Buscar

PSICOLOGIA ESCOLAR NA PERSPECTIVA CRÍTICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PSICOLOGIA ESCOLAR 
 
PSICOLOGIA ESCOLAR NA 
PERSPECTIVA CRÍTICA 
A Psicologia e a Psicologia Escolar 
passaram a perguntar a serviço de quê e de 
quem estariam, em uma sociedade de 
classes, bem como a que prática psicológica 
se vinculariam. A partir dos anos 1980 tinha 
início, na trajetória da Psicologia e da 
Psicologia Escolar, um conjunto de 
questionamentos a respeito: 
I. do papel social da Psicologia enquanto 
Ciência e Profissão e da Psicologia 
Escolar, enquanto campo de atuação do 
psicólogo. 
II. dos pressupostos que norteavam a 
construção do conhecimento no campo da 
Psicologia e da Psicologia Escolar, bem 
como suas finalidades em relação à 
escola e àqueles que dela participam. 
 
 
Esta ruptura permite contribuir para o bem-
estar das crianças, assim como para a 
aprendizagem das mesmas e superação dos 
obstáculos que barram o desenvolvimento de 
seu potencial, e a promoção do 
autoconhecimento, de modo a possibilitar 
ações na comunidade em que vivem. 
QUAL É A PERGUNTA BÁSICA DA 
EDUCAÇÃO PARA A PSICOLOGIA? 
 
POR QUE A CRIANÇA NÃO 
APRENDE? 
A partir das discussões e críticas 
desenvolvidas no campo da Psicologia na sua 
relação com a educação escolar, a Psicologia 
Escolar e Educacional, inauguram uma nova 
década de pesquisas que se voltaram para o 
novo objeto de estudo da psicologia: O 
FRACASSO ESCOLAR. 
A análise do fracasso escolar tem como um 
de seus principais argumentos, o fato de que 
os problemas de aprendizagem incidem 
maciçamente sobre as crianças das classes 
populares e é sobre elas que durante 
décadas recaem as explicações a respeito 
dos chamados problemas de aprendizagem: 
ou porque apresentam problemas 
ÁREAS DE CONHECIMENTO QUE SUBSIDIAM 
PSIC. ESC. CRÍTICA
• Sociologia da Educação
• Pesquisas Etnográficas Educacionais
• Pedagogias Histórico-Críticas
• Referenciais Histórico-Críticos em Psicologia
CONSTITUIÇÃO DE NOVOS CONCEITOS
• Processos de Escolarização
• Vida Diária Escolar
• Queixa Escolar
• Fracasso Esolar
A Constituição de 1988 abre caminhos para a 
institucionalização dos espaços democráticos, na 
recuperação de direitos civis e sociais, centrada 
em dois princípios básicos: a descentralização do 
poder do Estado e a participação social ampla nas 
decisões políticas. A ela seguem-se o Estatuto 
da Criança e do Adolescente (1990), a 
Declaração de Educação para Todos (1990), a 
Declaração de Salamanca (1994) e a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(1996), apenas para citar algumas das mais 
importantes iniciativas institucionais de introduzir 
mudanças estruturais nas relações sociais e civis 
no campo dos avanços dos direitos sociais e 
humanos. Portanto, é no bojo da 
redemocratização do Estado, da descentralização 
do poder para os Municípios e Estados, que a 
educação passa a ter autonomia para planejar, 
implementar e gerir suas políticas educacionais. 
psicológicos, ou biológicos, ou orgânicos ou 
mais recentemente, socioculturais. 
 
• PROBLEMAS NO INDIVÍDUO/NO 
ALUNO 
o Desajustamentos de personalidade da 
criança e das relações familiares 
o Determinantes neuropsicológicos 
o Disfunção cerebral mínima 
 
