Buscar

Pós-operatório resumo Brunner

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Manejo de Enfermagem no Período Pós-Operatório 
 
 No PO, os cuidados de enfermagem centram-se em restabelecer o equilíbrio fisiológico do cliente, aliviar a 
dor, prevenir complicações e orientar o cliente sobre o autocuidado. 
 
 Fases do cuidado pós anestésico: a URPA está localizada ao lado da SO. Em alguns hospitais o cuidado 
pós-anestésico é dividido em três fazes. URPA fase I: durante a fase de recuperação imediata, prestando-se 
cuidados de enfermagem intensivos. URPA fase II: p cliente é preparado para o autocuidado ou para o cuidado 
no hospital ou ambiente de cuidados prolongados. URPA fase III: o cliente é preparado para a alta. 
 
 Admissão do cliente à URPA: a transferência é de responsabilidade do anestesista, que monitorará a 
perviedade das vias respiratórias. O cliente é posicionado de modo que não fique deitado sobre drenos ou 
tubos de drenagem. Hipotensão ortostática pode ocorrer numa mudança de posição rápida, devendo ser 
movido lentamente e com cuidado. Troca-se o avental e coloca-se cobertores leves e aquecidos. A enfermeira 
que admite o cliente na URPA revisa as informações essenciais com o anestesista e a enfermeira circulante. 
Conecta-se o paciente a uma fonte de oxigênio e equipamentos de monitoramento. A enfermeira faz uma 
avaliação fisiológica imediata. 
 
 Manejo de enfermagem na URPA: prestação de cuidados até que o cliente tenha se recuperado dos efeitos 
anestésicos, esteja orientado, com SSVV estáveis e sem sinais de hemorragia ou outras complicações. 
 
 Avaliação do cliente: as principais ações de enfermagem na URPA são avaliações frequentes e habilidosas 
das vias respiratórias e cardiovascular, coloração da pele, nível de consciência e capacidade de responder a 
comandos. A enfermeira realiza e documenta uma avaliação basal, o local da cirurgia à procura de sinais de 
drenagem ou hemorragia e garante que todos os tubos de drenagem e linhas de monitoramento estão 
conectados e funcionando. Verifica quaisquer soluções intravenosas ou medicamentos atualmente infundidos, 
além da dose e da velocidade de infusão. 
 Após a avaliação inicial, os SSVV e o estado físico geral do cliente são verificados pelo menos uma vez a 
cada 15min. É preciso conhecer todas as informações pertinentes da história do cliente que possam ser 
significativas. A administração de analgésicos necessários é uma propriedade para proporcionar alívio da dor 
antes que se torne intensa, e facilitar a deambulação precoce. 
 
 Manutenção da função respiratória: o principal objetivo no POI é manter ventilação, e assim evitar hipoxemia 
e hipercapnia. Administrar oxigênio suplementar, conforme prescrito, avaliar a frequência e a profundidade 
respiratória, a facilidade da respiração, a saturação de oxigênio e sons respiratórios. 
 Em anestesia prolongada os pacientes geralmente estão inconscientes, com todos os músculos relaxados. No 
decúbito dorsal, a mandíbula e a língua caem para trás, obstruindo as passagens de ar, sendo nomeado como 
hipofaringe. Sinais de oclusão: asfixia, respirações ruidosas e irregulares, diminuição da satO2, cianose. É 
necessário colocar a palma da mão sobre o nariz e a boca para sentir a expiração, pois o movimento do tórax 
e diafragma não indica necessariamente que o cliente está respirando. 
 Pode ser deixado uma cânula de borracha ou plástico para manter a perviedade das vias respiratórias, não 
sendo removido até que os sinais como engasgos, indiquem que a ação reflexa está retornando. Quando 
necessita de ventilação mecânica o tubo endotraqueal é mantido. A enfermeira ajuda a iniciar a utilização do 
respirador, assim como os processos de desmame e extubação. Alguns pacientes, principalmente submetidos 
a procedimentos de grande porte ou prolongados, podem ser transferidos para a UTI ainda entubado e 
recebendo ventilação mecânica. Na maioria das vezes o cliente é extubado na SO e é admitido na URPA 
respirando de modo independente. 
 A cabeceira do leito é elevada em 15 a 30°, a menos que haja alguma contraindicação, e o cliente é 
monitorado atentamente para manter a perviedade das vias respiratórias, bem como para minimizar o risco da 
aspiração. Se ocorrer vômito, é virado para o lado para evitar a aspiração, e o vômito é coletado em uma cuba 
de êmese. O muco ou vômito obstruindo a faringe ou traqueia é aspirado com um tubo com ponta de Yankauer, 
ou um cateter nasal é introduzido na nasofaringe e na orofaringe até uma distância de 15 a 20 cm. 
 
 Manutenção da estabilidade cardiovascular: a enfermeira avalia o estado mental; os sinais vitais; o ritmo 
cardíaco; a temperatura, a coloração e a umidade da pele; assim como o débito urinário do cliente. A pressão 
venosa central (PVC), a pressão da artéria pulmonar e os cateteres arteriais são monitorados, se estiverem 
sendo usados. A enfermeira também avalia a desobstrução de todos os cateteres IV. As principais 
complicações cardiovasculares vistas na URPA incluem hipotensão e choque, hemorragia, hipertensão arterial 
e arritmias. 
 
