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Controladoria_2012

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Controladoria
Caderno de Estudos
Prof. luciano Fernandes
Editora Grupo UNIASSELVI
2012
NEAD
Educação a Distância
GRUPO
Copyright  Editora GRUPO UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof. Luciano Fernandes
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo Da Vinci - UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
Grupo UNIASSELVI – Indaial.
 
657.45
F363c Fernandes, Luciano
 Controladoria / Luciano Fernandes. Indaial : Uniasselvi, 
2012.
 331 p. : il.
 
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830-513-0
1. Auditoria - controladoria.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 
 
aPrESEntaÇÃo
Caro(a) acadêmico(a)!
Diz o provérbio chinês que “Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a 
colher aquilo que plantamos”.
Plantei para você a semente do conhecimento na disciplina de Controladoria e você 
poderá, ao fim da terceira unidade, colher os melhores frutos que conseguir.
Tenha certeza de uma coisa! Você está se preparando para uma das profissões mais 
valorizadas nos tempos atuais, e nesta profissão o controller é um dos principais e mais atuantes 
cargos em atividade nas organizações, pois além da sua visão holística de todos os processos 
de negócio, possui competências e habilidades multidisciplinares para atuar no ponto nevrálgico 
que mais impacta na eficiência e eficácia das organizações, o processo de gestão.
Para que consiga atingir este propósito, a Unidade 1 abordará os conceitos básicos 
de controladoria, com o seu processo natural e evolutivo, a sua estrutura conceitual à luz da 
ciência, as funções que a controladoria deve exercer e as atribuições e perfil do profissional 
controller. Ainda será abordada a estrutura organizacional, discutindo a controladoria como 
órgão formal do sistema empresa, dotado de objetivos e missão, e como a ciência se materializa 
nas organizações através das funções de controladoria.
Na Unidade 2 será abordada a controladoria e sua relação com o processo de 
gestão das organizações, porém a visão holística proporcionada pela controladoria requer 
conhecimento sistêmico, observando a empresa como sistema aberto e dinâmico. Além disso, 
será abordada a função da controladoria inserida no processo de gestão, a importância da 
função controles internos e função de gestão da informação para a controladoria e, ainda, os 
princípios relacionados à governança corporativa.
Finalmente, na Unidade 3 será abordada a controladoria no controle. Aqui será discutido 
o uso de alguns artefatos (ferramentas) utilizados pela controladoria para que consiga cumprir 
sua missão. O uso desses artefatos para apoiar as atividades de controladoria, que aqui será 
abordado, tem como enfoque na avaliação de desempenho, utilizando os conceitos de criação 
de valor, avaliação de custos usando conceitos marginais, ponto de equilíbrio, análise de 
variações, entre outros. Também considera a formação de preço de venda, avaliação financeira 
com uso de conceitos de retorno de investimentos e análise das demonstrações contábeis, 
planejamento orçamentário e avaliação da gestão tributária.
Bons estudos!
Prof. luciano Fernandes
iii
iv
UNI
Oi!! Eu sou o UNI, você já me conhece das outras disciplinas. 
Estarei com você ao longo deste caderno. Acompanharei os seus 
estudos e, sempre que precisar, farei algumas observações. 
Desejo a você excelentes estudos! 
 UNI
v
SUMÁrio
Plano dE EnSino da diSCiPlina .............................................................................. ix
UnidadE 1: orGaniZaÇÃo EStrUtUral da Controladoria ......................... 1
tÓPiCo 1: aSPECtoS HiStÓriCoS da Controladoria ..................................... 3
1 introdUÇÃo ............................................................................................................... 3
2 EVolUÇÃo da ContaBilidadE E o SUrGiMEnto da Controladoria ....... 4
3 dESEnVolViMEnto da ContaBilidadE GErEnCial E a 
Controladoria ....................................................................................................... 6
rESUMo do tÓPiCo 1 ................................................................................................. 10
aUtoatiVidadE ............................................................................................................ 11
tÓPiCo 2: EStrUtUra ConCEitUal da Controladoria ................................ 15
1 introdUÇÃo ............................................................................................................. 15
2 EStrUtUra ConCEitUal BÁSiCa dE Controladoria ................................. 16
3 dEFiniÇÃo E oBJEto da Controladoria ........................................................ 18
3.1 DEFINIÇÃO DA CONTROLADORIA ......................................................................... 18
3.2 OBJETO DA CONTROLADORIA .............................................................................. 21
4 a Controladoria E o rElaCionaMEnto CoM aS ÁrEaS aFinS ............... 23
5 SUBdiViSÕES da Controladoria ...................................................................... 25
rESUMo do tÓPiCo 2 ................................................................................................. 26
aUtoatiVidadE ........................................................................................................... 27
tÓPiCo 3: EStrUtUra FUnCional da Controladoria .................................. 31
1 introdUÇÃo ............................................................................................................. 31
2 atiVidadES E FUnÇÕES da Controladoria ................................................... 32
3 o ProFiSSional CONTROLLER naS orGaniZaÇÕES ...................................... 38
3.1 PERFIL DA FUNÇÃO ................................................................................................ 40
3.2 ATRIBUIÇÕES DO CONTROLLER ........................................................................... 43
4 rElaÇÃo EntrE Controladoria VERSUS ControlE intErno ............... 44
5 rElaÇÃo EntrE Controladoria VERSUS aUditoria intErna E 
FUnÇÃo dE ControlE intErno ......................................................................... 46
6 FUnÇÕES dE Controladoria E tESoUraria ................................................. 48
rESUMo do tÓPiCo 3 ................................................................................................. 49
aUtoatiVidadE ........................................................................................................... 51
tÓPiCo 4: EStrUtUra orGaniZaCional da Controladoria ....................... 55
1 introdUÇÃo ............................................................................................................. 55
2 a UnidadE orGaniZaCional CHaMada Controladoria ............................ 56
3 MiSSÃo E oBJEtiVoS da Controladoria ....................................................... 58
4 PoSiCionaMEnto na EStrUtUra orGaniZaCional ..................................... 61
vi
5 orGaniZaÇÃo intErna da Controladoria ................................................... 63
lEitUra CoMPlEMEntar .......................................................................................... 65
rESUMo do tÓPiCo 4 ................................................................................................. 67
aUtoatiVidadE ........................................................................................................... 68
aValiaÇÃo .................................................................................................................... 71
UnidadE 2: a Controladoria no ProCESSo dE GEStÃo daS 
EMPrESaS ............................................................................................... 73
tÓPiCo 1: EnFoQUE SiStÊMiCo E o SiStEMa-EMPrESa.................................... 75
1 introdUÇÃo ............................................................................................................. 75
2 ConCEito E CaraCtErÍStiCaS dE SiStEMa ..................................................... 75
3 a EMPrESa CoMo SiStEMa aBErto E dinÂMiCo ............................................. 80
4 oS SUBSiStEMaS do SiStEMa-EMPrESa ........................................................... 84
5 FUnÇÃo Controladoria inSErida no SiStEMa dE GEStÃo ...................... 92
5.1 PROCESSO DECISÓRIO ......................................................................................... 94
5.2 MODELO DE GESTÃO E O PROCESSO DE GESTÃO .......................................... 97
5.2.1 Planejamento ........................................................................................................ 102
5.2.1.1 Processo de planejamento ................................................................................ 103
5.2.1.2 Planejamento estratégico .................................................................................. 107
5.2.1.3 Planejamento tático ........................................................................................... 130
5.2.1.4 Planejamento operacional ................................................................................. 130
5.2.1.5 Estudo de caso: orçamento empresarial da empresa Controlatudo Ltda. ........ 134
5.2.2 Execução .............................................................................................................. 146
5.2.3 Controle ................................................................................................................ 147
5.3 MEDIDAS CORRETIVAS ........................................................................................ 152
rESUMo do tÓPiCo 1 ............................................................................................... 153
aUtoatiVidadE ......................................................................................................... 155
tÓPiCo 2: SiStEMaS dE ControlE intErno ..................................................... 159
1 introdUÇÃo ........................................................................................................... 159
2 aSPECtoS ConCEitUaiS do ControlE intErno ......................................... 160
3 iMPortÂnCia E oBJEtiVoS do SiStEMa dE ControlE intErno .............. 163
4 EStrUtUra dE ModEloS EM ControlES intErnoS UtiliZadoS naS 
EMPrESaS ............................................................................................................... 166
5 FraUdE VERSUS FraQUEZaS dE ControlES intErnoS ............................ 179
rESUMo do tÓPiCo 2 ............................................................................................... 182
aUtoatiVidadE ......................................................................................................... 183
tÓPiCo 3: SiStEMaS dE inForMaÇÃo ................................................................. 187
1 introdUÇÃo ........................................................................................................... 187
2 aSPECtoS ConCEitUaiS dE SiStEMaS dE inForMaÇÃo ............................. 187
3 inForMaÇÕES nECESSÁriaS no ProCESSo dE GEStÃo ............................ 189
vii
4 SiStEMaS dE inForMaÇÃo GErEnCial ........................................................... 191
4.1 SISTEMAS DE PADRÕES ...................................................................................... 192
