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Manejo de Enfermagem no Período Pós-Operatório No PO, os cuidados de enfermagem centram-se em restabelecer o equilíbrio fisiológico do cliente, aliviar a dor, prevenir complicações e orientar o cliente sobre o autocuidado. Fases do cuidado pós anestésico: a URPA está localizada ao lado da SO. Em alguns hospitais o cuidado pós-anestésico é dividido em três fazes. URPA fase I: durante a fase de recuperação imediata, prestando-se cuidados de enfermagem intensivos. URPA fase II: p cliente é preparado para o autocuidado ou para o cuidado no hospital ou ambiente de cuidados prolongados. URPA fase III: o cliente é preparado para a alta. Admissão do cliente à URPA: a transferência é de responsabilidade do anestesista, que monitorará a perviedade das vias respiratórias. O cliente é posicionado de modo que não fique deitado sobre drenos ou tubos de drenagem. Hipotensão ortostática pode ocorrer numa mudança de posição rápida, devendo ser movido lentamente e com cuidado. Troca-se o avental e coloca-se cobertores leves e aquecidos. A enfermeira que admite o cliente na URPA revisa as informações essenciais com o anestesista e a enfermeira circulante. Conecta-se o paciente a uma fonte de oxigênio e equipamentos de monitoramento. A enfermeira faz uma avaliação fisiológica imediata. Manejo de enfermagem na URPA: prestação de cuidados até que o cliente tenha se recuperado dos efeitos anestésicos, esteja orientado, com SSVV estáveis e sem sinais de hemorragia ou outras complicações. Avaliação do cliente: as principais ações de enfermagem na URPA são avaliações frequentes e habilidosas das vias respiratórias e cardiovascular, coloração da pele, nível de consciência e capacidade de responder a comandos. A enfermeira realiza e documenta uma avaliação basal, o local da cirurgia à procura de sinais de drenagem ou hemorragia e garante que todos os tubos de drenagem e linhas de monitoramento estão conectados e funcionando. Verifica quaisquer soluções intravenosas ou medicamentos atualmente infundidos, além da dose e da velocidade de infusão. Após a avaliação inicial, os SSVV e o estado físico geral do cliente são verificados pelo menos uma vez a cada 15min. É preciso conhecer todas as informações pertinentes da história do cliente que possam ser significativas. A administração de analgésicos necessários é uma propriedade para proporcionar alívio da dor antes que se torne intensa, e facilitar a deambulação precoce. Manutenção da função respiratória: o principal objetivo no POI é manter ventilação, e assim evitar hipoxemia e hipercapnia. Administrar oxigênio suplementar, conforme prescrito, avaliar a frequência e a profundidade respiratória, a facilidade da respiração, a saturação de oxigênio e sons respiratórios. Em anestesia prolongada os pacientes geralmente estão inconscientes, com todos os músculos relaxados. No decúbito dorsal, a mandíbula e a língua caem para trás, obstruindo as passagens de ar, sendo nomeado como hipofaringe. Sinais de oclusão: asfixia, respirações ruidosas e irregulares, diminuição da satO2, cianose. É necessário colocar a palma da mão sobre o nariz e a boca para sentir a expiração, pois o movimento do tórax e diafragma não indica necessariamente que o cliente está respirando. Pode ser deixado uma cânula de borracha ou plástico para manter a perviedade das vias respiratórias, não sendo removido até que os sinais como engasgos, indiquem que a ação reflexa está retornando. Quando necessita de ventilação mecânica o tubo endotraqueal é mantido. A enfermeira ajuda a iniciar a utilização do respirador, assim como os processos de desmame e extubação. Alguns pacientes, principalmente submetidos a procedimentos de grande porte ou prolongados, podem ser transferidos para a UTI ainda entubado e recebendo ventilação mecânica. Na maioria das vezes o cliente é extubado na SO e é admitido na URPA respirando de modo independente. A cabeceira do leito é elevada em 15 a 30°, a menos que haja alguma contraindicação, e o cliente é monitorado atentamente para manter a perviedade das vias respiratórias, bem como para minimizar o risco da aspiração. Se ocorrer vômito, é virado para o lado para evitar a aspiração, e o vômito é coletado em uma cuba de êmese. O muco ou vômito obstruindo a faringe ou traqueia é aspirado com um tubo com ponta de Yankauer, ou um cateter nasal é introduzido na nasofaringe e na orofaringe até uma distância de 15 a 20 cm. Manutenção da estabilidade cardiovascular: a enfermeira avalia o estado mental; os sinais vitais; o ritmo cardíaco; a temperatura, a coloração e a umidade da pele; assim como o débito urinário do cliente. A pressão venosa central (PVC), a pressão da artéria pulmonar e os cateteres arteriais são monitorados, se estiverem sendo usados. A enfermeira também avalia a desobstrução de todos os cateteres IV. As principais