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ACESSE AQUI ESTE 
MATERIAL DIGITAL!
TANISE FITARELLI PANDOLFI FRIDRICH
NUTRIÇÃO
HOSPITALAR
Coordenador(a) de Conteúdo
Renato Castro da Silva
Projeto Gráfco e Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Daiane Victória Maass
Design Educacional
Vanessa Graciele Tibúrcio
Revisão Textual
Carlos Augusto Brito Oliveira
Ilustração
Andre Luis Azevedo da Silva e Eduardo
Aparecido Alves
Fotos
Envato e Shutterstock
Impresso por:
Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.
Ficha catalográca elaborada de acordo com os dados ornecidos pelo(a) autor(a).
Núcleo de Educação a Distância. FRIDRICH, Tanise Fitarelli Pandol.
Nutrição Hospitalar / Tanise Fitarelli Pandol Fridrich. - Florianópolis,
SC: Arqué, 2024.
252 p.
ISBN papel 978-65-6083-710-2
ISBN digital 978-65-6083-711-9
1. Nutrição 2. Hospitalar 3. EaD. I. Título.
CDD - 612.3
EXPEDIENTE
FICHA CATALOGRÁFICA
N964
02511587
RECURSOS DE IMERSÃO
Utilizado para temas, assuntos ou con-
ceitos avançados, levando ao aprofun-
damento do que está sendo trabalhado
naquele momento do texto.
APROFUNDANDO
Uma dose extra de
conhecimento é sempre
bem-vinda. Aqui você
terá indicações de lmes
que se conectam com o
tema do conteúdo.
INDICAÇÃO DE FILME
Uma dose extra de
conhecimento é sempre
bem-vinda. Aqui você
terá indicações de livros
que agregarão muito na
sua vida prossional.
INDICAÇÃO DE LIVRO
Utilizado para desmisticar pontos
que possam gerar confusão sobre o
tema. Após o texto trazer a explicação,
essa interlocução pode trazer pontos
adicionais que contribuam para que
o estudante não que com dúvidas
sobre o tema.
ZOOM NO CONHECIMENTO
Este item corresponde a uma proposta
de refexão que pode ser apresentada por
meio de uma frase, um trecho breve ou
uma pergunta.
PENSANDO JUNTOS
Utilizado para aprofundar o
conhecimento em conteúdos
relevantes utilizando uma lingua-
gem audiovisual.
EM FOCO
Utilizado para agregar um con-
teúdo externo.
EU INDICO
Professores especialistas e con-
vidados, ampliando as discus-
sões sobre os temas por meio de
fantásticos podcasts.
PLAY NO CONHECIMENTO
PRODUTOS AUDIOVISUAIS
Os elementos abaixo possuem recursos
audiovisuais. Recursos de mídia dispo-
níveis no conteúdo digital do ambiente
virtual de aprendizagem.
4
U N I D A D E 3
DIETAS HOSPITALARES, DE PROVA E PREPARO PARA EXAMES 70
U N I D A D E 4
SUPLEMENTAÇÃO ORAL DE VITAMINAS E MINERAIS 104
U N I D A D E 5
PACIENTE ADULTO 130
U N I D A D E 1
CUIDADOS NUTRICIONAIS COM O PACIENTE HOSPITALIZADO 8
U N I D A D E 2
TRIAGEM E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 36
U N I D A D E 6
PACIENTE HEPATOPATA 162
U N I D A D E 7
PACIENTE RENAL CRÔNICO 184
U N I D A D E 8
PACIENTE ONCOLÓGICO 208
U N I D A D E 9
PACIENTE DPOC – DOENTE PULMONAR OBSTRUTIVO CRÔNICO 232
5
CAMINHOS DE APRENDIZAGEM
UNIDADE 1
MINHAS METAS
CUIDADOS NUTRICIONAIS COM O
PACIENTE HOSPITALIZADO
Conhecer as atribuições de um nutricionista em âmbito hospitalar.
Entender como unciona o recebimento de um paciente em ala hospitalar.
Compreender o uncionamento do trabalho em Equipe Multiprossional.
Perceber as interações entre a Nutrição Clínica e a produção de alimentos.
Aprender sobre a instituição de dieta hospitalar.
Entender a elaboração dos mapas de dietas.
Compreender a importância do acompanhamento nutricional do paciente hospitalizado.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1
8
INICIE SUA JORNADA 
Feche os olhos por um momento e imagine um hospital. Suponho que se você já 
não trabalha neste ambiente e buscou apenas referências em seu subconsciente, 
deve ter visto imagens que observamos costumeiramente em programas de TV 
ou mesmo em jornais. Normalmente salas cheias, luzes brancas e fortes, pessoas 
correndo para prestar socorro, ambulâncias, soros, medicamentos, desbriladores, 
e assim por diante. O que envolve o trabalho em hospital e em que momento entra
o suporte nutricional e o nutricionista?
Na verdade, por trás de todo esse atendimento queocorre em um pronto-socorro, o 
trabalho em hospital adentra a vida das pessoas, estando presente desde o nascimento,
até o momento dos cuidados paliativos e assim da morte. E para que haja o suporte 
necessário à vida, existem necessidades muito maiores do que apenas o atendimento 
médico. E sim, aqui entra o suporte nutricional ao paciente hospitalizado. Já dizia
Hipócrates: “que teu alimento seja teu remédio e que teu remédio seja teu alimento”, 
e ele, considerado o pai da medicina, já nos ensinava a importância do alimento não 
apenas para a manutenção da vida, mas para proporcionar cura e recuperação.
Você já tinha parado para pensar no quanto a alimentação pode impactar 
não apenas a vida das pessoas, mas o seu processo de recuperação? Imagine um 
paciente que interna por hiperglicemia e descobre o diagnóstico de diabetes?
Como a nutrição pode ajudar nesse processo?
E essa é a beleza do trabalho nutricionista, utilizar de algo simples e comum 
como um simples alimento, como um elemento promotor de cura e recuperação. 
E posso dizer que vai além disso, pois a comida em si, insere-se em nossa vida em 
todos os momentos, sendo uma parte que 
promove sensação de acolhimento e está
envolvida em sentimentos de amor. As-
sim, usar a alimentação em âmbito 
hospitalar serve como um recurso
que humaniza o atendimento 
e traz um apelo emocional 
ao mesmo tempo em 
que fornece nutrientes 
necessários para pro-
mover recuperação.
UNICESUMAR
9
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Trabalhar em hospital exige aprender a trabalhar de orma interdisciplinar. Vamos
ouvir um pouco mais sobre esse assunto? Recursos de mídia disponíveis no
conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem 
PLAY NO CONHECIMENTO
VAMOS RECORDAR?
Durante nossa disciplina iremos aprofundar o conhecimento em relação ao
desenvolvimento das atividades do nutricionista em hospital. Para que esse
conteúdo possa ser desenvolvido, é importante que você retome os conteúdos
trabalhados nas disciplinas de dietoterapia. Além disso, no Brasil, temos o Guia
Alimentar para a População Brasileira, que é uma diretriz para as nossas condutas.
Sendo assim, considero esse conteúdo uma chave para todo profssional.Recursos
de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem 
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
FUNCIONAMENTO INTEGRADO DO HOSPITAL
Os hospitais são instituições de grande complexidade, e por causa disso,
necessitam de regras e protocolos para que todas as operações ocorram de 
forma articulada e por m consiga-se realizar o atendimento e a recuperação 
das pessoas que o procuram.
Conforme o artigo 3º da Portaria nº 3.390, de 30 de dezembro de 2013 
(BRASIL, 2013): 
“ Os hospitais são instituições complexas, com densidade tecnoló-
gica especíca, de caráter multiprossional e interdisciplinar, 
responsável pela assistência aos usuários com condições agudas ou 
crônicas, que apresentem potencial de instabilização e de compli-
cações de seu estado de saúde, exigindo-se assistência contínua em 
regime de internação e ações que abrangem a promoção da saúde, 
a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação.


Assim, ao chegar em um hospital, temos uma sequência lógica de entrada. 
Primeiramente serão realizados protocolos de recebimento, para garantir que o
paciente seja vinculado sempre aos dados corretos. No momento de sua chegada a 
equipe de saúde passa a ser responsável pelo usuário, devendo acolher e respeitar 
suas especicidades socioculturais e garantir a sua assistência e segurança.
Sim, a segurança do pa-
ciente, regulamentada pela 
RDC nº 36 de 2013 (BRASIL,
2013), tem como primeira 
meta a identicação correta 
do paciente. E essa começa
na porta de entrada, com a 
conferência de documentos, 
preenchimentode dados em 
sistema/prontuário, e atual-
mente em quase todas as casas de saúde, confecção de etiqueta com informa-
ções impressas para conferência durante a internação.
Todo esse cuidado pode parecer um tanto exagerado, entretanto, vou propor
algumas questões para você refetir sobre a importância da correta identifcação:
• O paciente José dos Santos, lho de Maria dos Santos, nascido em 10 de evereiro
de 1960 interna para cirurgia de retirada de um tumor hepático e ao mesmo
tempo o paciente José dos Santos, lho de Maria Regina da Silva, nascido em 15
de dezembro de 1980 interna para uma cirurgia no joelho. Ambos estão no bloco
cirúrgico, e são chamados para a cirurgia. Já pensou se não é eita a correlação
dos dados para conerência antes do processo cirúrgico? Se apenas levássemos
em consideração o nome e o sobrenome?
• A paciente Maria da Silva tem doença celíaca e, portanto, segue uma dieta isenta
de glúten, entretanto nomesmo quarto a paciente Maria Pereira e Silva segue dieta
livre. Ao entrar no quarto, a copeira chama apenas pelo primeiro nome e entrega
para Maria da Silva um bolo de lanche que seria da Maria Pereira e Silva. Já pensou
nas consequências para a Maria, celíaca, ingerindo um alimento com glúten?
Conseguiu entender a importância da correta identicação do paciente? Esses são 
apenas alguns exemplos, mas temos a importância dos medicamentos, de exames 
laboratoriais, entre tantas outras questões. Para tanto, a recomendação é que ao
UNICESUMAR
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
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
entrar em contato com um paciente beira leito, todo o prossional faça a confe-
rência dos dados antes de qualquer ação, ou seja, ao invés de chamá-lo pelo nome,
pergunte ao paciente seu nome completo e sempre que possível conrme os dados 
básicos na pulseira de identicação. Cabe ainda ao prossional informar sem-
pre que houver alguma informação irregular ou mesmo solicitar nova pulseira ao 
identicar a falta da mesma. Tudo isso para garantir que o paciente certo, receba 
o atendimento correto e assim sejamos mais assertivos em nossos tratamentos.
Para elucidar um pouco mais sobre a identicação do paciente, indico um breve
vídeo. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual
de aprendizagem 
EU INDICO
Após esse processo o paciente será encaminhado para os atendimentos neces-
sários. Para os casos de internação, o paciente é levado até o leito onde terá pri-
meiramente o atendimento da enfermagem. Em quase todos os locais, já nesse 
momento, ou na triagem da enfermagem, são realizados os primeiros questiona-
mentos que serão partilhados com a equipe de nutrição, como aferição de peso 
e altura e mesmo informações básicas sobre tolerância alimentar e informações 
sobre alergias, por exemplo.
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
O Programa Nacional de Segurança do Paciente, em vigor desde 2013, visa 
diminuir os efeitos adversos e o risco que as pessoas têm ao serem atendidas em
âmbito hospitalar. Esse programa propõe a implantação de Núcleos de Seguran-
ça do Paciente em todos os estabelecimentos de saúde, com intuito de ampliar 
o conhecimento e a cultura de segurança e promover ações em direção a esse
propósito. Para as primeiras metas, temos:
Figura 1 - Cartaz de Divulgação das metas do Programa Nacional de Segurança do Paciente. 
Fonte: adaptada de Ministério da Saúde (2021). 
Descrição da Imagem: a imagem apresenta um cartaz com o título “Segurança do Paciente”. Abaixo são elencados
em seis blocos retangulares as seis metas: o primeiro bloco tem cor vermelha e nele está escrito: 1 - identicar 
corretamente o paciente; o segundo bloco tem cor amarelo ouro, e nele está escrito: 2 – Melhorar a comunicação 
entre os prossionais de saúde; o terceiro bloco tem cor azul, e nele está escrito: 3 – Melhorar a segurança na 
prescrição, no uso e na administração de medicamentos; o quarto bloco tem cor roxa, e nele está escrito: 4 – 
Assegurar cirurgia em local de intervenção, procedimento e paciente corretos; o quinto bloco tem cor verde, e 
nele está escrito: 5 – Higienizar as mãos para evitar infecções; o sexto e último bloco tem cor laranja, e nele está 
escrito: 6 – Reduzir o risco de quedas e de úlceras por pressão. Abaixo do último bloco está a frase: Melhorar a sua
vida, nosso compromisso. Acesse o site: www.saude.gov.br/segurancadopaciente. Abaixo o símbolo da Anvisa, 
do SUS, do Ministério da Saúde e do Governo Federal. Fim da descrição.
UNICESUMAR
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
ATRIBUIÇÕES DO NUTRICIONISTA CLÍNICO HOSPITALAR
O Nutricionista pode trabalhar em diversas áreas, conforme determinação do 
Conselho Federal de Nutricionistas segundo a Resolução do CFN nº 600 de 
25 de fevereiro de 2018 (CFN, 2018). No âmbito hospitalar, temos duas áreas 
possíveis, uma na Alimentação Coletiva atuando na Unidade de Alimentação e 
Nutrição (UAN) e outra na área clínica, a que iremos nos ater um pouco mais, 
trazendo as subáreas nas quais podem ser desenvolvidas atividades, que são:
 ■ A. Subárea – Assistência Nutricional e Dietoterápica em Hospitais, Clínicas 
em geral, Hospital-dia, Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e Spa clínicos.
Dentro dessa atribuição estão englobados todos os atendimentos diretos aos pacientes: 
execuçãodetriagem,avaliaçãonutricionaleoutrosprotocolos.Estabelecimentodediag-
nóstico nutricional e prescrição dietética. Registro em prontuário do paciente a prescri-
ção dietética e evolução do paciente. Solicitação de exames laboratoriais de acordo com a 
necessidade dietoterápica. Prescrição de suplementos e fórmulas orais e enterais. Orien-
tação nutricional para pacientes e familiares durante a internação e para alta hospitalar.
Além disso, estão previstas ações em parceria com os nutricionistas responsáveis 
pela produção dos alimentos. Participação de equipe multiprossional e integra-
ção em outras equipes e comissões pertinentes.
 ■ E. Subárea – Assistência Nutricional e Dietoterápica em Bancos de Leite
Humano (BLH) e Postos de Coleta.
O contato direto com o paciente sugere incentivo e promoção ampla ao aleita-
mento materno, seguindo as diretrizes da Norma Brasileira para Comercialização 
de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância (NBCAL). Prestar 
assistência à gestante, puérpera, nutriz e lactente na prática ao aleitamento ma-
terno, sejam esses pacientes internados ou não.
Quanto aos procedimentos padrão de Banco de Leite, cabe ao nutricionista 
elaborar e implementar o Manual de Boas Práticas , atualizando-o sempre que
necessário e mantendo o acompanhamento e treinamento da equipe para garantir 
que todas as etapas, desde a coleta, pasteurização e distribuição do leite materno 
sejam seguras e garantam a qualidade higiênica-sanitária do leite.
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4
Ainda interagir com equipe multiprossional e participar de comissões pertinen-
tes, bem como promover treinamentos na área também são parte das atribuições
do nutricionista clínico atuando em Banco de Leite Humano.
 ■ F. Subárea – Assistência Nutricional e Dietoterápica em Lactários.
O nutricionista que atua em lactário deve estabelecer, elaborar, supervisionar e 
implementar o Manual de Boas Práticas e os Procedimentos Operacionais Padrão
para todas as atividades que envolvam fórmulas infantis, desde a aquisição de 
insumos, até acondicionamento, preparo e distribuição. Todas as atividades são 
voltadas para que haja segurança alimentar em todos os preparos ali realizados.
Quanto às outras atividades, o nutricionista de lactário deve auxiliar os familiares 
com orientações com vistas à alta hospitalar. Bem como interagir com os outros nu-
tricionistas da equipe clínica, trabalhando em equipe para auxiliar na denição de
procedimentos complementares na assistência do paciente, e não apenas com os nutri-
cionistas, mas em equipes multiprossionais para prestar assistência integrada à saúde.
 ■ G. Subárea – Assistência Nutricional e Dietoterápica em Centrais de 
Terapia Nutricional.
O nutricionista que atua em Terapia Nutricional irá atuar como nutricionista clínico 
de pacientesem necessidade de terapia nutricional, seja oral ou enteral, atuando na 
avaliação, prescrição dietética e acompanhamento do paciente durante a internação 
e prestando orientações nutricionais para pacientes e familiares no momento de alta.
Também deverá estabelecer, elaborar, supervisionar e implementar o Manual de 
Boas Práticas e os Procedimentos Operacionais Padrão para todas as atividades 
que envolvam terapia nutricional, desde a aquisição de insumos, até acondicio-
namento, preparo e distribuição. Todas as atividades são voltadas para que haja 
segurança alimentar em todos os preparos ali realizados.
Interessante observar como o nutricionista, mesmo clínico, em âmbito hospitalar, 
pode estar atuando em áreas ans e que também envolvem processo de produção e 
qualidade de alimentos, gestão e coordenação de equipe. Mostrando que a prossão 
de Nutricionista está muito além de apenas um prescritor de dietas como muitos 
podem pensar. Perpassamos por diversas áreas e muitas são nossas atribuições e 
responsabilidades no que diz respeito ao cuidado e bem-estar do nosso paciente.
UNICESUMAR
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
RECEBIMENTO DE PACIENTES E PRIMEIRAS INFORMAÇÕES
Após a internação de um paciente e seu encaminhamento a ala, como falado 
anteriormente, ele vai estar em contato com a equipe de enfermagem. No tocan-
te à nutrição, conforme recomendação da ASBRAN (2014) ele deverá receber a 
triagem nutricional preferencialmente em até 24h da admissão. A triagem é 
um primeiro contato que irá determinar o risco do paciente e assim qual o nível
de assistência que esse paciente necessita, ou seja, se é primário, secundário ou 
terciário. Em alguns casos, essa triagem, que é uma avaliação supercial, como 
por exemplo a Avaliação Subjetiva Global (ASG), pode ser realizada inclusive
pela equipe de enfermagem no recebimento do paciente, sendo importante o 
treinamento da equipe pelos nutricionistas para que tenhamos conabilidade 
nos dados coletados. Outra sugestão é que seja realizada através de um ques-
tionário autoaplicado pelo paciente ou seus familiares.
Após a triagem teremos:
VOCÊ SABE RESPONDER?
Agora que entendemos a amplitude do trabalho de um nutricionista hospi-
talar, você consegue imaginar como serão desenvolvidos nossos primeiros
atendimentos ao paciente?
PACIENTE SEM RISCO
Mesmo que o paciente não apresente um risco no momento da avaliação, devem
ser mantidas avaliações regulares, visto que com o tempo de internação pode haver
mudança no estado nutricional dele.
PACIENTE DE RISCO
Esse paciente necessita uma avaliação nutricional completa com a equipe de nutrição
clínica breve, visto que para ele, já são necessárias medidas dietoterápicas para
recuperação de seu estado nutricional.


A denição desse nível assistencial ou hierarquização do atendimento em nutri-
ção serve para determinar como será delineado o acompanhamento nutricional,
ou seja, pacientes em nível primário terão visitas de retorno a cada 7 dias, já nível 
secundário terão os retornos a cada 4 dias e o terciário em até 0 dias.
O nível assistencial serve para que a equipe de nutrição consiga manter uma 
lógica e uniformidade nos atendimentos, conseguindo atender a todos os pacientes, 
mas dando maior atenção para aqueles que apresentam maior risco nutricional.
Apesar dessa sistematização facilitar a logística de um serviço de nutrição, 
não podemos deixar de levar em consideração que 
conforme passam os dias de internação, o paciente 
pode mudar aspectos relacionados com a nutrição
(piora ou progressão do seu quadro) o que demonstra 
mais uma vez a necessidade do acompanhamento 
periódico, sabendo que um paciente que interne em nível primário pode mudar
de nível assistencial ao longo da internação ou mesmo um que estava em nível 
terciário pode progredir para primário e mesmo ter alta breve.
Durante o primeiro contato com o paciente, além de dados sistemáticos sobre
o risco, também se faz importante conseguir entender como está a sua alimen-
tação, explorando fatores como: o seu apetite e aceitação da dieta, se há alguma 
mudança relacionada com os seus hábitos alimentares, seus hábitos intestinais.
A determinação do nível assistencial mostra a ne-
cessidade e urgência de uma avaliação nutricional 
e acompanhamento mais completo e aprofundado.
Ainda mais, como Valadão et al. (2021) pontuam que 
determinar riscos nutricionais e desnutrição são 
fundamentais, considerando que nas últimas déca-
das o quadro de desnutrição permanece alto, com 
quase 50% dos pacientes internados classicados com algum grau da doença e, 
ainda assim, ser um ponto negligenciado pelas equipes de saúde como um todo.
O atendimento nutricional é complexo, pois necessita a formulação de um diag-
nóstico nutricional que engloba diversos aspectos, seja a triagem, avaliação comple-
ta, antropometria, análise de exames laboratoriais, avaliação de aspectos dietéticos,
todos com o objetivo de minimizar agravos ou complicações nutricionais ao longo 
da internação. E esse não é um trabalho só, deve estar inserido dentro da equipe.
O paciente pode
mudar aspectos
relacionados com a
nutrição
Quase 50%
dos pacientes
internados
classifcados com
algum grau da
doença
UNICESUMAR

1
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
INTERAGINDO EM EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
Em qualquer empresa que tenha colaboradores de áreas distintas, precisamos en-
tender que cada função é importante e que a conjunção de todos que permitem o 
melhor funcionamento do serviço proposto. Não é diferente no organismo de um 
hospital, cada pessoa tem seu papel, desde o prossional da recepção que confere e 
faz a pulseira de identicação, até o pessoal da higienização que garante a saúde sani-
tária do ambiente hospitalar, e todos são fundamentais para o bem-estar do paciente.
Entender e respeitar esse espaço do outro são ainda mais importantes quando 
percebemos que nosso trabalho só terá bons resultados quando conseguimos 
dividir nossas experiências e construir com os demais prossionais o melhor
atendimento possível ao paciente.
Habitualmente, em um hospital, cada paciente cará sob a responsabilidade 
de alguma equipe médica ou médico, que irá determinar a conduta a ser realizada
com ele. A princípio é a equipe médica que dene dieta (oral, jejum, enteral...), 
medicamentos, exames e mesmo procedimentos a serem realizados. A partir 
daí, as demais equipes irão desempenhar suas atividades para que essa conduta
solicitada seja cumprida.

8
É indiscutível o papel da equipe de enfermagem, podemos dizer essencial, pois 
são eles que estão em contato direto com o paciente em todos os momentos,
como: para dar os medicamentos, alimentos, fazer controle de sinais vitais, soli-
citar e encaminhar exames e fazer outros atendimentos beira leito. Assim como 
todas as intercorrências são primeiramente assistidas por eles.
Além deles, temos a equipe de Nutrição, e não apenas o nutricionista 
clínico. Sim, o nutricionista clínico irá a partir da triagem, avaliar e determinar 
a prescrição dietética do paciente, entretanto, temos por trás dele toda a equipe 
da unidade de alimentação, que efetivamente vão executar a sua prescrição e 
fornecer os alimentos nos horários estipulados.
Não menos importantes, temos outros prossionais que nos auxiliam no
cuidado ao paciente: sioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, assistente 
social, farmacêuticos e bioquímicos.
Você consegue pensar ou imaginar o que cada um desses prossionais pode
articular com a nutrição para acilitar e aprimorar o nosso trabalho?
PENSANDO JUNTOS
Mesmo muitas vezes não tendo um contato tão direto com esses prossionais,
posso descrever situações em que o aremos: ao trabalhar com um paciente
inapetente e depressivo, o psicólogo será undamental para nos auxiliar com
a melhora da aceitação da dieta. Ao atendermos pacientes em ventilação, o
trabalho do fsioterapeuta otimizando o quadro respiratório do paciente, permitirá
que nossa ação seja mais eetiva e que o paciente receba a dieta conorme
prescrevemos.Um paciente diságico terá no fonoaudiólogo a possibilidade de
treinar a deglutição para conseguir ao menos ingerir algum tipo de alimento em
dierente consistência. A assistente social nos dá apoio nos momentos de alta
hospitalar para pacientes que não tem renda para conseguir articular com meio
público e dar suporte ao cidadão. O farmacêutico consegue nos auxiliar para
analisar dietas parenterais e mesmo para montarmos protocolos de interação
medicamento-nutriente. E o bioquímico nos auxilia na interpretação de exames
que são necessários para um diagnóstico nutricional mais preciso. Percebe como
cada prossional tem sua importância? E estes oram apenas exemplos para
mostrar o quanto ganhamos ao trabalharmos juntos.
UNICESUMAR

9
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Em algumas situações, são realizadas discussões das condutas em equipe, muitas 
vezes em forma de ROUND, que são atividades que esclarecem diagnóstico e
mesmo ações dos demais prossionais e permitem ajustes em conjunto para que 
ações mais assertivas sejam realizadas, potencializando o tratamento e mesmo 
melhora do paciente. Em geral, os ROUNDS acontecem à beira leito, com a
participação do paciente (quando possível) e mesmo do acompanhante, além 
da presença de um prossional de cada área para que sejam discutidas as ações 
e apresentadas as condutas para o próprio paciente.
Esse momento extremamente enriquecedor para a equipe é importante igual-
mente para o paciente, que não se sente apenas acolhido, mas seguro por poder 
compreender melhor o que estão fazendo com ele. Os ROUNDS são inclusivos, 
e humanizam o atendimento, tornando o paciente e/ou seu acompanhante par-
ticipantes das decisões dos tratamentos.
Além dos momentos de discussão interdisciplinar, um dos recursos mais
signicativos que temos é o prontuário do paciente, visto que ali estará toda a 
história da pessoa durante a internação. E para tanto torna-se fundamental o seu 
preenchimento completo e detalhado, para que não apenas os seus pares, mas
demais prossionais possam compreender as condutas adotadas e dá sequência 
ao atendimento. Esse preenchimento não é opcional, ele é obrigatório!

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No que concerne à alimentação, todos os prossionais podem auxiliar ou mesmo 
atrapalhar a conduta dietética, considerando que em muitos casos o paciente 
tem diversos momentos em que há suspensão da alimentação o que pode levar
ao aumento do risco nutricional e em consequência piora de seu nível de saúde. 
Oliveira et al. (2020) comentam da suspensão de alimentação para realização 
de exames e acrescento outras situações, como: momento de banho, sioterapia,
medicações, todos interferem no período alimentado do paciente.
Ainda devemos entender que sem uma avaliação e acompanhamento nutri-
cional, e mesmo sem protocolos bem denidos, alguns problemas comuns em 
ambiente hospitalar, como vômitos e diarreia, por exemplo, causam reações da 
equipe e geram condutas contraditórias e muitas vezes sem embasamento. 
A ESPEN (2021), em sua diretriz sobre nutrição hospitalar, reforça o quanto 
essas condutas, que por vezes são baseadas apenas em crenças pessoais, podem 
colocar os pacientes em risco nutricional, demonstrando assim a importância 
da comunicação entre as equipes.
Sempre que conseguir baseie seu conhecimento em artigos e diretrizes
produzidos por Sociedades e Órgãos que têm um amparo cientíco. Para
aproundar um pouco mais o seu conhecimento sobre nutrição hospitalar, indico
as Diretrizes da ESPEN (European Society for Clinical Nutrition and Metabolism)
produzida em 2021 - DOI. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do
ambiente virtual de aprendizagem 
EU INDICO
UNICESUMAR
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
NUTRIÇÃO CLÍNICA E UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO – 
TRABALHANDO EM CONJUNTO
Como falamos anteriormente, o trabalho do nutricionista clínico duran-
te a internação está intimamente ligado com a execução das atividades
pela Unidade de Alimentação. Por isso, é fundamental para o nutricionista 
clínico o contato com a equipe da Produção, entendendo e conhecendo a 
forma com que se trabalha, quais dietas padrão e quais dietas especializadas
existem, quais os cardápios disponíveis, quais variações são possíveis de se-
rem executadas, em que horário são produzidas e distribuídas às refeições, 
dentre outras questões, em especial no que diz respeito aos cuidados com a 
qualidade e o desperdício dos alimentos.
O trabalho de Carvalho et al. (2021, p. 2) traz uma clareza sobre as dietas 
hospitalares:
“ As dietas hospitalares visam atender às demandas nutricionais 
dos enfermos decorrentes do estado nutricional e siopatológico 
em que se encontram. Além disso, contribuem para manter e/ou 
recuperar o estado nutricional e de saúde, durante o período de 
internação. Nesse sentido, as dietas podem sofrer modicações 
de consistência, temperatura, volume, valor calórico, alterações 
das características químicas e restrições de nutrientes especícos. 
Assim, as dietas hospitalares por via oral podem ser padroniza-
das de acordo com as modicações e se classicam a partir das 
principais características, indicações terapêuticas e dos alimentos/
preparações dos quais são compostas.
Vamos tentar imaginar uma situação comum em hospital? Imagine que você atende
dezpacientes comdieta livre de umaala hospitalar, entretanto, quase todos eles estão
com alguma diculdade ou queixa com a alimentação. Então, como são com dieta
livre, você apenas pergunta o que gostariam de comer no horário do almoço. Para
a resposta, cada um pede algo dierente: um quer macarrão, outro quer sanduíche,
outro quer sopa de eijão, outro quer bie e ovo... e assim por diante. No cardápio
padrão tem arroz, eijão e carne de porco. E naquela ala, a copa tem apenas duas
colaboradoras para atender 50 pacientes. Já pensou como seria a logística para a
Unidade de Alimentação realizar para cada paciente um tipo de alimento dierente?
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Obviamente existem modificações, principalmen-
te em pacientes com maiores dificuldades de ali-
mentação. Entretanto, para que a sua prescrição 
dietética seja executada corretamente, ela deve ser 
viável para a Unidade de Alimentação. Com isso,
o ideal é que a equipe de nutrição clínica e a da 
produção trabalhem em conjunto ajustando opções a serem oferecidas, a 
ponto que todas as prescrições dietéticas possam ser cumpridas e consigamos
alimentar o paciente da melhor forma.
A alimentação hospitalar apresenta em si uma conotação negativa, geral-
mente associada a uma comida ruim, fria e/ou sem sabor e por vezes conside-
rada de péssima aparência; e entendendo isso é fundamental que tenhamos um 
olhar humanizado para compreender a relação dos pacientes com o alimento, 
procurando transmutar esses sentimentos negativos, buscando fazer com que
percebam o quanto uma boa alimentação pode impactar na sua recuperação. 
“ A humanização dentro da gastronomia se refere a uma preparação 
nutricionalmente equilibrada, saudável e de acordo com a patolo-
gia de cada paciente, juntamente com conforto, prazer e ternura. 
(SOUZA; MOLERO; MOLINA, 2021, p. 19).
O ideal é que a
equipe de nutrição
clínica e a da
produção trabalhem
em conjunto
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
DIETAS HOSPITALARES E EXECUÇÃO DE MAPA DE DIETAS
Para que exista uma boa alimentação ao paciente, precisamos conseguir com-
por uma alimentação agradável e que atenda às necessidades específicas de 
cada paciente. Por isso, em um hospital, normalmente temos disponíveis
diversos grupos de dietas.
VOCÊ SABE RESPONDER?
Por que precisamos ter dietas padronizadas em hospital, já que cada paciente tem
necessidades e patologias diferentes?
Novamente voltamos ao ponto que estávamos falando anteriormente, precisa-
mos compreender que em um hospital existe uma unidade de alimentação que 
necessita executar todas as prescrições dietéticas e por vezes ainda alimentar
funcionários, acompanhantes, dentre outros. Sem contar que toda a gestão de 
uma Unidade de Alimentação envolve a questão da sustentabilidadee assim o 
trabalho para evitar o desperdício, seja pensando nas questões ambientais e não 
menos importante na viabilidade dos custos operacionais.
Assim, dividir as dietas em alguns blocos (normalmente dietas padrão e die-
tas especializadas – conforme as patologias base) é fundamental para conseguir 
programar a produção dos alimentos.
Já o mapa de dietas serve como uma forma de identicação, assim como a pul-
seira. O mapa de dietas é o guia para que a Unidade de Alimentação saiba como
proceder com cada paciente, ali precisamos compor as principais informações, como: 
Nome completo do paciente, data de nascimento, leito, dieta e por m, observações 
dietéticas com os ajustes solicitados pela nutrição clínica (NOZAKI et al., 2013).
Não existe um padrão ouro para isso, cada unidade hospitalar desenvolve 
suas planilhas de acordo com as suas necessidades e com o que a equipe considera 
essencial, por isso, cabe à equipe de nutricionistas organizar os seus protocolos
e congurar o mapa de dietas para favorecer o seu trabalho e garantir o bom 
atendimento ao paciente.
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ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL DURANTE A 
INTERNAÇÃO
Exatamente por tudo o que já estamos pontuando, o acompanhamento 
nutricional é primordial, visto que ele visa à promoção de saúde, seja pela 
manutenção, seja pela recuperação do estado nutricional do paciente.
Ao internar, sabemos o básico sobre o paciente e determinamos as primeiras 
condutas, entretanto, estar ao lado dele ao longo de sua internação permite ajustes
para que a prescrição dietética seja mais efetiva e consigamos assim garantir a 
qualidade nutricional da alimentação e mesmo a recuperação do paciente.
“ Construir uma relação efetiva, com ternura, acolhimento e respeito 
se faz benéco para o paciente, tornando a permanência no hospital 
a menos traumática possível a ele e à família. (SOUZA; MOLERO; 
MOLINA, 2021, p. 16). 
Durante um acompanhamento nutricional conseguimos perceber as diculdades
inerentes à doença ou mesmo aos hábitos dos pacientes. O estudo de Behrmann 
e Lima (2019) reforça sobre a prevalência de pacientes que não se alimentam 
corretamente e podemos considerar quadros de: incapacidade funcional, dor,
náuseas, vômitos, inapetência, disfagia, ansiedade, tratamentos agressivos (como 
quimioterapia, por exemplo), insegurança, dentre tantos outros fatores que 
Data: __/__/___ Clínica/Setor: ____________ Responsável:___________
LEITO Nº ATENDIMENTO NOME COMPLETO PRESCRIÇÃO DE DIETA
Quadro 1 - Exemplo de Planilha para Mapa de Dietas / Fonte: a autora.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
podem impactar a alimentação, sendo necessários um acompanhamento e uma 
intervenção nutricional mais especíca. 
Em muitos casos, além da alimentação oral, serão necessárias medidas 
de terapia nutricional, sejam por suplementação oral e por vezes enteral. 
Conforme recomendações da ESPEN (2021), a avaliação da aceitação dietética
deve ser monitorada desde a admissão hospitalar, em pacientes sem risco de
forma semanal enquanto estiverem internados e em pacientes em risco ou 
desnutridos diariamente. 
Conforme exposto pelo estudo de Valadão et al. 
(2021), sabemos que cerca de 30 a 50% dos pacientes 
que internam estão em risco nutricional ou mesmo
em desnutrição, e se considerarmos apenas os idosos, 
esse índice aumenta. Com isso, o atendimento nutri-
cional precoce e o seu seguimento servem como uma
forma de melhorar o estado nutricional dos pacien-
tes, por vezes garantindo a recuperação nutricional, mas principalmente evitando 
o agravamento dos quadros de desnutrição, que não são um problema apenas
alimentar, mas que é um quadro que piora a recuperação, aumenta morbidade, 
mortalidade, tempo de internação e consequentemente custos hospitalares.
Cerca de 30 a 50%
dos pacientes que
internam estão em
risco nutricional
ou mesmo em
desnutrição
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A nutrição clínica hospitalar é um campo amplo, como discutimos até agora, esse
vídeo curto traz um resumo de tudo o que oi apresentado até agora. Recursos
de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem 
EU INDICO
Atendimento Nutricional de Pacientes Hospitalizados 
Sinopse: Elaborado com o intuito de auxiliar o nutricionista que
atua em hospitais, esse livro serve como uma erramenta práti-
ca com as inormações necessárias para consultas rápidas.
Comentário: Esse livro oi organizado por uma equipe de pro-
ssionais da nutrição, e serve como um bomguia de bolso para
quem nunca trabalhou em hospital e quer ter um norte sobre
como proceder uma avaliação e um atendimento completo ao
paciente, de uma orma rápida e prática.
INDICAÇÃO DE LIVRO
Gostou do que discutimos até aqui? Tenho mais para conversar com você a
respeito deste tema, vamos lá?
EM FOCO
NOVOS DESAFIOS
Após nossa discussão, acredito que agora você consiga compreender como o 
trabalho em um ambiente hospitalar é complexo e não pode ser feito por uma 
pessoa só. O hospital, apesar de ser visto como um local frio, necessita da presença
das pessoas para humanizar esse espaço e fazer com que o paciente, que carece de 
cuidado, possa receber mais do que apenas atendimento, mas sim acolhimento 
e respeito com suas individualidades.
Dentro desse contexto, o papel do nutricionista é fundamental. Como 
vimos quase metade dos pacientes que estão internados apresentam algum risco 
nutricional, o que afeta diretamente no seu processo de recuperação, com isso, o 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
acompanhamento nutricional, com as outras terapias que serão realizadas, serve 
para não apenas nutrir o paciente, mas o recuperar e permitir com que haja um
melhor desempenho do paciente nas outras terapias.
Dentro desse contexto, existem algumas questões que podem interferir no 
cumprimento de uma prescrição dietética, como: a tolerância do paciente, o
cumprimento da prescrição pela equipe da Unidade de Alimentação, a facilitação 
por parte dos demais prossionais da equipe multiprossional. Assim, o papel do 
nutricionista clínico é estar entrosado em todos os meios, ou seja, conseguindo
se comunicar com a equipe multiprossional, conversando com a equipe de 
produção e mesmo estando em acompanhamento de forma rotineira com o 
paciente para manter os ajustes necessários e garantir a alimentação adequada.
Entendendo esse processo complexo, o nutricionista que está almejando tra-
balhar na área hospitalar deve estar pronto para as múltiplas demandas que irão 
aparecer e entender que o melhor caminho para conseguir cumprir o seu papel 
é aprimorar a sua comunicação, ampliando sua abertura para o trabalho inter-
disciplinar. Trabalhar em equipe traz benefícios para todos. Dividir demandas e 
construir um trabalho em conjunto permitem que todos os prossionais cres-
çam em conhecimento e principalmente otimizem as condutas a serem realizadas 
com o paciente permitindo uma recuperação mais rápida e assertiva.
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1. Desde2013,oMinistériodaSaúdepreconizaqueas instituiçõesdesaúdeseorganizemmontando
Núcleos de Segurança do Paciente. Inicialmente, foram elencadas 06 prioridades para que os
hospitais se sensibilizem e se adequempara garantir a segurança dos pacientes internados.
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC nº 36,
de 25 de julho de 2013. Institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá outras
providências. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/
saudelegis/anvisa/2013/rdc0036_25_07_2013.html. Acesso em: 1 jun. 2023.
Entre as alternativas, qual dos itens não az parte das prioridades?
a) Identicar corretamente o paciente.
b) Higienizar bem as mãos.
c) Reduzir risco de lesões por pressão.
d) Realizar condutas individualizadas.
e) Atentar para que a cirurgia ocorra no paciente correto.
2. O trabalhodeumnutricionistahospitalperpassaporváriasáreas, econformeaResoluçãodoCFN
nº 600 de 25 de evereiro de 2018, temos algumas atribuições defnidas para essas atividades.Fonte: CFN - CONSELHO FEDERALDE NUTRICIONISTAS. Resolução CFN nº 600, de 25 de fevereiro de
2018: Dispõe sobre a denição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições, indica parâmetros
numéricos mínimos de reerência, por área de atuação, para a eetividade dos serviços prestados à
sociedade e dá outras providências. Brasília: DF, 2018. Disponível em: http://sisnormas.cn.org.br:8081/
viewPage.html?id=600. Acesso em: 2 jun. 2023.
Dentre as armações, quais delas são competências de nutricionistas que trabalham na
área hospitalar?
I - Elaborar a prescrição dietética, com base nas diretrizes do diagnóstico de nutrição e
considerando as interações drogas/nutrientes e nutrientes/nutrientes.
II - Promover ações de educação alimentar e nutricional para clientes/pacientes/usuários,
cuidadores, amiliares ou responsáveis.
III - Elaborar e implantar o Manual de Boas Práticas em Lactário, supervisionando sua
execução e mantendo-o atualizado.
VAMOS PRATICAR
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É correto o que se arma em:
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
3. Conforme recomendações da Asbran, a triagem nutricional deve ser realizada
preferencialmente em até 24 horas da internação.
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO. Manual Orientativo: Sistematização do Cuidado de
Nutrição. São Paulo: Associação Brasileira de Nutrição, 2014.
Sobre alguns critérios da triagem, indique qual a opção correta:
a) A triagem deve ser aplicada por um nutricionista.
b) Na triagem, são realizadas todas as medidas antropométricas.
c) A triagem pode ser autoaplicada.
d) Após a triagem, pacientes sem risco não precisam de avaliação nutricional;
e) A triagem dene o nível assistencial para todo o período de internação.
VAMOS PRATICAR
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REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO. Manual Orientativo: Sistematização do Cuidado de
Nutrição. São Paulo: Associação Brasileira de Nutrição, 2014.
BEHRMANN, G.; LIMA, A. M. P. Relevância do protocolo em nutrição na avaliação do estado
nutricional do paciente hospitalizado: uma revisão integrativa. RASBRAN, São Paulo, v. 10, n. 1,
p. 134-141, jan-jun, 2019. Disponível em: https://www.rasbran.com.br/rasbran/article/view/1103.
Acesso em: 30 maio 2023.
BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC nº 36,
de 25 de julho de 2013. Institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá
outras providências. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.
gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2013/rdc0036_25_07_2013.html. Acesso em: 1 jun. 2023.
BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria Nº 3.390, de 30 de dezembro de 2013. Institui a Política
Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), estabe-
lecendo- se as diretrizes para a organização do componente hospitalar da Rede de Atenção à
Saúde (RAS). Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/
bvs/saudelegis/gm/2013/prt3390_30_12_2013.html Acesso em: 1 jun. 2023.
CARVALHO, M. F. A. et al. Aceitabilidade de dietas hospitalares por pacientes internados em hos-
pital universitário. Research, Society and Development, Vargem Grande Paulista, v. 10, n. 14, 2021.
CFN - CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Resolução CFN nº 600, de 25 de fevereiro
de 2018: Dispõe sobre a denição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições,
indica parâmetros numéricos mínimos de reerência, por área de atuação, para a eetividade
dos serviços prestados à sociedade e dá outras providências. Brasília: DF, 2018. Disponível em:
http://sisnormas.cn.org.br:8081/viewPage.html?id=600. Acesso em: 2 jun. 2023.
ESPEN. ESPEN guideline on hospital nutrition. Clinical Nutrition, [S.I.], v. 40, 5684e570, 2021.
NOZAKI, V. T. et al. Atendimento Nutricional de Pacientes Hospitalizados. Rio de Janeiro: Rubio,
2013.
OLIVEIRA, M. F. et al. NutriDia Brasil: retrato dos cuidados nutricionais em um hospital de alta
complexidade do Rio Grande do Sul. BRASPEN J, São Paulo, v. 35, n. 3, p. 216-221, 2020.
SOUZA, B. S.; MOLERO, M. P.; MOLINA, V. B. C. Gastronomia e humanização hospitalar. Revista
Multidisciplinar da Saúde, Fortaleza, v. 3, n. 1, p. 14-26, 2021. Disponível em: https://revistas.an-
chieta.br/index.php/RevistaMultiSaude/article/view/1704. Acesso em: 1 jun. 2023.
VALADÃO, T. A. et al. “Diga não à desnutrição”: diagnóstico e conduta nutricional de pacientes
internados. BRASPEN J, São Paulo, v. 36, n. 2, p. 145-150, 2021.
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1. Opção D. Realizar condutas individualizadas = a segunda meta do Núcleo de Segurança
é melhorar a comunicação entre os proissionais de saúde. Todo o trabalho dentro de um
hospital deve ser realizado de orma conjunta, discutir as condutas e trabalhar de orma
interdisciplinar são prioridades para um trabalho assertivo e seguro.
2. Opção E. Dentro do hospital, o nutricionista hospitalar poderá não apenas realizar atendimento
direto ao paciente, mas está sim atuando emBancos de Leite, Lactários e Centrais deTerapia
Enteral, podendo se envolver com atividades de gestão e organização.
3. Opção C. A triagem é um primeiro momento de contato com o paciente que determina
o risco nutricional do paciente. Ela pode ser aplicada por qualquer proissional de saúde
treinado ou mesmo por questionários autoaplicáveis. Independentemente de os pacientes
não estarem em risco nutricional na triagem ao longo da internação deverão receber uma
avaliação nutricional completa, lembrando que ao longo da internação o nível assistencial
desse paciente pode modiicar (aumentar ou diminuir o risco).
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
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MEU ESPAÇO
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UNIDADE 2
MINHAS METAS
TRIAGEM E AVALIAÇÃO
NUTRICIONAL
Conseguir dierenciar triagem de avaliação nutricional.
Aprender as triagens indicadas para cada tipo de paciente.
Conhecer as dierentes avaliações nutricionais e como aplicá-las.
Desenvolver um bom diagnóstico nutricional.
Entender os métodos de cálculos de necessidades calóricas e proteicas para pacientes
hospitalizados.
Obter conhecimento para agregar todas as inormações para montar a conduta
nutricional e prescrição dietética.
Aprender a azer uma evolução nutricional completa.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2
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INICIE SUA JORNADA
Suponha que ao trabalhar em um hospital você fica responsável em avaliar 
clinicamente uma ala. Ao chegar ao trabalho, você se depara com a internação 
que dez pacientes cabe a você avaliar.
Sem que haja uma forma criteriosa para determinar as prioridades, você 
pode, em algumas situações, priorizar pacientes em bom estado, e deixar para 
um segundo momento pessoas em maior risco nutricional. Consegue perceber 
isso? Como fazer para que isso não aconteça?
É importante que cada instituição mantenha protocolos de sistematização/
hierarquização dos atendimentos. Determinar prioridades, questionários e condutas
serve para auxiliar o nutricionista a atender a todos, semdeixar de reter a sua atenção
em quem mais necessita.
Atuando de forma precoce em pacientes em risco nutricional, conseguiremos
entender prioridades e implementar uma prescrição dietética que atenda às 
demandas, bem como associar terapias nutricionais conforme. Com isso con-
seguiremos melhorar seu estado nutricional, diminuir risco de morbidade e
mortalidade, tempo de internação, entre outros fatores.
Além dos pontos que conversamos, você consegue considerar outros 
benefícios para o paciente, equipe e instituição que virão através do
acompanhamento nutricional?
Em um hospital o Prontuário Médico é primordial. Convido você a ouvir nosso
Podcast para conhecer melhor a história desse documento. Recursos de mídia
disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem
PLAY NO CONHECIMENTO
UNICESUMAR
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
DESENVOLVA SEU POTENCIAL 
O atendimento nutricional pode mudar o desfecho de um paciente internado
(ESPEN, 2021). Entretanto, para que tenhamos a melhor conduta,precisamos 
estar munidos de uma boa avaliação nutricional e conseguir interpretar e cor-
relacionar os dados. O atendimento nutricional tem como prioridade detectar 
precocemente a desnutrição, e assim minimizar os danos desse agravamento na 
condição do paciente (BEHRMANN; LIMA, 2019).