5 SiStEMaS dE inForMaÇÃo ContÁBil (SiC) .................................................... 194
rESUMo do tÓPiCo 3 ............................................................................................... 197
aUtoatiVidadE ......................................................................................................... 199
tÓPiCo 4: GoVErnanÇa CorPoratiVa E a tEoria da aGÊnCia .................. 203
1 introdUÇÃo ........................................................................................................... 203
2 ConCEito dE ACCOUNTABILITY E SUa rElaÇÃo CoM a 
Controladoria ................................................................................................... 204
3 tEoria da aGÊnCia ............................................................................................... 207
3.1 PROBLEMAS DE AGÊNCIA ................................................................................... 209
3.2 CUSTOS DE AGÊNCIA ........................................................................................... 210
3.3 ASSIMETRIA DE INFORMAÇÕES ......................................................................... 210
4 GoVErnanÇa CorPoratiVa ............................................................................... 213
4.1 GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL ......................................................... 215
lEitUra CoMPlEMEntar ........................................................................................ 217
rESUMo do tÓPiCo 4 ............................................................................................... 220
aUtoatiVidadE ......................................................................................................... 222
aValiaÇÃo .................................................................................................................. 225
UnidadE 3: a Controladoria Para o ControlE .......................................... 227
tÓPiCo 1: ControlE E aValiaÇÃo dE dESEMPEnHo ...................................... 229
1 introdUÇÃo ........................................................................................................... 229
2 oBJEtiVo dE UMa aValiaÇÃo Por dESEMPEnHo ......................................... 230
3 ContaBilidadE diViSional Por rESPonSaBilidadE oU UnidadES ....... 231
3.1 FUNDAMENTOS ..................................................................................................... 231
3.2 CENTROS DE RESPONSABILIDADE .................................................................... 232
4 CriaÇÃo dE Valor Para EMPrESa CoMo FoCo da Controladoria ... 233
4.1 PROCESSO EMPRESARIAL E O VALOR AGREGADO ........................................ 234
4.2 VALOR ECONÔMICO ADICIONADO NAS EMPRESAS ........................................ 235
5 anÁliSE dE GEraÇÃo dE lUCro E rEntaBilidadE ..................................... 239
5.1 ANÁLISE DA RENTABILIDADE .............................................................................. 240
5.1.1 Método DUPONT ................................................................................................. 240
5.2 EBITDA .................................................................................................................... 245
6 BALANCED SCORECARD E MaPa EStratÉGiCo .............................................. 249
6.1 SURGIMENTO DO BALANCED SCORECARD (BSC) ........................................... 249
6.2 CONCEITO DE BALANCED SCORECARD – BSC ................................................ 251
6.3 INDICADORES DO BSC ......................................................................................... 254
6.4 MAPA ESTRATÉGICO ............................................................................................ 258
rESUMo do tÓPiCo 1 ............................................................................................... 264
aUtoatiVidadE ......................................................................................................... 266
viii
tÓPiCo 2: ControlE E aValiaÇÃo dE CUStoS ................................................ 271
1 introdUÇÃo ........................................................................................................... 271
2 FUndaMEntoS dE CUStoS ..................................................................................271
2.1 GASTOS DIRETOS E INDIRETOS ......................................................................... 273
2.2 GASTOS FIXOS E VARIÁVEIS ............................................................................... 275
2.3 MODELO DE DECISÃO, MENSURAÇÃO E INFORMAÇÃO EM CUSTOS ........... 278
3 dECiSÕES BaSEadaS no ConCEito da MarGEM dE ContriBUiÇÃo ....... 279
3.1 PONTO DE EQUILÍBRIO ........................................................................................ 286
3.2 AVALIAÇÃO DO MIX DE PRODUTOS .................................................................... 293
3.3 MARGEM DE SEGURANÇA ................................................................................... 295
3.4 ALAVANCAGEM OPERACIONAL ........................................................................... 297
rESUMo do tÓPiCo 2 ............................................................................................... 301
aUtoatiVidadE ......................................................................................................... 303
tÓPiCo 3: ControlE E aValiaÇÃo na GEStÃo da ForMaÇÃo do 
PrEÇo dE VEnda ................................................................................... 307
1 introdUÇÃo ........................................................................................................... 307
2 tEoriaS dE PrEÇo ................................................................................................ 309
3 ElEMEntoS BÁSiCoS dE ForMaÇÃo do PrEÇo ........................................... 310
4 ForMaÇÃo do MARK-UP oU taXa dE MarCaÇÃo ......................................... 315
lEitUra CoMPlEMEntar ........................................................................................ 317
rESUMo do tÓPiCo 3 ............................................................................................... 322
aUtoatiVidadE ......................................................................................................... 323
aValiaÇÃo .................................................................................................................. 326
rEFErÊnCiaS ............................................................................................................. 327
ix
PLANO DE ENSINO DA DISCIPLINA
EMENTA
Funções e atribuições da Controladoria. O papel do controller dentro 
da organização. O planejamento estratégico. Sistemas de informações 
gerenciais.
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
Esta disciplina tem como objetivos:
•	 evidenciar, ao(à) acadêmico(a), os aspectos evolutivos da controladoria;
•	 conhecer e compreender a controladoria como ciência, identificando os 
principais conceitos teóricos;
•	 conhecer e compreender o que são funções empresariais e entender quais 
são as que estão sob responsabilidade da controladoria;
•	 conhecer e compreender a controladoria como órgão administrativo 
formalmente constituído e suas principais características;
•	 analisar e compreender como a ciência se materializa nas organizações 
e como as funções sob responsabilidade da controladoria tornam-se reais 
através dos uso dos artefatos (ferramentas) de controladoria;
•	 compreender quais são as funções do controller, principais atribuições e 
seu perfil;
•	 analisar profundamente o funcionamento da controladoria inserida no 
processo de gestão;
•	 conhecer os principais modelos de sistemas de controles internos utilizados 
nas organizações;
•	 conhecer os aspectos relacionados ao sistema de informações e apoio ao 
sistema de decisão e os efeitos da controladoria no processo de gestão;
•	 conhecer e identificar os principais conceitos de governança corporativa;
•	 conhecer, analisar e compreender os principais artefatos (ferramentas) 
utilizados pela controladoria para materializar o conhecimento científico 
nas organizações.
x
PROGRAMA DA DISCIPLINA
UnidadE 1 – orGaniZaÇÃo EStrUtUral da Controladoria
TÓPICO 1 – ASPECTOS HISTÓRICOS DA CONTROLADORIA
TÓPICO 2 – ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTROLADORIA
TÓPICO 3 – ESTRUTURA FUNCIONAL DA CONTROLADORIA
TÓPICO 4 – ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA CONTROLADORIA
UnidadE 2 – a Controladoria no ProCESSo dE GEStÃo daS EMPrESaS
TÓPICO 1 – ENFOQUE SISTÊMICO E O SISTEMA-EMPRESA
TÓPICO 2 – SISTEMAS DE CONTROLE INTERNO
TÓPICO 3 – SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
TÓPICO 4 – GOVERNANÇA CORPORATIVA E A TEORIA DA AGÊNCIA
UnidadE 3 – a Controladoria Para o ControlE
TÓPICO 1 – CONTROLE E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
TÓPICO 2 – CONTROLE E AVALIAÇÃO DE CUSTOS
TÓPICO 3 – CONTROLE E AVALIAÇÃO NA GESTÃO DA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA
UNIDADE 1
ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DA 
CONTROLADORIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 a partir do estudo desta unidade você será capaz de:
	conhecer os aspectos evolutivos da controladoria;
	entender os conceitos teóricos da controladoria sob a ótica da 
ciência;
	conhecer as funções da controladoria e o papel do controller nas 
organizações;
	compreender a controladoria vista como uma área formal dentro 
das organizações e como ela materializa os conceitos científicos 
através das funções empresariais;
	entender como as funções se tornam reais nas organizações com 
o uso dos artefatos (ferramentas) da controladoria.
tÓPiCo 1 – aSPECtoS HiStÓriCoS da Controladoria
tÓPiCo 2 – EStrUtUra ConCEitUal da Controladoria
tÓPiCo 3 – EStrUtUra FUnCional da Controladoria
tÓPiCo 4 – EStrUtUra orGaniZaCional da 
Controladoria
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. no primeiro você 
encontrará os aspectos históricos que deram origem à controladoria e 
sua evolução até os dias atuais. no segundo tópico serão abordadas 
as questões conceituais da controladoria sob a ótica daciência. 
no terceiro tópico serão abordados os aspectos das funções da 
controladoria e sua relação com as áreas de conhecimento. no quarto 
tópico será vista a controladoria sob a ótica empresarial, vislumbrando 
sua forma de materialização nas organizações enquanto órgão 
administrativo. Em cada tópico você encontrará atividades que o(a) 
ajudarão a compreender os conteúdos apresentados.
aSPECtoS HiStÓriCoS da 
Controladoria
1 introdUÇÃo
tÓPiCo 1
UnidadE 1
Controlar é algo inerente em qualquer situação que possamos imaginar. Seria possível 
imaginar alguma forma de organização sem o controle? De forma lúdica, imagine você dirigindo 
um veículo em determinada autopista! A atividade de controle está presente quando você 
acompanha nos instrumentos do painel de seu veículo, por exemplo: (i) velocidade constante, 
(ii) nível de combustível, (iii) temperatura do motor, (iv), distância percorrida etc.
Você, controlador do veículo, se utiliza dos instrumentos à sua disposição para inferir 
informações que possibilitem a tomada de decisão quanto ao cumprimento de sua missão 
estabelecida, que, neste caso, seria chegar ao seu destino final.
Da mesma forma, em empresas, tanto pequenas como nas grandes, o controle é 
fundamental para o uso eficiente e eficaz dos seus recursos e atingimento de seus resultados.
