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DEFINIÇÃO A unidade gênica e suas múltiplas possibilidades de emprego na medicina veterinária. PROPÓSITO Conhecer as inovações moleculares nos programas de melhoramento genético animal e no diagnóstico de doenças animais. MÓDULO 1 Identificar os conceitos da biologia molecular no melhoramento genético animal e no diagnóstico de doenças animais INTRODUÇÃO Como apenas quatro unidades de bases nitrogenadas – adenina, citosina, guanina e timina – geram tantas espécies diferentes? Animais, vegetais e humanos são completamente diferentes, mas todos somos compostos por essas mesmas bases nitrogenadas. Elas compõem nosso DNA e se diferenciam em muitas formas, como proteínas, tecidos e órgãos, chegando a indivíduos e espécies diferentes. Vamos estudar, neste material, como essas bases que compõem os genes podem ser tão úteis no estudo da evolução da genética e na construção de ferramentas moleculares para uso em animais. EXPRESSÃO GÊNICA E SEU CONTROLE EM PROCARIONTES E EUCARIONTES Como um embrião formado a partir da união de um espermatozoide e de um óvulo gera um indivíduo? Como ocorre essa transformação? Se nós, humanos (Homo sapiens), partilhamos cerca de 98,7% dos genes dos macacos bonobos (Pan paniscus), como somos tão diferentes? Fonte: shutterstock Bonobo (Pan paniscus) Fonte: Shutterstock Crianças humanas (Homo sapiens). Essa diferença ocorre pela expressão de nossos genes. Apesar de sermos geneticamente parecidos, fenotipicamente somos muito diferentes. O DNA contém a "receita" de cada indivíduo, e compartilhamos parte de nosso DNA com muitos animais (e até com vegetais). ELEMENTOS GENÉTICOS MÓVEIS Os elementos genéticos móveis são fragmentos de DNA que podem se mover para novas localizações do cromossomo e geralmente produzem cópias de si mesmos no processo. Esse mecanismo, conhecido como transferência horizontal de genes, é mais frequente nos organismos unicelulares, por exemplo, bactérias. O genoma bacteriano é pequeno e se encontra no citoplasma, pois não existe a carioteca (membrana que separa o núcleo do citoplasma da célula em organismos eucariotos) em procariotos. As informações genéticas das bactérias estão contidas em um único cromossomo. Outras informações também são encontradas em plasmídeos, transpósons e integrons. Fonte: Shutterstock Estrutura de uma bactéria. Fonte: Shutterstock As bactérias têm apenas um cromossomo circular, apresentando uma única molécula circular de DNA com proteínas associadas. VOCÊ SABIA O DNA da bactéria Escherichia coli, por exemplo, tem em torno de 4 milhões de pares de bases e cerca de 1 mm de comprimento, ou seja, é mil vezes maior que a própria célula. No entanto, para caber nela, o DNA está completamente enovelado, correspondendo a 10% do volume celular. O que são plasmídeos, transpósons e integrons, que também contêm informações genéticas? Duplicação de uma bactéria e seu plasmídeo. Os plasmídeos são pequenos fragmentos de DNA circular com capacidade de se duplicar independentemente. Em geral, apresentam poucos genes. Os plasmídeos contêm informação genética que não costuma ser extremamente essencial para a sobrevivência da bactéria. Estão relacionados, normalmente, com alguma função adaptativa para situações especiais. Duplicação de uma bactéria e seu plasmídeo. Fonte: Shutterstock. Processo de conjugação entre bactérias. Fonte: Shutterstock Processo de conjugação entre bactérias. Os plasmídeos podem ser conjugativos, que podem trocar seu material genético com outra bactéria, e não conjugativos, os quais não permitem o início da conjugação. Na figura, podemos observar o processo de conjugação. A bactéria à esquerda contém um plasmídeo conjugativo, o qual tem genes para realizar a conjugação. Já a bactéria à direita não tem o plasmídeo conjugativo. A conjugação pode ocorrer entre as bactérias, desde que apenas uma tenha o plasmídeo conjugativo. javascript:void(0) CONJUGAÇÃO A conjugação é o processo de transferência do DNA de uma bactéria para outra, envolvendo o contato entre