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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS – UFMG DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – ZOOLOGIA DE VERTEBRADOS DISCENTE: ANTÔNIO CARLOS DA SILVA JUNIOR ATIVIDADE REFERENTE AS AUTO-AVALIAÇÕES DO FASÍCULO DA DISCIPLIMA 1 - Caracterizar os Agnatha, peixes cartilaginosos e peixes ósseos Os peixes ósseos e cartilaginosos diferenciam-se dos ágnatos por possuírem mandíbula, recebendo o nome de gnatostomados graças a essa característica. Esses dois grupos diferem-se entre si principalmente pela presença de esqueleto ósseo nos osteíctes e esqueleto cartilaginoso nos condrictes. Como exemplo de peixes cartilaginosos, podemos citar os tubarões e raias; como representantes dos osteíctes, podemos citar o salmão e o peixe-palhaço. Os peixes podem ser divididos em: agnatos, condrictes e osteíctes. A grande maioria dos peixes possui corpo recoberto por escamas, sendo que elas diferenciam-se em cada grupo. Nos peixes ósseos, as escamas possuem origem dérmica, enquanto, nos cartilaginosos, possuem origem dermo epidérmica. Já os agnatos são animais sem escamas. Além das escamas, encontramos nos peixes uma grande quantidade de muco ao redor do corpo, que atua reduzindo o atrito com a água. 2- Caracterizar os anfíbios e repteis Os anfíbios são animais vertebrados ectotérmicos (não são capazes de regular a temperatura corporal por mecanismos internos, sendo fundamental para isso fontes externas), e uma de suas características mais marcantes é a presença de um ciclo de vida com uma fase larval aquática e uma fase adulta terrestre. Anfíbios são vertebrados cuja característica fundamental é o desenvolvimento na fase larvária em meio aquático e na fase adulta em meio terrestre. As principais características deste grupo são: · A maioria dos anfíbios possui 4 membros pentadáctilos para locomoção em terra (os gimnofionos como a Caecilia, são ápodos, por involução das patas, como uma adaptação aos seus hábitos de vida em buracos no solo); · Pele úmida e lisa, glandulífera e sem escamas externas, apta para a respiração cutânea (que nos anfíbios torna-se mais importante que a respiração pulmonar); · Dentes pequenos e esqueleto em grande parte ossificado; · São pecilotérmicos (animais de sangue frio); · Coração com 3 cavidades: duas aurículas ou átrios e um ventrículo. O sangue arterial, que entra na aurícula esquerda, e o sangue venoso, que chega a aurícula direita, vão se juntar ao nível do ventrículo único. Por isso a circulação destes animais é dita fechada, dupla, porém incompleta; · Presença de entalhe ótico, resultado do desaparecimento do opérculo que nos peixes protege as brânquias. Os anfíbios são verdadeiros sensores ambientais, denunciam a degradação de uma área antes de qualquer outra espécie e, se estudados, global e sincronicamente, eles têm a capacidade de comunicar o que está acontecendo com nosso planeta. Os répteis são animais que possuem como características principais o corpo com poucas glândulas, impermeável e coberto por escamas e/ou placas ósseas; a presença de pulmões bastante eficientes; e ovos com casca e anexos. Tais características permitiram com que pudessem viver em ambiente terrestre sem muitos problemas. Esses animais caracterizam-se por serem tetrápodes e de pele grossa, apresentam pulmões e botam ovos com casca resistente.Esses animais, assim como os anfíbios, não possuem a capacidade de manter a temperatura do corpo constante. Isso ocorre porque eles não conseguem controlar sua temperatura através do calor gerado no metabolismo. Para conseguirem uma temperatura ideal, os répteis utilizam certas estratégias, como a exposição ao sol quando o dia está frio. Além disso, quando a temperatura se torna muito alta, eles protegem-se em rios, lagos, locais sombreados, entre outros. Falamos que animais com essa característica são ectotérmicos.Como dito anteriormente, uma característica interessante dos répteis é sua pele grossa, que, diferente dos anfíbios, é muito especializada para a vida no ambiente terrestre. Esses animais não possuem glândulas e sua pele pode ser recoberta por placas, escamas, plastrões e carapaças. Essa característica permite que os répteis tenham grande vantagem em ambientes secos, tais como os desertos. 