Com a queda das fronteiras comerciais e as formas como as empresas estão se 
reorganizando em suas atividades operacionais, societárias e financeiras, aliadas ao aumento 
da concorrência e aumento de lucros para satisfazer os investidores, levaram as empresas a 
adotarem mecanismos para adequar-se às rápidas mudanças em seu ambiente.
A controladoria tem, cada vez mais, um papel dominante na gestão das organizações, 
em virtude, principalmente, dos efeitos da globalização. Contudo, “deve-se atentar para o 
fato de que controlar não seja confundido com centralização de poder (autocracia), eis que a 
“função controle” deve ser vista apenas como um instrumento de apoio para a administração”. 
(KANITZ, 1976, p. 2). 
Desta forma, a Controladoria tem tido elevada importância no contexto de prover 
informações de planejamento, avaliação e controle do desempenho das diversas áreas da 
UNIDADE 1TÓPICO 14
empresa, apoiando assim os gestores quanto ao processo de tomada de decisão.Apesar da relevância da controladoria no contexto empresarial, trata-se de uma 
abordagem relativamente nova, e muitos autores ainda divergem sobre o seu verdadeiro 
papel no processo de gestão e quais são os procedimentos que adota sob a forma de órgão 
administrativo, justificando de certa forma porque muitas empresas persistem em manter o 
controle de forma empírica.
Para compreender isso de forma mais abrangente, necessitamos compreender os 
aspectos relacionados com o surgimento da controladoria.
2 EVolUÇÃo da ContaBilidadE E 
 o SUrGiMEnto da Controladoria
A mudança do processo industrial manufaturado para um processo industrial mecanizado 
resultou em um aumento de larga escala produtiva, ativou vários setores econômicos, gerando 
um crescimento acelerado. A partir deste movimento surgiram grandes empresas nos setores 
de energia elétrica, água, minérios, principalmente o ferro, o que resultou em construção de 
ferrovias e consequente surgimento de novas indústrias e segmentos relacionados à cadeia 
de valor.
O aumento da produção em larga escala exigiu a necessidade de novas contratações 
para atender à demanda de suas operações, e a descentralização das atividades foi inevitável, 
pois o proprietário necessitava contratar gestores qualificados para ajudar na administração 
do negócio.
Conforme Fernandes (2010, p. 4), “a necessidade de verticalizar a empresa, ou seja, 
transferir funções antes sob seu controle para melhorar a eficiência das operações, foi o principal 
motivo do surgimento da figura do gerente ou administrador”.
Vários fatores contribuíram para o surgimento da Controladoria, mas a Revolução 
Industrial foi o marco inicial que refletiu em atividades operacionais mais complexas. Dentre 
estes fatores, relacionam-se como exemplo:
a) o advento da globalização e a queda das fronteiras entre os países aproximaram os mercados 
internacionais, principalmente os chamados mercados emergentes;
b) as facilidades tecnológicas, como, por exemplo, a melhoria das comunicações em voz e 
dados, ou ainda, a robotização das indústrias; 
UNIDADE 1 TÓPICO 1 5
c) a reorganização societária das empresas, mudando um comportamento de empresa local, 
regional ou nacional para multinacional. Isto significa que as empresas perceberam que 
juntas são mais fortes, e neste contexto, grandes fusões aconteceram, criando verdadeiras 
megacorporações, com o objetivo de se tornarem mais competitivas no mercado.
Esses fatores, associados à necessidade de criar mecanismos de controle destas 
operações, fizeram com que as organizações buscassem novas formas de garantir que seus 
resultados fossem atingidos mesmo em mercados altamente competitivos e agressivos. Nesse 
sentido, Figueiredo e Caggiano (1992, p. 23) apontam que:
O novo entorno econômico globalizador, vivido atualmente no mundo, tem intro-
duzido profundas mudanças no ambiente econômico internacional, provocando 
novo arranjo na economia mundial, que tende a um processo de globalização, 
caracterizado basicamente pela união de países em torno de uma proposta 
comum de intercâmbio comercial por meio de queda de barreiras tarifárias, 
cambiais e de outras condições de livre comércio.
Para que estas empresas conseguissem ser eficazes, precisavam de um adequado 
sistema de informações, que atendesse às necessidades de controle estratégico na geração 
de informações para auxiliar no processo de tomada de decisão. 
Segundo Kanitz (1976), os primeiros controladores se originaram de pessoas que 
exerciam cargos de responsabilidade no departamento contábil, ou no departamento financeiro. 
Devido às suas funções estarem normalmente ligadas e sob confiança do presidente, tinham 
ampla visão da empresa, e assim tornando-os habilitados a identificar problemas de controle 
e propor soluções. 
O surgimento da controladoria contribuiu para agregar informações aos gestores 
relacionados ao processo de gestão das empresas, até então desconhecidas.
Segundo Catelli (2001, p. 344), “a evolução natural da contabilidade chama-se 
controladoria, cujo campo de atuação são as organizações econômicas, caracterizadas como 
sistemas abertos inseridos e interagindo com os outros num dado ambiente”.
Mais precisamente, em relação ao surgimento da controladoria, Beuren (2002, p. 20) 
afirma que:
A controladoria surgiu no início do século XX nas grandes corporações norte-
americanas, com a finalidade de realizar rígido controle de todos os negó-
cios das empresas relacionadas [...]. Um significativo número de empresas 
concorrentes começou a se fundir no final do século XIX, formando grandes 
empresas [...]. O crescimento vertical e diversificado desses conglomerados 
exigia, por parte dos acionistas e gestores, um controle [...]. Esses três fatores 
(verticalização, diversificação e expansão geográfica das organizações) e o 
consequente aumento da complexidade de suas atividades (...) exigiram a 
ampliação das funções do controller.
UNIDADE 1TÓPICO 16
Assim, temos que, devido ao aumento da complexidade das atividades operacionais 
e expansão geográfica das empresas, aliado à impossibilidade do seu proprietário controlar 
toda a empresa, as funções foram sendo segregadas uma a uma, sendo mais recentemente 
a separação da função contábil da função financeira, que originou a criação de outra função, 
denominada de “controladoria”.
3 dESEnVolViMEnto da ContaBilidadE 
 GErEnCial E a Controladoria
A contabilidade gerencial tem como objetivo propiciar, em todos os níveis de gestão, 
informações adequadas, úteis e relevantes para o processo de tomada de decisão.
Numa compreensão conceitual, segundo Iudicibus (1998, p. 21), a contabilidade 
gerencial pode ser:
caracterizada superficialmente como um enfoque especial, conferido a várias 
técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade 
financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira de balanços etc., 
colocados numa perspectiva diferente, um grau de detalhe mais analítico ou 
numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a au-
xiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório. A contabilidade 
gerencial, num sentido mais profundo, está voltada única e exclusivamente 
para a administração da empresa, procurando suprir suas informações que se 
encaixam de maneira válida e efetiva no modelo decisório do administrador.
As características principais da contabilidade gerencial estão relacionadas ao tipo de 
usuário da informação:
em que para atendê-los pode ter múltiplos objetivos, pois não há regras básicas 
ou princípios fundamentais da contabilidade a serem seguidos, é divisional, ou 
seja, busca informações segmentadas do negócio, leva em conta a questão 
temporal da informação que, para ser útil e relevante, é preciso ser rápida e 
objetiva. (FERNANDES, 2010, p. 8).
Desde os tempos mais primitivos o homem tinha em sua essência a necessidade de 
controlar objetos que possuíam algum valor e que pudessem representar sua riqueza, mesmo 
que de forma rudimentar, ou seja, era o controle sob o seu patrimônio. 
Johnson e Kaplan (1993) relatam que, antes do início do século XIX, praticamente todas 
as transações de trocas eram realizadas entre o dono do empreendimento e os consumidores. 
Desta forma, não existiam níveis de gerência que administravam as organizações.
As necessidades de informações contábeis das empresas daquela época eram mais 
simples, voltadas basicamente para as operações internas da organização.
UNIDADE 1 TÓPICO 1 7
Com o passar do tempo e a evolução natural da civilização, surge a necessidade de 
um modelo que evidenciasse adequadamente as operações comerciais, atendendo a outros 
interessados, como, por exemplo, na figura do investidor. (FERNANDES, 2010).
ATEN
ÇÃO
!
Mas, por que a Contabilidade precisou evoluir?
A adaptação da contabilidade sempre veio ao encontro das necessidades de informações 
dos seus usuários. Ao longo dos tempos, como qualquer outra ciência, evolui e se transforma 
em um novo modelo conceitual querepresenta uma nova realidade. 
Conforme Martins (2002, p. 7), as necessidade de informações são ressaltadas 
quando:
No século XV, a contabilidade de dupla-entrada foi inventada para atender às 
necessidades de controle dos mercadores venezianos. A partir do nascimento 
da Revolução Industrial, o primeiro sistema de custos foi criado para que hou-
vesse uma compreensão dos recursos que estavam sendo empregados nos 
produtos das novas fábricas. No século XIX, a invenção da estrada de ferro 
e do telégrafo encorajou a dispersão das atividades econômicas em vastas 
extensões territoriais e testemunhou o advento de grandes companhias de 
distribuição, fazendo com que novos indicadores contábeis-financeiros fossem 
usados para avaliar o desempenho de cada um desses centros de negócio, 
muitas vezes separados entre si por imensas distâncias. No final do século XIX 
houve o surgimento dos primeiros conglomerados empresariais, que forçaram 
a tecnologia contábil a adaptar-se para controlar o desempenho e consolidar as 
atividades de empresas com múltiplas subsidiárias e unidades de negócio.
