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Testamento, Procuração e Reconhecimento de Firma

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6ºAula
Testamento e procuração
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de: 
• identificar e conceituar os institutos do testamento público, procuração e documento com reconhecimento de firma.
• entender como materializá-los e compreender o papel do tabelião de notas ao ratificar referidos atos.
Caros(as) alunos(as),
Estamos em nossa sexta aula e a partir de agora nos 
dedicaremos a um assunto de grande interesse para todos 
nós: trataremos sobre noções essenciais acerca do testamento 
público, procuração. O indivíduo pode escolher qualquer 
Cartório de Notas para a prática de referidos atos, sem esquecer 
que o Notário só pode praticar atos na cidade em que está o 
seu cartório.
Assim, desejo que tenhamos uma grande ascensão teórica 
em relação aos temas abordados.
Bom trabalho!!
Bons estudos!
Sistema Notarial 44
Seções de estudo
1 - Do testamento
2 - Procuração
Esta aula foi preparada para que você não encontre grandes 
dificuldades. Contudo, podem surgir dúvidas no decorrer dos estudos! 
Quando isso acontecer, acesse a plataforma e utilize as ferramentas 
“Quadro de avisos” ou “Fórum” para interagir com seus colegas 
de curso ou com seu tutor. Sua participação é muito importante 
e estamos preparados para ensinar e aprender com seus avanços. 
Lembre-se, ainda, de ler e refletir sobre os objetivos de aprendizagem 
e as Seções de Estudo da Aula 6. Afinal, você é o protagonista de sua 
aprendizagem!
Contamos com a sua participação!
1 - Do testamento
Conforme prescreve o Código Civil, a sucessão pode ser legítima, 
conforme a ordem da vocação hereditária. Por outro lado, é 
permitida a sucessão por intermédio 
de testamento, podendo toda pessoa 
capaz fazê-lo, por instrumento 
público, privado ou cerrado. 
Observa-se que a Lei Civil 
regulamenta sobre o acervo 
hereditário deixado pelo de cujus 
haja vista que após a 
sua morte, há 
t r a n s m i s s ã o 
automática dos seus 
bens. 
Pode, por disposição de 
última vontade, o indivíduo 
regulamentar sobre a sua sucessão, 
evitando a generalidade da lei, 
fazendo-o por testamento. 
Fonte: Disponível em http://genjuridico.com.br/2015/01/01/da-sucessao-do-
companheiro-o-polemico-art-1-790-do-cc-e-suas-controversias-principais/. 
Acessado em 28/03/2018.
Rodrigues (2013, p.182/183) trata dos conceitos 
basilares e generalidades sobre a sucessão:
• Princípio da saisine: segundo prescreve o Código 
Civil, no momento da morte de um indivíduo, sua 
herança é transmitida automaticamente aos seus 
herdeiros legítimos, e se houver, aos herdeiros 
testamentários, conforme previsão expressa do 
Art. 1.829. A sucessão legítima 
defere-se na ordem seguinte:  
(Vide Recurso Extraordinário 
nº 646.721)                          (Vide 
recurso Extraordinário nº 
878.694)
I - aos descendentes, em 
concorrência com o cônjuge 
sobrevivente, salvo se casado 
este com o falecido no regime 
da comunhão universal, ou 
no da separação obrigatória 
de bens (art. 1.640, parágrafo 
único); ou se, no regime da 
comunhão parcial, o autor da 
herança não houver deixado 
bens particulares;
II - aos ascendentes, em 
concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
Termo em latim 
que se refere 
ao indivíduo 
falecido.
Art. 1.789. Havendo herdeiros 
necessários, o testador só poderá 
dispor da metade da herança.
artigo 1.784 do diploma civil;
• A herança é uma universalidade de bens: todos os 
bens, envolvendo direitos e deveres compõem o 
patrimônio deixado pelo morto, e a lei civil prescreve 
que tal patrimônio é uma universalidade imóvel, 
enquanto não ocorrer a 
partilha dos bens, por 
intermédio do inventário, 
ou não for executado o 
testamento. Até a partilha, portanto, os herdeiros 
consideram-se condôminos em relação ao acervo 
hereditário. 
• Herdeiros necessários são aqueles que a lei 
determina o direito de receber ao menos a metade 
da herança, conforme previsão expressa do artigo 
1829 do Código Civil. Portanto, se houverem 
herdeiros necessários, o testador só pode dispor 
por testamento da metade da herança (artigo 
1789 do Código Civil).