elas. Existem, além desses dois, outros tipos de plasmídeos, como o grupo de plasmídeos denominado fator R, que significa resistência bacteriana a alguns antibióticos. Um plasmídeo pode transportar a informação que determina a capacidade de um micro-organismo ser causador de doença. Os outros tipos de plasmídeos são: F (sexual ou fertilidade), V (virulência) e M (metabólico). SAIBA MAIS Os transpósons, assim como os plasmídeos, são um conjunto de segmentos lineares encontrados no DNA cromossômico. Além de realocar ou introduzir cópias de si mesmos no genoma, eles têm a capacidade de inativar, levar a uma mutação e, até mesmo, quebrar uma sequência de um gene, independentemente de haver correlação entre a região genômica onde se encontram inseridos e o local ao qual se destinam. Antigamente, acreditava-se que os transpósons eram parasitas genômicos sem função no hospedeiro. Mais recentemente, descobriu-se que os transpósons LINE1 têm, por exemplo, uma atuação positiva no embrião: o RNA do transpóson se une a duas proteínas para permitir que os embriões de duas células continuem se desenvolvendo e se tornem um indivíduo. Além disso, por meio dos transpósons, ocorrem a codificação de resistência às drogas e a síntese de toxinas e enzimas degradantes. Os integrons são segmentos de DNA de fita dupla. Eles não conseguem se autoduplicar. Podem estar integrados em elementos móveis como plasmídeos ou transpósons e serem transferidos de um micro- organismo para outro, levando à disseminação de genes de resistência aos antimicrobianos – por isso, a importância de não se automedicar. Para sobreviver à medicação, são criados mecanismos de defesa e, com isso, essas bactérias tornam-se mais fortes e resistentes a antimicrobianos. BACTÉRIAS E GENES DE RESISTÊNCIAS As bactérias conferem resistências umas às outras pela capacidade de transmissão de seu material genético entre elas. Quando uma bactéria sofre a ação de um antibiótico ou um anticorpo, ela pode transmitir essa sua "experiência" para uma nova bactéria. Essa nova bactéria torna-se mais preparada para novos ataques. A comunicação entre as bactérias é o principal mecanismo de resistência a antibióticos. A causa primária de resistência bacteriana é seu alto poder de mutação espontânea e sua capacidade de recombinar seu próprio material genético, possível de ser transmitido durante a replicação bacteriana. Os transpósons codificam as transposases responsáveis por clivar o DNA do hospedeiro, consubstanciando a invasão bacteriana. Além disso, os transpósons podem mover genes do DNA do cromossomo para o DNA extracromossômico, que é o plasmídeo. Esse plasmídeo, agora com novas informações do DNA, poderá ser transmitido para outra bactéria. A figura a seguir mostra como ocorre a incorporação de genes em um plasmídeo. Fonte: Shutterstock Incorporação de genes do DNA para um plasmídeo. O plasmídeo contendo um ou mais transpósons de genes de resistência é considerado plasmídeo R (de resistência). Os antibióticos são compostos que destroem as bactérias ou que interferem em seu metabolismo, sem causar dano ao hospedeiro. Os antibióticos bactericidas atuam na parede celular ou membrana plasmática das bactérias, impedindo sua formação e, consequentemente, a destruição da bactéria. Os antibióticos bacteriostáticos atuam impedindo a multiplicação e proliferação bacterianas. Esses antibióticos podem agir no DNA bacteriano e na replicação, transcrição e tradução bacterianas. Fonte: Shutterstock ATENÇÃO O uso indiscriminado de antibióticos permitiu que as bactérias reconhecessem essas substâncias e se prevenissem da ação desses medicamentos. Hoje vemos patógenos cada vez mais resistentes aos antibióticos. Por esse motivo, usamos o teste de sensibilidade antimicrobiana (TSA). Nesse teste, é possível conhecer a bactéria causadora da infecção e determinar qual o antibiótico mais indicado para eliminá-la ou deter seucrescimento. A figura a seguir mostra bactérias verdes que não se multiplicaram, indicando que são sensíveis ao antibiótico utilizado, e