• PROBLEMAS NO AMBIENTE FAMILIAR 
• PROBLEMAS DE NÍVEL SÓCIO 
ECONÔMICO 
Existe também um complexo universo de 
questões institucionais, políticas, 
individuais, estruturais e de 
funcionamento presentes na vida diária 
escolar que conduzem ao seu fracasso, 
mantendo os altos índices de exclusão, 
principalmente das crianças e adolescentes 
das camadas mais pobres de nossa 
sociedade. 
Dentre os complexos aspectos implicados na 
tentativa de se romper com esta produção do 
fracasso escolar, podem ser apontados, por 
exemplo, os relativos ao trabalho realizado 
com os professores, visando-se contribuir 
para a realização profissional dos mesmos, 
bem como para a melhoria de sua 
competência técnica, com ênfase na 
conscientização acerca da prática pedagógica 
e de aspectos ético-políticos presentes em tal 
atuação profissional. 
Portanto, a discussão crítica no campo da 
Psicologia Escolar insere um novo eixo de 
análise: O PROCESSO DE 
ESCOLARIZAÇÃO, constituído a partir das 
condições objetivas, concretas, que 
permitem, ou não, que a escola possa 
cumprir as suas finalidades sociais. 
A concepção teórica que nos permite analisar 
o processo de escolarização ― e não os 
problemas de aprendizagem ― desloca o 
eixo da análise do indivíduo para a escola 
e o conjunto de relações institucionais, 
históricas, psicológicas, pedagógicas e 
políticas que se fazem presentes e 
constituem o DIA A DIA ESCOLAR. Ou seja, 
os aspectos psicológicos são parte do 
complexo universo da escola, encontrando-se 
imbricados nas múltiplas relações que se 
estabelecem no processo pedagógico e 
institucional presentes na escola. 
CONCEPÇÕES DE CRIANÇA 
A partir das divisões de problemas voltados 
para o indivíduo apresentam-se tipos de 
crianças denominadas: 
• ANORMAL 
• PROBLEMA 
• CARENTE CULTURAL 
• COM DISTÚRBIO DE 
APRENDIZAGEM 
QUEIXA ESCOLAR 
A Psicologia e a Psicologia Escolar vem 
reiteradamente trabalhando para defender a 
participação de seus conhecimentos de forma 
a garantir pelo menos três grandes eixos de 
ação: compromisso com a luta por uma 
escola democrática e com qualidade social; 
ruptura epistemológica relativa à visão 
adaptacionista de Psicologia e a construção 
de uma práxis psicológica frente à queixa 
escolar. 
Queixa Escolar é constituída pelo 
conjunto de relações e práticas 
individuais, sociais, institucionais. 
Encaminhamentos que chegam à Psicologia 
e que são expressão das dificuldades vividas 
no interior do processo de escolarização. 
Foco de análise está no processo de 
escolarização e em como as apropriações do 
conhecimento, da aprendizagem e do 
desenvolvimento ocorrem nesta área. 
Esta concepção busca romper com modelos 
clássicos da Psicologia. 
É o momento de uma revisão estrutural do 
sistema educacional para compreendermos 
tantos casos de crianças que permanecem 
anos na escola e continuam analfabetas. 
 
Jamais devemos atribuir a elas as causas do 
não aprender, pois, neste caso, estaremos 
penalizando-as duplamente, por não termos 
cumprido nosso papel social ― deixando de 
oferecer uma escola de qualidade para toda uma 
geração ― e por acreditarmos que ao 
encontrar em seu corpo, ou em seu cérebro, 
os sinais do não cumprimento desse papel 
social, denominamos tal constatação de 
distúrbio e utilizamos terapias e tratamentos, 
inclusive medicamentosos, para aliviar o peso do 
não aprender. 
TRANSFORMAÇÃO DA PERGUNTA 
SOBRE AS DIFICULDADES 
ESCOLARES 
DE 
 
“POR QUE A CRIANÇA NÃO 
APRENDE?” 
PARA 
 
 “O QUE ACONTECE NO 
PROCESSO DE 
ESCOLARIZAÇÃO QUE FAZ 
COM QUE ESTA CRIANÇA NÃO 
SE BENEFICIE DA ESCOLA?” 
COMO É TRATADO PELA PSICOLOGIA? 
Desta forma, desenvolve-se de uma 
abordagem da PERSPECTIVA CLÁSSICA E 
TRADICIONAL (que vê o aluno como 
originador do problema – ALUNO 
PROBLEMA) para PERSPECTIVA CRÍTICA 
(que entende que o problema/ fenômeno 
pode ocorrer no processo de escolarização - 
REDE DE RELAÇÕES QUE PRODUZ A 
QUEIXA ESCOLAR). 
Enquanto o movimento de crítica se 
fortaleceu no campo da Psicologia e construiu 
novas formas de aproximação da Psicologia 
com a Educação Escolar em uma perspectiva 
crítica, a pouca presença de psicólogos no 
campo da educação escolar permaneceu. E o 
que é mais grave, o espaço deixado pela 
Psicologia no momento de sua autocrítica foi 
sendo paulatinamente ocupado por outras 
explicações, também de cunho 
adaptacionista, mas que respondiam 
diretamente às demandas de professores e 
dos gestores escolares, advindas, 
principalmente, da Psicopedagogia e da 
Psicomotricidade. 
PROCEDIMENTOS DIAGNÓSTICOS 
TRADICIONAIS DOS PROBLEMAS DE 
APRENDIZAGEM 
PERSPECTIVA CLÁSSICA E TRADICIONAL – 
ALUNO PROBLEMA 
 
Os termos utilizados para descrever a 
profissão centram-seem uma visão de 
diagnóstico, tratamento e cura, avaliação e de 
pesquisa, cujo aspecto individual e emocional 
é a tônica. 
TRATAMENTOS OFERECIDOS PARA 
AS CRIANÇAS COM PROBLEMAS DE 
APRENDIZAGEM 
PERSPECTIVA CLÁSSICA E TRADICIONAL – 
ALUNO PROBLEMA 
 