A evolução da contabilidade é marcada pelo surgimento da partida dobrada, evoluindo 
para atender às demandas de informações, em primeiro momento, ao desenvolvimento de 
apurações de custos, e posteriormente, com a expansão geográfica, possibilitar avaliar o 
desempenho com base no desenvolvimento dos indicadores contábeis-financeiros e, ao fim 
do século XIX, com o surgimento das grandes corporações, através do desenvolvimento da 
contabilidade divisional, atender à demanda de informações segmentadas por subsidiárias e 
unidades de negócio.
Atkinson et al. (2000, p. 38) afirmam que, “durante o século XIX, os sistemas contábeis 
das empresas foram desenhados para atender às tomadas de decisões e às necessidades de 
controle dos administradores”. Atkinson et al. (2000, p. 39) também abordam que:
[...] a demanda pela informação gerencial contábil pode ser relacionada aos 
estágios iniciais da Revolução Industrial nas tecelagens, em fábricas de armas 
UNIDADE 1TÓPICO 18
e em outras operações industriais. Os proprietários usavam tal informação 
gerencial contábil para dois propósitos diferentes: para controlar e melhorar a 
eficiência, para decisões de preço e de mix de produtos.
“Com o advento da administração científica de Taylor e Fayol, no início do século XX, 
foram criados padrões de tempo e quantidade para a administração da atividade industrial, e 
a contabilidade respondeu com a criação dos sistemas de custos-padrões”. (MARTIN, 2002, 
p. 7).
No século XX, com as mudanças no ambiente empresarial cada vez mais acentuadas, a 
contabilidade gerencial tomava um importante destaque no cenário econômico como ferramenta 
decisória. Acerca deste fato, Atkinson et al. (2000, p. 51) afirmam que: “muitas inovações nos 
sistemas de contabilidade gerencial ocorreram nas décadas iniciais do século XX, para apoiar 
o crescimento de empresas multidivisionais diversificadas”.
Na realidade, a história do surgimento da Contabilidade se funde e até se confunde 
com o surgimento da Contabilidade Gerencial. 
Autores como Iudícibus, Martins e Carvalho (2005, p.13) afirmam que:
a Contabilidade que hoje conhecemos como Contabilidade Financeira fez 
parte da genética inicial da Contabilidade Gerencial, ou seja, a Contabilidade 
nasceu com uma proposta para atender a objetivos gerenciais, contudo sob 
forma de contabilidade financeira, para mais tarde subdividir-se em Contabi-
lidade Gerencial, entre outras.
Um exemplo é o surgimento da contabilidade de custos, originado pela necessidade 
de informações mais acuradas de custos, pois existiam muitas lacunas na mensuração dos 
estoques e uma mensuração do resultado adequado. A contabilidade de custos tinha como 
objetivo melhorar os controles de resultados das operações da empresa, fornecendo adequada 
informação para a tomada de decisão. Logicamente que, com a evolução do processo 
empresarial e da contabilidade no apoio à gestão, a contabilidade de custos tornou-se um 
instrumento da contabilidade gerencial.
A respeito dessa linha de evolução, Padoveze (2003, p. 7) relata que a Ciência Contábil 
sofreu mutações e pode-se dizer que “A Controladoria seria a ciência contábil dentro do enfoque 
controlístico da escola italiana. Pela escola americana, a Contabilidade Gerencial é o que se 
denomina Controladoria”.
Na realidade, a contabilidade gerencial gera informações gerenciais com a finalidade de 
garantir, aos gestores, informações relevantes para a tomada de decisão. A controladoria, por 
sua vez, busca apoiar os gestores no processo de gestão (planejamento, controle e execução), 
suprindo-os de informações relevantes na tomada de decisão. O controller, que exerce a 
função de controladoria, utiliza-se dos mecanismos oferecidos pela contabilidade gerencial, 
UNIDADE 1 TÓPICO 1 9
entre outros, para atingir sua missão. 
Com os efeitos causados pela globalização e o aumento da competitividade, as transações 
sem fronteiras comerciais geraram concorrência mundial entre as empresas, e a contabilidade 
financeira assumiu “um papel regulatório voltado aos usuários externos (bancos, sindicatos, 
investidores, governo), enquanto a contabilidade gerencial assumiu papel de gestão voltado para 
os usuários internos (funcionários e administradores)”. (FERNANDES, 2010, p. 4).
A contabilidade à luz da ciência sempre estará em constante evolução, influenciada 
pelo surgimento de novos fatores que venham a impactar e criar necessidades no processo 
de gestão das organizações. 
Essa evolução da contabilidade fica evidente nas palavras de Martins (2002, p. 7), ao 
afirmar que as informações financeiras geradas pela contabilidade já não atendiam mais às 
necessidades da empresa na tomada de decisão. E acrescenta:
Neste início do século XXI, já se tornou óbvio que no ambiente moderno dos 
negócios uma contabilidade gerencial que tenha por base um modelo exclusi-
vamente financeiro não mais consegue propiciar as informações necessárias 
para dar apoio à gestão das empresas nas suas mais importantes decisões. 
Para manter a sua relevância decisorial, o modelo contábil financeiro precisa 
ser estendido e flexibilizado, incorporando e integrando novas dimensões e 
novos instrumentos de pesquisa e avaliação. Esta profunda transformação da 
contabilidade gerencial, que levaria à moderna Controladoria, se faz integrando 
ao seu modelo explicativo básico, que é de natureza contábil, a identificação 
e a avaliação de variáveis que têm elevado impacto sobre os resultados das 
empresas, tais como: o valor dos produtos, os fatores ambientais setoriais e 
sistêmicos, os processos de trabalho e os recursos tangíveis e intangíveis 
mobilizados.
A profunda mudança da natureza informacional, caracterizada pela necessidade de 
aferir as informações internas das empresas, definiu um novo modelo explicativo de gestão 
descentralizada com delegação de autoridade e responsabilidade, que veio em resposta 
à evolução natural das organizações empresariais e acabou levando ao surgimento da 
controladoria.
UNIDADE 1TÓPICO 110
rESUMo do tÓPiCo 1
neste tópico você estudou:
•	 O surgimento da controladoria e todos os fatos que originaram na sua evolução natural desde 
o surgimento da contabilidade e as suas mutações.
•	 Muitos aspectos motivaram o surgimento da controladoria, entre outros, o aumento da 
complexidade das operações empresariais, que obrigou o proprietário a verticalizar ou 
descentralizar as funções empresariais, delegando autoridade e responsabilidade a outros, 
contribuindo para o surgimento do gestor nas empresas. 
•	 Com a expansão geográfica dos negócios e o interesse de investidores, as empresas 
necessitavam de controles mais eficazes em suas operações e desempenho. 
•	 A informação passou a ser fator-chave de sucesso das empresas, principalmente aliada às 
ferramentas tecnológicas surgidas com o advento da era digital, que melhoraram e agilizaram 
a forma de comunicação corporativa.•	 Com o advento da globalização e as megafusões, começaram a surgir grandes empresas, 
com a finalidade de se tornarem mais competitivas e lucrativas.
•	 Todos esses fatores favoreceram o surgimento da controladoria, cuja função seria responsável 
por gerar todas as informações relacionadas ao processo de gestão das empresas para a 
tomada de decisão. 
UNIDADE 1 TÓPICO 1 11
1 Com a Revolução Industrial, a produção em larga escala refletiu em aumento da 
complexidade operacional e na necessidade de verticalizar as funções da empresa, 
para melhorar os processos organizacionais. Classifique as seguintes sentenças em 
V verdadeiras ou F falsas: 
( ) A reorganização societária de grandes empresas marca o advento do surgimento 
da controladoria.
( ) O marco inicial ou ponto de partida para o surgimento da controladoria foi a 
Revolução Industrial.
( ) A globalização resultou em quebra de barreiras, distanciando as operações 
econômicas dos negócios empresariais, necessitando de controles mais 
eficientes.
( ) A necessidade de criar controles, já naquela época, se deve à complexidade das 
operações.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - V - F - F.
b) ( ) V - F - V - F.
c) ( ) F - V - F - V. 
d) ( ) F - F - V - F. 
2 Complete as lacunas da sentença a seguir:
Um adequado sistema de ____________ torna as empresas eficazes quando 
a geração de ____________ é suficientemente oportuna e útil para o processo de 
____________.
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) informações - informações - tomada de decisão.
b) ( ) controle - recursos - gestão.
c) ( ) mensuração - lucros - informação.
d) ( ) planejamento e controle - valor – mensuração.
UNIDADE 1TÓPICO 112
3 O surgimento da controladoria contribuiu para que os gestores tomassem conhecimento 
das informações referentes ao processo de gestão. Sobre o controller, analise as 
seguintes sentenças:
I - Os primeiros controladores ocupavam cargos de departamento contábil ou 
departamento de produção.
II - Os controladores gozavam da confiança do presidente e tinham ampla visão da 
empresa.
III - Os controladores eram pessoas preparadas para identificar pontos de controle e 
propor soluções.
IV - As funções dos primeiros controladores normalmente estavam ligadas à função 
contábil e à função de finanças.
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas I e IV estão corretas. 
b) ( ) Somente a afirmativa IV está correta.
c) ( ) As afirmativas I, III e IV estão corretas.
d) ( ) As afirmativas II, III e IV estão corretas.