Como foi observado, é através do testamento que o 
indivíduo regulamenta sobre a transmissão patrimonial 
para depois de sua morte. 
Assim, testamento é um ato solene no qual o sujeito 
declara a sua vontade sobre a destinação de seus bens, como 
de manifestação de última vontade, para ser executado depois 
de sua morte. 
Fonte: Disponível em http://www.abogadosdeherencias.pe/las-clases-de-
testamento-en-el-peru/. Acessado em 28/03/2018.
As principais características do testamento, segundo o Código Civil, 
são os seguintes: 
a)	 É ato personalíssimo, privativo exclusivamente ao autor da 
herança (não pode ser feito por mandato, procuração);
b)	 Trata de negócio jurídico unilateral, já que dispõe sobre a 
vontade de uma pessoa;
c)	 É ato solene, haja vista que a Lei prescreve as formalidades 
essenciais para validar o ato e levar a efeito o seu teor;
d)	 É gratuito, podendo conter condições;
e)	 Revogável, na forma do artigo 1.969 do Código Civil;
f)	 É ato de disposição de última vontade (causa mortis).
O testamento pode ser: 
Ordinário
• Público;
• Cerrado;
• Particular.
 Especiais
• Marítimo;
• Aeronáutico;
• Militar. 
Fonte: Disponível em: <http://direitodadepressao.blogspot.com.br/2012/10/
testamentos-e-codicilos.html>. Acessado em: 08/04/2018.
Art. 80. Consideram-se imóveis 
para os efeitos legais:
(...)
II - o direito à sucessão aberta.
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Código Civil - Código Civil: Art. 1.969. O testamento pode ser 
revogado pelo mesmo modo e forma como pode ser feito.
Cerrado - Trata-se de forma testamentária que deve ser validada e 
aprovada pelo tabelião ou seu substituto legal, podendo ser aberto 
somente na presença do juiz, conforme previsão expressa do artigo 
735 do Código de Processo Civil. 
Marítimo - Código Civil: Art. 1.888. Quem estiver em viagem, a bordo 
de navio nacional, de guerra ou mercante, pode testar perante o 
comandante, em presença de duas testemunhas, por forma que 
corresponda ao testamento público ou ao cerrado.
Aeronáutico - Código Civil: Art. 1.889. Quem estiver em viagem, 
a bordo de aeronave militar ou comercial, pode testar perante 
pessoa designada pelo comandante, observado o disposto no artigo 
antecedente.
Militar - Código Civil: Art. 1.893. O testamento dos militares e demais 
pessoas a serviço das Forças Armadas em campanha, dentro do 
País ou fora dele, assim como em praça sitiada, ou que esteja de 
comunicações interrompidas, poderá fazer-se, não havendo tabelião 
ou seu substituto legal, ante duas, ou três testemunhas, se o testador 
não puder, ou não souber assinar, caso em que assinará por ele uma 
delas.
Como o nosso estudo trata sobre o sistema notarial, 
vamos nos ater ao estudo do testamento público. 
1.1 - Do testamento público
O testamento público vem disciplinado no artigo 1864 do 
Código Civil, e sua efetivação deve prescrever determinadas 
formalidades legais:
I - ser escrito por tabelião ou por seu 
substituto legal em seu livro de notas, de 
acordo com as declarações do testador, 
podendo este servir-se de minuta, notas ou 
apontamentos;
II - lavrado o instrumento, ser lido em 
voz alta pelo tabelião ao testador e a duas 
testemunhas, a um só tempo; ou pelo 
testador, se o quiser, na presença destas 
e do oficial;
III - ser o instrumento, em seguida à leitura, 
assinado pelo testador, pelas testemunhas 
e pelo tabelião. (grifos nossos).
Mas... Quem pode testar?
Conforme previsão expressa do artigo 1.869 do Código 
Civil podem testar todas as pessoas capazes e maiores de 16 
anos, que tenha pleno discernimento. 
Cuidado! Testador maior de 16 anos (menor de 18 
anos) não exige representação e autorização de seus pais ou 
responsáveis para praticar o ato, basta que o faça em seu pleno 
discernimento. 
Perante quem, em se tratando de testamento público?
• Tabelião;
• Duas testemunhas.
Precisa ser confirmado pelo 
Estado/Juiz? 