complicações cardiovasculares vistas na URPA incluem hipotensão e choque, hemorragia, hipertensão arterial e arritmias. Hipotensão e choque: A hipotensão pode resultar de perda de sangue, hipoventilação, mudanças de posição, acúmulo de sangue nas extremidades ou efeitos colaterais de fármacos e anestésicos. Se o volume de sangue perdido for superior a 500 mℓ (especialmente se a perda for rápida), normalmente indica-se a reposição. Os sinais clássicos do choque hipovolêmico (o tipo mais comum de choque) são palidez; pele fria e úmida; taquipneia; cianose de lábios, gengivas e língua; pulso rápido, fraco e filiforme; pressão diferencial estreitada; pressão arterial baixa; e urina concentrada. A intervenção primária para o choque hipovolêmico é a reposição de volume, com infusão de solução de Ringer com lactato, soro fisiológico (NaCl a 0,9%), soluções coloides ou hemoderivados. Se a administração de soluções não reverter o choque hipovolêmico, podem ser prescritos vários fármacos cardíacos, vasodilatadores e corticosteroides para melhorar a função cardíaca e reduzir a resistência vascular periférica. Hemorragia: O cliente apresenta hipotensão; pulso rápido e filiforme; desorientação; inquietação; oligúria; assim como pele fria e pálida. A fase inicial do choque manifesta-se como sensação de apreensão, diminuição do débito cardíaco e redução da resistência vascular. A respiração torna-se difícil, e o cliente manifesta “fome de ar”; sente frio (hipotermia) e pode ouvir zumbidos. O sítio cirúrgico e a incisão devem ser inspecionados à procura de sangramento. Se este for encontrado, aplica-se uma compressa de gaze estéril e um curativo compressivo, e o local do sangramento é elevado ao nível do coração, se possível. O cliente é colocado em posição de choque (decúbito dorsal estendido; pernas elevadas a um ângulo de 20°; joelhos mantidos estendidos). As hemorragias podem ser classificadas em: temporal (primária [ocorre por conta da cirurgia], intermediária [primeiras horas do POI, pressão arterial e desaloja coágulos] e secundária [ocorre algum tempo depois da cirurgia, se uma sutura deslizar porque um vaso sanguíneo não foi firmemente fixado, infectou-se ou foi erodido por um tubo de drenagem]); tipo de vaso (capilar [expulsão lenta e geral], venoso [cor escura flui rapidamente] e arterial [vermelho-vivo pulsa a cada batimento cardíaco]) e visibilidade (evidente [ocorre na superfície, podendo ser visualizada] e oculta [ocorre em cavidade, não podendo ser visualizada]). Hipertensão e arritmias: são normais no POI, sendo controladas tratando as causas, sendo elas: hipertensão – estimulação do sistema nervoso simpático pela dor, hipóxia ou distensão vesical. Arritmias – desequilíbrio eletrolítico, função respiratória alterada, dor, hipotermia, estresse e anestésicos. Controle de náuseas e vômitos: causa mais importante de insatisfação durante a recuperação da anestesia. O risco de NVPO varia em torno de 30% na população cirúrgicageral, mas aumenta para 80% quando existem determinados fatores de risco, sendo eles anestesia geral, sexo feminino, não tabagismo, história pregressa de NVPO e história pregressa de cinetose. Os riscos cirúrgicos são aumentados com NVPO por causa de aumento da pressão intra-abdominal, PVC elevada, potencial de aspiração, incremento da frequência cardíaca e da pressão sanguínea sistêmica, o que eleva o risco de isquemia do miocárdio e arritmias. Podem provocar desidratação, desequilíbrios eletrolíticos, aspiração pulmonar do conteúdo gástrico, ruptura do esôfago, deiscência de sutura, sangramento além de aumentar os custos hospitalares. Considerações gerontológicas: Presta-se especial atenção em manter o cliente aquecido, pois os adultos mais velhos são mais suscetíveis à hipotermia. A posição do cliente frequentemente é modificada para estimular a respiração, assim como para promover a circulação e o conforto. Os cuidados no POI são os mesmos, mas se dá atenção em comprometimento das funções cardiovascular, pulmonar ou renal. A confusão mental e o delirium pós-operatório podem ocorrer em até 50% dos adultos mais velhos. A confusão mental aguda pode ser causada por dor, farmacocinética alterada de agentes analgésicos, hipotensão, febre, hipoglicemia, perda de líquido, impactação fecal, retenção urinária ou anemia. A hipóxia pode manifestar-se com confusão mental e agitação psicomotora, e com perda de sangue e desequilíbrios eletrolíticos. A exclusão de todas as outras causas de confusão mental deve preceder a suposição de que ela está relacionada com a idade, as circunstâncias e os medicamentos. Alívio da dor e ansiedade: Os opioides IV proporcionam alívio imediato da dor e são de ação rápida, minimizando assim o potencial de interações medicamentosas ou depressão respiratória prolongada enquanto os anestésicos ainda estão ativos no organismo. Quando a condição possibilitar, o