4 A evolução natural da contabilidade acompanha a evolução das operações comerciais, 
adequando-se às necessidades de informação dos seus usuários. Associe os itens 
utilizando o código a seguir:
I- A evolução contábil – primeiro momento – contabilidade de custos.
II- A evolução contábil – segundo momento – contabilidade financeira.
III- A evolução contábil – terceiro momento – contabilidade divisional.
( ) Atende demandas de informação referente ao desenvolvimento de custos.
( ) Atende demandas de informações segmentadas (subsidiária e unidades).
( ) Avalia o desempenho com base nos indicadores contábeis e financeiros.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) III - I - II. 
b) ( ) II - III - I.
c) ( ) II - I - III.
d) ( ) I - III - II. 
UNIDADE 1 TÓPICO 1 13
5 As mutações sofridas pela ciência contábil: segundo Padoveze (2003), a controladoria 
seria a ciência contábil dentro de um enfoque controlístico, enquanto pela escola 
americana denominaram-na de contabilidade gerencial. Mas qual seria a diferença 
entre ambas?
a) ( ) A contabilidade gerencial gera informação relevante à controladoria no processo 
decisório, enquanto a controladoria interfere no processo de gestão, corrigindo 
os desvios, sendo o principal gestor na tomada de decisão.
b) ( ) A contabilidade gerencial gera informação relevante aos gestores na tomada 
de decisão, enquanto a controladoria apoia os gestores no processo de gestão, 
auxiliando-os na tomada de decisão.
c) ( ) A contabilidade gerencial produz informação segmentada mensurada e 
estruturada para atender à controladoria no processo decisório, enquanto a 
controladoria atua como órgão de staff no processo de gestão e sendo principal 
tomadora de decisão.
d) ( ) A contabilidade gerencial gera informação relevante aos gestores na tomada de 
decisão, enquanto a controladoria corrige os desvios de controles dos gestores 
no processo de gestão, impondo sua condição de independência das áreas no 
processo decisório.
UNIDADE 1TÓPICO 114
EStrUtUra ConCEitUal 
da Controladoria
1 introdUÇÃo
tÓPiCo 2
UnidadE 1
No tópico anterior relatou-se como a controladoria evoluiu ao longo dos tempos. Apesar 
de a controladoria moderna de hoje atender ao modelo de gestão das organizações com 
relação às necessidades de informações para tomada de decisão, a literatura tem sido muito 
divergente quanto ao aspecto de sua utilização na prática. 
Sabemos que muitos autores divergem quanto aos aspectos teóricos e práticos da 
controladoria, e muitas vezes confundem as funções da controladoria com as funções do 
controller.
ATEN
ÇÃO
!
O controller é o profissional responsável por conduzir as 
atividades da controladoria, na existência de uma área 
organizacional com esta denominação.
O estudo deste tópico é de suma importância para a compreensão sob o olhar da 
ciência, refletindo sobre o que seria a controladoria e, ainda, como ela seria aplicada na prática 
nas organizações.
UNIDADE 1TÓPICO 216
2 EStrUtUra ConCEitUal BÁSiCa dE Controladoria
É importante destacar que os estudos na área de gestão econômica sempre trataram 
a controladoria sob dois enfoques: como um ramo do conhecimento (ciência) e como uma 
unidade administrativa (órgão formal dentro da estrutura organizacional das empresas).
Beuren, Bogoni e Fernandes (2008, p. 251) relatam que: “A constatação teórica sobre a 
importância da controladoria, bem como a relevância de colher evidências empíricas a respeito 
do que tem acontecido em nossa área de conhecimento nos últimos anos, especialmente no 
Brasil, tem motivado a realização de pesquisas na área”.
Na tentativa de consolidar esse arcabouço teórico de controladoria, unindo teoria com 
a prática, pesquisas têm se destacado, dentre elas, os estudos de Borinelli (2006) em sua tese 
de doutorado em Contabilidade.
Depois de realizar intensa pesquisa e análise bibliográfica extensa de autores nacionais 
e internacionais sobre o tema controladoria, o autor conseguiu organizar e estruturar os 
aspectos conceituais, os aspectos relacionados às atividades e funções, bem como os aspectos 
relacionados enquanto órgão formal dentro da estrutura organizacional.
Borinelli (2006) denominou esta estrutura de ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA 
DE CONTROLADORIA (ECBC), dividindo-a em três perspectivas, assim denominadas: (i) 
perspectiva 1: aspectos conceituais; (ii) perspectiva 2: aspectos procedimentais e (iii) perspectiva 
3: aspectos organizacionais, conforme se demonstra na figura em forma de cubo a seguir.
UNIDADE 1 TÓPICO 2 17
FIGURA 1 – VISÃO ESQUEMÁTICA DAS PERSPECTIVAS DE ESTUDO DA 
CONTROLADORIA
FONTE: Borinelli (2006, p. 97)
Na perspectiva 1 ele relaciona a controladoria enquanto ramo do conhecimento, ou seja, 
a controladoria como ciência, explicando o que é a controladoria e qual o seu objeto de estudo, 
em que área do conhecimento humano está inserida e suas ramificações e subdivisões, que 
são incorporadas ou tomam forma nas organizações.
Na perspectiva 2, trata dos aspectos procedimentais relacionados às áreas do 
conhecimento que são materializadas nas organizações. De forma mais clara, referem-se a 
abordagens das atividades e funções que são reconhecidas como as de controladoria, além 
dos artefatos ou instrumentos utilizados na execução das suas atividades.
 
Na perspectiva 3 são abordados os aspectos da controladoria enquanto órgãoformal, 
ou seja, as atividades e funções exercidas por área de controladoria formalmente constituída, 
dentro da estrutura organizacional. Considera então em relação à área de controladoria a sua 
missão, objetivos, posição na estrutura organizacional e forma de organização interna.
UNIDADE 1TÓPICO 218
IMP
OR
TAN
TE! �
Caro(a) acadêmico(a)! Observe que a ECBC – Estrutura 
Conceitual Básica de Controladoria classifica a controladoria 
sob três dimensões, assim denominadas de abordagens ou 
perspectivas pelo autor como: aspectos conceituais, aspectos 
procedimentais e aspectos organizacionais.
Pode-se então analisar que a Controladoria foi organizada e estruturada na tentativa de 
compreendê-la da seguinte maneira: (i) o seu aspecto teórico sob a ótica da Ciência; (ii) o seu 
aspecto procedimental, ou seja, quais as funções e atividades que são típicas da controladoria, 
e pode-se então identificar como elas se materializam nas organizações, exercidas em diversas 
áreas da empresa, e os artefatos utilizados para operacionalizar as atividades de controladoria; 
e, por fim (iii), o seu aspecto organizacional, ou seja, na existência de uma unidade administrativa 
chamada controladoria, exercida por um profissional controller. Essa área denominada 
controladoria incorpora os conceitos, funções e artefatos das perspectivas 1 e 2.
Neste e nos tópicos seguintes serão abordados todos os aspectos relacionados às 
abordagens da controladoria, até aqui discutidos.
3 dEFiniÇÃo E oBJEto da Controladoria
3.1 DEFINIÇÃO DA CONTROLADORIA 
Com a modernização dos conceitos de gestão e mesmo com o desenvolvimento recente, 
no Brasil e no mundo, das profissões relacionadas com área contábil, a controladoria carece 
de uma clara definição, que seja aceita unanimemente na literatura.
Acadêmico(a)! A seguir busca-se aguçar sua compreensão, sem a pretensão de esgotar 
os conceitos a respeito da definição e do objeto de estudo da controladoria.
A forte influência da evolução tecnológica das ferramentas utilizadas pelos profissionais 
contábeis e as mudanças econômicas dos mercados globalizados tornaram evidente e em 
ascensão a controladoria como mecanismo de organizar, monitorar e relatar informações úteis 
UNIDADE 1 TÓPICO 2 19
à tomada de decisão.
Segundo Oliveira, Perez Jr. e Silva (2002, p. 13), o conceito de controladoria é entendido 
como:
Departamento responsável pelo projeto, elaboração, implementação e manuten-
ção do sistema integrado de informações operacionais, financeiras e contábeis 
de determinada entidade, com ou sem finalidades lucrativas, sendo considerada 
por muitos autores como o atual estágio evolutivo da Contabilidade.
Como já foi visto e discutido anteriormente, a definição do que seria realmente a 
controladoria é assunto extremamente polêmico. Muitos autores a definem apenas como um 
ramo do conhecimento, com seus fundamentos, conceitos e métodos. Já outros a definem como 
uma unidade administrativa ou órgão formal na estrutura empresarial, com missão, função e 
objetivos, como no caso do conceito do autor.
Outro conceito de controladoria que pode ser utilizado é “que a controladoria constitui-
se num arcabouço amplo e sistêmico, mas alinhado, de conhecimentos capazes de auxiliar na 
identificação, coordenação e acompanhamento dos esforços de uma organização”. (LUNKES, 
2009, p. 13).
Neste conceito percebe-se um enfoque da controladoria quanto ao ramo de 
conhecimento, contudo, muito mais relacionado aos procedimentos, ou seja, às atividades e 
funções exercidas na organização.
Outros conceitos podem ser usados, como no quadro a seguir, em que Borinelli traz 
alguns conceitos clássicos da literatura.
