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Avaliação Psicológica Etapas da Avaliação Psicológica 1. Levantamento -> objetivos da avaliação, particularidades do indivíduo ou grupo a ser avaliado. Esse levantamento permite a escolha dos instrumentos e estratégias mais adequadas para a realização da avaliação psicológica. 2. Coleta de Informações -> Uso de técnicas como entrevistas, dinâmicas, observações, testes, etc. Tem que estar relacionada com os objetivos da avaliação. 3. Integração das Informações + Hipóteses iniciais -> utilizar outros instrumentos/estratégias para refinar ou elaborar novas hipóteses. 4. Indicação das respostas -> comunicação cuidadosa dos resultados. Atenção aos procedimentos éticos; considerar as eventuais limitações da avaliação; procedimentos tem que ser apresentados de acordo com o contexto e propósito da avaliação. Etapas da Avaliação Psicológica de acordo com Pasquali, 2001: 1 – Identificação do problema ou situação a ser avaliada: · Entrevistas; · Observações; · Testes Psicométricos; · Outras abordagens. 2 – Integração dos Dados: · Reunião das informações obtidas a partir da aplicação das técnicas; · Classificação dos sujeitos em relação aos escores e às normas dos testes; 3 – Inferência de hipóteses: · Incluir interpretação dos dados obtidos, · Diagnóstico · Conclusões obtidas a partir da avaliação. 4 – Intervenção: · Formulação de programas de intervenção e/ou orientação. Medida Psicológica (psicometria) O teste é entendido como uma medida que é objetiva, padronizada de uma amostra do comportamento dos sujeitos. O teste psicológico tem como objetivo mensurar as diferenças e semelhanças entre os indivíduos e mensurar as reações do mesmo indivíduo em momentos diferentes. FIDEDIGNIDADE: Diz respeito à consistência dos resultados obtidos pelo mesmo indivíduo quando ele é reavaliado com o mesmo teste ou com uma forma equivalente. Permite indicar a precisão da medida, a confiabilidade dela e a estabilidade ou consistência. VALIDADE: Diz respeito à capacidade do instrumento satisfazer a sua função, ou seja, ser realmente capaz de medir o que ele se propõe a medir. Os instrumentos sem evidência de validade não têm segurança nem legitimidade frente as interpretações. PADRONIZAÇÃO: Diz respeito ao sistema de interpretação – que são os escores e os indicadores de um teste – e a uniformidade, que são os procedimentos de aplicação. Diz respeito aos resultados com relação ao grupo de referência que é a base para entender as respostas desses sujeitos, permitindo que elas sejam comparadas e contextualizadas. Deve trazer estudos normativos que procuram estabelecer expectativas com relação aos escores dos testes para possibilitar as comparações dos sujeitos avaliados. PSICOMÉTRICO IMPRESSIONISTA Foco nomotético: interpretações focadas na aplicação de regras gerais aos casos individuais derivados dos estudos de validade. Foco ideográfico: interpretações focadas na combinação impressionista de dados individuais. Semelhança entre variáveis Semelhança entre pessoas Analítico: olha uma variável de cada vez. Holístico: tenta olhar várias variáveis ao mesmo tempo. Ênfase na padronização dos estímulos e respostas fechadas, elaboradas previamente para maximizar a objetividade. Ênfase na liberdade das respostas construídas pelo sujeito para maximizar a abrangência e riqueza individual de expressão. Inventários e testes de inteligência na área educacional Testes projetivos na área clínica Ênfase no instrumento Ênfase no instrumento Principais cuidados que o psicólogo deve ter para utilizar um teste psicológico: · Verificar se não existem dificuldades específicas da pessoa para realizar o teste, sejam elas físicas ou psicológicas; · Utilizar o teste dentro dos padrões por seu manual, o que inclui procedimentos de aplicação, utilização de material padronizado e procedimentos de interpretação; · Cuidar da adequação do ambiente, do espaço físico, do vestuário dos aplicadores e de outros estímulos que possam interferir na aplicação. Das condições técnicas do aplicador ou examinador: · Conhecimento atualizado da literatura e de pesquisas disponíveis sobre o comportamento humano e sobre o instrumental psicológico; · Treinamento específico para o uso dos instrumentos; · Domínio sobre os critérios estabelecidos para