EXAMES NEURO/ 
IMAGENS/ 
QUESTIONÁRIOS
PSICO-
DIAGNÓSTICO
CLÍNICO
TESTES 
PSICOLÓ
GICOS
PSICO 
TERAPIA
ORIENTAÇÃO 
FAMILIAR
EDUCAÇÃO 
ESPECIAL
MEDICAMENTOS
ESTIMULAÇÃO 
PRECOCE EDUCAÇÃO 
COMPENSATÓRIA
FATORES QUE CONSTITUEM O 
PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO 
As discussões que os psicólogos vêm 
realizando no campo da educação, as 
questões postas para a atuação profissional 
em uma perspectiva que critica a visão 
medicalizante da psicologia não são 
contempladas nos descritores referentes à 
profissão de psicólogo, tampouco naqueles 
que atuam no campo da educação. Temos, 
portanto, um desafio pela frente: resgatar as 
finalidades da profissão no que tange às 
relações com o campo educativo. 
PERSPECTIVA CRÍTICA – REDE DE 
RELAÇÕES QUE PRODUZ A QUEIXA 
• Políticas Educacionais 
• Relações Escolares 
• Aspectos Pedagógicos 
• Relações Institucionais 
COMO INTERPRETAR O PROCESSO DE 
ESCOLARIZAÇÃO 
PERSPECTIVA CRÍTICA – REDE DE 
RELAÇÕES QUE PRODUZ A QUEIXA 
• Fenômenos escolares são produto do 
processo de escolarização 
• Processos de avaliação da 
escolarização devem expressar a 
complexidade da vida escolar 
• Entender aprendizagem e 
desenvolvimento fenômenos 
inseparáveis 
Esses dois campos de interface de 
conhecimentos da Psicologia com a 
Educação primam por realizar diagnósticos 
de caráter cognitivo, afetivo, pedagógico ou 
psicomotor, propondo uma série de 
atendimentos e de acompanhamentos 
individuais da criança ou do adolescente, 
reforçando a idéia de que o problema do não 
aprender está na criança e que o tratamento 
ou acompanhamento ou ainda a reeducação 
permitirão que esta criança volte a aprender. 
QUAL A FUNÇÃO DA ESCOLA? 
Os vigilantes disciplinares da escola 
tradicional foram trocados pelos vigilantes do 
desenvolvimento (psicólogos e pedagogos). 
O professor passou a ser visto como um 
organizador de condições para uma 
aprendizagem ativa. O aluno era 
compreendido como sujeito ativo que 
construía seu próprio conhecimento e poderia 
escolher o que e quando aprender. A ênfase 
recaiu sobre o processo de aprendizagem, 
não se valorizava tanto os conteúdos 
escolares, o importante era aprender a 
aprender. 
• Formação do cidadão crítico 
• Ampliação dos valores democráticos 
• Formação do pensamento científico 
A MEDICALIZAÇÃO E A 
JUDICIALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO 
E DA SOCIEDADE. 
O QUE É MEDICALIZAÇÃO? 
 
O processo de medicalização, e não o ato de 
medicar, sendo este entendido como 
processo de prescrever remédios e a 
utilização dos mesmos em tratamentos, o que 
pode ser necessário e eficaz desde que seja 
feito com cautela e não como fim em si 
mesmo. Entendemos medicalização como: 
 
Assim, este processo de medicalização 
encarrega-se de normatizar comportamentos 
por meio da incorporação de discursos 
médicos. A categorização de 
comportamentos e emoções como desordens 
psíquicas, possibilitados, principalmente, com 
o lançamento dos manuais psiquiátricos como 
o DSM, vem transformando em sintomas 
psicopatológicos comportamentos e/ou 
acontecimentos muitas vezes passageiros ou 
transitórios constituídos por uma 
multiplicidade de fatores. 
Processo de transformar questões não 
médicas, eminentemente de origem social e 
política, em questões médicas, isto é, tentar 
encontrar no campo médico as causas e 
soluções para problemas dessa natureza. A 
medicalização ocorre segundo uma concepção 
de ciência médica que discute o processo 
saúde-doença como centrado no indivíduo, 
privilegiando a abordagem biológica, 
organicista. Daí as questões medicalizadas 
serem apresentadas como problemas 
individuais, perdendo sua determinação 
coletiva. Omite-se que o processo saúde-
doença é determinado pela inserção social 
do sujeito, sendo, ao mesmo tempo, a 
expressão do singular e do coletivo. (Collares & 
Moysés, 1994, p. 25) 
MEDICALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO 
Parte de uma concepção da perspectiva 
tradicional, na qual, se tem destaque a 
questões que culpabilização e condenam os 
alunos. 
• Porque uma criança apresenta 
dificuldades de aprendizagem ou de 
comportamento na escola? 
• Seria uma questão orgânica? 
o Ele enxerga bem? 
o Ele ouve bem? 
o Se alimenta bem? 
A concepção hegemônica é a de que sim, 
seria unicamente uma questão de ordem 
biológica. 
 
Não se fala das precárias condições de 
trabalho do professor, mas sim de 
“Burnout”. 
Não se fala de indivíduos 
questionadores, mas de portadores de 
“Transtorno Opositivo Desafiador”. 
 
*ABORDAGEM SOCIAL versus 
BIOLOGIZANTE 
A definição das dificuldades escolares como 
“transtornos” acalma o mal-estar de famílias e 
profissionais de saúde e educação frente a 
uma série de dilemas sociais. 
 