3- Caracterizar aves e mamíferos As aves são animais vertebrados que podem ser facilmente distinguidos pela presença de penas. A pena é uma característica exclusiva desses animais, ou seja, está presente em todas as espécies do grupo. Além disso, as aves não possuem dentes, são endotérmicas e apresentam um metabolismo elevado. Aves são animais de sangue quente, também chamados homeotérmicos ou endotérmicos, por sua capacidade de manter a temperatura corporal constante. Para isso, elas apresentam um metabolismo elevado, necessitando de muita energia. As penas são uma característica exclusiva das aves. Elas permitem o voo, são isolantes térmicos (importante para a homeotermia) e funcionam para a camuflagem e como atrativo sexual. O voo é uma importante adaptação das aves, que lhes permite: Habitar diversos ambientes; Fugir dos predadores; Buscar novas fontes de alimentos; Aumentar o campo visual; Realizar migrações quando as condições ambientais se tornam desfavoráveis, como no período de inverno. Outra característica das aves é o canto, gerado por um órgão fonador, que é a siringe. O canto pode servir como elemento de comunicação, envolvendo atração sexual, advertência, demarcação de território, dentre outros. Os mamíferos são animais classificados na classe Mammalia. Nela existem animais pesando de 3g a 160 toneladas e medindo de 8 cm até 30 m de comprimento. Podemos encontrar mamíferos em vários ambientes, como na água doce, na água salgada, no ar e na terra firme. Alguns mamíferos (o rato, por exemplo) transmitem microrganismos patogênicos prejudiciais ao homem, mas há mamíferos muito importantes para o ser humano (como a vaca e a cabra, na obtenção de leite, carne, couro, lã, dentre tantas outras coisas). Há características exclusivas da classe dos mamíferos, são elas: · glândulas mamárias; · corpo total ou parcialmente coberto por pelos; · dentes diferenciados com incisivos, caninos, pré-molares e molares; · diafragma, uma membrana muscular que separa o tórax do abdome e que auxilia na ventilação dos pulmões. Os pelos que recobrem o corpo dos mamíferos são constituídos de queratina e são formados no interior dos folículos pilosos, nos quais se abre uma glândula sebácea que produz gordura e que tem a função de lubrificar a pele e os pelos, contribuindo para sua impermeabilização. Os pelos nos mamíferos têm a função de proteção e também de isolante térmico, mantendo a temperatura do corpo sempre constante. Sob a pele dos mamíferos há uma camada de células que armazenam gorduras (adipócitos), formando o panículo adiposo. Essa camada de gordura serve como reserva de alimento e também como isolante térmico. A baleia e o golfinho são mamíferos aquáticos que não apresentam pelos, pois a presença deles poderia interferir na velocidade da natação. Esses animais possuem uma camada de gordura muito grossa sob a pele, o que impede que eles percam calor do corpo para o ambiente. É importante lembrar que, na fase embrionária, baleias e golfinhos apresentam pelos. Alguns mamíferos apresentam garras, unhas, chifres e cascos. As garras e os cascos de alguns mamíferos são formados por queratina, enquanto que os cornos, estruturas permanentes, podem ser formados por queratina, como no rinoceronte; ou osso coberto por queratina ou pele, como no boi e no antílope. Os chifres encontrados em alguns grupos de mamíferos são constituídos por ossos e são revestidos por peles apenas durante o crescimento, como nos veados e alces. Nesses mamíferos, os chifres são trocados a cada ano. As glândulas sudoríparas presentes em alguns mamíferos produzem suor e, com isso, ajudam a baixar a temperatura corporal. Isso acontece porque, ao evaporar, a água presente no suor retira o calor da pele e do sangue, resfriando o corpo. Em todos os mamíferos, exceto na preguiça, no peixe-boi e no tamanduá, há sete vértebrascervicais, além da cauda que apresenta um número variável de vértebras. Nos humanos, a cauda é vestigial e corresponde ao cóccix. . 