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DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Título Caso Concreto 5 Descrição CASO 1 - João e José são indiciados em IP pela prática do crime de peculato. Concluído o IP e remetidos ao MP, este vem oferecer denúncia em face de João, silenciando quanto à José, que é recebida pelo juiz na forma em que foi proposta. Pergunta-se: Trata-se a hipótese de arquivamento implícito? Aplica-se a Súmula 524 do STF? Sim, no caso resta nítido a ocorrência do arquivamento implícito subjetivo e se caracteriza no momento em que o titular da ação penal pública se omite em face de um dos indiciados e passa a oferecer a denúncia somente com relação a um destes, sem qualquer justificativa no procedimento. É imprescindível que esteja firmado de maneira clara as razões do arquivamento, nos termos do artigo 25 do CPP, com consonância ao princípio de obrigatoriedade de ação penal. A aplicação do arquivamento implícito no processo penal ainda não é pacífico na jurisprudência, e ainda não há norma legal que regulamente. Caso entenda-se pelo arquivamento implícito, aplica-se a Súmula 524, assim o MP só poderá oferecer denúncia em face do agente que ficou de fora, se efetivamente surgir prova substancialmente nova. Caso entenda-se, como o STF, que o ordenamento jurídico não obriga o instituto do arquivamento implícito, inaplicável a Súmula 524, pode o MP aditar a denúncia ou mesmo oferecer nova ação penal em face de José, ainda que não surja prova nova. O STF em decisão ao RHC 95141/RJ pelo Rel. Min. Ricardo Lewandowski, em 06.10.2009, entendeu que o sistema de processo penal brasileiro não acatou o instituto do arquivamento implícito do inquérito policial. 2- Na cidade “A”, o Delegado de Polícia instaurou inquérito policial para averiguar a possível ocorrência do delito de estelionato praticado por Márcio, tudo conforme minuciosamente narrado na requisição do Ministério Público Estadual. Ao final da apuração, o Delegado de Polícia enviou o inquérito devidamente relatado ao Promotor de Justiça. No entendimento do parquet, a conduta praticada por Márcio, embora típica, estaria prescrita. Nessa situação, o Promotor deverá a) arquivar os autos. b) oferecer denúncia. c) determinar a baixa dos autos. d) requerer o arquivamento. 3- A autoridade policial, ao chegar no local de trabalho como de costume, lê o noticiário dos principais jornais em circulação naquela circunscrição. Dessa forma, tomou conhecimento, através de uma das reportagens, que o indivíduo conhecido como “José da Carroça”, mais tarde identificado como José de Oliveira, teria praticado um delito de latrocínio. Diante da notícia da ocorrência de tão grave crime, instaurou o regular inquérito policial, passando a investigar o fato. Após reunir inúmeras provas, concluiu que não houve crime. Nesse caso, deverá a autoridade policial: A) determinar o arquivamento dos autos por falta de justa causa para a propositura da ação. B) encaminhar os autos ao Ministério Público para que este determine o seu arquivamento. C) relatar o inquérito policial, sugerindo ao Ministério Público seu arquivamento, o que será apreciado pelo juiz. D) relatar o fato a Chefe de Polícia, solicitando autorização para arquivar os autos por ausência de justa causa para a ação penal. E) relatar o inquérito policial, requerendo o seu arquivamento e encaminhando- o ao juízo competente. “Entende-se por arquivamento implícito o fenômeno de ordem processual decorrente de o titular da ação penal deixar de incluir na denúncia algum fato investigado ou alguns dos indiciados, sem expressa manifestação ou justificação deste procedimento. Este arquivamento se consuma quando o Juiz não se pronuncia na forma do art. 28 com relação ao que foi omitido na peça acusatória” (JARDIM, 2007. p. 170). Inquérito Policial e Arquivamento Implícito O sistema processual penal brasileiro não prevê a figura do arquivamento implícito de inquérito policial. Ao reafirmar esse entendimento, a 1ª Turma denegou habeas corpus em que se sustentava a sua ocorrência em razão de o Ministério Público estadual haver denunciado o paciente e co-réu, os quais não incluídos em denúncia oferecida anteriormente contra terceiros. Alegava a impetração que o paciente, por ter sido identificado antes do oferecimento da primeira peça acusatória, deveria dela constar. Inicialmente, consignou-se que o Ministério Público esclarecera que não incluíra o paciente na primeira denúncia porquanto, ao contrário do que afirmado pela defesa, não dispunha de sua identificação, o que impediria a propositura da ação penal naquele momento. HC 104356/RJ, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 19.10.2010. (HC-104356)
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