 Hipotensão e choque: A hipotensão pode resultar de perda de sangue, hipoventilação, mudanças de posição, 
acúmulo de sangue nas extremidades ou efeitos colaterais de fármacos e anestésicos. Se o volume de sangue 
perdido for superior a 500 mℓ (especialmente se a perda for rápida), normalmente indica-se a reposição. 
 Os sinais clássicos do choque hipovolêmico (o tipo mais comum de choque) são palidez; pele fria e úmida; 
taquipneia; cianose de lábios, gengivas e língua; pulso rápido, fraco e filiforme; pressão diferencial estreitada; 
pressão arterial baixa; e urina concentrada. A intervenção primária para o choque hipovolêmico é a reposição 
de volume, com infusão de solução de Ringer com lactato, soro fisiológico (NaCl a 0,9%), soluções coloides 
ou hemoderivados. Se a administração de soluções não reverter o choque hipovolêmico, podem ser prescritos 
vários fármacos cardíacos, vasodilatadores e corticosteroides para melhorar a função cardíaca e reduzir a 
resistência vascular periférica. 
 
 Hemorragia: O cliente apresenta hipotensão; pulso rápido e filiforme; desorientação; inquietação; oligúria; 
assim como pele fria e pálida. A fase inicial do choque manifesta-se como sensação de apreensão, diminuição 
do débito cardíaco e redução da resistência vascular. A respiração torna-se difícil, e o cliente manifesta “fome 
de ar”; sente frio (hipotermia) e pode ouvir zumbidos. 
 O sítio cirúrgico e a incisão devem ser inspecionados à procura de sangramento. Se este for encontrado, 
aplica-se uma compressa de gaze estéril e um curativo compressivo, e o local do sangramento é elevado ao 
nível do coração, se possível. O cliente é colocado em posição de choque (decúbito dorsal estendido; pernas 
elevadas a um ângulo de 20°; joelhos mantidos estendidos). 
 As hemorragias podem ser classificadas em: temporal (primária [ocorre por conta da cirurgia], intermediária 
[primeiras horas do POI, pressão arterial e desaloja coágulos] e secundária [ocorre algum tempo depois da 
cirurgia, se uma sutura deslizar porque um vaso sanguíneo não foi firmemente fixado, infectou-se ou foi 
erodido por um tubo de drenagem]); tipo de vaso (capilar [expulsão lenta e geral], venoso [cor escura flui 
rapidamente] e arterial [vermelho-vivo pulsa a cada batimento cardíaco]) e visibilidade (evidente [ocorre na 
superfície, podendo ser visualizada] e oculta [ocorre em cavidade, não podendo ser visualizada]). 
 
 Hipertensão e arritmias: são normais no POI, sendo controladas tratando as causas, sendo elas: hipertensão – 
estimulação do sistema nervoso simpático pela dor, hipóxia ou distensão vesical. Arritmias – desequilíbrio 
eletrolítico, função respiratória alterada, dor, hipotermia, estresse e anestésicos. 
 
 Controle de náuseas e vômitos: causa mais importante de insatisfação durante a recuperação da anestesia. 
O risco de NVPO varia em torno de 30% na população cirúrgicageral, mas aumenta para 80% quando existem 
determinados fatores de risco, sendo eles anestesia geral, sexo feminino, não tabagismo, história pregressa de 
NVPO e história pregressa de cinetose. Os riscos cirúrgicos são aumentados com NVPO por causa de aumento 
da pressão intra-abdominal, PVC elevada, potencial de aspiração, incremento da frequência cardíaca e da 
pressão sanguínea sistêmica, o que eleva o risco de isquemia do miocárdio e arritmias. Podem provocar 
desidratação, desequilíbrios eletrolíticos, aspiração pulmonar do conteúdo gástrico, ruptura do esôfago, 
deiscência de sutura, sangramento além de aumentar os custos hospitalares. 
 
 Considerações gerontológicas: Presta-se especial atenção em manter o cliente aquecido, pois os adultos mais 
velhos são mais suscetíveis à hipotermia. A posição do cliente frequentemente é modificada para estimular a 
respiração, assim como para promover a circulação e o conforto. Os cuidados no POI são os mesmos, mas se 
dá atenção em comprometimento das funções cardiovascular, pulmonar ou renal. 
 A confusão mental e o delirium pós-operatório podem ocorrer em até 50% dos adultos mais velhos. A 
confusão mental aguda pode ser causada por dor, farmacocinética alterada de agentes analgésicos, hipotensão, 
febre, hipoglicemia, perda de líquido, impactação fecal, retenção urinária ou anemia. A hipóxia pode 
manifestar-se com confusão mental e agitação psicomotora, e com perda de sangue e desequilíbrios 
eletrolíticos. A exclusão de todas as outras causas de confusão mental deve preceder a suposição de que ela 
está relacionada com a idade, as circunstâncias e os medicamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Alívio da dor e ansiedade: Os opioides IV proporcionam alívio imediato da dor e são de ação rápida, 
minimizando assim o potencial de interações medicamentosas ou depressão respiratória prolongada enquanto 
os anestésicos ainda estão ativos no organismo. Quando a condição possibilitar, o cliente pode receber visitas 
na URPA, para diminuir a ansiedade da família e fazer com que ele se sinta mais seguro. Fatores: ansiedade, 
medo, depressão, fatores genéticos e ambientais que influenciam a sensibilidade à dor, tipo de 
cirurgia/extensão do trauma tecidual; gravidade do procedimento, presença de drenos, doenças pré-existentes. 
 