Disponibilidade de medicamentos cria a 
necessidade nas pessoas de automedicação 
ou da procura por atendimento médico e/ou 
terapêutico para estarem produtivas. 
Diante deste fenômeno da medicalização: 
➢ Modos de ser e viver transformados 
em doenças, subjetividades explicadas 
pela via estrita dos aspectos orgânicos. 
➢ Concepções equivocadas sobre 
doença mental. 
➢ Epidemia de diagnósticos. 
O que também acaba por acarretar em: 
➢ Racionalidade individualista 
➢ Reducionismo biológico 
➢ Naturalização dos aspectos sociais 
Toda a sociedade sofre com a medicalização, 
no entanto, as populações mais susceptíveis 
são: 
☻ Crianças em idade escolar, 
☻ Adolescentes e adultos em privação de 
liberdade, 
☻ Usuários que necessitam de atenção 
em saúde mental, 
☻ Pessoas com mais de 60 anos. 
 
QUAL A PARTICIPAÇÃO DO SISTEMA 
EDUCACIONAL NOS PROCESSOS DE 
MEDICALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO? 
Vivemos hoje um processo conhecido como 
medicalização da existência ou medicalização 
da vida cotidiana. A medicina e suas práticas 
discursivas afins adquiriram o papel de 
significante-mestre a organizar nossas vidas 
que, em um momento histórico não muito 
longínquo foi ocupado pela religião e pela lei. 
Esse imaginário biomédico vem produzindo 
um processo de adoecimento ao medicalizar 
as experiências mais comuns e naturais da 
nossa existência. 
❖ Ideologia de explicação do fracasso 
escolar pela via da patologização dos 
indivíduos. 
❖ Localiza nele a dificuldade advinda de 
uma política educacional falha. 
ESFERAS MACRO E MICRO 
 
PROJETOS DE LEI – ESFERA MACRO 
 
PL 321/2004 
Dispõe sobre a 
criação do 
Programa Estadual 
para Identificação e 
Tratamento da 
Dislexia na Rede 
Oficial de 
Educação 
PL 512/ 2005 
Dispõe sobre a criação do programa 
integrado de saúde e higiene nas escolas da 
rede estadual de educação, ensino 
fundamental e médio e dá outras providências 
PL 172/2005 
Cria Programa de Acompanhamento para 
Alunos do Ensino Fundamental da Rede 
Pública Estadual, com Transtorno do Déficit 
de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e 
com Transtorno no Déficit de Atenção sem 
Hiperatividade (TDA), no âmbito do Estado de 
São Paulo. 
Assim como há uma educação que visa a 
regulação dos corpos e normatização dos 
comportamentos há, também, um discurso 
normativo atrelado à saúde. Deste modo, 
quando a criança não se adequa ao 
comportamento esperado na escola, este fato 
constantemente tem sido retirado do âmbito 
escolar e judicializado ou medicado. 
 
ESCOLA – MICRO 
 
 
• Boletins 
• Invasão do “discurso do especialista”. 
• Individualização da queixa e 
encaminhamentos. 
o O que escapa à norma disciplinar da 
escola é travestido de questão médica a 
ser investigada, como no relato que 
segue: 
 
DA EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE 
☻ Diagnósticos estigmatizantes 
☻ Ignoram a história do processo de 
escolarização do sujeito 
☻ Profissionais de saúde reforçam oudeixam de problematizar a situação da 
escola. 
☻ Necessário incremento na formação do 
profissional de saúde que ampliem o 
olhar. 
PROCESSO DE NORMATIZAÇÃO 
TEMOS UM MODELO IDEAL DE 
FAMÍLIA? 
Muitas vezes, problemas familiares aparecem 
como justificativas de supostos 
comportamentos sociais desviantes por parte 
de crianças e adolescentes. 
MODOS DE SER/ESTAR NO MUNDO 
 
DSM V (2013) 
O DSM – Diagnostic and Statistical Manual of 
Mental Disorders – é um dos principais 
conjuntos de classificações diagnósticas de 
uso corrente. 
☻ Modelo teórico (Psicanalítico) encontrado 
somente nos DSM I (1952) e II (1968). 
☻ DSM III (1978) seria livre de qualquer 
definição teórica. 
☻ Descritivo e classificatório, baseado em 
sintomas externos. 
☻ Encorajam a supressão de sintomas com 
o uso de psicofármacos. 
"Comportamental. Apresenta 
comportamento tumultuado com os colegas 
de classe, apresenta dificuldade em aceitar 
um 'não', ultimamente tem demonstrado 
necessidade de pegar, de tocar nos colegas, 
que se sentem incomodados e 'invadidos' e 
rejeitam o seu toque" 
(Encaminhamento enviado à APE - Aluno de 
7 anos do 2° ano do Ensino Fundamental, 
2016). 
TDAH 
Forte presença em âmbito escolar, é um 
transtorno muito discutido quando se fala em 
medicalização. 
 
O TDAH sendo hipoteticamente causado por 
uma “disfunção cerebral mínima”, depende 
fortemente de relatos dos pais e professores 
para seu diagnóstico. 
*Não existem exames laboratoriais confiáveis. 
Surge a hipótese, então, do TDAH poder ser 
classificado como um tipo de transtorno 
escolar. 
o Em 2000, foram vendidas 71 mil caixas 
e em 2011 esse número chegou a 
1.212.850 
o Há evidências de que a Orientação de 
Pais tem mais eficácia do que o uso do 
medicamento. 
DISLEXIA 
Hinshelwood é um médico muito citado 
quando se fala da descoberta da dislexia 
como um distúrbio. Desde 1895, ele estudou 
e escreveu sobre o que denominou cegueira 
verbal congênita (perda do domínio da leitura 
e escrita). Hinshelwood rejeitou ou ignorou 
qualquer hipótese sobre a escola, família, e 
outras condições ambientais. (Coles, 1987) 
O médico notou problemas de leitura em uma 
mesma família. Notou inteligência média, sem 
déficits visuais, boa memória exceto para 
letras e palavras. 
Falha no aprendizado mesmo estando na 
escola = Cegueira Verbal Congênita. 
 