4- Correlacionar as diferentes modificações da pele com os ambientes que ocupam os vertebrados O tegumento ou pele é um dos maiores órgãos do corpo dos vertebrados sendo que em alguns deles pode representar até 20% da massa corporal. A pele está formada por uma camada externa epitelial denominada epiderme e de uma camada conjuntiva mais profunda chamada derme. Entre estas duas camadas encontra-se a membrana basal formada a partir da epiderme. Entre a derme e as camadas musculares encontra-se uma estrutura formada por tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo. Esta região é denominada hipoderme que anatomicamente é chamada fáscia superficial. Nos vertebrados, a partir da pele são formadas uma grande variedade de estruturas as quais apresentam as mais variadas funções. A epiderme produz pelos nos mamíferos, plumas nas aves, barbatanas nas baleias, garras em diferentes mamíferos, unhas em diferentes vertebrados, cornos, bicos e alguns tipos de escamas. A derme forma ossos dérmicos e osteodermas de répteis. Coletivamente epiderme e derme formam dentes, dentículos, e algumas escamas de peixes. A pele apresenta uma grande variedade de funções especializadas. Ela forma parte do exoesqueleto e sua espessura representa uma proteção contra as injúrias mecânicas. A pele também constitui uma barreira contra a penetração de organismos patogênicos. A regulação osmótica e a movimentação de íons e gases a partir do sangue são realizados pela pele com auxilio de outros órgãos. A pele atua ativamente na manutenção da temperatura corporal e participa também na locomoção, defesa, ataque. Os pigmentos da pele bloqueiam a ação deletéria dos raios solares e proporcionam a coloração característica de cada espécie para atrair os parceiros e realizar o cortejo sexual. 5- Analisar os desenhos dos crânios e descrever as transformações ocorridas de peixes ósseos até mamíferos O esqueleto é um nome genérico dado ao conjunto de estruturas rígidas que sustentam o corpo dos seres vivos. Este termo pode ser extensivo para órgãos, tecidos e células. Para seu estudo, o esqueleto pode ser dividido em esqueleto axial, apendicular e esplâncnico ou esqueleto visceral. O esqueleto axial é formado pelo crânio e a coluna vertebral e estruturas associadas como notocorda, costelas, esterno e carapaças. Freqüentemente, a coluna vertebral e as estruturas associadas denominam-se esqueleto pós-craniano. O esqueleto apendicular é formado pelas cinturas e os membros (nadadeiras pares e impares dos peixes ósseos). O esqueleto esplâncnico é constituído pelos ossos derivados dos arcos branquiais. Também existem ossos heterotópicos localizados dentro de órgãos (osso do pênis, osso do clitóris de muitos mamíferos e o osso do coração dos artiodátilos). Apesar de estar formando uma unidade harmoniosa, o crânio dos vertebrados é formado por estruturas originadas de três diferentes fontes filogenéticas. A parte mais antiga é o esplâncnocrânio (crânio visceral), o qual se origina a partir dos arcos branquiais. A segunda parte, o condrocrânio (crânio cartilaginoso), o qual suporta ventralmente o encéfalo e envolve a cápsula ótica e a cápsula nasal. A terceira parte é o dermatocrânio, o qual contribui na formação do invólucro do encéfalo, ossos da face e mandíbula. A crista neural também participa da formação de partes do crânio. 