bactérias amarelas que cresceram, indicando que são resistentes ao antibiótico. Mecanismo de ação do antibiótico em uma colônia bacteriana. Fonte: Shutterstock Mecanismo de ação do antibiótico em uma colônia bacteriana. Fonte: Shutterstock Agora você deve estar se perguntando por que precisa saber sobre a resistência a antibióticos? RESPOSTA Na agropecuária, utilizamos algumas classes de antibióticos como melhoradores de desempenho na ração de animais, sejam eles bovinos, suínos ou aves. Não conhecemos os mecanismos de transmissão desse material genético resistente entre a proteína animal e os humanos. Esse caminho de transmissão de micro- organismos resistentes ainda é desconhecido. Para a prevenção do uso indiscriminado de antibióticos, há, no Brasil, o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos na Agropecuária (AgroPrevine), o qual monitora o uso de antimicrobianos na agropecuária. Com base no relatório produzido no âmbito desse programa, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabelece normas para o uso de antibióticos como aditivos na ração animal. FERRAMENTAS MOLECULARES O conhecimento da Biologia Molecular nos permite estudar o DNA das diferentes espécies animais. Hoje podemos manipular o DNA de várias maneiras, por eliminação de um gene, adição de um gene de uma espécie diferente, ou reconhecimento de um gene ruim, também chamado de deletério. Essa capacidade de manipulação do material genético animal advém de muitos estudos e técnicas aprimoradas, como a clonagem molecular, a PCR, a hibridização e a CRISPR-Cas9. Vamos começar nosso estudo sobre as ferramentas moleculares compreendendo a clonagem molecular. Quando falamos em clonagem, logo nos lembramos da ovelha Dolly, uma ovelha clonada a partir de uma célula somática de outra ovelha, em 1996. A clonagem refere-se a uma cópia geneticamente exata, seja ela de um organismo inteiro, como foi o caso da Dolly, seja ela de apenas uma parte do DNA. Fonte: Shutterstock Ovelha Dolly embalsamada no Museu Nacional da Escócia. Fonte: Shutterstock. É a clonagem molecular que nos interessa neste estudo. Ela é amplamente difundida em Ciência, Medicina, Agricultura e Indústria. A clonagem molecular, também chamada de técnica do DNA recombinante, permite selecionar uma parte do DNA e replicá-lo em muitas cópias. Essa técnica somente se tornou possível com o desenvolvimento das enzimas de restrição (endonucleases de restrição) e de ligação (DNA-ligase). Enquanto as endonucleases de restrição são capazes de clivar a molécula de DNA em pontos específicos, as DNA-ligases unem fragmentos de DNA. Dessa forma, depois de selecionar o gene de interesse, ou seja, aquele que desejamos clonar, utilizamos as enzimas de restrição, que cortam o fragmento de DNA onde se localiza o gene selecionado. Esse fragmento é então inserido em um vetor, geralmente um plasmídeo. O fragmento do gene-alvo une-se ao DNA do vetor, por meio da DNA-ligase, e forma o plasmídeo recombinante contendo o gene que selecionamos. A molécula de DNA recombinante produzida é introduzida em um organismo hospedeiro, podendo consistir em replicadas, processo chamado de transformação. EXEMPLO Exemplos de células hospedeiras são as bactérias Escherichia coli e Bacillus subtilis e a levedura Saccharomyces cerevisiae. Algumas células transformadas devem ser separadas das células normais, as quais não contêm o gene exógeno. Etapas da técnica do DNA recombinante. Fonte: SANDERS, Mark F.; BOWMAN, John L. As bactérias produzem grandes quantidades de proteína expressa pelo gene. Se fosse o gene da insulina humana, por exemplo, as bactérias produziriam muitas moléculas de insulina. Depois, essas moléculas seriam purificadas, e teríamos como produto a insulina. Fonte: Freepik.com PROJETO GENOMA ANIMAL O Projeto Genoma Humano teve início em 1990, com o objetivo de descobrir a exata sequência de bases do genoma das células humanas, e terminou 13 anos depois, em 2003. Foi utilizada a técnica de DNA recombinante para o estudo dos genes, e isso levou a uma revolução na