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Urgências e Emergências – Resumo da Portaria 2048 A portaria de número 2048, de 5 de novembro de 2002, pelo ministro de Estado e saúde, considera que, a área de urgência e emergência é um importante componente de assistência a saúde no Brasil, e, devido ao aumento do número de acidentes e violência urbana a demanda de serviços nesta área vem crescendo brutalmente, tendo um enorme impacto sobre o SUS. Este impacto pode ser medido diretamente pelo aumento dos gastos realizados com internação e atendimentos em geral, e no índice de mortes causadas por acidentes e violências nos últimos anos, enquanto que por causas naturais estes dados tendem a diminuir. A assistência as Urgências atualmente se dá a partir de postos e hospitais superlotados, bem equipados ou não, que ficam abertos às 24 horas, e, muitas vezes, ainda não conseguem atender a todos. Em geral, pacientes de urgência com casos não expostos ou “sangrantes”, como por exemplo, “um idoso com doença pulmonar obstrutiva crônica em episódio de agudização cursando com insuficiência” padece nas filas enquanto outros são atendidos. Por falta de uma triagem adequada, acabam recebendo socorro por ordem de chegada e não de emergência/urgência. Outro caso preocupante é a dificuldade de locomoção de pacientes em urgência e emergência. Pois, devido ao enorme território e as distancias entre os municípios no país, há grande dificuldade no atendimento de pacientes graves. Necessitando assim, de serviços intermediários. O objetivo da portaria é o aperfeiçoamento das normas e práticas hospitalares já existentes e a criação de novos planos para as Urgências e Emergências do Brasil. Cap I- Plano estadual de atendimento às urgências e emergências O sistema Estadual de Urgência e Emergência deve se estruturar de acordo com a leitura ordenada das necessidades de saúde da sociedade, analisando o território e os grupos sociais ali presentes. Deve-se montar um quadro organizado dos recursos existentes, levando em consideração todas as informações colhidas e a qualidade de atendimento, como quantidades, acesso,técnicas e capacidade operacional para tratar com a vida. “Este sistema deve servir a sociedade como um todo de acordo com suas necessidades”. Infelizmente não vemos esses planos sendo colocados em prática. . Cap II- A regulação médica das urgências e emergências Como já mencionado, as necessidades imediatas da população ou de urgência, são pontos de pressão por respostas rápidas. Então o Sistema deve ser capaz de acolher a clientela, prestando-lhe atendimento e redirecionando-a para os locais adequados à continuidade do tratamento, essas centrais, devem ser obrigatoriamente interligadas entre si e aos médicos devem ser oferecidos os meios necessários, tanto de recursos humanos, como de equipamentos, para o bom exercício de sua função. Cap III – Atendimento pré-hospitalar fixo O Atendimento Pré-Hospitalar Fixo é o primeiro atendimento hospitalar prestado a pacientes de quadros graves em um hospital, clínica, ou no local do acidente/violência, caso não aconteça, pode levar o paciente a ter sequelas ou até mesmo a morte. Logo, se faz necessário um atendimento rápido e adequado. Cap IV- Atendimento pré-hospitalar móvel Este atendimento é o que chega de imediato a vítima, logo após o dano a sua saúde que possa levar a sequelas ou até mesmo a morte, para lhe prestar atendimento e com o suporte adequado até que chegue a um serviço de saúde fixo, no qual o atendimento móvel deve trabalhar em parceria. Cap V- Atendimento hospitalar O atendimento hospitalar ás urgências e emergências deve apresentar infraestrutura adequada. Toda unidade de saúde deve ser bem equipada e seus profissionais capacitados e bem treinados para executar suas tarefas com êxito. Além de que a unidade deve contar com uma equipe especializada, como técnicos, enfermeiros, médicos específicos para cada área etc. Cap VI- transferências e transporte inter-hospitalar Dentro dos padrões de urgência e emergência, os serviços de assistência de maior porte devem ser referencia para os municípios menores. Assim esses municípios menores devem se preparar para receber os pacientes em urgência/emergência, e fazer a avaliação e estabilização, para providenciar a transferência e só depois envia-los para os serviços de assistência maiores, em outros municípios. Após a recuperação, esses pacientes devem ter um tempo a mais de abrigo, após a sua alta para encontrar recursos para voltar a seu município, se por acaso a unidade não disponibilizar um meio de retorno. Transporte Inter-hospitalar, refere-se a transferência de pacientes de ambientes hospitalares de urgência e emergência para outras unidades de saúde específicas para o seu problema, outra ala hospitalar, ou uma base de estabilização para pacientes mais graves. A transferência só pode ser realizada com a autorização do paciente (se consciente), ou de seu responsável, e é de completa responsabilidade do médico que a solicitou. Cap VII- núcleos de educação em urgências As urgências não se constituem em especialidades médicas ou de enfermagem, e nos cursos de graduação, pois, estes ainda são precários em ensino relacionado a urgências e emergências, principalmente nas redes privadas onde não se tem a pratica na realidade do Sistema Único de Saúde. (Obrigatoriedade do estudo na residência). Constituem-se nas experiências adquiridas pelos profissionais e sua capacidade de ações rápidas e eficientes de acordo com o problema em questão a ser resolvido no momento. “Também se constata a grande proliferação de cursos de iniciativa privada de capacitação de recursos humanos para a área, com grande diversidade de programas e conteúdos e cargas horárias, sem a adequada integração à realidade e às diretrizes do Sistema Único de Saúde – SUS.” Portaria 2048,pag 58. Logo, a falta de profissionalização e educação continuada na formação dos profissionais de urgências compromete a qualidade na assistência e na gestão do setor. É necessário que haja bons profissionais, pois a área de urgência e emergência exige o melhor que cada um pode oferecer, por que na maioria dos casos não existem segundas chances. Contudo, cabe aos núcleos de formação fornecer uma educação de ponta e aos futuros profissionais, e principalmente aos administradores responsáveis pela saúde do país, porque se não existirem meios que realmente funcionem para a realização do trabalho, uma boa formação não valeria de nada.
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