QUADRO 1 – DEFINIÇÕES DE CONTROLADORIA ENQUANTO RAMO DO CONHECIMENTO, 
SEGUNDO A LITERATURA
AUTORES DEFINIÇÃO
Almeida et al. (in CATELLI, 
2001, p. 344)
Apoiada na teoria da contabilidade e numa visão multidisciplinar, é 
responsável pelo estabelecimento das bases teóricas e conceituais 
necessárias para a modelagem, construção e manutenção de sistemas de 
informação e modelo de gestão econômica, que supram adequadamente 
as necessidades informativas dos gestores e os induzam durante o 
processo de gestão, quando requerido, a tomarem decisões ótimas.
Garcia (2003, p. 67-68) Apoia-se na teoria da contabilidade, sendo suportada por várias 
disciplinas, com o objetivo de estabelecer toda base conceitual de sua 
atuação, contribuindo para o processo de gestão da organização. É 
responsável pela base conceitual que permite a sua aplicabilidade nas 
organizações.
Mosimann e Fisch (1999, 
p. 88)
Corpo de doutrinas e conhecimentos relativos à gestão econômica.
UNIDADE 1TÓPICO 220
Mosimann e Fisch (1999, 
p. 99)
Conjunto de princípios, procedimentos e métodos oriundos das ciências 
de Administração, Economia, Psicologia, Estatística e, principalmente, da 
Contabilidade, que se ocupa da gestão econômica das empresas, com 
a finalidade de orientá-las para a eficácia.
Pereira (1991, p. 51) Conjunto organizado de conhecimentos que possibilita o exercício do 
controle de uma entidade, a identificação de suas metas e dos caminhos 
econômicos a serem seguidos para atingi-los.
FONTE: Borinelli (2006, p. 102)
Como se pode inferir nos conceitos dos autores acima, o enfoque da controladoria é muito 
mais para o ramo do conhecimento da controladoria do que para o enfoque organizacional.
Entretanto, a falta de consenso deve-se ao recente início da controladoria, que esteve 
fortemente relacionada apenas com a contabilidade e tinha como finalidade os controles 
financeiros acompanhando os eventos contábeis, principalmente relacionados com os estoques, 
recebimentos e pagamentos e, ainda, preparar relatórios e demonstrações para a diretoria e 
publicação. 
Neste contexto, tinha-se um participante ou coadjuvante no processo de gestão, 
diferentemente dos dias atuais, em que o controller atua em todo o processo de gestão de forma 
a analisar, criticar, orientar, recomendar ações de desempenho que estejam em desacordo 
com os níveis aprovados.
O controller é a pessoa responsável pela controladoria, e muitas vezes a definição da 
controladoria se confunde com o profissional controller. Como se observa no próprio relato de 
Beuren (apud SCHMIDT, 2002, p. 21), ao afirmar que:
apesar da evolução das atribuições do controller nas organizações, a literatura 
não tem apresentado uma nítida definição de controladoria. As diversas aborda-
gens têm seu foco mais voltado às capacidades requeridas para o exercício 
da função, bem como de suas atribuições nas empresas, do que explicitar o 
seu verdadeiro significado.
EST
UD
OS
FUT
UR
OS
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Diferentemente das funções da controladoria até aqui discutidas, 
as funções do controller serão vistas no tópico seguinte.
Para concluir, concorda-se com o conceito de Borinelli (2006, p. 105), quando define: 
“Controladoria é um conjunto de conhecimentos que se constituem em bases teóricas e 
UNIDADE 1 TÓPICO 2 21
conceituais de ordens operacional, econômica, financeira e patrimonial, relativas ao controle 
do processo de gestão organizacional”.
Desta forma, pode-se inferir que a teoria da controladoria possui um conjunto de 
conhecimentos utilizados de outras áreas do conhecimento humano, cujas bases teóricas e 
conceituais são incorporadas ou materializadas nas organizações empresariais através das 
funções ou atividades típicas de controladoria, e que sua ação promove a eficácia operacional, 
econômica, financeira e patrimonial em termos de controles de gestão.
3.2 OBJETO DA CONTROLADORIA
Marconi e Lakatos (2005, p. 80) definem ciência como “[...] uma sistematização 
de conhecimentos, um conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o 
comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar”. 
Conforme os autores, a ciência é a busca do conhecimento, na qual, se utilizando de 
um método, procura desvendar a realidade dos fatos. Desta forma, para trazer à luz e orientar 
este conhecimento, se deverá ter um objeto de estudo.
IMPOR
TAN
TE! �
Pense agora! Qual é o objeto de estudo da Ciência Contábil? 
Se você pensou que o objeto de estudo da Ciência Contábil é 
o patrimônio das entidades, acertou! 
O enfoque da Ciência Contábil é estudar as variações qualitativas e quantitativas do 
patrimônio das entidades. 
Outras ciências também podem ter o mesmo objeto, como, por exemplo, o Direito estuda 
o patrimônio, mas com enfoque nas relações jurídicas da propriedade. Já a Administração 
estuda o patrimônio das organizações com enfoque na maximização da sua riqueza pelo uso 
eficiente dos recursos.
Na figura a seguir demonstra-se o objeto de estudo da controladoria, na visão de 
Borinelli (2006).
UNIDADE 1TÓPICO 222
FIGURA 2 – VISÃO ESQUEMÁTICA DO OBJETO DE ESTUDO DA CONTROLADORIA
FONTE: Borinelli (2006, p.109)
Conforme Borinelli (2006, p. 109), o objeto de estudo da controladoria são: 
As organizações, ou seja, o modelo organizacional como um todo, subdividido nos 
seguintes focos possíveis de atuação, os quais devem fazer parte da ECBC:
•	o processo (e o modelo) de gestão como um todo, especialmente em suas 
fases de planejamento e controle, com suas respectivas ênfases: gestão 
operacional, econômica, financeira e patrimonial;
•	as necessidades informacionais, consubstanciadas nos modelos de decisão 
e de informação; 
•	o processo de formação dos resultados organizacionais, compreendendo o 
modelo de mensuração;
•	 o modelo de identificação e acumulação.
No contexto da controladoria é importante reconhecer que o seu objeto de estudo serão 
as organizações, com enfoque em todo o modelo de gestão organizacional. 
IMP
OR
TAN
TE! �
O modelo de gestão contempla as crenças, os valores e os 
princípios presentes no DNA de uma empresa e delineia, orienta 
e direciona a forma de comportamento da gestão dos seus 
gestores.
UNIDADE 1 TÓPICO 2 23
A controladoria atua no processo de gestão (planejamento, execução e controle), sempre 
na busca da eficácia e eficiência operacional, econômica, financeira e patrimonial, gerando 
informações cujo tratamento alimentará o sistema de informação e decisão, na busca dos 
resultados com base nos modelos de mensuração, identificação e acumulação.
Caro(a) acadêmico(a)! Por isso, nos dias atuais, a controladoria assume cada vez mais 
importância como área vital da organização e, não raramente, observa-se que o controller 
acaba se tornando o executivo no comando dessas empresas.
EST
UD
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FUT
UR
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O modelo de gestão organizacional e interação da controladoria 
será objeto de estudo na Unidade 2 deste caderno.
Agora que você pôde entender, enquanto ramo de conhecimento, qual é o objeto de 
estudo da controladoria, precisa compreender como esta se relaciona com as outras ciências 
para que possa cumprir com a sua finalidade.
4 a Controladoria E o rElaCionaMEnto 
 CoM aS ÁrEaS aFinS 
A controladoria, como qualquer outra ciência, deve se relacionar com outras áreas de 
conhecimento para que possa, através de suas bases teóricas, materializar suas atividades 
ou funções dentro das organizações.
A esse respeito, a controladoria se baseia em princípios, procedimentos e 
métodos oriundos de outras áreas do conhecimento, tais como: contabilidade, 
administração, planejamento estratégico, economia, estatística, psicologia e sis-
temas. Ao colher subsídios de outras áreas de conhecimento para desempenhar 
as funções que lhe são atribuídas, a controladoria pode estabelecer as bases 
teóricas necessárias à sua atuação na organização. (PELEIAS, 2002, p. 13).
Conforme Borinelli (2006, p. 112), “as áreas do conhecimento descritas na Estrutura 
Conceitual Básica de Controladoria (ECBC) que mais se correlacionam com a Controladoria 
são: Contabilidade, Administração, Economia, Direito, Estatística, Matemática, Psicologia 
e Sociologia. Cada um desses relacionamentos é explicado na sequência”. Desta forma, a 
controladoria relaciona-se com essas áreas da seguinte forma:
UNIDADE 1TÓPICO 224
•	 Na contabilidade, busca as informações necessárias para atuar no controle do processo de 
gestão, baseada nos eventos contábeis decorrentes das operações da empresa.
•	 Na administração, utiliza-se dos conceitos teóricos de gestão organizacional para prover o 
controle no processo de gestão das empresas.
•	 Na economia, utiliza-se dos conceitos econômicos para avaliar o patrimônio da entidade e 
seus ativos e, ainda, os resultados obtidos, relacionando-se ainda com impactos causados 
pelos índices econômicos. 
•	 No direito, Borinelli (2006, p. 116) observa que a relação com a controladoria:
ocorre quando, na concepção, formulação e utilização de parte de suas ba-
ses teóricas, a Controladoria necessita levar em consideração as regras de 
conduta e organização emanadas do Direito. Isso significa, então, que ela 
tem que conhecer e respeitar as relações jurídicas nas quais a organização 
está inserida.
Neste contexto, se utiliza dos diversos ramos do conhecimento jurídico, como, por 
exemplo: (i) Direito Civil, (ii) Direito do Trabalho, (iii) Direito Comercial, Direito Mercantil, Direito 
Tributário, entre outros.