Todo o atendimento inicia com a triagem nutricional, um método simples, 
que irá determinar o risco nutricional e a sequência do atendimento. Após, a 
avaliação nutricional aliará aspectos objetivos e subjetivos e as condutas dos 
demais prossionais, para chegar ao diagnóstico nutricional e determinar a
conduta e prescrição dietética (ASBRAN, 2014). 
VAMOS RECORDAR?
Para relembrar alguns tópicos e entender melhor a função da avaliação nutricional
na prevenção da desnutrição, sugiro esse vídeo da Sociedade Brasileira de
Nutrição Parenteral e Enteral:
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O acompanhamento nutricional se dará ao longo da internação (BEHRMANN; 
LIMA, 2019). Serão momentos para acompanhar tolerância e evolução do pa-
ciente, reavaliando condutas para garantir o melhor tratamento.
Precisamos ter em mente que um paciente hos-
pitalizado é diferente de um paciente ambulatorial,
visto que suas necessidades e sua doença estão em 
constante mudança, destarte, suas necessidades nu-
tricionais podem igualmente modicar durante a in-
ternação. O nutricionista é responsável por promover 
o cuidado do paciente desde sua admissão até sua alta hospitalar (ESPEN, 2021).
Finalmente, o registro das condutas através da evolução nutricional. Ape-
sar de muitas pessoas considerarem apenas uma burocracia, a evolução faz 
parte do atendimento, ali serão colocadas todas as informações pertinentes 
tanto para os outros prossionais quanto para a futura referência.
A integralidade da atenção se az necessária com uma atuação interdisciplinar a m
de garantir a melhora do paciente, sempre o trazendo para o centro do atendimento,
permitindo que haja autonomia do indivíduo em seu processo de adoecimento e cura.
Um paciente
hospitalizado
é diferente de
um paciente
ambulatorial
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
PRINCIPAIS PROTOCOLOS PARA TRIAGEM NUTRICIONAL
A triagem tem como papel fundamental sinalizar precocemente quais os pa-
cientes necessitariam ou se beneciariam de uma terapia nutricional (ASBRAN,
2014). Conforme a recomendação, a sua aplicação deveria ser nas primeiras 24h 
de admissão do paciente, para garantir a intervenção precoce e melhora do qua-
dro nutricional do paciente internado (BEHRMANN; LIMA, 2019).
Diversos protocolos de triagem nutricional foram desenvolvidos e validados 
(DINIZ et al., 2018), todos com suas particularidades, pontos positivos, fragilida-
des, público-alvo. Para tanto, cada equipe deve entender quais os mais adequados
para sua realidade. A seguir, alguns mais difundidos:
 ■ Mini Avaliação Nutricional
A Mini Avaliação Nutricional (MAN®) foi criada para avaliação específica de
pacientes idosos hospitalizados. A partir do preenchimento das questões, 
que podem ser realizadas pelo próprio paciente ou cuidador, conseguirá 
determinar pacientes em estado nutricional adequado, em risco para 
desnutrição ou desnutridos. 
 ■ NRS-2002
A NRS-2002 (abreviação do seu nome em inglês “Nutritional Risk Screening”)
é uma escala bem difundida em meio hospitalar, visto poder ser utilizada para 
os mais diversos públicos, inclusive idosos em risco nutricional.
O maior objetivo dessa escala é conseguir
detectar desnutrição , e igualmente importante, 
o risco de poder desenvolver algum quadro de 
desnutrição durante a internação hospitalar. Ela é
composta de poucas perguntas e, portanto, é fácil 
e rápida de ser aplicada, otimizando o tempo de triagem para a equipe. Ela 
é subdividida em três partes:
VOCÊ SABE RESPONDER?
Agora que demos um vislumbre sobre os assuntos que serão abordados, você
consegue imaginar qual seria a sequência de perguntas que usaria ao atender um
paciente? Ou como montar uma evolução nutricional?
O maior objetivo
dessa escala é
conseguir detectar
desnutrição
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 ■ Avaliação Subjetiva Global
A avaliação subjetiva global inicialmente tem o objetivo de avaliar o risco 
nutricional, considerando que o mesmo pode ser preditivo não apenas de 
um diagnóstico nutricional, mas do prognóstico do paciente. Para 
um prossional treinado, é uma avaliação simples e prática, 
com boa previsibilidade da desnutrição e boa
aplicabilidade para pacientes com cirurgia do trato 
gastrointestinal, hepatopatias, doenças renais e 
apresenta as seguintes características:
HISTÓRIA: Alterações de peso, alte-
rações de ingestão alimentar, sinto-
mas gastrointestinais, capacidade
funcional, doenças e demandas 
metabólicas.
EXAME FÍSICO: Avaliação 
subjetiva de perda de massa 
e de perda de reservas 
subcutâneas, edema.
TRIAGEM NUTRICIONAL:
• Avaliação do peso.
• Avaliação da Ingestão dietética.
• Avaliação do quadro clínico.
ESTADO NUTRICIONAL
• Determinação da deterioração do estado nutricional nos últimos meses, ou semanas.
• Avaliação da aceitação dietética, tanto pela ingestão quanto pela análise da
adequação da ingestão pelas suas necessidades energéticas.
GRAVIDADE DA DOENÇA
• Grau de risco pela doença ou intervenção realizada no paciente.
• Manutenção ou aumento da demanda metabólica, ou grau de estresse.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Outra forma mais extensa da Avaliação Subjetiva que foi desenvolvida especi-
camente para pacientes oncológicos é a chamada Avaliação Subjetiva Global
produzida pelo paciente (ASG-PPP). Essa avaliação é dividida em duas partes: 
uma a ser preenchida pelo paciente, e uma pelo prossional, conseguindo determi-
nar em escala numérica o grau de risco/ desnutrição do paciente. Como todos os
questionários, eles apresentam algumas limitações, mas são de fácil aplicabilidade.
Para ampliar seu conhecimento, aconselho a leitura do artigo de Gonzalez et
al. (2010, s.p.): “Validação da versão em português da avaliação subjetiva global
produzida pelo paciente”. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do
ambiente virtual de aprendizagem
EU INDICO
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 ■ Strong Kids
Todas as escalas apresentadas até o momento são voltadas para público adulto ou 
idoso. Até então não existe uma escala validada para o público infantil aqui no Bra-
sil, entretanto, a Strong Kids (Screening Tool Risk Nutritional Status and Growth) 
tem sido recomendada como uma boa triagem para determinar risco nutricional 
e necessidade de intervenção. A seguir, vamos observar os pontos trabalhados:
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
• Avaliar se a criança parece ter décit nutricional.
• Através de perda de reservas, emagrecimento aparente.
DOENÇA
• Indicar se há alguma doença aguda/crônica.
• Indicar se haverá ou se houve intervenção cirúrgica.
AVALIAÇÃO DA INGESTÃO DIETÉTICA
• Inormar-se com acompanhante ou equipe para ver se há mudança no padrão
alimentar da criança nos últimos dias.
ACOMPANHAMENTO DO PESO
• Vericar se houve perda ou estagnação do peso nas últimas semanas, ou meses.
Para entender melhor e visualizar a escala na totalidade, recomendo o Material da
Sociedade de Pediatria de São Paulo. Recursos demídia disponíveis no conteúdo
digital do ambiente virtual de aprendizagem.
EU INDICO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
SISTEMATIZAÇÃO DO ATENDIMENTO NUTRICIONAL
O trabalho em um hospital exige do prossional nutricionista precisão 
e agilidade, visto a alta demanda e, em muitos casos, o baixo número de 
prossionais disponíveis para esse trabalho. Com isso, torna-se imprescindível
atuar de forma sistemática, proporcionando assim atendimentos mais 
criteriosos em pacientes em risco ou desnutridos, sem deixar de acompanhar 
todos os pacientes internados (ASBRAN, 2014). 
No estudo de Valadão et al. (2021), percebeu-se que mais de 60% dos 
pacientes hospitalizados foram avaliados com algum protocolo de triagem 
nutricional, dentre estes, 70% apresentaram risco ou desnutrição e apenas 30%
deles receberam alguma conduta de terapia nutricional.
“ A categorização emníveis possibilita ao nutricionista estabelecer 
condutas dietoterápicas uniformes e, além de ser um instrumento 
de trabalho sistematizado, é segura e de fácil compreensão. Para a 
equipe multidisciplinar, há a facilidade de obtenção de dados nutri-
cionais do paciente e o conhecimento da atuação do nutricionista
(ASBRAN, 2014, p. 14). 
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Para a classicação de um paciente, serão aliados dois critérios: o resultado da 
triagem e a necessidade de dietoterapia. Assim, teremos (Quadro 1):
NÍVEL DE
ASSISTÊNCIA
CRITÉRIOS
PRIMÁRIO
• Internação situações que não exijam cuidado nutricional imediato,
ex.: gripe, realização de exames, parto.
• Pacientes sem risco nutricional.
• Pacientes sem necessidade de dietoterapia.
SECUNDÁRIO
• Internação por situações que não exijam cuidado nutricional
imediato, mas já haja risco nutricional prévio.
• Pacientes sem risco nutricional, mas que necessitem de
dietoterapia, ex.: diabete, doença celíaca, hipertensão.
TERCIÁRIO
• Pacientes cuja doença necessite de cuidados nutricionais
especializados.
• Pacientes em risco nutricional.
Quadro 1 - Critérios analisados durante a triagem / Fonte: adaptado de ASBRAN (2014).
Na prática, vamos entender como funciona essa hierarquização: para to-
dos os pacientes que são admitidos no hospital, preconiza-se que recebam 
uma triagem nutricional em até 24h. O resultado determinará se há ou 
não risco nutricional, soma-se a história clínica para definir o nível: 
Nível primário: todos os pacientes sem risco nutricional e sem 
necessidade de dietoterapia.
Nível secundário: pacientes com risco nutricional, mas sem necessi-
dade de dietoterapia ou pacientes sem risco nutricional, mas com neces-
sidade de dietoterapia.
Nível terciário: pacientes com risco nutricional e necessidade de
dietoterapia.
Após a definição do nível assistencial, determinam-se as prioridades 
de atendimento e prossegue-se com a avaliação e conduta. Para cada nível,
serão definidas metas, como: frequência de visitas, reavaliação, orientações, 
prescrição dietética, necessidade de terapia nutricional, dentre outros.
UNICESUMAR
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5
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
COMO REALIZAR UMA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Após a triagem e a determinação do nível assisten-
cial, chegamos ao momento em que o nutricionista 
deve aprofundar o seu atendimento ao paciente. 
Conhecer o nível de complexidade e entender
como está a sua condição clínica e estado nutri-
cional servirão para realizar um diagnóstico nutricional preciso que permita 
a prescrição dietética mais adequada.
Não existe um protocolo único ou um padrão ouro a ser seguido. Assim, cada
serviço deve avaliar criteriosamente suas necessidades e buscar ormalizar amelhor
conduta possível para os seus pacientes.
O nutricionista deve
aprofundar o seu
atendimento ao
paciente
VOCÊ SABE RESPONDER?
Para um diagnóstico completo, você consegue pensar quais são os aspectos a
serem avaliados após a triagem nutricional?
A seguir, vamos trabalhar cada aspecto da avaliação nutricional, permeando:
avaliação da história do paciente, hábitos alimentares, exame físico, avaliação 
antropométrica, análise de exames laboratoriais.
“ A avaliação clínica do estado nutricional envolve a coleta e a in-
terpretação de sintomas e sinais físicos que tenham impacto na 
alimentação e/ou que estejam associados a deciências, excessos 
nutricionais e outros processos de doenças sistêmicas. A avaliação 
clínica pode ser eciente e efetiva para identicar o estado nutri-
cional de indivíduos sem depender inteiramente dos métodos ob-
jetivos (ASBRAN, 2014, p. 18).
4

Avaliação Nutricional Objetiva
A avaliação objetiva, como o nome já diz, é o uso de técnicas de medidas 
antropométricas e cálculos de composição corporal que resultarão em dados 
numéricos e características de ordem estatística que determinarão o estado
nutricional do paciente. A antropometria é um dos métodos mais utilizados, 
por ser não invasiva, prática, rápida e de baixo custo, sendo que o peso e a 
altura são as medidas mais utilizadas (BRASIL, 2011).
A partir desses dois dados, é possível estimar o Índice de Massa Corpo-
ral (IMC) que irá classificar o indivíduo em alguma categoria: baixo peso, 
eutrofia, sobrepeso e obesidade. O IMC se dá pelo cálculo do peso dividido 
pela altura (em metros) ao quadrado: IMC = Peso / (Altura)² (BRASIL, 2011).
Para crianças e gestantes, são utilizadas curvas para avaliação de cada 
dado. Os gráficos de crescimento de crianças e adolescentes estão todos dis-
poníveis no site da Sociedade Brasileira de Pediatria .
O gráfico para classificação de gestantes foi atualizado através do Con-
sórcio Brasileiro, e foram definidas novas curvas conforme o IMC pré-ges-
tacional. Veja os gráficos na Caderneta da Gestante .
Para adultos e para idosos, a classificação do IMC se dará de forma 
diferente (Tabela 1).
Tabela 1 - Classicação do IMC de adultos e idosos / Fonte: adaptada de Brasil (2011).
ADULTO
IMC Classicação
IDOSO
IMC Classicação
< 18,5 Baixo Peso ≤ 22 Baixo Peso
≥ 18,5 e < 25 Eutroa
> 22 e < 27 Eutroa
≥ 25 e < 30 Sobrepeso
≥ 30 Obesidade ≥ 27 Sobrepeso
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1
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Além do IMC, temos outras medidas antropométri-
cas como as circunferências e as dobras cutâneas que
auxiliam na predisposição de risco ou que demons-
tram a composição corporal. Para cada caso, deverão 
ser avaliadas quais serão as melhores e trarão resultados mais dedignos (DINIZ
et al., 2018). Em nível hospitalar, as mais utilizadas:
 ■ Circunferências: Braço, panturrilha, cintura, quadril, abdome.
 ■ Dobras cutâneas: tríceps, bíceps, subescapular, suprailíaca, panturrilha, coxa.
 ■ Adutor do polegar.
Como todos os outros métodos, precisamos considerar que a antropometria 
também apresenta limitações, como presença de edema ou desidratação. No 
caso de IMC, como não há medida de composição corporal, pode-se haver 
uma classicação equivocada. Medidas de dobras cutâneas nem sempre são
possíveis em idosos ou em acamados.
Além do IMC, temos
outras medidas
antropométricas
VOCÊ SABE RESPONDER?
Pensando na análise de um paciente de 30 anos com 100Kg e 180cm, com um IMC
30,8Kg/m², classifcado como obeso, mas praticante de atividade ísica intensa e
um percentual de gordura classifcado em 21%. Você o classifcaria em qual estado
nutricional? Obeso, sobrepeso ou eutrófco?
Avaliação Nutricional Subjetiva
A avaliação subjetiva é uma complementação dos outros métodos, em que 
serão observadas as características físicas do paciente para determinar
como está o seu estado nutricional. Em geral, observam-se os sistemas 
corporais que vão demonstrar deficiências nutricionais: reservas subcutâ-
neas, massa muscular, avaliação de edema.
A avaliação deve ser pensada de forma glo-
bal, visto que a alteração de apenas um conjunto 
muscular não vai necessariamente refletir o estado
A avaliação deve ser
pensada de forma
global
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nutricional do indivíduo. Para pacientes internados, essa avaliação é funda-
mental, em especial para em acamados, ou críticos, em que o método objetivo
e mesmo a avaliação dietética não é possível. 
Entretanto, por ser subjetivo, o prossional que o está aplicando deve o 
fazer de forma criteriosa e detalhada para não incorrer em erro. E saber que
o olhar nem sempre irá traduzir a realidade e, por essa razão, aliar outras in-
formações como quadro clínico, exames laboratoriais e a história do paciente 
podem permitir uma avaliação mais concreta (DINIZ et al., 2018).
Em resumo, devemos observar as seguintes características:
CABEÇA E PESCOÇO
• Características dos cabelos (queda, cor, espessura...).
• Características dos olhos (olheiras, aundamento...).
• Condição da cavidade oral (dentição, mandíbula, mucosa, gengivas, língua...).
PELE
• Coloração, textura, umidade e/ou ressecamento, edema (intensidade e local).
• Integridade (eridas, lesões por pressão, dermatites...).
UNHAS
• Formato (textura, espessura, estrias...); quebradiças ou lascando.
MASSA MAGRA
• Obesidade ou magreza (perdade peso grave em pouco tempo).
• Alteração nas reservas musculares da ace (têmporas e masseter), da região do
deltoide (clavícula, ombros e escápula), das costas (intercostais), dorso das mãos,
pernas (quadríceps, joelho, panturrilha).
• Alteração de reservas gordurosas (bochechas, região suborbital, abdome).
• Tônus muscular, raqueza, cãibras.
• Força muscular tanto em membros superiores quanto em ineriores.
• Presença de alterações nas articulações.
UNICESUMAR
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9
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Avaliação da História Nutricional
A avaliação da história nutricional é subjetiva. É uma conversa a ser realizada 
com o paciente, familiares ou cuidadores para conseguir identicar hábitos 
alimentares e o funcionamento das rotinas do paciente para adaptar à rotina
do hospital ou orientar a modicações necessárias (ASBRAN, 2014).
Nesse ponto, consideraremos dados sociais, como data de nascimento, 
ocupação, acesso à alimentação e à saúde. Precisaremos adentrar em aspectos
psicológicos, emocionais e culturais que permeiam a alimentação (DINIZ et 
al., 2018). Sem levar esses dados em consideração, dificilmente conseguire-
mos modificar ou otimizar um planejamento dietético.
SINAIS GERAIS
• Estado de consciência e capacidade uncional.
• Diculdades respiratórias e uso de sistema de ventilação.
• Diculdades de deglutição e disagia.
• Capacidade gástrica e intestinal (náuseas, vômitos, distensão abdominal, ruídos
abdominais, constipação ou diarreia).
• Capacidade urinária. (DINIZ et al., 2018).
Suponha que interne umpaciente idoso, que esteja desnutrido. Ao conversar sobre
a alimentação você percebe que é carente em proteínas. O paciente se declara
vegetariano. Já pensou se na sua prescrição a onte proteica é apenas animal?
Como seria a adesão do paciente ao tratamento proposto?
PENSANDO JUNTOS
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
Esses aspectos são relevantes para melhor compreender o paciente e assim 
oferecer o melhor tratamento, facilitando a adesão e recuperação. Vamos
então pensar sobre os aspectos que podem estar em seus questionamentos:
HISTÓRIA DE SAÚDE
• Qual o seu diagnóstico e história nessa internação?
• Existem comorbidades, quais são e como aetam a alimentação?
• Existem queixas de alimentação que são relacionadas com sua doença ou mesmo
tratamento médico?
• Qual a dor ou desconorto ele está apresentando?
• Como está o padrão de sono?
• Existem doenças que aetam o trato gastrointestinal?
• Está com lesões de pele, eridas, ou mesmo ístulas, ou ostomias?
• Apresenta histórico de cirurgia, amputações ou outros tratamentos médicos impor-
tantes (como quimioterapia, hemodiálise...)?
• Faz uso de medicamentos contínuos ou esporádicos?
• Faz uso de terapias complementares?
HISTÓRIA FAMILIAR / SOCIOECONÔMICA
• Na amília existe alguma comorbidade ou atores que possam predispor à condição
atual do paciente?
• Pode haver algum ator ambiental de importância?
• Com quem o paciente vive e como são suas condições nanceiras para manutenção
de vida e mesmo para compra de alimentos?
• Uso de algum entorpecente: tabaco, álcool ou outras drogas ilícitas?
CAPACIDADE FUNCIONAL
• Paciente tem qual nível de atividade ísica diária? Faz exercícios ísicos?
• É restrito ao leito ou deambula?
• Paciente consegue exercer suas atividades diárias sozinho?
• Paciente tem alguma ocupação?
• Paciente exerce suas capacidades ísicas e mentais?
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
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Além dos aspectos subjetivos, devemos avaliar a qualidade da dieta do paciente.
A forma mais conhecida são os questionários de frequência alimentar e o recor-
datório alimentar de 24h.
Os questionários de frequência fornecem uma 
análise qualitativa e por vezes quantitativa da inges-
tão do padrão alimentar do indivíduo (ASBRAN,
2014). Existem diversos questionários, desde os mais 
curtos, de fácil preenchimento, mas que podem ter falhas na qualicação dos 
padrões alimentares, ou os completos que, por serem mais longos, podem ter
falhas nas respostas por cansaço ou diculdade da memória do entrevistado.
Já o recordatório de 24 horas é prático, de baixo custo e normalmente dispende de 
pouco tempo para ser realizado. Devido a essas características, ele é facilmente aceito
pelos entrevistados. Como todos os métodos, ele apresenta limitações como oculta-
ção de informações, esquecimento e mesmo subestimar, ou superestimar alimentos.
Qual dos métodos será escolhido para caracterizar a alimentação de um pa-
ciente vai depender dos objetivos do atendimento (BEHRMANN, LIMA, 2019). 
Entretanto, não é possível realizar uma conduta nutricional e prescrição dietética 
adequada sem entender os hábitos alimentares, e não apenas isso, mas quais são
as fragilidades dietéticas, ou mesmo restrições necessárias por intolerâncias, ou 
alergias, por exemplo. Em resumo, todas as escolhas devem unir os dados neces-
sários e a viabilidade de aplicação para a equipe.
Para complementar a avaliação nutricional precisamos, enquanto prossio-
nais, ser capazes de analisar exames laboratoriais (ASBRAN, 2014), os mais 
comuns que irão ter alguma aplicação nutricional são (Quadro 2):
RELAÇÃO COM A ALIMENTAÇÃO
• Houve mudança de peso nos últimos meses / semanas / dias?
• Paciente tem alguma alteração na sua relação com o alimento?
• Como estão o seu apetite e saciedade? Apresenta recusa ou seletividade?
• Como está a sua capacidade de deglutição?
• Paciente apresenta dentição, prótese ou diculdade para mastigação?
• Paciente tem alguma dor ou diculdade para se alimentar?
• Paciente apresenta quadros de azia, refuxo, náuseas?
• Como são o trânsito intestinal do paciente e a requência evacuatória? (DINIZ et al., 2018).
Já o recordatório de
24 horas é prático,
de baixo custo
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
NOME DO EXAME INTERPRETAÇÃO
Albumina sérica
Pode demonstrar a reserva proteica do indivíduo, bem como
doenças hepáticas. É um indicador de desnutrição e preditor de
morbidade e mortalidade.
Amilase
Auxiliar no diagnóstico de: pancreatite aguda, insuciência renal,
câncer no pâncreas, obstrução intestinal, úlcera perurada,
apendicite aguda.
Bilirrubinas
Indicado para investigação de quadros de icterícia, na suspeita de
doenças hepáticas, doenças da via biliar e anemias hemolíticas.
Excreção
urinária de ureia
Indicador de presença de catabolismo muscular
Colesterol total
Complementados com as rações LDL, HDL, VLDL. Demonstram
risco para doenças cardíacas.
Creatinina
Avalia a unção renal em pacientes com doenças renais, ou em
tratamentos e doenças que podem aetar os rins.
Ferritina
Avalia a reserva de erro do corpo e em quadros infamatórios
pode estar alterada, não refetindo a reserva.
Gasometria
arterial
Indicado para determinar se as trocas de oxigênio e dióxido de carbo-
no nos pulmões estão normais, e se há umdesequilíbrio entre esses
gases, que pode indicar distúrbios respiratórios, metabólicos ou renais.
Glicose
Determina o nível de glicose no sangue e para diagnosticar e/ou
monitorar hiperglicemia, hipoglicemia, diabetes e pré-diabetes.
Hemoglobina
Glicada
Para monitoramento do diabetes e a estimativa da glicemia média.
Hemograma
Os resultados do hemograma ornecem inormações sobre os
números, tamanho, orma e outras características das células
sanguíneas. Auxilia no diagnóstico de algumas doenças, como a
anemia. Sua diminuição pode indicar quadros de subnutrição.
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
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Leucograma
Medirá os leucócitos presentes no corpo: os neutrólos, os
linócitos, os basólos, os eosinólos e os monócitos. Mostram
inecções e outras possíveis lesões.
Lipase
Indicado para diagnosticar e monitorar pancreatites e outras
doenças do pâncreas.
PCR (Proteína C
Reativa)
Marcador de infamação, monitoramento de atividade infamató-
ria durante a evolução clínica do paciente.
Plaquetas
Utilizado para diagnóstico de coagulopatias, ou seja, doenças re-
lacionadas à coagulação e doenças relacionadas à medula óssea.
Potássio
Serve para monitorar os níveis de potássio no sangue, equilíbrio
de eletrólitos. Também paramonitorar diabetes, doenças renais e
problemas cardíacos.
Sódio
Auxilia na avaliação do balanço eletrolítico e da unção renal.
Também na desidratação ou edema.
Triglicerídeos
Parte do perl lipídico auxilia na determinação de risco para
doenças cardiovasculares.
TGO / TGP Indicado para avaliação da unção hepática.
TSH Triagem e diagnóstico de distúrbios da tireoide.
Ureia
Avalia o comprometimento da unção renal e monitorar a ecácia
de diálise e outros tratamentos de doenças renais.
Quadro 2 - Principais exames laboratoriais na avaliação nutricional / Fonte: Diniz et al. (2018, s.p.).
5
4
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL
A partir da avaliação nutricional, iremos reunir todos os dados obtidos e os entre-
cruzar para formular o diagnóstico nutricional (BEHRMANN, LIMA, 2019). 
Realizar essa interconexão e estar sensível para perceber necessidades adicionais
do paciente são peças-chave para um atendimento nutricional de excelência. 
O diagnóstico nutricional é a identificação de um problema nutricional 
existente, cujo tratamento é de responsabilidade do nutricionista (DINIZ et 
al., 2018). É preciso deixar bem claro que o nutricionista não pode fazer diag-
nósticos de doenças, que são atividades exclusivas do profissional médico.
Após a análise dos dados, poderemos classicar a pessoa pelo risco
nutricional (seja por desnutrição, obesidade), ou relacionar um risco por 
ingestão dietética inadequada (como baixo consumo de bras, excesso do 
consumo de carnes vermelhas), ou relacionado ao comportamento ou estilo 
de vida (como falta de acesso aos alimentos, seletividade alimentar). Com o 
diagnóstico, precisamos determinar qual será a intervenção a ser realizada 
denindo as prioridades e os passos para sua execução (ASBRAN, 2014).
PRESCRIÇÃO DIETÉTICA
A partir dos dados coletados e do diagnóstico cará mais fácil determinar a in-
tervenção. A decisão de uma prescrição dietética adequada é lógica a partir do 
que foi levantado no diagnóstico. Por exemplo:
 ■ Pacientes com diagnóstico de desnutrição: irão necessitar de um au-
mento no aporte energético, possivelmente a depender do nível de de-
pleção da massa muscular, um aumento no aporte proteico igualmente.
 ■ Pacientes obesos: irão necessitar de ajustes energéticos, entretanto, se 
apresentarem perda de massa muscular necessitarão aumento nas quan-
tidades proteicas, e se estiverem com níveis inamatórios aumentados
podem se beneciar de um consumo maior de imunomodulares.
 ■ Pacientes diabéticos: irão necessitar de uma dieta alinhada com sua 
patologia de base, em geral de baixo índice glicêmico. E conforme a de-
terminação de seu estado nutricional serão denidas suas necessidades 
energéticas e proteicas, mantendo um fracionamento que mantenha a 
normalidade de sua glicemia.
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5
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
“ Para manter a homeostasia do corpo são necessários nutrientes 
indispensáveis à saúde, uma vez que esta requer uma série de 
gastos energéticos, que são primordiais. Essa energia, fornecida 
pela dieta alimentar diversicada e em quantidades que devem ser 
continuamente reguladas, garante o desempenho e o funcionamento 
da estrutura corporal e promove a diferenciação e os mecanismos de 
defesa tecidual (BEHRMANN; LIMA, 2019, p. 135).
DETERMINAÇÃO DE NECESSIDADES ENERGÉTICAS
Os cálculos de necessidades energéticas devem ser realizados de acordo com
equações especícas considerando faixa etária, sexo e situações de saúde. Con-
forme os Guidelines da ESPEN (2021), a dieta hospitalar deve cobrir minima-
mente as necessidades energéticas e proteicas do indivíduo.
Existem diversas fórmulas propostas para cada situação (DINIZ et al., 
2018). Apresentarei aqui as fórmulas de bolso (Tabela 2) que por sua pratici-
dade são as mais utilizadas em nível hospitalar:
CLASSIFICAÇÃO IDADE OU FATOR ENERGIA (KCAL/KG/DIA)
PEDIATRIA
0 – 3 meses 116
3 – 6 meses 99
6 – 9 meses 95
9 – 12 meses 101
MENINOS MENINAS
1 – 2 anos 104 108
2 – 3 anos 104 102
3 – 4 anos 99 95
5

4 – 5 anos 95 92
5 – 6 anos 92 88
6 – 7 anos 88 83
7 – 8 anos 83 76
8 – 9 anos 77 69
9 – 10 anos 72 62
ADOLESCENTES
11 – 14 anos 55 47
15 – 18 anos 45 40
ADULTOS E IDOSOS:
CONFORME GRAU
DE ESTRESSE
METABÓLICO
Sem estresse 22 a 25
Estresse Leve 25 a 27
Estresse Moderado 25 a 30
Estresse Intenso 30 a 33
Queimados (<30%) 30 a 35
Obeso 20 a 22
Tabela 2 - Fórmulas para determinação de necessidades energéticas / FONTE: Diniz et al. (2018, s.p.).
No contexto hospitalar, mesmo considerando pacientes obesos, devemos evitar 
o uso de dietas restritivas. Seguindo o Consenso da ESPEN (2021), em alguns 
casos podemos prescrever dietas hipocalóricas de forma transitória, como em:
síndrome de realimentação, obesidade associada à resistência insulina severa. 
Mesmo nesses casos, devemos dar atenção para manter a ingestão proteica 
dentro dos níveis adequados.
UNICESUMAR
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1
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Determinação de Necessidades Proteicas
A determinação das necessidades de proteínas deve ser realizada de forma 
individualizada, considerando sempre o estado clínico do paciente (DINIZ 
et al., 2018). Existem algumas especificidades para determinação das neces-
sidades, irei novamente apresentar a fórmula de bolso (Tabela 3), que pela 
sua praticidade é muito utilizada em hospitais:
Tabela 3 - Fórmulas para determinação de necessidades proteicas / FONTE: Diniz et al. (2018, s.p.).
CLASSIFICAÇÃO IDADE OU FATOR PROTEÍNAS (G/KG/DIA)
PEDIATRIA
0 – 6 meses 2,2
6 – 12 meses 1,6
1 – 3 anos 1,2
4 – 6 anos 1,1
7 – 10 anos 1,0
ADOLESCENTES
MENINOS MENINAS
11 – 14 anos 1,0 1,0
15 – 18 anos 0,9 0,8
ADULTOS E IDOSOS:
CONFORME GRAU DE
ESTRESSE METABÓLICO
Sem estresse 0,8
Estresse Leve 1,0 a 1,2
Estresse Moderado 1,2 a 1,5
Estresse Intenso 1,5 a 2,0
5
8
Escolha de dieta
Após a determinação das necessidades do paciente – lembrando que demonstrei 
cálculos para necessidades energéticas e proteicas, entretanto, não devemos 
esquecer necessidades especícas de micronutrientes, de água, de bra,
entendendo que a clínica do paciente é o determinante das suas necessidades 
–, temos que escolher qual será a conduta dietoterápica a ser adotada.
Para pacientes que estão em dieta oral, deve-se escolher a que melhor
cabe às necessidades do paciente. Cada instituição terá seu manual especíco 
(ESPEN, 2021), conforme determinação da equipe de nutrição da Unidade de 
Alimentação. Entretanto, normalmente as dietas se dividem em três blocos:
DIETAS PADRÃO
Geralmente dietas que seguem uma distribuição de nutrientes conorme as recomen-
dações para a média da população e são modicadas apenas em alguns aspectos.
Dentre elas, a dieta livre, a dieta leve ou a dieta branda, e a dieta para idade (pediátrica).
DIETAS MODIFICADAS EM CONSISTÊNCIA
Também dietas que procuram seguir a distribuição dos nutrientes conorme a
recomendação média da população, entretanto com ajustes em consistência seja por
disagia ou por evolução do quadro clínico do paciente. Dentre elas estão as dietas
líquidas, líquidas pastosas, semipastosas, pastosas.
DIETAS TERAPÊUTICAS
Apesar de em sua base serem dietas que procuram manter as recomendações, elas
são ajustadas conorme a necessidade das patologias. Dentre elas, as dietas para
diabetes, para hipertensão, para dislipidemia, para insuciência renal, dentre outras.
Além da dieta oral, em algumas situações podemos determinar que o pa-
ciente necessite de um aporte aumentado e, nesses casos, iremos iniciar 
com uma terapia nutricional oral com suplementos completos, ou com 
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9
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
nutrientes e/ou módulos específicos. Em outros casos, poderemos propor 
o uso de uma terapia nutricional enteral que pode ser concomitante à via 
oral ou exclusiva (ESPEN, 2021).
“ A terapia de nutrição enteral é um conjunto de procedimentos te-
rapêuticos empregados para manutenção ou recuperação do estado 
nutricional por meio de nutrição enteral. Ela é caracterizada por 
prover nutrientes ao trato gastrintestinal atravésde um tubo, seja 
por sondas nasais ou ostomias (SANTOS, 2022, p. 4). 
A prescrição dietética deve ser adequada às necessidades do paciente e estar
alinhada com as demais condutas e ainda deve ser tolerada pelo indivíduo. 
Não adianta fazermos uma bela prescrição e não darmos acompanhamento, 
pois a falha de vericar a tolerância ao longo da internação pode contribuir
negativamente para alterações no estado nutricional e/ou em consequência do 
tratamento de modo geral do paciente (VALADÃO et al., 2021). Assim, torna-
se imprescindível que o acompanhamento nutricional se dê ao longo de toda
a internação do paciente para monitoramento e ajustes dietéticos conforme a 
necessidade (BEHRMANN; LIMA, 2019).
Com a prescrição dietética pronta - atividade exclusiva do prossional
nutricionista -, precisamos descrever no prontuário as seguintes informações: 
valor energético total (VET), consistência da alimentação, tipo de dieta escolhida, 
composição de macro e se possível dos micronutrientes (pelo menos os mais
importantes para o caso clínico), fracionamento dietético (ESPEN, 2021). 
Conorme as recomendações da ESPEN (2021), a alimentação do paciente deve ser
considerada como parte de seu tratamento médico e por isso deve estar detalhada
na prescrição do paciente.


IMPORTÂNCIA DA EVOLUÇÃO NUTRICIONAL EM 
PRONTUÁRIO
O prontuário, conforme Silva (2021, p. 2), é um documento de extrema 
relevância. A “palavra origina-se do latim promptuarium e signica ‘lugar onde
são guardadas coisas de que se pode precisar a qualquer momento’ ou ‘manual 
de informações úteis’, ou ainda, ‘cha que contém os dados pertinentes de uma 
pessoa’”, demonstrando que há muito tempo à necessidade de compilar dados 
pertinentes para o bom atendimento ao paciente.
Após o trabalho desenvolvido pela equipe de nutrição clínica, necessitamos 
realizar a evolução nutricional em prontuário. Ela terá duas funções: manter 
o registro da história do paciente; e melhorar a comunicação entre a equipe, 
evitando a fragmentação da atenção ao paciente.
Para o prossional, ter um registro detalhado da sua avaliação, diagnóstico 
e metas favorece o acompanhamento e facilita suas reavaliações. Para a equipe, 
uma evolução completa permite com que as condutas se mantenham em 
concordância, auxiliando para que os objetivos sejam centrados no paciente em
busca de sua recuperação precoce (BEHRMANN; LIMA, 2019). A linguagem 
deve ser técnica e faz-se importante colocar todos os aspectos da avaliação, 
diagnóstico e prescrição.
Um método disseminado na área da saúde é o S.O.A.P (QUEIROZ, 2009), um 
acrônimo utilizado no Prontuário Orientado por Problemas e Evidências, em que 
cada letra signica uma palavra que demonstra as informações a serem descritas:
S = Subjetivo = Registra-se o motivo do atendimento, dados subjetivos coletados do
paciente, queixas, sentimentos.
O = Objetivo =Aqui é o espaço para o prossional descrever as inormações coletadas
e os resultados importantes da avaliação nutricional.
A = Avaliação = Aqui você descreve as suas hipóteses e diagnóstico nutricional,
vinculando as inormações com o que oi descrito anteriormente.
P = Plano = A partir do diagnóstico, aqui é o espaço em que você registrará a sua
conduta nutricional: prescrição dietética, orma de alimentação, racionamento,
dados da dieta a ser oerecida e planejamento para a internação.
UNICESUMAR
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
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
NOVOS DESAFIOS
Após tantos aspectos relacionados com a avaliação nutricional, percebe-se 
como o trabalho do prossional nutricionista é complexo e diferente do que 
muitos pensam. Vai além de determinar uma “dieta x calorias”. 
Ter um olhar ampliado, conseguindo relacionar os dados coletados com a 
conduta de outros prossionais e assim propor um plano dietético pode fazer 
a diferença na recuperação do paciente. Entendendo essa complexidade, cabe 
ao nutricionista hospitalar vincular-se à equipe e desenvolver um protocolo 
especíco que caiba dentro das necessidades da instituição em que trabalha. 
Assim, se o perl da instituição é maternidade, dena critérios que sejam ade-
quados para gestantes e bebês; se for clínica adulto, dena uma boa avaliação 
e critérios para esse nicho e assim por diante.
Você pode pensar: para quê tudo isso? Con-
forme vemos no Guideline da ESPEN (2021), um 
paciente que ficar por 3 dias sem a ingestão de 
50% da sua dieta deve ter uma intervenção nutri-
cional. E hoje é mais do que fundamentado que 
nosso atendimento é linha de frente nesse processo! Sim! Uma boa estratégia 
nutricional muda a história da internação, podendo promover uma recupe-
ração completa e impactando morbidade e mortalidade.
Espero que eu possa ter despertado o seu interesse na busca de um desem-
penho transformador na vida de quem cuidamos.
Gostou do que discutimos até aqui? Tenho mais para conversar com você a
respeito deste tema, vamos lá?
EM FOCO
Uma boa estratégia
nutricional muda
a história da
internação


1. Para conseguir defnir o nível de risco nutricional de um paciente, são utilizadas as triagens
nutricionais. Dentre as triagens mais utilizadas, sinalize quais afrmativas são corretas:
I - AMini Avaliação Nutricional (MAN) oi ormulada para pacientes hospitalizados em qual-
quer idade.
II - A NRS-2002 é uma triagem que atende diversos públicos, mas não consegue detectar
de orma adequada quadros de desnutrição.
III - A Strong Kids é uma triagem recomendada para uso na internação de crianças, apesar
de ainda não ser validada.
É correto o que se arma em:
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
2. Após realizar uma avaliação nutricional completa, o profssional nutricionista deve realizar
o diagnóstico nutricional. Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções a
seguir e a relação proposta entre elas:
I - O diagnóstico nutricional compreende o resultado da análise de todos os dados obtidos
durante a avaliação do paciente.
PORQUE
II - Apenas com todos os dados coletados é possível identicar o estado nutricional real do
paciente para poder propor um tratamento.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justicativa correta da I.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justicativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição alsa.
d) A asserção I é uma proposição alsa e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são alsas.
VAMOS PRATICAR
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
3. Ao fnalizar uma avaliação, realizar um diagnóstico e uma prescrição dietética, precisamos,
enquanto profssionais, registrar os dados coletados de orma sistemática. Compreendendo
a importância da evolução nutricional, avalie as afrmativas a seguir:
I - A evolução nutricional serve como um registro do atendimento nutricional a ser utilizado
apenas pela equipe de nutrição.
II - No prontuário devemos ser sucintos. Por exemplo, na prescrição dietética só devemos
descrever qual a dieta e via a serem utilizadas.
III - Dentro da evolução nutricional devemos descrever no diagnóstico apenas o que or rela-
cionado à nutrição, visto que diagnóstico de doenças é de atribuição exclusiva domédico.
IV -O prontuário é um documento ocial, para tanto az-se necessário uso de linguagem
técnica e que na evolução existam aspectos da avaliação, diagnóstico e prescrição.
É correto o que se arma em:
a) I e IV, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) II, III e IV, apenas.
VAMOS PRATICAR

4
REFERÊNCIAS
ASBRAN - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO. Manual Orientativo: Sistematização do
Cuidado de Nutrição. São Paulo: Associação Brasileira de Nutrição, 2014.
BEHRMANN, G.; LIMA, A. M. P. Relevância do protocolo em nutrição na avaliação do estado
nutricional do paciente hospitalizado: uma revisão integrativa. RASBRAN, São Paulo, v. 10, n. 1,
p. 134-141, jan-jun, 2019. Disponível em: https://www.rasbran.com.br/rasbran/article/view/1103.Acesso em: 30 maio 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: Norma
Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN. Brasília, DF: Ministério da
Saúde, 2011. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_cole-
ta_analise_dados_antropometricos.pd. Acesso em: 30 maio 2023.
DINIZ, A. A. A. et al. Instrutivo de Avaliação Nutricional e cálculo das necessidades energético
proteicas. Belo Horizonte: [S.n.], 2018.
ESPEN. ESPEN guideline on hospital nutrition. Clinical Nutrition, [S.I.], v. 40, 2021.
QUEIROZ, M. SOAP revisitado. Rev Port Clin Geral, [S.l.], v. 25, n. 2, p. 221-227, 2009.
SANTOS, S. V. Avaliação nutricional de pacientes hospitalizados em suporte nutricional en-
teral. Ponta Grossa: Atena, 2022.
SILVA, C. R. História do Prontuário Médico: Evolução do Prontuário Médico Tradicional ao Pron-
tuário Eletrônico do Paciente – PEP. Research, Society and Development, [S.l.], v.10, n. 9, 2021.
SOUSA, J. C. S. et al. Avaliação do estado nutricional de pacientes hospitalizados: uso de méto-
dos convencionais e não convencionais. Demetra, [S.l.], v. 13, n. 1, p. 195-208, 2018.
VALADÃO, T. A. et al. “Diga não à desnutrição”: diagnóstico e conduta nutricional de pacientes
internados. BRASPEN J, São Paulo, v. 36, n. 2, p. 145-150, 2021.
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5
1. Opção B.
2. Opção A. Para um diagnóstico, há de se azer uma avaliação completa compreendendo as-
pectos objetivos e subjetivos, e aliando demais inormações coletadas de outros proissionais.
3. Opção C.
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
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MEU ESPAÇO
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UNIDADE 3
MINHAS METAS
DIETAS HOSPITALARES, DE PROVA E
PREPARO PARA EXAMES
Compreender o trabalho entre equipe clínica e de produção.
Entender a evolução dietética durante a internação.
Compreender o papel das dietas especializadas.
Compreender como são as dietas modicadas em consistências.
Aprender sobre a dieta de prova.
Aprender preparos para exames comuns durante a internação.
Entender o papel do nutricionista na evolução dietética.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3
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INICIE SUA JORNADA
Mais um dia se inicia no hospital e hoje você estará responsável pela clínica 
cirúrgica. Você encontra pacientes em bom estado nutricional, em risco e em 
desnutrição. Todos aguardam por procedimentos cirúrgicos dos mais diversos
graus de complexidade, e estão em jejum desde o dia anterior. As cirurgias serão 
realizadas ao longo do dia, algumas ocorrem pela manhã, outras à tarde e outras 
possivelmente à noite, ou mesmo no outro dia, se acaso entrar alguma emergência.
Como nutricionista, você consegue pensar qual seria a melhor conduta a 
ser realizada? Seria necessário manter todos os pacientes em jejum ou ter uma 
escala conforme o horário da cirurgia? Poderia ser realizada alguma interven-
ção nos pacientes conforme o grau de risco nutricional?
Um projeto super interessante busca conscientizar os prossionais de saúde sobre
a abreviação de jejum no período pré-operatório. O nome é PROJETO ACERTO!
Vamos conhecer? Recursos demídia disponíveis no conteúdo digital do ambien-
te virtual de aprendizagem
PLAY NO CONHECIMENTO
Pensando nos casos apresentados, 
podemos diminuir o jejum ao míni-
mo necessário, seguindo protocolos 
em consonância com a equipe mé-
dica, ofertando maior concentração
de nutrientes para pacientes em risco 
nutricional. E saber o risco nos per-
mite realizar intervenções precoces
no pós-operatório, com alimentação e 
evolução de dieta sempre que possível.
Na realidade hospitalar, muitas vezes enfrentamos alguns problemas
simplesmente de logística. Por isso é tão importante conhecermos nossos 
pacientes, sua situação e seu risco para propormos tratamentos coerentes com 
sua situação clínica, objetivando a recuperação precoce.
UNICESUMAR
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
INTERDISCIPLINARIDADE: NUTRIÇÃO CLÍNICA E EQUIPE DA 
UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO
Assim como o trabalho interdisciplinar é fundamental para que ocorra um 
atendimento integral e voltado para o paciente, a Equipe de Nutrição deve agir 
da mesma forma para que o atendimento seja cumprido. Conforme o último
consenso da ESPEN (2021), é fundamental que toda a instituição tenha um 
serviço de alimentação organizado, com dietas padrão protocoladas, que sejam 
rotineiramente revisadas para adequação com as novas evidências. 
No Brasil recomenda-se centrar todas as nossas orientações a partir de nosso 
Guia Alimentar (BRASIL, 2014). Em resumo, ele descreve a necessidade de 
estabelecer a alimentação baseada em alimentos in natura, ou seja, a base da 
alimentação deve ter uma composição de alimentos naturais, como: as frutas, as
verduras, os cereais e os tubérculos, e mesmo as carnes, ovos e lácteos. Além desses, 
iremos compor a dieta com alimentos minimamente processados ou processados.
VAMOS RECORDAR?
Vamos relembrar a Política Nacional de Humanização (PNH). Essa política visa
efetivar os princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção e gestão,
qualifcando a saúde pública no Brasil. Recursos de mídia disponíveis no
conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem 
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O que devemos evitar são os alimentos ultraprocessados, que são aqueles que em 
sua composição tenham ingredientes que não são naturais, são articiais e, em
alguns casos, potencialmente perigosos para nossa saúde, e aqui entram diversos 
corantes, avorizantes, conservantes.
Resumidamente, nosso planejamento deve ser centrado no paciente,
respeitando suas crenças e valores, bem como sua história alimentar, visto que o 
alimento é muito mais do que apenas nutriente, ele é carregado de valores sociais 
e culturais que também promovem saúde e bem-estar.
A equipe da Unidade de Alimentação (UAN) é parte fundamental no 
processo do atendimento ao paciente, visto que são eles que executam o nosso 
planejamento dietético. Para tanto, dialogar, montar protocolos em conjunto
faz-se necessário para que consigamos atuar de forma integrada e lógica. 
Você consegue imaginar como uncionaria a produção alimentar se para cada
paciente osse prescrita uma dieta dierente com composições alimentares
dierentes? Será que seria viável?
PENSANDO JUNTOS
Entendendo que há necessidade de logística em uma UAN, precisamos
compreender que a nossa prescrição dietética deve ter elemento norteador os 
cardápios e dietas que a equipe de Produção nos fornece, bem como, formular 
modicações que respeitem os alimentos disponíveis na Unidade Hospitalar e 
estejam adequados aos horários da distribuição de alimentos.