cliente pode receber visitas na URPA, para diminuir a ansiedade da família e fazer com que ele se sinta mais seguro. Fatores: ansiedade, medo, depressão, fatores genéticos e ambientais que influenciam a sensibilidade à dor, tipo de cirurgia/extensão do trauma tecidual; gravidade do procedimento, presença de drenos, doenças pré-existentes. Cuidados com o cliente PO hospitalizado Manejo de enfermagem após cirurgia: A enfermeira responsável por recebê-lo revisa as prescrições pós- operatórias, admite-o à unidade, realiza uma avaliação inicial e atende às suas necessidades imediatas. Avalie a respiração e administre oxigênio suplementar, se prescrito; No POI, os cuidados de enfermagem ao cliente hospitalizado na unidade médico-cirúrgica geral envolvem continuar ajudando o cliente a se recuperar dos efeitos da anestesia, avaliar com frequência seu estado fisiológico, monitorar em busca de complicações, controlar a dor, e implementar medidas destinadas a alcançar os objetivos a longo prazo de independência com autocuidado, gestão bem-sucedida do esquema Determinação da prontidão para a alta da URPA: o cliente permanece na URPA até que esteja totalmente recuperado do agente anestésico. Indicadores de recuperação: pressão arterial estável, função respiratória adequada e nível de saturação de oxigênio adequado quando comparados aos valores basais. Durante todo o período de recuperação, os sinais físicos do cliente são observados e avaliados por meio de um sistema de pontuação (pontuação Aldrete) baseado em um conjunto de critérios objetivos. Possibilita uma avaliação objetiva da condição do cliente na URPA. A pontuação Aldrete geralmente está entre 8 e 10 antes da alta da URPA. Os clientes com uma pontuação inferior a 7 devem permanecer na URPA até que sua condição melhore ou até que sejam transferidos para uma área de cuidados intensivos, dependendo de sua pontuação basal no período pré-operatório. A alta é de responsabilidade do anestesista. É necessário avaliar o nível de dor, as características da dor (localização, qualidade) e o horário, o tipo e a via de administração da última dose de analgésico. Pode ser avaliada por meio de escalas unidimensionais, como Escala de Estimativa Numérica; Escala Analógica Visual (EAV); Escala Verbal e Escala de Face. Dor em repouso: dor moderada (duração entre 2 a 3 dias após a cirurgia). Dor ao movimento: relacionada à deambulação ou tosse. Dor forte: pior durante os primeiros 2 a 3 dias (a capacidade funcional está limitada durante esse período). terapêutico, alta hospitalar e recuperação completa. As principais preocupações são ventilação adequada, estabilidade hemodinâmica, dor incisional, integridade do local cirúrgico, náuseas e vômitos, estado neurológico e micção espontânea. A frequência cardíaca, a pressão arterial e a frequência respiratória são verificadas e anotadas pelo menos a cada 15 min durante a primeira hora e a cada 30 min nas próximas 2 h. A temperatura é monitorada a cada 4 h nas primeiras 24 h. O cliente começa a retomar ao seu estado normal algumas horas após a cirurgia ou na manhã seguinte. Se sentem mais alerta e com menos náuseas e ansiedade. Começam seus exercícios respiratórios e de membros inferiores conforme apropriado ao tipo de cirurgia, e muitos balançam as pernas enquanto sentados na beira do leito, levantam-se e deambulam poucos metros. O foco de atenção muda do manejo fisiológico intenso e alívio sintomático dos efeitos adversos da anestesia para a recuperação da independência no autocuidado e o preparo para a alta. A seguir estão os principais diagnósticos de enfermagem utilizados na avaliação PO: Risco de eliminação traqueobrônquica ineficaz, relacionado com função respiratória deprimida, dor e repouso; Dor aguda relacionada com a incisão cirúrgica •Débito cardíaco diminuído, relacionado com choque ou hemorragia; Risco de intolerância à atividade, relacionado com a fraqueza generalizada secundária à cirurgia; Integridade da pele prejudicada, relacionada com incisão cirúrgica e drenos; Termorregulação ineficaz, relacionada com o ambiente cirúrgico e com os agentes anestésicos; Risco de nutrição desequilibrada, ingestão menos do que as necessidades corporais, relacionada com a diminuição da ingestão e com a maior necessidade de nutrientes secundários à cirurgia; Risco de constipação intestinal, relacionado com os efeitos de medicamentos, da cirurgia, de mudanças na dieta e da imobilidade; Risco de retenção urinária relacionada com os agentes anestésicos; Risco de lesão, relacionado com o procedimento cirúrgico/posicionamento ou com agentes anestésicos; Ansiedade, relacionada com o procedimento cirúrgico; Risco de gerenciamento ineficaz do esquema terapêutico, relacionado com manejo de feridas, restrições dietéticas, atividade recomendadas, medicamentos, cuidados de acompanhamento ou sinais e sintomas de complicações. Prevenção