Não é necessário! Possui de 
O analfabeto não pode sertestemunha, haja vista que 
não sabe ler e não pode ter 
certeza do que está escrito no 
instrumento. Os prepostos do 
tabelião também não podem 
testemunhar.
plano, força executiva, bastando para o seu cumprimento que 
seja registrado em juízo após a morte do testador. 
Importante: a velhice ou a enfermidade não maculam a 
capacidade da pessoa em testar.
Cuidado! 
• O analfabeto só pode testar de forma pública, já que 
é a única forma de testamento que admite assinatura 
a rogo, conforme prevê o artigo 1.865 do Código 
Civil;
• O surdo também pode testar;
• Ao cego somente é permitido desde que seja o 
testamento lido a ele em voz alta duas vezes, uma 
pelo tabelião, ou por uma das testemunhas.
Observação: o testador pode ser estrangeiro e 
se expressar em outro idioma, desde que o tabelião 
compreenda e redija o ato em língua nacional.
Quem pode receber por testamento? 
Qualquer pessoa, inclusive as pessoas jurídicas, 
ressalvadas as seguintes pessoas, na 
forma do artigo 1.801 do Código 
Civil: 
•	 a pessoa que, a rogo, 
escreveu o testamento, 
nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus 
ascendentes e irmãos;
•	 as testemunhas do testamento;
• o concubino do testador casado, salvo se este, sem 
culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há 
mais de cinco anos;
• o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou 
escrivão, perante quem se fizer, assim como o que 
fizer ou aprovar o testamento.
Também são excluídos da sucessão os herdeiros e 
legatários que: 
• que houverem sido autores, coautores ou partícipes 
de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra 
a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, 
companheiro, ascendente ou descendente;
• que houverem acusado caluniosamente em juízo o 
autor da herança ou incorrerem em crime contra a 
sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
• que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem 
ou obstarem o autor da herança de dispor livremente 
de seus bens por ato de última vontade.
Cuidado! As disposições testamentárias a favor 
dessas pessoas são NULAS.
Importante: É lícita a 
disposição em favor do filho 
da concubina e do testador, 
conforme previsão expressa do 
artigo 1.803 do Código Civil.
Vejamos 10 motivos para 
fazer um testamento:
O analfabeto não pode ser 
testemunha, haja vista que 
não sabe ler e não pode ter 
certeza do que está escrito no 
instrumento. Os prepostos do 
tabelião também não podem 
testemunhar.
Art. 1.802. São nulas as 
disposições testamentárias 
em favor de pessoas não 
legitimadas a suceder, ainda 
quando simuladas sob a forma 
de contrato oneroso, ou feitas 
mediante interposta pessoa.
Parágrafo único. Presumem-
se pessoas interpostas os 
ascendentes, os descendentes, 
os irmãos e o cônjuge 
ou companheiro do não 
legitimado a suceder.
Sistema Notarial 46
negócios jurídicos. 
O objeto do mandato deve ser lícito, possível e 
determinado (ou determinável), não comportando obrigações 
de não fazer.
O mandato confere poderes de administração. Para 
alienar, hipotecar, transigir, por exemplo, é necessário que a 
procuração preveja poderes especiais e expressos, conforme 
prevê o artigo 661 do Código Civil: 
Art. 661. O mandato em termos gerais só 
confere poderes de administração.
§ 1o Para alienar, hipotecar, transigir, ou 
praticar outros quaisquer atos que exorbitem 
da administração ordinária, depende a 
procuração de poderes especiais e expressos.
Que é possível outorgar mandato para atos personalíssimos, 
como, por exemplo, o casamento, divórcio e separação, confissão, 
reconhecimento de filiação. NÃO É POSSÍVEL MANDATO PARA O 
TESTAMENTO. (RODRIGUES, 2013, p.183)
Espécies de mandato: 
• Procuratio omnium bonorum: mandato para fins 
gerais de administração;
• Procuratio unius rei: mandato especial para um 
determinado negócio;
• Procuratio in rem suam: procuração em causa 
própria, para fins de transmissão imobiliária;
• Mandato oculto: como a comissão ou a sociedade 
em conta de participação;
• Procuração ao portador: procurador é aquele que 
se apresenta com o instrumento;
• Mandato judicial.
Vejamos uma imagem de procuração:
Fonte: Disponível em https://certidoesrj.loja2.com.br/5746177-2-Via-de-Procura-
cao-Publica-RJ. Acessado em 1º de abril de 2018.