Ainda hoje o diagnóstico da Dislexia é 
realizado por exclusão. 
Não se investiga, no protocolo oficial do 
diagnóstico, as questões intraescolares ou a 
história do processo de escolarização do 
sujeito avaliado. 
 
“Tudo o que se poderia problematizar 
sobre leitura e escrita como representação 
social da linguagem humana e enquanto 
construção simbólica (portanto, 
dependente de mediação) é reduzido a 
uma suposta “doença neurológica” contra 
a qual pouco se pode fazer.” 
(Fórum Sobre Medicalização da Educação 
e Sociedade, 2015, p.11) 
 
SÍNTESE 
Não negamos que podem haver crianças 
encontram dificuldades em seu processo de 
desenvolvimento atentivo, em seus processos 
de aprendizagem e/ou de comportamento. 
TDAH
• sintomas de 
desatenção, inquietude 
e impulsividade.
• Origem neurobiológica, 
com causas genéticas, 
surgindo na infância e 
acompanhando o 
indivíduo por toda a sua 
vida. 
DISLEXIA 
ADQUIRIDA
• Lesão Cerebral
• Perda da Capacidade 
de Leitura e Escrita
DISLEXIA DE 
DESENVOLVIMENTO
• Raciocínio clínico segue a 
lógica de que, se alguns 
indivíduos com lesão cerebral 
reconhecida apresentam 
certas características de 
comportamento, logo 
pessoas com estas mesmas 
características devem possuir 
alguma lesão cerebral 
(Kavale e Forness, 2000).
No entanto, o psiquismo humano, complexo e 
multideterminado, não pode ser 
compreendido à margem das determinações 
econômicas e sociais nas quais se constitui. 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NA 
ESCOLA EM UMA PERSPECTIVA 
CRÍTICA. 
O QUE É JUDICIALIZAÇÃO DA 
EDUCAÇÃO? 
DEFINIÇÃO: 
Conflitos educacionais que ocorrem no 
cotidiano da escola que são mediadas pela 
justiça. É “quando se tenta resolver uma 
contenda, um conflito, se não conseguir por 
meios de acordo, entra-se com 
uma judicialização para que o juiz determine 
uma sentença, um resultado para tal 
contenda”. 
CAUSAS: 
Fragilidade no diálogo dentro escola entre 
equipe gestora, professores, alunos e suas 
famílias. Fragilidade na busca efetiva de 
soluções coletivas para os problemas 
escolares. 
ALTERNATIVAS: 
Gestores escolares conheçam a legislação e 
promovam formação de seu quadro docente a 
respeito deste assunto, objetivando lembrar 
que o ensino democrático deve ser 
constitutivo do projeto político/pedagógico da 
escola. 
Aceleração de estudos 
crianças comprovadamente superdotadas 
impedidas de prosseguir os estudos em 
séries mais adiantadas só conquistando esse 
direito expresso em legislação (LDB 9394/96, 
Lei de Educação Especial, ECA, Constituição 
Federal, dentre outras) com mandado de 
segurança. 
Briga e/ou acidentes no interior da escola 
crianças que são feridas (fratura de dentes, 
fratura de braço, etc.) no pátio ou na sala de 
aula em consequência de briga e/ou 
acidentes são indenizadas por dano material, 
moral e estético, pois o estabelecimento de 
ensino tem a responsabilidade pela guarda e 
vigilância porque a criança tem o direito de 
ser resguardado em sua incolumidade física, 
enquanto estiver nas dependências da 
escola. 
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NA 
ESCOLA 
Psicólogos clínicos em consultórios 
particulares e Serviços Escola de Psicologia 
recebem um número crescente de 
encaminhamentos de crianças e 
adolescentes para avaliação psicológica 
com problemas de aprendizagem e de 
comportamento escolar. 
O QUE É AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA? 
 
 
De acordo com a Resolução nº 9, de 25 de 
abril de 2018 - CFP 
 
Art. 1º - Avaliação Psicológica é definida 
como um processo estruturado de 
investigação de fenômenos psicológicos, 
composto de métodos, técnicas e 
instrumentos, com o objetivo de prover 
informações à tomada de decisão, no âmbito 
individual, grupal ou institucional, com base 
em demandas, condições e finalidades 
específicas. 
REDUCIONISMO 
BIOLÓGICO 
TRATAMENTO 
MEDICAMENTOSO
EDUCAÇÃO
DIAGNÓSTICOS 
CLASSIFICATÓRIOS 
E NÃO 
EXPLICATIVOS
MEDICALIZAÇÃO 
DIAGNÓSTICOS MÉDICOS COMO RESPOSTA ÀS 
QUEIXAS ESCOLARES. NÃO CONSIDERAM QUESTÕES 
INTRAESCOLARES SILENCIAMENTO DE QUESTÕES 
PEGAGÓGICAS, SOCIAIS, POLÍTICAS, ECONÔMICAS. 
CRÍTICA REALIZADA 
▪ PSICOLOGIA ESCOLAR EM UMA PERSPECTIVA 
CRÍTICA 
▪ ANÁLISE DO HISTÓRICO DO PROCESSO DE 
ESCOLARIZAÇÃO 
▪ PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL 
▪ PRESSUPÕE ANÁLISE DO PROCESSO E NÃO 
SOMENTE DO PRODUTO, BEM COMO DOS 
FENÔMENOS EM SUA MULTIDETERMINAÇÃO 
 