de complicações respiratórias: Os efeitos de depressão respiratória dos opioides, a diminuição da expansibilidade pulmonar secundária à dor e a redução da mobilidade combinam-se para colocar o cliente em risco de complicações respiratórias. A atelectasia (colapso alveolar) continua sendo um risco para o cliente que não está se movimentando bem ou deambulando ou que não está realizando exercícios de respiração profunda e tosse cinética e nem usando um espirômetro de incentivo. Os sinais e sintomas incluem diminuição do murmúrio vesicular sobre a área afetada, crepitações e tosse. As crepitações indicam secreções pulmonares estáticas que precisam ser mobilizadas por meio da tosse e de exercícios de respiração profunda. Quando um tampão de muco obstrui completamente um dos brônquios, o tecido pulmonar além do tampão colaba, resultando em atelectasia. Mesmo que não estejatotalmente acordado da anestesia, pode ser solicitado que o cliente realize várias respirações profundas. Isso ajuda a expelir agentes anestésicos residuais, mobilizar secreções e evitar a atelectasia. A pneumonia é caracterizada por calafrios e febre, taquicardia e taquipneia. A tosse pode ou não ocorrer e pode ou não ser produtiva. Os SS e sintomas muitas vezes são vagos, talvez com discreta elevação da temperatura, frequência cardíaca e frequência respiratória, bem como tosse. O exame físico revela macicez e crepitações na base dos pulmões. Se a doença progredir, os resultados podem ser fatais. Para remover as secreções e prevenir a pneumonia, a enfermeira incentiva o cliente a mudar de decúbito com frequência, respirar fundo, tossir e usar o espirômetro de incentivo pelo menos a cada 2 h. Esses exercícios pulmonares devem começar assim que o cliente chegar à unidade clínica e continuar até que o cliente receba alta. Existem dois tipos de hipoxemia: a hipoxemia subaguda envolve baixo nível constante de satO2 quando a respiração parece normal. A hipoxemia episódica desenvolve-se repentinamente e o cliente corre risco de disfunção cerebral, isquemia do miocárdio e parada cardíaca. Pacientes que correm maior risco de hipoxemia são os submetidos à cirurgias de grande porte, obesos e os que já possuem problemas pulmonares preexistentes. Os agentes analgésicos são administrados para possibilitar uma tosse mais eficaz, e o oxigênio, conforme prescrito, para prevenir ou aliviar a hipóxia. A tosse é contraindicada para clientes com lesões na cabeça ou que foram submetidos a cirurgia intracraniana (por causa do risco de elevação da pressão intracraniana), bem como naqueles submetidos a cirurgias oftalmológicas (por causa do risco de aumentar a pressão intraocular) ou cirurgia plástica (risco de aumentar a tensão sobre tecidos delicados). Alívio da dor: a intensidade da dor pós-operatória diminui gradualmente nos dias subsequentes. Muitos fatores (motivacionais, afetivos, cognitivos, emocionais e culturais) influenciam a experiência de dor. A intensidade da dor pós-operatória e a tolerância do cliente dependem do local da incisão, da natureza do procedimento cirúrgico, do grau de traumatismo cirúrgico, do tipo de anestesia e da via de administração. A dor intensa estimula a resposta ao estresse, que afeta negativamente os sistemas cardíaco e imunológico. Quando os impulsos dolorosos são transmitidos, tanto a tensão muscular quanto a vasoconstrição local aumentam, estimulando ainda mais os receptores de dor. Isso aumenta a demanda e o consumo de oxigênio do miocárdio. A resposta de estresse do hipotálamo também resulta em aumento da viscosidade do sangue e na agregação plaquetária, aumentando o risco de trombose e embolia pulmonar. Muitas vezes, o médico prescreve fármacos ou dosagens diferentes para níveis diferentes de dor. A enfermeira discute essas opções com o cliente para determinar a melhor medicação. A enfermeira avalia a efetividade da medicação periodicamente, iniciando 30 min depois da administração ou assim que possível se a medicação estiver sendo administrada por analgesia controlada pelo cliente (ACC). Analgésicos opioides: são comumente prescritos para dor e agitação psicomotora no período pós-operatório imediato. Uma abordagem preventiva, em vez de uma abordagem “conforme a necessidade”. Com a abordagem preventiva, a medicação é administrada em intervalos prescritos, e não quando a dor se torna grave ou insuportável. O controle da dor com opioides a curto prazo no PO não gera riscos de dependência. Analgesia controlada pelo cliente (ACC): O objetivo da enfermeira é a prevenção da dor, em vez do controle da dor esporádica. A ACC possibilita aos clientes administrar sua própria medicação para a dor, quando necessário. Os dois requisitos são o entendimento das necessidades de autodosagem e a capacidade física para isso. A dose de medicamento fornecido por via IV ou epidural e o intervalo de tempo durante o qual o