ml de iogurte desnatado + 1 pão integral À medida que a digestão melhorar com a recuperação da cirurgia, deve-se introduzir aos poucos alimentos ricos em gorduras na dieta, especialmente aqueles que são ricos em gorduras boas, como sementes de chia, linhaça, castanhas, amendoim, salmão, atum e azeite de oliva. Em geral, é possível ter uma alimentação normal alguns meses após a cirurgia. https://www.tuasaude.com/o-que-comer-depois-de-retirar-a-vesicula/https://www.tuasaude.com/o-que-comer-depois-de-retirar-a-vesicula/ Conclusão Litíase Biliar é uma consequência de formação de cálculos biliares por excesso de gorduras na alimentação principalmente o colesterol. Sabe-se que fatores genéticos, obesidades, falta de atividade física, e uma boa alimentação sem excesso de gorduras e ingestão hídrica, pode-se evitar várias comorbidades inclusive esses cálculos biliares. Para se evitar processos infecciosos diversos e inflamações de outros órgãos é necessário a retirada da vesícula por cirurgia. A cirurgia mais recomendada atualmente é a Colecistectomia pois é menos invasiva e mais rápida a recuperação do paciente voltando suas atividades normais. Mudança de hábitos saudáveis como na alimentação, dietas e recomendações macro nutrientes e micronutrientes. Orientações no estilo de vida, garantem um estado de saúde positivo para a manutenção e equilíbrio do corpo. Referências Bibliográficas 1-Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, 2006 2-Litíase Biliar Assintomática, WGO Practice Guidelines 3-Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva, 2012 4-Payen JL e col., Biliary lithiasis, Presse Med. 2011 Jun;40(6):567-80 5-https://www.saudecuf.pt/mais-saude/doencas-a-z/litiase-da-vesicula-biliar 6-https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/pedra-na-vesicula.htm 7-https://www.tuasaude.com/o-que-comer-depois-de-retirar-a-vesicula/ 8-http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-69912002000200006 9-http://revista.fmrp.usp.br/2008/VOL41N4/SIMP_3colecistectomia.pdf José Sebastião dos Santos1 , Ajith Kumar Sankarankutty1 , Wilson Salgado Júnior1 , Rafael kemp2 , José Luís Pimenta Módena1 , Jorge Elias Júnior3 , Orlando de Castro e Silva Júnior 10-http://www.scielo.br/pdf/rcbc/v40n3/07.pdf HUNALDO LIMA DE MENEZES, TCBC-AL1 ; PÉROLA AVERBUG FIREMAN2 ; VICENTINA ESTEVES WANDERLEY3 ; ÂNGELA MARIA MOREIRA CANUTO DE MENCONÇA3 ; RAISA KARLA DE AZEVEDO BISPO4 ; MELISSA RAMOS REIS4 Menezes HL, Fireman PA, Wanderley VE, Mencoça AMMC, Bispo RKA. Avaliação da dieta hipolipídica nos sintomas digestivos no pósoperatório imediato da colecistectomia por videolaparoscopia. Rev Col Bras Cir. [periódico na Internet] 2013;40(3). Disponível em URL: http://www.scielo.br/rcbc http://www.scielo.br/pdf/abcd/v22n2/11.pdf http://www2.ebserh.gov.br/documents/222842/1252791/Nutricao-Protocolo_Adulto.pdf/a678c911-2e00-4cb5-9f80- 25ce8668cc49 https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/doencas/pedra-na-vesicula.htm https://www.tuasaude.com/o-que-comer-depois-de-retirar-a-vesicula/ http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-69912002000200006 http://revista.fmrp.usp.br/2008/VOL41N4/SIMP_3colecistectomia.pdf http://www.scielo.br/pdf/rcbc/v40n3/07.pdf http://www.scielo.br/rcbc http://www.scielo.br/pdf/abcd/v22n2/11.pdf http://www2.ebserh.gov.br/documents/222842/1252791/Nutricao-Protocolo_Adulto.pdf/a678c911-2e00-4cb5-9f80-25ce8668cc49