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TIPOS DE DIABETES E MÉTODOS DE QUANTIFICAÇÃO DA GLICEMIA PARA MONITORAMENTO DE DIABETES Docente: Claudinei Discentes: Ana Clara Barbosa de Melo Samara Gomes Bastos Anápolis 2020 TIPOS DE DIABETES Diabetes tipo 1 – É também conhecido como diabetes insulinodependente, diabetes infanto-juvenil e diabetes imunomediado. Neste tipo de diabetes a produção de insulina do pâncreas é insuficiente pois suas células sofrem o que chamamos de destruição autoimune. Os portadores de diabetes tipo 1 necessitam injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores normais. Há risco de vida se as doses de insulina não são dadas diariamente. O diabetes tipo 1 embora ocorra em qualquer idade é mais comum em crianças, adolescentes ou adultos jovens. Em algumas pessoas, o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta. Logo, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Como resultado, a glicose fica no sangue, em vez de ser usada como energia. Esse é o processo que caracteriza o Tipo 1 de diabetes, que concentra entre 5 e 10% do total de pessoas com a doença. Diabetes tipo 2 – É também chamado de diabetes não insulinodependente ou diabetes do adulto e corresponde a 90% dos casos de diabetes. Ocorre geralmente em pessoas obesas com mais de 40 anos de idade embora na atualidade se vê com maior frequência em jovens, em virtude de maus hábitos alimentares, sedentarismo e stress da vida urbana. Neste tipo de diabetes encontra-se a presença de insulina, porém sua ação é dificultada pela obesidade, o que é conhecido como resistência insulínica, uma das causas de hiperglicemia. Por ser pouco sintomática o diabetes na maioria das vezes permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem tratamento o que favorece a ocorrência de suas complicações no coração e no cérebro. O Tipo 2 aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz; ou não produz insulina suficiente para controla a taxa de glicemia. Diabetes Gestacional – Durante a gravidez, para permitir o desenvolvimento do bebê, a mulher passa por mudanças em seu equilíbrio hormonal. A placenta, por exemplo, é uma fonte importante de hormônios que reduzem a ação da insulina, responsável pela captação e utilização da glicose pelo corpo. O pâncreas, consequentemente, aumenta a produção de insulina para compensar este quadro. Em algumas mulheres, entretanto, este processo não ocorre e elas desenvolvem um quadro de diabetes gestacional, caracterizado pelo aumento do nível de glicose no sangue. Quando o bebê é exposto a grandes quantidades de glicose ainda no ambiente intrauterino, há maior risco de crescimento excessivo (macrossomia fetal) e, consequentemente, partos traumáticos, hipoglicemia neonatal e até de obesidade e diabetes na vida adulta. Diabetes Latente Autoimune do Adulto, ou LADA, é uma forma autoimune do diabetes, mas que acontece em adultos. Geralmente, suspeita- se deste tipo em adultos com diabetes tipo 2 que apresentam um comprometimento muito rápido da função do pâncreas e que precisam usar insulina de forma precoce; Maturity Onset Diabetes of the Young, ou MODY, é um tipo de diabetes que acontece em jovens, mas é mais brando que a diabetes tipo 1 e mais parecido com o diabetes tipo 2. Assim, não é necessário o uso de insulina logo do início. Este tipo de diabetes está sendo cada vez mais comum, devido ao aumento do número de crianças com obesidade; Defeitos genéticos que pode causar alterações na produção ou ação da insulina; Doenças do pâncreas, como tumor, infecção ou fibrose; Doenças endócrinas, como síndrome de Cushing, feocromocitoma e acromegalia, por exemplo; Diabetes desencadeada pelo uso de medicamentos, como corticoides. O uso clínico de monitoramento de glicose no sangue foi determinante para melhorar o controle e a qualidade de vida do indivíduo com diabetes nos últimos anos. Para obtenção de resultados ainda melhores se faz necessário compreender e educar o paciente quanto às causas de muitos dos erros comuns no uso dos monitores. Atualmente, a maioria dos sistemas portáteis de monitorização da glicose (ou glicosímetros) são aparelhos capazes de determinar a concentração da glicose em sangue total. A amostra de sangue é obtida através da punção dos dedos das mãos e é denominada de sangue capilar. Os glicosímetros são compostos por uma fita reagente que entra em contato com um reflectômetro. Na maioria dos sistemas, a glicose do sangue capilar é oxidada para ácido glucônico e peróxido de hidrogênio após o contato do sangue nas fitas reagentes que contém glicose oxidase ou peroxidase. Esta reação leva a uma alteração na cor da fita que pode ser interpretada pelo método fotométrico ou pelo método amperométrico. Nos sistemas fotométricos, o resultado da glicemia é obtido pela intensidade de mudança da cor. Estes glicosímetros, na maioria das