Art. 30 - Na Avaliação Psicológica, a 
psicóloga ou psicólogo deverão considerar os 
princípios e artigos previstos no Código de 
Ética Profissional das psicólogas e dos 
psicólogos, bem como atender aos requisitos 
técnicos e científicos definidos nesta 
Resolução. 
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO 
PSICOLÓGICA NA ESCOLA 
Existe uma distinção entre o modelo clássico 
tradicional e a perspectiva crítica de avaliação 
psicológica das queixas escolares. 
1. Avaliação psicológica em uma 
perspectiva tradicional 
2. Avaliação psicológica em uma 
perspectiva crítica 
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA 
TRADICIONAL NA ESCOLA 
No modelo clássico tradicional o objeto de 
análise é a criança, nesse sentido busca-se 
compreender o que ela tem, o problema está 
na criança, nas suas relações familiares, no 
seu mundo interno. 
Em concordância com esse paradigma, para 
a avaliação da queixa escolar, algumas ações 
são realizadas, tais como: 
 
➢ entrevista com os pais 
➢ anamnese 
➢ sessões lúdicas com a criança 
➢ aplicação de testes 
➢ diagnóstico 
➢ prognóstico 
➢ entrevista devolutiva com os pais 
➢ encaminhamento para tratamento 
Os procedimentos diagnósticos em psicologiaseguem, usualmente, uma perspectiva 
tradicional na avaliação psicológica e o 
resultado é a atribuição de um laudo que 
apresenta uma deficiência, distúrbio, 
patologia no aluno e suas consequências 
podem variar, de acordo com a classe social 
do aluno: 
- Psicoterapia, terapias pedagógicas e 
orientação aos pais, visando a adaptação do 
aluno na escola. 
- Elaboração de um laudo que justificará a 
exclusão do aluno na escola; a desigualdade 
e a exclusão são justificadas cientificamente, 
ignora-se a dimensão política do problema. 
Portanto, a produção de laudos 
psicológicos apresenta diagnósticos 
reducionistas, com uma avaliação no plano 
do indivíduo e de sua família – produzem 
estigmas e justificam a exclusão escolar, 
reduzindo os alunos a ‘portadores’ de 
defeitos, anormalidades. 
As dificuldades escolares não podem ser 
entendidas sem considerar-se as práticas e 
os processos escolares que dificultam o 
processo de aprendizagem, produzindo nos 
alunos determinados comportamentos e 
atitudes, erroneamente interpretados por 
professores e psicólogos, como indisciplina, 
agressividade, distúrbio, hiperatividade, 
apatia – visão medicalizante das dificuldades 
de escolarização de crianças. 
CRÍTICA AOS TESTES DE 
INTELIGÊNCIA E DE PERSONALIDADE 
 
▪ Uso exclusivo por psicólogos 
▪ Atuação técnica em psicologia 
▪ Conteúdo dos testes não correspondem à 
realidade brasileira 
▪ As perguntas (adultos) tem significados e 
funções diferentes para a criança 
▪ Avaliação de aptidão com mensuração de 
resultados 
▪ Falta de clareza para o indivíduo durante a 
aplicação do teste 
▪ Rapidez da resposta como definição de 
inteligência 
▪ Mensuração do psiquismo e produção de 
laudos 
Em resumo, problemas relativos ao conteúdo 
das provas/testes, à conceituação de 
inteligência e à lógica da situação de 
avaliação fazem com que os testes se 
transformem em ‘artimanha’ do poder, que 
prepara uma ‘armadinha’ para a criança, que 
acaba vítima de um resultado que não passa 
de um ‘artefato’ da própria natureza do 
instrumento e de sua aplicação, situação 
tanto mais verdadeira quanto mais o 
examinando for uma criança pobre e 
portadora de uma história de fracasso escolar 
produzido pela escola. (Patto, 1997, p.3) 
O QUE OS LAUDOS PSICOLÓGICOS 
NÃO DIZEM SOBRE AS CRIANÇAS QUE 
NÃO CONSEGUEM SE ESCOLARIZAR 
NA ESCOLA PÚBLICA? 
 