O uso da ciência da nutrição, visa construir cardápios nutricionalmente 
adequados e voltados para as necessidades de cada patologia, aliado aos
conhecimentos da área da gastronomia, permitem não apenas dietas hospitalares 
com padrão nutricional correto, mas alimentos ainda prazerosos que tenham 
apelo visual, olfativo e gustativo (SOUZA, MOLINA, 2021).
Conforme o estudo de Carvalho et al. (2021), percebeu-se que a organização 
e cumprimento no horário de distribuição das refeições, foi um dos pontos que 
favoreceu a maior aceitação dietética por parte dos pacientes. Por isso, não apenas
impor condutas, mas fazer com que o colaborador da unidade de alimentação 
entenda o seu trabalho com treinamentos e educação em saúde para motivá-lo, 
pode fazer a diferença.
UNICESUMAR
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
“ Destaca-se ainda que há vulnerabilidade dos pacientes quando a 
qualidade no atendimento hospitalar se baseia somente na eciência 
técnico-cientíca, focalizando apenas as doenças, os procedimentos 
e as tarefas (CARVALHO et al., 2021, p. 15).
O atendimento de nutrição está muito além de apenas uma dieta perfeitamente 
calculada e prescrita, mas tende a ser um dos aspectos mais humanizadores 
da internação, pois vamos além do indivíduo doente e da comida, usamos a
alimentação como um momento de acolhimento e prazer.
EVOLUÇÃODE DIETA NA INTERNAÇÃO
Como falado anteriormente, o paciente deve ser atendido de forma individua-
lizada e a prescrição dietética deve ser baseada em: suas necessidades energéti-
co-proteicas, necessidades dietoterápicas (respeitando todas as suas patologias-
-base), individualidades e cultura (por exemplo, um paciente vegetariano ou 
mesmo um paciente kosher).
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Mesmo levando em consideração tudo isso, o acompanhamento ao longo de 
sua internação é imprescindível, visto que seu estado nutricional ou suas con-
dições clínicas podem variar. Conforme recomendações da ESPEN (2021), o 
atendimento regular do paciente visa adaptar as necessidades da alimentação 
conforme a evolução de sua doença.
VOCÊ SABE RESPONDER?
Se um paciente está internado com dieta para diabetes e inicia com quadro de
diarreia, qual seria a sua conduta relacionada com a composição das fbras?
Consegue compreender como nós, enquanto nutricionistas, devemos estar aten-
tos a tudo o que acontece com o paciente durante sua internação? Alguns exem-
plos: paciente interna com constipação, necessita aumento de suporte de bras; 
paciente apresenta diculdade de deglutição, necessita avaliação do fonoaudió-
logo e ajustes em consistência da dieta; paciente desnutrido, necessita ajustes 
da oferta proteica; paciente irá realizar procedimento cirúrgico, necessita ajuste 
dietético e jejum para o procedimento.
O que pretendo destacar aqui, é que o nosso 
trabalho com o paciente não termina após a primeira 
avaliação por mais bem feita e completa. Anal, ao
longo dos dias, o paciente apresentará mudanças, 
seja por sua condição clínica, seja por aspectos 
emocionais envolvidos.
O nosso trabalho
com o paciente
não termina após a
primeira avaliação
Os aspectos culturais e emocionais não podem ser negligenciados. Se um pacien-
te permanece por um longo período internado, por exemplo, ele pode enjoar da
alimentação, diminuir a tolerância de algum suplemento, e caberá ao nutricionista
clínico compreender e propor alternativas que estejam conorme o disponível na
instituição e ainda atendam às necessidades do paciente.
PENSANDO JUNTOS
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Acredito que após essa breve reexão, você consiga compreender que o seu papel 
enquanto nutricionista está muito além de uma simples avaliação.
Dietas Padrão
Padronização, conforme o dicionário Aurélio (2023), signica: sistematização, 
uniformização. Ou seja, padronizar dietas, signica sistematizar cardápios que 
possam atingir metas quali e quantitativas de macro e micronutrientes de um 
grupo de pacientes. Além disso, devemos considerar a capacidade funcional desse 
grupo de pacientes, como, por exemplo: capacidade de deglutição, capacidade 
gástrica, capacidade cognitiva, impactos das patologias de base. 
As dietas hospitalares visam atender as demandas 
nutricionais de um indivíduo considerando seu 
estado nutricional e siopatológico. Para isso, 
as dietas vão sendo compostas e modicadas 
conforme as necessidades especícas. E essas 
alterações por vezes transformam os alimentos a 
ponto de não serem mais identicados ou serem 
vistos negativamente, o que torna o papel do nutricionista indispensável 
para auxiliar na adaptação das dietas conforme a tolerância dos pacientes 
(CARVALHO et al., 2021).
Para cada instituição, dependendo das especialidades, será necessário o 
desenvolvimento de dietas diferentes. Seguindo as diretrizes da ESPEN de 
nutrição hospitalar, espera-se que as dietas padrão possam cobrir algumas 
necessidades especícas: “A dieta hospitalar deve cobrir 30 kcal/kg/dia das 
necessidades energéticas, e pelo menos 1,2 g/kg/dia das necessidades proteicas”
(ESPEN, 2021, p. 5691, tradução da autora).
Entretanto, de forma geral teremos alguns grupos que serão presentes em 
todos os locais, e dentro das dietas padrão gerais, temos duas em especíco
que são as mais comumente utilizadas:
As dietas
hospitalares
visam atender
as demandas
nutricionais de um
indivíduo
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DIETA LIVRE OU DIETA GERAL
Será utilizada para pacientes que a princípio não apresentam nenhuma doença que
necessite alteração na alimentação, e que estejam em um estado nutricional normal.
Pensando em nível assistencial, são dietas para nível de assistência primário. Em
suas características principais, teremos nutrientes base para um adulto conorme
as recomendações, sem alteração em proporções. E alimentos sem mudanças em
consistência.
EXEMPLO DE CARDÁPIO:
• Desjejum: Caé com leite + pão (integral, rancês, atiado...) com manteiga ou geleia,
ou rios + ruta.
• Almoço e Jantar: Salada verde + legumes cozidos ou reogados + arroz + eijão +
guarnição (batata, mandioca, massa, polenta...) + alimento proteico (carnes, ovos...) +
sobremesa ou ruta.
• Lanches e ceia: Chás/ vitaminas / suco de rutas + bolo / torrada / biscoitos.
DIETA LEVE OU BRANDA
Será utilizada para um grupo geral de pacientes, que não apresentem necessidades
dietoterápicas especícas, mas que estejam em processo de recuperação, como:
pós-cirúrgico, início de alimentação após período de jejum. Pensando em nível de
assistência serão pacientes de nível primário ou secundário. Em suas características,
mantém-se a proporção de macro e micronutrientes, com alimentos abrandados, ou
seja, passando por processos de quebra de bras e tecidos, acilitando mastigação,
deglutição e digestão.
EXEMPLO DE CARDÁPIO:
• Desjejum: Caé com leite / chás + pão (rancês, atiado branco) com manteiga ou
geleia + ruta cozidas, ou em orma de suco.
• Almoço e Jantar: Legumes cozidos ou reogados + arroz + caldo de eijão + guarnição
(purê de batata, de mandioca, polenta...) + alimento proteico (carnes cozidas, desa-
das ou moídas, ovos...) + sobremesa com cremes ou compotas. Também podem ser
oerecidos sopas e cremes em substituição da comida.
• Lanches e ceia: Chás/ vitaminas / suco de rutas + biscoitos doces ou salgados,
cremes, iogurte.
Fonte: (ICESP, 2017)
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
A partir desses dois grupos de dietas há o desdobramento para as demais 
necessidades, seja considerando consistência, ou nutrientes especícos conforme
as patologias-base ou dietas para preparos para exames e procedimentos 
cirúrgicos. Nesse momento, nossos conhecimentos em dietoterapia, que 
signica utilizarmos nossos conhecimentos para estabelecer uma alimentação
que venha tratar e auxiliar na melhora do indivíduo conforme as suas debilidades, 
são fundamentais para conseguirmos atender as demandas apresentadas.
Dietas Modifcadas em Consistência
Entre as dietas mais presentes e importantes em um hospital estão as dietas
modicadas em sua consistência. Podemos pensar em dois casos principais 
para modicar a consistência de um alimento: pacientes com diculdade de 
deglutição/ disfagia ou pacientes que apresentem diculdades em sua dentição.
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Dentre as dietas mais comuns entre as modicadas, teremos (SANTOS et. al., 
2021; ICESP, 2017):
DIETA LÍQUIDA RESTRITA
Dieta para pacientes no pré-cirúrgico, em preparo para exames, ou que vinham sem
tolerância de alimentação e irão reiniciar com dieta. É uma dieta de transição e deve
ser utilizada o mínimo de tempo necessário para o m esperado. Em geral apresentam
baixa densidade calórica e proteica, composta apenas de pequenas quantidades de
líquidos. Basicamente usam-se: sucos de rutas coados, água de coco, chás, caldos de
legumes ou de carnes.
DIETA LÍQUIDA
Dieta para pacientes que passaram por: procedimentos de cabeça e pescoço
(em alguns casos ainda se devem deixar os líquidos rios ou gelados), pacientes
em quadros infamatórios, pacientes com incapacidade de tolerância de
alimentos sólidos. Em geral, não conseguem atingir as necessidades de todos
os macronutrientes, entretanto, podem atingir as necessidades calóricas. São
compostas por alimentos de ácil digestão e podem ter alimentos líquidos ou que
se liqueazem na boca, como: sucos de rutas, vitaminas, iogurte, chás, gelatinas,
caldos de sopa ou sopas maisralas liquidicadas.
DIETA LÍQUIDA-PASTOSA
Utilizadas para pacientes que estão em evolução dietética após procedimentos
cirúrgicos, ou que não toleram alimentos sólidos, que apresentam diculdades de
mastigação, ou mesmo em casos de disagia. Em geral, atinge algumas metas de
macronutrientes, podendo ter baixa proporção de bras e em micronutrientes. Em
sua composição podem ser apresentados todos os tipos de alimentos, desde que
passem por processos que os transormem em alimentos líquidos ou cremosos,
como: suco de rutas, vitaminas, iogurte, chás, gelatinas, caldos de sopa, sopas
liquidicadas, alimentos liquidicados (arroz e eijão; batata com carne; cremes de
moranga, entre outros).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
DIETA PASTOSA / CREMOSA
Utilizada em pacientes que estão em treino de desmame de Terapia Nutricional
Enteral e para pacientes com risco de aspiração ou diculdade de mastigação. Em
termos gerais, atinge as necessidades nutricionais de um paciente adulto, tendo sua
composição completa em alimentos, os mesmos sendo modicados apenas em sua
orma de apresentação e consistência.
EXEMPLO DE CARDÁPIO:
• Desjejum: Caé com leite / chás + mingau ou papa de rutas + vitamina, ou rutas
cozidas em orma de purê.
• Almoço e Jantar: Sopas batidas ou purês e cremes de legumes ou tubérculos /
eijão liquidicado e coado / carnes moídas e desadas / sufês.
• Lanches e ceia: Chás/ vitaminas / suco de rutas / mingaus e cremes.
Para as dietas modicadas em consistência precisamos considerar o risco de
aspiração / disfagia dos pacientes. E nesse ponto, a presença de um fonoaudiólogo 
para essa avaliação é fundamental. 
Conforme o parecer da BRASPEN (ALVITE et al., 2019), compete ao
fonoaudiólogo identicar os pacientes em risco de disfagia, assim como realizar 
a avaliação da biomecânica da deglutição e prescrever consistência alimentar, 
volume, ritmo de oferta, manobras e posturas necessárias para administrar a
alimentação de forma segura; enquanto ao nutricionista compete realizar a 
prescrição dietética conforme as orientações do fonoaudiólogo a m de garantir 
uma alimentação adequada e que cumpram as suas necessidades siológicas.
Conorme o estudo de Carvalho et al. (2021), percebeu-se que homens
normalmente apresentam maior fuxo de deglutição do que mulheres, entretanto o
envelhecimento se mostrou determinante de diminuição de fuxo e capacidade de
deglutição em ambos os sexos.
Entender o risco de um paciente aspirar pode ser diferencial em desfecho e 
recuperação, assim, manter a consistência sugerida é essencial para o sucesso do
tratamento. Ao longo dos anos, diversas classicações de espessamento existiram 
e em cada país uma nomenclatura era utilizada, por essa razão, em 2013, houve a 
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
formação de um comitê internacional para padronização das dietas para disfagia 
(IDDSI - International Dysphagia Diet Standardisation Initiative), e em 2022
publicaram um diagrama atualizado sobre espessamento de alimentos que pode 
ser utilizado tanto em nível hospitalar, quanto em nível domiciliar por pacientes e 
cuidadores. Para a nova denição usa-se uma classicação por números e o teste
é realizado através do uso de uma seringa, como demonstrado na gura a seguir:
Figura 1 - Determinação do nível de espessamento dos alimentos / Fonte: adaptado de IDDSI (2022).
Descrição da Imagem: a imagem é uma ilustração composta de duas partes. Do lado esquerdo tem uma barra 
vertical composta por 10 quadrados de tamanhos iguais, onde o primeiro tem a cor branca; os próximos 3 na cor 
preta; os 4 seguintes, na cor pink e os últimos 2 tem a cor amarela, os quais representam os níveis de gotejamento: 
0, 1, 2 e 3. Ao lado direito da escala tem um seta também vertical com as seguintes informações “Verique sua 
seringa: escala de 0-10mL = 61,5mm”. Ao lado apresenta uma seringa sem êmbolo com a marcação de 1mL, 
4mL, 8mL e 10ml e ao seu lado uma régua marcado os milímetros 61,5mm. Do lado direito da imagem há uma 
sequência de imagens: uma mão segurando uma seringa sem êmbolo com o dedo mínimo cobrindo a abertura. 
Após o desenho com a mão da mesma forma, mas com outra seringa introduzindo líquido na seringa pelo espaço 
do êmbolo até os 10 ml; após a mão solta o dedo mínimo da abertura e solicita o início do cronômetro com a vazão 
do líquido; por último a mão retorna a fechar o bico com o dedo mínimo aos 10 segundos do cronômetro para 
averiguar quantos ml restaram na seringa. Ao fundo aparecem marcações coloridas: acima de 10ml – classicação 
04; entre 08 e 10 ml – classicação 03; entre 04 e 08ml – classicação 02; entre 01 – 04ml – classicação 01 e 
abaixo de 01ml – classicação 0. Fim da descrição.
© IDDSI 2022
1ml
4ml
8ml
10ml
Nível 4: Use os testes 
de gotejamento do 
garfo e inclinação 
da colher IDDSI
© IDDSI 2022
Vire para verifique 
o nível IDDSI
Remova 
o êmbolo
Coloque 
o dedo 
aqui
Tampe o bico 
com o dedo 
e encha 10mL
Destampe
o bico e inicie
o temporizador
Pare em 
10 segundos
1. 2.
3. 4.
10
!
10
10
10
10
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
TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Após o uso da seringa para determinação do espessamento, temos as seguintes 
denições (CICHERO et al., 2019):
0 – LÍQUIDO FINO
Flui como água; fuxo rápido; pode ser bebido através de qualquer tipo de bico,
copo ou canudo.
1 – MUITO LEVEMENTE ESPESSADO
Mais espesso que a água; requer um pouco mais de esorço para beber do que
líquidos nos; fui através de canudo, seringa, bico; semelhante à espessura da
órmula antirregurgitação.
2 – LEVEMENTE ESPESSADO
Flui de uma colher; pode ser bebido em goles, derrama rapidamente de uma colher;
é necessário um esorço leve para beber através de um canudo de oriício padrão
(5.3mm de diâmetro).
3 – LIQUIDIFICADO MODERADAMENTE ESPESSADO
Pode ser bebido em um copo; é necessário um esorço moderado para sugar através
de um canudo de oriício padrão ou largo (6.9mm de diâmetro); não pode ser comido
com um garo; pode ser comido com uma colher e engolido diretamente; textura lisa e
sem “pedaços” (grumos, bras, pedaços de pele ou casca, cartilagem ou osso).
4 – PASTOSO EXTREMAMENTE ESPESSADO
Normalmente comido com uma colher (com um garo é possível); não pode ser
bebido em um copo porque não fui acilmente nem sugado por canudo; não exige
mastigação; mostra algum movimento muito lento sob a gravidade, mas não pode
ser derramado; cai da colher em uma única colherada quando inclinada; sem gru-
mos; não pegajoso; o líquido não deve se separar do sólido.
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O uso de espessantes, para paciente disfágico é 
essencial (CICHERO et al., 2019), inclusive para
líquidos como a água. Como nutricionistas preci-
samos aprender e entender essas particularidades 
não apenas para cumprir a consistência orientada,
mas para sensibilizar o paciente para a adesão ao tratamento, visto que o 
consumo de alimentos espessados não é atrativo.
O uso de
espessantes, para
paciente disfágico é
essencial
Para entender melhor o novo consenso sobre a classicação do espessamento,
sugiro a leitura do material da IDDSI, na íntegra. Recursos de mídia disponíveis no
conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
EU INDICO
Dietas Especializadas
Ainda temos as dietas especiali-
zadas/terapêuticas. Como sem-
pre digo cada instituição terá suas
prioridades conforme a clientela 
atendida para definir o que será 
padronizado. Algumas dietas, en-
tretanto, são habituais (SANTOS 
et. al., 2021; ICESP, 2017):
DIETA PARA DIABETES
Delineada para pacientes com diabetes mellitus, apresentando controle em quantida-
de de carboidratos (índice e carga glicêmica): geralmente rica em bras, com exclu-
são/restrição de alimentos renados e da adição de sacarose.
UNICESUMAR
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
DIETA HIPOSSÓDICA
Delineada para pacientes com Hipertensão Arterial Sistêmica, ou outras cardiopatias
que necessitem da restrição do sódio para auxílio no controle da pressão arterial.
Geralmente composta por alimentos sem adição de sal e são ornecidasas gramas de
sal determinadas pela equipe, de orma adicional.
DIETA LAXATIVA
Delineada para pacientes constipados ou que necessitem maior aporte de bras e
líquidos. Geralmente, é uma dieta com mudança de alimentos renados por alimentos
integrais, uso de alimentos potencialmente laxativos, acréscimo de bras e retirada de
alimentos constipantes.
DIETA CONSTIPANTE OU SEM RESÍDUOS
Delineada para pacientes com quadros de diarreia. A composição será de alimentos
diminuídos em bras ou com bras solúveis, bem como restrição do uso de lactose,
ajustando a oerta de líquidos e eletrólitos.
DIETA PARA DOENÇA RENAL
Delineadas para pacientes com doenças renais em tratamento conservador ou em
diálise. Para cada caso, serão ajustadas às necessidades especícas, como quantidade
de proteínas, potássio e ósoro. Deve ser determinada a necessidade de restrição
hídrica, estipulando a quantidade permitida nas 24h.
DIETA PARA GASTRITE / ÚLCERA
Delineadas para pacientes que apresentem gastrite ou úlcera, ou um quadro de
hemorragia digestiva, que necessitem de uma alimentação abrandada e não ácida
para avorecer a sua recuperação.
Para cada situação
de saúde, podem
ser utilizadas dietas
específcas
Para cada situação de saúde, podem ser utilizadas
dietas especícas é de suma importância que a equi-
pe dena as suas prioridades. Existem ainda algumas 
dietas terapêuticas comuns em ambiente hospitalar
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4
Outro ponto que comumente observamos em ambiente hospitalar são pacien-
tes que apresentam múltiplas enfermidades e necessidades de dietas especí-
cas que intercruzem os diversos tipos, por exemplo: um paciente diabético
que apresenta insuciência renal crônica. Nesse caso, precisamos entender as 
prioridades terapêuticas do paciente para assim denir na prescrição dietética 
como será a composição alimentar e que alimentos e nutrientes iremos modi-
car a m de atender essas necessidades especícas.
que são apenas ajustes em nutrientes, como: dieta hiperproteica; dieta hipercaló-
rica e hiperproteica; dieta hipolipídica; dieta hipoproteica. Nesses casos, as dietas
são similares à dieta LIVRE, entretanto com ajustes no macronutriente especíco.
Uma dieta ainda utilizada é a dieta neutropênica, ou dieta sem crus. Usualmente
essa dieta vinha com a intenção de garantir uma diminuição da proporção de
microrganismos nos alimentos e com isso não colocar em risco de inecção
pacientes que estavam com seu sistema imune debilitado (em especial pacientes
oncológicos em neutropenia ou após transplante).
Entretanto, após diversos estudos e metanálises, percebeu-se não haver
conrmação de beneícios, pelo contrário, por se restringirem diversos tipos de
alimentos, em especial crus (vegetais), diminuía-se o aporte de vitaminas, minerais
e antioxidantes que apresentam papel undamental para a recuperação da
imunidade. Por isso, a última diretriz da ESPEN (2021) chegou ao consenso de não
aconselhar mais esse tipo de terapia.
APROFUNDANDO
UNICESUMAR
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5
TEMA DE APRENDIZAGEM 3
DIETAS DE PROVAS E SUAS PARTICULARIDADES
Dentro do contexto hospitalar teremos dietas delineadas para preparo de exames, 
para pré-operatório, para atender ao processo de desmame de sonda, ou mesmo 
uma evolução dietética após longo período em jejum (SANTOS et. al., 2021).
Ao longo dos últimos anos, alguns conceitos foram sendo modificados. 
Antigamente era habitual deixar pacientes muitas horas e mesmo dia em 
jejum para ter a certeza de que o alimento não atrapalharia os procedimentos,
seja com possíveis aspirações, vômitos, estase gástrica. Entretanto, com a 
ampliação dos estudos e a percepção do agravamento dos casos de desnutrição 
intra-hospitalar, uma das premissas é que ocorra abreviação de jejum, ou
seja, que se inicie a alimentação de forma precoce ou mesmo, que o paciente 
fique em jejum o mínimo de tempo necessário.
Dentro desse contexto temos a dieta de prova, que é indicada para
casos cirurgia de cabeça e pescoço, pós-operatório, transtornos intestinais 
e preparos de exame, sendo basicamente composta por: água, chás, água de 
coco, isotônicos e gelatinas diet. Essa composição serve apenas para uma
adaptação do paciente, e nela não se faz uso de alimentos ricos em gordura 
e carboidratos simples, visto o risco de o paciente apresentar síndrome de 
realimentação e síndrome de dumping.
8

Ampliando um pouquinho os conceitos anteriormente apresentados, temos
como denição:
Síndrome de Realimentação (SR): conorme Sad et al. (2019), a SR é uma reação
anabólica em decorrência da terapia nutricional. Ela ocorre especialmente em
pacientes desnutridos ou que tenham sorido um quadro catabólico grave (idosos,
pacientes HIV e doentes críticos tem maior risco), e que estejam em jejum por
mais de cinco dias ou recebendo um aporte calórico muito baixo nos últimos dias.
Ao apresentar a SR, o paciente pode ter sintomas leves, com piora clínica e em
quadros graves pode mesmo levar a morte cardíaca súbita.
Síndrome de Dumping (SD): conorme Chaves e Desteani (2016), a SD é uma das
síndromes mais comuns após gastrectomias (incluindo as cirurgias bariátricas) e
está relacionada com sintomas vasomotores e gastrointestinais, devido ao rápido
esvaziamento gástrico rápido e a grande exposição a nutrientes no intestino
delgado, com resposta siológicas de:
liberação de bradicinina, serotonina e enteroglucagon, juntamente
com líquido extracelular, levando aos sintomas iniciais (necessidade
de deitar, palpitação, hipotensão arterial, taquicardia, adiga, tontura,
sudorese, dor de cabeça, rubor, calor, sensação de saciedade, dor
e plenitude epigástrica, diarreia, náusea, vômito, cólica, inchaço, e
borborigmo) em menos de 30 min, e dentro de 90 min a 3 h, aos
sintomas tardios (transpiração, tremor, diculdade em concentrar-
se, perda de consciência e ome) devido à alta secreção de insulina
provocando a hipoglicemia (CHAVES; DESTEFANI, 2016, p. 117).
ZOOM NO CONHECIMENTO
Percebendo essas possíveis complicações, entende-se 
que a dieta de prova se faz importante para conseguir-
mos uma evolução gradual da dieta, mantendo uma 
segurança ao paciente e mesmo realizando uma ali-
mentação precoce, diminuindo quadros de riscos nu-
tricionais. Entretanto, o que preciso deixar claro é sua 
transitoriedade, exatamente por ser uma dieta restri-
ta, não sendo nutricionalmente adequada para segui-
mento, demonstrando a importância do acompanha-
mento nutricional para a evolução da dieta assim que 
o paciente mostrar boa tolerância com a alimentação.
UNICESUMAR
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1
TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Pré e Pós-cirúrgico
Dentre as dietas de prova, temos as dietas específicas para períodos pré e 
pós-operatórios.
Obviamente, conseguimos compreender que pessoas submetidas a pro-
cedimentos cirúrgicos necessitam aporte nutricional diferenciado, princi-
palmente quando consideramos as grandes cirurgias ou pacientes que es-
tejam em risco nutricional. Conforme o Inquérito Brasileiro de Avaliação
Nutricional Hospitalar (IBANUTRI), sabe-se que cerca de 48% dos pacientes 
hospitalizados estão em estado de desnutrição, sendo que dentre os pacientes 
cirúrgicos, esse índice é de 35 a 60% (ARARIPE et al., 2019).
Há grande respaldo para o uso de dietas imunomoduladoras no período 
pré-operatório, apresentando benefícios tanto para a ecácia do procedimento 
como para uma recupe-
ração precoce do pacien-
te. Entretanto, ainda não 
há consenso e prática
dessa diretriz por parte 
dos cirurgiões, fazendo 
com que o nutricionista 
desempenhe um papel 
importante de dissemi-
nação da informação e
atuação interdisciplinar.
Realizar uma alimentação pré-operatória que vise recuperação do risco nutricio-
nal, melhora de quadros de sarcopenia, compensação de diabete, uso de imu-
nonutrientes (dentre os mais estudados ômega-3, arginina e nucleotídeos) têm
demonstrado uma melhor recuperação, assim como melhora da capacidade un-
cional do paciente, modulação da resposta infamatória no pós-cirúrgico, melhora
da cicatrização, diminuiçãoda morbidade, redução de complicações e mesmo
redução em tempo de internação. O uso de ômega-3 e outros imunonutrientes
são especialmente positivos em pacientes que irão realizar cirurgia oncológica,
principalmente se já estiverem em estado de risco nutricional ou desnutrição.
APROFUNDANDO
8
8
Outro ponto que ainda apresenta resistência por parte dos prossionais médicos, 
tanto anestesistas quanto cirurgiões, mas que já está bem fundamentada, e vêm
sendo estudada e comprovada há muitos anos, é a abreviação de jejum (DE-A-
GUILAR-NASCIMENTO et. al., 2017). Muitas condutas perioperatórias, dentre 
elas, manter pacientes em jejum de horas ou mesmo de dia no período antes da
cirurgia é obsoleta, e observando as evidências cientícas deveriam ser abando-
nadas. Infelizmente, a realidade dos hospitais brasileiros permanece, ainda, com 
tempo de jejum muito maior do que o recomendado.
“ O jejum pré-operatório não deve ser prolongado. Para a maioria dos 
pacientes candidatos a procedimentos eletivos recomenda-se jejum 
de sólidos de 6-8h antes da indução anestésica. Líquidos contendo 
carboidratos (maltodextrina) devem ser ingeridos até 2h antes da 
anestesia, exceto para casos de retardo no esvaziamento esofágico 
ou gástrico, ou em procedimentos de emergência (DE-AGUILAR-
-NASCIMENTO et. al., 2017, p. 637).
Conforme os estudos têm demonstrado, o volume de resíduo gástrico é similar 
para pacientes que cam 12 horas e os que cam com jejum de sólidos de 6 
horas, e de líquidos 2 horas, e mesmo demonstrou que essa abreviação não
aumentou risco de aspiração ou pneumonia, trazendo benefícios tanto de bem-
estar ao paciente, quanto de melhora de parâmetros metabólicos, reforçando 
a segurança deste protocolo (DE-AGUILAR-NASCIMENTO et. al., 2017). A 
realidade brasileira ainda não é condizente com essa orientação, como exemplo, 
no estudo de Araripe et al. (2019), demonstraram que pacientes em cirurgia 
de médio porte tiveram uma média de 16h de jejum, enquanto os de cirurgia
Atualmente, já se fala não apenas do uso de
carboidratos de rápida absorção nesse período, 
mas a possibilidade de utilizar aminoácidos ou 
mesmo proteínas hidrolisadas. Perceberam-se
benefícios ainda maiores no que diz respeito à 
resistência à insulina, capacidade funcional e di-
minuição do risco de inflamação. 
de grande porte permaneceram por mais ou menos 15h em 
jejum; em geral, a média no Brasil são cerca de 18h de jejum.
UNICESUMAR
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9
TEMA DE APRENDIZAGEM 3
O mesmo paradigma é enfrentado no pós-cirúrgico, em que ainda são utilizados 
protocolos mantendo pacientes em jejum por longos períodos, principalmente 
em cirurgias mais complexas e que sejam do trato gastrointestinal. Entretanto, 
já existem estudos mostrando segurança do início precoce da alimentação do 
paciente, sendo que o maior critério seja estabilidade hemodinâmica. Dentre as 
complicações mais comuns que retardam o início da dieta estão náuseas, vômitos
e distensão abdominal. 
A recomendação atual é que os pacientes iniciem uma alimentação, 
preferivelmente via oral, em até 24 horas após a cirurgia. Conforme as diretrizes
da ESPEN para cirurgia (2021), atender às necessidades dos pacientes, e garantir 
seu estado nutricional têm enorme impacto em morbidade e mortalidade, 
demonstrando a importância da nutrição para esse público.
O que precisamos entender é que a proteína deve ser oertada na orma de
aminoácidos livres ou pequenos nucleotídeos para que haja rápida absorção e
rápido esvaziamento gástrico, mantendo assim a segurança do paciente para o
procedimento (ESPEN, 2021).
Dentre as características a serem observadas para determinar o equilíbrio he-
modinâmico estão: choque séptico, débito cardíaco diminuído, perusão tissular
inecaz, ventilação espontânea prejudicada, hipertermia, síndrome de décit do
autocuidado, risco de glicemia instável e risco de integridade da pele prejudicada.
Esses cuidados são realizados pela equipe de enermagem e equipe médica.
APROFUNDANDO
Habitualmente, para início da dieta pode ser utilizada a dieta de prova, com 
rápida evolução conforme for sendo percebida a tolerância do paciente à alimen-
tação. Para pacientes em cirurgia de pequeno porte ou mesmo cirurgia eletiva,
sugere-se a liberação de dieta precoce e conforme a vontade do paciente, ou seja, 
manter alimentos e consistências que ele mesmo se sinta confortável para ingerir.
Em caso de pacientes cirúrgicos de risco que não tenham condições clínicas
de alimentação oral, também é sugerida a alimentação precoce, usando vias 
alternativas, seja via enteral e, em últimos casos, via parenteral.
9

 Para esses pacientes também serão realizadas evoluções de dieta graduais 
para evitar em especial a SR, entretanto necessitam um acompanhamento
individualizado para garantir a sua recuperação. Sendo que pacientes que 
não conseguem atingir a ingestão de pelo menos 50% de suas necessidades 
são elegíveis para iniciar tratamento com terapia nutricional, seja por meio de
suplementos orais ou mesmo enterais.
ACERTO: acelerando a recuperação total pós-operatória 
O livro visa compilar as últimas reerências e indicações sobre
a abreviação do jejum tanto no pré quanto no pós-operatório.
Ao longo do livro, conseguimos compreender a siologia do
paciente mediante aos procedimentos e entender em cada
especialidade como aplicar essas condutas que além de
garantirem maior bem-estar ao paciente proporcionam ainda a
sua recuperação precoce.
INDICAÇÃO DE LIVRO
Exames laboratoriais
VOCÊ SABE RESPONDER?
Quando vamos coletar exames de sangue são geralmente orientadas algumas
horas de jejum. Você sabe qual a razão desse preparo?
Pode parecer desnecessário falarmos um pouco sobre o preparo para exames 
laboratoriais, entretanto, não realizar esses protocolos pode inuenciar nos re-
sultados, aumentar a necessidade de recoleta, e por vezes atrapalha ou atrasa
diagnósticos importantes. 
A maioria dos exames não necessita preparos muito signicativos, em geral, 
especialmente os laboratoriais, vão necessitar apenas de algumas horas de jejum.
Entretanto, alguns exames, como a colonoscopia, por exemplo, irão necessitar 
alguns dias de preparo com alimentações especícas.
UNICESUMAR
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
TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Para a coleta de exames laboratoriais, alguns como: glicose, triglicerídeos, 
ferro sérico, hemograma, necessitam jejum de 4 a 14 horas. O jejum, nesse
caso, serve para que consigamos ter parâmetros adequados no resultado, visto 
que não fazer jejum ou manter períodos maiores do que os recomendados 
irão interferir diretamente no resultado, pois o corpo realizará reações
metabólicas compensatórias trazendo assim resultados equivocados. 
O jejum, nesses casos, compreende todos os tipos de alimentos, assim como 
chás, sucos, café, bebida alcoólica. Todavia, o consumo de água é indicado, até 
para que o indivíduo permaneça bem hidratado, o que facilita a coleta de sangue. 
Em caso de outros exames, temos alguns critérios (SANTOS et. al., 
2021, ICESP, 2017):
PET-SCAN
• Necessita preparo de 24h antes da realização do exame, azendo uma restrição de
carboidratos, como, por exemplo: Açúcar (renado, cristal, mascavo), mel, e doces
em geral; Sucos/rerigerantes com açúcar e bebidas alcoólicas; Arroz emassas em
geral; Cereais matinais (granola, focos demilho); Grãos como eijão, lentilha, ervilha;
Tubérculos como, batata, batata-doce, mandioquinha, beterraba e cenoura; Farinhas em
geral (trigo, centeio, arroz, aveia), biscoitos, pães, bolos; Frutas; Iogurte, leite e derivados.
• No dia do exame, sugere-se jejum de 6 horas, e antes disso o consumo apenas de
líquidos não adoçados e ovos.
PESQUISA DE SANGUE OCULTO NAS FEZES
• Necessita da retirada de alguns alimentos para observar a presença real de sangue.
O ideal é um preparo de 3 dias, com retirada de alimentos como: carnes (qualquer
tipo), alguns vegetais (rabanete, nabo, beterraba, cenoura, abóbora e os clorolados:
espinare, alace, bertalha), assim como eijão, gema de ovo, bananadae goiabada,
medicamentos à base de erro.
CINTILOGRAFIA DE TIREOIDE
• Retiram-se alimentos ricos em iodo, para conseguir visualizar no exame sítios de
acúmulo de íon radioativo, para denir áreas diminuídas ou aumentadas da glândula.
• O ideal é que seja um preparo de 7 dias com a retirada de alimentos como: Peixes,
alimentos do mar, brócolis, agrião, espinare, caqui, sal.
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
COLONOSCOPIA
• Para conseguir executar o exame e mesmo obter resultado ecaz, precisa-se de
um preparo de limpeza do cólon por 2 dias. O mesmo se dará pela mudança na
alimentação e inclusão de medicamentos laxativos.
• A alimentação deve ser de base leve, com o mínimo de bras e sem o consumo de
alimentos corantes (em especial os vermelhos, sejam naturais ou articiais). Pree-
re-se o consumo de: arroz branco, purê de batatas, ovos cozidos, rango ou peixe
grelhado, macarrão sem molho vermelho, caldo de rango, bolacha de água e sal,
gelatinas de cores claras.
• Realizar o consumo de pelo menos 2 litros de líquidos (água, chás claros, sucos ou
bebidas isotônicas).
• Alimentos que não devem ser ingeridos: carnes vermelhas, verduras e legumes em
geral, rutas e cascas, leite e derivados, rerigerantes, bebida alcoólica.
• Geralmente, o jejum se inicia de 4 a 6 horas antes do exame.
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA PARA DIAGNÓSTICO DE ENDOMETRIOSE
• Para o diagnóstico de endometriose, a ressonância irá mostrar imagens de toda
a pelve em múltiplos planos auxiliando assim o diagnóstico. Entretanto para sua
eetividade necessitamos de uma limpeza do cólon e diminuição de peristaltismo,
por isso recomenda-se 24 horas antes do exame uma dieta pobre em resíduos (sem
bras e lácteos), assim como geralmente associa-se o uso de laxativos e medica-
mentos antiespasmódicos.
Cada laboratório irá solicitar preparos diferentes para seus propósitos. Por isso,
cabe aos prossionais a boa comunicação para conseguir organizar os protocolos 
corretos que atendam às necessidades de cada instituição. 
UNICESUMAR
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
TEMA DE APRENDIZAGEM 3
PRESCRIÇÃO DIETÉTICA E EVOLUÇÃO
Como estamos discutindo ao longo do conteúdo, a prescrição dietética deve ser 
criteriosa. Vamos lembrar os passos necessários para chegar até uma prescrição 
dietética assertiva?
Inicialmente, iremos triar o paciente, realizar uma avaliação nutricional com-
pleta (dados objetivos e subjetivos) para um bom diagnóstico; interpretar todos 
os dados coletados e relacionar com o quadro diagnóstico do paciente e a con-
duta dos outros prossionais, e apenas após esse procedimento iremos realizar 
a prescrição da dieta. Certo?
O planejamento dietético de um paciente deve ser rotineiramente avaliado
ao longo de toda a sua internação, e consequentemente ajustado quando houver 
necessidade, seja através de evolução ou involução de dieta.
Pensando em um paciente que interna para um procedimento cirúrgico, ini-
ciaremos com dieta padrão; 6h antes do procedimento iniciamos o protocolo de 
jejum para sólidos e 2h antes jejum para líquidos. Após o procedimento, e se o 
paciente estiver hemodinamicamente estável, iremos reiniciar uma alimentação 
oral o mais rápido possível, procurando não ultrapassar 24h. 
Para iniciar a dieta, se o paciente tiver realizado um procedimento simples, sem 
interferência em trato gastrointestinal, será iniciada uma dieta em consistência 
sólida conforme as necessidades do paciente. Já se houver comprometimento de 
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trato gastrointestinal, deverá ser observada a condição do paciente e iniciar com 
uma dieta em evolução gradual, com (Figura 2):
Figura 2 - Fluxograma de evolução de dieta no pós-cirúrgico / Fonte: a autora.
Descrição da Imagem: a gura ilustra um uxograma de evolução das dietas em pós-cirúrgico. Após o início com 
a dieta de prova, os seguintes blocos são ligados sequencialmente: Dieta líquida, dieta líquida-pastosa, dieta 
pastosa, dieta leve, dieta livre. Fim da descrição.
Dieta de
Prova
Dieta líquida
Dieta
líquida-pastosa
Dieta Livre Dieta Leve Dieta Pastosa
Toda a evolução da dieta deve ser realizada após reavaliação do nutricionista 
clínico que irá observar as condições clínicas do paciente e a sua tolerância. 
Além da dieta, dependendo o caso, deverão ser aliadas complementações/
suplementações que visam à recuperação precoce do indivíduo.
UNICESUMAR
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Paciente com
dieta de Prova
Se boa
tolerância
Evolução da
dieta
Reavaliação
Nutricional
Permanece
tolerando
Segue em
evolução de
dieta
Tolerou
Parcialmente
Manter dieta
Adequar com
terapia
nutricional
Não tolerou
Retomar dieta
anterior
Iniciar com
Terapia
Nutricional
Figura 3 - Fluxograma de Avaliação de Tolerância da dieta / Fonte: a autora.
Descrição da Imagem: a gura ilustra um uxograma de procedimento para avaliação da evolução das dietas 
no pós-cirúrgico. Após o início com a dieta de prova, os seguintes blocos são ligados sequencialmente: Se boa 
tolerância; evolução da dieta; reavaliação nutricional. Abrem-se 3 hipóteses: Permanece tolerando; segue em 
evolução de dieta ou tolerou parcialmente; manter dieta; adequar com terapia nutricional ou não tolerou; retomar 
dieta anterior ou iniciar com terapia nutricional. Fim da descrição.
Em alguns casos, vamos precisar involuir dietas se houver piora de seu quadro, 
como, por exemplo, um paciente que vinha com dieta livre com boa tolerância e 
apresentou aspiração e necessitará mudança para uma dieta líquida espessada. Ou 
mesmo, um paciente que esteja em recuperação pós-cirúrgica e esteja com dieta 
líquida e na evolução para dieta leve apresentou distensão abdominal e vômitos, 
precisa retornar para dieta líquida até melhora do quadro, como mostra a Figura 3.
Coloco esses exemplos, para reforçar que o acompa-
nhamento nutricional ao longo da internação é fun-
damental para conseguir realizar a efetiva recuperação
do paciente e adequação de sua alimentação. Ao estar 
em um hospital, precisamos ter o olhar de que o pa-
ciente apresenta alguma condição em sua saúde, ou
O acompanhamento
nutricional ao longo
da internação é
fundamental
9

seja, não está saudável, e precisa desse acompanhamento criterioso para antever 
problemas e conseguir auxiliá-lo com a alimentação o mais adequada possível para
sua recuperação. Sem contar que a presença do nutricionista com esse olhar, que 
não considera apenas o nutriente, mas entende o sentimento relacionado ao alimen-
to, permite com que haja uma maior adesão do paciente aos tratamentos propostos.
Gostou do que discutimos até aqui? Tenho mais para conversar com você a
respeito deste tema, vamos lá? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo
digital do ambiente virtual de aprendizagem 
EM FOCO
NOVOS DESAFIOS
Entendemos que o trabalho da nutrição clínica está intimamente conectado com os 
demais prossionais que atuam no ambiente hospitalar, sendo que a Equipe de Nutri-
ção é uma aliada ao nosso trabalho, pois irá executar o que estivermos prescrevendo.
Dietas hospitalares apesar de serem padronizadas para facilitar a execução 
por parte da Equipe de Nutrição, também apre-
sentam particularidades e cabe ao nutricionista clí-
nico atuar de forma interdisciplinar com o nutri-
cionista da produção para montarem o Manual de
Dietas que seja adequado para a Instituição em que 
estão trabalhando, conseguindo alcançar as deman-
das de todos os pacientes assistidos. E mesmo em
situações mais sensíveis, como antes ou depois de procedimentos cirúrgicos, 
a alimentação precoce pode oferecer diversos benefícios ao paciente, como 
menor morbidade e mortalidade, sem contar no bem-estar do indivíduo.
Levando em conta o que aprendeu até aqui, o meu desao a você, é que 
você se torne um prossional inquieto, que esteja sempre em busca de novas 
evidências e entenda o papel central que o paciente tem em sua recuperação, 
tendo um olhar cientíco e humano ao mesmo tempo, podendo assim transfor-
mar a experiência do paciente com uma alimentação que traga para ele todos 
os benefícios para sua recuperação, mas que sejaacolhedora e gere autonomia.
A alimentação
precoce pode
oferecer diversos
benefícios ao
paciente
UNICESUMAR
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1
1. O Guia Alimentar para a População Brasileira deve ser usado como norteador para todas
as ações de saúde relacionadas com a nossa alimentação, em âmbito hospitalar também
podemos usar as suas diretrizes para ormular nossas dietas. Entre as afrmativas abaixo,
qual delas não contempla as recomendações do nosso guia?
a) As recomendações devem estar de acordo com as condições de saúde da população.
b) Os alimentos in natura ou minimamente processados devem ser a base da alimentação
c) Alimentação adequada e saudável deriva de sistema alimentar socialmente e ambien-
talmente sustentável
d) Prera legumes, verduras e rutas da estação e cultivados localmente.
e) Limite o uso de alimentos ultraprocessados, consumindo-os, em pequenas quantidades
2. Para o uncionamento do Serviço de Nutrição e Dietética, é primordial existir uma padroni-
zação da dieta hospitalar. Pensando nas dietas padrão, podemos afrmar:
I - As dietas hospitalares devem no mínimo atingir 20Kcal/Kg/dia e 1,5g de proteínas/
Kg/dia.
II - A dieta livre é adequada para todos os pacientes internados, por ser uma dieta inicial.
III - A dieta leve é uma dieta equilibrada em macro e micronutrientes, mas apresenta
diminuição em quantidade de bras, por serem abrandadas.
É correto o que se arma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
VAMOS PRATICAR
9
8
3. Quando um paciente inicia a alimentação após um longo período de jejum é habitual utili-
zarmos uma dieta chamada DIETA DE PROVA. Considerando essa liberação de dieta após
longo período de jejum e a dieta de prova, podemos dizer que:
I - Adieta de prova deve sermantida até que o paciente esteja completamente recuperado.
II - Atualmente é preconizado diminuir o tempo de jejum empós-operatórios, iniciando com
dietas de prova em no máximo 24 horas.
III - Adieta de prova é composta basicamente por líquidos, como: água, chás, leite, gelatina.
IV - A dieta de prova é transitória, visto ser restrita em macro e micronutrientes.
É correto o que se arma em:
a) I, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
VAMOS PRATICAR
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9
REFERÊNCIAS
ALVITE, M. F. L.; PIOVACARI, S. M. F.; NASCIMENTO, D. B. D. Parecer da BRASPEN sobre pres-
crição de volume, consistência e suplemento nutricional no paciente diságico. BRASPEN, São
Paulo, v. 34, n. 4, p. 418-420, 2019.
ARARIPE, T. S. O. et al. Impacto do estado nutricional e do tempo de jejum nas complicações
gastrointestinais e no tempo de hospitalização em pacientes cirúrgicos. HU ver, Juiz de Fora, v.
45, n. 1, p. 22-30, 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de atenção à saúde. Departamento de atenção Básica.
Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed., Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
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CICHERO J. et al. Development o international terminology and denitions or texture-modied
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Multidisciplinar da Saúde, Fortaleza, v. 3, n. 1, p. 14-26, 2021.
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1. Opção E. Os ultraprocessados devem ser evitados, pois devido aos seus ingredientes, são
nutricionalmente desequilibrados.
2. Opção B.
3. Opção B.
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
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UNIDADE 4
MINHAS METAS
SUPLEMENTAÇÃO ORAL
DE VITAMINAS E MINERAIS
Compreender sobre necessidade de suplementação.
Conhecer doses recomendadas de suplementos e a legislação pertinente ao seu uso.
Entender sobre a importância da biodisponibilidade dos nutrientes.
Conhecer a prescrição de vitaminas.
Conhecer a prescrição de minerais.
Conhecer a prescrição de outros elementos.
Conhecer a necessidade de suplementação na cirurgia bariátrica.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 4
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INICIE SUA JORNADA
A avaliação nutricional de um paciente permeia desde compreender quais alimentos 
a pessoa consome, até se tudo o que está consumindo garante as suas necessidades 
nutricionais, não apenas de macronutrientes, mas também dos micronutrientes.
Pensando nessa situação, você consegue elaborar como fazer uma avaliação 
adequada? O que perguntar para saber que nutrientes são mais importantes? 
E ainda, consegue elaborar uma alimentação e suplementação adequada para
suprir as necessidades reais do seu paciente?
Obviamente que todos esses aspectos são complexos e vão ser inuenciados 
por diversas variáveis, como: patologias de base, nível nutricional, idade, hábitos
alimentares, situação clínica, dentre tantos outros.
E após determinar o que é necessário, devemos sempre priorizar o uso de 
alimentos para recuperação, entretanto, em alguns casos, precisamos lançar mão
do uso de suplementos a m de corrigir deciências mais graves e fazer com que 
nosso paciente apresente melhora.