medicamento opioide é liberado são controlados pelo dispositivo de ACC. Promove a participação do cliente no cuidado de saúde, elimina a administração tardia de analgésicos, mantém um nível terapêutico de fármacos e possibilita que o cliente se movimente, mude o decúbito, tussa e respire profundamente com menos dor, reduzindo assim as complicações pulmonares pós-operatórias. Para a dor difícil de controlar, pode ser empregado um sistema de manejo subcutâneo da dor. m cateter de náilon é inserido no local da área afetada conectado a uma bomba que infunde uma dose constante de anestésico local segundo a prescrição do médico. Medidas não farmacológicas de alívio da dor, como imaginação guiada, musicoterapia e aplicação de calor ou frio (se prescritas), foram bem-sucedidas na diminuição da dor. Mudar o cliente de posição, usar a distração, aplicar compressas frias no rosto e fornecer massagem pode ser útil para aliviar o desconforto geral temporariamente, promover o relaxamento e tornar a medicação mais eficaz quando esta for administrada. Promoção do débito cardíaco: as alterações do volume circulante, o estresse da cirurgia e os efeitos de medicamentos e preparações pré-operatórias afetam a função cardiovascular. A reposição de líquido por via IV pode ser prescrita para até 24 h depois da cirurgia ou até que o cliente esteja estável e tolere líquidos por via oral. Indica-se o monitoramento cuidadoso para detectar e corrigir as condições, como o déficit de volume de líquidos, a perfusão tissular alterada e a diminuição do débito cardíaco, que podem intensificar o desconforto do cliente, aumentando o risco de complicações e prolongando o período de internamento. A estase venosa pela desidratação, imobilidade e compressão das veias dos membros inferiores durante a cirurgia coloca o cliente em risco de tromboembolismo venoso. Exercícios para os membros inferiores e mudanças de posição frequentes são introduzidos no início do período pós-operatório para estimular a circulação. O manejo da enfermeira inclui avaliar se os cateteres IV estão desobstruídos e garantir que as soluções corretas são administradas na velocidade estabelecida. A ingestão e a eliminação, incluindo vômito e a eliminação pelos sistemas de drenagem de feridas, são registradas separadamente e totalizadas para determinar se há equilíbrio hídrico. Se o cliente usa um cateter vesical de demora, monitora-se a eliminação horária e relatam-se valores inferiores a 30 mℓ por hora; se o cliente está urinando, relata-se uma eliminação inferior a 240 mℓ por turno de 8 h. Os níveis de eletrólitos e os níveis de hemoglobina e hematócrito são monitorados. A diminuição dos níveis de hemoglobina e do hematócrito pode indicar perda de sangue ou diluição do volume circulante por soluções intravenosas. Se a diluição estiver contribuindo para os níveis diminuídos, a hemoglobina e o hematócrito subirão à medida que o estresse diminuir e os líquidos forem mobilizados e excretados. Incentivo à atividade física: a deambulação precoce tem um efeito significativo sobre a recuperação e a prevenção de complicações (p. ex., atelectasia, pneumonia hipostática, desconforto gastrintestinal [GI], problemas circulatórios). Reduz a distensão abdominal pós-operatória, aumentando o tônus do sistema digestório e da parede abdominal, bem como estimulando o peristaltismo. Previne a estagnação do sangue, e eventos tromboembólicos ocorrem com menor frequência. A dor é frequentemente diminuída e o tempo de internação é menor e menos dispendioso. A hipotensão ortostática é uma queda anormal na pressão arterial que ocorre conforme o cliente passa do decúbito dorsal para a posição ortostática. É comum após a cirurgia, por causa das mudanças no volume sanguíneo circulante e do repouso no leito. Os sinais e sintomas incluem redução de 20 mmHg da pressãoarterial sistólica ou de 10 mmHg da pressão arterial diastólica, fraqueza, tontura e desmaio. Para detectar a hipotensão ortostática, a enfermeira avalia a pressão arterial do cliente inicialmente em decúbito dorsal, depois que o cliente se senta, novamente após o cliente ficar em pé e 2 a 3 min mais tarde. Em caso de tontura é recomendada o adiamento da deambulação por algumas horas. Cicatrização: pode ocorrer de três maneiras: cicatrização por primeira intenção, segunda intenção e terceira intenção. Deve-se realizar inspeção para analisar a aproximação das bordas da ferida, a integridade de suturas ou grampos, vermelhidão, manchas, calor, turgência, sensibilidade incomum ou drenagem. Os principais quesitos a serem relatados que interferem na cicatrização de feridas são: idade (quanto mais velho, menos resistência o tecido possui); hemorragia (Acúmulo de sangue cria espaços mortos, bem como células mortas, que devem ser retiradas. A área torna-se um meio de crescimento para os microrganismos); hipovolemia (vasoconstrição e redução