Fonte: Disponível em : http://cartorioqueirozsp.com.br/index.php/2016/09/07/10-
motivos-para-fazer-um-testamento-publico/. Acessado em 1º de abril de 2018.
 
2 - Procuração
Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem 
poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar 
interesses, na forma do artigo 653 do Código Civil. O 
instrumento do mandato é a procuração.
O mandato pode ser expresso ou verbal e pode revestir-se de forma 
pública ou particular
Trata-se de negócio: 
• Consensual, mas pode ser formal;
• Trata-se de contrato sinalagmático imperfeito;
• É intuitu personae, mas 
pode conter cláusula de 
substabelecimento;
• Visa a cooperação;
• Geralmente é gratuito, mas 
pode ser oneroso;
• É contrato preparatório.
Terminologia: 
Mandante: quem outorga os 
poderes de representação.
Mandatário ou procurador: quem recebe os poderes 
para praticar ou administrar.
O mandato, portanto, é espécie de representação, cujo 
objeto é a outorga de poderes para a prática de atos ou 
Art. 675. O mandante é 
obrigado a satisfazer todas 
as obrigações contraídas pelo 
mandatário, na conformidade 
do mandato conferido, e 
adiantar a importância 
das despesas necessárias 
à execução dele, quando o 
mandatário lho pedir.
Art. 676. É obrigado o 
mandante a pagar ao 
mandatário a remuneração 
ajustada e as despesas da 
execução do mandato, ainda 
que o negócio não surta o 
esperado efeito, salvo tendo o 
mandatário culpa.
O testamento evita brigas de família e 
disputas patrimoniais ente os herdeiros 
acerca dos bens deixados pelo falecido.
O testamento pode ser utilizado 
para proporcionar maior bem estar 
ao cônjuge sobrevivente.
O testamento poderá nomear um 
tutor de sua confiança para cuidar da 
guarda e administração do patrimônio 
dos filhos menores e incapazes após 
sua morte
O testamento pode ser feito por 
casais do mesmo sexo para garantir 
direitos ao cônjuge ou companheiro 
sobrevivente evitando desavenças com 
a família do falecido.
O testamento público é comunicado 
ao Registro Central de Testamentos 
Online (RCTO), o que garante que 
a vontade do testador será cumprida 
após a sua morte.
Se o testador for empresário, pode 
nomear alguém de sua confiança para 
administrar e gerir a empresa, a fim de 
preservar a continuação dos negócios 
da família.
O testamento pode ser utilizado para 
reconhecimento de um filho não 
reconhecido em vida.
Somente através do testamento é que 
a pessoa determina livremente para 
quem vai ficar a parte disponível de seu 
patrimônio após a sua morte.
O conteúdo do testamento somente 
será reconhecido após comprovaçãoda 
morte do testador.
É livre a escolha do tabelião de notas 
qualquer que seja o domicílio do 
testador ou local de situação dos bens 
deixados em testamento
47
Da capacidade ativa (mandante) e passiva 
(mandatário)
Pode outorgar mandato pessoa física com capacidade 
civil PLENA. Admite-se outorga pelo incapaz desde que 
representado pelo responsável legal. 
A pessoa jurídica também pode outorgar mandato 
por meio de seu representante legal. O representante 
somente pode outorgar poderes que tem como diretor e 
administrador. O mandato não opera destituição tácita ou 
renúncia dos representantes legais que continuam como 
responsáveis perante o Estado e terceiros (RODRIGUES, 
2013, p. 137).
Para outorgar o mandato por escritura pública, deve ser 
apresentado: 
• contrato social registrado;
• CNPJ;
• indicação do domicílio e a sede da empresa;
• ata de eleição da diretoria (S/A), se houver registrada 
na Junta Comercial ou ofício de pessoas jurídicas. 
Importante: a revogabilidade é condição da 
procuração empresarial, não podendo a pessoa jurídica 
outorgar mandato em caráter irrevogável. 
As pessoas maiores e capazes, inclusive pessoasjurídicas, têm 
capacidade para receberem procuração e serem mandatários. Na 
forma do artigo 666 do Código Civil, O maior de dezesseis e menor de 
dezoito anos não emancipado pode ser mandatário, mas o mandante 
não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, 
aplicáveis às obrigações contraídas por menores.