 
 
 
Cuidados com o cliente PO hospitalizado 
 
 Manejo de enfermagem após cirurgia: A enfermeira responsável por recebê-lo revisa as prescrições pós-
operatórias, admite-o à unidade, realiza uma avaliação inicial e atende às suas necessidades imediatas. Avalie 
a respiração e administre oxigênio suplementar, se prescrito; 
 No POI, os cuidados de enfermagem ao cliente hospitalizado na unidade médico-cirúrgica geral envolvem 
continuar ajudando o cliente a se recuperar dos efeitos da anestesia, avaliar com frequência seu estado 
fisiológico, monitorar em busca de complicações, controlar a dor, e implementar medidas destinadas a 
alcançar os objetivos a longo prazo de independência com autocuidado, gestão bem-sucedida do esquema 
Determinação da prontidão para a alta da 
URPA: o cliente permanece na URPA até 
que esteja totalmente recuperado do agente 
anestésico. Indicadores de recuperação: 
pressão arterial estável, função respiratória 
adequada e nível de saturação de oxigênio 
adequado quando comparados aos valores 
basais. Durante todo o período de 
recuperação, os sinais físicos do cliente são 
observados e avaliados por meio de um 
sistema de pontuação (pontuação Aldrete) 
baseado em um conjunto de critérios 
objetivos. Possibilita uma avaliação 
objetiva da condição do cliente na URPA. 
A pontuação Aldrete geralmente está entre 
8 e 10 antes da alta da URPA. Os clientes 
com uma pontuação inferior a 7 devem 
permanecer na URPA até que sua condição 
melhore ou até que sejam transferidos para 
uma área de cuidados intensivos, 
dependendo de sua pontuação basal no 
período pré-operatório. A alta é de 
responsabilidade do anestesista. 
 
 É necessário avaliar o nível de dor, as 
características da dor (localização, qualidade) e 
o horário, o tipo e a via de administração da 
última dose de analgésico. Pode ser avaliada por 
meio de escalas unidimensionais, como Escala 
de Estimativa Numérica; Escala Analógica 
Visual (EAV); Escala Verbal e Escala de Face. 
 Dor em repouso: dor moderada (duração entre 
2 a 3 dias após a cirurgia). Dor ao movimento: 
relacionada à deambulação ou tosse. Dor forte: 
pior durante os primeiros 2 a 3 dias (a 
capacidade funcional está limitada durante esse 
período). 
 
 
terapêutico, alta hospitalar e recuperação completa. As principais preocupações são ventilação adequada, 
estabilidade hemodinâmica, dor incisional, integridade do local cirúrgico, náuseas e vômitos, estado 
neurológico e micção espontânea. A frequência cardíaca, a pressão arterial e a frequência respiratória são 
verificadas e anotadas pelo menos a cada 15 min durante a primeira hora e a cada 30 min nas próximas 2 h. A 
temperatura é monitorada a cada 4 h nas primeiras 24 h. 
 O cliente começa a retomar ao seu estado normal algumas horas após a cirurgia ou na manhã seguinte. Se 
sentem mais alerta e com menos náuseas e ansiedade. Começam seus exercícios respiratórios e de membros 
inferiores conforme apropriado ao tipo de cirurgia, e muitos balançam as pernas enquanto sentados na beira 
do leito, levantam-se e deambulam poucos metros. O foco de atenção muda do manejo fisiológico intenso e 
alívio sintomático dos efeitos adversos da anestesia para a recuperação da independência no autocuidado e o 
preparo para a alta. 
 A seguir estão os principais diagnósticos de enfermagem utilizados na avaliação PO: 
 Risco de eliminação traqueobrônquica ineficaz, relacionado com função respiratória deprimida, dor e 
repouso; 
 Dor aguda relacionada com a incisão cirúrgica •Débito cardíaco diminuído, relacionado com choque ou 
hemorragia; 
 Risco de intolerância à atividade, relacionado com a fraqueza generalizada secundária à cirurgia; 
 Integridade da pele prejudicada, relacionada com incisão cirúrgica e drenos; 
 Termorregulação ineficaz, relacionada com o ambiente cirúrgico e com os agentes anestésicos; 
 Risco de nutrição desequilibrada, ingestão menos do que as necessidades corporais, relacionada com a 
diminuição da ingestão e com a maior necessidade de nutrientes secundários à cirurgia; 
 Risco de constipação intestinal, relacionado com os efeitos de medicamentos, da cirurgia, de mudanças na 
dieta e da imobilidade; 
 Risco de retenção urinária relacionada com os agentes anestésicos; 
 Risco de lesão, relacionado com o procedimento cirúrgico/posicionamento ou com agentes anestésicos; 
 Ansiedade, relacionada com o procedimento cirúrgico; 
 Risco de gerenciamento ineficaz do esquema terapêutico, relacionado com manejo de feridas, restrições 
dietéticas, atividade recomendadas, medicamentos, cuidados de acompanhamento ou sinais e sintomas de 
complicações. 
 