genética. Paralelamente a esse projeto, também começaram estudos de várias espécies animais. Hoje já conhecemos o sequenciamento de inúmeros animais, como galos, equinos, bovinos, abelhas, cachorros, gatos etc. Essa linha de pesquisa é uma forma de descobrir semelhanças e facilitar o estudo em questão, considerando aspectos e mecanismos evolutivos, além de integrar outros pesquisadores e estudos cujas contribuições, em análises conjuntas, podem ser esclarecedoras. Para o mapeamento, são feitos diagramas descritivos de cada cromossomo, dividindo-os em fragmentos menores, ordenados em suas respectivas posições nos cromossomos. O passo seguinte é determinar a sequência das bases de cada um dos fragmentos ordenados, a fim de descobrir todos os genes na sequência do DNA. Um mapa genômico descreve, ainda, a ordem dos marcadores e o espaçamento entre eles, em cada cromossomo. MARCADORES O marcador molecular é uma sequência do DNA que é diferente entre os organismos estudados. Essa diferença é chamada de poliformismo, que é o estudo das diferenças entre os genes. Por exemplo, as cores das pelagens dos cachorros são controladas basicamente por quatro tipos diferentes de genes principais. Se são somente quatro genes, como temos uma variação cromática enorme da pelagem em cães? Cada um desses genes pode apresentar uma quantidade ou uma sequência diferente das letrinhas que os compõem, os alelos. Os alelos são versões do mesmo gene e, exatamente por esse javascript:void(0) fato, ao cruzar dois cachorros de duas cores, os filhotinhos gerados podem apresentar cores não encontradas nos país. De posse desse mapa genômico, podemos descobrir, com certa segurança, onde está localizado determinado gene de interesse, já que todas as espécies animais compartilham os mesmos pares de bases nitrogenadas do DNA. Os marcadores moleculares, portanto, têm sido uma ferramenta poderosa para a identificação das mutações que influenciam características controladas por um ou poucos genes. VOCÊ SABIA A identificação dos alelos associados a essas características complexas nas populações somente foi possível a partir do desenvolvimento e da localização de marcadores moleculares polimórficos no genoma, especialmente os microssatélites e os polimorfismos de base única (SNP), possibilitando a construção de mapas genéticos saturados e, consequentemente, o mapeamento de locos de características quantitativas (QTL). Hoje, mapas genéticos saturados, juntamente com o desenvolvimento de métodos estatísticos, vêm permitindo a dissecação das características complexas de produção, com a identificação de segmentos cromossômicos que contêm genes determinantes do desenvolvimento muscular e da qualidade de carne, por exemplo. Polimorfismos identificados no gene μ-calpaína (CAPN1) apresentaram diversidade entre genótipos de Bos taurus, mas não em Bos indicus. Há uma série de SNP dentro ou muito perto desse gene, e dois parecem ser informativos em Bos indicus e Bos taurus (posição 316 e 4.753 pares de base), mas um SNP a 530 pares de base parece ser informativo somente em Bos taurus. REAÇÃO EM CADEIA DE POLIMERASE Em 1983, o bioquímico Kary Mullis desenvolveu uma técnica que foi um marco para os estudos genéticos moleculares, a reação em cadeia de polimerase (PCR). A PCR é uma técnica que permite copiar pedaços de DNA, o que também chamamos de amplificação do DNA. Com isso, em laboratório, podemos realizar de maneira mais rápida as cópias de trecho do DNA do que com o uso de células transformadas (por exemplo, as bactérias com o DNA recombinante). Esta passou a ser a técnica central da bioquímica e da genética molecular. Para essa técnica, utilizamos um equipamento chamado termociclador, que realiza ciclosde temperaturas para induzir a formação das cópias de DNA. No termociclador, a fita dupla de DNA se abre quando a temperatura está entre 94 °C e 96 °C − essa fase é chamada de desnaturação. Depois da abertura, os primers reconhecem a sequência a ser estudada por pareamento (identificam as bases do DNA-molde) e se javascript:void(0) ligam