•	 Na estatística, necessita coletar dados para correlacionar, descrever, analisar e interpretar 
as informações quantitativas, estabelecendo uma previsibilidade de fenômenos comparáveis 
para fins de controle, referente ao processo de gestão; muitas vezes, os dados coletados 
necessitam ser inferidos por meio de amostragem estatística.
•	 Na matemática, utiliza-se dos conceitos de simbologia e regras matemáticas para controle 
do processo de gestão relativo aos dados quantitativos e monetários.
•	 Na psicologia, utiliza-se dos conceitos para entender o comportamento das pessoas na 
organização quanto ao efeito das decisões por elas tomadas e que impactam diretamente o 
processo de gestão e conduzem a um modelo de controle baseado neste comportamento.
•	 Na sociologia, utiliza-se dos conceitos referentes às formas de organização da sociedade 
e suas relações, para compreender como as trocas de informações entre as organizações 
devem ocorrer. Por outro lado, uma empresa, ao se estruturar, estabelece na execução de 
suas atividades princípios de relações de poder, de autoridade e responsabilidade. 
Desta forma, a controladoria possui estreito relacionamento com várias ciências, 
utilizando-se dos seus fundamentos para amparar a base teórica com os subsídios necessários 
para operacionalizar o controle eficaz e eficiente do processo de gestão nas organizações.
UNIDADE 1 TÓPICO 2 25
5 SUBdiViSÕES da Controladoria
Para que Borinelli (2006, p. 121) pudesse explicar como a controladoria, em sua 
forma abstrata, passa a se tornar visível no contexto organizacional, precisou pesquisar suas 
ramificações ou subdivisões, concluindo desta forma que poderia ser: “(i) Quanto à natureza 
da organização em que se aplica e (ii) Quanto à área de eficácia dentro da organização em 
que se aplica”.
Quanto à natureza da organização em que se aplica, toma forma como Controladoria 
Empresarial, Controladoria Pública ou Controladoria do Terceiro Setor.
Quanto à área de eficácia dentro da organização em que se aplica, ocorre na forma 
de Controladoria Corporativa e Controladoria de Unidade. A Controladoria de Unidade pode 
assumir subdivisões como Controladoria de Filial, Controladoria de Planta, Controladoria de 
Marketing, Controladoria de Divisão, Controladoria de Unidade de Negócio e Controladoria 
Internacional.
Essas classificações ou subdivisões não se esgotam, pois, como já foi dito, a controladoria 
é muito recente, e novas pesquisas neste campo de conhecimento humano podem considerar 
novos aspectos quanto à forma de subdivisão da controladoria.
UNIDADE 1TÓPICO 226
rESUMo do tÓPiCo 2
neste tópico você pôde compreender:
•	 A controladoria vista com enfoque na ciência e que, devido a seu recente surgimento no meio 
corporativo, traz uma carência em torno de sua base teórica, causando muita divergência 
entre autores e pesquisadores no assunto.
•	 Dentre esses pesquisadores,um estudo se destaca na tentativa de unir teoria e prática, 
definindo uma Estrutura Conceitual Básica de Controladoria (Borinelli, 2006), compondo em 
sua estrutura três dimensões, denominadas de perspectivas, assim explicadas:
- A perspectiva I trata dos aspectos conceituais (o que é), referentes ao arcabouço teórico 
enquanto ciência, descrevendo sua definição e objeto de estudo e ramificações. 
- A perspectiva II trata dos aspectos procedimentais (como funciona), relacionando as 
atividades e funções que refletem a materialização da controladoria nas organizações, 
bem como os artefatos utilizados na execução destas atividades.
- A perspectiva III trata dos aspectos organizacionais (como se materializa nas organizações), 
relaciona como as perspectivas anteriores se relacionam dentro das organizações 
enquanto da existência de um órgão administrativo denominado de controladoria.
•	 A controladoria possui um conjunto de conhecimentos utilizados de outras áreas do 
conhecimento humano, cujas bases teóricas e conceituais tomam formas através das funções 
ou atividades típicas de controladoria e que são materializadas nas organizações.
•	 A controladoria tem como seu objeto o estudo das organizações, com enfoque em todo o 
modelo de gestão organizacional. 
•	 Também necessita interagir com outras áreas de conhecimento para que possa atingir seus 
objetivos de eficácia e eficiência do processo de gestão. Dentre algumas ciências, podemos 
relatar contabilidade, administração, economia, direito, estatística, matemática, psicologia e 
sociologia.
•	 Por fim, a controladoria está subdividida, quanto à natureza da organização em que 
se aplica, como Controladoria Empresarial, Controladoria Pública ou Controladoria do 
Terceiro Setor, e quanto à área de eficácia dentro da organização em que se aplica, como 
Controladoria Corporativa e Controladoria de Unidade. A Controladoria de Unidade pode 
assumir subdivisões, como Controladoria de Filial, Controladoria de Planta, Controladoria de 
Marketing, Controladoria de Divisão, Controladoria de Unidade de Negócio e Controladoria 
Internacional.
UNIDADE 1 TÓPICO 2 27
1 O objeto de estudo da controladoria são as organizações empresariais em todo o 
seu modelo de gestão. Segundo Borinelli (2006), são modelos de objetos de estudo 
na controladoria:
I - Modelo de gestão, modelo de decisão e modelo de informação.
II - Modelo econômico, modelo financeiro e modelo patrimonial.
III - Modelo de mensuração e modelo de identificação e acumulação.
IV - Modelo de acumulação físico-monetário e modelo de identificação quantitativa.
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas I e IV estão corretas. 
b) ( ) As afirmativas II e III estão corretas.
c) ( ) As afirmativas I e III estão corretas.
d) ( ) As afirmativas II e IV estão corretas.
2 A controladoria como ciência deve apoiar-se em outras áreas de conhecimento, 
materializando as atividades e funções de controladoria sustentadas pelo seu 
arcabouço teórico. Na Estrutura Conceitual Básica de Controladoria proposta por 
Borinelli (2006), temos que a controladoria relaciona-se com algumas áreas de 
conhecimento:
I - Física, Química, Matemática, Biologia e Psicologia.
II - Estatística, Matemática, Economia e Sociologia.
III - Psicologia Social, Sociologia, Economia e Biologia.
IV - Administração, Contabilidade, Direito e Psicologia.
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas I e IV estão corretas. 
b) ( ) As afirmativas II e III estão corretas.
c) ( ) As afirmativas I e III estão corretas.
d) ( ) As afirmativas II e IV estão corretas.
UNIDADE 1TÓPICO 228
3 Quanto às divisões ou ramificações da controladoria, segundo a Estrutura Conceitual 
Básica de Controladoria, existem para comprovar como a controladoria, através de 
seus conceitos teóricos, assume no mundo real uma forma visível e constatável de 
sua existência. Quanto às divisões e ramificações que a controladoria possa assumir, 
classifique as seguintes sentenças em verdadeiras V ou falsas F:
a) ( ) Quanto à natureza da organização.
b) ( ) Quanto às formalidades funcionais.
c) ( ) Quanto ao enfoque conceitual e organizacional.
d) ( ) Quanto à área de eficácia dentro das organizações.
Agora, assinale a alternativa que representa a sequência CORRETA:
a) ( ) F - V - V - F. 
b) ( ) V - V - F - F. 
c) ( ) V - F - F - V. 
d) ( ) F - F - V - V.
4 A controladoria é uma ciência muito recente e vem evoluindo muito nas empresas 
quanto à sua funcionalidade e aplicabilidade nas organizações. Contudo, as 
divergências entre autores quanto a muitos aspectos relacionados à controladoria em 
termos de arcabouço teórico têm deixado muitas lacunas como área de conhecimento. 
Porém, recentemente, Borinelli (2006), em sua tese, organizou o que denominou de 
Estrutura Conceitual Básica de Controladoria (ECBC), considerando sua composição 
sob três perspectivas. Sobre isso, associe os itens, utilizando o código a seguir:
I - Perspectiva I – Aspectos conceituais.
II - Perspectiva II – Aspectos procedimentais.
III - Perspectiva III – Aspectos organizacionais.
 
( ) Compõe a estrutura da controladoria relacionada com as atividades e funções (como 
funciona), explicando como se incorpora no mundo real, e os artefatos (instrumentos) 
utilizados na execução das atividades e funções.
( ) Compõe a estrutura da controladoria relacionada com a forma de materializar-se 
dentro das organizações, sob a ótica da controladoria enquanto órgão administrativo 
e formal na estrutura organizacional. 
( ) Compõe a estrutura da controladoria sob a ótica da ciência, abordando (o que é) 
a definição teórica de controladoria, o seu objeto de estudo e suas divisões ou 
ramificações.
UNIDADE 1 TÓPICO 2 29
Agora, assinale a alternativa que representa a sequência CORRETA:
a) ( ) I - II - III.
b) ( ) III - II - I.
c) ( ) II - III - I.
d) ( ) II - I - III.
5 A perspectiva III da ECBC classifica a controladoria quanto a uma abordagem 
organizacional, sendo que considera a inter-relação com as perspectivas I e II 
materializando-se nas organizações através de um órgão denominado controladoria. 
Partindo desse pressuposto, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Considera aspectos teóricos sob a ótica da ciência como: definição conceitual, 
objeto de estudo, área do conhecimento humano, ramificações. 
b) ( ) Considera aspectos como: a missão, objetivos, posição hierárquica e forma de 
organização interna da controladoria.
c) ( ) Considera aspectos sistêmicos como: definições das atividades e funções 
exercidas pela controladoria.
d) ( ) Considera aspectos como: os artefatos ou instrumentos utilizados pela 
controladoria considerando os aspectos da perspectiva I.