 Prevenção de complicações respiratórias: Os efeitos de depressão respiratória dos opioides, a diminuição 
da expansibilidade pulmonar secundária à dor e a redução da mobilidade combinam-se para colocar o cliente 
em risco de complicações respiratórias. 
 A atelectasia (colapso alveolar) continua sendo um risco para o cliente que não está se movimentando bem 
ou deambulando ou que não está realizando exercícios de respiração profunda e tosse cinética e nem usando 
um espirômetro de incentivo. Os sinais e sintomas incluem diminuição do murmúrio vesicular sobre a área 
afetada, crepitações e tosse. As crepitações indicam secreções pulmonares estáticas que precisam ser 
mobilizadas por meio da tosse e de exercícios de respiração profunda. Quando um tampão de muco obstrui 
completamente um dos brônquios, o tecido pulmonar além do tampão colaba, resultando em atelectasia. 
Mesmo que não estejatotalmente acordado da anestesia, pode ser solicitado que o cliente realize várias 
respirações profundas. Isso ajuda a expelir agentes anestésicos residuais, mobilizar secreções e evitar a 
atelectasia. 
 A pneumonia é caracterizada por calafrios e febre, taquicardia e taquipneia. A tosse pode ou não ocorrer e 
pode ou não ser produtiva. Os SS e sintomas muitas vezes são vagos, talvez com discreta elevação da 
temperatura, frequência cardíaca e frequência respiratória, bem como tosse. O exame físico revela macicez e 
crepitações na base dos pulmões. Se a doença progredir, os resultados podem ser fatais. Para remover as 
secreções e prevenir a pneumonia, a enfermeira incentiva o cliente a mudar de decúbito com frequência, 
respirar fundo, tossir e usar o espirômetro de incentivo pelo menos a cada 2 h. Esses exercícios pulmonares 
devem começar assim que o cliente chegar à unidade clínica e continuar até que o cliente receba alta. 
 Existem dois tipos de hipoxemia: a hipoxemia subaguda envolve baixo nível constante de satO2 quando a 
respiração parece normal. A hipoxemia episódica desenvolve-se repentinamente e o cliente corre risco de 
disfunção cerebral, isquemia do miocárdio e parada cardíaca. Pacientes que correm maior risco de hipoxemia 
são os submetidos à cirurgias de grande porte, obesos e os que já possuem problemas pulmonares 
preexistentes. Os agentes analgésicos são administrados para possibilitar uma tosse mais eficaz, e o oxigênio, 
conforme prescrito, para prevenir ou aliviar a hipóxia. 
 A tosse é contraindicada para clientes com lesões na cabeça ou que foram submetidos a cirurgia intracraniana 
(por causa do risco de elevação da pressão intracraniana), bem como naqueles submetidos a cirurgias 
oftalmológicas (por causa do risco de aumentar a pressão intraocular) ou cirurgia plástica (risco de aumentar 
a tensão sobre tecidos delicados). 
 
 Alívio da dor: a intensidade da dor pós-operatória diminui gradualmente nos dias subsequentes. Muitos 
fatores (motivacionais, afetivos, cognitivos, emocionais e culturais) influenciam a experiência de dor. A 
intensidade da dor pós-operatória e a tolerância do cliente dependem do local da incisão, da natureza do 
procedimento cirúrgico, do grau de traumatismo cirúrgico, do tipo de anestesia e da via de administração. 
 A dor intensa estimula a resposta ao estresse, que afeta negativamente os sistemas cardíaco e imunológico. 
Quando os impulsos dolorosos são transmitidos, tanto a tensão muscular quanto a vasoconstrição local 
aumentam, estimulando ainda mais os receptores de dor. Isso aumenta a demanda e o consumo de oxigênio 
do miocárdio. A resposta de estresse do hipotálamo também resulta em aumento da viscosidade do sangue e 
na agregação plaquetária, aumentando o risco de trombose e embolia pulmonar. 
 Muitas vezes, o médico prescreve fármacos ou dosagens diferentes para níveis diferentes de dor. A 
enfermeira discute essas opções com o cliente para determinar a melhor medicação. A enfermeira avalia a 
efetividade da medicação periodicamente, iniciando 30 min depois da administração ou assim que possível se 
a medicação estiver sendo administrada por analgesia controlada pelo cliente (ACC). 
 Analgésicos opioides: são comumente prescritos para dor e agitação psicomotora no período pós-operatório 
imediato. Uma abordagem preventiva, em vez de uma abordagem “conforme a necessidade”. Com a 
abordagem preventiva, a medicação é administrada em intervalos prescritos, e não quando a dor se torna grave 
ou insuportável. O controle da dor com opioides a curto prazo no PO não gera riscos de dependência. 
 Analgesia controlada pelo cliente (ACC): O objetivo da enfermeira é a prevenção da dor, em vez do 
controle da dor esporádica. A ACC possibilita aos clientes administrar sua própria medicação para a dor, 
quando necessário. Os dois requisitos são o entendimento das necessidades de autodosagem e a capacidade 
física para isso. A dose de medicamento fornecido por via IV ou epidural e o intervalo de tempo durante o 
qual o medicamento opioide é liberado são controlados pelo dispositivo de ACC. Promove a participação do 
cliente no cuidado de saúde, elimina a administração tardia de analgésicos, mantém um nível terapêutico de 
fármacos e possibilita que o cliente se movimente, mude o decúbito, tussa e respire profundamente com menos 
dor, reduzindo assim as complicações pulmonares pós-operatórias. 
 Para a dor difícil de controlar, pode ser empregado um sistema de manejo subcutâneo da dor. m cateter de 
náilon é inserido no local da área afetada conectado a uma bomba que infunde uma dose constante de 
anestésico local segundo a prescrição do médico. Medidas não farmacológicas de alívio da dor, como 
imaginação guiada, musicoterapia e aplicação de calor ou frio (se prescritas), foram bem-sucedidas na 
diminuição da dor. Mudar o cliente de posição, usar a distração, aplicar compressas frias no rosto e fornecer 
massagem pode ser útil para aliviar o desconforto geral temporariamente, promover o relaxamento e tornar a 
medicação mais eficaz quando esta for administrada. 
 