Neste tema, vamos falar um pouco sobre a suplementação oral, entendendo 
que para isso precisamos compreender sobre a bioquímica dos nutrientes, seu pa-
pel na siologia do paciente e ainda considerar a relevância e o custo do mesmo.
Temos hoje uma innidade de suplementos disponíveis para nosso consumo. Basta
chegarmos emummercado, loja de produtos naturais, armácias oumesmoem revisti-
nhasdeprodutosquepoderemos teracessoa todo tipodesuplemento. Entretanto, será
que todos precisamde suplementos? É o que abordaremos emnosso podcast!Recur-
sos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem 
PLAY NO CONHECIMENTO
VAMOS RECORDAR?
Dentre as atribuições dos nutricionistas está a possibilidade da prescrição de
suplementos nutricionais incluindo nutrientes. Vamos relembrar a legislação que
normatiza essa prescrição. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do
ambiente virtual de aprendizagem 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES DE SUPLEMENTAÇÃO
Suplementar ou não? Essa é uma questão que todos os nutricionistas enfrentam em 
sua prática clínica e dentre as tantas estratégias nutricionais que temos, atualmente 
utilizar suplementos faz a diferença em nossos tratamentos, visto que pelo padrão
dietético atual, nossa população por vezes apresenta diversas deciências que pre-
cisam ser corrigidas para a melhora de sua saúde. E essa situação está presente não
apenas em pacientes desnutridos, mas também em obesos (BERGER et al., 2022).
Em nível hospitalar, o nutricionista em geral recorre a suplementos orais com-
pletos que não apenas fornecem aporte de macronutrientes de forma concen-
trada, mas em muitos casos garantem o fornecimento dos micronutrientes con-
forme a RDA (Recommended Dietary Allowance). 
Usos de vitaminas e mineraisde forma pontual e em doses elevadas, em 
geral, fazem parte de uma prescrição médica, e para pacientes internados, a 
suplementação será via parenteral. Conforme a recomendação da ESPEN
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(e European Society for Clinical Nutrition and Metabolism), sempre que 
possível e puder ser feito com segurança e de maneira ecaz, a suplementação
deve ser ofertada via oral ou enteral (BERGER et al., 2022). Entretanto, em 
nível ambulatorial e clínico, o nutricionista pode recorrer a mais essa estratégia 
a m de suprir as necessidades do paciente.
Mas como determinar quais suplementos utilizar e quais as doses? Ao uti-
lizarmos nutrientes via enteral precisamos compreender que ele passará por 
um processo de absorção via intestinal, e que nesse caminho poderão existir 
reações entre alimentos e nutrientes que impactarão na sua absorção. Após 
entrar na circulação sofrerão processos de biotransformação o que poderá 
aumentar ou não a sua ecácia, entendendo ainda que geneticamente o indi-
víduo pode ter mutações que fazem converter os nutrientes de forma lenta ou 
rápida, podendo aumentar risco de toxicidade ou de deciência. 
E por m, temos ainda a última etapa, que é a de eliminação, e pode ser 
feita via renal (sendo a mais comum), mas ainda via bile, suor, leite materno, 
saliva e mesmo outras secreções orgânicas (PASCHOAL et al., 2015).
Compreendendo todo esse processo, caberá ao nutricionista mediante uma
boa anamnese alimentar, que irá considerar a condição clínica do paciente, sua 
avaliação física (sinais e sintomas que determinam potenciais carências ou ex-
cessos de nutrientes), exames laboratoriais (que irão demonstrar efetivamente
quantidades séricas dos nutrientes) e análise da composição da alimentação 
do paciente, determinar quais os nutrientes serão necessários como comple-
mentação, qual composto, dose a ser utilizado e por quanto tempo.
Diversas formas de suplementos podem ser prescritas e utilizadas pelos 
nutricionistas, podemos escolher tanto produtos prontos (que têm como vanta-
gem palatabilidade, estabilidade, recursos técnicos e mesmo validade), quanto
podemos recorrer a produtos manipulados (que têm como vantagens o uso 
de fórmulas ajustadas à necessidade dos pacientes, assim como a escolha de 
princípios ativos que considere mais ecazes).
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estabelece a re-
gulamentação da suplementação através das RDCs e instruções normati-
vas que demonstram quais os ativos podem ser utilizados e em que dose,
e como os mesmos devem ser descritos. Atualmente, temos as seguintes 
recomendações em vigor: RDC 239 e 243 de 2018 e Instruções Normativas 
28/2018 e 76/2020.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
Uma prescrição de nutrientes é a indicação de uma conduta especíca, que deve
seguir algumas especicações, como a determinação de dose, requência, e
período de administração do composto.
Ainda precisamos denir claramente a forma farmacêutica, o tipo de apresenta-
ção (cápsula, sachê, pastilha, comprimido, pó...) (PASCHOAL et al., 2015). Essa 
prescrição deve ser documentada e estar registrada no prontuário do paciente, 
seja na internação ou no ambulatório, para permitir a rastreabilidade e garantir 
a segurança do paciente.
Para determinação de dose, nós, nutricionistas, podemos atuar com níveis 
de segurança conforme as DRIs (Dietary Reference Intakes), podendo atingir 
ao limite máximo conforme as UL (Tolerable Upper Intake Level), doses acima 
dessas recomendações só deverão ser prescritas por prossionais médicos.
Diversas são as tabelas com as recomendações dos nutrientes, com denições
especícas conorme a aixa etária. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo
digital do ambiente virtual de aprendizagem 
EU INDICO
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Resumindo, a seguir apresentamos um uxograma para determinação de 
suplementação:
Figura 1 - Fluxograma para decisão da suplementação / Fonte: a autora.
Descrição da Imagem: a imagem apresenta um uxograma sobre suplementação, com possíveis escolhas. Pri-
meiro quadro diz: Paciente aceita VO (via oral), está nutrido, e apresenta sinais de deciência de nutrientes e 
uma seta sinaliza para o segundo quadro que diz: Usa-se suplemento com os nutrientes especícos em baixa 
dose. Abaixo um terceiro quadro diz: Paciente aceita VO, está nutrido, e além de sinais, apresenta diminuição 
de níveis séricos de nutrientes e uma seta sinaliza para um quarto quadro que diz: Ajusta-se a dose conforme a 
necessidade, podendo chegar ao UL (nível máximo tolerável de ingestão). Abaixo um quinto quadro diz: Paciente 
em risco nutricional, tolera parcialmente VO e apresenta sinais de outras deciências e uma seta sinaliza para o 
sexto quadro que diz: Usa-se suplemento completo para suprir necessidades de macro e micronutrientes. Abaixo 
o sétimo quadro diz: Paciente em risco nutricional, baixa tolerância VO e sinais de deciência nutricional e uma 
seta sinaliza ao oitavo quadro que diz: Considera-se o uso de TNE (Terapia Nutricional enteral) para suplementação 
de macro e micronutrientes. Abaixo o nono quadro diz: Paciente em risco nutricional, em mal estado geral ou 
em agravamento. Com deciência nutricional e uma seta sinaliza para o último quadro da gura que diz: Usa-se 
suplementação via parenteral de acordo com prescrição médica. Fim da descrição.
SUPLEMENTAÇÃO
Paciente aceita VO (via oral), 
está nutrido, e apresenta 
sinais de deficiência de 
nutrientes.
Usa-se suplemento 
com os nutrientes 
específicos em baixa 
dose.
Paciente aceita VO, está 
nutrido, e além de sinais, 
apresenta diminuição de níveis 
séricos de nutrientes. 
Ajusta-se a dose 
conforme a 
necessidade, podendo 
chegar ao UL. 
Paciente em risco nutricional, 
tolera parcialmente VO e 
apresenta sinais de outras 
deficiências. 
Usa-se suplemento 
completo para suprir 
necessidades de macro 
e micronutrientes.
Paciente em risco 
nutricional, baixa tolerância 
VO e sinais de deficiência 
nutricional.
Considera-se o uso de TNE 
(Terapia Nutricional enteral) 
para suplementação de 
macro e micronutrientes.
Paciente em risco 
nutricional, em mal estado 
geral ou em agravamento. 
Com deficiência nutricional.
Usa-se suplementação 
via parenteral de acordo 
com prescrição médica.
PRESCRIÇÃO DE VITAMINAS
Para o grupo das vitaminas, dividiremos entre os dois grupos, as vitaminas hi-
drossolúveis, do complexo B e a vitamina C, que precisam ser repostas diaria-
mente e as lipossolúveis, que apresentam possibilidade maior de estoque.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
Vitaminas Hidrossolúveis
 ■ Tiamina ou Vitamina B1
É uma vitamina segura, não sendo descritas toxicidades relacionadas ao seu 
consumo. Não há descrição de interação negativa entre ela e outros nutrien-
tes, e apresenta sinergia quando concomitante com vitaminas do complexo B 
(PASCHOAL et al., 2015). A deciência grave é conhecida como Beribéri. Em
geral, a deciência se manifesta por desordens neuromusculares, como: edema,
náusea, formigamento, mialgia, taquicardia, distúrbios digestivos.
Para adultos, estima-se uma RDA em torno de 1,0 a 1,4mg/dia, em caso de quadros 
de deciência grave a suplementação pode ser sugerida, com doses em adultos que
podem chegar a 200mg/dia, sendo que pacientes criticamente enfermos têm reser-
vas depletadas entre 05 a 07 dias (PASCHOAL et al., 2015; HRUBŠA et al., 2022).
■ Riboavina ou vitamina B2
A Riboavina não apresenta uma toxicidade comprovada, visto que o corpo ex-
creta via renal o excesso ingerido. Não há sinais de mudança em sua absorção em 
relação a outros nutrientes. A deciência dessa vitamina é incomum e pode estar 
associada a outras deciências do complexo B. Sinais de deciência são: queilose, 
glossite, alterações em olhos como coceira, cansaço e sensibilidade à luz, dermatite 
seborreica, descamação na face, perda de cabelo, catarata (HRUBŠA et al., 2022).
Para adultos, doses de 01 a 1,6mg/dia podem ser sucientes e são facilmente 
supridas em dietas onívoras. Doses de 200mgforam consideradas seguras para 
adultos, visto que o excesso é facilmente excretado pelo corpo.
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 ■ Niacina ou vitamina B3
A niacina não apresenta uma toxicidade comprovada, entretanto doses elevadas 
de niacinamida (uma de suas formas ativas) podem gerar sintomas como náu-
seas, vômitos e diarreia. Também documentado, temos que altas doses de ácido 
nicotínico podem causar efeitos transitórios de rubor, com pele esfoliada e dores
de cabeça por uma liberação de prostaglandinas. Entretanto, os efeitos tendem a 
sumir em 10 a 30 minutos e dicilmente ocorrem no uso da nicotinamida. Dentre 
as deciências severas, temos a pelagra, caracterizada por dermatite, demência
e diarreia. Já sintomas leves de deciência são: dermatites, erupções cutâneas, 
diarreia (HRUBŠA et al., 2022).
Em adultos, doses entre 20 a 35mg/dia são sucientes para manutenção da 
saúde, sendo que níveis de segurança foram estimados em 500mg/dia; entretan-
to, visto as reações transitórias, sugere-se que seu uso seja em doses menores, 
fracionadas ao longo do dia e preferencialmente junto de refeições, evitando o
consumo de álcool, bebidas quentes e alimentos apimentados (PASCHOAL et 
al., 2015). Ainda podendo ser usadas fórmulas de liberação lenta para evitar os 
sintomas adversos (HRUBŠA et al., 2022).
 ■ Piridoxina ou Vitamina B6
A vitamina B6 pode ser suplementada na forma de piridoxina ou piridoxal-
-5-fosfato, essa última forma ativa e com ecácia comprovada em seu efeito. 
A piridoxina é neurotóxica e, quando suplementada em altas doses (2g ou 
mais), pode estar relacionada com sintomas como formigamento de mão e pé, 
diculdade de caminhar. Ainda, seu consumo elevado pode depletar folato e 
causar um quadro de neuropatia periférica. O metabolismo da piridoxina é 
dependente da B2, B3 e do zinco, sendo importante garantir o bom suprimento 
desses nutrientes na deciência da B6 (PASCHOAL et al., 2015).
Como a B6 participa como cofator de diversas enzimas e atua em diversas 
vias metabólicas, os sintomas na deciência podem ser múltiplos, em especial 
dermatológico, circulatório e neurológico, incluindo sintomas, como: distúr-
bios do sono, letargia, aumento em homocisteína, náuseas, vômitos, dermatite 
seborreica, estomatite, glossite, queilose, anemia microcítica, dentre outros.
Para adultos, o consumo de 1,0 a 2,0mg/dia de B6 é suciente, as doses má-
ximas permitidas giram em torno de 100mg/dia, entretanto, devido aos quadros 
de neurotoxicidade deve haver critério em seu uso.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
 ■ Cobalamina ou Vitamina B12
A vitamina B12 tem como forma ativa a metil-
cobalamina, entretanto, por ser mais estável 
a cianocobalamina é uma boa forma para 
suplementação. Não há uma toxicidade re-
lacionada com o consumo dessa vitamina. A 
deciência se manifesta como anemia e disfun-
ções neurológicas, podemos ter sintomas como:
fadiga, neuropatia periférica, anemia macrocícita, anemia megaloblástica, con-
fusão mental, perda de memória, hiper-homocisteinemia dentre outros (PAS-
CHOAL et al., 2015).
Para um adulto, a ingestão diária de 2,4 a 2,8mcg é recomendada, que pode 
ser suprida através do consumo de proteínas animais (únicas fontes da vitamina 
em sua forma ativa), sendo que absorvemos cerca de 50% do que consumimos. 
Vegetarianos e veganos necessitam suplementação da vitamina pelo baixo ou não 
contato com alimentos de fonte animal (PASCHOAL et al., 2015).
 ■ Ácido Fólico ou Vitamina B9
Não há uma toxicidade associada à vitamina B9, entretanto quando em excesso 
pode mascarar deciências de vitamina B12 e de zinco. O ácido fólico pode au-
mentar a excreção do zinco, e a sua ingestão com vitaminas do complexo B, em 
especial vitamina B12 e B6, é recomendada por participarem de forma sinérgica 
no metabolismo da homocisteína (PASCHOAL et al., 2015).
Alguns sinais de deciência de B9 são: anemia microcítica, fadiga, dores de 
cabeça, perda de cabelo, irritabilidade, neuropatia periférica, defeitos congênitos, 
hiper-homocisteinemia, defeitos no fechamento do tubo neural.
Conforme as recomendações, doses de 300 a 500mcg/dia para um adulto são
sucientes, sendo que a recomendação é não passar de doses de 01mg ao dia.
 ■ Ácido pantotênico ou vitamina B5
O ácido pantotênico, utilizado através de sua forma ativa pantotenato de cálcio 
ou pantetina não apresenta toxicidade, nem relação de aumento ou diminuição 
de algum nutriente (HRUBŠA et al., 2022; PASCHOAL et al., 2015).
Alguns sinais de deciência desse nutriente podem ser: irritabilidade, dores 
de cabeça, parestesia, vômitos, dores abdominais, redução da sensibilidade à 
insulina, diminuição da resposta imune. Entretanto, a deciência desse nutriente 
é rara. Doses em torno de 05mg ao dia para um adulto já são sucientes.
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 ■ Vitamina C
A vitamina C é uma vitamina hidrossolúvel de baixa toxicidade, entretanto, doses 
elevadas de seu consumo (>03g) podem levar a efeitos adversos, como: diarreia os-
mótica, aumento de formação de cálculos renais (em pessoas predisponentes) e de 
ácido úrico. A vitamina C pode diminuir a absorção de cobre e aumentar a absorção 
de ferro. Apesar de ter um papel antioxidante importante, em alguns momentos ela 
pode ter uma carga oxidante, por essa razão, sua suplementação é otimizada quando 
associada com outros antioxidantes, como a vitamina E (PASCHOAL et al., 2015).
Dentre os sinais de deciência, o mais conhecido é o escorbuto (sangramento 
de membranas mucosas e dores musculares). Além dele, podem ser sinais de 
deciência: fragilidade capilar, hemorragias, fácil aparecimento de hematomas,
gengivites, anemia, diminuição do apetite. Em pacientes internados, em condi-
ções de trauma, infecções respiratórias, cirurgia ou infecção, pode ser necessário 
um suporte aumentado dessa vitamina (HOLFORD et al., 2020).
Em geral, baixas doses de vitamina C são necessárias para suprir necessidades 
diárias, sendo em torno de 75 a 80mg; entretanto em uma situação de estresse ou 
exposição viral, como o COVID, essa dose poderia ser aumentada, sempre confor-
me a necessidade avaliada em exames laboratoriais. Na suplementação, precisamos 
nos atentar que a absorção da vitamina C diminui conforme o aumento da dose, 
por exemplo, se a dose for de 30mg temos uma absorção de 87%, já se for de 01g a 
absorção cai para 50% (HOLFORD et al., 2020; PASCHOAL et al., 2015).
Vitaminas Lipossolúveis
 ■ Vitamina A
A vitamina A, utilizada na forma de retinol, acetato de retinila em sua forma
original ou como betacaroteno, uma pró-vitamina A. A vitamina A, por ser li-
possolúvel, pode se acumular no tecido adiposo e consequentemente pode gerar 
toxicidade, com sintomas como: náuseas, vômitos, pele seca, unhas frágeis, dor
óssea, dores de cabeça, hepatomegalia (PASCHOAL et al., 2015).
Para aumentar a absorção da vitamina A e dos carotenoides, aconselha-se o uso de 
veículo oleoso, ou mesmo o consumo em refeições que contenham uma fonte lipídica
em sua composição. Pensando no sinergismo entre os nutrientes, percebe-se inter-re-
lação entre a vitamina A, o ferro e o zinco. Como sinais de deciência, temos a xerof-
talmia como a principal. Para um adulto, doses de 700 a 900mcg/dia são sucientes.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
 ■ Vitamina D
A vitamina D, utilizada na forma de ergocalciferol ou colecalciferol, são vita-
minas formadas na nossa pele através da exposição solar, entretanto, percebe-se 
um aumento em sua deciência pela mudança no estilo de vida. Essa vitamina é 
cumulativa no organismo e, quando em doses maiores do que 100ng/ml, resulta 
em hipercalemia. Podem depletar esse nutriente, o ferro, o cobre e o manganês. A 
vitamina D aumenta a absorção de cálcio e de fósforo (PASCHOAL et al., 2015).
Os sintomas mais comuns relacionados com a deciência são o raquitis-
mo na infância e a osteomalácia e osteoporose no adulto. Além das desordens 
ósseas, podem ser sintomas de deciência, alterações imunológicas, na função 
cognitiva, fraqueza muscular e desordens cardiovasculares. Em pacientescom 
insuciência respiratória e COVID, percebeu-se que o status da vitamina D e sua 
suplementação diminuíram complicações, riscos e mesmo mortalidade (NIET 
et al., 2022). Um adulto saudável consegue suprir suas necessidades de vitamina 
D com doses em torno de 600UI/dia; para a deciência, valores de segurança 
podem ser utilizados com estudos demonstrando segurança em doses de 5.000 
a 50.000UI (MCCULLOUGH; LEHRER; AMEND, 2019).
 ■ Vitamina E
A vitamina E, utilizada na forma de tocoferóis, é uma vitamina lipossolúvel, em 
geral, segura, visto que cerca de 60% da sua dosagem é excretada pelas fezes. Com
relação com outras drogas, percebe-se que ela potencializa o efeito anticoagu-
lante. Já pelo seu poder antioxidante, ela é associada à suplementação de ácidos 
graxos poli-insaturados e mesmo junto à vitamina C para diminuir sua oxidação.
A deciência na vitamina E apresenta sintomas de disfunções neurológicas, 
como: neuropatia periférica, miopatia esquelética. Doses em torno de 15mg diá-
rias são sucientes para adultos (PASCHOAL et al., 2015).
 ■ Vitamina K
A vitamina K, que pode ser utilizada na forma K1 (loquinona) ou mesmo na 
forma K2 (menaquinona) é uma vitamina segura quando utilizada em doses
usuais, visto que por seu efeito coagulante, em excesso, pode induzir a agregação 
plaquetária. A vitamina A e a vitamina E atuam como antagonistas, podendo 
reduzir a absorção da mesma (PASCHOAL et al., 2015).
A deciência da vitamina K pode ser observada por meio de sintomas como 
fácil sangramento e desordens esqueléticas (pela sua participação na manutenção 
da matriz óssea) como raquitismo, osteoporose; assim como se pode perceber equi-
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moses, hematúria, hematêmese, sangramentos de mucosas e presença de manchas 
roxas pele. Doses 90 a 120mcg/dia são sucientes para pacientes adultos.
PRESCRIÇÃO DE MINERAIS
Os minerais são essenciais em nosso corpo, e a suplementação pode corrigir 
diversas carências, em especial de alguns elementos-chave. Independentemen-
te do tipo de mineral, para termos uma maior biodisponibilidade, utilizar os 
elementos em forma associada, os quelados, pode aumentar a absorção e assim 
a ecácia do produto.
Existem várias formas de ofertarmos um mineral quelado, podemos inclusive 
determinar com qual aminoácido será o quelato. Atualmente, quanto maior o 
número de estudos, apresentam-se novas formas de apresentação dos minerais 
com possíveis usos especícos. Por isso, manter a atualização é importante para 
conhecer as novas possibilidades.
Em geral, temos os macroelementos e os microelementos e falaremos um 
pouco sobre eles. Dentre os macroelementos, temos (PASCHOAL et al., 2015):
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
CÁLCIO
• Além da debilidade óssea, os sinais de deciência de cálcio podem ser: cãibras,
adormecimento e ormigamento muscular, contrações contínuas, palpitações, dores
nas costas e pernas, queda de cabelo.
• A necessidade diária média de um adulto é 1000mg, e na orma de suplementação
percebe-se eeito negativo quando usado concomitantemente com erro e zinco,
assim como o consumo com caé ou excesso de gordura prejudicam a absorção.
Entretanto, o consumo com alimentos aumenta a absorção.
MAGNÉSIO
• Doses de 310 a 420mg/dia são sucientes para adultos. Seu uso em excesso pode
causar diarreia, e a suplementação deve ser eita com cautela, especialmente
em pacientes hepatopatas e cardíacos descompensados. Cálcio e osato podem
atrapalhar a absorção de magnésio. E o uso de carboidratos em concomitância pode
aumentar a absorção.
• Sinais de deciência são: hipocalemia, hiperexcitabilidade muscular, dores de
cabeça tensionais, tremor, vômitos.
Os microelementos, também chamados de oligoelementos, são essenciais em
pequenas concentrações e precisam atuar em sinergia e harmonia entre si para 
que as funções siológicas do corpo aconteçam de forma regular. Por serem vi-
tais para nosso organismo, precisamos estar atentos à sua ingestão e adequação, 
visto que não conseguimos os produzir naturalmente, ou seja, dependemos do 
consumo, seja via alimentação ou suplementação. Dentre os microelementos 
temos (BERGER et al., 2022; PASCHOAL et al., 2015):
COBRE
• Doses em torno de 900mcg/dia são sucientes para adultos, sendo toxicidade
relacionada com consumo de 200 a 500 vezes o valor indicado. Por ser oxidativo,
deve ser suplementado apenas quando realmente or necessário. Excesso de zinco,
erro, molibdênio e vitamina C podem intererir na sua absorção.
• Sinais de deciência são: perda da cor do cabelo, adiga, baixa temperatura corporal,
diminuição da resistência à inecção.
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CROMO
• O cromo é ummicronutriente que, em doses em torno de 30mcg, supre as necessida-
des de um adulto. A orma utilizada em suplementação mais biodisponível é o picoli-
nato de cromo. Está relacionado com a sensibilidade à insulina, por isso o uso junto às
reeições é indicado. Interage com erro, sendo que competem pelo mesmo carreador.
FERRO
• Doses em torno de 08-18mg são sucientes em adultos, sendo que na
suplementação em orma quelada sua absorção é de 25%. A toxicidade está
relacionada, em geral, com a doença genética hemocromatose. A vitamina C
aumenta a absorção do erro, já o cálcio, o zinco podem intererir na absorção.
• Sinais de deciência podem ser: anemia, raqueza, palidez, dores de cabeça, queda
de cabelo, unhas rágeis.
IODO
• O iodo é undamental para a saúde da tireoide e doses de 150mcg para um
adulto são sucientes. No Brasil, como era uma deciência endêmica, apresenta
suplementação no sal obrigatória, diminuindo riscos de deciência na população em
geral. Doses elevadas e crônicas podem levar ao bócio.
SELÊNIO
• O selênio é um importante antioxidante e o consumo de cerca de 55mcg/dia
supre a necessidade de um adulto. Sua toxicidade será vista com concentrações
plasmáticas maiores de 100mcg/dL.
• Em geral, a deciência está relacionada com desordens como inecções, gripes
recorrentes, dores musculares, adiga e raqueza muscular.
ZINCO
• Doses em torno de 40mg/dia são sucientes para adultos. Altas doses podem
induzir à deciência de cobre. Pode haver depleção e diminuição da absorção do
zinco com o consumo de erro, cálcio e cádmio. Há sinergia entre zinco e vitamina A.
• Sintomas de deciências são: acne, diculdade de cicatrização, unhas racas, resria-
dos recorrentes.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
Além desses, existem outros minerais que são suplementados, como: cobalto, 
manganês, vanádio, boro, molibdênio, potássio, silício, sódio. E devem ser
avaliados caso a caso conforme a necessidade do paciente.
PRESCRIÇÃO DE OUTROS ELEMENTOS
Ômega-
Os lipídios são importantes para as funções das 
membranas celulares e para diversas funções imu-
nológicas. Devido à nossa alimentação ocidentaliza-
da, estamos com uma ingestão desequilibrada quando 
consideramos a proporção de ômega-3: ômega-6, por essa razão é preconizado o 
consumo desse ácido graxo de forma suplementar a m de corrigir essa proporção.
Assim, preconiza-se o consumo de 500mg de w-3 para adultos (tanto na 
forma de EPA – ácido eicosapentaenoico ou DHA – ácido docosahexaenoico),
sendo para gestantes pelo menos 200mg de DHA por dia. Considerando a 
prevenção de riscos para doenças cardiovasculares, preconiza-se o uso de 01 
a 03g/dia (PASCHOAL et al., 2015).
O ômega-3 deve ser utilizado por meio de cápsulas oleosas e deve haver 
controle da oxidação, seja na forma de sua extração, seja na sua forma de con-
servação. A fonte pode ser animal (óleo de peixe) ou vegetal (sendo que as algas
fornecem ômegas de boa qualidade, ou mesmo por meio de óleo de linhaça 
que necessita de mais processos para a metabolização).
Probióticos
O uso de probióticos tem sido cada vez mais prescrito no tratamento de algu-
mas condições clínicas, como: alergias, disbiose, vaginoses e acometimentos 
gastrintestinais, como nas diarreias ou após tratamentos com antibióticos. No 
tratamento da diarreia pós-tratamento com antibióticoem idosos, parece que 
o uso de probióticos tende a ser positivo se iniciado em até 48h do início do 
tratamento (ZHANG et al., 2022). Em geral, os gêneros Lactobacillus e Bi-
dobacterium são os mais utilizados.
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Devemos considerar ao escolher um probiótico o número de unidades for-
madoras de colônia (UFCs) de cada bactéria, utilizando usualmente de 107 UFC
a 109UFC, a forma de administração que garanta a sobrevivência e viabilidade 
das colônias no intestino (PASCHOAL et al., 2015).
Prebióticos
As bras prebióticas são em geral oligossacarídeos e estão relacionados com o
metabolismo da microbiota, estimulando o crescimento das bactérias benécas 
e auxiliando na formação de ácidos graxos de cadeia curta.
Dentre os mais utilizados, temos a inulina, os galacto-oligossacarideos
(GOS), os fruto-oligossacarídeos (FOS). A depender do paciente, as necessi-
dades podem ser variadas, mas quantidades em geral até 05g ao dia são bem 
toleradas, podendo acima disso causar reações como atulência e distensão
abdominal (PASCHOAL et al., 2015).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
Enzimas Digestivas
O uso de enzimas digestivas tem ganhado notoriedade como um facilitador 
digestivo para pacientes que tenham transtornos gástricos, nas pancreatites, e 
mesmo alguma intolerância, como no uso da lactase na intolerância à lactose.
Algumas enzimas vegetais utilizadas amplamente são a bromelina (extraída do 
abacaxi) e a papaína (extraída do mamão papaia) que atuam como proteases 
(PASCHOAL et al., 2015).
Em nível hospitalar, podemos utilizar as enzimas como coadjuvante para 
pacientes que estejam tendo diculdades em esvaziamento gástrico ou na sín-
drome disabsortiva, auxiliando para diminuir volume gástrico e evitar sintomas 
como náuseas e vômitos. 
Outro uso tem se mostrado promissor, sendo o uso de um mix de enzimas 
digestivas para a desobstrução de sonda enteral. Em um estudo com uso de 03 
soluções, sendo a primeira água pura, a segunda sachê de enzimas pancreáticas; 
e a terceira sal de frutas, observou-se sucesso na tentativa de desobstrução em 
todas as tentativas com o sachê de enzimas, o que pode melhorar a qualidade 
de vida do paciente e impactar em custos, por não ter a necessidade da troca da 
sonda enteral (VERAS; ANDRADE, 2021).
PRESCRIÇÃO NA CIRURGIA BARIÁTRICA
A cirurgia bariátrica tem crescido exponencialmente no mundo, e no Brasil isso 
não é diferente, com um aumento de 84% nos últimos 8 anos. E a condição nu-
tricional do paciente, antes e após o procedimento, é um dos maiores desaos, 
visto que o procedimento em si causa mudanças na forma de absorver os nu-
trientes, levando consequentemente a deciências nutricionais importantes se 
não acompanhados e suplementados, o que pode levar a complicações severas. 
Muitos pacientes apresentam deciências ainda antes da cirurgia e, depen-
dendo do procedimento, necessitam de suplementação vitamínica pelo resto da 
vida. Os pacientes devem ser acompanhados e orientados de forma criteriosa
e individualizada antes e depois do procedimento para garantir a sua saúde. A 
seguir apresenta-se um resumo das deciências mais comuns (GASMI et al., 
2022; PEREIRA et al., 2023). 
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Figura 2 - Deciências de micronutrientes na obesidade e cirurgia bariátrica, riscos e controle.
Fonte: Gasmi et al. (2022, p. 4).
Descrição da Imagem: A gravura apresenta um quadro com as descrições sobre deciências nutricionais na 
cirurgia bariátrica. Ao centro da gravura temos um homem e uma mulher obesos, à esquerda o desenho de um 
estômago intacto temos descrito: Deciências antes da cirurgia e abaixo escrito: Consequências da obesidade e 
baixa ingestão associada à maus hábitos alimentares; Vitamina A; Vitamina B12; Vitamina C; Vitamina D; Ácido 
fólico; Cálcio; Ferro; Selênio; Zinco. Do lado direito da gravura temos o desenho de um estômago com um corte no 
fundo do estômago e a ligação do intestino com a descrição abaixo Bypass gástrico em Y de Roux) e abaixo um 
estômago seccionado com a descrição abaixo Gastrectomia tubular ou em sleeve; ao lado direito dos desenhos 
segue o quadro com a seguinte descrição Deciências após a cirurgia e abaixo escrito: Má absorção de nutrientes 
e baixa ingestão associada à maus hábitos alimentares; Vitamina A; Vitamina B12; Vitamina B1; Vitamina C;
Vitamina D; Vitamina K1; Vitamina E; Ácido fólico; Cálcio; Cobre; Ferro; Selênio; Zinco. Abaixo seguem duas setas, 
uma em vermelho que leva a um quadro com a seguinte descrição: Riscos principais) - Anemia, ataxia, queda de 
cabelo, hiperoxalúria, osteoporose, má cicatrização de feridas, encefalopatia de Wernicke; a outra seta em verde 
diz: Manejo dos pacientes bariátricos) - Alimentação saudável, rotina de exercícios, consultas de follow-up após 
a cirurgia, tratamento com suplementos especícos. Fim da descrição.
Deficiências antes
da cirurgia
Consequências da 
obesidade e baixa ingestão 
associada à maus hábitos 
alimentares
Vitamina A
Vitamina B12 
Vitamina C 
Vitamina D
Ácido fólico 
Cálcio 
Ferro
Selênio
Zinco
Bypass gástrico
em Y de Roux
Gastrectomia
tubular ou em sleeve
Deficiências
após a cirurgia
Má absorção de nutrientes 
e baixa ingestão associada 
à maus hábitos 
alimentares
Vitamina A
Vitamina B12 
Vitamina B1
Vitamina C 
Vitamina D 
Vitamina K1 
Vitamina E 
Ácido fólico 
Cálcio
Cobre 
Ferro 
Selênio 
ZincoRiscos principais
Anemia, ataxia, queda de cabelo, 
hiperoxalúria, osteoporose, má cicatrização
de feridas, encefalopatia de Wernicke
Manejo dos pacientes bariátricos
Alimentação saudável, rotina de 
exercícios, consultas de follow-up
após a cirurgia, tratamento com 
suplementos específicos.
Como percebe-se a cirurgia bariátrica demanda de nós prossionais e mesmo
dos pacientes um cuidado extremo, e isso se deve tanto ao período antes como 
depois da cirurgia. Pensando nos critérios para avaliação e conduta dos pacientes, 
podemos considerar:
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
 ■ No pré-operatório devemos acompanhar os pacientes com uma boa ava-
liação bioquímica, atentando-nos pelo menos a esses marcadores: hemo-
grama, ferro, vitamina B12, ácido fólico, vitamina D, cálcio, paratormônio 
e tiamina. Além disso, para a preparação da cirurgia, sugere-se o uso de 
uma suplementação imunomoduladora por pelo menos 05 a 07 dias. E
pensando no momento da cirurgia, a abreviação de jejum sempre deverá
ser considerada, mantendo um jejum de sólidos de 06 horas e de líquidos de 
02 horas (O’KANE et al., 2020; GASMI et al., 2022; PEREIRA et al., 2023).
 ■ Já no pós-operatório, cuidados básicos para pacientes cirúrgicos devem ser 
considerados, como, por exemplo, não manter o paciente em longos períodos
de jejum. Recomenda-se iniciar com dieta em no máximo 24h do procedimen-
to, sendo que o uso de líquidos claros é a dieta padrão de largada. Entretanto, 
mesmo nesse período, a suplementação individualizada e o incremento protei-
co são preconizados (1,5g/Kg de peso ideal/dia) – sendo que deciências nu-
tricionais podem impactar com diminuição da absorção proteica em até 25%.
Para um acompanhamento criterioso, a realização de uma avaliação completa
e a solicitação de exames laboratoriais de rotina nos auxiliam para perceber o 
estado nutricional e ajustar os suplementos utilizados. 
Em geral, sugere-se para suplementação o uso dos seguintes nutrientes com 
doses variáveis conforme o procedimento escolhido e situação prévia do paciente 
(lembrando que algumas doses, por estarem além da UL serão de prescrição mé-
dica): tiamina (100mg de 02 a 03x ao dia ou doses maiores endovenosa), vitamina
B12 (350 a 1.000mcg - líquida ou sublingual), vitamina D (3.000UI), ácido fólico 
(400 a 800mcg), vitamina B6 (seguir RDA), vitamina A (5.000 a 10.000UI), vi-
tamina E (15mg), vitamina K (90 a 300mcg) ferro (18mg para pacientes que não 
tem histórico de anemia e 50 a 60mg para mulheres na fase menstrual), cálcio 
(1.800 a 2.400mg), zinco (08 a 22mg), cobre (01 a 02mg), selênio (conforme a 
RDA) (O’KANE et al., 2020; GASMIet al., 2022; PEREIRA et al., 2023).
Não menos importante, estar atento ao microbioma intestinal parece ser hoje 
uma das estratégias nutricionais que trazem impacto positivo na vida do pacien-
te pós-bariátrica. Além de estratégias nutricionais com o uso de prebióticos, a
suplementação com FOS, inulina e simbióticos parece auxiliar numa resposta 
melhor do paciente, até mesmo na perda de peso e em marcadores inamatórios 
(O’KANE et al., 2020; GASMI et al., 2022; PEREIRA et al., 2023).
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Gostou do que discutimos até aqui? Tenho mais para conversar com você a
respeito deste tema, vamos lá?
EM FOCO
NOVOS DESAFIOS
A suplementação nutricional tem ganhado força a cada dia. Muito por estarmos 
vivendo em um momento em que a alimentação das pessoas apresenta-se pobre 
em micronutrientes, e outra pela força da indústria farmacêutica que tenta vender
produtos sempre com a máxima de solução rápida e ecaz.
Para tanto, cabe a nós, nutricionistas, sermos criteriosos para compreender 
as necessidades reais dos pacientes, buscar melhorar a alimentação na totalidade,
procurando suprir todas as necessidades e ajustando demais nutrientes a m de 
garantir a recuperação e melhora da saúde.
Espero que, ao nal deste tema, você consiga compreender um pouco me-
lhor o uso de alguns elementos-chave na suplementação e tenha segurança para 
aplicar esses conhecimentos na sua prática clínica. 
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1. As vitaminas do complexo B são undamentais para diversas reaçõesmetabólicas no nosso
organismo e agem de forma sinérgica.
Sobre sinais de deciência de algumas vitaminas, podemos armar:
a) Além da anemia microcítica, a adiga é um sinal de deciência de B12.
b) O beribéri é característico de deciência de vitamina B5.
c) Aumento em homocisteína pode estar associado com deciência de vitamina B6, B9 e
B12.
d) A alta de niacina pode levar a rubor acial transitório.
e) A deciência de B6 pode causar ormigamento de mãos e pés.
2. A vitamina C é uma vitamina hidrossolúvel de uso amplamente conhecido pela popula-
ção, em geral, pelos seus eeitos positivos no sistema imune. Além dessas características,
podemos afrmar:
I - Doses elevadas de vitamina C acima de 03g podem aumentar o risco de ormação de
cálculos renais para pessoas com predisposição.
II - Pacientes com inecções respiratórias podem se beneciar com um aumento no aporte
dessa vitamina.
III - Nosso corpo tem boa capacidade de absorção da vitamina C, sendo que absorvemos
boas quantidades, independentemente da quantidade utilizada no suplemento.
É correto o que se arma em:
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
VAMOS PRATICAR
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3. Os lipídios são elementos importantes para a ormação das nossas membranas celula-
res, regulação neuronal e mesmo da nossa imunidade. Dentre eles, o ômega-3 é um dos
principais suplementos utilizados hoje em dia, visto o nosso baixo consumo através da
alimentação. Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a
relação proposta entre elas:
I - O uso de ômega-3 pormeio de suplementação em cápsulas oleosas pode ser realizado
tanto na orma animal, através do óleo de peixe, quanto na orma vegetal, através das
algas e da linhaça.
PORQUE
II - Independentemente da orma suplementada, no nosso corpo a sua biotransormação
se dá através da mesma rota e não há dierença no seu uso.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justicativa correta da I.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justicativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição alsa.
d) A asserção I é uma proposição alsa e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são alsas.
VAMOS PRATICAR
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REFERÊNCIAS
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GASMI, A. et al. Micronutrients deciences in patients ater bariatric surgery. European Journal
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O’KANE, M. et al. British Obesity and Metabolic Surgery Society Guidelines on perioperative and
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doi.org/10.1111/obr.13087. Acesso em: 30 jan. 2024.
PASCHOAL, V. et al. Nutrição Clínica Funcional: Suplementação nutricional – vol 1. 2. ed. São
Paulo: Valéria Paschoal Editora Ltda, 2015.
PASCHOAL, V. et al. Nutrição Clínica Funcional: Suplementação nutricional – vol 2. 2. ed. São
Paulo: Valéria Paschoal Editora Ltda, 2015.
PEREIRA, S. E. et al. Brazilian guide to nutrition in bariatric and metabolic surgery. Langenbeck's
Archives o Surgery, v. 408, n.143, p.1-20, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s00423-
023-02868-7. Acesso em: 30 jan. 2024.
VERAS, L. N.; ANDRADE, C. P. R. Avaliação da ecácia da desobstrução de sondas nasoentéricas
de pequeno calibre com a utilização de 3 dierentes soluções. BRASPEN J, v. 36, n. 3, p. 258-262,
2021. Disponível em: 10.37111/braspenj.2021.36.3.04. Acesso em: 30 jan. 2024.
ZHANG, et al. Early use o probiotics might prevent antibiotic-associated diarrhea in elderly (>65
years): a systematic review and meta-analysis. BMC Geriatrics, v 22, n. 562, 2022. Disponível em:
https://doi.org/10.1186/s12877-022-03257-3. Acesso em: 30 jan. 2024.
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1. Opção C.
2. Opção C. Quanto maior a quantidade de vitamina C suplementada no mesmo horário, me-
nor a capacidade absortiva. Sendo ideal utilizar doses menores e se necessário aumentar
o racionamento.
3. Opção C. As rotas da transormação do ômega-3 de origem animal e vegetal são dierentes,
sendo que os vegetais precisam de um númeromaior de reações para poderem ser aprovei-
tados pelo nosso organismo. Mas ambos podem ser utilizados corretamente sendo eicazes.
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
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UNIDADE 5
MINHAS METAS
PACIENTE ADULTO
Conseguir avaliar e interpretar dados para diagnóstico nutricional.
Compreender exames laboratoriais importantes para o diagnóstico nutricional.
Entender o acompanhamento nutricional do paciente clínico.
Compreender o acompanhamento do paciente com doenças crônicas.
Compreender o acompanhamento do paciente acamado.
Entender o atendimento do paciente cirúrgico.
Refetir sobre a importância da orientação nutricional na alta hospitalar.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 5
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INICIE SUA JORNADA
Em todas as fases da vida, o hospital faz parte da nossa realidade enquanto so-
ciedade. E durante a vida adulta e ao nos tornarmos idosos, muitas situações 
podem nos levar a necessitar desse serviço.Enquanto nutricionista hospitalar,
possivelmente esse será o maior público em número a ser atendido nas unidades 
de internação, e, se por um lado, com o público adulto há maior facilidade em 
determinar condutas pelo fácil manejo, por outro, temos inúmeros pacientes com
comorbidades que dicultam o nosso trabalho.
Imagine um paciente que interna, em sobrepeso ou obesidade, diabético, hiper-
tenso, com lesão renal e que, ao mesmo tempo, tem apresentado perda de massa e 
com isso desnutrição proteica. Como você realizaria uma conduta adequada para ele?
Pois é, esses casos exigem que nós, nutricionistas, tenhamos que fazer um 
malabarismo entre as muitas diretrizes e costurar uma nova orientação que será
baseada na necessidade individualizada desse paciente, com o objetivo de recu-
perá-lo para uma alta breve, com controle de cada comorbidades.
Como brinco com os pacientes, eles são “pacotinhos de surpresa” e temos que
dar atenção em cada detalhe para conseguirmos auxiliar no processo de cura ao 
invés de atrapalhar. 
No caso citado, obviamente teremos que ajustar um plano alimentar para o 
peso, seguindo as diretrizes do diabetes, entretanto, calculando a necessidade 
proteica adequada para recuperação de seu estado nutricional ao mesmo tempo 
em que monitoramos a função renal.
Não menos importante, considerar ainda a vulnerabilidade desses pacientes 
fortalece ainda o como o cuidado nutricional se faz necessário. Estima-se que a taxa 
de desnutrição em adultos hospitalizados varia de 20% a 50%, sendo que destes 40%
a 60% já internam nessa condição. Considerando esses dados temos a diretriz da 
BRASPEN (Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral) do “Diga Não 
a Desnutrição”, uma campanha para que os prossionais de saúde prestem maior 
atenção a essa realidade tão comum em nossos hospitais (TOLEDO et al., 2018).
Pensando no que foi dito, podemos apenas perceber a importância da ne-
cessidade do acompanhamento nutricional, anal, com tantos ajustes, apenas 
estando com o paciente no dia a dia poderemos entender como será sua evo-
lução e garantir uma conduta alinhada. Assim, adentraremos um pouco no 
atendimento hospitalar do paciente adulto.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
O atendimento hospitalar segue uma lógica: triagem, determinação de seu nível 
assistencial, avaliação nutricional, diagnóstico nutricional e, por m, à prescrição 
dietética (TOLEDO et al., 2018). Como sempre, nosso trabalho deve ser baseado
em protocolos para que estejamos atentos às necessidades reais do paciente e 
conseguirmos detectar quem está em maior risco nutricional para que assim 
possamos oferecer acompanhamento e condutas que sejam assertivas.
OMinistério da Saúde, com o Hospital do Coração, montou o Guia de Alimentação
Cardioprotetora, vamos conhecer? Dê um play no nosso podcast! Recursos de
mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
VAMOS RECORDAR?
A desnutrição hospitalar atinge cerca de 50% dos pacientes e ainda é uma
das causas de maior impacto na recuperação do indivíduo. Entendendo essa
importância, a BRASPEN lançou a campanha Diga não à Desnutrição. Recursos
de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
VOCÊ SABE RESPONDER?
A nutrição em ambiente hospitalar sempre apresenta desafos. Você consegue
imaginar quais desafos o nutricionista pode ter ao longo de seu atendimento?
Do meu ponto de vista, enquanto nutricionistas, temos dois principais desaos:
o primeiro consiste em conseguir avaliar todos os pacientes e realizar as con-
dutas necessárias para evitar a desnutrição, e não apenas isso, mas contemplar 
suas necessidades para auxiliar seu processo de recuperação.
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O segundo, e não menos importante, é conseguir traduzir tudo o que detec-
tamos na avaliação em uma prescrição dietética que seja adequada nutricional-
mente às necessidades (que é o mais fácil), e que seja apresentada de uma forma 
que haja tolerância.
INTERNAÇÃO DE PACIENTES CLÍNICOS
Geralmente existem duas portas de entrada aos pacientes para sua internação:
 ■ Pronto-Socorro
Uma das formas de um paciente ser admitido na ala hospitalar é através do pron-
to-socorro. Geralmente são pacientes em alguma condição grave (como aciden-
tes, infartos, AVC...) ou que estão tendo crises agudas e necessitem de cuidados 
mais intensivos (diabetes descompensada, crise renal, pneumonia...).
 ■ Internações Hospitalares
Outra forma de admissão no hospital será através do setor de internações, e nesse 
caso são pacientes que apresentam internação geralmente programada, seja um
procedimento cirúrgico, realização de exames de controle ou pacientes crônicos 
que necessitam algum suporte em seu tratamento.
Independentemente de como esses pacientes cheguem à unidade clínica, a 
equipe de nutrição deve estar atenta para os seus riscos e proceder o atendimento 
e acompanhamento conforme os protocolos de cada instituição
AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL
Realizar uma triagem nutricional em até 72h 
de internação é o preconizado. Após a triagem 
e a determinação do risco do paciente, deve-
-se realizar a avaliação nutricional completa. 
Cada situação e cada instituição irão determi-
nar a melhor forma de avaliar o paciente, lem-
brando que para cada faixa etária e situação 
clínica podemos ter protocolos diferenciados .
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
Anamnese e Avaliação Nutricional
O estado nutricional do paciente está relacionado 
com o seu prognóstico, assim sua composição corpo-
ral pode alterar sua resposta ao estresse e isso contri-
bui diretamente para sua morbidade e mortalidade. 
Uma intervenção nutricional adequada é fundamen-
tal para impactar o desfecho, logo uma boa avaliação nutricional nos proporciona
as ferramentas necessárias para a construção de um plano alimentar adequado.
O estado nutricional
do paciente está
relacionado com o
seu prognóstico
A avaliação nutricional deve ser sistemática, a coleta de dados deve ser direcionada
para cada situação, buscando identicar os problemas nutricionais e intervir de
orma objetiva, denindo metas claras e prescrevendo uma dieta que atenda às
demandas do paciente.