6- Descrever o processo evolutivo dos membros junto com as cinturas Os condrictes apresentam vértebras do tronco e da cauda. As vértebras troncais apresentam arcos neurais e interneurais e não possuem arco hemal. Muitas vértebras troncais apresentam costelas. As vértebras caudais possuem os dois arcos, neural e hemal. Regionalização da coluna vertebral em osteictes Os osteíctes apresentam vértebras troncais com arco neural e são desprovidas de arcos hemais. Estes arcos neurais apresentam zigoapófises pouco desenvolvidas. As vértebras troncais geralmente apresentam costelas dorsais e ventrais. As vértebras caudais possuem os dois arcos, neural e hemal. Em geral as vértebras dos osteíctes são anficélicas. Regionalização da coluna vertebral em anfibios Os anfíbios apresentam diferenciação regional da coluna vertebral: cervical, do tronco, sacral e caudais. As duas primeiras vértebras pós-craniais se especializam em sustentar o crânio e formam a região cervical (do pescoço). As vértebras do tronco se reduzem em número e apresentam costelas (exceto em Anura). Existe uma vértebra sacral expandida lateralmente para articular-se com a cintura pelvina. As vértebras caudais apresentam arcos hemais, entretanto, nos anura, as vértebras caudais formam um único elemento em forma de bastonete denominado uróstilo. Os répteis Apresentam uma regionalização mais completa da coluna vertebral. Possuem em geral 60 vértebras distribuídas entre os diversos segmentos que formam a coluna vertebral, sendo sete ou oito vértebras cervicais (as duas primeiras são o atlas e o áxis) 15 a 18 torácicas, quatro ou cinco lombares, duas ou três sacrais e 25 a 30 caudais. Em geral apresentam costelas cervicais e torácicas. Nos crocodilos existem costelas na região “abdominal” denominadas gastralia. Em tartarugas as vértebras dorsais se fusionam com os ossos do plastrão. Nas aves a coluna vertebral apresenta as regiões cervical, torácica, sinsacral, caudal e pigóstilo. O número de vértebras cervicais varia com o comprimento do pescoço. Aves pequenas podem ter apenas 8 enquanto os cisnes têm até 25. Geralmente as vértebras cervicais apresentam costelas pouco desenvolvidas. O atlas consiste de um pequeno anel que se articula com o côndilo do occipital. O áxis apresenta o bem desenvolvido processo odontóide (dente). Estas duas vértebras permitem a grande rotação da cabeça das aves de aproximadamente 270 graus. Normalmente, estão presentes sete vértebras torácicas, sendo que as quatro primeiras fundem-se para formar um único osso chamado notarium. A quinta permanece livre e as duas últimas se fusionam com as vértebras lombares, sacrais e a primeira caudal, para formar o osso sinsacro. O sinsacro é seguido por cinco ou seis vértebras caudais livres e as quatro ou cinco últimas fusionam-se para formar o pigóstilo que serve para sustentar as penas da cauda. As vértebras torácicas apresentam costelas vertebrais com processos uncinados. Estas costelas articulam-se com as costelas esternais que como seu nome indica, articulam-se com o esterno. O esterno das aves e grandemente desenvolvido e presta inserção aos músculos do vôo. Nos mamíferos a coluna vertebral apresenta as regiões cervical, torácica, lombar, sacral e caudal A região cervical apresenta em geral sete vértebras cervicais. O atlas se articula com os dois côndilos do occipital e permite os movimentos dorso-ventrais da cabeça. O áxis apresenta o desenvolvido processo odontóide, e por meio da rotação do atlas em volta desse processo, à cabeça pode efetuar movimentos de lateralidade. As vértebras cervicais apresentam os denominados processos costais que representam as costelas cervicais fusionadas com os processos transversos. As vértebras torácicas, em número de 10 a 18, apresentam grande desenvolvimento dos processos espinhosos e entre duas vértebras torácicas sucessivas articula-se um par de costelas. As vértebras da região lombar apresentam um grande desenvolvimento dos processos transversos (os mamíferos possuem verdadeiras vértebras torácicas e lombares uma vez que o músculo diafragma divide a cavidade corporal nas regiões torácica e abdominal). As vértebras sacrais fusionam-se em um único elemento ósseo denominado sacro (de três a cinco vértebras). As vértebras caudais são livres e variam grandemente em número dependendo do cumprimento da cauda (de três a trinta). 