avaliar e interpretar resultados obtidos; · Capacidade para considerar os resultados obtidos à luz das informações mais amplas sobre o indivíduo, contextualizando-os; · Seguir as orientações existentes sobre organizações dos laudos finais e, acima de tudo, garantir princípios éticos quanto ao sigilo e a proteção dos indivíduos avaliados. Fundamentos do Psicodiagóstico Psicodiagnóstico é uma avaliação psicológica, feita com propósitos clínicos e, portanto, não abrange todos os modelos de avaliação psicológica de diferenças individuais. · É um processo que visa a identificar forças e fraquezas no funcionamento psicológico, com um foco na existência ou não de psicopatologia. Paternidade do Psicodiagnóstico: 1. Galton – introduziu o estudo das diferenças individuais; 2. Cattell – primeiras provas de testes mentais; 3. Binet – propôs a utilização do exame psicológico com coadjuvante da avaliação pedagógica. Psicodiagnóstico é um processo científico, limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes psicológicos, em nível individual ou não, seja para entender problemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectos específicos, seja para classificar o caso e prever seu curso possível, comunicando os resultados, na base dos quais são propostas soluções, se for o caso. Objetivos de uma avaliação psicológica clínica: Dependendo da simplicidade ou da complexidade das questões propostas, variam os objetivos · Classificação Simples - O exame compara a amostra do comportamento do examinando com os resultados de outros sujeitos da população geral ou de grupos específicos, com condições demográficas equivalentes; esses resultados são fornecidos em dados quantitativos, classificando sumariamente, como em uma avaliação de nível intelectual (psicólogo deve ir além do simples teste de inteligência e identificar através de outras questões quais são as forças e as fraquezas do indivíduo). · Descrição – Ultrapassa a classificação simples, interpretando diferenças de escores, identificando forças e fraquezas e descrevendo o desempenho do paciente, como em uma avaliação de déficits neuropsicológicos. · Classificação Nosológica – Hipóteses iniciais são testadas, tomando como referência critérios diagnósticos. · Diagnóstico Diferencial – São investigadas irregularidades ou inconsistências do quadro somático, para diferenciar alternativas diagnósticas, níveis de funcionamento ou a natureza da patologia. · Avaliação Compreensiva – É determinado o nível de funcionamento da personalidade, são examinadas as funções do ego, em especial a de insight, condições do sistema de defesas, para facilitar a indicação de recursos terapêuticos e prever a possível resposta aos mesmos. · Entendimento Dinâmico – Ultrapassa o objetivo anterior, por pressupor um nível mais elevado de inferências clínica, havendo uma integração de dados com base teórica. Permite chegar a explicações de aspectos comportamentais nem sempre acessíveis na entrevista, à antecipação de fontes de dificuldades na terapia e à definição de focos terapêuticos. Etc; · Prevenção – Procura identificar problemas precocemente, avaliar riscos, fazer uma estimativa de forças e fraquezas do ego, de sua capacidade para enfrentar situações novas, difíceis, estressantes. · Prognóstico – Determina o curso provável do caso. · Perícia Forense – Fornece subsídios para questões relacionadas com “insanidade”, competência para o exercício das funções de cidadão, avaliação de incapacidades ou patologias que podem se associar com infrações da lei, etc. Passos do Diagnóstico – modelo psicológico de natureza clínica a) Levantamento de perguntas relacionadas com os motivos da consulta e definição das hipóteses iniciais e dos objetivos do exame; b) Planejamento, seleçãoe utilização de instrumentos de exame psicológico; c) Levantamento quantitativo e qualitativo dos dados; d) Integração de dados e informações e formulação de inferências pela integração dos dados, tendo como pontos de referência as hipóteses iniciais e os objetivos do exame; e) Comunicação de resultados, orientação sobre o caso e encerramento do processo. Psicodiagnóstico Infantil Quatro momentos do processo psicodiagnóstico, segundo OCampo: 1 - Primeiro contato e entrevista inicial com o paciente e com os pais (quando for o caso) · Tem como objetivos: conhecer o paciente e sua demanda, além de permitir a formulação de hipóteses para planejar a bateria de testes a aplicar. · As hipóteses devem ser traduzidas em forma de perguntas norteadoras do processo subsequente. 