A aceitação do mandato pode ser expressa ou tácita. A aceitação tácita 
decorre normalmente da aceitação dos poderes, da apresentação 
da procuração perante terceiros. É possível que o mandatário faça 
reserva ou condição de qualquer cláusula do mandato, o que deve ser 
feito expressamente por ele. O silêncio importa em recusa. 
 
Disponível em: https://jus.com.br/artigos/21589/alguns-cuidados-na-
elaboracao-e-na-utilizacao-de-procuracoes. Acessado em 08/04/2018. 
A cessão dos poderes de representação para 
outra pessoa se dá por SUBSTABELECIMENTO. O 
substabelecimento pode ser feito com ou sem reservas 
de iguais ou parciais poderes. O substabelecimento sem 
reserva de poderes equivale à renúncia ao mandato pelo 
procurador. 
Dez motivos para fazer uma procuração:
Fonte: Disponível em: https://www.3cartoriosaocaetano.
com.br/servicos/procuracao/. Acessado em 1º de abril de 
2018. 
Muito comum, a procuração em causa própria configura 
contrato preliminar e irrevogável de transmissão de direitos 
sobre bens móveis e imóveis. 
Na prática, a procuração em causa própria versa 
sobre direito imobiliário, contendo a quitação do preço 
e a transmissão de posse e dos direitos. Esta procuração é 
irrevogável, e o substabelecimento vedado (RODRIGUES, 
2013, p. 141).
Observação 1: o mandato pode ser revogado pelo 
mandante, que deve comunicar ao mandatário para que 
produza os efeitos legais. Se o mandato for com cláusula 
ad judicia (para foro), o advogado renunciante tem o 
dever de manter a defesa por mais 10 dias e deve dar 
ciência ao juízo. 
Observação 2: o mandato pode ser extinto por 
acordo mútuo, revogação ou renúncia, por morte ou 
interdição de uma das partes, mudança de estado que 
inviabilize o cumprimento do mandato, término do 
prazo ou conclusão do negócio. A parte que renuncia 
ou revoga deve notificar a parte contrária, somente 
produzindo efeitos após a notificação. 
Observação 3: a procuração pública é feita pelo 
tabelião, no livro próprio. A sua via original fica arquivada 
no cartório, enquanto a outra via, que se chama traslado, 
é entregue para a parte. Na procuração particular, o 
tabelião apenas reconhece a firma do outorgante. 
Modelo de procuração 1:
O interessado pode nomear uma ou mais 
pessoas de sua confiança para defender 
seus interesses, cuidar de seus negócios ou 
administrar seu patrimônio.
A procuração pode ser utilizada para 
diversos atos em casos de ausências, 
viagens ou afastamentos por doenças.
A procuração pública é obrigatória 
para representação na venda de bens 
imóveis, casamento, divórcio e inventário 
extrajudiciais.
A procuração feita nos Cartórios de Notas é 
comunicada à CEP - Central de Escrituras e 
Procurações do Colégio Notorial do Brasil -, o que 
garante a sua fácil localização a qualquer tempo.
A procuração pode ser revogada, total ou 
parcialmente, a critério do interessado, 
observadas as ressalvas legais.
O conteúdo da procuração fica 
eternamente preservado permitindo a 
expedição de 2ª via em caso de perda ou 
extravio do documento original.
A procuração para fins exclusivamente 
previdenciários é gratuita no estado de 
São Paulo.
O procurador pode substabelecer, total 
ou parcialmente, os poderes contidos 
na procuração para outra pessoa se 
nescessário.
É livre a escolha do tabelião de notas para lavratura, 
substabelecimento ou revogação de procuração 
qualquer que seja o domicílio das partes ou o local 
de situação dos bens e atos envolvidos.
A procuração ad judicia tem preço 
diferenciado em relação aos demais tipos 
de procuração no estado de São Paulo.
Sistema Notarial 48
PROCURAÇÃO – PESSOA FÍSICA
Outorgante: (nome completo), (nacionalidade), (estado civil), 
(profissão), portador(a) do CPF nº ______________________________, RG 
nº ______________________________, expedido pelo (órgão), residente e 
domiciliado(a) a (rua, avenida, etc.) ______________________________________, 
bairro ______________________, município ______________, Estado ________, CEP 
_____________, telefone ________________, pelo presente instrumento nomeia 
e constitui como seu (sua) bastante Procurador(a) (Outorgado) (nome 
completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador(a) do CPF 
nº _____________________________, RG nº____________________, expedido pelo 
(órgão), residente e domiciliado(a) a (rua, avenida, etc.) _____________________
_________________________________________, bairro __________________, município 
__________________________, Estado _________, CEP ________________, telefone 
_______________, com poderes para representar o outorgante perante a 
Receita Federal do Brasil, para requerer/solicitar (especificar poderes), 
responsabilizando-se por todos os atos praticados no cumprimento 
deste instrumento, cessando os efeitos deste a partir de (dia/mês/ano).