7 - Descrever as diferenças fundamentais das respirações cutânea, branquial e pulmonar, nos diferentes grupos de vertebrados. A respiração pode ser definida como um processo em que ocorre a troca gasosa entre o meio eo organismo. Essa troca é importante porque garante o fornecimento de oxigênio para as células realizarem seus processos metabólicos e a retirada de gás carbônico do organismo. Existem diferentes tipos de respiração dos animais, sendo a respiração pulmonar a mais conhecida. Além desse tipo, podemos citar a respiração branquial, cutânea e traqueal. A respiração pulmonar é aquela que ocorre em animais que possuem pulmões, dois órgãos esponjosos situados no interior da caixa torácica. Nesse tipo de respiração, o ar entra nas cavidades nasais e segue em direção aos pulmões até atingir pequenas estruturas saculiformes denominadas de alvéolos. Cada alvéolo apresenta uma grande quantidade de capilares ao seu redor, o que possibilita a troca entre gases. Ao atingir os alvéolos, o oxigênio do ar passa para o interior dos capilares, e o gás carbônico presente nos capilares passa para o interior dos alvéolos. O gás carbônico é então lançado para fora do corpo pelas cavidades nasais ou boca, e o oxigênio é levado para os tecidos do corpo. A respiração pulmonar ocorre em mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Nesse último grupo, a respiração pulmonar ocorre juntamente à respiração cutânea.A respiração branquial é aquela que ocorre em animais que possuem brânquias, estruturas finas em forma de lâminas e bastante vascularizadas. As brânquias permitem que a troca gasosa ocorra entre o sangue do animal e o ambiente aquático, sendo, portanto, uma estrutura presente apenas em animais que vivem na água. 8 - Descrever as diferenças principais dos corações dos vertebrados O coração é o órgão do sistema cardiovascular responsável por bombear o sangue para as diversas partes do corpo. Todos os vertebrados possuem coração, entretanto, esse órgão apresenta diferenças anatômicas de um grupo para outro. A seguir listaremos as principais características encontradas no coração dos peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos, os principais grupos de vertebrados. → Peixes Os peixes apresentam um coração muito primitivo, com apenas um átrio e um ventrículo. Nesses animais, a circulação é simples, pois o sangue passa apenas uma vez pelo coração para completar um circuito completo. Nos peixes, o sangue segue um sentido único: coração, brânquias, corpo, coração. O sangue entra pelo átrio, segue em direção ao ventrículo, é bombeado em direção às branquias, onde é oxigenado, e é transportado posteriormente para o corpo do animal, retornando depois ao coração. → Anfíbios Nos anfíbios, observa-se o surgimento de mais uma cavidade. O coração apresenta três câmaras, dois átrios e um ventrículo. Em virtude dessa divisão interna, pode ocorrer a comunicação entre o sangue rico em gás carbônico e o rico em oxigênio na região do ventrículo. A tendência, no entanto, é que os diferentes tipos de sangue não se misturem. Diferentemente dos peixes, nos anfíbios, a circulação é dupla, pois passa duas vezes pelo coração para completar o circuito. O sangue segue no sentido: coração, órgão respiratório, coração, corpo. → Répteis Nos répteis, o coração apresenta diferenças dentro do próprio grupo. Em répteis não crocodilianos, há dois átrios e um ventrículo parcialmente septado, proporcionando a comunicação entre as cavidades. Já nos répteis crocodilianos, há dois átrios e dois ventrículos, os