do oxigênio e nutrientes disponíveis para a cicatrização); déficits nutricionais (depleção proteicocalórica. A secreção de insulina pode ser inibida, fazendo com que a glicose no sangue aumente); acúmulo de secreções (dificulta o processo de cicatrização). Drenos cirúrgicos: são tubos que saem da área peri-incisional e continuam até um dispositivo de vácuo portátil para drenagem de ferida (fechado) ou até um curativo (aberto). O princípio é possibilitar o extravasamento de líquido que poderiam servir como meio de cultura para bactérias. No vácuo portátil para drenagem de ferida, a aspiração delicada e constante melhora a drenagem desse líquido e colaba os retalhos de pele contra o tecido subjacente, eliminando assim o “espaço morto”. Os tipos de drenos de ferida incluem os drenos de Penrose, Hemovac e Jackson-Pratt. Troca de curativo: Aplica-se um curativo a uma ferida por um ou mais dos seguintes motivos: (1) para proporcionar um ambiente adequado para a cicatrização; (2) para absorver a drenagem; (3) para imobilizar ou conter a ferida; (4) para proteger a ferida e um novo tecido epitelial de uma lesão mecânica; (5) para proteger a ferida de contaminação bacteriana e sujeira por fezes, vômitos e urina; (6) para promover a hemostasia, como em um curativo compressivo; e (7) para proporcionar conforto físico e mental ao cliente. Manutenção da temperatura corporal normal: O cliente ainda corre risco de hipertermia maligna e hipotermia no período pós-operatório. Tenta-se identificar a hipertermia maligna e tratá-la precoce e prontamente. Os clientes que receberam anestesia são suscetíveis a calafrios e correntes de ar. O manejo da hipotermia, iniciado no intraoperatório, estende-se ao período pós-operatório para evitar a perda significativa de nitrogênio e o catabolismo. O quarto é mantido em uma temperatura confortável, e são fornecidos cobertores para evitar que ele se resfrie. O tratamento inclui a administração de oxigênio, a hidratação adequada e a nutrição correta. O cliente também é monitorado quanto a arritmias cardíacas. Manejo da função GI e retomada da nutrição: Se o risco de vômitos for alto em razão da natureza da cirurgia, insere-se uma sonda nasogástrica no pré-operatório, que continua sendo usada durante toda a cirurgia e no pós-operatório imediato. Após a cirurgia podem ocorrer soluços, produzidos por espasmos intermitentes do diafragma secundários à irritação do nervo frênico. A irritação pode ser direta, como pela estimulação do nervo pelo estômago dilatado, abscesso subdiafragmático ou distensão abdominal; indireta, como por toxemia ou uremia que estimula o nervo; ou reflexa, como pela irritação de um dreno ou pela obstrução dos intestinos. A ingestão de alimentos estimula os sucos digestivos e promove a função gástrica e o peristaltismo intestinal. O retorno à ingestão normal deve continuar em um ritmo determinado pelo cliente. A natureza da cirurgia e o tipo de anestesia afetam diretamente a velocidade com que a atividade gástrica normal é retomada. Os líquidos geralmente são as primeiras substâncias desejadas e toleradas pelo cliente após a cirurgia. Água, suco e chá podem ser dados em quantidades crescentes. Líquidos em temperatura ambiente são mais facilmente tolerados do que aqueles gelados ou quentes. Alimentos pastosos (gelatina, creme, leite e sopas cremosas) são adicionados gradualmente depois de os líquidos claros serem tolerados. Assim que o cliente tolerar também alimentos pastosos, pode ser dada comida sólida. A distensão pós-operatória do abdome resulta do acúmulo de gases no sistema digestório. A manipulação dos órgãos abdominais durante a cirurgia pode causar a perda da peristalse durante 24 a 48 h, dependendo do tipo e da extensão da cirurgia. Mesmo que nada seja administrado por via oral, o ar deglutido e as secreções do sistema digestório entram no estômago e nos intestinos; se não forem impulsionados pelo peristaltismo, acumulam-se nos intestinos, provocando distensão e fazendo com que o cliente se queixe de plenitude ou dor no abdome. Na maioria das vezes, o gás se acumula no cólon. A distensão abdominal é piorada ainda pela imobilidade, pelos agentes anestésicos e pelo uso de fármacos opioides. Depois de uma cirurgia abdominal, a distensão pode ser evitada ao se mudar o cliente de decúbito com frequência, promovendo exercícios e deambulação o mais precocemente possível. A enfermeira detecta ruídos intestinais auscultando o abdome com um estetoscópio. Documentam-se os ruídos intestinais para que possa ocorrer a progressão da dieta. Promoção da função intestinal: A constipação intestinal é comum depois de uma cirurgia e pode ser uma complicação leve ou grave. A diminuição da mobilidade, a redução da ingestão e o uso de analgésicos opioides contribuem para a dificuldade em defecar. a irritação e o traumatismo ao intestino durante a cirurgia podem inibir