Para que isso ocorra, precisamos coletar dados objetivos e subjetivos:
ANTROPOMETRIA
• Peso atual (aerido com balança) – deve-se, entretanto, considerar ajustes quando
houver: edema, ascite, amputações ou tumoração maciça.
• Peso usual ou habitual – para quando houver impossibilidade de aerição do peso
atual, e para comparações e avaliação do percentual de perda de peso.
• Altura - preerencialmente aerida com o paciente em pé; em caso dos acamados, a
medição pela altura do joelho ou pela extensão do braço.
COMPOSIÇÃO CORPORAL
• Dobras cutâneas: a tricipital é representativa para estimar a gordura corporal.
• Circunerência do braço, é uma medida ácil que permite com a dobra tricipital o
cálculo da área muscular do braço e estimar a reserva de tecido muscular, e o risco
nutricional do paciente.
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Com todos esses dados, você consegue imaginar quais exames laboratoriais po-
dem ser fundamentais para um bom diagnóstico nutricional? 
AVALIAÇÃO FÍSICA
• Observar sinais ísicos do corpo de perda de massa e de reservas é de extrema
utilidade, em especial para pacientes em que a antropometria está comprometida.
Por isso, observar: ace (região órbita, têmporas, bochechas), tronco (clavícula,
escápula, região torácica e lombar), braços (perda de gordura em bíceps e tríceps,
músculo dorsal da mão), pernas (observar quadríceps, proeminência dos joelhos).
AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR
• A avaliação do consumo alimentar se az imprescindível para entendermos possíveis
hábitos alimentares que possam comprometer a saúde.
• Conhecer preerências e aversões alimentares são undamentais para ajustarmos a
dieta a ser oerecida, a m de atingirmos as metas nutricionais.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
Análise de exames laboratoriaisDentre uma das ferramentas de avaliação nutricional que considero de grande 
valia, estão os exames laboratoriais, anal através dele conseguimos perceber 
deciências e excessos nutricionais e mesmo condições de saúde que por vezes 
apenas com a avaliação física e antropométrica não conseguiríamos compreen-
der. Considero os seguintes exames importantes:
HEMOGRAMA
Mostra como estão a produção de glóbulos vermelhos e brancos do corpo, além de
possíveis anemias (erropriva, por deciência de vitamina B12, ácido ólico, hemocro-
matose) e mesmo a imunidade.
PROTEÍNAS PLASMÁTICAS
A sua diminuição pode ser um indicador de desnutrição, entretanto, modicações
podem ocorrer por desidratação, problemas hepáticos ou mesmo infamação. A mais
comum é a albumina, entretanto, por ter uma vida média longa, é menos sensível.
GLICEMIA
A glicemia em jejum mostra comportamento da glicose, assim como az parte do
diagnóstico médico de diabetes. Pode ser realizada a hemoglobina glicada, que mos-
trará uma estimativa das glicemias nos últimos 2 a 3 meses, ou seja, demonstra como
está o comportamento da glicemia ao longo do tempo.
LIPÍDEOS SÉRICOS
Amedição do colesterol (total, HDL, LDL), e dos triglicerídeos, ajuda a estimar riscos
para doenças cardiovasculares, hiperlipidemias, síndrome metabólica.
FERRITINA
A erritina é a orma de identicarmos a reserva de erro, entretanto em situações de
infamação, a mesma pode estar aumentada.
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VITAMINAS E MINERAIS
Medir vitaminas e minerais nos auxilia a perceber como está o estado nutricional do
paciente, quadros de excessos ou deciências. Os comumente solicitados são os
eletrólitos (sódio, potássio, cálcio iônico), assim como magnésio, zinco, vitamina B12,
vitamina D, ácido ólico.
ENZIMAS HEPÁTICAS
Aerir TGO, TGP, Gama GT auxilia a detectar disunções hepáticas.
CREATININA
Útil para a avaliação da unção renal.
PCR
A proteína C reativa nos mostra o quadro infamatório do paciente.
Mesmo considerando a importância da avaliação dos exames para o diagnóstico,
precisamos compreender que eles podem se modicar pelo quadro clínico do 
paciente (como uso de medicamentos), assim devemos levar essas questões em 
consideração na nossa conduta.
Diagnóstico Nutricional
Após coletar os dados, precisamos correlacioná-los para conseguir formular o 
diagnóstico nutricional. Assim, determinar o estado nutricional através dos da-
dos antropométricos, observando se houve perda de peso, agravamento de seu 
risco nutricional, assim como através do diagnóstico médico unir as informações 
pertinentes, como sinais e sintomas e exames bioquímicos especícos, permitirão 
determinar o diagnóstico nutricional do paciente.
Com o diagnóstico denido, precisamos formular a prescrição dietética, 
através dos cálculos de necessidades nutricionais condizentes com o quadro do 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
paciente, e unindo as informações coletadas acerca dos hábitos alimentares, o 
cardápio apropriado e que facilite a tolerância do paciente.
Após toda a conduta nutricional estabelecida, não se esqueça da importância de
manter os registros do paciente em prontuário atualizado.
DOENÇAS CRÔNICAS
Dentre as causas de internação mais frequentes na vida adulta estão as compli-
cações relacionadas com doenças crônicas, conversaremos um pouco sobre elas 
e os aspectos que devemos estar atentos para o seu tratamento.
Diabetes Mellitus (DM)
O diabetes é um crescente problema de saúde em todo o mundo, e pode estar 
relacionado com diversos fatores:
“ Rápida urbanização, transição epidemiológica, transição nutricional, 
maior frequência de estilo de vida sedentário, maior frequência de ex-
cesso de peso, crescimento e envelhecimento populacional e, também, 
à maior sobrevida dos indivíduos com diabetes (SBP, 2019. p. 12).
Segundo a OMS, estima-se que a hiperglicemia seja a terceira maior causa de 
morte prematura, cando atrás da hipertensão e do consumo de tabaco.
O diabetes é um distúrbio metabólico associado com a hiperglicemia persis-
tente, mas a mesma pode se dar por algumas formas:
 ■ Diabetes Mellitus tipo I: é uma doença autoimune, podendo ser 
ocasionada por diversos fatores, que acarretam a destruição das células
β pancreáticas e por m ocasionam a deciência da produção de insulina. 
Existe o tipo DM1A que apresenta células autoimunes circulantes e 
os DM1B, que são idiopáticos em que não há presença dessas células.
Em ambos os casos, os pacientes serão insulinodependentes, ou seja, 
no tratamento, além de ajustar estilo de vida, precisamos manter uma 
alimentação com controle de carga glicêmica, e ajustar as quantidades
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de carboidratos (contagem de carboidratos) e de insulina a ser aplicada 
para o controle da glicemia.
 ■ Diabetes Mellitus tipo II: corresponde a cerca de 90% dos casos da 
doença, sendo mais comum a partir dos 40 anos, e estão relacionados com 
diversos fatores, dentre os quais, a alimentação, a obesidade e a inatividade
física parecem ter o maior impacto. Sua ação no corpo está na alteração de 
diversas rotas metabólicas e impacto na produção de insulina, e glucagon 
e mesmo da resposta dessa pelos tecidos, com associação com resistência
à insulina. O tratamento da doença se dará pela mudança do estilo de vida 
e uso de medicamentos para melhorar a sensibilidade à insulina. 
A hiperglicemia em uma internação não é exclusivi-
dade de pacientes diabéticos. Em muitos casos, pelo 
estresse, catabolismo e inamação do corpo, o orga-
nismo reagirá com menor sensibilidade à insulina e 
isso faz com que tenhamos que ter uma atenção com 
todos os pacientes internados. A hiperglicemia está as-
sociada a fatores como: aumento do tempo de internação, complicações cardíacas, 
distúrbios hemodinâmicos, risco de infecção e comprometimento da cicatrização.
Para a avaliação nutricional, além dos dados usuais, acompanhar a glicemia sanguí-
nea e as medidas da glicemia capilar são fundamentais para a determinação da conduta, 
e para ajustes dietéticos necessários conforme a resposta do paciente. Para pacientes 
com diabetes já diagnosticado, sugere-se ainda a medida da hemoglobina glicada.
Em uma hospitalização temos como meta o controle da hiperglicemia, e evi-
tar episódios de hipoglicemia. Para pacientes em geral, a meta é manter glicemias 
entre 140 a 180mg/dL, entretanto para pacientes com baixo risco de hipoglice-
mia, manter de 110 a 140mg/dL (SBP, 2019). 
Para a conduta nutricional sugere-se preferencialmente o uso de dieta oral, 
procurando controle glicêmico. Caso o paciente não consiga atingir as suas me-
tas, deve-se iniciar terapia oral com suplementação e em últimos casos o uso de 
terapia nutricional enteral deve ser considerado.
“ A participação de nutricionistas especializados na condução da 
hiperglicemia hospitalar é fundamental para garantir o aporte 
adequado de calorias, promover o equilíbrio de macro e micronu-
A hiperglicemia em
uma internação não
é exclusividade de
pacientes diabéticos
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
trientes, ajustar a dieta ao paladar do paciente, quanticar consumo 
e perdas e, nalmente, determinar o conteúdo de carboidratos para 
aqueles que utilizam o esquema de insulina conforme contagem de 
carboidratos (SBP, 2019, p. 440-441).
Quadro 1 - Recomendações no Diabetes / Fonte: adaptado de SBP.
CALORIAS
Seguir os cálculos conorme o estado nutricional do
paciente.
MACRONUTRIENTES
Manter a proporção normal dos nutrientes.
Carboidratos: ≥130g/dia, priorizando carboidratos
complexos.
AJUSTES
Utilizar alimentos com baixo índice e carga glicêmica,
assim como oertar quantidade adequada de bras (pelo
menos 20g). Não ultrapassar a 10% do VET com sacarose.
MICRONUTRIENTES Observar possíveis deciências.
A hipoglicemia também é uma situação comum nas internações hospitalares 
e deve ser acompanhada de forma dinâmica, visto estar relacionado com maior 
tempo de internação, morbidade e mortalidade. São denidas quando qualquer 
glicemia estiver com valores < 70mg/dL e consideradasgraves quando estiverem 
com valores < 54mg/dL. Além de quantidade errada de insulina e condições do
paciente, sintomas como vômitos e diminuição da ingestão oral são comumente 
relacionados com esse quadro (SBP, 2019).
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Figura 1 - Protocolo para tratamento da hipoglicemia / Fonte: SBP (2019, p. 448).
Descrição da Imagem: A gura apresenta um uxograma com o primeiro quadro escrito GLICEMIA < 70mg/L. Este 
é ligado a outros 03 quadros. O primeiro diz: consciente e alimentando-se e segue: administrar 15g de carboidrato 
de absorção rápida (uma colher de sopa de açúcar ou 30ml de soro glicosado a 50% diluído em água ltrada). Rever 
o valor da glicemia capilar (GC) após 15 minutos; se não houve reversão da hipoglicemia, reverter o processo. O 
segundo quadro diz: Jejum intencional e com acesso venoso prévio e segue: Administrar 30ml de glicose 50%, 
diluídos em 100ml de SF (soro siológico) 0,9% de EV. Repetir a GC em 5 minutos e se não houve recuperação o 
procedimento deve ser repetido. Após a correção imediata é necessário oferecer alimento, se possível. Caso não 
seja possível, aumentar aporte calórico endovenoso. No terceiro quadro diz: Em torpor ou inconsciente e sem 
acesso venoso pérvio e segue: Administrar 1 ampola de glucagon por via intramuscular ou subcutânea. Quando 
consciente oferecer alimento, se possível. Continuar tentativa de acesso venoso periférico. Fim da descrição.
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/L
Consciente e alimentando-se
Administrar 15 g de carboidrato de absorção 
rápida (uma colher de sopa de açúcar ou 30ml 
de soro glicosado a 50% diluído em água 
filtrada). Rever o valor da glicemia capilar (GC) 
após 15 minutos; se não houve reversão da 
hipoglicemia, repetir o processo.
Jejum intencional e com
acesso venoso prévio
Administrar 30 mL de glicose 50%, diluídos em 100 
mL de SF 0,9% de EV. Repetir a GC em 5 min e se 
não houve recuperação o procedimento deve ser 
repetido. Após a correção imediata é necessário 
oferecer alimento, se possível. Caso não seja 
possível, aumentar aporte calórico endovenoso.
Em torpor ou inconsciente e
sem acesso venoso prévio
Administrar 1 ampola de glucagon por via 
intramuscular ou subcutânea. Quando consciente 
oferecer alimento, se possível. Continuar tentativa 
de acesso venoso periférico.
Assim, independentemente se houver hiper ou hipoglicemia associada em um 
paciente internado, nossa meta enquanto nutricionistas será fornecer uma ali-
mentação adequada para controle desses valores e manutenção ou recuperação 
de seu estado nutricional.
Doença Obstrutiva Pulmonar Crônica (DPOC)
A DPOC é a quarta principal causa de morte no mundo. Sua causa está associa-
da com uma exposição contínua a partículas e gases que levam aos problemas 
respiratórios e alveolares, com sintomas gerais de tosse, dispneia e produção 
aumentada de escarro. 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
Na avaliação nutricional do DPOC, além dos dados padrão, deveremos 
considerar a gasometria arterial, que irá nos mostrar o balanço nitrogena-
do do paciente. Durante a internação todos os pacientes com DPOC devem 
receber avaliação nutricional, com especial rigor para pacientes com perda 
involuntária de peso significativa (>10% em 06 meses ou >5% no último mês)
(NUNES et al., 2011).
Pacientes com DPOC inúmeras vezes apresentam comorbidades, aumen-
tando seu risco nutricional. Sem contar que pelo hipermetabolismo e hiper-
catabolismo relacionado com a doença, diversas vezes não conseguem atingir 
suas metas através da alimentação piorando seu estado nutricional, com perda 
importante de massa magra, ocasionando disfunção esquelética e sarcopenia.
Esses quadros, além do agravamento de sua condição, estão diretamente rela-
cionados com sua morbidade e mortalidade.
Para a alimentação, sugere-se a alimentação oral, suplementada quando ne-
cessário para atingir as metas calculadas e quando isso não for possível pensar 
em uso de terapia nutricional enteral.
Quadro 2 - Recomendações no DPOC / Fonte: adaptado de Nunes et al. (2011).
CALORIAS
30 a 45Kcal/Kg/dia ou 1,3 a 1,7 vezes a Taxa metabólica
Basal
MACRONUTRIENTES
Carboidratos: 40 a 55%
Proteínas: 15 a 20% (1,2 a 1,7g/Kg/dia)
Lipídios: 20 a 35%
AJUSTES
Garantir um bom aporte proteico para manter massa ma-
gra do paciente e reduzir o catabolismo.
O uso de ômega-3 pode beneciar os pacientes.
Dietas ricas em lipídios podem diminuir a produção de CO2,
o que pode beneciar pacientes em estado mais grave ou
em desmame de ventilação.
MICRONUTRIENTES
Atentar para possíveis deciências, controlar eletrólitos.
Uso de vitamina C, vitamina E, zinco e selênio parecem
melhorar a recuperação dos pacientes.
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Hipertensão Arterial (HA)
A hipertensão arterial é uma doença crônica não transmissível dependente de fato-
res multifatoriais (genéticos, ambientais e sociais) que alteram os níveis pressóricos 
de uma forma persistente com valores de pressão sistólica maior ou igual a 140
mmHg e/ou diastólica maior ou igual a 90 mmHg. Muitas vezes por se tratar de uma 
doença assintomática pode evoluir para complicações, como: doenças coronarianas, 
insuciência cardíaca, acidente vascular cerebral, insuciência renal, dentre outras.
Dentre as recomendações para a prevenção emesmo o tratamento para a HAestão:
manter o peso dentro de um IMC de normalidade, manter uma alimentação rica
em rutas, verduras e alimentos in natura, com menor quantidade de consumo de
gorduras e sódio (a recomendação permanece de 02g de sódio diário, equivalente
a mais ou menos 05g de sal por dia).
Conforme a Diretriz Brasileira para HA (BARROSO et al., 2021) recomenda-se 
que na avaliação nutricional seja realizada uma anamnese contemplando rotinas de
consumo alimentar e ainda se há consumo de alimentos cardioprotetores ou não. 
Para as medidas antropométricas, além de peso, altura e determinação do IMC, o 
uso da circunferência abdominal é imprescindível, pela correlação com o risco de 
doenças cardiovasculares por demonstrar maior acúmulo de obesidade central (para 
população em geral, os valores de risco são para mulheres > 80cm e homens > 94cm).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
Doença Renal
As doenças renais são complicações em saúde que aumentam a morbidade dos
pacientes internados e necessitam de uma maior atenção do nutricionista.
“ O estado nutricional tem papel fundamental na saúde e nos desfechos 
clínicos de pacientes com doença renal. Não há dúvidas que a desnu-
trição tem alta prevalência e está intimamente associada a resultados 
clínicos adversos e aumento da taxa de hospitalização, complicações 
e mortalidade nessa população (ZAMBELLI et al., 2021, p. 6). 
Durante a internação, conforme consenso há a recomendação de uso da triagem
conhecida por MST (Malnutrition Screening Tool) que por ser de fácil aplicação 
(podendo ser realizada pelo próprio paciente) cria um alerta para o risco de 
desnutrição (MARTINS et al., 2021).
Quadro 3 - Recomendações no HA / FONTE: adaptado de Barroso et al. (2021).
CALORIAS
Manter os cálculos da população em geral, sempre buscando
manter os pacientes dentro de um IMC de eutroa.
MACRONUTRIENTES Distribuição normal dos nutrientes.
AJUSTES
Sugerem-se padrões da dieta DASH = maior consumo de ru-
tas e verduras, cereais integrais, carnes magras, laticínios com
baixo teor de gordura e oleaginosas.
MICRONUTRIENTES
Restringir o sódio az-se necessário para as recomendações
de 02g de sal adicionado ao dia. Consumo de potássio e de
cálcio são recomendados.
Além da hipertensão arterial, temos outros ajustes nutricionais relacionados com
pacientes cardiopatas. Vamos ver um artigo sobre as recomendações energéticas
nestes pacientes?
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Para conhecer a MST. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do
ambiente virtual de aprendizagem.
EU INDICO
DESNUTRIÇÃO
Perda involuntária de peso (>10% de seu peso
nos últimos seis meses); IMC < 18Kg/m²;
Baixa ingestão calórica e proteica.
OBESIDADE
Devido à mudança de composição corporalpela retenção hídrica, especialmente em pa-
cientes com DRC, o IMC não é uma medida
conável; a circunerência abdominal conse-
gue indicar melhor a gordura abdominal.
Tanto a desnutrição como a obesidade são fatores de risco para as doenças renais, 
impactando no agravamento da doença. Para uma boa avaliação nutricional os
seguintes critérios devem ser levados em consideração:
Existem algumas denições para as doenças renais, que são subdivididas (ZAM-
BELLI et al., 2021):
 ■ Injúria Renal Aguda (IRA): considerada uma síndrome, que tem como 
característica o rápido e repentino declínio da função renal, acúmulo 
de metabólitos, toxinas e medicamentos no sangue. Seu diagnóstico se 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
dará: Quando houver aumento da creatinina sérica em ≥50% dentro 
de 7 dias ou aumento da creatinina sérica em ≥0,3 mg/dL dentro de 48
horas ou Oligúria
 ■ Doença Renal Aguda (DRA): Quando houver dano estrutural no rim 
menor de 03 meses ou Taxa de ltração glomerular <60 mL/min por
1,73 m² <3 meses ou diminuição da Taxa de ltração glomerular por 
≥50% por <3 meses
 ■ Doença Renal Crônica (DRC): Dano renal ≥3 meses ou TFG <60 mL/
min por 1,73 m2 por ≥3 meses.
Doença ou Injúria Renal Aguda (DRA ou IRA)
A IRA, frequentemente, é causada por enfermidades graves e está associada com 
altas taxas de mortalidade, podendo variar de 10 a 80% dos casos. Os cuidados
nutricionais vão estar sempre permeados pelas demais comorbidades apresen-
tadas, entretanto, em geral as recomendações devem seguir:
Quadro 4 - Recomendações no IRA / Fonte: adaptado de Zambelli et al. (2021).
CALORIAS
Em obesidade e muito baixo peso deve-se calcular pelo
ideal ou peso seco: 20-30Kcal/Kg/dia.
No estresse grave: 20-25Kcal/kg/dia.
Fase inicial da doença aguda iniciar com aporte <70% das ne-
cessidades com evolução para 80-100% da meta em 3 dias.
MACRONUTRIENTES
Carboidratos e gorduras seguir DRI
Proteínas:
Paciente hipercatabólicos e sem terapia de reposição renal =
1 a 1,5g/Kg/dia
Reposição Intermitente = 1,5g/Kg/dia
Reposição contínua = 1,7 a 2,5g/Kg/dia
Pacientes em estado normal = 0,8 a 1,0Kg/Kg/dia.
AJUSTES
Manejo de eletrólitos, os quais devem ser individualizados
observando os níveis séricos. Glutamina não é recomendada.
MICRONUTRIENTES Pode ser necessária a suplementação de micronutrientes.
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A alimentação na IRA ou DRA deve estar atingindo as metas conforme a tabela, 
priorizando a via oral. Para os que estejam impossibilitados ou não tolerem, pode
ser utilizada a via enteral para a recuperação do paciente. Em casos agudizados, 
não se recomenda o uso da parenteral, devendo ser opção apenas com o paciente 
estabilizado e na impossibilidade da via enteral.
Insufciência Renal Crônica (IRC)
A insuciência renal crônica é uma condição que coloca em risco nutricional os 
pacientes, havendo uma alta prevalência da desnutrição entre eles. Muitas vezes 
pela sua condição clínica, o estado de hipercatabolismo e a baixa ingestão alimen-
tar podem agravar a sua condição e aumentar riscos, não apenas da desnutrição, 
mas de hospitalização, complicações e mortalidade (ZAMBELLI et al., 2021).
Para a avaliação antropométrica, precisamos entender que o paciente renal 
apresenta diversas particularidades, como o edema, o que diculta o uso de dados 
objetivos como o IMC, anal, se não houver a correção para o peso seco, tere-
mos dados superestimados, e por vezes, eles poderão atrapalhar um diagnóstico 
precoce de desnutrição.
Quadro 5 - Recomendações no IRC / Fonte: adaptado de Martins et al. (2021) e Zambelli et al. (2021).
CALORIAS
Seguir recomendações gerais conorme estado nutricional
dos pacientes; em geral 25 a 35Kcal/Kg/dia - Usar peso
atual ou em casos de obesidade peso ideal para os cálculos.
MACRONUTRIENTES
Carboidratos e gorduras seguir DRI.
Proteínas:
Não-dialisado: 0,55 a 0,8g/Kg/dia (sem risco nutricional)
Diálise: 1,0 a 1,2g/Kg/dia
AJUSTES
Em caso de pacientes em risco nutricional ou desnutrição
pode ser necessária suplementação de aminoácidos essencial.
Em casos de diálise pode ser necessário correção na inges-
tão de líquidos para recuperação de peso.
MICRONUTRIENTES
Atentar ao consumo de sódio, ósoro e potássio. Salvo se
perceber deciências de outros nutrientes, segue-se a DRI.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
Como sempre, a principal via de alimentação a ser considerada será a oral. Em casos de 
desnutrição ou mesmo risco, deve-se considerar a terapia nutricional para complemen-
tar as necessidades, primeiramente a partir do uso de suplementos alimentares e em 
últimos casos, poderemos fazer uso de terapia enteral, seja complementar ou exclusiva. 
O uso de suplementação oral ou enteral pode ser utilizado sempre que um 
paciente estiver em risco nutricional ou desnutrido, o ajuste de micronutrientes 
das composições deverá ser realizado quando houver alterações em exames labo-
ratoriais, com atenção especial para: potássio, fósforo, sódio, cálcio e vitamina D.
Os pacientes com IRC deverão sempre ter um controle rígido da ingestão de sódio,
potássio e ósoro, que são preditores de sua saúde e evolução da doença. Portanto,
a prescrição dietética deve estar atrelada ao controle laboratorial desses nutrientes
(ZAMBELLI et al., 2021).
Obesidade
A obesidade tende a agravar quadros de saúde dos pacientes internados, assim 
a ASPEN (American Society for Parenteral and Enteral Nutrition) recomenda 
uma avaliação nutricional para esses pacientes em até 48h de internação para
diminuir o risco de complicações.
Muitas doenças podem estar associadas em pacientes obesos, entretanto, ape-
nas a obesidade já é um risco e deve ser tratada. Para análise dos exames bioquími-
cos, incluir avaliação da função tiroidiana e de micronutrientes pode auxiliar no 
diagnóstico e conduta. Observar o consumo alimentar e sua relação com hábitos 
e comportamentos é fundamental não apenas para uma intervenção adequada, 
mas para a orientação de mudanças de estilo de vida (PEPE et al., 2022).
“ Algumas limitações muito importantes que devem ser consideradas 
são tanto o fato de haver omissão quanto subrrelatos podem ocorrer 
de maneira não intencional e devem ser avaliados com cautela. O
comportamento envolvido no subrrelato da ingestão alimentar é 
um processo complexo, que inclui componentes perceptivos, emo-
tivos e cognitivos ainda pouco explorados (PEPE et al., 2022, p. 69). 
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Após realizar o diagnóstico, a conduta nutricional preconizada sempre será 
uma alimentação via oral baseada em alimentos in natura, complementando
com suplementação oral ou terapia enteral caso paciente não atinja as metas. 
Para os cálculos, podemos ajustar o valor do peso ao ideal ou utilizar uma dieta 
hipocalórica ao considerar o peso atual.
Quadro 6 - Recomendações na Obesidade / Fonte: adaptado de Pepe et al. (2022).
CALORIAS
22 a 25Kcal/Kg de peso ideal/dia
11 a 14Kcal/Kg de peso atual/dia
MACRONUTRIENTES
Carboidratos – 55 a 60% (de baixo índice e carga glicêmica)
Proteínas – 15 a 20% (se IMC de 30 a 40 = 02g de proteína/
Kg/dia e se IMC ≥ 40 = 2,5g de proteína/Kg/dia)
Lipídeos - < 30%
AJUSTES
Não ultrapassar 10% com açúcares simples, e gorduras
saturadas. Fornecer uma dieta rica em bras.
MICRONUTRIENTES
Observar possíveis deciências ou excessos como de ácido
ólico, magnésio, cálcio, potássio, sódio, vitamina B12, erro.
O paciente obeso deve ser acompanhado de forma contínua, afinal, die-
tas hipocalóricas (em especial as de muito baixas calorias: < 800Kcal/dia) 
podem colocar em risco os pacientes, com perda de função, massa magra 
e mesmo densidade óssea. Nesses casos, deve-se considerar ajustar o apor-
te calórico, sempre mantendo a dieta hiperproteica. Além disso, ajustar a 
alimentação com aumento na oferta de alimentos in natura, conforme as 
recomendações do Guia Alimentar Brasileiro (PEPE et al., 2022).
Acesse o Guia Alimentar da População Brasileira. Recursos de mídia disponíveis
no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
EU INDICO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL EM PACIENTES 
ACAMADOS
Pacientes acamados são um grande desao no quesito da avaliação nutricional, 
anal, os dados usuais como peso e altura deverão ser estimados ou medidos de
forma indireta, bem como a avaliação subjetiva serão nosso principal meio para 
chegar a um diagnóstico do estado nutricional do paciente.
Sabemos que a desnutrição iatrogênica, ou seja, a relacionada com as
doenças, é responsável pelo maior risco do paciente e morbidade, como piora 
da cicatrização, maior risco de infecção hospitalar, maior tempo de internação. 
Com isso, avaliar corretamente e atuar precocemente podem diminuir os riscos 
e auxiliar na recuperação do nosso paciente.
O peso estimado pode ser realizado através de cálculos com uso de circunferên-
cias e pregas, assim como através do IMC. O peso do paciente é fundamental para 
determinação do estado nutricional, gastos energéticos e até mesmo volumes de
medicamentos a serem utilizados (BURGOS et al., 2018).
A estatura pode ser aferida pela altura do joelho ou pela extensão dos braços. 
Em últimos casos, pode-se usar a estatura recumbente (coloca-se o paciente na
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posição de supina, com o leito na horizontal, fazem-se marcas no lençol no topo 
da cabeça e na base do pé e mede-se com a ta métrica).
Muitos pacientes em cuidados paliativos ou em 
terminalidade da doença podem estar acamados, as-
sim, nosso principal objetivo deve ser manter a qua-
lidade de vida deles. Por essa razão, estar atento às 
particularidades é parte do nosso trabalho enquanto 
nutricionista, sabendo que o paciente deve estar no
centro de qualquer decisão que tomarmos para seu tratamento, seja para garantir 
recuperação, e em alguns casos apenas para garantir conforto.
Conduta Nutricional
A depender do quadro do paciente, deveremos realizar condutas nutricionais
diferentes. Assim, antes de tudo, deve-se avaliar qual o quadro da doença do 
paciente, por exemplo: ele está acamado momentaneamente, mas em processo 
de recuperação, ou ele está em terminalidade? 
Bem, no primeiro caso, nossa conduta será direcionada para manter uma ali-
mentação adequada para sua recuperação breve, garantindo as metas calculadas. 
Já no segundo caso, nosso objetivo será o conforto, ou seja, priorizar o bem-estar,
fornecendo alimentação que garanta tolerância, evitando o agravamento da des-
nutrição (BURGOS et al., 2018).
Para os cálculos nutricionais, devemos atentar para a doença de base e sua 
condição clínica. Em casos, por exemplo, de pacientes neurológicos, com perda 
de peso, ou mesmo em catabolismo, sugere-se a manutenção de uma dieta hi-
percalórica (em média 30Kcal/Kg/dia). 
Mesmo para pacientes acamados a alimentação oral será prioridade, entre-
tanto em uma boa parte dos casos os pacientes não conseguem atingir suas me-
tas, seja por não tolerar ou por apresentar riscos (sempre solicitar avaliação do 
fonoaudiólogo para determinar possibilidade ou não de alimentação). 
Nesses casos, sugere-se o uso de terapia enteral para pacientes em recupe-
ração, pode-se utilizar dietas hipercalóricas e hiperproteicas para garantir uma 
maior densidade calórica e mesmo proteica em um menor volume de dieta; para 
pacientes em estado de terminalidade, sugere-se o uso de uma alimentação tró-
ca, apenas para conforto e manutenção da vida.
Nosso principal
objetivo deve ser
manter a qualidade
de vida
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
ACOMPANHAMENTO NO PACIENTE CIRÚRGICO
O acompanhamento nutricional do paciente cirúrgico é essencial para evitar 
complicações e auxiliar no seu processo de recuperação. Por isso, o nutricionista 
hospitalar também deve estar inserido nas equipes cirúrgicas a m de garantir 
uma correta conduta. 
Pré-Cirúrgico
Ainda temos casos frequentes em que os pacientes internam diretamente para a 
cirurgia sem a possibilidade de um preparo nutricional que melhore seu prog-
nóstico. Entretanto, sempre que possível, atuar no pré-cirúrgico permite que o 
paciente tenha uma boa evolução do pós-operatório.
Sugere-se manutenção do estado nutricional do paciente, utilizando então cálcu-
los energéticos de acordo com sua classicação. Independente do quadro, pacien-
tes que irão para uma cirurgia irão se beneciar de uma dieta imunomoduladora
(enriquecidas com arginina, ômega-3, ribonucleotideos), bem como com um 
aporte proteico otimizado (WEIMANN et al., 2021).
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Em pacientes que irão para uma cirurgia de grande porte ou que estejam em 
risco nutricional/desnutrição, há claras evidências de benefícios de um preparo 
nutricional pré-cirúrgico. Caso não consigam atingir 50% das suas necessida-
des com a ingestão alimentar, deve-se iniciar a suplementação oral.
Não há recomendações para longos períodos de
jejum, assim, devemos tentar intervir de forma a 
manter os pacientes o mínimo possível no estado 
não alimentado, preconiza-se o jejum de sólidos de
6h, e de líquidos 2 horas antes do procedimento 
(WEIMANN et al., 2021).
Pós-Cirúrgico
O paciente no pós-cirúrgico permanecerá em jejum até estar bem acordado e
estável, entretanto recomenda-se o início precoce da alimentação, procurando 
iniciá-la em no máximo 24 horas. Mesmo em cirurgias de grande porte percebe-
-se benefício em pacientes que receberam alimentos (mesmo que líquidos claros)
em poucas horas após a cirurgia (WEIMANN et al., 2021).
A prescrição dietética do paciente no pós-operatório deverá ser condizente 
com suas necessidades, ajustadas com o catabolismo do procedimento. Em ge-
ral, cirurgias de grande porte demandam mais dos pacientes, precisando muitas 
vezes iniciar com dietas hipercalóricas e hiperproteicas.
Sobre o tipo de alimentação indicada, priorize a alimentação oral e a de-
pender do procedimento, seguindo a tolerância do paciente. Pacientes que não 
consigam atingir suas metas deverão receber terapia nutricional oral através 
de suplementação, e na impossibilidade dieta enteral total ou complementar.
Nas cirurgias do trato gastrointestinal, a evolução dietética poderá ser 
mais lenta, iniciando com dietas líquidas e evoluindo a composição nutri-
cional conforme a tolerância do paciente. Nesses casos, a terapia enteral, e 
mesmo parenteral podem ser necessárias para evitar a desnutrição (WEI-
MANN et al., 2021).
Em geral, cabe ao nutricionista o bom senso de avaliar bem o paciente e sua 
situação clínica. Com isso, o suporte nutricional deverá garantir as metas esta-
belecidas e poderá ser complementado sempre que necessário.
Não há
recomendações
para longos
períodos de jejum
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS NA ALTA HOSPITALAR
Após o período de internação e recuperação, o paciente poderá receber alta hos-
pitalar. Entretanto, muitos pacientes recebem alta por estarem clinicamente es-
táveis, permanecendo em risco nutricional e por vezes em desnutrição. Por essa 
razão, nosso papel será fornecer não apenas o suporte durante a internação, mas 
atuar de forma a orientar pacientes e familiares.
Para pacientes sem risco nutricional, apenas uma orientação geral, norteada 
com o que está sugerido em nosso Guia Alimentar é suciente, entretanto para 
pacientes com comorbidades ou em risco, precisaremos ser mais precisos.
Preconize a manutenção do estado nutricional, assim para uma prescrição die-
tética realize os cálculos conforme o estado nutricional do paciente, para uma 
alimentação oral, é aconselhável usar para o cardápio os dados que foram ava-
liados no seu consumo alimentar.
Em caso de pacientes com diculdades alimentares, o aconselhamento para 
o uso de suplementos alimentares também deve ser feito com determinação 
dos produtos, sempre indicando várias possibilidades para a compra. Outro fator 
que não deve ser esquecido é a condição econômica do paciente.
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Para pacientes em uso de terapia enteral, devemos orientar os produtos a 
serem utilizados, a forma de preparo, fracionamento, forma de administração,
hidratação, higiene e acondicionamento. Geralmente o uso de sondapor si só 
é um grande desao, assim, os pacientes e cuidadores precisam de uma maior 
atenção para que não tenham dúvidas. 
Quanto ao tipo de produto, sabemos que o uso das fórmulas enterais líquidas e 
prontas para consumo são a primeira opção, tanto por garantirem o fornecimento 
das metas, quanto por diminuírem o risco de contaminação. Entretanto, da mesma
forma que na suplementação, os fatores econômicos inuenciam para a deter-
minação do tipo de alimentação, podendo ser ainda realizado o uso de módulos 
alimentares, e em últimos casos o uso de dietas artesanais (devendo estimar o risco
de contaminação e perdas nutricionais no preparo e administração do alimento).
Por m, o que importa sempre é a coerência. A orientação deve ser pautada nas 
necessidades do paciente, buscando a manutenção de sua saúde, com a indicação
de uma alimentação saudável e consonante com os hábitos do paciente, e acima de 
tudo que consiga ser realizada conforme a sua realidade socioeconômica.
NOVOS DESAFIOS
Chegamos ao nal deste tema. Espero que você tenha conseguido entender um 
pouco sobre a necessidade do acompanhamento do paciente adulto, que hoje é 
a maior demanda dos hospitais gerais.
Cada situação, paciente e momento irão trazer suas necessidades e para isso o 
prossional nutricionista deve estar atento e disposto a realizar a avaliação completa e 
manter o acompanhamento para adequar a conduta conforme a realidade do dia a dia.
Compreender que um paciente dicilmente terá apenas uma condição clíni-
ca, ou seja, na maior parte dos casos teremos pacientes com diversas comorbida-
des, faz com que estejamos aptos a atender a todos os pacientes da melhor forma,
estando com um olhar amplo, capazes de identicar as prioridades e manter 
condutas alinhadas que venham fornecer os nutrientes necessários para manu-
tenção e recuperação do paciente.
Por m, acompanhar um paciente favorecendo sua recuperação precoce e ainda 
o orientar a m de que sua alimentação seja parte de seu tratamento após a sua alta, 
torna o trabalho do nutricionista essencial para o processo de cura do nosso paciente.
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1. Ao avaliar um paciente no hospital, coletamos as seguintes inormações: paciente de 48
anos, com 102kg, 173cm, interna com diagnóstico de diabetes tipo II, hipertensão, e lesão
renal, tendo internado para iniciar tratamento dialítico. Paciente relata que tem apresen-
tado náuseas e por isso não tem conseguido comer direito, relatando alguns episódios de
hipoglicemia ao acordar, no prontuário apresenta glicemia capilar de 82mg/dL.
Mediante as inormações acima, podemos armar:
I - Paciente apresenta um IMC de 34Kg/m², entretanto, devemos considerar o peso do
paciente ajustado por causa da doença renal.
II - Nesse momento, o principal objetivo é atender às demandas relativas à insuciência
renal, sendo que demais comorbidades deverão ser avaliadas em um segundomomento.
III - Para esse paciente será considerada a restrição de sódio, oerecendo apenas 2g de sal
por dia.
IV - A hipoglicemia é considerada apenas para valores abaixo de 70mg/dL. Entretanto, os
sintomas nos mostram que o paciente apresenta glicemias mais elevadas ao longo do
dia, devemos adequar a alimentação para normalização da mesma.
É correto o que se arma em:
a) I e IV, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) II, III e IV, apenas.
2. O atendimento nutricional em hospital é composto por inúmeras fases, temos a triagem,
a avaliação, a prescrição, o acompanhamento e, por fm, as orientações de alta hospitalar.
Pensando em manter uma conduta adequada ao paciente e nas orientações necessárias
na alta, podemos afrmar:
I - Pacientes diabéticos, com uso de insulina, devem ter uma orientação completa, incluindo
prescrição dietética, mas deve-se priorizar ensinar a contagem de carboidratos.
II - Todos os pacientes internados deveriam receber alguma orientação nutricional, mesmo
aqueles sem comorbidades.
VAMOS PRATICAR
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III - Um paciente que apresente uma doença grave, mesmo recebendo orientação nutricio-
nal na alta hospitalar, deve ser orientado a manter acompanhamento nutricional, ou ser
encaminhado para tal.
IV - Pacientes em uso de suporte nutricional devem ser orientados apenas com dietas en-
terais artesanais, tanto por serem alimentos in natura, quanto pelo alto custo do uso de
dietas industrializadas.
É correto o que se arma em:
a) I e IV, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) II, III e IV, apenas.
3. Em pacientes cirúrgicos a alimentação é fundamental para sua recuperação. Uma boa
avaliação nutricional e estratégia podem mudar o desfecho de um paciente.
Com base nas inormações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta
entre elas:
I - A abreviação do jejum no pré-operatório, mantendo pacientes nomáximo 06 horas sem
receber qualquer tipo de alimento e líquido, é recomendada para pacientes cirúrgicos.
PORQUE
II - Um paciente bem alimentado antes da cirurgia é importante para diminuir riscos de
inecção e desecho do paciente, devendo apenas ser mantido um jejum prolongado
no pós-operatório por causa da anestesia.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justicativa correta da I.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justicativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição alsa.
d) A asserção I é uma proposição alsa e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são alsas.
VAMOS PRATICAR
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REFERÊNCIAS
BARROSO, W.K.S. et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq Bras Cardiol.,
v. 116, n. 3, p. 516-658, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.36660/abc.20201238. Acesso em:
30 jan. 2024.
BURGOS, R. et al. ESPEN guideline clinical nutrition in neurology. Clinical Nutrition, v. 37, p. 354-
396, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.clnu.2017.09.003. Acesso em: 30 jan. 2024.
MARTINS, C. et al. Consenso sobre a terminologia padronizada do processo de cuidado em
nutrição para pacientes adultos com doença renal crônica. Braz. J. Nephrol., v.43, n. 2, p. 236-
253, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2175-8239-JBN-2020-0210. Acesso em: 30 jan.
2024.
NUNES, A.L.B. et al. Terapia Nutricional no Paciente com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.
Projeto Diretrizes. Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral, São Paulo, 2011. Dis-
ponível em: https://amb.org.br/les/_BibliotecaAntiga/terapia_nutricional_no_paciente_com_
doenca_pulmonar_obstrutiva_cronica.pd Acesso em: 30 ago. 2023.
PEPE, R.B. et al. Posicionamento sobre o tratamento nutricional do sobrepeso e da obesidade.
Associação Brasileira para o estudo da obesidade e da síndrome metabólica (ABESO), São
Paulo, 1. ed., 2022, 260 p. Disponível em: https://abeso.org.br/wp-content/uploads/2022/11/
posicionamento_2022-alterado-nov-22-1.pd. Acesso em 13 ago. 2023.
SBD - SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes da sociedade brasileira de diabetes
2019-2020. São Paulo: Clanad, 2019. Disponível em: https://www.saude.ba.gov.br/wp-content/
uploads/2020/02/Diretrizes-Sociedade-Brasileira-de-Diabetes-2019-2020.pd. Acesso em: 10
ago. 2023.
TOLEDO, D. O. et al. Campanha “Diga não à desnutrição”: 11 passos importantes para combater
a desnutrição hospitalar. BRASPEN J, v. 33, n. 1, p. 86-100, 2018. Disponível em: http://arquivos.
braspen.org/journal/jan-ev-mar-2018/15-Campanha-diga-nao-aadesnutricao.pd Acesso em:
27 jan. 24.
WEIMANN, A. et al. ESPEN practical guideline: Clinical nutrition in surgery. Clinical Nutrition, v.
40, p. 4745-4761, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.clnu.2021.03.031. Acesso em: 30
jan. 2024.
ZAMBELLI, C.M.S.F. et al. Diretriz BRASPEN de Terapia Nutricional no Paciente com Doença Re-
nal. BRASPEN J, v. 36, 2º Supl, p. 2-22, 2021. Disponível em: 10.37111/braspenj.diretrizRENAL.
Acessoem: 30 jan. 2024.
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1. Opção A.
2. Opção D.
3. Reposta:
I - A abreviação de jejum preconizada é de 6 horas de sólidos e 2h de alimentos líquidos.
II - Mesmo no pós-operatório é indicado iniciar com alimentação precocemente, assim que
o paciente esteja acordado.
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
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UNIDADE 6
MINHAS METAS
PACIENTE HEPATOPATA
Conhecer aspectos para avaliação nutricional do paciente hepatopata.
Aprender a interpretar os dados para diagnóstico nutricional.
Entender as principais hepatopatias e suas características.
Compreender a intervenção nutricional eita em cada patologia.
Entender a importância do acompanhamento nutricional nas hepatopatias.
Conhecer as condutas nutricionais nas hepatopatias.
Reconhecer a importância da terapia nutricional nas hepatopatias.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 6
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INICIE SUA JORNADA
O fígado é um órgão fundamental para nosso organismo, anal através dele te-
mos todas as funções metabólicas de proteínas, carboidratos, gorduras e não 
apenas isso, todo o processo de distribuição de nutrientes ao organismo e de
transformação e eliminação de toxinas e substâncias estranhas (os xenobióticos). 
Assim, o adoecimento desse órgão tão importante pode trazer grandes conse-
quências para o nosso corpo, sendo que todas as medidas de prevenção e trata-
mento precoce são fundamentais para a garantia da saúde.
Como em todos os quadros clínicos, a nutrição pode desempenhar um papel 
fundamental no processo de melhora, anal, consegue imaginar como um paciente
com problemas hepáticos pode se beneciar de uma intervenção nutricional?
A conduta nutricional pode garantir melhora de sintomas, melhora da con-
dição clínica e mesmo do prognóstico em casos mais agravados. Ao utilizar
uma alimentação equilibrada conforme o caso, com ajuste em nutrientes, po-
deremos melhorar o processo de metabolização e assim permitir uma melhor 
qualidade de vida para nossos pacientes. Vem comigo aprender mais detalha-
damente sobre como fazer isso.
VAMOS RECORDAR?
A ESPEN (European Society or Clinical Nutrition and Metabolism) é um dos
principais órgãos mundiais a defnir diretrizes para a nutrição. E em 2021 tivemos as
diretrizes gerais para a nutrição hospitalar. Vamos relembrar as recomendações?
Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de
aprendizagem 
Nomundo das redes sociais propostasmilagrosas e resultados imediatos são bus-
cados por inúmeras pessoas. Mas já pensou que o uso de toterápicos e outras
substâncias podem prejudicar o ígado? Recursos de mídia disponíveis no con-
teúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem 
PLAY NO CONHECIMENTO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NAS DOENÇAS HEPÁTICAS
O paciente hepatopata internado por ter uma doença de base instalada já neces-
sitará um acompanhamento nutricional mais aprofundado, pois a sua situação 
de saúde já o coloca em risco. A doença hepática em geral é assintomática, o que 
piora o quadro dos pacientes, que muitas vezes só percebem o dano quando o 
quadro já está amplamente agravado (BITTENCOURT et al., 2017). 
Em geral, pacientes com doença hepática por toda a sua diculdade no meta-
bolismo apresentam risco aumentado para desnutrição e mesmo pacientes com 
esteatose hepática gordurosa, comumente associada à obesidade, apresentam 
no agravamento de sua doença a perda importante de massa muscular o que pode
o levar a sarcopenia (SANTOS et al., 2018). Em pacientes com cirrose hepática 
compensada, a desnutrição está presente em 20% dos casos, e nos pacientes com 
doença descompensada a prevalência é maior do que 50%. Percebe-se ainda
que tanto tecido adiposo, quanto massa muscular podem ser depletadas, sendo 
que mulheres tendem a diminuir mais rapidamente a reserva adiposa, enquanto 
que homens perdem rapidamente a massa muscular (EASL, 2018).
Dentre as medidas utilizadas para estabelecer gravidade, está o índice de massa 
corporal (IMC), que apesar de sua limitação, relacionada nesses pacientes com a 
grande retenção de líquidos, pode nos demonstrar a desnutrição grave com IMC 
≤18,5Kg/m² comum nos pacientes cirróticos e mesmo em pacientes com obesidade 
com IMC > 30Kg/m², cada vez mais comum relacionados a esteatose não alcoólica. 
Entretanto, para validar esses valores, precisamos fazer correção do peso e
ou apurar o peso seco do paciente. E como fazer isso? Utilizando ou o peso 
antes da retenção de líquidos, ou aferido após a paracentese, ou descontando o 
valor estimado conforme a ascite (esse chamamos de peso seco) (EASL, 2018). 
Para isso, segue-se a regra:
 ■ Ascite grau I (detectada apenas em ultrassonograa): descontar 5%
 ■ Ascite grau II (moderada não tensa): descontar 10%
 ■ Ascite grau III (ascite importante/tensa): descontar 15%
 ■ Subtrair 5% quando houver edema nos membros inferiores de forma 
bilateral.