vezes, são capazes de interpretar um único comprimento de onda, embora alguns glicosímetros que utilizam o método fotometria de absorbância possam interpretar mais de um comprimento de onda. Existem também sistemas fotométricos de monitorização de glicose baseados na avaliação da reação da glicose com a hexoquinase. Quando o sangue é aplicado à tira reagente, a glicose é fosforilada em glicose-6-fosfato. Este é depois oxidado com redução concomitante do NAD. O NADH formado é diretamente proporcional à quantidade de glicose presente na amostra. Em seguida, o NADH, na presença de outra enzima, reduz o corante e um produto colorido é gerado. A tira com o sangue capilar é inserida no fotômetro, que mede a reflectância da reação, sendo então utilizado um algoritmo para calcular e quantificar a glicose daquela amostra. Nos sistemas amperométricos, se utiliza a medida eletrônica da luz que é refletida da fita reagente. A quantificação é feita pela medida da corrente que é produzida quando a glicose oxidase catalisa a oxidação da glicose a ácido glucônico ou quando a glicose desidrogenase catalisa a oxidação de glicose para gluconolactona. Os elétrons gerados durante esta reação são transferidos a partir do sangue para os eletrodos. A magnitude da corrente resultante é proporcional à concentração de glicose na amostra e é convertida para uma leitura no monitor. A imprecisão de sistemas de monitoramento de glicose é multifatorial e pode, basicamente, ser resultante de quatro fontes: fatores de tiras, fatores físicos, fatores do paciente e fatores farmacológicos. Tiras: Tiras com defeito de fabricação e perda da cobertura enzimática, com pontos desencapados, levam a uma subestimação dos valores de glicose. Tiras que necessitam de uma amostra maior de sangue tem menor acurácia devido à possibilidade de não se alcançar o volume adequado para cobertura completa da superfície reagente. Físicos: Armazenar as tiras a uma temperatura e umidade elevada ou com o tubo aberto (permitindo que a umidade penetre) pode encurtar a sua vida útil. Diferentes marcas de tiras de glicose podem falhar de modo diferente. Quando ocorre uma falha, algumas marcas podem subestimar o valor de glicose, enquanto que outras podem superestimá-lo. Em ambos os casos, o erro pode ser grande, e, geralmente, os medidores são incapazes de detectar um problema com a tira mal armazenada. Para a segurança do paciente, o fabricante da tira deve identificar e alertar publicamente o que vai acontecer com uso de tiras vencidas ou tiras que foram expostas à temperatura ou umidade inadequadas. Altitudes extremas, com alteração da concentração de oxigênio, podem levar à superestimação da glicemia quando se utilizam monitores baseados na reação da glicose oxidase. Nestes casos, o uso de reagente pelo método glicose desidrogenase é maisadequado. Paciente: Erro ou esquecimento ao fazer a codificação para calibrar a fita não é infrequente. Glicosímetros que não necessitam de codificação reduzem este risco de erro. Não lavagem das mãos pode levar a erro de medições quando restos de alimentos ou corantes se misturam à amostra coletada. Variações do hematócrito podem alterar os resultados; entretanto, diversos glicosímetros informam ajustes para o hematócrito, reduzindo estes erros. Mesmo assim, não se recomenda o uso dos glicosímetros em indivíduos com hematócrito muito baixo. Na presença de hipertrigliceridemia ou hiperuricemia severas pode haver interferência na reação da glicose oxidase e, portanto, deve-se indicar uso de monitores baseados no método da glicose desidrogenase. Farmacológicos: Uso de acetaminofen, L-Dopa, tolazamida e ácido ascórbico (vitamina C) pode alterar, geralmente de forma muito discreta, as leituras de glicosímetros amperométricos ou fotométricos que utilizam a reação da glicose oxidase. Outros açúcares também podem interferir: a maltose e a xilose podem ter um efeito pequeno nos monitores que utilizam a reação da glicose desidrogenase. Por outro lado, o icodextrin, que é utilizado em alguns fluidos de diálise peritoneal, pode aumentar o valor de glicose medida pela reação da glicose desidrogenase em mais do que 100 mg / dl. Existem diferentes metodologias empregadas pelos monitores portáteis de verificação da glicemia capilar. Nenhuma delas é, de forma geral, melhor ou pior que a outra. A inacurácia do método é de caráter multifatorial e não somente método dependente. REFERÊNCIA: 1- Ginsberg BH. Factors affecting blood glucose monitoring: sources of errors in measurement. J Diabetes SciTechnol 2009; 3(4):903-913 2- U.S. Department of Health and Human Services. Food and Drug Administration. Review criteria assessment of portable blood glucose monitoring in vitro diagnostic devices using glucose oxidase, dehydrogenase or hexokinase methodology [cited 2009 Jun 14].
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