o movimento intestinal durante vários dias. O efeito combinado da deambulação precoce, da melhora da ingestão alimentar e de um laxante (se prescrito) promove a eliminação intestinal. Até que o cliente relate a retomada da função intestinal, a enfermeira deve avaliar o abdome em busca de distensão, e existência e frequência dos ruídos intestinais. Se o abdome não estiver distendido e os ruídos intestinais estiverem presentes, e se o cliente não evacuar no segundo ou no terceiro dia de pós-operatório, deve-se notificar o médico de modo a solicitar um laxante ou outro exame ou intervenção, conforme a necessidade. Manejo da micção: distensão da bexiga e a vontade de urinar devem ser avaliadas no momento da admissão do cliente à unidade e, com frequência, posteriormente. Espera-se que o cliente urine em 8 h após a cirurgia (incluindo o tempo gasto na URPA). Se o cliente precisar urinar e não conseguir fazê-lo, ou se a bexiga estiver distendida e o cliente não sentir vontade ou não for capaz de urinar, o cateterismo não é adiado apenas em função do período de tempo de 8 h. Deve-se tentar todos os métodos para estimular o cliente a urinar (p. ex., o ruído de água correndo, aplicação de calor ao períneo). Se o cliente não conseguir urinar em um intervalo de tempo especificado, passa-se um cateter de alívio que é removido depois de a bexiga ter sido esvaziada. O cateterismo de alívio, intermitente, é preferível ao cateterismo de demora, pois tem menor risco de infecções. A enfermeira observa a quantidade de urina eliminada e palpa a região suprapúbica em busca de distensão ou sensibilidade. Manutenção de um ambiente seguro: A enfermeira avalia o nível de consciência e a orientação do cliente e determina se ele é capaz de retomar o uso dos dispositivos de assistência, conforme necessário (p. ex., óculos ou aparelho auditivo). Déficit visual, incapacidade de ouvir as instruções do pós-operatórioou incapacidade de se comunicar verbalmente colocam o cliente em risco de lesão. Todos os objetos de que o cliente pode precisar devem estar a seu alcance, especialmente a campainha de chamada. Prestação de cuidado emocional ao cliente e à família: A enfermeira ajuda o cliente e a família a enfrentarem o estresse e a ansiedade, proporcionando segurança e informação, bem como disponibilizando um tempo para ouvir e abordar suas preocupações. A enfermeira descreve as rotinas hospitalares e o que esperar do momento até a alta e explica o objetivo das avaliações e intervenções de enfermagem. Informar aos clientes quando eles serão capazes de ingerir líquidos ou comer, quando sairão do leito e quando os tubos e drenos serão removidos os ajuda a adquirir uma sensação de controle e participação na recuperação, e a envolver-se no plano de cuidados. Reconhecer as preocupações dos familiares e aceitar e incentivar a sua participação nos cuidados do cliente faz com que sintam que estão ajudando seu ente querido. Manejo de complicações potenciais Complicações potenciais no PO: Respiratório: atelectasia, pneumonia, embolia pulmonar, aspiração; cardiovascular: choque e tromboflebite; neurológico: delirium, AVE; pele/ferida: ruptura, infecção, deiscência, evisceração, cicatrização demorada, hemorragia, hematoma; GI: constipação, íleo paralítico, obstrução intestinal; urinário: retenção urinária aguda, infecção urinária; funciona: fraqueza, cansaço, declínio funcional; tromboembólico: TVP e embolia pulmonar. Tromboembolismo venoso: complicações do TEV: TVP e a EP. A heparina de baixo peso molecular ou em baixa dose e a varfarina em baixa dose são anticoagulantes que podem ser utilizados. A compressão pneumática externa e as meias antiembólicas podem ser utilizadas isoladamente ou em combinação com a heparina em baixa dose. A resposta ao estresse iniciada pela cirurgia inibe o sistema fibrinolítico, resultando em hipercoagulabilidade no sangue. Desidratação, baixo débito cardíaco, acúmulo de sangue nos membros e repouso no leito aumentam o risco de trombose. Fatores como histórico de trombose, malignidade, traumatismo, obesidade, cateteres venosos de longa permanência e uso de hormônios (p. ex., o estrogênio) aumentam o risco. O primeiro sintoma da TVP pode ser dor ou cãibra na panturrilha. A dor espontânea e à palpação inicial pode ser seguida por edema doloroso de toda a perna, muitas vezes acompanhado de febre, calafrios e sudorese. Os benefícios da deambulação precoce e dos exercícios de membros inferiores na prevenção da TVP não podem ser subestimados, e essas atividades são recomendadas a todos os clientes, independentemente do seu risco. É importante evitar o uso de rolos de cobertor, rolos de travesseiros ou qualquer modo de elevação dos joelhos que podem comprimir os vasos sob os joelhos. Mesmo ficar com os pés pendentes por tempo prolongado. Pode ser perigoso e não é recomendado em clientes suscetíveis, porque a