UNIDADE 1TÓPICO 230
EStrUtUra FUnCional 
da Controladoria
1 introdUÇÃo
tÓPiCo 3
UnidadE 1
A revolução tecnológica iniciada há apenas algumas décadas, principalmente a 
tecnologia relativa à Tecnologia da Informação e Comunicação, normalmente chamada de 
TIC, sem sombra de dúvida retirou as empresas da zona de conforto em seus ambientes de 
negócios. As empresas perceberam que seu ambiente estava a cada momento mais competitivo 
e, para sua sobrevivência e crescimento econômico, precisaram desenvolver mecanismos de 
controle que pudessem aferir a eficácia e eficiência de seus processos.
A continuidade dos negócios não dependia mais de ações de curto prazo, as empresas 
precisam buscar atingir objetivos de longo prazo, prevendo antecipar ações futuras para 
minimizar incertezas e diminuir os riscos de suas operações.
As empresas buscavam profissionais qualificados que estivessem em sintonia com o 
seu modelo de gestão e que planejassem e usassem adequamente os recursos da empresa 
no cumprimento de sua missão.
Esses profissionais precisavam tomar decisões baseados em informações seguras que 
possibilitassem suportar adequadamente suas decisões estratégicas e operacionais.
Surge então a necessidade de uma área que organizasse a informação dentrodo 
padrão de comportamento definido no modelo de gestão da empresa, que se chamaria de 
controladoria.
UNIDADE 1TÓPICO 332
IMP
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Caro(a) acadêmico(a)! Lembre-se de que no tópico anterior foi 
discutida a controladoria sob a ótica da ciência, sendo relatados 
seu conceito, definições, objeto de estudo, suas subdivisões e 
relações com outras áreas de conhecimento.
O que veremos neste tópico será como a controladoria, sob a ótica da ciência, é 
incorporada nas organizações, ou seja, como as atividades realizadas, as funções e os artefatos 
por ela utilizados tomam forma no mundo real e são percebidos nestas organizações.
2 atiVidadES E FUnÇÕES da Controladoria
Num primeiro momento será necessária uma rápida introdução ao entendimento do 
que são atividades e funções e quais as características que as diferem.
Segundo Peleias (2002, p. 7), uma empresa sob a ótica de um sistema-empresa pode 
ser dividida em dois subsistemas, denominados de (i) função da especialização das funções 
e (ii) função da dinâmica ambiental:
A primeira constitui a decomposição da empresa, normalmente encontrada 
nos textos sobre sistemas e administração. Essa divisão destaca as atividades 
operacionais efetuadas por cada componente do sistema, geralmente apre-
sentada como produção, vendas, finanças, recursos humanos e compras.
A segunda categoria é a abordagem utilizada pela gestão econômica, que con-
sidera a empresa parte do ambiente, com ele interagindo para o cumprimento 
de sua missão e satisfação das necessidades pelo entorno. 
Relativo à segunda parte do conceito, trata da divisão função da dinâmica ambiental da 
empresa como em um conjunto de sistemas que atendem às relações dinâmicas influenciadas 
pelas pressões do ambiente externo no cumprimento da missão. 
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Aliás, sobre esta visão sistêmica, o assunto será tratado na 
Unidade 2 deste caderno.
UNIDADE 1 TÓPICO 3 33
Atividade refere-se à execução de uma ação que é realizada por 
uma área organizacional com um objetivo definido, enquanto 
a função refere-se a um conjunto de atividades que tenham 
um objetivo comum.
Na primeira parte da ideia relatada pelo autor, trata da divisão por função da 
especialização das funções da empresa, como atividades que são operacionalizadas para 
atender aos componentes de um sistema, ou seja, a execução de algum processo relacionado 
com a produção, vendas, finanças, entre outras. 
Desta forma, a ideia aqui apresentada remete ao conceito de “similaridade”, 
compreendendo atividades agregadas que tenham um mesmo objetivo.
Contudo, uma atividade pode ser compreendida, conforme Nakagawa (1994, p. 42), 
como sendo “[...] um processo que combina, de forma adequada, pessoas, tecnologias, 
materiais, métodos e seu ambiente, tendo como objetivo a produção de produtos”. 
Pode-se então entender que uma atividade se refere a uma execução coordenada 
(sistêmica) que consumirá recursos para atingir seu objetivo proposto relacionado a qualquer 
processo organizacional.
Na mesma linha de raciocínio, Nakagawa (1994, p. 44), compreende função como “[...] 
uma agregação de atividades que têm um propósito comum, como: compras, vendas, produção, 
marketing, finanças, segurança, qualidade etc.”.
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Vamos a um exemplo! Imagine algumas atividades como: (i) conferir recebimento de 
materiais, (ii) registrar entrada no controle de estoques, (iii) transferir estoques requisitados, (iv) 
registrar nota fiscal de compra em contas a pagar e (v) efetuar pagamento ao fornecedor.
A atividade (i) conferir recebimento de materiais pode se relacionar com a ação de 
receber a matéria pelo funcionário que controla o almoxarifado, onde ficam armazenadas todas 
as mercadorias em estoque. 
A atividade (ii) registrar entrada no controle de estoques relaciona-se com a ação de 
movimentar a entrada do bem na empresa. O funcionário, após ter conferido que a entrega 
foi realizada na quantidade e especificidade solicitada pelo setor de compras, fará o registro 
para fins de controle.
UNIDADE 1TÓPICO 334
A atividade (iii) transferir estoques requisitados relaciona-se com a ação de movimentar 
a mercadoria armazenada no estoque para o setor que o solicitou. O funcionário, ao receber 
a requisição, tem uma autorização para destinar a mercadoria e transferir a responsabilidade 
para outra área que é requisitante.
A atividade (iv) registrar nota fiscal de compra em contas a pagar relaciona-se com a 
ação de evidenciar ou contabilizar o registro da obrigação de pagamento com o fornecedor da 
mercadoria comprada. Normalmente, a entrada da nota fiscal ocorre no setor de almoxarifado, 
porém pode ocorrer no setor compras ou no próprio financeiro. 
A atividade (v) efetuar pagamento ao fornecedor relaciona-se com a ação de realizar 
o desembolso do recurso necessário para liquidar a obrigação assumida com a compra da 
mercadoria. O setor financeiro da empresa é o responsável por realizar o pagamento.
Para compreender em que função ela se relaciona, precisa-se entender se no que ela 
de fato faz existem objetivos comuns.
QUADRO 2 – RESUMO QUANTO AO OBJETIVO DA ATIVIDADE
Tipo de atividade Função (quanto ao objetivo do que ela faz)
Atividade i Controlar as Compras.
Atividade ii Controlar as Compras.
Atividade iii Controlar as Compras.
Atividade iv Controlar as finanças.
Atividade v Controlar as finanças.
FONTE: O autor
Neste contexto, podemos inferir que as atividades (i, ii e iii) têm relação com a função 
de compras e, portanto, devem ser agregadas ao processo de compras, independente dos 
setores em que foram executadas. As atividades (iv e v) têm relação com a função financeira 
e, portanto, devem ser agregadas ao processo de finanças.
Entendidos os conceitos que diferenciam atividades e funções, pode-se partir para o 
entendimento de quais seriam as atividades e funções que teriam relação ou seriam tipicamente 
da controladoria.
Existe muita divergência literária entre as funções de controladoria, inclusive confundindo 
as funções da controladoria com as funções do profissional controller. Considerando estudos 
de Borinelli (2006), após sua extensa pesquisa entre autores nacionais e internacionais, 
sugeriu algumas funções básicas e atividades da controladoria, cujo entendimento reflete a 
controladoria moderna.
Função contábil: compreende as atividades relativas ao desenvolvimento da 
UNIDADE 1 TÓPICO 3 35
Contabilidade Societária (ou Financeira), dentre elas: gerenciar as atividades 
de contabilidade, implementar e manter todos os registros contábeis (proces-
samento contábil), elaborar as demonstrações contábeis, atender aos agentes 
de mercado (stakeholders) em suas demandas informacionais, proceder à 
análise interpretativa das demonstrações contábeis e desenvolver políticas e 
procedimentos contábeis e de controle. (BORINELLI, 2006, p.135).
A contabilidade financeira é o principal insumo da controladoria e nesta função torna-se 
responsável por todo o processo contábil, desde o processamento dos registros até a análise 
resultante dos demonstrativos financeiros gerados, com a finalidade de atender aos seus 
usuários.
Função gerencial-estratégica: compreende as atividades relativas a prover 
informações de natureza contábil, patrimonial, econômica, financeira e não 
financeira ao processo de gestão como um todo, para que os gestores possam 
estar devidamente subsidiados em suas tomadas de decisões gerenciais e es-
tratégicas. [...]. Dentro da função gerencial-estratégica incluem-se, igualmente, 
as seguintes atividades: coordenar, assessorar e consolidar os processos de 
elaboração dos planos empresariais, orçamento e previsões; criar condições 
para a realização do controle, através do acompanhamento dos planos e das 
decisões tomadas; auxiliar na definição de métodos e processos para medição 
do desempenho das áreas organizacionais, assim como dos gestores; auxiliar 
na definição e gestão de preços de transferência gerenciais; realizar estudos 
sobre análise de viabilidade econômica de projetos

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