 Promoção do débito cardíaco: as alterações do volume circulante, o estresse da cirurgia e os efeitos de 
medicamentos e preparações pré-operatórias afetam a função cardiovascular. A reposição de líquido por via 
IV pode ser prescrita para até 24 h depois da cirurgia ou até que o cliente esteja estável e tolere líquidos por 
via oral. Indica-se o monitoramento cuidadoso para detectar e corrigir as condições, como o déficit de volume 
de líquidos, a perfusão tissular alterada e a diminuição do débito cardíaco, que podem intensificar o 
desconforto do cliente, aumentando o risco de complicações e prolongando o período de internamento. A 
estase venosa pela desidratação, imobilidade e compressão das veias dos membros inferiores durante a cirurgia 
coloca o cliente em risco de tromboembolismo venoso. Exercícios para os membros inferiores e mudanças de 
posição frequentes são introduzidos no início do período pós-operatório para estimular a circulação. 
 O manejo da enfermeira inclui avaliar se os cateteres IV estão desobstruídos e garantir que as soluções 
corretas são administradas na velocidade estabelecida. A ingestão e a eliminação, incluindo vômito e a 
eliminação pelos sistemas de drenagem de feridas, são registradas separadamente e totalizadas para determinar 
se há equilíbrio hídrico. Se o cliente usa um cateter vesical de demora, monitora-se a eliminação horária e 
relatam-se valores inferiores a 30 mℓ por hora; se o cliente está urinando, relata-se uma eliminação inferior a 
240 mℓ por turno de 8 h. Os níveis de eletrólitos e os níveis de hemoglobina e hematócrito são monitorados. 
A diminuição dos níveis de hemoglobina e do hematócrito pode indicar perda de sangue ou diluição do volume 
circulante por soluções intravenosas. Se a diluição estiver contribuindo para os níveis diminuídos, a 
hemoglobina e o hematócrito subirão à medida que o estresse diminuir e os líquidos forem mobilizados e 
excretados. 
 
 Incentivo à atividade física: a deambulação precoce tem um efeito significativo sobre a recuperação e a 
prevenção de complicações (p. ex., atelectasia, pneumonia hipostática, desconforto gastrintestinal [GI], 
problemas circulatórios). Reduz a distensão abdominal pós-operatória, aumentando o tônus do sistema 
digestório e da parede abdominal, bem como estimulando o peristaltismo. Previne a estagnação do sangue, e 
eventos tromboembólicos ocorrem com menor frequência. A dor é frequentemente diminuída e o tempo de 
internação é menor e menos dispendioso. 
 A hipotensão ortostática é uma queda anormal na pressão arterial que ocorre conforme o cliente passa do 
decúbito dorsal para a posição ortostática. É comum após a cirurgia, por causa das mudanças no volume 
sanguíneo circulante e do repouso no leito. Os sinais e sintomas incluem redução de 20 mmHg da pressãoarterial sistólica ou de 10 mmHg da pressão arterial diastólica, fraqueza, tontura e desmaio. Para detectar a 
hipotensão ortostática, a enfermeira avalia a pressão arterial do cliente inicialmente em decúbito dorsal, depois 
que o cliente se senta, novamente após o cliente ficar em pé e 2 a 3 min mais tarde. Em caso de tontura é 
recomendada o adiamento da deambulação por algumas horas. 
 
 Cicatrização: pode ocorrer de três maneiras: cicatrização por primeira intenção, segunda intenção e terceira 
intenção. Deve-se realizar inspeção para analisar a aproximação das bordas da ferida, a integridade de suturas 
ou grampos, vermelhidão, manchas, calor, turgência, sensibilidade incomum ou drenagem. Os principais 
quesitos a serem relatados que interferem na cicatrização de feridas são: idade (quanto mais velho, menos 
resistência o tecido possui); hemorragia (Acúmulo de sangue cria espaços mortos, bem como células mortas, 
que devem ser retiradas. A área torna-se um meio de crescimento para os microrganismos); hipovolemia 
(vasoconstrição e redução do oxigênio e nutrientes disponíveis para a cicatrização); déficits nutricionais 
(depleção proteicocalórica. A secreção de insulina pode ser inibida, fazendo com que a glicose no sangue 
aumente); acúmulo de secreções (dificulta o processo de cicatrização). 
 