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Para pacientes hepatopatas, em especial cirróticos, foi desenvolvida uma ferra-
menta chamada Royal Free Hospital - Nutritional Prioritizing Tool (RFH-NPT)
que já foi traduzida para o português em duas oportunidades e validada por 
GLASENAPP, ZUCHINALI e DALL’ALBA (2023), com o nome Triagem Nu-
tricional - Royal Free Hospital, e segue os critérios da Figura 1. No estudo de 
Santos et al. (2018), esse modelo foi o mais ecaz em determinar a desnutrição em 
pacientes hepatopatas crônicos e é considerado adequado inclusive pela ESPEN 
(BISCHOFF et al., 2022).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
03 PASSOS PARA DETECTAR O RISCO NUTRICIONAL EM PACIENTE COM DOENÇA HEPÁTICA
PASSO
1
PASSO
2
PASSO
3
Pontuação 0
Baixo Risco
•Cuidados clínicos
de rotina.
•Repita a triagem
semanalmente.
Pontuação 1
Moderado Risco
•Cuidados clínicos de rotina.
•Monitore a ingestão alimentar.
•Estimule a alimentação e 
ofereça lanches.
•Repita a triagem semanalmente.
Pontuação 2 a 7
Alto Risco
•Realize a avaliação nutricional 
detalhada.
•Monitore a ingestão alimentar.
•Institua medidas de suporte 
nutricional a fim de recuperar
o estado nutricional.
•Monitore cuidadosamente pelo 
menos 2 vezes por semana.
Some todos os pontos para obter o risco geral de desnutrição.
De acordo com a sua pontuação, verifique as DIRETRIZES DE CONDUTA:
O paciente apresenta hepatite alcoólica aguda ou está em uso de nutrição enteral? 
O paciente apresenta sobrecarga hídrica? Ou seja, edema periférico/ascite.
Não (0 pontos)
Sim (6 pontos)
Não (0 pontos)
Sim (1 ponto)
IMC (kg/m²)
Pontos
= 0
= 1
= 2
>20
18,5 - 20
>18,5
Perda de peso não intencional nos
últimos 3-6 meses: Pontos
= 0
= 1
= 2
>5%
5 - 10%
>10%
Pontos
= 0
= 1
= 2
Não
Ocasionalmente
Sim
A sobrecarga hídrica (edema periférico/
edema) interfere na capacidade do paciente 
de se alimentar? 
Não
Sim
Pontos
= 0
= 2
O paciente está ingerindo a metade ou 
menos da metade da dieta oferecida
nos últimos 5 dias? 
2 pontos
Pontos
= 0
= 1
= 2
O paciente perdeu peso nos últimos
3-6 meses? 
Não
Difícil de avaliar, pois o
paciente está usando
diuréticos
Sim 
Se o paciente está gravemente
doente e reduziu drasticamente a 
ingestão alimentar ou se prevê não 
conseguir alimentar-se durante
> 5 dias 
Figura 1- Algoritmo da Triagem Nutricional - Royal Free Hospital / Fonte: Glasenapp, Zuchinali e Dall’alba 
(2023, p. 88).
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Descrição da Imagem: A gura descreve um uxograma com o título: 3 passos para detectar o risco nutricional 
em paciente com doença hepática. Abaixo aparece o passo 1 com a pergunta: O paciente apresenta hepatite 
alcoólica aguda ou está em uso de nutrição enteral? Não (0 pontos) Sim (06 pontos). O não ligado por uma seta 
ao passo 2: O paciente apresenta sobrecarga hídrica? Ou seja, edema periférico/ascite. Não (0 pontos) Sim (01 
ponto). O não se liga a 3 quadros, o primeiro com duas colunas: IMC (Kg/m²) na esquerda e Pontos na direita, 
abaixo >20 = 0 pontos; 18,5 - 20 = 1 ponto; <18,5 = 2 pontos. O outro quadro: Perda de peso não intencional 
nos últimos 3-6 meses - duas colunas: <5% = 0pontos; 5-10% = 01 ponto; >10% = 02 pontos. O terceiro quadro 
descrito: Se o paciente está gravemente doente e reduziu drasticamente a ingestão alimentar ou se prevê não 
conseguir alimentar-se durante > 5dias = 2 pontos. O sim se liga igualmente a 3 quadros, o primeiro: A sobrecarga 
hídrica (edema periférico/edema) interfere na capacidade do paciente de se alimentar? Abaixo descrito Não = 0 
pontos; Ocasionalmente = 01 ponto; Sim = 2 pontos. O segundo quadro diz: O paciente está ingerindo a metade 
ou menos da metade da dieta oferecida nos últimos 5 dias? Não = 0 pontos Sim = 2 pontos. E o terceiro quadro 
diz: O paciente perdeu peso nos últimos 3-6 meses? Não = 0 pontos; Difícil de avaliar, pois o paciente está usan-
do diuréticos = 1 ponto; Sim = 2 pontos. Todos esses quadros levam em setas para o Passo 03 que diz: Some 
todos os pontos para obter o risco geral de desnutrição. De acordo com a sua pontuação, verique as diretrizes 
de conduta: Abaixo um quadro com 03 colunas: Pontuação 0 - Baixo Risco que diz - Cuidados clínicos de rotina, 
repita a triagem semanalmente; segunda coluna pontuação 1 - Moderado Risco que diz - cuidados clínicos de 
rotina, monitore a ingestão alimentar, estimule a alimentação e ofereça lanches, repita a triagem semanalmente. 
Última coluna: Pontuação 2 a 7 pontos - Alto risco que diz - realize a avaliação nutricional detalhada, monitore 
a ingestão alimentar, institua medidas de suporte nutricional a m de recuperar o estado nutricional, monitore 
cuidadosamente pelo menos 2 vezes por semana. Fim da descrição.
Seguindo esse uxo, conseguiremos ter uma atenção mais criteriosa com pa-
cientes de maior risco, sem deixar de acompanhar de forma adequada pacientes 
que estejam estáveis.
Além da avaliação do risco nutricional, devemos estar atentos para sinais de 
perda de massa e de reservas subcutâneas para prevenir não apenas a desnutrição, 
mas o risco maior de perda muscular e sarcopenia, que estão associados com 
maior mortalidade, mesmo em pacientes obesos (BISCHOFF et al., 2020; 2022).
Dentre as medidas a serem utilizadas para avaliar as perdas, a prega cutânea 
tricipital e a circunferência muscular do braço apresentam boa correlação mesmo 
em pacientes cirróticos (SANTOS et al., 2018). Já para os pacientes com a esteatose
não alcoólica, a medida de circunferência abdominal, assim como marcadores de 
enzimas hepáticas devem ser acompanhados para avaliação dos riscos e evolução 
da doença (MÁLAGO JR. et al., 2021). Outra medida que é uma boa preditora do 
risco de mortalidade é a força da preensão palmar (BISCHOFF et al., 2020).
Ainda, o uso de exames laboratoriais e/ou sinais físicos de deciências nu-
tricionais devem ser observados, visto que algumas deciências são comuns em 
hepatopatas, como: vitamina D, vitamina K, tiamina e outras vitaminas do com-
plexo B, cálcio. Marcadores como albumina e pré-albumina ajudam a determi-
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1
TEMA DE APRENDIZAGEM 6
nar o estado nutricional, salvo em pacientes com doença hepática avançada que 
estará correlacionado com o prognóstico e mesmo grau de ascite.
Por m, na avaliação é fundamental realizar uma entrevista acerca de sua in-
gestão dietética, com o uso de um diário alimentar ou recordatório alimentar e não 
apenas isso, incluir o quê, quanto, como se alimenta, ainda que suplementos usa,
ingestão hídrica e sintomas como: náuseas, vômitos, saciedade precoce, alterações 
gastrointestinais, podem ser estratégicos para a conduta nutricional (EASL, 2018).
Após todos os dados coletados, precisamos interpretar e correlacionar eles 
a m de realizar o diagnóstico nutricional, que em geral será para caracterizar 
o grau de risco ou mesmo desnutrição do paciente. Após denir o diagnóstico 
conseguiremos ser assertivos em nossa conduta e prescrição dietética, com uma 
previsão ajustada de suas necessidades e metas a serem cumpridas e observadas.
Paracentese: conorme descrito no site do governo do Brasil, é a “punção da pare-
de do abdome, com agulha especíca, para retirada de líquido peritoneal (de den-
tro da cavidade do peritônio), em pessoas apresentando suspeita ou diagnóstico
de ascite (“barriga d’água”), com a nalidade de esclarecimento diagnóstico e para
tratamento” (BRASIL, 2020, s.p.).
Além do diagnóstico, esse procedimento pode ser indicado para pacientes com
desconorto ventilatório, ou para pacientes com ascite reratária por uso de diuré-
ticos ou em tratamento terapêutico associado à inusão intravenosa de albumina
(BITTENCOURT et al., 2017).
ZOOM NO CONHECIMENTO
PRINCIPAIS CONDIÇÕES ENCONTRADAS
Doença Hepática Crônica
A doença hepática crônica está relacionada com o comprometimento da es-
trutura do fígado e consequentemente a capacidade funcional dos hepatócitos 
após intensa e contínua agressão e necrose celular. Ela inicia com o aumento 
das enzimas hepáticas, detectadas laboratorialmente e segue com a presença de
brose, diagnosticada histologicamente (BITTENCOURT et al., 2017). 
O paciente com a doença crônica está em constante estado hipercatabólico, 
e a depender de seu quadro, o risco de desnutrição aumenta, seja por redução da
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alimentação, mudanças no metabolismo de nutrientes, alterações na absorção intes-
tinal e mesmo o estado inamatório (BISCHOFF et al., 2020; SANTOS et al., 2018).
A doença hepática crônica pode evoluir para a cirrose, sendo a causa mais 
prevalente do desfecho o consumo abusivo de álcool (SANTOS et al., 2018). 
Além da doença hepática alcoólica, temos a doença hepática gordurosa não al-
coólica e ainda as hepatites B e C que podem estar associadas com a cronicida-
de da doença hepática e mesmo com o desenvolvimento de cirrose. No Brasil 
estimam-se 700.000 pessoas com infecção ativa por hepatite C sem tratamento 
(BITTENCOURT et al., 2017), como as principais causas de agravamento crô-
nico do fígado. Estima-se que em 2014 havia 850 milhões de pessoas no mundo 
com essa doença, sendo que ela permanece subdiagnosticada o que agrava o seu 
desfecho (MÁLAGO JR. et al., 2021).
Os pacientes cirróticos podem apresentar um agravamento e quadro clínico com os
seguintes sinais e sintomas (BISCHOFF et al., 2020; GREGORINI et al., 2016):
• Encealopatia hepática e Coma.
• Hipertensão Portal – levando a varizes esoagianas e colaterais.
• Ascite e edemas – aumentando a retenção de sódio e água.
• Desnutrição, mesmo quando as necessidades nutricionais são supridas.
• Icterícia.
• Hiperamonemia.
• Anormalidades na coagulação – com alteração no tempo de protrombina.
• Resistência à insulina ou Intolerância à glicose.
• Hipoalbuminemia.
• Plaquetopenia.
A doença alcoólica do fígado se manifesta pela esteatose hepática relacio-
nada com o consumo excessivo de álcool (consumo de 20 a 30g de etanol/
dia - equivalente a mais ou menos 01 taça de vinho de 150ml ou 45ml de
destilados, por exemplo) podendo progredir para a cirrose (BITTENCOURT 
et al., 2017). Se diagnosticada de forma precoce pode ser reversível com a 
cessação do consumo do álcool. Já as hepatites são uma inflamação do fígado
em decorrência de infecções virais ou mesmo substâncias tóxicas e podem 
levar à cirrose. Estão relacionadas com sintomas de fadiga, náuseas e icterícia 
(nos sintomas mais graves)
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
Esteatose Hepática não Alcoólica
Dentre as doenças hepáticas crônicas, temos a esteatose não alcoólica, que tem 
se tornado cada vez mais prevalente com o aumento dos índices de obesidade. 
Ela se caracteriza por uma anormalidade hepática, com aumento do peso do
órgão maior que 5%, com inamação, consequente necrose e regeneração celular 
progredindo para a brose e não está relacionada com o consumo de álcool, nem 
a problemas autoimunes ou doenças metabólicas.
Pode estar relacionada, entretanto, em alguns casos ao uso de medicamentos 
hepatotóxicos, anabolizantes, e mesmo exposição a toxinas como a aatoxina. E 
não menos importante a sua relação com a síndrome metabólica (BISCHOFF 
et al., 2022; MÁLAGO JR. etal., 2021; COTRIM et al., 2016).
“ A DHGNA (doença hepática gordurosa não alcoólica) tem crescido
no mundo em associação com maus hábitos alimentares e estilo de
vida sedentário, junto com a epidemia de obesidade. Esta doença 
afeta de 25 a 30% da população mundial. A ocorrência da DHGNA 
está associada à obesidade, resistência à insulina e síndrome meta-
bólica, sendo inclusive considerada a manifestação hepática dessa 
síndrome. Essas doenças compartilham fatores de risco: obesidade, 
diabetes tipo 2, dislipidemia e resistência à insulina (MÁLAGO JR. 
et al., 2021, p. 196). 
Um dos grandes problemas relacionados 
com a doença é sua evolução, que após a 
inflamação, pode levar à fibrose e à cirrose
hepática, sendo que muitos casos estão as-
sociados ao carcinoma hepatocelular, que 
pode vir associado ou não ao desenvolvi-
mento da cirrose. Estima-se que essa doença 
em breve será a principal causa de morbi-
mortalidade comparada a todas as doenças
hepáticas, bem como a principal causa para 
transplantes (MÁLAGO JR et al., 2021).
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Figura 2 - Progressão da doença 
hepática crônica não alcoólica
Fonte: Málago Jr. et al. (2021, p. 
200).
Descrição da Imagem: A -
gura descreve alguns fígados 
adoecidos com a sequência 
da progressão da doença 
linkados com setas: Acúmulo 
de gordura - Necrose - lesão 
tecidual - inamação - cicatri-
zação - brose - brose dis-
seminada - cirrose - distorção 
hepática - carcinoma hepato-
celular. Fim da descrição.
Acúmulo de gordura
Necrose
Lesão tecidual
Inflamação
Cicatrização
Fibrose
Fibrose disseminada
Cirrose
Distorção hepática
Carcinoma hepatocelular
Outra questão que deve ser levada em consideração é o risco de perda de massa 
e a sarcopenia, comum em pacientes com quadros cirróticos e muitas vezes su-
bestimada em pacientes que sejam obesos (BISCHOFF et al., 2022).
Insufciência Hepática Aguda
A Insuciência Hepática Aguda grave em geral ocorre em pacientes sem com-
prometimento do fígado prévio e clinicamente apresenta sintomas de icterícia 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
seguida de encefalopatia. A mortalidade desses pacientes é alta, variando de 60 
a 90% dos casos quando não há controle da encefalopatia.
A encefalopatia hepática, que é um distúrbio do sistema nervoso central as-
sociado à insuciência hepatocelular e com sintomas neuropsiquiátricos (BIT-
TENCOURT et al., 2017).
Transplante Hepático
O transplante hepático é considerado sempre que não for possível controlar as 
doenças hepáticas com tratamentos convencionais e mesmo em pacientes com 
hepatopatias em estágio terminal. No Brasil, existe uma la única que compreen-
de pessoas de 18 a 70 anos de idade que atendam a alguns critérios. Mesmo 
antes do transplante, o controle de comorbidades como obesidade, hipertensão, 
dislipidemia e diabetes devem ser priorizados (BITTENCOURT et al., 2017).
INTERVENÇÃO NUTRICIONAL
“ A manutenção do estado nutricional é essencial para o gerencia-
mento e recuperação do estado de saúde. A identicação precoce do 
risco nutricional é importante para oferecer intervenção apropriada
e um cuidado nutricional adequado. Uma intervenção nutricional 
individualizada baseada na avaliação prévia do risco nutricional 
pode prevenir complicações em pacientes cirróticos, melhorar sua 
qualidade de vida e a taxa de sobrevivência (GLASENAPP; ZUCHI-
NALI; DALL’ALBA, 2023, p. 85). 
A meta de todo o nutricionista é manter 
o paciente em bom estado nutricional, e 
isso não é diferente com o hepatopata. Os 
pacientes em desnutrição apresentam por 
si só maior risco de mortalidade, assim
como piora em seu estado catabólico e in-
flamatório (BISCHOFF et al., 2020). As-
sim, devemos nos ater a alguns objetivos:
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• Melhorar as unções hepáticas e qualidade de vida do paciente.
• Recuperar ou manter o estado nutricional.
• Diminuir ou controlar o catabolismo proteico, evitando a sarcopenia.
• Manter o balanço nitrogenado.
• Promover a regeneração hepática sem aumentar o risco de encealopatia
hepática.
Para cada quadro, teremos alguns cuidados especícos a serem observados.
 ■ Doença Hepática Aguda:
 ■ A dieta nos casos agudos é similar ao utilizado em pacientes críticos, 
com ajuste na demanda energética conforme o quadro do paciente.
 ■ A quantidade proteica deve suprir as necessidades com cautela, visto 
o risco da encefalopatia, assim quantidades de 1,0 a 1,2g/Kg podem 
ser sucientes até a estabilização do quadro, dando preferência para
consumo de proteínas vegetais e lácteos, visto que a proporção de ami-
noácidos de cadeia ramicada.
 ■ Pacientes com encefalopatia hepática e que apresentem hiperamonemia
não necessitam restrição proteica, entretanto, eles podem iniciar aos 
poucos a adição na dieta, procurando atingir as metas.
 ■ Doença Hepática Crônica:
 ■ Necessidades energéticas: 30 a 40Kcal/Kg de peso seco.
 ■ Cálculo proteico: 1,2g de proteína/Kg de peso seco para pacientes 
compensados e não desnutridos; 1,5g de proteína/Kg para pacientes
desnutridos ou sarcopênicos.
 ■ A composição da dieta deve conter de 50 a 60% de carboidratos, 
priorizando os complexos. Já os lipídios devem ser de 20 a 30% das
necessidades, devendo evitar gorduras saturadas e trans, e aumentar a 
oferta de gorduras poli-insaturadas.
 ■ Restrição de líquidos pode ser necessária e deve ser avaliada e indicada
pela equipe médica.
 ■ A restrição de sódio pode ser avaliada em situações de ascite e edema, 
mas deve permanecer minimamente o consumo de 2g por dia.
 ■ Algumas deciências de micronutrientes são comuns e devem ser 
avaliadas.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
 ■ Esteatose não alcoólica:
 ■ Por estar relacionado com obesidade, nesses casos a terapia nutricional
deve preconizar a diminuição do peso corporal de 7 a 10% com objetivo 
de diminuição da esteatose e mesmo melhorar valores bioquímicos das 
enzimas hepáticas. A dieta deve ser normoglicídica e normolipídica,
buscando atingir um requerimento energético que busque a eutroa.
 ■ Aliar o atendimento a uma equipe multiprossional é fundamental 
visto que a mudança de hábitos pode gerar frustração e mesmo
resistência em pacientes que ainda sejam assintomáticos.
 ■ A composição da dieta deve ser com carboidratos complexos. O con-
trole do índice glicêmico da dieta pode favorecer não apenas o controle
da glicemia, mas da lipogênese e consequente necrose do tecido.
 ■ Para as gorduras usar como base as mono e as poli-insaturadas, evitando 
em especial as saturadas e trans que podem agravar a esteatose.
 ■ Já a porção proteica da dieta deve ser mantida entre 1,2 a 1,5g/Kg de 
peso ideal/dia. Tanto para manutenção de sua capacidade muscular 
como para evitar ou corrigir a sarcopenia.
 ■ Transplante Hepático:
 ■ A terapia nutricional deverá visar à recuperação do estado nutricional, 
garantir uma boa cicatrização, prevenir infecções.
 ■ Fase pré-transplante: deve ser nutricionalmente completa e de fácil 
digestão, com 30 a 35Kcal/Kg/dia e em obesos 25Kcal/Kg de peso ideal. 
Já as proteínas devem atingir metas de 1,2 a 1,5g/Kg/dia, e em obesos
sugere-se o aumento da ingestão proteica para 2 a 2,5g/Kg de peso 
ideal. E deve ser evitado jejum perioperatório longo.
 ■ No pós-transplante, o requerimento energético deve ser aumentado
em pelo menos 20% as necessidades basais e ainda mais 50 a 70% para 
pacientes desnutridos.
 ■ A dieta deve ser nutricionalmente completa, mas com proteínas em
1,2 a 1,5g/Kg de peso, respeitando a tolerância e com evolução gradual.
Assim como em todo o paciente internado, o acompanhamento nutricional é
fundamental. Observar cada característica e determinar a conduta nutricional 
são os primeiros passos em um acompanhamento, visto que a cada dia e situação 
clínica do paciente, nós nutricionistas deveremos estar atentos para realizar as
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mudanças necessárias a m de garantir o suprimento das necessidades do pa-
ciente. A alimentação oral sempre será a primeira opção, entretanto, conforme 
o risco que o paciente apresente,e mesmo sua tolerância, o uso concomitante de 
suplementos deve ser considerado. Assim como, em casos de baixa adesão à dieta 
oral, o uso de terapia nutricional enteral é de grande valia para a manutenção ou
recuperação do estado nutricional do indivíduo.
Terapia Nutricional Oral
Como dito anteriormente, a alimentação oral sempre será a primeira via a ser 
considerada. Por isso, uma avaliação nutricional detalhada e uma intervenção 
precoce podem facilitar a adesão do paciente com a dieta hospitalar. Dentre os 
cuidados, podemos considerar.
 ■ Doença Hepática Aguda:
 ■ Se o paciente estiver com condições de deglutição preservadas, a 
alimentação oral permanece sendo preconizada, adequando o volume 
de alimentos e o fracionamento conforme tolerância do paciente.
 ■ A suplementação pode ser necessária para conseguir atingir as metas 
calculadas do paciente, sendo que suplementos concentrados com 
maior densidade calórica podem beneciar o paciente.
 ■ Doença Hepática crônica:
 ■ Priorize uma dieta com maior fracionamento (6 a 8 refeições), evitando 
jejum prolongado especialmente a noite e assim a degradação proteica.
O fracionamento também favorece a melhor tolerância alimentar, visto 
que um sintoma prevalente nesses pacientes é a saciedade precoce.
 ■ Para que o jejum seja evitado, o café da manhã e a ceia são fundamentais e
devem ser equilibradas em sua composição de carboidratos e proteínas.
 ■ A suplementação de aminoácidos de cadeia ramicada (AACR - 
leucina, valina e isoleucina) pode ajudar na recuperação do paciente.
Se pensarmos em fonte alimentar, as leguminosas, as castanhas e 
os lácteos apresentam uma boa proporção. A proteína pode ser de 
fonte animal, mas em pacientes com encefalopatia diabética priorizar
proteínas vegetais e suplementar os aminoácidos para garantia das 
necessidades. Doses de 0,25g/Kg de BCAAs parecem ser sucientes. 
A proteína das carnes por apresentarem uma maior proporção de
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
aminoácidos de cadeia ramicada (AACA) que podem piorar os 
sintomas da encefalopatia.
 ■ O uso de carboidratos complexos deve ser preconizado, sendo a 
composição de bras importante para correção de constipação. 
Entretanto, deve-se observar tolerância de pacientes com ascite que
podem ter plenitude gástrica precoce.
 ■ Para os lipídeos, as gorduras preconizadas são as poli-insaturadas 
e pacientes com esteatorreia podem se beneciar com o uso de 
triglicerídeos de cadeia média (TCM).
 ■ Esteatose não alcoólica:
 ■ Esses pacientes se beneciam de uma dieta hipocalórica associada a 
atividades físicas. Em geral, a dieta mediterrânea parece estar associada 
à melhora da esteatose e da resistência à insulina.
 ■ Restringir o consumo de produtos processados com alta concentração
de açúcar renado, xaropes de milho e frutose adicionada, como por 
exemplo as bebidas açucaradas. O mesmo vale para a bebida alcoólica 
que deve ser restrita e preferencialmente evitada.
 ■ O uso de ômega-3, vitamina E, vitamina D e outros antioxidantes po-
dem auxiliar a diminuir o processo inamatório.
 ■ Para melhorar a adesão ao tratamento, o acompanhamento multidisci-
plinar e mesmo condutas que respeitem a alimentação e as referências 
culturais e sociais do paciente tendem a ser mais ecazes.
 ■ Transplante hepático:
 ■ A alimentação deve ser fracionada em pequenas refeições conforme a 
tolerância do paciente na fase pré-transplante. Para pacientes que não to-
lerem a totalidade da proteína ofertada ou apresentem aumento na amô-
nia, sugere-se o uso de proteína vegetal e a suplementação com BCAAs.
 ■ No pós-transplante, iniciar a alimentação precocemente (12-24h após o 
transplante), com refeições com baixo volume, maior frequência, prefe-
rencialmente com maior concentração calórica. Se o paciente não tolerar 
a totalidade da oferta alimentar, pensar no uso de suplementos orais.
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Terapia Nutricional Enteral (TNE)
Quando não for possível atingir pelo menos 60% das necessidades nutricio-
nais do paciente por via oral, e mesmo após tentativas de suplementação oral, é 
indicada a terapia enteral de forma precoce.
No caso de pacientes com encefalopatia hepática o uso de nutrição enteral 
precoce é recomendado. Mesmo em casos de falência hepática a nutrição enteral 
será recomendada, em pacientes nutridos com início tão logo quanto possível, e
em casos de pacientes desnutridos, deve ser iniciada prontamente com evolução 
gradual (BISCHOFF et al., 2020).
Mas em casos de hemorragia digestiva a TNE deve ser interrompida até
melhora do sintoma, nesses casos, a nutrição parenteral pode ser necessária. 
Assim que houver melhora dos sintomas ou estabilização a NE deve ser reiniciada.
A dieta que mais beneficia os pacientes são as com maior densidade
calórica (1,5Kcal/ml), visto que em menores volumes conseguimos atingir 
as metas calóricas, assim como preferencialmente o uso de dietas poliméricas 
deve ser preconizado, com o uso de dietas oligoméricas apenas em pacientes
com má absorção.
Para pacientes transplantados também iremos pensar na nutrição enteral em 
duas situações, primeiramente para aqueles que não conseguirem atingir as metas
calculadas, nem mesmo com a suplementação e para aqueles que apresentarem 
um quadro de desnutrição severa antes da cirurgia. Sendo que a dieta polimérica, 
de baixa osmolaridade deve ser preconizada, a ser iniciada precocemente (até 12
horas após o procedimento) com baixo volume, e aumento gradual conforme 
tolerância do paciente (BISCHOFF et al., 2020).
Gostou do que discutimos até aqui? Tenhomais para conversar comvocê a respei-
to deste tema, vamos lá? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do
ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
NOVOS DESAFIOS
Todo o atendimento nutricional na área hospitalar é desaador. Entretanto o 
paciente hepatopata nos desaa, pois tanto o seu estado hipermetabólico tende 
à desnutrição como pela incapacidade funcional do fígado que o metabolismo 
ca prejudicado, podendo levá-lo à desnutrição.
Assim, nosso desao enquanto nutricionistas é aliar nosso conhecimento 
com as necessidades individuais a m de ofertar uma alimentação equilibrada e
que seja palatável ao paciente. E não menos importante atuar de forma a oferecer 
suplementos orais ou intervir com a nutrição enteral sempre que necessário e o 
paciente demonstrar diculdades em tolerar a alimentação necessária.
Espero que com as informações fornecidas você consiga ter segurança em 
atender esses pacientes que demandam um cuidado nutricional extremo. Lem-
brando que a atualização contínua será o seu diferencial enquanto prossional.
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1. Para considerar o grau de desnutrição e risco do paciente hepatopata, o IMC,mesmo limitado,
ainda é a medida utilizada. Entretanto, a correção do peso faz-se necessária em pacientes
compresença de ascite. Considerando a avaliação do paciente hepatopata, podemos afrmar:
a) Pacientes com IMC < 20Kg/m² são considerados desnutridos.
b) Pacientes com ascite leve ou grau I devem ter o seu peso reduzido em 10%
c) Pacientes com IMC > 30Kg/m² sempre serão considerados obesos
d) Utilizar o peso do paciente prévio, antes de um quadro de ascite, não é recomendado.
e) Emcaso de edemaemmembros ineriores, a diminuição de 5%do peso deve ser realizada.
2. Diversas triagens são utilizadas em nível hospitalar para determinação do risco dos pa-
cientes. Para os pacientes hepatopatas foi desenvolvida e validada no Brasil a Triagem
Nutricional - Royal Free Hospital. Sobre essa triagem, podemos afrmar:
I - O paciente hepatopata em uso de terapia enteral não apresenta necessariamente risco.
II - Perda de peso >10% de orma não intencional nos últimos 3 a 6meses aumentam o risco
do paciente.
III - Um paciente que não esteja conseguindo ingerir suas necessidades nos últimos 05 dias
já apresenta maior risco.
É correto o que se arma em:
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.3. A doença hepática crônica é amais prevalente entre os hepatopatas. Diversas razões levam
a essemal, como as hepatites, o alcoolismo emesmo a esteatose gordurosa não alcoólica.
Sobre o quadro dessa doença, podemos afrmar:
a) O paciente com doença hepática crônica está constantemente em estado hipercatabó-
lico e com isso aumenta seu risco de desnutrição.
b) A icterícia é uma característica apenas dos quadros agudos da doença.
c) A hepatite crônica induzida pelo álcool, mesmo na cirrose pode ser revertida na cessação
do consumo da bebida.
d) As hepatites virais podem ser totalmente curadas com o tratamento.
e) Pacientes com ascite devem ter sua dieta ajustada retirando o sódio oertado.
VAMOS PRATICAR
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REFERÊNCIAS
BISCHOFF, S. C. et al. ESPEN practical guideline: Clinical nutrition in liver disease. Clinical Nutri-
tion, n. 39, v. 12, p. 3533-3562, 2020.
BISCHOFF, S. C. et al. European guideline on obesity care in patients with gastrointestinal and
liver diseases – Joint ESPEN/UEG guideline. Clinical Nutrition, v. 41, n. 10, 2022.
BITTENCOURT, P. L. et al. Manual de cuidados intensivos em hepatologia. 2.ed. Barueri, SP:
Manole, 2017.
BRASIL. Realização de Paracentese para Pacientes Atendidos na Emergência, no Ambulatório
ou nas Unidades de Internação do HGE, UEA. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/pt-br/
servicos-estaduais/realizacao-de-paracentese-para-pacientes-atendidos-na-emergencia-no-
-ambulatorio-ou-nas-unidades-de-internacao-do-hge-uea-1. Acesso em: 31 jan. 2024.
COTRIM, H. P. et al. Nonalcoholic atty liver disease Brazilian Society o Hepatology consensus.
Arquivos de Gastroenterologia, v. 53, n. 2, p. 118-122, 2016.
EUROPEANASSOCIATION FOR THE STUDYOFTHE LIVER. EASL Clinical Practice Guidelines on
nutrition in chronic liver disease. Journal o Hepatology, v. 70, n. 1, p. 172-193, 2018.
GLASENAPP, J. H.; ZUCHINALI, P.; DALL’ALBA, V. Translation and cross-cultural adaptation o the
Royal Free Hospital-Nutritional Prioritizing Tool (RFH-NPT). Arquivos de Gastroenterologia, v.
60, n. 1, 2023.
GREGORINI, F. R. et al. Avaliação do estado nutricional em pacientes hospitalizados com cirrose
hepática. Braspen Journal, v. 31, n. 4, p. 299-304, 2016. Disponível em: http://www.braspen.com.
br/home/wp-content/uploads/2017/02/04-AO-Avaliacao-do-estado-nutri.pd. Acesso em: 10
dez. 2023.
MÁLAGO-JR, W. et al. Eeitos Nutricionais e Mecanismos Bioquímicos na Doença Hepática Gor-
durosa Não Alcoólica. Revista da Associação Brasileira de Nutrição, v. 12, n. 1, p. 195-214, 2021.
SANTOS, K. P. C. et al. Avaliação nutricional de pacientes com doença hepática crônica: compa-
ração entre dierentes métodos. BRASPEN J, v. 33, n. 2, p. 170-175, 2018. Disponível em: http://
arquivos.braspen.org/journal/abr-mai-jun-2018/10-AO-Avaliacao-nutricional-de-pacientes.
pd. Acesso em: 2 dez. 2023.
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1. Opção E.
a) IMC < 18,5Kg/m² são considerados desnutridos.
b) Ascite grau I deverá ter subtraido 5% de seu peso.
c) Pacientes obesos deverão ter igualmente a avaliação de perda de massa, pois pode
haver desnutrição proteica ou sarcopenia.
d) O peso prévio pode ser utilizado como parâmetro para determinar o risco do paciente.
e) A recomendação estabelecida para ajustes de peso em casos de membros ineriores
que são a ascite I é de apenas 5%.
2. Opção D.
I - Um paciente em terapia enteral já está classicado como maior risco, visto não estar
conseguindo ingerir suas necessidades em alimentação oral.
3. Opção A.
a) A icterícia apesar de comum nos quadros agudos, pode ocorrer nos casos crônicos
descompensados.
b) A cirrose não pode ser revertida, entretanto, se a hepatopatia estiver no início a cessação
do uso de álcool pode levar a melhora do ígado.
c) As hepatites podem ser tratadas, entretanto, ainda não há cura.
d) Apesar de na ascite termos que controlar o consumo de sódio, o mesmo deve ser
mantido.
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
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UNIDADE 7
MINHAS METAS
PACIENTE RENAL CRÔNICO
Conhecer os estágios das doenças renais.
Entender como são os tratamentos para pacientes renais crônicos.
Aprender a triagem nutricional em pacientes renais.
Aprender os aspectos a serem observados na avaliação nutricional.
Compreender a conduta nutricional na doença renal crônica.
Relacionar os parâmetros nutricionais a serem usados para os pacientes renais em
tratamento conservador e nas diálises.
Identicar a melhor terapia a ser utilizada para os pacientes renais.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 7
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INICIE SUA JORNADA
A doença renal crônica (DRC) é um problema de saúde pública que está 
associado a uma perda progressiva das funções dos néfrons que diminuem 
a capacidade de ltração do sangue no organismo e em consequência sua
homeostase. Devido a isso, a doença renal torna-se uma doença com altos 
índices de mortalidade e morbidade.
O atendimento ao paciente renal no hospital também é desaador. Temos 
diversas situações, desde um paciente que devido ao seu quadro clínico está com 
uma insuciência renal agudizada, ou mesmo pacientes com diversas comor-
bidades (como a hipertensão e o diabetes, doenças mais prevalentes na doença
renal) e que vão necessitar suporte nutricional especializado para sua melhora.
Como você faria o atendimento desse paciente? Será que há uma forma de 
realizarmos uma conduta nutricional que consiga recuperar o paciente sem pio-
rar a sua condição clínica? Entender os processos e a importância de uma ava-
liação nutricional precisa, para que possamos não apenas nutrir o paciente, mas 
conseguir garantir a segurança do tratamento são fundamentais para o sucesso 
do planejamento dietético em um paciente renal.
Restrição de sódio, potássio, fósforo, líquidos; ingestão proteica adequada 
aumentada ou não. Ajustes dietoterápicos a m de garantir as recomendações.
Todos esses são pontos a serem observados e articulados pelo nutricionista no 
decorrer da internação de um paciente.
E sobre esses pacientes que iremos falar aqui. Entender um pouco melhor os 
tratamentos e a conduta nutricional a m de garantirmos a sua recuperação de 
forma mais breve possível.
O trabalho pode aetar a saúde dos rins? Neste podcast alaremos um pouco so-
bre o assunto e o que azer para prevenir as doenças. Recursos de mídia disponí-
veis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem 
PLAY NO CONHECIMENTO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
DOENÇAS RENAIS
Como dito anteriormente, a doença renal é um problema de saúde pública não
apenas no Brasil, mas ao redor do mundo. Percebe-se que a doença é prevalente 
em pacientes idosos, e em pessoas com menores poderes aquisitivos, ainda rela-
cionada com diabetes e hipertensão arterial. 
A doença acomete mais homens (59%) do que mulheres (41%) (NERBASS et 
al., 2022; AGUIAR et al., 2020). Conforme o novo Censo Brasileiro de Diálise, 
o resumo da epidemiologia dos pacientes em diálise no Brasil é:
VAMOS RECORDAR?
As doenças renais podem acontecer de forma silenciosa. Por isso, o vídeo da
Fundação Pró-Rim traz o assunto em pauta: Sinais e Causas das doenças renais.
Vamos recordar? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do
ambiente virtual de aprendizagem 
Figura 1 - Resumo do Censo Brasileiro de Diálise 2021 / Fonte: adaptada de Nerbass et al. (2022).
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Descrição da Imagem: a gura apresenta o título dados epidemiológicos e abaixo o mapa do Brasil com a descri-
ção de 849 centros ativos, abaixo também escrito 30% dos centros responderam ao questionário. Ao lado uma 
tabela com as seguintes informações: paciente em diálise e 04 colunas descrevendo o número e a prevalência 
(pmp = por milhão de habitantes) - 2020 e 2021. Na coluna 2020 aponta 144.779 pacientes em diálise com 
prevalência de 684pmp. Na coluna 2021 aparece 148.363 pacientes em diálise com prevalência de 696 pmp. 
Na coluna do meio aparece um aumento de 2,5% no número de paciente e se 1,7% na prevalência pmp. Abaixo 
aparecem quadros com a descrição: hemodiálise94% - ao lado outro quadro com: 96,1% convencional e 1,8% 
hemodialtração, diálise peritoneal 5,8% - ao lado outro quadro com: 85% automatizada, 14,2% contínua e 0,8% 
intermitente. Abaixo a lista para transplante = 21%. Ao lado desses quadros, aparece um gráco pizza indicando 
a prevalência de 41% dos pacientes do sexo feminino e 59% do sexo masculino. Abaixo um gráco da taxa bruta 
de mortalidade em percentual por ano, com valores: 2017 - 19,9%, 2018 - 19,5%, 2019 - 18,2%, 2020 - 24,5% 
sendo 20,3% por outras causas e 4,2% por COVID e 2021 - 22,3% sendo 17% por outras causas e 5,3% por COVID. 
Abaixo descrito 06/2021 com 88,6% com 01 dose de vacina para o COVID. Fim da descrição.
Conforme pesquisas realizadas fora do Brasil, algumas características foram re-
lacionadas com as lesões renais e consequentes perdas de ltração:
“ a diabetes, a hipertensão, a hipercolesterolemia, o tabagismo, o con-
sumo de álcool, o sobrepeso/obesidade, a dieta e a idade avançada. 
Acredita-se que no Brasil, assim como nos estudos internacionais, 
a DRC esteja associada a fatores de risco, tais como condições so-
ciodemográcas, comportamentos/estilos de vida não saudáveis e 
doenças crônicas (AGUIAR et al., 2020, p. 3). 
Como dito, o estilo de vida é um dos aspectos fundamentais para a preven-
ção das doenças renais e mesmo para diminuir a sua progressão. Portanto,
adotar uma dieta balanceada, realizar práticas de atividade física regulares 
e manter um peso adequado são indicados para todos os pacientes (CAE-
TANO et al., 2022).
A hipertensão arterial é encontrada em cerca de 75% dos pacientes com DRC, 
e está relacionado com o declínio da ltração glomerular associado à vasocons-
trição renal. Já o mecanismo e associação da dislipidemia e do diabetes não es-
tão totalmente esclarecidos, entretanto, a resistência à insulina parece ter efeito 
direto na função renal e mesmo no risco de necrose (FIACCADORI et al., 2021; 
AGUIAR et al., 2020).
Existem algumas características que determinam os critérios da doença renal 
(ZAMBELLI et al., 2021):
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
INJÚRIA RENAL AGUDA (IRA)
Quando houver aumento da creatinina sérica em ≥50% dentro de 7 dias ou aumento da
creatinina sérica em ≥0,3 mg/dL dentro de 48 horas ou Oligúria.
DOENÇA RENAL AGUDA (DRA)
Quando houver dano estrutural no rim menor de 03 meses ou Taxa de ltração
glomerular <60 mL/min por 1,73 m² <3 meses ou diminuição da Taxa de ltração glo-
merular por ≥50% por <3 meses.
DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)
Dano renal ≥3 meses ou TFG <60 mL/min por 1,73 m2 por ≥3 meses.
Vamos caracterizar um pouco melhor essas divisões?
Doença renal aguda
Na doença renal aguda, o paciente apresenta um declínio rápido e repen-
tino da função renal, com consequente acúmulo de metabólitos, toxinas e 
medicamentos no sangue. Como sintomas pode haver anuria ou mesmo um 
aumento do volume urinário.
Dentre as subcategorias da DRA, temos a injúria renal aguda, um problema 
comum em hospital em especial em pacientes sépticos e críticos. Alguns medi-
camentos usuais em UTI como bloqueadores de receptor da angiotensina ou
anti-inamatórios não esteroides, ocasionam por si a diminuição da perfusão 
renal (ZAMBELLI et al., 2021).
A DRA é transitória, não durando mais do que
3 meses. Por ser um agravamento agudo, tende a 
ser de maior gravidade e tem taxas de mortalidade 
de 10 a 80% a depender do estado geral do pa-
ciente. Caso persista por mais de 3 meses, ela será caracterizada como DRC 
(VAVRUK et al., 2021). 
A DRA é transitória,
não durando mais
do que 3 meses
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Doença renal crônica
A doença renal crônica é um acometimento heterogêneo que atinge a função e 
estrutura do órgão, por um período superior a 03 meses que pode estar relacio-
nado com a diminuição progressiva da ltração glomerular, e levar à falência do 
órgão, sendo necessário em muitos casos tratamento através de diálise, chegando 
à necessidade de transplante renal (OLIVEIRA et al., 2021).
O estado nutricional tem papel fundamental nos desfechos clínicos do pa-
ciente com DRC.
“ É amplamente conhecido que a desnutrição tem alta prevalência 
e está intimamente associada a resultados clínicos adversos e au-
mento da taxa de hospitalização, complicações e mortalidade nessa 
população. A patogênese da desnutrição na DRC é multifatorial e 
complexa, e as principais causas são a redução da ingestão alimentar 
e do anabolismo de nutrientes, e a presença de hipercatabolismo 
(MARTINS et al., 2021, s. p.). 
A determinação da gravidade da doença é feita através de estádios relacionados 
com a taxa deltração molecular e níveis de excreção de albumina na urina, e estão
relacionados a complicações como: anemia, desnutrição, perda óssea, acidose me-
tabólica e complicações cardiovasculares. Dentre as doenças correlacionadas com a 
DRC, a presença de diabetes e hipertensão são
as mais prevalentes (OLIVEIRA et al., 2021). 
A falha progressiva do sistema renal tam-
bém apresenta impacto negativo em todo o me-
tabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos. 
Quanto aos carboidratos, percebe-se alteração 
na resistência periférica à insulina; no caso das 
proteínas há aumento do catabolismo proteico 
e alteração no metabolismo de determinados 
aminoácidos; quanto aos lipídeos a redução da
lipólise pode alterar a proporção dos nutrien-
tes, sem contar na depleção dos sistemas antio-
xidantes (FIACCADORI et al., 2021).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
TRATAMENTOS NA DOENÇA RENAL CRÔNICA
O tratamento da doença renal vai ser determinado conforme o estadiamento da 
doença e a capacidade de ltração pelo rim. Inicialmente o tratamento conserva-
dor visa garantir o funcionamento renal que se apresenta diminuído, mas ainda
existente, entretanto a diálise é necessária quando a ltração glomerular está < 
15mL/min/m², ou seja, momento em que o órgão se torna incapaz de manter 
sua função (OLIVEIRA et al., 2021).
Tratamento conservador
O tratamento conservador é a primeira linha a ser utilizada em um paciente com 
doença renal, ele é baseado em mudanças de estilo de vida (como modicação da 
dieta, atividade física) e clínicas com uso de medicações com o objetivo de retardar
a piora da função renal, procurando não apenas diminuir sintomas como prevenir 
possíveis complicações ou progressão da doença (CAETANO et al., 2022).
O ideal é que esse tratamento permaneça o maior tempo possível, sendo que se
houver adesão do paciente, pode aumentar chances de preservação da unção
renal, melhorando a qualidade de vida e a sobrevida do paciente.
Quando estes não se fazem mais ecazes, e a função renal piora de forma pro-
gressiva, obrigatoriamente serão adotadas medidas substitutivas como terapia.
Hemodiálise
A hemodiálise é o tratamento indicado para pacientes em que o funcionamento renal já 
não ocorre, e assim altração e limpeza do sangue ocorrem através de um equipamento,
chamado dialisador. Durante o tratamento ocorre a liberação do acúmulo de solutos, 
eletrólito e água geralmente através de um cateter ou fístula arteriovenosa, buscando 
restabelecer o equilíbrio ácido básico e eletrolítico do paciente (OLIVEIRAet al., 2021).
O dialisador tem a função de fazer o plasma urêmico entrar em contato com 
a solução de diálise que ocorre através de uma membrana articial permeável, 
local em que ocorre a ltração.
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A sessão de diálise é realizada de 2 a 5 horas, 2 ou 3 vezes na semana. O paciente
ca conectado no dialisador para que ocorra a depuração do sangue, que ocorre
através de diusão entre ele e o líquido de diálise circulante (OLIVEIRA et al., 2021).
Em pacientes internados, o uso da hemodiálise, inclusive em pacientes críticos, 
com benefícios do uso da hemodiálise prolongada, garantindo melhor estabili-
dade hemodinâmica (FIACCADORI et al., 2021).
Diálise peritoneal
O tratamento da diálise peritoneal estabelece a mesma ação do tratamento 
da hemodiálise, a diferença é que ao invés de utilizarmos um equipamento 
e uma membrana artificial paraque ocorra a troca entre o plasma urêmico 
e a solução de diálise, fazemos o tratamento com o uso da membrana pe-
ritoneal do paciente (OLIVEIRA et al., 2021). Com relação ao tratamento 
nutricional, devemos estar atentos à composição do dialisato que já apresenta
uma quantidade de glicose e, por essa razão, ao calcular as necessidades dos 
macronutrientes essas doses devem ser consideradas e os valores ajustados, 
evitando assim o excesso dos carboidratos. 
Figura 2 - Diálise peritoneal 
Fonte: o autor.
Descrição da Imagem: 
a imagem descreve o 
funcionamento da diáli-
se peritoneal com o de-
senho do corpo humano 
apresentado a cavidade 
abdominal com um caté-
ter e um líquido sendo 
colocado. Esse catéter 
está ligado ao uido dia-
lizados e ao uido nal. 
Fim da descrição.
Fluido dializador
Abdomen
Catéter
Fluido final
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
Transplante Renal
O transplante renal é a última via de tratamento para o paciente DRC que 
esteja em um estágio avançado da doença que já tenha dificuldades em sua 
vida mesmo com a hemodiálise. Em geral, é doado um rim compatível de 
uma pessoa viva ou falecida.
Assim como em qualquer outro procedimento cirúrgico, ou mesmo trans-
plante, existem contraindicações como instabilidade, doenças cardíacas e
hepática avançadas, abuso de álcool, dentre outros.
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
O estado nutricional dos pacientes renais é fundamental na manutenção de
saúde e desfecho. Pacientes desnutridos estão relacionados com maiores taxas 
de hospitalização, complicações e mortalidade. Já a obesidade está relacionada 
com o aumento do risco do desenvolvimento da DRC, assim como de outras
comorbidades como o diabetes, a hipertensão e a dislipidemia, assim como 
estão associados ao risco da progressão da doença (ZAMBELLI et al., 2021).