o que em uma sociedade de classes o 
Estado defende os interesses das classes 
dominantes, com poder político. 
o que o ensino público brasileiro tem uma 
história marcada pelo descaso do Estado 
pela escola para o povo. 
o que uma política educacional tecnicista 
sucateou a rede pública de escolas. 
o que a burocratização da escola eliminou 
uma avaliação fecunda de qualidade do 
ensino oferecido. 
o que a política salarial desestimula os 
professores e, frustrados, fazem dos 
alunos bodes expiatórios. 
o que grande parte dos professores 
representa o preconceito, a raiva e o 
desrespeito aos pobres, traço de uma 
sociedade escravocrata, violenta e 
dominadora. 
o que a vida escolar concretiza (os fatores 
acima) por meio de práticas e processos 
pedagógicos e administrativos produtores 
de dificuldades de aprendizagem dos bens 
culturais que cabe a escola transmitir. 
o que as relações pessoais na escola são 
autoritárias e produtoras de estigma e 
exclusão. 
o que a falta frequente de professores faz 
com que classes inteiras de alunos fiquem 
abandonadas por longos períodos, sendo 
rotuladas no ano seguintes como ‘fracas’. 
 
 
 
o que todo esse processo é vivido com dor 
pelas crianças e causa-lhes danos na 
autoestima, os quais psicólogos irão 
entender como dificuldades escolares. 
 
 
 
o que os resultados alcançados nos testes 
psicológicos dependem da história 
escolar, uma vez que esta exerce 
influência sobre a reação da criança à 
situação de avaliação e sobre o resultado 
obtido em testes saturados de atitudes e 
informações escolares que não poderiam 
se exigidas, como prova de inteligência, 
de crianças que não tiveram garantido o 
direito a uma escola de boa qualidade. 
 
CRÍTICAS AOS TESTES 
PSICOLÓGICOS 
Portanto, os testes psicológicos resultam em 
um ‘psicologismo’ que pressupõe que: 
o a dificuldade de aprendizagem e de 
adaptação escolar decorrem de distúrbios 
físicos ou psíquicos encerrados no próprio 
aluno; 
o são instrumentos ideológicos criados 
como forma de controle social e 
patologização social. 
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA 
EM UMA PERSPECTIVA CRÍTICA 
❖ Qual objeto de análise quando 
realizamos o diagnóstico de uma 
criança que nos foi encaminhada pela 
escola? 
❖ Como realizar essa avaliação 
psicológica? 
É importante ao fazer a avaliação 
psicológica, incluir todos os elementos 
ampliando assim o espectro de causas para 
aquilo que pretendemos avaliar. Investigar a 
rede de relações e de práticas cotidianas 
produtoras do fracasso escolar – relações 
institucionais, relação professor aluno, 
procedimentos didáticos, relacionamento 
entre os alunos, a história escolar do aluno, 
professoras sobrecarregadas e mal 
remuneradas, etc. 
❖ Pensar o processo de avaliação da queixa 
escolar em harmonia com a perspectiva 
crítica requer uma mudança 
paradigmática. 
❖ Observem que ao alterarmos nosso 
paradigma alteramos nosso olhar e 
consequentemente as nossas ações. 
❖ Assim, na perspectiva crítica o objeto de 
análise passa a ser o contexto das 
relações que produzem o fenômeno (não 
aprender) o objetivo do nosso trabalho 
será intervir no processo de produção da 
queixa escolar para rompê-lo. 
 
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA EM 
PSICOLOGIA ESCOLAR CRÍTICA 
o Questiona-se a ação comum da escola em 
encaminhar o aluno para avaliação 
psicológica pelos Serviços-Escola de 
Psicologia 
o Questiona-se a ação comum da psicologia 
em realizar um psicodiagnóstico neste 
aluno encaminhado 
o Cuidado com a avaliação, cuidado em não 
estigmatizar, compromisso ético-político, 
olhar não reducionista, olhar não 
patologizante, humanizar o humano, não 
coisificação do aluno, cuidado ao 
medicalizar para cuidar da diferença, 
cuidado ao compreender as 
características de personalidade como 
transtorno. 
o Necessária a reinvenção da avaliação 
psicológica (Adriana Marcondes, 1996) 
 