 Drenos cirúrgicos: são tubos que saem da área peri-incisional e continuam até um dispositivo de vácuo 
portátil para drenagem de ferida (fechado) ou até um curativo (aberto). O princípio é possibilitar o 
extravasamento de líquido que poderiam servir como meio de cultura para bactérias. No vácuo portátil para 
drenagem de ferida, a aspiração delicada e constante melhora a drenagem desse líquido e colaba os retalhos 
de pele contra o tecido subjacente, eliminando assim o “espaço morto”. Os tipos de drenos de ferida incluem 
os drenos de Penrose, Hemovac e Jackson-Pratt. 
 
 Troca de curativo: Aplica-se um curativo a uma ferida por um ou mais dos seguintes motivos: (1) para 
proporcionar um ambiente adequado para a cicatrização; (2) para absorver a drenagem; (3) para imobilizar ou 
conter a ferida; (4) para proteger a ferida e um novo tecido epitelial de uma lesão mecânica; (5) para proteger 
a ferida de contaminação bacteriana e sujeira por fezes, vômitos e urina; (6) para promover a hemostasia, 
como em um curativo compressivo; e (7) para proporcionar conforto físico e mental ao cliente. 
 
 Manutenção da temperatura corporal normal: O cliente ainda corre risco de hipertermia maligna e 
hipotermia no período pós-operatório. Tenta-se identificar a hipertermia maligna e tratá-la precoce e 
prontamente. Os clientes que receberam anestesia são suscetíveis a calafrios e correntes de ar. O manejo da 
hipotermia, iniciado no intraoperatório, estende-se ao período pós-operatório para evitar a perda significativa 
de nitrogênio e o catabolismo. O quarto é mantido em uma temperatura confortável, e são fornecidos 
cobertores para evitar que ele se resfrie. O tratamento inclui a administração de oxigênio, a hidratação 
adequada e a nutrição correta. O cliente também é monitorado quanto a arritmias cardíacas. 
 
 Manejo da função GI e retomada da nutrição: Se o risco de vômitos for alto em razão da natureza da 
cirurgia, insere-se uma sonda nasogástrica no pré-operatório, que continua sendo usada durante toda a cirurgia 
e no pós-operatório imediato. Após a cirurgia podem ocorrer soluços, produzidos por espasmos intermitentes 
do diafragma secundários à irritação do nervo frênico. A irritação pode ser direta, como pela estimulação do 
nervo pelo estômago dilatado, abscesso subdiafragmático ou distensão abdominal; indireta, como por toxemia 
ou uremia que estimula o nervo; ou reflexa, como pela irritação de um dreno ou pela obstrução dos intestinos. 
A ingestão de alimentos estimula os sucos digestivos e promove a função gástrica e o peristaltismo intestinal. 
O retorno à ingestão normal deve continuar em um ritmo determinado pelo cliente. A natureza da cirurgia e o 
tipo de anestesia afetam diretamente a velocidade com que a atividade gástrica normal é retomada. Os líquidos 
geralmente são as primeiras substâncias desejadas e toleradas pelo cliente após a cirurgia. Água, suco e chá 
podem ser dados em quantidades crescentes. Líquidos em temperatura ambiente são mais facilmente tolerados 
do que aqueles gelados ou quentes. Alimentos pastosos (gelatina, creme, leite e sopas cremosas) são 
adicionados gradualmente depois de os líquidos claros serem tolerados. Assim que o cliente tolerar também 
alimentos pastosos, pode ser dada comida sólida. 
 A distensão pós-operatória do abdome resulta do acúmulo de gases no sistema digestório. A manipulação 
dos órgãos abdominais durante a cirurgia pode causar a perda da peristalse durante 24 a 48 h, dependendo do 
tipo e da extensão da cirurgia. Mesmo que nada seja administrado por via oral, o ar deglutido e as secreções 
do sistema digestório entram no estômago e nos intestinos; se não forem impulsionados pelo peristaltismo, 
acumulam-se nos intestinos, provocando distensão e fazendo com que o cliente se queixe de plenitude ou dor 
no abdome. Na maioria das vezes, o gás se acumula no cólon. A distensão abdominal é piorada ainda pela 
imobilidade, pelos agentes anestésicos e pelo uso de fármacos opioides. Depois de uma cirurgia abdominal, a 
distensão pode ser evitada ao se mudar o cliente de decúbito com frequência, promovendo exercícios e 
deambulação o mais precocemente possível. A enfermeira detecta ruídos intestinais auscultando o abdome 
com um estetoscópio. Documentam-se os ruídos intestinais para que possa ocorrer a progressão da dieta. 
 