Triagem Nutricional
A triagem nutricional é fundamental para a determinação do risco nutricional
e mesmo a detecção da desnutrição de forma precoce. Não há um instrumento 
de triagem especíco para as doenças renais, porém a BRASPEN recomenda 
o uso da MST (Malnutrition Screening Tool), que por sua simplicidade pode
ser aplicado por prossionais ou mesmo leigos e apresentou boa validade para 
pacientes renais agudos, crônicos hospitalizados ou não (MARTINS et al., 2021; 
ZAMBELLI et al., 2021).
Para acessar a MST. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do am-
biente virtual de aprendizagem 
EU INDICO
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Conforme a ESPEN todo o paciente renal deve ter uma avaliação criteriosa para 
o risco nutricional, em especial pacientes críticos, procurando realizá-la em até 
48h de internação (FIACCADORI et al., 2021).
Avaliação e Diagnóstico Nutricional
A identicação da desnutrição é um dos aspectos mais importantes para di-
minuição de morbidade e mortalidade dos pacientes com DRC. Entretanto a
obesidade também deve ser acompanhada, visto os riscos associados com as 
comorbidades e progressão da doença (ZAMBELLI et al., 2021).Em pacientes 
internados, principalmente em pacientes críticos e em UTI, a desnutrição é um 
dos principais agravantes da DRC. 
A resistência insulina relacionada com o quadro inamatório e o estresse oxidativo, 
mesmo a falta de homeostase, são complicações usuais nesses pacientes e que são agra-
vadas pela doença renal. Para a ESPEN, todos os pacientes com DRC internados devem 
ser automaticamente considerados em risco nutricional (FIACCADORI et al., 2021).
VOCÊ SABE RESPONDER?
Você saberia dizer quais critérios seriam de ácil diagnóstico para desnutrição ou
obesidade na DRC?
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
Os critérios para identicação utilizados são (ZAMBELLI et al., 2021):
DESNUTRIÇÃO
Perda involuntária de peso ( > que 10% em 6 meses), IMC <18Kg/m², ingestão energéti-
co-proteico abaixo do recomendado, redução da orça e uncionalidade muscular.
OBESIDADE
Excesso de gordura abdominal, visto que o peso deve ser bem avaliado pela alteração
relativa à retenção hídrica. Ainda em pacientes sem edema, podem ser aeridas as dobras
cutâneas de tríceps e subescapular para determinação do tecido adiposo subcutâneo.
Independentemente da forma de avaliação, o paciente renal por suas altera-
ções fisiológicas apresenta mudança na distribuição de líquidos, o que faz 
com que dados como peso não sejam fidedignos.
Já quando falamos em massa muscular, parece que a sua qualidade /
funcionalidade são mais importantes do que a sua quantidade em si, sendo
agravados inclusive por pacientes que não praticam atividade física de forma 
habitual (CAETANO et al., 2022).
Assim, testes como força da pressão palmar ou pinçamento dos dedos 
são consideradas como boa associação para determinação de risco para 
desnutrição e mesmo mortalidade (ZAMBELLI et al., 2021). Em pacientes
internados, devido ao grau de catabolismo, o acompanhamento do estado 
nutricional, em especial as condições da massa muscular, são fundamentais 
para evitar a progressão da desnutrição e permitir que o nutricionista aja de 
forma precoce (FIACCADORI et al., 2021).
Após a triagem, uma avaliação nutricional criteriosa deve ser realiza-
da pelo nutricionista. Cada paciente, conforme recomendação da ASBRAN
devem ser categorizado por níveis assistenciais e deve ser dada prioridade 
ao atendimento para pacientes em nível terciário, secundário e primário, 
respectivamente (ASBRAN, 2014).
Para a avaliação nutricional, há a recomendação do uso da Avaliação Sub-
jetiva Global (SGA), que já é validada há muitos anos e parece ser uma boa 
preditora dos riscos em pacientes renais (ZAMBELLI et al., 2021). 
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Devido ao grande número de terminologias para a desnutrição nos pacientes 
com DCR, foram determinadas as seguintes categorias relacionadas com a etio-
logia e grau de inamação dos pacientes (MARTINS et al., 2021):
1) associada à doença ou condição crônica com infamação continuada;
2) associada à doença crônica com infamação mínima ou não percebida;
3) associada à doença ou injúria aguda com infamação grave;
4) associada à baixa ingestão alimentar crônica pura não relacionada à doença.
Os exames bioquímicos também são importantes parâmetros para a avaliação
dos pacientes. No caso da DRC, deve-se considerar a avaliação dos seguintes: 
albumina, transferrina sérica (como marcadores proteicos); balanço nitroge-
nado e ureia (reetindo o catabolismo); cálcio, fósforo e paratormônio (acom-
panhamento do metabolismo mineral e ósseo); lipídeos séricos (relacionados 
com a degradação, modicação no metabolismo, e maior risco para doenças 
cardiovasculares), assim como acompanhar creatinina, potássio, sódio auxi-
liam a compreender os cuidados e as medidas dietoterápicas a serem utilizadas 
(CARVALHO et al., 2016).
Após realizar a avaliação nutricional, o nutricio-
nista deve compor o diagnóstico nutricional através 
de todos os dados coletados, sempre correlacionan-
do as comorbidades e situações do paciente. Após
o diagnóstico, que determinará o risco nutricional, 
deve ser realizada a prescrição dietética, conforme os 
critérios que discutiremos a seguir. Mas vale lembrar
que em nível hospitalar, todas essas ações deve estar 
devidamente registradas em prontuário, seguindo terminologias padronizadas e 
uniformes para melhor entendimento de toda a equipe (VAVRUK et al., 2021).
DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS RENAIS
A dietoterapia na doença renal é um desao à parte, visto que depende do quadro 
do paciente, da forma de tratamento e de sua evolução.
Após realizar
a avaliação
nutricional, o
nutricionista
deve compor
o diagnóstico
nutricional
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
Em alguns casos sugere-se a restrição proteica com a intenção de diminuir o 
acúmulo de toxinas urêmicas e diminuir a queda da taxa de ltração glomeru-
lar, entretanto há diculdade na determinação real das necessidades, devendo 
ser levado em consideração idade, estado nutricional e funcional, sobrevida do 
paciente, comorbidades, entre outros (ZAMBELLI et al., 2021). 
Durante a hemodiálise, a necessidadeproteica é aumentada e a baixa ingestão 
do nutriente está relacionada com aceleramento da sarcopenia, perda de massa 
muscular e consequentemente risco de infecções, desnutrição e aumento do risco
de morte (OLIVEIRA et al., 2021).
Independentemente do quando do paciente com DRC, em uma internação 
deveremos sempre estar atentos às particularidades, como o catabolismo rela-
cionado aos quadros inamatórios e o estresse oxidativo que pioram por si só o 
estado nutricional dos pacientes. Aliado ao quadro da doença, ainda devemos 
considerar a diculdade na adesão dietética, que pode ser um agravante do estado
nutricional (FIACCADORI et al., 2021).
Dentre as recomendações básicas, podemos manter as seguintes diretrizes:
 ■ Necessidades Energéticas:
 ■ A medida padrão ouro para determinação das necessidades dos pacientes 
renais seria a calorimetria indireta, recomendada pela ESPEN e pela ASPEN.
■ 25-35Kcal/Kg/dia em pacientes estáveis, devendo sempre ser avaliada
a evolução do paciente para ajustes.
 ■ Em obesos, a necessidade pode ser menor, devido à menor atividade 
do tecido adiposo.
 ■ Em pacientes hipercatabólicos as necessidades estão aumentadas.
 ■ Carboidratos e Lipídeos:
 ■ Em pacientes renais internados, os estudos têm mostrado um uso mui-
to maior de lipídios como substrato energético do que o de carboidra-
tos, para tanto o uso combinado dos dois nutrientes com aumento do 
aporte lipídico parece beneciar o paciente, em especial os críticos. 
 ■ Manter em 50-60% de carboidratos e 25-35% de lipídeos.
 ■ Recomendação Proteica:
 ■ Em pacientes estáveis o uso de 0,6 a 0,8g de proteínas/Kg de peso/dia 
parece ser suciente para manutenção da saúde sem prejuízo da função 
renal. Para todos os pacientes preconiza-se uma composição proteica 
que atinja de 50 a 60% de proteínas de alto valor biológico.
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 ■ Já pacientes em hemodiálise, ou em diálise peritoneal, deverão ter um 
aporte aumentado de proteínas, chegando a 1,2g/Kg/dia, mesmo quan-
do há comorbidades associadas.
 ■ Pacientes hipercatabólicos como pacientes com neoplasias, infecções, 
internações ou perda de peso signicativa não deve ser realizada res-
trição proteica por aumentar o risco de mortalidade.
 ■ Pacientes críticos não apenas necessitam de aumento do aporte pro-
teico, como ainda ajuste para alguns aminoácidos que se tornam con-
dicionalmente essenciais, como a tirosina, por exemplo.
 ■ Pacientes críticos em hemodiálise intermitente: 1,3-1,5g/Kg/dia; mes-
mo valor a ser utilizado em pacientes transplantados imediatos. Em
hemodiálise contínua, esse valor pode ser ajustado até 1,7g/Kg/dia. 
Sempre realizando controle do balanço nitrogenado do paciente.
 ■ O uso de 0,3 a 0,4g/Kg/dia de cetoanálogos (são análogos de ami-
noácidos essenciais sem o radical nitrogênio) parece reduzir a carga 
de compostos nitrogenados tóxicos e em consequência reduzir risco 
de falência renal.
 ■ Micronutrientes:
 ■ A ingestão de fósforo deve ser ajustada procurando manter os níveis 
séricos dentro da normalidade. A restrição deve ser indicada na pre-
sença de hiperfosfatemia persistente e progressiva, com avaliação con-
comitante do cálcio e do paratormônio.
 ■ A vitamina D em pacientes com hiperfosfatemia pode estar diminuída,
o que prejudica ainda mais o metabolismo do cálcio, e por isso deve 
ser observada.
 ■ Devido ao quadro relacionado com o fósforo, o consumo de cálcio
também deve ser observado, evitando, entretanto, produtos lácteos 
que também são fonte importante de fósforo.
 ■ O controle do consumo de potássio também deve ser realizado sempre
buscando os níveis séricos dentro da normalidade.
 ■ A ingestão alimentar de sódio é recomendada em < 2 - 3 g/dia, pro-
curando em principal evitar alimentos com condimentos articiais.
 ■ Líquidos:
 ■ Para pacientes em diálise, devido à variação do peso entre os procedimen-
tos, a ingestão de líquidos deverá ser considerada conforme os resultados.
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 ■ O parâmetro relacionado ao volume de excreção urinário diário é in-
dicado para calcular a capacidade de ingestão hídrica do paciente, com
500ml a 1000ml/dia acrescentados ao volume da excreção urinária.
 ■ O uso do ganho de peso intradialítico também é um bom método para 
determinação da ingestão de líquidos.
A alimentação oral sempre deverá ser a prioridade para os pacientes, indepen-
dente da forma de tratamento e de seu quadro. Se eles conseguirem ingerir os
alimentos atingindo suas demandas, a mesma deve ser mantida. Devido à ne-
cessidade de restrição de alguns nutrientes, em alguns casos, deve-se observar os 
alimentos a serem escolhidos, sempre dando prioridade para fontes naturais e
evitando alimentos com aditivos, que costumam ter doses aumentadas de sódio, 
potássio e fósforo e acabam sendo prejudiciais. 
O uso do parâmetro laboratorial como determinante da restrição ou não dos
micronutrientes é fundamental, visto que para a restrição são excluídos diversos 
alimentos boa fonte de bras e de outros micronutrientes e, portanto, benécos 
para o organismo (ZAMBELLI et al., 2021). 
O uso de técnicas dietéticas no preparo dos alimentos também pode favore-
cer, como por exemplo o cozimento de vegetais em água com o descarte dela após o 
cozimento, é uma boa forma de diminuir as quantidades de potássio dos alimentos
e auxiliar a diversicar a dieta do paciente renal que necessite de restrições alimen-
tares; o mesmo vale para melhorar o sabor dos alimentos com o uso ao invés do sal 
e de condimentos articiais, o uso de temperos naturais (OLIVEIRA et al., 2021).
A escolha do tipo de alimentos parece favorecer também o estado do pacien-
te em DRC, sendo que se percebe que uma alimentação baseada em alimentos 
vegetais, que auxiliem a diminuição da acidose metabólica e inamação caracte-
rísticas da doença, parecem auxiliar a recuperação do estado de saúde e melhora 
das taxas de sobrevida dos pacientes (OLIVEIRA et al., 2021).
Já em pacientes que tenham diculdades com a ingestão alimentar, seja por 
diminuição do seu apetite, disfagia ou outros fatores, o uso de suplementos 
orais deve ser a primeira tentativa para alcançar os objetivos, sendo que em pa-
cientes que necessitam um pequeno aporte podem ser escolhidos suplementos 
gerais, mas em caso de maior necessidade devem ser avaliadas a composição 
energética, proteica e de micronutrientes para garantia da oferta de um produto 
adequado (FIACCADORI et al., 2021).
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Não tendo sucesso no tratamento com suplementação oral, e quando hou-
ver risco para manutenção do quadro nutricional ou de desnutrição, ou tendo 
pacientes com doença renal críticos, ou não internados e incapazes de ingerir 
suas necessidades em pelo menos 70%, o uso de terapias enterais é a alternativa 
que nos ajuda a melhorar a nutrição do paciente. Podem ser utilizadas dietas
especializadas, entretanto, os cálculos das necessidades individualizadas devem 
ser os determinantes para as necessidades do paciente.
O nutricionista ao avaliar um paciente com DRC internado deve ter uma aten-
ção maior às suas necessidades nutricionais, e mesmo o paciente crítico deve ter sua 
terapia nutricional iniciada preferencialmente em até 48h de internação. Em pacien-
tes críticos ainda devemos ter uma atenção para a progressão da dieta, iniciando-a
de forma precoce e ao mesmo tempo cuidando para não hiperalimentá-los, fazendo 
um aumento gradual das suas necessidades, buscando atingir a meta calculada de 
3 a 7 dias, em especial em casos em que não houve predição das necessidades por 
calorimetria e sim por equações preditoras (FIACCADORI et al., 2021).
Gostou do que discutimos até aqui? Tenho mais para conversar com você a
respeito deste tema, vamos lá? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo
digital do ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
NOVOS DESAFIOS
O tratamento de um paciente renal é fundamental para evitar a desnutrição e
melhorar a qualidade de vida do paciente. Entretanto, pela necessidade de di-
versas restrições para montar uma condutanutricional adequada, pode ser um 
desao para o nutricionista, e não apenas pelo quebra-cabeça relacionado com 
as diversas comorbidades e restrições alimentares, mas em principal pela baixa 
adesão das orientações por parte dos pacientes.
Pense em um paciente que era habituado a comer de forma livre e de 
uma hora para outra precisa ter uma alimentação controlada em líquidos, 
proteínas e principalmente potássio, fósforo, cálcio e por fim com restri-
ção do sódio. Consegue imaginar como eles recebem essa notícia? Sem
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
contar que a hemodiálise, que é o tratamento usual 
para esses pacientes, por realizar essa “limpeza” do 
organismo a cada 2 ou 3 dias, causa a impressão de 
liberdade alimentar. Afinal, por que restringir se a 
máquina me “limpa”?
Entendendo todos esses aspectos e compreen-
dendo que as restrições são necessárias para 
melhora da qualidade de vida dos pacientes,
cabe a nós nutricionistas usarmos nossos 
conhecimentos dietoterápicos, associados 
com técnicas dietéticas para promover um
planejamento alimentar que possa estar 
adequado às necessidades do paciente, 
mas ao mesmo tempo seja palatável.
Ainda, e não menos importante, o nu-
tricionista tem o papel fundamental 
de educação! Sim, precisamos não
apenas impor para esses pacientes 
as condutas, mas sim, exercer um 
papel de educadores, procurando
trazer uma melhor compreensão a 
ele sobre o porquê dessas restri-
ções e como que a mudança da
sua alimentação pode beneficiar 
a sua saúde e melhorar sua qua-
lidade de vida.
Espero que ao longo dessa aula 
eu possa ter esclarecido um pou-
co os aspectos relacionados com
essa doença tão comum em nossas 
clínicas hospitalares e mostrado a 
você a importância da sua ativi-
dade para impacto na vida desses 
pacientes, com diminuição inclusive 
no risco de vida.
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1. As doenças renais são um problema de saúde pública que acometem cerca de 10milhões
de pessoas no Brasil. Vistos incidência e risco é necessário que estejamos atentos aos
cuidados básicos para preveni-las. Dentre as afrmações qual está correta?
a) Pacientes com doença renal aguda por um mês já terão desenvolvido a orma crônica
da doença.
b) Todo o paciente diabético irá desenvolver doença renal em algum momento após o
primeiro diagnóstico.
c) Alguns hábitos de vida comomanter uma alimentação saudável podem estar associados
com a prevenção das doenças renais.
d) Todos os pacientes com doença renal necessitam restrição de líquidos.
e) A doença é mais prevalente em jovens e quando comparado por gênero acomete mais
mulheres do que homens.
2. A doença renal aguda é o primeiro estágio da doença renal e pode ser de grande risco para
o paciente. Sobre a doença renal aguda, podemos afrmar:
I - A doença renal aguda é transitória, durando até três meses.
II - Pela perda de unção repentina, a doença renal aguda é de grande risco, podendo ter
uma mortalidade que varia de 10 a 80% dos pacientes.
III - Pacientes emUTI, seja pela sua condição clínica oumesmo uso demedicamentos como
anti-infamatórios não esteroides podem desenvolver uma doença renal aguda e neces-
sitar de tratamento como hemodiálise.
É correto o que se arma em:
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
VAMOS PRATICAR
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3. A doença renal crônica (DRC) acomete cerca de 150.000 pessoas no Brasil e necessita
uma atenção dos órgãos públicos pela sua gravidade. Sobre o quadro dessa doença,
podemos afrmar:
a) A desnutrição é uma das principais complicações do paciente com DRC que pode au-
mentar seu risco de hospitalização e mesmo mortalidade.
b) Para caracterizar-se como DRC o quadro de agravamento da unção renal deve se es-
tender por pelo menos seis meses.
c) Todo o paciente com DRC irá obrigatoriamente necessitar de uma terapia renal subs-
titutiva.
d) O estadiamento da doença é caracterizado pela capacidade urinária do paciente.
e) No DRC, apenas a ltração está comprometida e consequentemente o aumento de
toxinas no sangue.
VAMOS PRATICAR
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REFERÊNCIAS
AGUIAR, L.K. et al. Fatores associados à doença renal crônica: inquérito epidemiológico da Pes-
quisa Nacional de Saúde. Rev bras epidemiol, v. 23, E200044, 2020.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO. Manual Orientativo: Sistematização do Cuidado de
Nutrição. São Paulo: Associação Brasileira de Nutrição, 2014.
CAETANO, A.F.P. et al. Estágios da doença renal crônica e suas associações com o nível de ativi-
dade ísica, qualidade de vida e perl nutricional. Rev. Bras. Ativ. Fís. Saúde, v. 27, 2022.
CARVALHO, A.P.P.F. et al. Protocolo de atendimento nutricional do paciente hospitalizado -
Adulto/Idoso. Goiânia: Gráca UFG,2016. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/
hospitais-universitarios/regiao-centro-oeste/hc-ug/comunicacao/noticias/unidade-de-nu-
tricao-clinica-do-hc-lanca-protocolo-de-atendimento-nutricional/NutricaoProtocolo_Adulto.
pd Acesso em: 10 ago. 2023.
FIACCADORI, E. et al. ESPEN guideline on clinical nutrition in hospitalized patients with acute or
chronic kidney disease. Clinical Nutrition, n. 40, p.1644-1668, 2021.
MARTINS, C. et al. Consenso sobre a terminologia padronizada do processo de cuidado em
nutrição para pacientes adultos com doença renal crônica. J. Bras. Nerol., v. 43, n. 2, p. 236-253,
2021.
NERBASS, F. B et al. Censo Brasileiro de Diálise 2021. Braz. J. Nephrol., v. 45, n. 2, p. 192-198, 2022.
OLIVEIRA, M.E. et al. Infuência da terapia nutricional na doença renal crônica: revisão integrativa.
REASE, v.7, n.10, 2021.
VAVRUK, A.M. et al. Consenso sobre a terminologia padronizada do processo de cuidado em
nutrição para pacientes adultos com injúria renal aguda. BRASPEN J, v. 36, n. 3, p. 227-244, 2021.
ZAMBELLI, C. M. S. F. et al. Diretriz BRASPEN de Terapia Nutricional no Paciente com Doença
Renal. BRASPEN J, v. 36, 2. supl., p. 2-22, 2021.
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1. Opção C.
a) A doença renal será considerada crônica após 3 meses.
b) Vários pacientes diabéticos irão desenvolver a doença renal, entretanto, com os devidos
cuidados, isso pode não acontecer.
c) Está correta. Cuidados com a alimentação auxiliam na manutenção da saúde renal.
d) Em algumas situações, em especial pacientes em hemodiálise, precisaremos realizar
restrição da ingestão de líquidos, mas nem todos os pacientes necessitam da restrição.
e) A doença é mais prevalente em idosos e não em jovens e sua prevalência se dá mais
em homens do que em mulheres.
2. Opção E.
3. Opção B.
a) A DRC está caracterizada após 3 meses de doença.
b) A terapia renal substitutiva será determinada conorme o estadiamento da doença. Logo,
existem pacientes que não necessitam do tratamento.
c) O estadiamento da doença será realizado através da taxa de ltração molecular e níveis
de excreção de albumina na urina.
d) No DRC, além do comprometimento da ltração, temos alteração em todo ometabolis-
mo de carboidratos, proteínas, lipídios, bem como na produção de hormônios.
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
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MEU ESPAÇO
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UNIDADE 8
MINHAS METAS
PACIENTE ONCOLÓGICO
Entender o que é o câncer e o seu impacto na saúde.
Compreender a importância do atendimento nutricional ao paciente oncológico.
Entender o acompanhamento nutricional no paciente oncológico clínico.
Entender o acompanhamento nutricional no paciente oncológico cirúrgico.
Entender o acompanhamento nutricional no paciente oncológico pediátrico.
Conhecer as terapias nutricionais e suas ramicações no câncer.
Compreender a importância da orientação nutricional em oncologia.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 8
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INICIE SUA JORNADA
A cada ano, vemos os casos de câncer aumentando paulatinamente e não é raro 
termos nas internações hospitalares alas dedicadas apenas para pacientes onco-
lógicos, seja em fase de diagnóstico, tratamento ou mesmo cuidados paliativos.
Ao atender um paciente convalescente, devemos estar atentos às suas neces-
sidades reais. Pacientes oncológicos, por vezes, estão desnutridos,em muitos 
casos pelo seu tratamento, estão com diculdades alimentares (vômitos, náuseas,
mucosite…), por vezes pela própria localização do tumor ou tumoração, estarão 
impedidos de comer via oral.
Neste momento, não apenas uma boa avaliação nutricional, mas o estabe-
lecimento de uma estratégia nutricional especíca, pode auxiliar o paciente em 
sua recuperação e mesmo em amenizar as suas diculdades.
Como nutricionista, nos cabe o bom senso e a melhor decisão. Que dieta
benecia o paciente? Vamos manter apenas via oral? Vamos utilizar suplemento? 
Vamos sugerir terapia enteral?
Em qualquer caso, a nutrição no paciente oncológico não apenas evita agrava-
mento de seu estado nutricional, mas garante a melhora da sua condição, rápida 
recuperação durante o tratamento e por vezes sobrevida com qualidade.
Dentre os atores de risco para o câncer, estão questões ambientais. Neste
podcast, vamos alar alguns aspectos que importam e passam despercebidos. Dê
o play e conra! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente
virtual de aprendizagem 
PLAY NO CONHECIMENTO
VAMOS RECORDAR?
As mudanças de estilo de vida (alimentação, atividade ísica e modulação do
estresse) são undamentais para atuarmos na prevenção ao câncer. Falaremos
sobre alimentação ao longo do texto, então, vamos recordar sobre as orientações
de INCA sobre a importância da atividade física nesse processo? Recursos de
mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
CONHECENDO O CÂNCER
O câncer é um conjunto de mais de cem tipos de doenças, de causa multifato-
rial, caracterizadas por proliferações celulares desordenadas, de forma autônoma 
e contínua, causando danos ao indivíduo.
Figura 1 - Processo de oncogênese / Fonte: Fridrich (2022, p. 29 apud INCA, 2021).
Descrição da Imagem: Apresenta a descrição do processo de oncogênese. Células normais – passam por divisão, 
sofrem ação de agentes carcinogênicos, e sofrem mutações e se dividem desordenadamente formando o tumor, 
após o câncer é caracterizado quando as células sofrem mutação e após o ciclo de reprodução invadem tecidos 
e órgãos. Fim da descrição.
AGENTES
CARCINOGÊNICOS
DIVISÃO CELULAR
Formam tecidos
e órgãos
CÉLULAS NORMAIS
Formam tecidos
e órgãos
CÉLULAS SOFREM
MUTAÇÕES
Células normais podem sofrer 
alterações no material 
genético (DNA)
REPRODUÇÃO CELULAR
Célula alterada se divide
de maneira desordenada e
dá origem ao tumor.
CÂNCER
As células que sofrem
mutação após ciclo de
reprodução celular,
invadem tecidos e órgãos
Conforme se prevê, em 2040 teremos 28 milhões de novos casos da doença no
mundo, sendo que 1/3 desses casos poderiam ser evitados por mudanças em estilo 
de vida (alimentação, atividade física, cessação de fumo e ingestão de álcool, con-
trole ambiental). No mundo, temos como mais prevalente os casos de câncer de 
pulmão, seguidos do câncer de mama, cólon e reto e próstata (FRIDRICH, 2022). 
Em um estudo com pacientes oncológicos na região Alto Uruguai, no Rio 
Grande do Sul, percebeu-se que 51,9% dos pacientes em tratamento apresentavam
sobrepeso ou obesidade, demonstrando o impacto que a mudança de hábitos 
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pode ter no desenvolvimento da doença (FRIDRICH, 2022). Enquanto a obe-
sidade é um risco no desenvolvimento da doença, a desnutrição e a sarcopenia
impactam a morbimortalidade dos pacientes ao longo do tratamento, devendo 
ser motivo de atenção. Dentre os casos de câncer com maior risco de desnutrição, 
temos os tumores digestórios, de pulmão e de cabeça e pescoço (SBNO, 2021).
O paciente oncológico pode ter diversas complicações a depender da locali-
zação do tumor pode haver retiradas de partes do corpo que afetam seu cotidiano 
e mesmo sua autoimagem (por exemplo, retirada parcial da língua, mandíbula,
amputações, retirada das mamas...), complicações e efeitos colaterais do tra-
tamento, desenvolvimento de comorbidades como hipertensão, diabetes; sem 
contar na possibilidade de metástase, com isso, o agravamento da doença pelo
alastramento da doença.
VOCÊ SABE RESPONDER?
Todo esse quadro pode impactar diretamente no seu estado nutricional do
paciente. Você consegue pensar em estratégias nutricionais para cada situação a
fm de otimizar a alimentação desse paciente?
ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL NO PACIENTE 
ONCOLÓGICO
Por diversas razões teremos o paciente oncológico internado nas alas hospitala-
res, como: a fase do diagnóstico, do tratamento cirúrgico e clínico, momentos de
fragilidade e efeitos do tratamento que levarão à internação para recuperação e 
igualmente para os quadros de terminalidade.
Por sua fragilidade, o paciente oncológico deve estar acompanhado pela equi-
pe de Nutrição durante toda sua internação. Iniciando com uma boa triagem em 
no máximo 48h da admissão, podendo utilizar ferramentas, como: NRS-2002, 
MNA, Subjetiva Global, MUST..., sempre conforme a escolha da instituição. Para
a internação, a escala mais utilizada é a NRS-2002 (SBNO, 2021). 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
Para todo o paciente classicado em risco nutricional deve-se proceder com a 
avaliação nutricional completa. Para a avaliação nutricional devemos sempre
considerar a associação de diversos dados (SBNO, 2021; HORIE, 2019):
 ■ Dados objetivos:
Peso usual, peso atual, altura – para classicação do IMC e % de perda de peso (ris-
co elevado para perda > 5% em um mês, 7,5% em três meses e > 10% em seis meses).
Circunferência da panturrilha e circunferência do braço – para avaliar perda de 
massa muscular, caquexia e sarcopenia.
 ■ Dados Subjetivos:
Avaliação física de perda de massa e reservas subcutâneas: em face, escápulas, 
tórax, tríceps, pernas, abdômen.
Avaliação de edema e hidratação da pele.
Sinais e sintomas: como apetite, sintomas gastrointestinais, palidez cutânea, man-
chas e outras mudanças em pele/cabelos/unhas, força muscular.
 ■ Exames laboratoriais:
Hemograma: avaliação de anemias, produção de glóbulos vermelhos e avaliação 
da imunidade.
Albumina: avaliação do catabolismo.
Função hepática: TGO, TGP e Gama GT.
Função Renal: creatinina, Uréia.
Proteína C Reativa: preditor de sobrevida e inamação
Glicemia: Pacientes em quadro inamatório podem ter resistência à insulina
Eletrólitos e outras vitaminas: sódio, potássio, cálcio, magnésio, vitamina D, vi-
tamina B12 – auxiliam a detectar deciências nutricionais e desidratação.
Além desses dados, o paciente oncológico pode ser impactado por mudanças
alimentares importantes, por isso, realizar uma boa análise da ingestão alimentar, 
Relembre a escala NRS-2002. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital
do ambiente virtual de aprendizagem 
EU INDICO
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Paciente Clínico
O paciente oncológico apresenta risco nutricional por diversos fatores: pelo es-
tado catabólico da doença, por mudanças em sua ingestão alimentar em razão 
do tumor ou por efeitos colaterais aos tratamentos propostos, por diminuição 
da atividade física e por mudanças de metabolismo. Assim, observarmos cada 
etapa em que ele se encontra e procurar agir precocemente, pode fazer com que 
o paciente receba uma intervenção dietética com impactos positivos em sua me-
lhora e mesmo em sua sobrevida (MUSCARITOLI et al., 2021).
Para considerar o catabolismo da doença, precisamos adequar a ingestão 
dietética desse paciente e procurar manter uma dieta adequada caloricamente 
para o seu estado. Assim como devemos entender que o estado de catabolismo, 
causado pela doença e mesmo, por vezes, agravado pelo tratamento e estado 
inamatório do paciente, faz com que o mesmo se benecie de dietas hiperpro-
teicas (HORIE, 2019).
Nosso objetivo deve ser voltado para a manutenção e/ou recuperação do 
estado nutricional do paciente, sempre observando a perda de massa, visto que a 
caquexia e a sarcopenia podem ser preditores de mau prognóstico, aumentando
inclusive a toxicidade dos tratamentos (SBNO, 2021).
Após a análise dos dados, deve-se classicar o estado nutricionaldo paciente e
determinar a conduta através da prescrição dietética individualizada para garantir o
suporte nutricional que possa proporcionar sua recuperação.
Para avaliar risco de sarcopenia temos a escala SARC-F, nesse link está o artigo de
adaptação do escore para a língua portuguesa. Recursos de mídia disponíveis no
conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem 
EU INDICO
de hábitos, e mudanças ocorridas no decorrer da doença, nos permitem agir de 
forma precoce e melhorar o estado nutricional do paciente.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
A alimentação preferencial deverá ser via oral, sempre buscando uma prescrição 
dietética que atinja as necessidades do paciente e ainda seja baseada em alimentos 
naturais conforme a preferência do paciente. Deve-se buscar um maior fracionamento
dietético, ajuste de texturas ou preparações dietéticas a m de garantir maior aceitação. 
Além da alimentação, para pacientes oncológicos devemos dar uma atenção especial 
para a hidratação, tanto pela doença, quanto pela diculdade da ingestão, mas prin-
cipalmente pela toxicidade do tratamento que exige que o paciente esteja sempre bem 
hidratado (em média de 2,5 a 03 litros de líquidos ao dia, sempre sugerindo a água 
pura como a principal opção). Em casos em que ainda não conseguem ser atingidas 
as metas determinadas, sugere-se iniciar com terapia nutricional (HORIE, 2019).
Atendimento ao paciente em tratamento antineoplásico
Existem diversos tipos de tratamentos utilizados para o paciente clínico (qui-
mioterapia endovenosa, subcutânea, oral, imunoterapia etc.) e para cada tipo de
câncer, teremos diversas opções e combinações de drogas e ativos a m de atuar 
na diminuição e eliminação dos tumores (MUSCARITOLI et al., 2021).
Quadro 1 - Recomendações dietoterápicas para pacientes clínicos
Fonte: adaptado de Muscaritoli et al. (2021), SBNO (2021), Horie (2019) e Brasil (2016).
CALORIAS
Adultos e idosos nutridos: 25-30Kcal/Kg
Adultos e idosos obesos: 20-25Kcal/Kg
Adultos e idosos em caquexia: 30-35Kcal/Kg
MACRONUTRIENTES
Proteínas: Acima de 1,0g/Kg/dia; se infamação de 1,2 a
2,0g/Kg/dia; se desnutrição: 1,2 a 1,5g/Kg/dia
Demais nutrientes seguir diretrizes
AJUSTES
Para pacientes em risco nutricional sugere-se o uso de
ômega-3
Manter a hidratação adequada, em especial durante o perío-
do de tratamento para evitar a toxicidade. Mantendo de 30 a
40ml/Kg/dia.
MICRONUTRIENTES
Manter as diretrizes e desencorajar o uso excessivo de vita-
minas e minerais.
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O nutricionista deve estar atento aos efeitos colaterais induzidos por esses 
tratamentos, que impactam diretamente na ingestão dietética e consequente-
mente no estado nutricional e sobrevida do paciente. Por essa razão, aconselho 
que para cada caso, você, como prossional, avalie quais são as drogas utiliza-
das e pesquise nas bulas as principais reações a m de adequar a sua conduta 
à realidade do paciente. 
Entre as principais reações adversas relacionadas com a nutrição, bem como 
as condutas aconselhadas nesse caso, temos (MUSCARITOLI et al., 2021; SBNO,
2021; HORIE, 2019):
DISFAGIA
Encaminhe para avaliação onoaudiológica para adequação e espessamento da
dieta; racione a alimentação; opte por aumentar densidade calórica e proteica nas
reeições; utilize suplementos orais; se disagia grave, opte por iniciar a terapia enteral
precocemente.
XEROSTOMIA
Estimule o consumo de líquidos ao longo do dia e durante as reeições para acilitar
mastigação e deglutição; prera o uso de alimentos umedecidos; use gotas de limão
nos alimentos; use balas cítricas ou mentoladas; opte por mastigar pedacinhos de
gengibre; oerte cubos de gelo para o dia; evite o consumo de alimentos com caeína.
DISGEUSIA
Procurar oerecer os alimentos de maior preerência; utilizar temperos e condimentos
a m de intensicar o sabor dos alimentos; preparar pratos coloridos e chamativos;
racionar as reeições.
ANOREXIA / INAPETÊNCIA
Oriente o consumo dos alimentos conorme a preerência, procurando estratégias
para aumentar a densidade calórica e proteica dos alimentos; racione a dieta; inicie
com suplementos alimentares.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
CONSTIPAÇÃO
Ajustar a dieta com aumento da oerta de alimentos ricos em bras; aumentar a oerta
de líquidos e sucos laxativos; estimular o paciente a se movimentar.
DIARREIA
Retirar da dieta bras insolúveis e alimentos que promovam resíduos (como o leite);
retirar excesso de sacarose e alimentos gordurosos; aumentar o consumo de líquidos
e corrigir a desidratação; incluir probióticos como suplementação (salvo em pacientes
neutropênicos).
NÁUSEAS E VÔMITOS
Oerecer alimentos com temperaturas abrandadas e orientar que o consumo seja rea-
lizado em ambientes arejados; ajustar a dieta com alimentos sem temperos ortes, e
buscar aumentar o racionamento dietético; oertar alimentos gelados e cítricos; evitar
oerta de alimentos gordurosos e muitos doces; preerir alimentos mais secos (evitar
molhos); oertar gengibre seja para mastigar ou em orma de chás e/ou sucos; evitar o
consumo de líquidos nas reeições; evitar o jejum prolongado.
MUCOSITE
Modicar a consistência da dieta conorme o grau da mucosite; aumentar o ra-
cionamento dietético; preerir alimentos macios ou pastosos; evitar alimentos em
temperaturas extremas (quente e gelado); preerir dieta com pouca adição de sal e
outros condimentos; considerar o uso de suplementos orais; considerar o uso de chás
calmantes (malva e camomila); considerar o uso de glutamina (exceto para câncer
gástrico e intestinal).
Atendimento ao paciente em radioterapia
O tratamento radioterápico é caracterizado pelo uso de radiações ionizantes 
aplicadas diretamente no tumor a m de destruir as células ou impedir que elas
se multipliquem. Ele pode ser utilizado sozinho ou em complementação à qui-
mioterapia, e pode ser curativo ou tratativo (ajudando a estabilizar o tumor e 
promover qualidade de vida ao paciente) (MUSCARITOLI et al., 2021).
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Pacientes de câncer de cabeça e pescoço em tratamento radioterápico devem 
ser avaliados e acompanhados pela equipe de nutrição de forma consistente, sendo
recomendado avaliação semanal a m de impedir o agravamento do estado nutri-
cional. Nesses casos, há geralmente uma piora na ingestão alimentar por diculda-
de alimentar pelo tumor, por presença de mucosite e queimaduras consequentes
ao tratamento ou por piora em sua condição 
e deglutição. Além da adaptação dietética, de-
ve-se considerar a terapia nutricional oral ou
enteral para que os pacientes se recuperem e 
consigam completar o tratamento proposto.
Outros pacientes que apresentam descon-
forto com a radioterapia são os que recebem 
a radiação em tórax e trato gastrointesti-
nal. Nesses pacientes pode haver aumento da
distensão abdominal, constipação, diarreia e 
mesmo obstrução intestinal. Por essa razão, a terapia nutricional deve visar uma 
alimentação que promova um bom trânsito intestinal, não seja fermentativa, mas 
permaneça adequada para a manutenção do estado de saúde do paciente.
Atendimento ao paciente em transplante
O paciente transplantado deverá ter um atendimento nutricional especializado 
a m de garantir suas necessidades nutricionais com vias à manutenção de seu 
estado de saúde ou mesmo recuperação de estado nutricional.
“ Muitos pacientes que serão submetidos a TCTH (TCTH: Trans-
plante de células-tronco hematopoéticas) apresentam risco nu-
tricional ou já estão desnutridos durante a admissão. A alteração 
do estado nutricional, na fase pré-TCTH, é um fator prognóstico 
negativo para a evolução desses indivíduos, interferindo no tempo 
de enxertia (SBNO, 2021, p. 41). 
Não há contraindicação da alimentação oral, mesmo no transplante, entretanto, 
deverão ser sugeridos cuidados higiênico-sanitários maiores para pacientes que 
ainda não estejam com sua imunidade estabelecida. 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
Assim, sugere-se apenas que os cuidados com a higiene e confecçãodos ali-
mentos sigam criteriosamente o Manual de Boas Práticas de Fabricação da
Instituição. Ainda, deve-se considerar o uso de alimentação fracionada, prefe-
rencialmente com oferta de alimentos embalados e fracionados individualmente, 
evitando o risco de contaminação cruzada (SBNO, 2021).
Em pacientes que não conseguem atingir as metas dietéticas pela alimentação 
oral, sugere-se a utilização de suplementos orais e, caso o quadro persista, iniciar 
uma terapia enteral pode beneciar a recuperação do paciente.
Ainda em quadros de sintomas extremos e de difícil manejo, como: mucosi-
te grave, vômito incoercíveis, íleo paralítico, má absorção, diarreia prolongada,
pode ser considerada a via parenteral como alternativa.
Atendimento ao paciente no tratamento paliativo
O atendimento ao paciente em tratamento paliativo tem como maior objetivo 
o conforto. Ou seja, iremos buscar manter ou recuperar o estado nutricional do 
paciente, entretanto sempre respeitando a tolerância e a vontade dele. Um pa-
ciente em cuidado paliativo pode ter uma expectativa de vidas de dias, meses ou 
ano; por isso, cada caso deve ser avaliado individualmente e discutido em equipe.
“ A estratégia nutricional dos pacientes em cuidados paliativos deve 
ser baseada no prognóstico. Considerar estado nutricional, inges-
tão alimentar e expectativa de vida. A tomada de decisão deve ser 
sempre em conjunto com o paciente, família e a equipe multipro-
ssional (HORIE., 2019, p. 20).
Para uma avaliação clínica, precisamos entender não apenas o diagnóstico, mas 
a progressão da doença, como foi a história de seu tratamento, se apresenta co-
morbidades, quais medicações estão sendo utilizadas e assim relacionar com a 
Antigamente sugeria-se o uso de dietas sem alimentos crus (as chamadas dietas
neutropênicas ou dietas isentas de alimentos crus), entretanto conorme o avanço
dos estudos, percebeu-se que essas dietas são inecazes por retirarem da
alimentação onte de nutrientes e toquímicos que desempenhampapel importante
na recuperação dos pacientes.
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história alimentar, sua condição nutricional e ingestão dietética. Após, devemos 
estabelecer os planos de cuidado com esse paciente.
Imagine estar cuidando de um paciente com um prognóstico de mais ou menos
06 meses de vida, que esteja em risco nutricional e diculdade alimentar. Quais
critérios você determinaria para o planejamento dietético?
PENSANDO JUNTOS
Nesse momento, precisamos estar sensíveis às solicitações do paciente, bem como 
respeitar os familiares nas condutas, sempre procurando atender aos pedidos e
solicitações. Aqui, nosso papel vai além do cuidado nutricional traduzido em 
forma de nutrientes, mas devemos buscar entender o quadro e manter uma ali-
mentação que tenha signicado afetivo (respeitando cultura, aspectos sociais), 
entendendo que podem ser as suas últimas refeições.
PACIENTE ONCOLÓGICO CIRÚRGICO
Todo o paciente cirúrgico deve ser atendido pela equipe de nutrição com o objeti-
vo de estar em um estado nutricional adequado não apenas para o procedimento, 
mas para sua recuperação no pós-cirúrgico. No caso dos pacientes oncológicos 
não é diferente, pelo contrário, visto seus riscos nutricionais pelo estado da doen-
ça, a intervenção nutricional 
precoce é recomendada em to-
dos os casos (SBNO, 2021). 
O paciente oncológico, por 
vezes, ao descobrir a doença, já 
está em depleção de seu estado 
nutricional e, não raro, já apre-
senta risco ou desnutrição. Com 
isso, sugere-se que para esses pa-
cientes sejam utilizadas terapias 
nutricionais hipercalóricas e hiperproteicas, sejam via alimentação usual, via 
suplementação e, se necessário, via terapia enteral (HORIE, 2019).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
Quadro 2 - Recomendações dietoterápicas para pacientes oncológicos cirúrgicos
Fonte: adaptado de SBNO (2021) e Horie (2019).
CALORIAS
Usualmente 25 a 30Kcal/Kg de peso atual/dia.
Para pacientes desnutridos iniciar no pós-operatório com 15
a 25Kcal/Kg nos primeiros dias e evoluir gradualmente a m
de atingir as metas, podendo chegar em 30 a 45Kcal/Kg.
MACRONUTRIENTES
Seguem-se as diretrizes, ajustando proteínas conorme o
balanço nitrogenado ou observação de perda de massa
muscular (mantendo mais de 01g/Kg/dia, com uma média
de 1,5g/Kg/dia).
AJUSTES
Utilizar terapia perioperatória (05 a 07 dias antes da cirurgia)
com órmulas hiperproteicas com imunonutrientes (arginina,
ácidos graxos ômega-3 e nucleotídeos).
MICRONUTRIENTES Manter as diretrizes.
A recomendação de abreviação de jejum para pacientes oncológicos é com o uso
de líquidos de 2 a 3 horas antes da cirurgia. No pós-cirúrgico, a recomendação é 
iniciar a alimentação de 12 a 24h após a estabilidade hemodinâmica do paciente, 
independente da via escolhida. Essas estratégias têm demonstrado melhor recu-
peração do paciente, diminuição do risco de complicações e tempo de internação, 
impactando ainda na sobrevida.
Para pacientes desnutridos, recomenda-se um início lento com evolução gra-
dual da dieta a m de evitar o risco do desenvolvimento da Síndrome de Reali-
mentação, que pode ser potencialmente fatal se não for tratada de forma imediata.
PACIENTE ONCOLÓGICO PEDIÁTRICO
Para o paciente pediátrico, os cuidados devem ser os mesmos direcionados 
ao adulto, entretanto com um olhar mais atento e com um acompanhamento 
mais frequente, visto que pequenas mudanças em sua alimentação e estado
nutricional podem impactar de forma imediata sua sobrevida e desenvolvi-
mento (SBNO, 2021).
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Deve-se realizar uma boa triagem nutricional de forma precoce e avaliar o pa-
ciente, utilizando dados antropométricos, mas não apenas peso, altura e IMC. 
Utilizar medidas como prega cutânea tricipital, circunferência do braço e circun-
ferência muscular do braço, além de serem pouco invasivas e de fácil aferição, 
nos auxiliam no diagnóstico nutricional mais preciso e na detecção precoce do 
risco nutricional, da desnutrição e de morbidade futura.
“ Em crianças, uma perda ponderal maior ou igual a 5%, ou, em lac-
tentes, maior ou igual a 2%, deve ser considerada como fator de 
risco nutricional. De igual modo, um aumento rápido e inesperado 
de peso também indica esse risco (SBNO, 2021, p. 18). 
PACIENTES CIRÚRGICOS
• Procure avaliar os pacientes antes do procedimento e busque manter uma alimenta-
ção que garanta as metas e minimize carências nutricionais.
• Monitore o paciente ao longo da internação e busque após o procedimento reiniciar
a alimentação de orma precoce, com evolução gradual, sempre em busca de
alcançar as necessidades nutricionais para manutenção ou recuperação da criança.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
PACIENTES CLÍNICOS
• As crianças têm um maior risco a mudanças do estado nutricional quando
oncológicas, isto é verdade tanto para a desnutrição quanto para o sobrepeso/
obesidade. No caso da desnutrição, a depender do tipo de câncer, a criança tende
a agravar o seu quadro com o tratamento clínico e mesmo ter maiores eeitos sobre
mortalidade e complicações.
• Realize avaliações completas e considere a perda de peso. Atenha-se para possíveis
sintomas relacionados ao tratamento e procure ajustar a alimentação conorme
a tolerância da criança com o uso de suplementos em caso de diculdade em
cumprimento das metas.
Quadro 3 - Recomendações dietoterápicas para pacientes pediátricos
Fonte: adaptado de SBNO (2021) e Horie (2019).
CALORIAS
Seguir os cálculos dietéticos de acordo com as equações predi-
tivas e estado nutricional dos pacientes. No caso da desnutrição
recomenda-se o uso do peso do percentil 50 para a estatura.
MACRONUTRIENTES
Segue-se o recomendado conorme aixa etária e desenvolvi-
mento da criança, podendo ser ajustado a quantidade protei-
ca em casos de desnutrição (com aumento de 15 a 50%).
AJUSTES
Os ajustes devem ser de acordo com sintomas e condição
clínica dos pacientes.
MICRONUTRIENTES Seguem-se as diretrizes conorme a aixa etária.
Em crianças, a alimentação tem um aspecto emocional muito mais importantedo 
que em pacientes adultos, portanto, a conduta nutricional deve visar alcançar as
metas calculadas, com uma alimentação que seja atrativa e esteja de acordo com 
os hábitos e preferências das crianças. Para pacientes que não conseguem atingir 
as metas por inapetência ou outros sintomas, sugere-se a inclusão de suplementos 
orais que aumentem a densidade calórica da dieta.