2 – Aplicação de testes e técnicas projetivas (selecionados de acordo com o caso específico) · A bateria de testes deve ser aplicada em uma sequência específica, considerando o aspecto avaliado por cada um, seu nível de estruturação e caráter ansiogênico. ATENÇÃO: Ocampo afirma que os testes projetivos são fundamentais na avaliação porque apresentam padronização, o que confere uma segurança importante ao diagnóstico. 3 – Encerramento do processo · Entrevista devolutiva, cujo objetivo é comunicar ao paciente (ou aos pais) o que se passa com ele e orientá-lo com relação à conduta a ser seguida. OBS: Segundo Ocampo a transmissão da informação é o objetivo básico dessa entrevista. No entanto, às vezes, adquire um significado mais profundo, quando surgem lembranças reprimidas ou atitudes inesperadas que podem alterar o plano de intervenção. 4 – Informe escrito ou laudo · No caso de encaminhamento para outro profissional ou devolução para a fonte solicitante do psicodiagnóstico. Etapas do psicodiagnóstico infantil: Entrevista + Anamnese Tópicos: · Desenvolvimento da criança; · Posição na família; · Dinâmica familiar; · Vínculo (que une o casal; entre os pais como casal e com o filho; de cada um deles com o filho; do filho com cada um deles; do casal com o psicólogo) · Fantasia (qual o lugar que a criança ocupa nas fantasias do casal); · Sintoma (qual a queixa, o sintoma mobilizado – como os pais lidam com o sintoma e se esse sintoma tampona alguma verdade não dita nessa família); OBS: na entrevista com os pais se faz imprescindível a presença de ambos, pois se compreende a criança como emergente de um grupo familiar e é possível entende-la melhor quando se vê o casal parental. É importante para o processo de compreensão da personalidade da criança identificar quais aspectos do pai e da mãe foram introjetados, pois seguramente apresentam relação com a sintomatologia atual e problemática subjacente. Testes Quando a criança tem idade para desenvolvê-los. Projetivos (estímulo é apresentado e a pessoa faz a projeção de seus conteúdos inconscientes) · C.A.T; · Rorschach; Gráficos (Dependem da execução da tarefa – desenhos, etc) · HTP; · BENDER; · DESENHO – família, livre. Hora do Jogo Diagnóstica / Entrevista Lúdica Desenvolve-se atividades lúdicas pois entende-se que o brincar é a expressão natural da realidade da criança. O psicólogo deve definir o enquadre – orientar os pais sobre o que falar com a criança, reforçar o enquadre com a criança – e cooperar com a criança (como buscar um brinquedo ou participar da brincadeira após solicitação da criança). É um recurso técnico no processo psicodiagnóstico com o objetivo de conhecer a realidade da criança a ser consultada. As possibilidades de comunicação são mediadas utilizando-se a atividade lúdica, permitindo observar a maneira como a criança se expressa através dos brinquedos. Disposição dos brinquedos: · Caixa – continente depositário da produção da criança · Seleção de brinquedos – brinquedos estruturados e não estruturados; · Cuidado para a criança não destruir o material – pode gerar culpa e sentir que o entrevistador pode ser destruído por seus impulsos agressivos. Instruções: · Espaço, tempo, definição de papéis, finalidade e limitações – deixar claro os motivos da consulta, embora os pais já tenham sido orientados para que o façam. Papel do psicólogo: · Observar, compreender e cooperar com a criança. Sinalizar aspectos dissociados manifestos da conduta, sem interpretar (latente). Estabelecer limites caso não siga o enquadre. ATENÇÃO: O papel do psicólogo é cooperar com a criança. Transferência e Contratransferência O brinquedo permite que a transferência se amplie e se diversifique para estes objetos intermediários – neles o paciente deposita parte de seus sentimentos representantes de diferentes vínculos com objetos de seu mundo interno. Quando há contratransferência o psicólogo deve discriminar suas motivações e impulsos, para que não interfira na análise compreensiva da conduta lúdica da criança.
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