 Promoção da função intestinal: A constipação intestinal é comum depois de uma cirurgia e pode ser uma 
complicação leve ou grave. A diminuição da mobilidade, a redução da ingestão e o uso de analgésicos opioides 
contribuem para a dificuldade em defecar. a irritação e o traumatismo ao intestino durante a cirurgia podem 
inibir o movimento intestinal durante vários dias. O efeito combinado da deambulação precoce, da melhora 
da ingestão alimentar e de um laxante (se prescrito) promove a eliminação intestinal. Até que o cliente relate 
a retomada da função intestinal, a enfermeira deve avaliar o abdome em busca de distensão, e existência e 
frequência dos ruídos intestinais. Se o abdome não estiver distendido e os ruídos intestinais estiverem 
presentes, e se o cliente não evacuar no segundo ou no terceiro dia de pós-operatório, deve-se notificar o 
médico de modo a solicitar um laxante ou outro exame ou intervenção, conforme a necessidade. 
 
 Manejo da micção: distensão da bexiga e a vontade de urinar devem ser avaliadas no momento da admissão 
do cliente à unidade e, com frequência, posteriormente. Espera-se que o cliente urine em 8 h após a cirurgia 
(incluindo o tempo gasto na URPA). Se o cliente precisar urinar e não conseguir fazê-lo, ou se a bexiga estiver 
distendida e o cliente não sentir vontade ou não for capaz de urinar, o cateterismo não é adiado apenas em 
função do período de tempo de 8 h. Deve-se tentar todos os métodos para estimular o cliente a urinar (p. ex., 
o ruído de água correndo, aplicação de calor ao períneo). Se o cliente não conseguir urinar em um intervalo 
de tempo especificado, passa-se um cateter de alívio que é removido depois de a bexiga ter sido esvaziada. O 
cateterismo de alívio, intermitente, é preferível ao cateterismo de demora, pois tem menor risco de infecções. 
A enfermeira observa a quantidade de urina eliminada e palpa a região suprapúbica em busca de distensão ou 
sensibilidade. 
 
 Manutenção de um ambiente seguro: A enfermeira avalia o nível de consciência e a orientação do cliente 
e determina se ele é capaz de retomar o uso dos dispositivos de assistência, conforme necessário (p. ex., óculos 
ou aparelho auditivo). Déficit visual, incapacidade de ouvir as instruções do pós-operatórioou incapacidade 
de se comunicar verbalmente colocam o cliente em risco de lesão. Todos os objetos de que o cliente pode 
precisar devem estar a seu alcance, especialmente a campainha de chamada. 
 
 Prestação de cuidado emocional ao cliente e à família: A enfermeira ajuda o cliente e a família a 
enfrentarem o estresse e a ansiedade, proporcionando segurança e informação, bem como disponibilizando 
um tempo para ouvir e abordar suas preocupações. A enfermeira descreve as rotinas hospitalares e o que 
esperar do momento até a alta e explica o objetivo das avaliações e intervenções de enfermagem. Informar aos 
clientes quando eles serão capazes de ingerir líquidos ou comer, quando sairão do leito e quando os tubos e 
drenos serão removidos os ajuda a adquirir uma sensação de controle e participação na recuperação, e a 
envolver-se no plano de cuidados. Reconhecer as preocupações dos familiares e aceitar e incentivar a sua 
participação nos cuidados do cliente faz com que sintam que estão ajudando seu ente querido. 
 
Manejo de complicações potenciais 
 Complicações potenciais no PO: Respiratório: atelectasia, pneumonia, embolia pulmonar, aspiração; 
cardiovascular: choque e tromboflebite; neurológico: delirium, AVE; pele/ferida: ruptura, infecção, 
deiscência, evisceração, cicatrização demorada, hemorragia, hematoma; GI: constipação, íleo paralítico, 
obstrução intestinal; urinário: retenção urinária aguda, infecção urinária; funciona: fraqueza, cansaço, declínio 
funcional; tromboembólico: TVP e embolia pulmonar. 
 
 Tromboembolismo venoso: complicações do TEV: TVP e a EP. A heparina de baixo peso molecular ou 
em baixa dose e a varfarina em baixa dose são anticoagulantes que podem ser utilizados. A compressão 
pneumática externa e as meias antiembólicas podem ser utilizadas isoladamente ou em combinação com a 
heparina em baixa dose. A resposta ao estresse iniciada pela cirurgia inibe o sistema fibrinolítico, resultando 
em hipercoagulabilidade no sangue. Desidratação, baixo débito cardíaco, acúmulo de sangue nos membros e 
repouso no leito aumentam o risco de trombose. Fatores como histórico de trombose, malignidade, 
traumatismo, obesidade, cateteres venosos de longa permanência e uso de hormônios (p. ex., o estrogênio) 
aumentam o risco. O primeiro sintoma da TVP pode ser dor ou cãibra na panturrilha. A dor espontânea e à 
palpação inicial pode ser seguida por edema doloroso de toda a perna, muitas vezes acompanhado de febre, 
calafrios e sudorese. Os benefícios da deambulação precoce e dos exercícios de membros inferiores na 
prevenção da TVP não podem ser subestimados, e essas atividades são recomendadas a todos os clientes, 
independentemente do seu risco. É importante evitar o uso de rolos de cobertor, rolos de travesseiros ou 
qualquer modo de elevação dos joelhos que podem comprimir os vasos sob os joelhos. Mesmo ficar com os 
pés pendentes por tempo prolongado. Pode ser perigoso e não é recomendado em clientes suscetíveis, porque 
a pressão sob os joelhos pode impedir a circulação. A hidratação adequada também é incentivada; pode-se 
oferecer suco e água ao cliente ao longo do dia, a fim de evitar a desidratação. 
 
