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ANALISE DO CONTO TEMPO DE CAMISOLINHA DA OBRA CONTOS NOVOS DE MARIO DE ANDRADE

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I N S T I T U T O F E D E R A L D O P A R A N Á 
C Â M P U S P A R A N A V A Í 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANALISE DO CONTO TEMPO DE CAMISOLINHA DA OBRA CONTOS 
NOVOS DE MARIO DE ANDRADE 
Pesquisa de Língua Portuguesa e Literatura 
IV apresentado ao IFPR – Instituto Federal 
do Paraná - como requisito parcial para 
obtenção de conceito trimestral. 
 
Profª. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARANAVAÍ 
2018 
 
 
 
I N S T I T U T O F E D E R A L D O P A R A N Á 
C Â M P U S P A R A N A V A Í 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
O presente trabalho tem como objetivo analisar os elementos da narrativa do 
conto Tempo de Camisolinha, que faz parte da obra Contos Novos de Mario de 
Andrade, importante representante do Modernismo no Brasil. Para analisar 
esta obra, ira ser usado como base o livro “Como analisar narrativas” de 
Cândida Vilares Gancho. 
 
2. ELEMENTOS DA NARRATIVA 
2.1. NARRADOR 
No conto tempo de camisolinha, Mario de Andrade, assume a posição de 
primeira pessoa, com o narrador sendo participante e protagonista da história. 
E isso pode ser provado no trecho a seguir pelo uso de primeira pessoa “eu”: 
“[...] Ora eu tinha três anos, fui tomado de pavor. Veio um medo lancinante de 
já ter ficado homem naquele tamanhinho, um medo medonho, e recomecei a 
chorar. [...]”. 
2.2. ASSUNTO 
O assunto do conto são as lembranças que o narrador tem de uma época 
especifica da sua infância onde ele teve que cortar seus cabelos, sua mãe 
adoeceu, onde ele e sua família passaram uma temporada na praia, o ganho 
das três estrelas-do-mar, o momento em que ele teve que abrir mão de uma 
delas, entre outras lembranças. 
2.3. TEMA 
O tema é o processo de maturidade do homem, seus rompimentos, as perdas 
sucessivas e os sofrimentos contínuos que enfrenta-se durante esse processo. 
 
 
 
2.4. PERSONAGENS 
 
 
I N S T I T U T O F E D E R A L D O P A R A N Á 
C Â M P U S P A R A N A V A Í 
 
 
Os personagens são divididos em principais, secundários e figurantes. O 
personagem principal e protagonista do conto é o garoto chamado Carlos, que 
também é o narrador. 
Os personagens secundários, que acompanham Carlos ao longo do conto são 
sua mãe Maria Luiza, seu pai, seu irmão Totó e o marinheiro português que 
aparece no fim do conto. 
Temos também os figurantes, que neste conto são os marinheiros que o 
menino sempre ia visitar no canal. 
Carlos  é o narrador e protagonista da história, um menino de 8 anos que 
mora com os pais e com os irmãos, um bom garoto e pode ser classificado 
como uma personagem plana 
Maria Luiza  é a mãe do menino Carlos e submissa a seu marido, 
caracterizada como dona de casa, que mesmo em debilitado estado de saúde, 
continua se preocupando com os afazeres da casa. 
Pai do Carlos  é o pai do garoto, antes um operário e atual comerciante, é 
rígido e um exemplo clássico de “pater familia”, que é responsável por 
sustentar e mandar na casa tem pensamentos hierárquicos, pois vemos como 
o filho o chama de chefe e como ele diz ao filho que os operários do canal não 
são boa companhia pra ele mostrando que o que importa para esse 
personagem é o status e os bens financeiros. 
Totó  irmão de Carlos, que é visto como ainda “puro” e infantil, pois segundo 
Carlos ele não perde esses traços, que o caracterizam como uma pessoa 
bondosa e sem segundas intenções. 
Marinheiro Português  aparece já no fim do conto e é caracterizado como um 
homem grande, de bigode e forte, apesar de aparecer somente no final do 
conto é essencial para seu desfecho, além de que sua situação de “má sorte”, 
causa comoção no menino Carlos fazendo com que ele amadureça. 
 
 
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C Â M P U S P A R A N A V A Í 
 
 
Operários do Canal  são personagens figurantes, que aparecem no conto, 
mas não tem uma participação efetiva, ficam no canal trabalhando e hora ou 
outra são visitados pelo menino Carlos. 
2.5. ENREDO 
Carlos fica inconformado, triste e aflito por ter que cortar seu cabelo por ordens 
de seu pai, perdendo assim seus traços de criança, ao contrario de seu irmão 
Totó. Ao longo da trama sua mãe adoece, mas depois de alguns meses se 
recupera e então eles viajam a uma praia, onde Carlos ganha três estrelas-do-
mar, que supostamente dariam sorte ao menino, o menino deixa as estrelas-
do-mar ao sol para secar e a historia se desenrola, até que um dia ao passear 
perto do canal encontra um marinheiro português que reclama da falta de sorte, 
o menino então vive um conflito interno entre dar ou não uma de suas estrelas-
do-mar para o marinheiro e decide por dar a maior, por mais que saiba que 
esse ato foi o certo a se fazer, o menino se entristece, mas aceita, sua decisão 
e sofre pela perda da maior de suas estrelas. 
2.6. ORDEM 
A ordem do texto pode ser classificada como in media res, pois se inicia pelo 
meio da história apresentado um fato, no caso do conto o corte de cabelo do 
menino, voltando ao inicio e dando continuidade ao conto, passando 
rapidamente pelo fato apresentado no inicio e chegando ao seu fim. 
2.7. CONFLITO 
No conto podemos identificar dois conflitos, um no começo do texto, um conflito 
externo caracterizado pelo problema do menino Carlos ter cabelos grandes, 
colocando o conflito do “menino X sociedade”, pois segundo esta ele deve ter 
os cabelos curtos como os de um homem, podemos ver isso no trecho “Você 
ficou um homem, assim!” e no trecho onde o pai fala que o menino deve cortar 
o cabelo “[...] “É preciso cortar os cabelos desse menino” [...]”, mostrando que 
tanto a sociedade como o pai estavam insatisfeitos com o cabelo longo do 
menino e que para ele ser visto como menino deveria cortar seus cabelos. 
 