ao DNA-molde quando o termociclador está com temperatura em torno de 50 °C (dependendo do primer) − essa fase é chamada de anelamento. Por fim, o termociclador realiza a fase chamada extensão, em que a enzima Taq-DNA polimerase se liga aos primers, reconhece as bases e coloca as dNTPs complementares. PRIMERS Primers são segmentos de ácidos nucleicos, com um a sessenta ribonucleotídeos, necessários à iniciação da replicação do DNA. DNTPS COMPLEMENTARES Os desoxirribonucleosídeos trifosfatados compõem-se de uma base azotada (adenina, citosina, guanina e timina), um açúcar (desoxirribose) e três grupos fosfato. Formam dATP, dCTP, dGTP, ou dTTP, conforme a base usada. É o início das novas cadeias formadas durante o PCR. Aplicamos a técnica de PCR para: estudo do padrão de expressão gênica; seleção de clones recombinantes; detecção de mutações em genes específicos; estudos diagnósticos de doenças infecciosas e detecção de bactérias, vírus e protozoários parasitas; elucidação de relações evolutivas entre espécies, com a utilização de material arqueológico; e investigação de crimes (Medicina Forense). javascript:void(0) Etapas da técnica do PCR Etapas da técnica do PCR. Fonte: SANDERS, Mark F.; BOWMAN, John L. HIBRIDIZAÇÃO Um dos grandes avanços da Biotecnologia na Genética foi a técnica de microarranjos, microarrays ou chip de DNA. Esse sistema consiste em uma lâmina de vidro contendo muitas sondas de DNA. As sondas são moléculas de DNA de fita simples, com cerca de vinte bases, de sequência conhecida e que irão se ligar (hibridizar) a um DNA-alvo com sequência complementar. O microarranjo permite que o DNA de uma amostra, marcado com fluorescência (Cy3-dUTP e Cy5-dUTP, por exemplo), seja analisado simultaneamente para centenas de genes. Há microarranjos comercialmente disponíveis para a avaliação de expressão gênica e para a genotipagem de SNP. Um exemplo da utilização da hibridização é a genotipagem de bovinos, a qual rastreia 500 mil posições variáveis na configuração genética de cada vaca. Por meio desse processo, os cientistas poderão registrar com precisão a estrutura das células, ajudando-as a determinar características hereditárias, como fertilidade, produção de leite e qualidade da carne em vacas individuais. Fonte: Colombo e Rahal (2010) Etapas da técnica de hibridização. Fonte: Colombo e Rahal (2010). CRISPR-CAS9 CRISPR-Cas9 – abreviação de repetições palindrômicas curtas agrupadas com interações regulares e proteína 9 associada a CRISPR – é uma técnica recente para a edição do genoma. Ela é mais barata, mais precisa e mais eficiente do que outros métodos de edição de genoma existentes. A CRISPR-Cas9 é utilizada para cortar o DNA onde podemos inserir ou excluir pedaços do material genético e fazer a edição do DNA com uma sequência personalizada, usando a própria máquina de reparo de DNA da célula. Fonte: Arend, Pereira e Markoski (2017) Etapas da técnica de CRISPR-Cas9. Fonte: Arend, Pereira e Markoski (2017). VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ANALISE AS ALTERNATIVAS ABAIXO E MARQUE AQUELA QUE MELHOR DEFINE OS PLASMÍDEOS: A) Os plasmídeos são encontrados no nucleoide bacteriano. B) Os plasmídeos são segmentos de RNA presentes no citoplasma bacteriano. C) Os plasmídeos apresentam a capacidade de duplicar-se de maneira independente do DNA cromossomal. D) Os plasmídeos são segmentos de DNA presentes no nucleoide bacteriano. 2. QUAL A SEQUÊNCIA CORRETA PARA SE REALIZAR A CLONAGEM MOLECULAR? A) Selecionar os clones recombinantes; multiplicar o gene; isolar o gene de interesse; unir o gene ao vetor; e transformar. B) Isolar o gene de interesse; unir o gene ao vetor; transformar; selecionar os clones recombinantes; e multiplicar o gene. C) Isolar o gene de interesse; selecionar os clones recombinantes; unir o gene ao vetor; transformar; e multiplicar os genes. D) Transformar; selecionar os clones recombinantes; isolar o gene de interesse; unir o gene ao vetor; e multiplicar os genes. GABARITO 1. Analise as alternativas abaixo e marque aquela que melhor define os plasmídeos: A alternativa "C " está correta. Os plasmídeos são fragmentos circulares de DNA encontrados no citoplasma da bactéria. Eles têm a capacidade de duplicar-se de maneira independente do DNA cromossomal. 