quais estão completamente separados. Nos répteis, ocorre o encontro de sangue rico em oxigênio com o sangue rico em gás carbônico. Esse encontro acontece no ventrículo de animais não crocodilianos e no tronco arterial em crocodilianos. Em répteis, a circulação é dupla, como nos anfíbios. O circuito realizado pelo sangue é coração, corpo, coração, pulmão. → Aves e mamíferos Em aves e mamíferos, o coração apresenta quatro cavidades completamente separadas, sendo dois átrios e dois ventrículos. O coração das aves e dos mamíferos, portanto, não possui características que proporcionam o encontro entre os diferentes tipos de sangue. Enquanto no átrio e ventrículo esquerdos, há apenas sangue rico em oxigênio, do lado direito, o sangue é rico em gás carbônico. A circulação de aves e mamíferos é dupla, assim como em anfíbios e répteis. O circuito realizado pelo sangue é o seguinte: coração, corpo, coração, pulmão. 9- Descrever sucintamente o processo digestivo Nos vertebrados o tubo digestivo é completo e possui uma constituição básica semelhante. O sistema digestivo está relacionado com o regime alimentar. Existem diferenças entre o sistema digestivo de algumas espécies animais, uma vez que estão adaptados a cada regime alimentar, por exemplo: -O intestino dos herbívoros é relativamente mais longo do que o dos carnívoros. -Os animais ruminantes tem um estômago composto constituído pela pança, barrete, folhoso e pela coelheira, o que lhes permite a digestão de grandes quantidades de alimentos vegetais. -As aves granívoras além de apresentar um estômago composto (constituído pelo proventrículo e pela moela) possuem o papo, o que lhes permite digerir os grãos que fazem parte da sua alimentação. Quando se observam as vacas a pastar num campo, verificamos que: -Estes animais cortam os vegetais com os dentes e engolem-nos sem os mastigar .Estes animais quando estão em repouso, fazem os alimentos voltar à boca, para serem ensaliva-dos e mastigados. Os alimentos vegetais, como a erva, são pobres em nutrientes essenciais. Por isso, os herbívoros, como as vacas, têm de comer os vegetais em grandes quantidades, para satisfazer as suas necessidades. Animais ruminantes: Possuem um estômago composto, isto é, encontra-se dividido em quatro partes. 10- Descrever sucintamente as modificações evolutivas do sistema urogenital Os rins dos vertebrados são órgãos parenquimatosos derivados do mesoderma e constituídos de numerosos túbulos renais (nefro= rim) que se abrem no celoma ou em cápsulas renais, derivadas do celoma. Grandes quantidades de água e de outros constituintes do sangue são filtrados num tufo de capilares denominados glomérulos (= pequenas bolas). O glomérulo encontra-se envolvido por uma cápsula em forma de cálice de parede dupla (cápsula de Bowman). A camada externa da cápsula de Bowman é denominada folheto parietal, e a parede interna folheto visceral. O espaço entre os dois folhetos é denominado espaço capsular. O glomérulo e a cápsula de Bowman formam o corpúsculo renal (corpúsculo de Malpighi). Cada corpúsculo renal apresenta um pólo vascular, pelo qual penetra a artéria aferente e sai a artéria eferente, e um pólo urinário, onde se origina o túbulo contorcido proximal. Os capilares glomerulares são fenestrados e permitem a passagem do chamado filtrado glomerular ou capsular, o qual tem composição química semelhante à do plasma sangüíneo. Esta é a condição do denominado glomérulo interno. Se a rede capilar filtrar para o celoma geral, ele é chamado glomérulo externo e o filtrado alcança indiretamente os túbulos contorcidos proximais O túbulo contorcido proximal continua com a alça de Henle, a qual é continua com o túbulo contorcido distal que, por sua vez desemboca no túbulo coletor. Uma segunda rede capilar se forma em torno dos túbulos coletores e da alça de Henle. Nesta rede capilar os constituintes do filtrado são reabsorvidos