 
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O segundo conflito que vemos é um conflito interno, caracterizado pela “briga” 
entre o menino e sua consciência, já no final do conto, entre entregar ou não a 
estrela do mar ao marinheiro português que tinha dito a ele que estava com 
falta de sorte, entre ser egoísta ou altruísta em relação ao pobre marinheiro. 
Podemos ver esse conflito interno no trecho “[...] eu bem não queria pensar, 
mas pensava sem querer, deslumbrado, mas a boa mesmo era a grandona 
perfeita, que havia de dar mais boa sorte pra aquele malvado de operário que 
viera, cachorro! dizer que estava com má sorte. [...]”, nesse trecho vemos o 
conflito do menino em dar ou não a estrela-do-mar para o marinheiro, e depois 
ainda vemos ele pensando em qual delas dará a ele, chegando a conclusão de 
que apesar de difícil ele daria a maior, pois os problemas do marinheiro eram 
maiores e precisavam de mais sorte que os dele. 
2.8. CLIMAX 
O clímax, ou seja, o ápice do conto, o momento de maior tensão é quando o 
menino esta para entregar a estrela-do-mar ao marinheiro, pois ele fica tenso, 
triste e angustiado com essa tomada de decisão, e por meio da linguagem 
transmite todo essa angustia de dar sua estrela-do-mar ao marinheiro, como 
vemos no trecho: “[..] as mãos adorantes desmentiam meus desígnios, meus 
pés é que resolveram correr daquele jeito, rapidíssimos, pra acabar de uma vez 
com o martírio. Fui correndo, fui morrendo, fui chorando, carregando com fúria 
e carícia a minha maiorzona estrelinha-do-mar. [...]” 
2.9. DESFECHO 
O desfecho do conto foi muito triste, pois o menino deu a sua maior estrela-do-
mar para o homem triste e sem sorte. Podemos perceber no momento em que 
o menino diz "[...] Eu corri. Eu corri pra chorar à larga, chorar na cama, 
abafando os soluços no travesseiro sozinho [...]." e "[...] sofria arrependido, 
vendo inutilizar-se no infinito dos sofrimentos humanosa minha estrela-do-mar 
[...].". Mas o final do conto mostra certo amadurecimento do menino, no qual 
ele abre mão de sua estrela-do-mar para ajudar alguém que mais necessitava 
dela. 
 
 
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2.10. ESPAÇO 
Os acontecimentos do conto se passam em vários lugares (espaços), que na 
verdade são lembranças do menino em seu tempo de infância construídas por 
ele por meio da narração, sendo um espaço psicológico que remete a espaços 
físicos. Podemos identificar os espaços aos quais a narrativa se refere por 
trechos e contexto do conto, por exemplo: 
“Mesmo assim, a casa que papai alugara não ficava na praia exatamente, mas 
numa das ruas que a ela davam e onde uns operários trabalhavam diariamente 
no alimento de um dos canais que carreavam o enxurro da cidade para o mar 
do golfo” - Neste momento a narrativa se passa na casa que os pais do menino 
alugaram perto da praia. 
 "Tudo o mais são memórias confusas ritmadas por gritos horríveis, cabeça 
sacudida com violência, mãos enérgicas me agarrando, palavras aflitas me 
mandando com raiva entre piedades infecundas, dificuldades irritadas do 
cabeleireiro que se esforçava em ter paciência e me dava terror” - Pelo 
contexto do conto, podemos identificar que este momento se passa em um 
salão de cabelereiro, quando após a ordem do pai o menino foi obrigado a 
cortar seus cabelos. 
"Resolvera aceitar o conselho do médico, se dera férias também, e levara 
mamãe aos receitados banhos de mar" - Neste momento o conto se passa em 
um momento de viajem para uma praia. 
 "[...] E eu saí muito firme, quase sem remorso, delirando num orgulho tão 
corajoso no peito, que me arrisquei a chegar sozinho até a esquina da praia 
larga. [...]" - O momento se passa na beira da praia, onde o menino vai após ter 
mostrado o “pipi” para a imagem de Nossa Senhora do Carmo como ato de 
rebeldia. 
2.11. TEMPO 
O tempo apresentado no conto apresenta características de tempo psicológico, 
pois o narrador vai apresentando os fatos que compõem a historia de acordo 
 
 
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C Â M P U S P A R A N A V A Í 
 
 
com suas lembranças, e no começo do conto é como se o narrador fizesse um 
flashback, pois primeiro apresenta o fato de ter o cabelo cortado, segundo sua 
memória para depois retomar a história, como vemos no trecho em que o 
narrador diz “[...] Tudo o mais são memórias confusas ritmadas por gritos 
horríveis [...].” Caracterizando assim um tempo psicológico.

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