2. Qual a sequência correta para se realizar a clonagem molecular? A alternativa "B " está correta. Para a clonagem molecular, que é a clonagem de genes, devemos primeiramente identificar o gene de interesse e isolá-lo. Após este passo, devemos unir o gene ao vetor. Este vetor irá fazer a sua duplicação. Alguns vetores podem não possuir o gene de interesse, por isso devemos separar os vetores que possuem o gene em questão dos outros que não o possuem. Depois é só realizar a multiplicação do gene. Esta é a sequência correta da clonagem molecular. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Podemos observar como somente quatro bases nitrogenadas são importantes para a manifestação das características dos indivíduos. Vimos também que, apesar de serem unicelulares, as bactérias são extremamente relevantes para o avanço dos estudos da Genética. Vários mecanismos de edição do genoma foram baseados em suas características. Apesar de agora conhecermos os genes, em razão do Projeto Genoma, ainda precisamos de mais estudos para saber como eles realmente funcionam. As ferramentas moleculares estão presentes nesses estudos, para ajudar a compreender a relação existente entre os genes e o meio ambiente e incluir seu uso prático como diagnóstico de doenças e melhoramento animal, entre outras aplicações. REFERÊNCIAS AREND, M. C.; PEREIRA, J. O.; MARKOSKI, M. M. O sistema CRISPR/Cas9 e a possibilidade de edição genômica para a Cardiologia. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v. 108, n. 1, p. 81-83, jan. 2017. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5935/abc.20160200. Acesso em: 1º jul. 2020. COLOMBO, J.; RAHAL, P. A tecnologia de microarray no estudo do câncer de cabeça e pescoço. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 8, n. 1, p. 64-72, 2010. Disponível em: http://www.ufrgs.br/seerbio/ojs/index.php/rbb/article/view/1268/914. Acesso em: 1º jul. 2020. COUTINHO, L. L. et al. Genômica Animal. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA, 17; CONGRESSO INTERNACIONAL DE ZOOTECNIA, 9. Londrina, 2007. Anais... Londrina: UEL/ABZ, 2007. p. 429-441. 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Eukaryotic Transposable Elements: Teaching Old Genomes New Tricks. In: CAPORALE, L. H. (ed). The Implicit Genome. New York: Oxford University Press, 2006, p. 138-165. EXPLORE+ Se você se interessou pelas ferramentas de manipulação genética, você pode refletir sobre a ética da Engenharia Genética aplicada aos seres humanos, assistindo aos vídeos a seguir, que foram filmados durante o evento Ética na Genética, promovido pela Universidade de São Paulo (USP) e realizado, em 2019, no auditório do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). Depois de assistir aos vídeos, reflita sobre por que essa questão ética não é discutida quando se trata de manipulação genética em animais. O vídeo Ética na Genética | Debate - USP Talks #26 mostra uma mesa-redonda com esses dois estudiosos do assunto. O vídeo Ética na Genética: Como o homem muda o DNA das coisas mostra a opinião de Fernando Reinach (biólogo, atua como um dos pioneiros da Genômica e da Biotecnologia no Brasil) sobre o tema. http://dx.doi.org/10.1016/j.cell.2014.05.010 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536326689/cfi/0!/4/2@100:0.00 https://doi.org/10.1016/j.cell.2018.05.043 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/ https://doi.org/10.1038/nature11128 https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/22445/pdf/279?code=tDkV2u2XoFsb91aW5YOJELhkiyYUe/ll+TU9jPWcnIG2/8dQtPSKcdbAZUSrpk+9u4r4/LD5UZYEGtgxBzJ1HA== https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-sao-plasmideos.htm CONTEUDISTA Juliana Cristina Nogueira Colodo CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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