Essas perguntas da escola, o 
encaminhamento que a escola faz ao 
psicólogo e a avaliação psicológica 
produzida (laudo), buscam descobrir um 
atributo individual como justificativa para o 
fracasso escolar; trazem uma concepção de 
que o problema está NA criança e em sua 
família, sendo estas as causas das atitudes 
agressivas e do problema de aprendizagem. 
Á PARTIR DA PERSPECTIVA CRÍTICA 
QUAIS SERIAM AS POSSÍVEIS AÇÕES 
DO PSICÓLOGO ESCOLAR? 
▪ Pesquisar os bastidores dos 
encaminhamentos, as versões dos vários 
profissionais e a história de vida da 
criança. Para tanto pode-se pedir ao 
professor que escreva a queixa, ler o 
prontuário dos alunos, verificar a versão e 
as expectativas dos diversos segmentos 
envolvidos no processo, as práticas 
pedagógicas cotidianas, etc.; 
▪ Realizar encontros com o grupo de 
crianças e com os pais. Com o intuito de 
pensar o processo de produção da queixa 
e o que poderia se feito para modificá-la, 
pode-se verificar a participação dos pais e 
dos alunos nos processos de decisão na 
vida escolar, conhecer as diferentes 
versões dos fatos, observar as relações 
de poder, obter o consentimento dos pais 
para o trabalho a ser realizado, entre 
outras ações. 
▪ Conversas com os professores para 
discussão dos acontecimentos em classe; 
▪ Devolver os aspectos percebidos no 
processo aos professores, pais e crianças, 
verificar as possibilidades, as 
modificações, problematizar as questões, 
colher e oferecer sugestões para que a 
queixa possa vir a se superada. 
▪ Por fim, cabe ressaltar que avaliar o 
processo de produção da queixa implica 
em buscar o quanto é possível alterar 
essa produção afetando osfenômenos 
nos quais ela se viabiliza. 
▪ Encontro com grupos de alunos para 
brincar e conversar sobre o cotidiano da 
escola, sobre sua história escolar e 
problematizar a questão do aprendizado. 
PORTANTO 
➢ A compreensão da queixa a partir da 
proposta de diálogo com a instituição 
escolar, compreensão sobre suas 
práticas escolares e construção 
coletiva de estratégias para superação. 
➢ Incluir a escola na investigação e na 
intervenção (interlocução com a escola). 
➢ Desconstrução da queixa escolar 
trazida pelos professores e alunos. 
➢ Potencialização e fortalecimento de 
recursos internos tanto do aluno 
encaminhado quanto de seus professores. 
ATENDIMENTO PSICOLÓGICO À 
QUEIXA ESCOLAR. 
A necessidade da/o psicóloga/o desenvolver 
frentes de trabalho diferenciadas, nos planos 
macro e microestrutural, se pretende atuar no 
sentido de uma transformação social 
profunda. 
O atendimento às queixas escolares no 
âmbito da clínica (modelo de consultório 
individual). 
É preciso desenvolver uma abordagem que 
superasse as dificuldades das práticas 
tradicionais, que se fundam numa concepção 
de indivíduo abstrato - genérico, 
desconsiderando seus pertencimentos sociais 
para além do grupo familiar. 
É preciso incluir a escola na investigação e na 
intervenção. 
INVESTIGAÇÃO 
Perguntas como: 
˃ Em que tipo de 
classe está? 
˃ Quantas 
professoras teve este 
ano? 
˃ Onde senta-se na 
classe? 
˃ Qual a frequência 
com que ocorrem faltas 
de professores? 
˃ Em que momento 
da trajetória escolar 
emergiu a queixa em 
questão? 
Precisávamos integrar o rol de perguntas 
possíveis/necessárias ao atendimento. 
INTERVENÇÃO 
A interlocução com a escola, à semelhança 
com a que se tem com os pais, necessitava 
ser introduzida. É preciso, ainda, ter um olhar 
para as pertenças sociais (camada 
socioeconômica, grupo étnico e religioso, por 
exemplo) dos envolvidos e os 
desdobramentos disto na vida e trajetória 
escolar da criança ou adolescente atendido. 
 
A passagem de uma criança pobre e negra pela escola 
tende a guardar diferenças significativas em relação à 
de uma rica e branca. 
ALGUNS FUNCIONAMENTOS DO 
SISTEMA ESCOLAR QUE PRODUZEM 
DIFICULDADES E SOFRIMENTO 
 
Dos órgãos centrais: 
˃ Burocracia criando rupturas no vínculo 
professor-classe 
˃ Políticas públicas implantadas de maneira 
autoritária e desorganizada 
Das Unidades Escolares: 
˃ Ausência de espaços sistemáticos e 
organizados de reflexão 
˃ Ausência de projeto político-pedagógico 
da escola 
˃ Falta de apoio e orientação 
˃ Saber desconsiderado 
Da relação escola-pais: 
˃ Exclusão de decisões sobre seus filhos 
˃ Alvo de mitos e preconceitos 
˃ Tratados como usuários de favores x 
sujeitos de direitos 
Da sala de aula: 
˃ Homogeneidade como princípio de 
trabalho pedagógico 
˃ Pedagogia repetitiva e desinteressante 
˃ Encaminhamentos a especialistas. 
 
 
 
ALERTA: 
Os textos e as imagens, utilizadas neste 
documento, podem ter direitos autorais 
	PSICOLOGIA ESCOLAR NA PERSPECTIVA CRÍTICA
	Qual é a pergunta básica da EDUCAÇÃO para a PSICOLOGIA?
	COMO É TRaTADO PELA PSICOLOGIA?
	A MEDICALIZAÇÃO E A JUDICIALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO E DA SOCIEDADE.
	o que é medicalização?
	MEDICALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO
	Qual a participação do sistema educacional nos processos de medicalização da educação?
	ESFERAs macro e micro
	Da educação para a saúde
	Processo de Normatização
	dsm v (2013)
	TDAH
	dislexia
	Síntese
	AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NA ESCOLA EM UMA PERSPECTIVA CRÍTICA.
	O que é Judicialização da Educação?
	Avaliação psicológica na escola
	Procedimentos de avaliação psicológica na escola
	Crítica aos testes de inteligência e de personalidade
	Avaliação psicológica em uma perspectiva crítica
	Avaliação psicológica em psicologia escolar crítica
	Á partir da perspectiva crítica quais seriam as possíveis ações do psicólogo escolar?
	ATENDIMENTO PSICOLÓGICO À QUEIXA ESCOLAR.

Continue navegando