Por m, em casos em que a criança não consiga atingir as demandas, esteja 
em agravamento nutricional ou impedida de se alimentar VO, pode-se iniciar a 
nutrição enteral, sempre com o objetivo de sua recuperação e saúde.
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TERAPIA NUTRICIONAL ORAL E ENTERAL
O uso de terapia nutricional seja oral (TNO), ou enteral (TNE), é uma estratégia 
muito utilizada no paciente oncológico, visto suas necessidades aumentadas e 
seu risco nutricional pelo estado de saúde. Conforme as Diretrizes da BRASPEN
(HORIE, 2019), a terapia nutricional deve ser iniciada com todo o paciente que 
não consiga atingir pelo menos 70% das suas necessidades nutricionais. 
Em pacientes que consigam se alimentar VO e não tenham comprometimen-
to de seu trato gastrointestinal, deve-se priorizar o uso de suplementos orais, por 
serem mais siológicos. Para pacientes oncológicos, como já visto anteriormente, 
por estarem geralmente com necessidades proteicas elevadas, podemos utilizar
suplementos que tenham uma densidade calórica maior (1,5Kcal/ml) e que te-
nham uma maior fração proteica (pelo menos 20% do produto) (SBNO, 2021). 
Ainda em casos de pacientes pré-cirúrgicos, podemos escolher suplementos que
tenham adição de nutrientes imunomoduladores (ômega-3, nucleotídeos, argini-
na), assim como tenham uma composição adequada de bras e carboidratos, que 
auxiliem no controle glicêmico, que pode estar alterado pela sua condição clínica. 
Para pacientes em quadros de mucosite, radioterapia ou mesmo para abre-
viação de jejum, podemos recorrer a suplementos claricados, com nutrientes 
de rápido esvaziamento gástrico que auxiliem o controle de sintomas. 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
Ainda, existem no mercado alguns suplementos com uma composição ajustada 
para essas necessidades e com sabor neutro, ótimos para uso em pacientes que
apresentem inapetência ou náuseas, por exemplo. Esses suplementos neutros 
podem ser adicionados em água e facilmente utilizados em receitas, propor-
cionando maior exibilidade para a nossa prescrição.
Entretanto, para pacientes que ainda assim não consigam atingir as suas 
necessidades, seja por não tolerarem sabor ou mesmo o volume dos suplemen-
tos, deve-se considerar o uso da TNE complementar à dieta oral ou mesmo
de forma exclusiva (BRASIL, 2016).
Em casos de pacientes com câncer de cabeça e pescoço, devemos iniciar a 
terapia nutricional de forma precoce, visto que o local da tumoração e mesmo 
os tratamentos podem dicultar a ingestão alimentar e causar agravamento 
em seu estado nutricional. Suplementos orais devem ser considerados e, ao 
observar diculdades de ingestão e piora do estado nutricional, a TNE deve
ser aconselhada e iniciada (HORIE, 2019).
No caso de terapia enteral, devemos escolher dietas preferencialmen-
te poliméricas, que tenham uma densidade calórica maior (pelo menos
1,5Kcal/ml), assim como sejam hiperproteicas. Paciente oncológico pelo 
seu catabolismo necessita de maior aporte calórico e proteico, e, geralmente 
pela sua condição clínica (seja a própria doença ou fases do tratamento),
não consegue tolerar grandes volumes, portanto conseguir concentrar as 
necessidades nutricionais em menor volume pode ser benéfico para o tra-
tamento (SBNO, 2021). 
Obviamente para cada caso e condição clínica deve ser escolhido o produto 
que atenda às necessidades, entretanto, observar essas questões, assim como 
buscar produtos que tenham um bom perl lipídico (preferencialmente com 
adição de ômega-3), controle glicêmico (adição de bras) e preferencialmente 
que sejam isosmolares, são pontos importantes a serem considerados.
Para pacientes impossibilitados de utilizar a via oral, o início daTNEdeve serprecoce,
em até 48h da sua internação; e se a ingestão oral or insuciente por um período de
3 a 7 dias, com uma ingestão menor de 60% das suas necessidades, recomenda-se
a complementação com a TNE.
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A terapia parenteral deverá ser considerada nos seguintes casos: impossibili-
dade total ou parcial de uso do TGI; Diculdade de atingir metas nutricionais de
forma enteral por 5 a 7 dias; Obstrução intestinal; Síndrome de intestino curto 
ou falência intestinal; Fístulas enterocutâneas; Pacientes críticos de alto risco 
nutricional e contraindicação a TNE (HORIE, 2019).
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS NA ONCOLOGIA
O paciente oncológico ao receber alta hospitalar deverá ser aconselhado e 
orientado pela equipe de nutrição para que possa saber como proceder a me-
lhor alimentação a m de manter o seu estado nutricional.
Para pacientes que estejam eutrócos, orientações gerais de hábitos saudáveis, 
incluindo a manutenção de peso e uma alimentação saudável, seguindo as diretrizes
do Guia Alimentar para a População Brasileira serão sucientes (SBNO, 2021). 
Para todos os pacientes, precisamos reforçar a importância da boa hidra-
tação, sendo que pacientes em quimioterapia devem ter uma ingestão ainda
maior, considerando a necessidade de diminuir a toxicidade do medicamento. 
Em termos gerais, uma ingestão de 2,5 a 3 litros de líquidos ao dia é suciente 
para garantir a eliminação do excesso do medicamento (SBNO, 2021). 
Dentre as orientações alimentares direcionadas aos pacientes oncológicos 
ainda devemos aconselhar aumento de consumo de frutas e vegetais, preferen-
cialmente orgânicos, diminuição do consumo de embutidos e carnes vermelhas,
não consumo de bebidas alcoólicas, diminuição do consumo de alimentos ultra-
processados como as bebidas açucaradas.
Muitos pacientes ainda fazem uso em casa de toterápicos, entretanto, prin-
cipalmente para pacientes em terapias antineoplásicas, devemos considerar o 
risco do uso dos toterápicos que podem interferir no tratamento e, por essa 
razão, não devem ser aconselhados de forma indiscriminada. O mesmo vale
para suplementos de vitaminas e minerais que devem ser aconselhados sempre 
em consonância com a equipe médica (HORIE et al., 2019).
Para pacientes desnutridos, ou em risco nutricional, sugere-se a orientação
com o planejamento alimentar a m de auxiliar o paciente no seu processo de 
recuperação. Sempre que possível, indicar alimentos que correspondam com os 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
hábitos e preferências do paciente. Caso perceba que o paciente não consegue atin-
gir as metas, orientar o uso de suplemento alimentar é aconselhável (SBNO, 2021).
Assim como, em casos de incapacidade de ingestão via oral, o uso de terapia enteral 
é indicado, devendo ser realizada a orientação não apenas dos produtos, mas ensi-
nando a forma de preparo, de administração, higiene e manutenção da sonda enteral.
Todos os pacientes devem ser orientados quanto aos possíveis sintomas re-
lacionados ao tratamento, assim como estratégias para melhorar o sintoma e 
garantir sua recuperação. Em termos gerais, a orientação nutricional visa garantir
que o paciente oncológico consiga manter seu estado nutricional e, além disso, 
mantenha sua qualidade de vida.
NOVOS DESAFIOS
Chegamos ao m de mais um tema. Espero ter conseguido trazer um pouco mais 
sobre a importância do cuidado nutricional ao paciente oncológico.
Enquanto trabalhei com pacientes oncológicos, percebi que o nutricionista é
um dos prossionais que mais está com o paciente, anal, o acompanhamos no 
período de seu diagnóstico, nos tratamentos cirúrgicos, nos tratamentos clínicos 
e mesmo em seu processo de terminalidade. Por isso, ser sensível ao processo
que o paciente passa e estar atento às suas necessidades podem fazer diferença 
não apenas em seu estado nutricional, mas em seu prognóstico.
Realizar uma boa avaliação nutricional nos auxilia a estabelecer um diagnós-tico preciso e com isso uma conduta dietoterápica assertiva. Além disso, manter 
o acompanhamento, com avaliações recorrentes e ajustes em sua conduta, pode 
minimizar os danos da doença e dos tratamentos e evitar a desnutrição e mesmo
os casos mais severos de sarcopenia e caquexia.
Não menos importante, manter todo o nosso atendimento devidamente re-
gistrado em prontuário auxilia os demais prossionais a compreenderem nossas
condutas, bem como os demais prossionais nutricionistas a conseguirem dar 
sequência ao atendimento do paciente com os dados coletados.
A nutrição é fundamental para todos os pacientes, entretanto para os pacien-
tes oncológicos ela deve ser parte do tratamento, anal, a manutenção do estado 
nutricional melhora o prognóstico do paciente e a sua sobrevida.
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1. Ao realizarmos a avaliação nutricional de um paciente oncológico precisamos coletar
algumas inormações que nos auxiliem no nosso diagnóstico. Pensando em uma avaliação
nutricional para o paciente oncológico, podemos afrmar:
a) O peso atual do paciente é suciente para entendermos o grau de risco que ele apresenta.
b) Para denir risco de sarcopenia, o cálculo do IMC é o mais recomendado.
c) Oexamede albumina não é umbompreditor do estado nutricional do paciente oncológico.
d) Aperda de 05% do peso emummês coloca o paciente em risco elevado para desnutrição.
e) Grau de edema e de hidratação não intererem no diagnóstico nutricional através do
uso do IMC.
2. Todos os pacientes oncológicos devem receber avaliação nutricional ao serem internados,
sendo recomendada a realização de triagem em no máximo 48h da sua admissão.
Considerando a sistematização do atendimento, podemos afrmar:
I - Todo o paciente oncológico já é pelo menos um nível secundário de atendimento pela
sua doença.
II - O paciente oncológico eutróco e que consiga se alimentar será classicado como nível
primário.
III - Para classicar o risco, precisamos entender o diagnóstico, a alimentação e as suas
necessidades nutricionais atuais.
É correto o que se arma em:
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
3. Pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico porvezes apresentamdiversos efeitos
colaterais relacionados às drogas em uso. Para controle dos sintomas é correto afrmar:
a) Em caso de disagia, deve-se trocar alimentos sólidos por líquidos.
b) Pacientescomxerostomia sãobeneciadosquandocolocamosgotasde limãonosalimentos.
c) Para acilitar a adaptação na disgeusia podemos retirar todos os temperos e deixar o
alimento mais suave.
d) Uma das estratégias na náusea é diminuir o número de reeições e buscar o uso de
alimentos mais úmidos e em molho.
e) Na mucosite os pacientes se beneciam com alimentos em temperaturas extremas.
VAMOS PRATICAR
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de atenção à saúde. Departamento de atenção Básica.
Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível
em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.
pd. Acesso em: 10 maio 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Espe-
cializada e Temática. Manual de terapia nutricional na atenção especializada hospitalar no
âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS [recurso eletrônico]. Ministério da Saúde, Brasília,
2016. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_terapia_nutricio-
nal_atencao_especializada.pd Acesso em: 4 jun. 2023.
FRIDRICH, T.F.P. A vida antes do câncer: O estilo de vida pregresso de pacientes atendidos no
serviço de alta complexidade em oncologia no Alto Uruguai. 2022. 188. Dissertação (Mestra-
do) – Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Universidade Federal
Fronteira Sul, Erechim, 2022.
HORIE, L. M. Diretriz BRASPEN de terapia nutricional no paciente com câncer. BRASPEN J, v. 34,
supl. 1, p. 2-32, 2019. Disponível em: https://www.braspen.org/diretrizes. Acesso em: 7 jun. 2023.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Consenso nacional de
nutrição oncológica. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, 2. ed. rev. ampl.
atual. Rio de Janeiro: INCA, 2015. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/uu.sti.inca.lo-
cal/les//media/document/consenso_nacional_de_nutricao_oncologica_-_2a_edicao_2015_
completo_0.pd. Acesso em: 7 jun. 2023.
MUSCARITOLI, M. et al. ESPEN practical guideline: Clinical Nutrition in cancer. Clinical Nutrition,
v. 40, p. 2898-2913, 2021.
SANTOS, S. V. Avaliação nutricional de pacientes hospitalizados em suporte nutricional ente-
ral. Ponta Grossa: Atena, 2022.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO ONCOLÓGICA. I Consenso brasileiro de nutrição on-
cológica da SBNO. Sociedade Brasileira de Nutrição Oncológica. Rio de Janeiro: Edite, 2021.
Disponível em: http://www.sbno.com.br. Acesso em: 7 jun. 2023.
WEIMANN, A. et al. ESPEN practical guideline: Clinical nutrition in surgery. Clinical Nutrition, v.
40, p. 4745-4761, 2021.
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1. Opção D.
a) Precisamos avaliar perda de peso, por isso, além do peso atual, devemos considerar
peso usual.
b) O IMC não é bom preditor de sarcopenia, para isso deve-se utilizar medidas de circun-
erências e pregas cutâneas.
c) A albumina consegue nos demonstrar o catabolismo no câncer, sendo uma boamedida
para auxílio diagnóstico de desnutrição, com os demais dados coletados.
d) Está correta
e) Edema e hidratação impactam em dados de peso e condição nutricional, impactando,
sim, na determinação do IMC e do diagnóstico nutricional. Devem ser considerados e
corrigidos para avaliação.
2. Opção D.
I - A armação II explica o porquê a I é alsa. Apesar do câncer ser uma doença catabólica,
a depender do quadro em que o paciente se encontra ele pode estar bem e sem risco
nutricional.
3. Opção B.
a) A disagia deve ser avaliada por um onoaudiólogo para podermos sugerir as melhores
consistências para o paciente, dentre elas os líquidos.
b) A xerostomia é o ressecamento da boca e a diminuição da salivação, logo o uso de gotas
de limão estimula esse processo e diminui a sensação de ressecamento.
c) Na disgeusia, o paciente tem diminuição da percepção de paladar, logo o que precisa-
mos azer é aumentar o uso de temperos para auxiliar na palatabilidade da alimentação.
d) Nas náuseas devemos aumentar o racionamento dietético para acilitar o processo
digestivo; assim como alimentos mais secos diminuem os sintomas de náuseas.
e) Na mucosite, devemos evitar o calor e o rio extremo que pioram a dor e as eridas na
mucosite.
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
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UNIDADE 9
MINHAS METAS
PACIENTE DPOC – DOENTE
PULMONAR OBSTRUTIVO CRÔNICO
Conhecer as causas para o desenvolvimento da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Compreender a relação da nutrição com a DPOC.
Identicar quais os protocolos de triagem recomendados para DPOC.
Relembrar aspectos importantes para a avaliação nutricional no DPOC.
Conhecer quais os aspectos nutricionais são importantes na conduta nutricional do
paciente DPOC.
Correlacionar sintomas e condutas nutricionais para melhor tolerância da dieta pelo
paciente DPOC.
Compreender o momento a utilizar terapias nutricionais no DPOC.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 9
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INICIE SUA JORNADA
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença de grande 
prevalência e relaciona-se com a limitação respiratória do indivíduo poden-
do estar associada a diversas causas como veremos adiante. Com relação ao 
aspecto nutricional, o catabolismo da doença, tanto pela dificuldade respi-
ratória e aumento do esforço para oxigenação, assim como o processo infla-
matório crônico faz com que os pacientes tenham uma demanda energética 
aumentada, assim como pelo cansaço breve, uma grande dificuldade em se 
alimentar e suprir as suas necessidades.
Imagine estar atendendo a um paciente já com perda de peso aparente, em 
risco nutricional,e que não tem conseguido atingir as metas calculadas com a 
alimentação proposta. Qual seria a sua abordagem? Quais seriam seus passos 
para uma avaliação correta e mesmo para superar esses desaos?
Nosso objetivo será fazer com que o paciente consuma uma alimentação 
que seja aceitável ao seu hábito, adequada conforme os princípios da nutrição 
e respeitosas a sua cultura. Entretanto, em casos de diculdade, podemos sim 
lançar mão de estratégias como aumento de densidade calórica com uso de 
módulos alimentares, ou complementação nutricional com suplementos orais 
e ainda, em casos de maior necessidade, uso de terapia nutricional enteral
exclusiva ou concomitante.
E sobre esses pacientes e condutas que iremos falar neste tema. Quais avalia-
ções são sugeridas, quais são os fatores de maior atenção e quais são as metas a 
serem atingidas com esses pacientes, são os desaos do nutricionista que atende 
pacientes com DPOC.
Dentre algumas das doenças pulmonares, temos a asma como uma doença que
atinge pelo menos 20 milhões de brasileiros. Com um impacto tão grande, vamos
alar um pouco sobre a nutrição no tratamento da asma? Recursos de mídia dis-
poníveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem 
PLAY NO CONHECIMENTO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 9
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
CONHECENDO A DOENÇA
A doença pulmonar é causada pela perda da capacidade respiratória e essa li-
mitação crônica está relacionada inclusive com uma inamação que altera as
estruturas alveolares e mesmo destruição do parênquima pulmonar (resultando 
em ensema). Toda essa limitação piora a capacidade respiratória do indivíduo 
levando a sua perda de funcionalidade. Para a avaliação médica dessa condição 
clínica, o uso da espirometria costuma ser o indicado (GOLD, 2020).
“ A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença 
comum, evitável e tratável que se caracteriza por sintomas 
respiratórios persistentes e pela limitação respiratória causada 
por anomalias das vias aéreas e/ou alveolares geralmente causada 
por exposição signicativa a partículas ou gases nocivos e 
inuenciada por fatores individuais, incluindo anormalidades no 
desenvolvimento pulmonar (GOLD, 2020, p. 4). 
A importância de falarmos da DPOC está em sua prevalência, visto que é a doen-
ça que mais causa morbidade e mortalidade ao redor do mundo, sem contar no 
impacto econômico e social. Estima-se que mundialmente existem 3 milhões de 
mortes por ano, com previsão de que até 2030 esse número possa saltar para 4,5 
milhões de mortes/ano. Sua causa está relacionada diretamente com a exposição ao
VAMOS RECORDAR?
Hoje vamos tratar da DPOC, entretanto, para recordar vou propor pensarmos um
pouco sobre a Fibrose Cística, uma doença genética que afeta diversos órgãos,
inclusive o pulmão que pode sofrer com a obstrução crônica das vias aéreas,
consequentemente diminuindo a capacidade de ventilação, o que é caracterizado
como DPOC. Para o tratamento dessa doença, a nutrição é um grande aliado.
Vamos relembrar o manejo nutricional? Recursos de mídia disponíveis no
conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem 
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tabaco e mesmo outros gases, sem contar em fatores ambientais relacionados com 
riscos ocupacionais e mesmo poluição (como dióxido de enxofre, cádmio, sílica, as-
besto, quartzo etc.), fatores genéticos, desenvolvimento pulmonar do bebê durante 
a gestação, níveis socioeconômicos, doenças relacionadas como asma e bronquite. 
Ao observar características da doença, parece que pessoas que apresentam 
DPOC, mas não são fumantes apresentam menores riscos de desenvolver câncer 
pulmonar e sintomas menos agressivos, entretanto apresentam risco maior para 
desenvolvimento de pneumonia e de falência respiratória (PORFÍRIO et al.,
2021; GOLD, 2020; FERNANDES; BEZERRA, 2006).
Ao que se percebe, a prevalência da doença se dá em pessoas com mais de 40
anos de idade, em umantes mais do que em não umantes, e em homens mais do
que emmulheres (GOLD, 2020). A depender do país esses dados podem variar, mas
no Brasil a tendência permanece sendo esta, atingindo cerca de 5% da população
(PORFÍRIO et al., 2021; FERNANDES; BEZERRA, 2006).
No que concerne à nutrição devemos estar atentos à inamação crônica, ao es-
tresse oxidativo e mesmo à diminuição da capacidade respiratória e oxigenação 
celular. Todos esses fatores estão relacionados com um aumento nas demandas 
energéticas e de nutrientes (macro e micro) que se não forem supridas podem 
levar à risco nutricional, desnutrição e mesmo caquexia, tão comum em pacientes 
DPOC em quadros avançados (PORFÍRIO et al., 2021; GOLD, 2020). 
A desnutrição é considerada uma das principais condições a serem acompa-
nhadas nos pacientes com DPOC, visto sua relação negativa com a morbidade e 
mortalidade da doença, e ainda mais importante quando falamos em pacientes 
críticos, internados em UTI (BALDEMIR; CIRIK, 2022).
Além disso, percebe-se que a depender do grau da inamação há uma as-
sociação com piora da função pulmonar e mesmo aumento da incidência de 
comorbidades (HANSON et al., 2021).
Em pacientes com a doença exacerbada, quadro encontrado especialmente 
em pacientes hospitalizados, a desnutrição apresenta ainda maior prevalência, 
merecendo a nossa atenção. Seja por baixa ingestão dietética, por aumento das 
quebras proteicas e assim um balanço nitrogenado negativo, ou mesmo o cata-
bolismo relacionado com a infecção, todos são motivos que o nutricionista deve 
observar em pacientes com DPOC (COLLINS et al., 2019).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 9
TRIAGEM E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Todo o paciente hospitalizado precisa estar em acompanhamento nutricional, e 
isso é um fato. Entretanto, existem casos em que precisamos estar com um olhar 
mais atento, seja pela gravidade da doença como pela possível evolução rápida 
do quadro. No caso da DPOC, a desnutrição energética e protéica é um dos 
preditores do diagnóstico da doença, estando relacionado com o aumento do 
risco para infecções e diminuição da qualidade de vida, com uma previsão de 
25-40% dos pacientes desnutridos (PORFÍRIO et al., 2021). Dentre as causas de 
internação desses pacientes, a desnutrição parece ser uma das principais, poden-
do ser tanto causa como consequência da progressão da saúde, impactando não
apenas na qualidade de vida do paciente, mas em custos e tempo de internação, 
aumentando e sobrecarregando os sistemas de saúde (COLLINS et al., 2019; 
FERNANDES; BEZERRA, 2006).
“ Pacientes desnutridos com DPOC costumam apresentar maior hi-
perinsuação, pior capacidade de difusão pulmonar e tolerância 
reduzida ao exercício quando comparados com pacientes nutridos 
com a mesma doença. Essas alterações físicas e siopatológicas im-
pactam ainda mais negativamente o estado nutricional. Por outro 
lado, a desnutrição parece acelerar o declínio da função respiratória, 
causando perda de tecido pulmonar, bem como uma redução no 
seu tamanho e na contratilidade dos músculos associados à respi-
ração, como o diafragma. Na presença de desnutrição, os músculos
respiratórios cam mais fracos e apresentam fadiga precocemente, e 
isso pode prejudicar a capacidade de gerar pressão suciente e efe-
tiva de tosse para expectoração e limpeza de secreções pulmonares 
que podem estar infectadas. Em pacientes com comprometimento 
respiratório, a combinação da redução da força muscular respirató-
ria e a fadiga precoce podem antecipar a insuciência respiratória 
ou atrasar o desmame da ventilação mecânica. Na DPOC, pacientes 
que necessitam de ventilação mecânica, que apresentem um índice
de massa corporal (IMC) <21 kg/m² necessitaram de maior tem-
po de ventilação, um período mais longo de hospitalização, taxas 
maiores que o dobro de re-intubação e pior sobrevida (COLLINS 
et al., 2019, p. 2231).
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O objetivo de uma avaliação nutricional será identicar as alterações metabólicas e 
orgânicas que tenham relação com a alimentação, podendo estar sendo prejudica-
das ou atenuadas pelo tratamentodietoterápico (FERNANDES; BEZERRA, 2006).
Dentre as triagens nutricionais sugeridas ao paciente DPOC, podemos ca-
racterizar a Nutritional Risk Screening (NRS) e a Avaliação Subjetiva Global
(ASG) como duas formas de conseguir avaliar o risco de desnutrição de forma 
precoce (BALDEMIR; CIRIK, 2022; PORFÍRIO et al., 2021). Com a triagem, 
estabelece-se o risco e assim o nível de atenção nutricional que será necessário ao
mesmo, se primário, secundário ou terciário (FERNANDES; BEZERRA, 2006).
Considerando pacientes em UTI, a recomendação da triagem NRS-2002, 
assim como a Nutrition Risk in the Critical Ill (Nutric Score) são recomendadas 
pela ASPEN. Para conseguir alguns dados, em pacientes que estejam sedados ou 
intubados, pode ser necessária a coleta de informações com os familiares. Em 
algumas situações é impossível realizar a avaliação nesses pacientes, pelo seu
grau de criticidade, por isso, nesses casos as avaliações subjetiva, física e mesmo 
laboratorial serão fundamentais para o prossional nutricionista determinar o 
seu diagnóstico e a sua conduta (BALDEMIR; CIRIK, 2022).
Entretanto, para todos esses pacientes a avaliação nutricional completa é in-
dicada, a m de garantirmos a ação o mais precoce possível por parte da equipe 
de nutrição hospitalar. Para tanto, sugere-se:
 ■ Antropometria
 ■ Peso atual, peso usual, altura, % de perda de peso, IMC – são dados 
básicos e fundamentais para determinar o risco nutricional, de
sarcopenia e caquexia.
 ■ O IMC parece estar diretamente relacionado com o aumento da 
mortalidade. Quanto menor, maior a taxa de mortalidade, assim 
como quanto maior a recuperação (com índices entre 25 e 29Kg/
m²) menor o risco de vida.
 ■ “O Nutrition Screening Initiative, a American Academy of Family
Physicians e a American Dietetic Association sugeriram como 
pontos de corte para o IMC de pacientes com DPOC os seguintes 
valores: IMC entre 22 e 27 kg/m² para eutroa, IMC < 22 kg/m²
para desnutrição e IMC > 27 kg/m² para obesidade” (FERNANDES; 
BEZERRA, 2006, p. 465).
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 ■ Medidas de pregas cutâneas como tricipital, supra-ilíaca e subescapular po-
dem determinar a composição corporal do paciente. Assim como a circun-
ferência do braço também é conhecida como um reexo da reserva proteica.
 ■ Avaliação Física
 ■ Observar perdas de massa magra: em face, subescapular, tronco, bra-
ços, panturrilhas também são ecazes para a determinação do agrava-
mento do estado nutricional, em especial em pacientes acamados, em 
que haja diculdade de realizar medidas objetivas.
 ■ Dosagens bioquímicas
 ■ Exames que podem auxiliar a avaliar o estado nutricional do paciente, 
bem como determinar o estado proteico visceral: pré-albumina, albumina,
transferrina, proteína transportadora do retinol, contagem de linfócitos.
 ■ O índice creatinina/altura é um bom indicador para avaliação da 
diminuição da massa corporal magra em pacientes desnutridos.
 ■ A gasometria além de ser um marcador importante para a equipe 
médica, para o nutricionista auxilia no controle do balanço nitrogenado 
e na adequação da dieta.
 ■ A vitamina D quando em índices baixos está relacionada com piora da 
função pulmonar, assim como aumento do risco de vida, devendo ser 
monitorada. Bem como outros micronutrientes como fósforo, cálcio, 
magnésio, potássio.
 ■ Para pacientes em estado crítico, o uso de exames bioquímicos é 
fundamental para o tratamento, visto que por vezes são os dados mais
precisos que conseguiremos obter.
 ■ Medicamentos e Terapias Associadas
 ■ Listar os medicamentos em uso pelo paciente, seja de forma contínua 
ou no momento da internação visam melhorar a tolerância da dieta 
(visto que diversos podem estar relacionados com alteração de 
apetite, anorexia, constipação), assim como alguns podem alterar 
fatores inamatórios que agravam o catabolismo. Em especial, os 
corticosteroides estão relacionados com diminuição do apetite, 
desmineralização óssea e enfraquecimento da massa muscular.
 ■ Acompanhar outras terapias relacionadas ao longo da internação, como 
por exemplo, conversar com a equipe de sioterapia para entender 
melhor o gasto energético desse paciente e sua capacidade muscular,
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podem auxiliar no diagnóstico e na conduta com ajuste dos nutrientes 
conforme a fase que o paciente se encontra.
O paciente DPOC apresenta com facilidade a perda de peso, uma das razões 
pode estar relacionada com o aumento do turnover proteico, além do esforço
respiratório ao se alimentar (PORFÍRIO et al., 2021). Devemos compreender a 
íntima relação da nutrição com os pacientes com DPOC. Imagine que a baixa 
ingestão dietética relacionada com um aumento energético aumentado resulta 
não apenas em perda de peso, mas ainda em perda de massa, de gordura e em 
muitos casos em atroa (COLLINS et al., 2019).
Para pacientes com maior risco de ragilidade e sarcopenia oi desenvolvido uma
erramenta de rastreio validada em português. Recursos de mídia disponíveis no
conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem 
EU INDICO
Em pacientes internados em UTI, Baldemir e Cirik (2022) propõem ainda o uso 
do parâmetro de prognóstico nutricional (Prognostic nutritional index – PNI), 
usado principalmente em pacientes com câncer e já em uso para pacientes em criti-
cidade, para determinação do grau de inamação, estado nutricional e prognóstico. 
O PNI é calculado a partir de uma relação entre a albumina sérica e valores dos 
linfócitos, podendo com facilidade demonstrar riscos nutricionais com a associa-
ção dos dados ao que foi coletado nas triagens NRS-2002 ou Nutric Socore. Todos 
os pacientes em UTI com DPOC devem ser prontamente avaliados, considerando 
que o quadro inamatório é comum nesses pacientes, a criticidade exacerba isso,
aumentando o catabolis-
mo e o seu risco (BALDE-
MIR; CIRIK, 2022).
Quanto à alimentação, 
precisamos estar atentos a 
mudanças comuns desses 
pacientes, que pela di-
culdade em se alimentar 
e respirar (a dispneia e a 
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baixa oxigenação pioram o quadro, assim como o ato de se alimentar aumenta a 
dispneia), reduzem a sua ingestão dietética para minimizar a ocorrência de hiper
alimentação e associada ao aumento da demanda calórica pode levar ao desenvol-
vimento de um estado de caquexia proteico-calórica (PORFÍRIO et al., 2021). A 
anamnese alimentar e a avaliação do consumo auxiliam na formulação da história
pregressa e atual do paciente demonstrando não apenas hábitos e práticas alimen-
tares, mas ainda intolerâncias, alergias e mesmo tabus, que são fundamentais para a 
posterior prescrição dietética. Tanto o recordatório de 24h quanto os questionários de
frequência alimentar são válidos para essa coleta (FERNANDES; BEZERRA, 2006).
A desnutrição no DPOC pode estar relacionada a diversos atores siológicos e
sociais, como: idade, anorexia, dentição, dispneia, xerostomia, ageusia ou disgeusia e
não menos importantes, como: capacidade de preparar os seus próprios alimentos,
capacidade de adquirir os alimentos necessários, habitação e rede de apoio.
Apesar de nem tudo estar relacionado com a dieta especicamente, todos esses fatores
podem estar interferindo para a melhora ou piora do paciente, e para tanto, o nutri-
cionista deve não apenas coletar essas informações, mas também utilizar esses dados 
para melhorar a sua conduta intra-hospitalar e se basear nessas observações para a 
conduta a ser orientada em razão de alta, podendo ser necessário inclusive o apoio do 
serviço social para situações em que perceba risco psicossocial (COLLINS et al., 2019).
Durante a internação hospi-
talar sempre devemos observar à 
evolução do paciente, ou seja, o 
acompanhamento nutricional
é primordial, anal ao longo 
da internação o paciente pode 
tanto melhorar o seu quadro 
quanto agravar e, nesse caso, o 
nutricionista estará realizando 
avaliações recorrentes e ajustes 
em suas condutas podem fazer 
a diferença para a melhora do 
paciente (HANSON et al., 2021).
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CONDUTA NUTRICIONAL
A conduta nutricional é peça chave no tratamento do DPOC tanto para evitar 
o agravo da doença e do estado nutricional do paciente, como para promover a 
melhora dos danos já causados. 
Dentre os objetivos de uma terapia nutricional para o paciente DPOC temos: 
prevenir a progressão da doença, diminuir sintomas relacionados à alimentação e 
dispneia, manter o equilíbrio entre massa magra e tecido adiposo, diminuir o cata-
bolismo e perda nitrogenada, manter o equilíbrio hídrico, controlar complicações, 
reduzir mortalidade (CARVALHO et al., 2016; FERNANDES; BEZERRA, 2006).
Se há alguns anos entendia-se que a dieta deveria ser balanceada com cau-
tela, observando cada nutriente a ser ofertado a m de evitar a sobrecarga do 
sistema respiratório, hoje, percebe-se que a dieta tem papel fundamental à saúde 
do paciente com DPOC, visto a comprovação que um indivíduo bem nutrido 
apresenta melhora na capacidade funcional e respiratória e consequentemente 
em qualidade de vida. Assim, prioriza-se a recuperação nutricional, acompanha-
da por prossionais que venham a ajustar os nutrientes conforme a demanda do
paciente (COLLINS et al., 2019).
ALIMENTAÇÃO ORAL
A alimentação oral sempre será nossa linha de partida no tratamento nutricio-
nal, inclusive no DPOC. Em todos os casos devemos buscar adequar a alimen-
tação à realidade do paciente, em especial tentando utilizar um cardápio que 
seja palatável. Em muitos casos, o uso das dietas branda e pastosa é uma boa
estratégia, visto que a mudança da textura dos alimentos pode facilitar a ingestão, 
diminuindo o esforço ventilatório do indivíduo. Além disso, o fracionamento 
alimentar, com uma dieta composta por 05 ou 06 refeições ao dia, pode trazer
benefício aos pacientes, já que grandes volumes tendem a aumentar a fadiga e 
a carga respiratória (PORFÍRIO et al., 2021; FERNANDES; BEZERRA, 2006).
Quando tivermos pacientes com sintomas de inapetência o fracionamento
também é uma estratégia, assim como o aumento da densidade calórica das refei-
ções, que podemos fazer facilmente com a adição de uma porção de azeite de oliva ou 
TCM (se disponível na instituição) ou mesmo adicionando leite em pó em preparos
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cremosos, ou ainda fazendo uso de módulos suplementares de carboidratos como 
a maltodextrina ou a palatinose. Visto a demanda proteica aumentada, o uso de
isolados proteicos pode facilitar o consumo desse grupo por pacientes inapetentes.
Já pacientes com saciedade precoce podem se beneciar com alimentos 
mais secos, assim como alimentos frios tendem a diminuir a sensação de ple-
nitude e mesmo de sensibilidade em caso de alteração da mucosa oral; ainda 
como estratégia, devemos evitar o uso concomitante de líquidos no momento 
da refeição (COLLINS et al., 2019; FERNANDES; BEZERRA, 2006).
Para pacientes com dispneia, além das estratégias supracitadas, podemos 
ainda sugerir que o paciente realize repousos intencionais antes das refeições. 
Assim como estratégias de educação nutricional, como estimular a mastigação
e o comer devagar podem aliviar o quadro. Em casos de piora, conversar com a 
equipe médica para adequarem tanto medicações, quanto possível uso de oxigê-
nio suplementar pode ser necessário (CARVALHO et al., 2016).
Para a composição da dieta, precisamos sempre considerar o quadro do pa-
ciente, suas limitações, assim como possíveis comorbidades (como doenças car-
diovasculares, diabetes etc.), e assim ajustar o planejamento dietético conforme 
todas as suas necessidades (HANSON et al., 2021). Basicamente, considerando 
apenas o DPOC devemos levar em:
NECESSIDADES ENERGÉTICAS
• Pelo quadro de dispneia característica da DPOC, os pacientes apresentam maior
gasto energético basal, portanto a dieta deve ser hipercalórica.
• Para pacientes não obesos, o uso da regra de bolso com 30Kcal/Kg de peso parece
atender às demandas da doença para manutenção do peso, podendo chegar a
níveis de 45Kcal/Kg conorme o grau de desnutrição do paciente.
CARBOIDRATOS
• O consumo deve ser mantido entre 50 a 60% da quantidade energética total.
• O consumo estimulado deve ser de carboidratos complexos, visto que doses maio-
res de carboidratos, em especial simples (renados), podem aumentar o quociente
respiratório devido ao aumento da lipogênese o que consequentemente agrava a
dispneia e os quadros de insuciência respiratória (por aumentar a requência respi-
ratória para eliminar o excesso de dióxido de carbono gerado).
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PROTEÍNAS
• A dieta deve ser preerencialmente hiperproteica com 1 a 1,2g de proteína/Kg/dia,
mantendo uma proporção de 15 a 20% das necessidades.
• Em pacientes desnutridos, idosos ou com a doença crônica, a sugestão do aporte
proteico aumenta para 1,2 a 1,5g/Kg/dia.
• Deve-se evitar o excesso de proteínas, que podem causar estímulo exacerbado
pulmonar e piorar quadro de dispneia, bem como de aminoácidos ramicados.
Entretanto, uso de alguns aminoácidos como a leucina, parecem estimular a unção
pulmonar, ainda com necessidade de maiores estudos para conseguir uma relação
de dose e ecácia.
LIPÍDIOS
• Manter uma quantidade de gordura que atinja 25 a 30% das necessidades diárias
do paciente permanece adequado. Alguns estudos sugerem um aumento da oerta
lipídica em mais de 40%, entretanto ainda carecemos de mais estudos para termos
total certeza dessa conduta.
O suporte alimentar que venha atingir as demandas calculadas de macronutrien-
tes é fundamental para a correção do catabolismo, entretanto, os micronutrientes
não são menos importantes. Mesmo que em pacientes obesos, o uso de dietas 
hipercalóricas não seja recomendado, o uso de dietas hipocalóricas em nível 
hospitalar não deve ser mantido. Assim, para estes pacientes manter uma dieta
normocalórica, e acompanhar sua evolução, é primordial para o bom acompa-
nhamento nutricional (PORFÍRIO et al., 2021; THIBAULT et al., 2021).
Como já falamos esses pacientes apresentam níveis aumentados de inama-
ção e estresse oxidativo, portanto para melhorar seu quadro o uso de nutrientes 
antioxidantes é sugerido (preferencialmente a partir de alimentos), assim como, 
em pacientes com deciências de hemoglobina (e assim piora da capacidade de 
transporte de oxigênio) o suporte com alimentos fontes de ferro pode ser indicado. 
Outros nutrientes, relacionados com o suporte muscular devem ser observa-
dos, como vitamina C, vitamina E, vitamina A, cálcio, fósforo, magnésio e potássio.
Dar atenção para a imunomodulação dos pacientes através de lipídios, como: 
os ácidos graxos de cadeia curta, o ômega-3, e mesmo oligoelementos como 
cobre, zinco e selênio, parecem trazer benefícios.
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Para pacientes com baixos níveis séricos de vitamina D, deve ser conside-
rada a suplementação, que considerando um período de internação hospitalar,
pode ser discutida com a equipe médica para uso de doses adequadas. Como 
dito anteriormente, percebeu-se que valores séricos de vitamina D abaixo de 
25 nmol/L estão relacionados tanto com piora do quadro respiratório, capa-
cidade pulmonar, assim como maior risco de vida. Assim como a vitamina D 
tem participação direta na calcicação óssea, e pensando que a osteoporose é 
um problema comum nesta população, o seu uso pode impactar positivamente.
Ainda, manter uma reposição hídrica adequada, e calculada de forma in-
dividual, pode auxiliar o paciente a melhorar seu padrão respiratório, já que a 
água mantém o muco menos viscoso, o que melhora os sintomas (FERNAN-
DES; BEZERRA, 2006).
Conorme a recomendação da ESPEN, toda a dieta hospitalar deve ser monitorada
e ajustada conorme as necessidades do paciente e sua tolerância, evitando
sempre restrições que não tenham embasamento cientíco, visto que o risco de
tais condutas pode ser ainda maior em pacientes hospitalizados e que venham
apresentar risco nutricional. Portanto, o nutricionista deve sempre estar atualizado
com as descobertas cientícas, e não deve ser levadopor modismos ou supostas
dietas milagrosas, tão comuns em nossos dias (THIBAULT et al., 2021).
Quando a alimentação oral não for efetiva, e os pacientes já não conseguirem 
atingir suas metas e assim permanecerem em risco ou já apresentarem desnutri-
ção ou perda de massa, o uso de suplementação deve ser iniciado. 
Pacientes que estejam em risco nutricional devem ter uma reavaliação de sua 
ingestão alimentar a cada 3-5 dias, para ajustes necessários ou para iniciar a terapia
nutricional o mais precocemente possível, evitando agravamento de sua condição. 
Além da suplementação, os pacientes com DPOC parecem apresentar me-
lhora signicativa quando aliados treinamentos físicos para aumentar tanto
capacidade respiratória quanto força muscular.
A suplementação nutricional é indicada para todo o paciente DPOC que 
apresente perda de peso maior do que 10% em 6 meses ou que já estejam
desnutridos em quadros mais graves. A escolha do produto deverá ser conforme 
a necessidade do paciente, entretanto o uso de suplementos com maior densidade 
energética e proteica parecem ter bons resultados.
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SUPORTE ENTERAL E PARENTERAL
Caso a alimentação oral e a suplementação não sejam ecazes e os pacientes com 
DPOC permanecerem em risco nutricional / desnutrição, as vias alternativas 
devem ser utilizadas, assim como em casos como presença de disfagia ou recusa
alimentar por parte do paciente. Obviamente como primeira tentativa deve-se 
manter a via enteral, por ser a via mais siológica e apenas em últimos casos a 
via parenteral deve ser. 
O paciente DPOC por si já apresenta risco nutricional e, portanto, deve ser 
considerado o uso de terapia enteral, no caso de pacientes em UTI, esse risco é 
ainda maior, sendo que há recomendação de terapias nutricionais para todo o 
paciente que permanecer em UTI mais do que 48 horas. 
O suporte enteral deve ser utilizado em todos os pacientes que não conseguem ali-
mentar-se via oral, principalmente considerando aqueles com exacerbação da doença
e em uso de suporte respiratório ou ventilação mecânica (SINGER et al., 2023).
O uso de dietas polimé-
ricas sempre deve ser 
preferido, considerando 
pacientes que tenham a 
capacidade gastrointes-
tinal preservada. Para os 
cálculos e metas nutricio-
nais, mantêm-se os mes-
mos parâmetros a serem 
utilizados ao paciente com
alimentação oral. O uso de ômega-3 parece beneciar pacientes em uso de 
ventilação mecânica, entretanto seu uso não deve ser em doses elevadas. Ainda 
considerando pacientes críticos em ventilação, devemos iniciar a nutrição en-
teral com cautela, sempre evitando a síndrome de realimentação, nesses casos, 
sugere-se o aumento gradual da oferta dietética, progredindo a mesma até a 
meta calculada entre três a sete dias.
O uso de terapia enteral deve ser mantido enquanto o paciente apresentar 
risco e não conseguir fazer a ingestão alimentar adequada. Entretanto, quando 
o paciente conseguir adequar a sua alimentação, e a mesma atingir as metas
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calculadas em pelo menos 80% por pelo menos 5 dias, sugere-se a suspensão 
da dieta enteral e manutenção da via oral, podendo retomar o uso de suple-
mentos para conseguir atingir as demandas calculadas.
A via parenteral, que deve ser a via de alimentação quando houver contrain-
dicação do uso do trato gastrointestinal, é composta por uma infusão de uma
solução estéril composta por nutrientes conforme a necessidade dos pacientes. 
Apesar de existirem compostos prontos no mercado, existe a possibilidade de 
prescrição individualizada através do uso de solução parenteral manipulada.
A infusão se dá por via periférica ou central, a depender da situação clínica do 
paciente, e deve ser mantida pelo menor tempo possível, sendo que no menor 
sinal de melhora a via enteral deve ser retomada.
Gostou do que discutimos até aqui? Tenho mais para conversar com você a
respeito deste tema, vamos lá? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo
digital do ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
NOVOS DESAFIOS
A DPOC, como vimos, é uma doença com um impacto importante na nutrição 
do paciente. Aliás, uma coisa leva a outra, a doença piora o estado nutricional e 
o estado nutricional pode agravar a doença.
Por essa razão, o nutricionista deve estar integrado na equipe a m de pro-
porcionar a melhor conduta para que o paciente permaneça estável e bem. Como 
vimos, mesmo com todas as diculdades é possível estabilizar a doença através
de medidas médicas, atividade física e manutenção do estado nutricional.
Assim, conseguirmos ser assertivos, realizando uma triagem e avaliação nutri-
cional precoce, que realmente consiga detectar riscos antes do agravamento, pos-
sibilita um tratamento nutricional ecaz e que pode produzir ganhos não apenas 
momentâneos, mas em qualidade de vida e mesmo no prognóstico da doença, em 
especial buscando melhora da força, massa e função muscular respiratória.
Espero que você consiga se sentir mais seguro para tratar o paciente DPOC. 
Como sempre digo, a nutrição pode ser um divisor de água na vida do paciente, 
e nossa ajuda pode fazer toda a diferença.
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1. A doença pulmonar crônica (DPOC) é a doença que mais causa morbidade e mortalidade
ao redor do mundo, estima-se que mundialmente existem 3 milhões de mortes por ano.
Considerando as possíveis causas para a doença, podemos afrmar que:
a) Fatores ambientais não intererem no desenvolvimento de DPOC
b) A exposição a alguns compostos como cádmio e sílica são riscos ocupacionais para a
doença.
c) O cigarro é a principal causa da doença, aetando ainda mais umantes passivos do que
ativos.
d) Mulheres apresentam maior risco para a doença, relacionada com exposição social.
e) A doença émais prevalente em pessoas commaior condições socioeconômicas, devido
à exposição ao tabaco ou aos seus derivados.
2. A desnutrição é um dos fatores de maior impacto relacionado à doença pulmonar crônica
(DPOC) com relação ao seu prognóstico e qualidade de vida. Considerando uma avaliação
nutricional completa em DPOC, podemos afrmar:
a) Apesar do IMC não ser um bom indicados de composição corporal, seu uso no DPOC
pode estar associado com pior prognóstico, sendo que valores entre 22 e 29Kg/m² são
considerados dentro da normalidade para a doença.
b) Coletar dados de dobras cutâneas como a do tríceps não oerece correlação com a perda
de unção muscular do paciente DPOC.
c) O uso de exames bioquímicos como albumina, transerrina e proteína transportadora do
retinol pode ajudar no diagnóstico de perda de capacidade respiratória.
d) O índice creatinina/altura é um bom indicador para avaliação da diminuição da massa
corporal magra em pacientes desnutridos.
e) A condição da vitamina D dos pacientes com DPOC deve ser monitorada, sendo que o
ideal é que estejam acima de 20 nmol/L.
VAMOS PRATICAR
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3. Conforme a evolução do quadro da doença pulmonar crônica (DPOC), os pacientes podem
apresentar alguns sintomas que atrapalham a sua ingestão dietética. Pensando nesses
pacientes, podemos afrmar:
I - Em caso de dispneia, recomendar pequenos momentos de repouso antes da reeição
podem auxiliar.
II - Pacientes com diculdades na ingestão alimentar podem se beneciar com dietas
brandas ou pastosas.
III - Para pacientes com saciedade precoce o uso de alimentos secos ou em temperatura
amena pode avorecer a ingestão alimentar.
IV -O aumento da densidade energética das reeições benecia tanto pacientes em quadro
de desnutrição quanto aqueles que estejam inapetentes.
É correto o que se arma em:
a) I, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
VAMOS PRATICAR
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REFERÊNCIAS
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HANSON, C. et al. Chronic Obstructive Pulmonary Disease: A 2019 Evidence Analysis Center
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THIBAULT, R. et al. ESPEN guideline on hospital nutrition. Clinical Nutrition, S.I., v. 40, 2021.
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1. Opção B.
2. Opção D.
3. Opção E.
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
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MEU ESPAÇO
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MEU ESPAÇO
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