seletivamente voltando ao fluxo sanguíneo. Desta forma a unidade de filtração é o néfron. O néfron é uma longa estrutura tubular microscópica que possui, em uma das extremidades, o corpúsculo renal, que se conecta com o túbulo contorcido proximal, que continua pela alça de Henle e pelo túbulo contorcido distal; este desemboca em um tubo coletor. Exis¬tem milhares ou até mesmo milhões de néfrons nos rins dos vertebrados. A urina, o produto de excreção dos rins, sai de todos os túbulos para o interior de um longo par de ductos néfricos (ureteres) que se abrem na cloaca ou num derivado desse órgão 11- Descrever sucintamente as modificações evolutivas do sistema urogenital masculino Os testículos desenvolvem-se mais cedo do que os ovários. O epitélio germinativo do órgão embrionário forma unicamente o revestimento peritoneal do testículo adulto.Os cordões sexuais primários não degeneram como nas fêmeas, e os cordões sexuais secundários não são formados. Os cordões primários tornam-se ocos e formam os túbulos seminíferos nos amniotas. Nos outros vertebrados formam ampolas seminíferas saculiformes ou cistos. Os testículos geralmente são mais lisos, mais firmes e menores do que os ovários da mesma espécie. Em geral são pares, mas podem estar fusionados parcialmente nos elasmobrânquios ou completamente fusionados nos Agnatha. Os testículos são alongados na maioria dos peixes, nos urodelos, porém são compactos e em alguns peixes cartilaginosos e anuros são ovóides. Os testículos dos mamíferos estão envolvidos por um resistente revestimento de tecido conjuntivo chamado túnica albugínea. Lobulações internas são mais pronuncia das do que na maioria dos outros vertebrados. As células localizadas no interstício dos túbulos seminíferos (células de Leydig) produzem hormônios masculinos. Os vertebrados basais também possuem hormônios masculinos e também tecido intersticial. Todos os Amphibia possuem ductos arquinefriticos (deferentes), mas em algumas espécies eles transportam somente esperma e em outras eles também transportam urina. As vesículas seminais (bolsas que armazenam espermatozóides) estão presentes. Os ductos deferentes dos amniotas transportam somente esperma. Cada ducto forma um epidídimo. Os mamíferos possuem evaginações glandulares no ducto deferente, que aumentam os fluidos seminais mas não armazenam esperma. São comumente chamadas de vesículas seminais ou glândulas vesiculares. Nos mamíferos também estão presentes evaginações da uretra que formam a glândula prostática que também contribui na formação do fluído seminal. 12- Descrever sucintamente as modificações evolutivas do sistema nervoso Quando as pregas neurais se fecham sobre a neurocele nos estágios finais da neurulação, o futuro encéfalo apresenta um diâmetro maior do que o da medula espinhal. Após sua formação, o tubo neural forma o encéfalo em desenvolvimento, e expande-se para formar três vesículas primordiais, separadas por flexuras. Estas vesículas primárias são o encéfalo anterior ou prosencéfalo, o encéfalo médio ou mesencéfalo e o encéfalo posterior ou rombencéfalo. No estágio seguinte do desenvolvimento, constrições adicionais dividem ainda mais o encéfalo em cinco vesículas secundárias. A parte rostral do prosencéfalo origina o telencéfalo, principalmente por meio da expansão de suas paredes laterais. Estas expansões dão origem aos hemisférios cerebrais. A parte caudal do prosencéfalo originará o diencéfalo. O mesencéfalo permanece indiviso. O rombencéfalo forma um metencéfalo rostral, que originará o cerebelo, e um mielencéfalo caudal. As vesículas encefálicas embrionárias estão relacionadas com a estrutura básica do encéfalo do amniota adulto. No interior das vesículas formam-se expansões chamadas ventrículos. Os ventrículos laterais ocupam os hemisférios cerebrais. Se, como nos peixes, os hemisférios forem parcialmente unidos, então eles compartilham um ventrículo comum. O terceiro ventrículo situa-se no diencéfalo. O canal neural expande-se no interior do mesencéfalo da maioria dos vertebrados, mas é relativamente restrito e tubular nos mamíferos. Ele é denominado aqueduto cerebral. O quarto ventrículo está localizado tanto no metencéfalo como no mielencéfalo. O eixo central do encéfalo é o tronco encefálico é a primeira região a formar-se durante a ontogenia, a menos variável e a mais semelhante com a medula espinhal quanto à estrutura. Recebe todos os nervos cranianos com exceção dos nervos terminal e olfatório. 