pressão sob os joelhos pode impedir a circulação. A hidratação adequada também é incentivada; pode-se oferecer suco e água ao cliente ao longo do dia, a fim de evitar a desidratação. Hematoma: Essa hemorragia geralmente para espontaneamente, mas resulta em formação de coágulo (hematoma) na ferida. Se o coágulo for pequeno, será absorvido e não precisa ser tratado. Se for grande, a ferida geralmente apresenta discreta protuberância, e a cicatrização será mais lenta, a menos que o coágulo seja retirado. Após o médico remover as suturas, o coágulo é evacuado e a ferida é acondicionada com gaze frouxa. A cicatrização geralmente ocorre por granulação, ou pode-se fazer uma sutura secundária. Infecção (sepse da ferida): Uma complicação potencialmente fatal como a infecção aumenta o tempo de internação, os custos dos cuidados e o risco de complicações posteriores. As feridas cirúrgicas são classificadas de acordo com o grau de contaminação. Fatores relacionados com o cliente incluem idade, estado nutricional, diabetes melito, tabagismo, obesidade, infecções remotas, microrganismos endógenos das mucosas, resposta imune alterada, duração da internação pré-operatória e gravidade da doença. Fatores relacionados com o procedimento cirúrgico incluem o método de preparação da pele no pré-operatório, os trajes cirúrgicos da equipe, o método de colocação dos campos estéreis, a duração da cirurgia, a profilaxia antimicrobiana, a técnica asséptica, os fatores relacionados com a técnica cirúrgica, os drenos ou material estranho, a ventilação da SO, a duração do procedimento e os microrganismos exógenos. Outros fatores de risco para sepse da ferida incluem contaminação da ferida, corpo estranho, técnica de sutura defeituosa, tecido desvitalizado, hematoma, debilitação, desidratação, desnutrição, anemia, obesidade, choque, duração do procedimento cirúrgico e distúrbios associados. Os sinais e sintomas de infecção da ferida incluem o aumento da frequência cardíaca e temperatura; leucocitose; edema, calor, sensibilidade ou secreção da ferida; e dor incisional. Os sinais locais podem não existir se a infecção for profunda. Categoria cirúrgica Determinantes da categoria Pós-cirúrgica Risco esperado de infecção % Limpa Local não traumático; Local não infectado; Ausência de inflamação; Sem interrupção da técnica asséptica; Ausência de penetração nos sistemas respiratório, digestório, genital e urinário ou na orofaringe. 1 a 3 Limpa contaminada Penetração nos sistemas respiratório, digestório, genital e urinário ou na orofaringe, sem contaminação incomum, Apendicectomia Descumprimento discreto da técnica asséptica Drenagem mecânica. 3 a 7 Contaminada Feridas traumáticas abertas recentes; Extravasamento macroscópico do sistema digestório; Descumprimento importante da técnica asséptica; Penetração no sistema digestório ou nas vias biliares quando a urina ou bile está infectada. 7 a 16 Suja Ferida traumática com reparo tardio, tecido desvitalizado, corpos estranhos ou contaminação fecal; Inflamação aguda e drenagem purulenta encontradas durante o procedimento. 16 a 29 Deiscência da ferida e evisceração: A deiscência da ferida (rompimento da incisão ou ferida cirúrgica) e a evisceração (protrusão do conteúdo da ferida) são complicações cirúrgicas graves. Essas complicações resultam de suturas que cedem, de infecções ou, mais frequentemente, de distensão importante ou tosse vigorosa. Também podem ocorrer por causa de idade avançada, anemia, estado nutricional, obesidade, câncer, diabetes melito, uso de esteroides e outros fatores em clientes submetidos a cirurgia abdominal. Quando as bordas da ferida se separam devagar, os intestinos podem ou não se projetar gradualmente, e o primeiro sinal pode ser um jato de líquido peritoneal sanguinolento (serossanguinolento) da ferida. Quando uma ferida se rompe de repente, alças intestinais podem ser empurradas para fora do abdome. O cliente pode relatar que “alguma coisa cedeu”. A evisceração causa dor e pode estar associada a vômitos. Considerações gerontológicas: Delirium, pneumonia, diminuição da capacidade funcional, exacerbação das comorbidades, úlceras por pressão, diminuição da ingestão, distúrbio gastrintestinal e quedas são ameaças à recuperação do adulto mais velho. O delirium pós-operatório, caracterizado por confusão mental, déficits perceptivos e cognitivos, níveis de atenção alterados, transtornos do sono e comprometimento das habilidades psicomotoras, é um problema importante para o idoso, tendo causas multifatoriais. Pode ser indicador inicial ou o único indicador de infecção, desequilíbrio hidroletrolítico ou deterioração do estado respiratório ou hemodinâmico no cliente idoso. Os fatores que determinam se um cliente corre risco de delirium são idade, histórico de etilismo, função cognitiva pré-operatória, aspecto físico, níveis séricos bioquímicos etipo de cirurgia.