___________________,______de_______________de________ 
(Local) (Data)
____________________________________________
(Assinatura do Outorgante)
Disponível em: idg.receita.fazenda.gov.br/formularios/.../modelo-de-procuracao-
pessoa-fisica.doc. Acessado em 1º de abril de 2018.
Modelo de procuração 2:
PROCURAÇÃO
OUTORGANTE: NOME DO CLIENTE, brasileiro, casado, motorista, 
inscrito no CPF/MF sob o nº..., RG nº... SSP/aa, residente e domiciliado 
na Rua aaaaaaaaaaa, nº 99999, bairro aaaaaaaaaaaaaaaa, cidade de 
aaaaaaaaaaaa/AA, CEP nº 99.999-999, filho de AAAAAAAAAAAAA e 
AAAAAAAAAAA, email aaaaaaaaaaaaaa@aaaa.
OUTORGADOS: Dr. AAAAAAAAAA, brasileiro, casado, advogado, 
inscrito na OAB-AA sob nº 99.999 e Dra. BBBBBBBBBBB, brasileira, 
casada, advogada, inscrita na OAB/AA sob o nº 999.999, ambos com 
endereço profissional na AAAAAAAAAA, nº 999999999, Centro, cidade 
de AAAAAAAAAA/AA.
PODERES: por este instrumento particular de procuração, constituo 
meus bastantes procuradores os outorgados, concedendo-lhes 
os poderes da cláusula  ad judicia et extra, para o foro em geral, 
e especialmente para: PROPOR AÇÃO TRABALHISTA em face de 
FIRMAAAAAAAAA LTDA., inscrita no CNPJ/MF sob nº 999999, podendo, 
portanto, promover quaisquer medidas judiciais ou administrativas, em 
qualquer instância, assinar termo, substabelecer com ou sem reserva 
de poderes, e praticar ainda, todos e quaisquer atos necessários e 
convenientes ao bom e fiel desempenho deste mandato.//
PODERES ESPECÍFICOS: A presente procuração outorga aos Advogados 
acima descritos, os poderes para, em nome do outorgante, receber 
citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, 
transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a 
ação, receber, dar quitação, firmar compromisso, pedir a justiça 
gratuita e assinar declaração de hipossuficiência econômica. (Em 
conformidade com a norma do art. 105 do NCPC15)//
Os poderes específicos acima outorgados poderão (ou não poderão) 
ser substabelecidos.
Três Pontas/MG, 03 de março de 2016.
______________________________
CLIENTE (outorgante)
DI/RG 000000000
Disponível em https://webertdm.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/310735253/
modelo-de-procuracao-com-base-no-novo-codigo-de-processo-civil-lei-13105-de-
16-de-marco-de-2015. Acessado em 1º de abril de 2018.
Retomando a aula
Chegamos, assim, ao final da sexta aula. Esperamos 
tenha compreendido sobre testamento e procuração. 
Para sedimentar nossa aprendizagem, vamos 
relembrar o que estudamos!
1 – Do testamento
Na primeira seção vimos que o testamento é ato em que 
a pessoa declara sua vontade para depois da morte. 
Vimos que o testamento público vem disciplinado no 
artigo 1864 do Código Civil, e sua efetivação deve prescrever 
determinadas formalidades legais.
2 - Procuração
Prosseguindo, na seção 2, tratamos da procuração como 
documento assinado por você,para permitir que uma pessoa 
de sua confiança seja sua representante, agindo em seu nome 
quando você não puder ou não quiser estar presente. 
Vale a pena
BRANDELLI, Leonardo. Teoria Geral do Direito 
Notarial. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998.
RODRIGUES, Felipe Leonardo, GAIGER 
FERREIRA, Paulo Roberto, Tabelionato de Notas, São Paulo, 
Saraiva, 2013.
Vale a pena ler
Minhas anotações

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