13- Descrever sucintamente as modificações evolutivas do sistema visual. Em geral os olhos dos peixes ósseos não apresentam pálpebras e tem a esclera reforçada por cartilagem e diversas placas ósseas. A acomodação ocorre pelo deslocamento do cristalino para frente ou para trás por um pequeno músculo intrínseco de origem ectodérmica. A fóvea está presente (formação da imagem), possuem tapete lúcido (tapetum lucidum) e a córnea é achatada (os peixes cartilaginosos não apresentam acomodação). Os Anfíbia têm olhos semelhantes aos dos peixes quando larvas aquáticas. Durante a metamorfose, eles desenvolvem pálpebras e glândulas, possuem uma córnea curva e a acomodação ocorre pelo deslocamento do cristalino para frente ou para trás como nos peixes ósseos. Os olhos dos anuros são mais desenvolvidos do que aqueles dos urodelo sendo que alguns apresentam visão a cores. As cecílias e algumas salamandras são cegas. As aves possuem a mais fina acuidade visual de todos os vertebrados. Possuem visão binocular (sobreposição dos campos visuais dos dois olhos) que resulta na percepção de profundidade. O volume dos dois olhos é maior que o do encéfalo. A esclera é reforçada por um cálice cartilaginoso posteriormente e por um anel de cerca de 15 pequenos ossos sobrepostos na parede anterior da esclera. Os músculos da íris são lisos e estriados. A lente é pequena, pouco achatada e possui uma almofada anular periférica que estabelece um firme contato com o aparelho ciliar, conservando a vesícula embrionária da lente. A acomodação é ativa e instantânea; a contração muscular faz com que a lente seja abaulada na parte anterior. Os cones e bastonetes geralmente são numerosos e a visão a cores é excelente. Uma fóvea central está presente e existe mais de uma em muitas aves. Apresentam pectem (estrutura vascular que nutre o olho e reabsorve catabólitos). Glândulas lacrimais e membrana nictitante estão presentes. O tapete lúcido está presente em algumas aves. Os olhos dos répteis, em geral, são muito similares aos olhos das aves, porém muito pouco desenvolvidos (exceto nos crocodilianos). Os olhos de serpentes são de certa forma, atípicos porque derivam de ancestrais fossoriais para os quais a visão não era importante. Anfisbênios, alguns lagartos e algumas serpentes são cegos. Os MAMÍFEROS evoluíram primeiro como pequenas criaturas noturnas e, neste estágio, perderam a perfeição da estrutura do olho de seus ancestrais reptilianos. Parte da perda foi recuperada mais tarde, porém não tudo. Não existe cartilagem nem osso na esclera. Os músculos do aparato ciliar e da íris são lisos e, por isso, são lentos. A forma do cristalino é ajustada para focalizar a imagem, porém o mecanismo é inferior àquele usado pelos répteis e aves, sendo o processo de acomodação é relati¬vamente lento. Não existe pecten ou algum outro órgão nutritivo correspondente. Um tapete lúcido está confinado a diversas ordens; a membrana nictitante é atrofiada. A visão a cores tem sido, pelo menos em parte, recuperada nos primatas e outras ordens. A fóvea está presente em alguns mamíferos, a visão binocular é comum, consensual (quando um olho acompanha os movimentos do outro) e a coordenação é bem desenvolvida. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS Zoologia de vertebrados – fascículos UFMG – UAB Sites: Mundo da educação, Sobilogia