 Hematoma: Essa hemorragia geralmente para espontaneamente, mas resulta em formação de coágulo 
(hematoma) na ferida. Se o coágulo for pequeno, será absorvido e não precisa ser tratado. Se for grande, a 
ferida geralmente apresenta discreta protuberância, e a cicatrização será mais lenta, a menos que o coágulo 
seja retirado. Após o médico remover as suturas, o coágulo é evacuado e a ferida é acondicionada com gaze 
frouxa. A cicatrização geralmente ocorre por granulação, ou pode-se fazer uma sutura secundária. 
 
 Infecção (sepse da ferida): Uma complicação potencialmente fatal como a infecção aumenta o tempo de 
internação, os custos dos cuidados e o risco de complicações posteriores. As feridas cirúrgicas são 
classificadas de acordo com o grau de contaminação. Fatores relacionados com o cliente incluem idade, estado 
nutricional, diabetes melito, tabagismo, obesidade, infecções remotas, microrganismos endógenos das 
mucosas, resposta imune alterada, duração da internação pré-operatória e gravidade da doença. Fatores 
relacionados com o procedimento cirúrgico incluem o método de preparação da pele no pré-operatório, os 
trajes cirúrgicos da equipe, o método de colocação dos campos estéreis, a duração da cirurgia, a profilaxia 
antimicrobiana, a técnica asséptica, os fatores relacionados com a técnica cirúrgica, os drenos ou material 
estranho, a ventilação da SO, a duração do procedimento e os microrganismos exógenos. Outros fatores de 
risco para sepse da ferida incluem contaminação da ferida, corpo estranho, técnica de sutura defeituosa, tecido 
desvitalizado, hematoma, debilitação, desidratação, desnutrição, anemia, obesidade, choque, duração do 
procedimento cirúrgico e distúrbios associados. Os sinais e sintomas de infecção da ferida incluem o aumento 
da frequência cardíaca e temperatura; leucocitose; edema, calor, sensibilidade ou secreção da ferida; e dor 
incisional. Os sinais locais podem não existir se a infecção for profunda. 
Categoria cirúrgica Determinantes da categoria 
Pós-cirúrgica 
Risco 
esperado de 
infecção % 
Limpa Local não traumático; Local não infectado; Ausência de inflamação; 
Sem interrupção da técnica asséptica; Ausência de penetração nos 
sistemas respiratório, digestório, genital e urinário ou na orofaringe. 
1 a 3 
Limpa contaminada Penetração nos sistemas respiratório, digestório, genital e urinário ou 
na orofaringe, sem contaminação incomum, Apendicectomia 
Descumprimento discreto da técnica asséptica Drenagem mecânica. 
3 a 7 
Contaminada Feridas traumáticas abertas recentes; Extravasamento macroscópico 
do sistema digestório; Descumprimento importante da técnica 
asséptica; Penetração no sistema digestório ou nas vias biliares 
quando a urina ou bile está infectada. 
7 a 16 
Suja Ferida traumática com reparo tardio, tecido desvitalizado, corpos 
estranhos ou contaminação fecal; Inflamação aguda e drenagem 
purulenta encontradas durante o procedimento. 
16 a 29 
 
 Deiscência da ferida e evisceração: A deiscência da ferida (rompimento da incisão ou ferida cirúrgica) e a 
evisceração (protrusão do conteúdo da ferida) são complicações cirúrgicas graves. Essas complicações 
resultam de suturas que cedem, de infecções ou, mais frequentemente, de distensão importante ou tosse 
vigorosa. Também podem ocorrer por causa de idade avançada, anemia, estado nutricional, obesidade, câncer, 
diabetes melito, uso de esteroides e outros fatores em clientes submetidos a cirurgia abdominal. Quando as 
bordas da ferida se separam devagar, os intestinos podem ou não se projetar gradualmente, e o primeiro sinal 
pode ser um jato de líquido peritoneal sanguinolento (serossanguinolento) da ferida. Quando uma ferida se 
rompe de repente, alças intestinais podem ser empurradas para fora do abdome. O cliente pode relatar que 
“alguma coisa cedeu”. A evisceração causa dor e pode estar associada a vômitos. 
 
 Considerações gerontológicas: Delirium, pneumonia, diminuição da capacidade funcional, exacerbação 
das comorbidades, úlceras por pressão, diminuição da ingestão, distúrbio gastrintestinal e quedas são ameaças 
à recuperação do adulto mais velho. O delirium pós-operatório, caracterizado por confusão mental, déficits 
perceptivos e cognitivos, níveis de atenção alterados, transtornos do sono e comprometimento das habilidades 
psicomotoras, é um problema importante para o idoso, tendo causas multifatoriais. Pode ser indicador inicial 
ou o único indicador de infecção, desequilíbrio hidroletrolítico ou deterioração do estado respiratório ou 
hemodinâmico no cliente idoso. Os fatores que determinam se um cliente corre risco de delirium são idade, 
histórico de etilismo, função cognitiva pré-operatória, aspecto físico, níveis séricos bioquímicos etipo de 
cirurgia.

Mais conteúdos dessa disciplina