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Análise de Resenha Crítica (UNIP)

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Universidade Paulista 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise de 
Resenha Crítica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campinas, 07 de novembro de 2007. 
 
André Luis Bolivar – 569341-1 
Raphael Rocha Dias – 413015-4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise de Resenha Crítica 
 
 
 
Trabalho realizado para 
professora Daniele Frosoni 
da disciplina “Comunicação e Expressão” 
da Universidade Paulista – UNIP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campinas 
2007 
RESENHA ANALISADA 
 
Dom Casmurro 
Por Carlos Moreira 
Publicado 10/06/2007 
 
Carlos Moreira é Poeta, professor de Literatura e estudante de Filosofia. 
 
O Otelo brasileiro 
 
A crítica costuma dividir a obra de Machado de Assis ((1839-1908) em duas fases distintas: 
os escritos da juventude, ainda ligados ao Romantismo (Ressurreição, Helena, A Mão e a Luva, 
Iaiá Garcia), e seu crescente amadurecimento até chegar ao Realismo de suas principais obras 
(Memórias Póstumas de Brás cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó, Memorial de 
Aires e contos como O Alienista e A Cartomante). Machado foi o primeiro escritor nacional a, de 
fato, criar um estilo consciente da literatura universal e de si mesmo. 
 
A obra de Machado de Assis é essencialmente moderna e muitas de suas intuições só 
viriam a ser formuladas bem mais tarde, nas idéias de Freud, por exemplo. Seu forte não era o 
teatro nem a poesia, mesmo tendo sido um polígrafo incurável. É na ficção que seu gênio atinge 
níveis de excelência. Por isso Machado de Assis é hoje o autor brasileiro que mais leituras críticas 
acumula, dentro e fora do país. Ensaios e teses não se cansam de encontrar novos sentidos nesse 
olhar oblíquo que enfrenta a natureza humana de maneira tão irônica e profunda. Desde seu 
lançamento, em 1899, Dom Casmurro é um sucesso de crítica e público, e seu autor é 
considerado pelo maior crítico literário da atualidade, Harold Bloom, como uma das cem mentes 
brilhantes da literatura universal. 
 
Enredo de Dom Casmurro: Dom Casmurro narra em primeira pessoa a história de Bentinho 
que, por circunstância várias, vai se fechando em si mesmo e passa a ser conhecido como Dom 
Casmurro. Órfão de pai, criado com desvelo pela mãe (D. Glória), protegido do mundo pelo círculo 
doméstico e familiar (tia Justina, tio Cosme, José Dias), Bentinho é destinado à vida sacerdotal, 
em cumprimento a uma antiga promessa de sua mãe. A vida do seminário, no entanto, não o atrai, 
já enamorado que estava por Capitu, filha dos vizinhos. Apesar de comprometido pela promessa, 
também D. Glória sofre com a idéia de separar-se do filho único, interno no seminário. Por 
expediente de José Dias, o agregado da família, Bentinho abandona o seminário e, em seu lugar, 
ordena-se um escravo. Correm os anos e com eles o amor de Bentinho e Capitu. Entre o namoro e 
o casamento, Bentinho se forma em Direito e estreita a sua amizade com um ex-colega de 
seminário, Escobar, que acaba se casando com Sancha, amiga de Capitu. Do casamento de 
Bentinho e Capitu nasce Ezequiel. Escobar morre e, durante seu enterro, Bentinho julga estranha 
a forma como Capitu contempla o cadáver. A partir daí, os ciúmes vão aumentando e precipita-se 
a crise. Á medida que cresce, Ezequiel se torna cada vez mais parecido com Escobar. Bentinho 
muito ciumento, chega a planejar o assassinato da esposa e do filho, seguido pelo seu suicídio, 
mas não tem coragem. A tragédia dilui-se na separação do casal. Capitu viaja com o filho para a 
Europa, onde morre anos depois. Ezequiel, já moço, volta ao Brasil para visitar o pai, que apenas 
constata a semelhança entre o antigo colega de seminário. Ezequiel volta a viajar e morre no 
estrangeiro. Bentinho, cada vez mais fechado em usas dúvidas, passa a ser chamado de casmurro 
pelos amigos e vizinhos e põe-se a escrever sua vida (o romance)". 
 
Mais que a história em si, é o modo de contar que interessa e chama a atenção em Dom 
Casmurro. Nossa atenção deve voltar-se para o foco narrativo através do qual a história é contada. 
É essencial não confundir a voz do narrador com a voz do autor. Dom Casmurro é narrado em 
primeira pessoa pelo protagonista masculino que dá nome ao romance, já velho e solitário, 
desiludido e amargurado pela casmurrice, conforme seu apelido. A visão, pois, que temos dos 
fatos é perpassada da sua ótica subjetiva e unilateral: tudo que sabemos do seu passado, de seus 
amores, de Capitu, só o conhecemos do seu ângulo. Em conseqüência disso, paira dúvida sobre o 
adultério de Capitu - dúvida que não se tem dissipado ao longo dos anos. 
 
http://www.webartigos.com/authors/680/Carlos-Moreira
O foco narrativo, ou seja, o tipo de narrador escolhido, é uma das questões centrais da 
obra de Machado. Em geral utilizando a primeira pessoa (narrador-personagem), o autor subordina 
tudo o que se conta à visão, à condição psicológica daquele que conta. 
 
O romance é construído a partir de um flash-back, por um cinqüentão solitário e casmurro, 
"à la recherche de temps perdu" ("à procura do tempo perdido"), o qual procura "atar as duas 
pontas da vida" ( infância e velhice). Perpassa, pois, o romance uma atmosfera memorialista, 
representando a autobiografia de Bento Fernandes Santiago. 
 
O título do livro ("Dom Casmurro") reflete uma das características mais marcantes do 
protagonista masculino no crepúsculo da existência: a visão amarga, doída e ressentida de quem 
foi traído e machucado pela vida, e, em conseqüência disso vai-se isolando e ensimesmando. 
"Não consultes dicionários, Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe 
pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de 
fidalgo". 
 
Digressões: na segunda fase de sua obra Machado de Assis passa a utilizar a técnica da 
digressão: o fluxo da narrativa é interrompido e o narrador se dirige ao leitor para tecer 
comentários, ironias e observações que parecem deslocar o assunto. Em Dom Casmurro isso 
serve para: a) disfarçar ou atenuar, com humor irônico, a importância e o drama da história que se 
conta. b) lembrar ao leitor que os fatos narrados ocorreram no passado do narrador e que a 
história, portanto, está sujeita ao olhar do velho Bento, que revê sua vida. 
 
A narrativa de Dom Casmurro (como a de Memórias Póstumas) se dá de maneira oblíqua, 
como Dom Casmurro pode ser dividido em duas partes assimétricas: na primeira parte (do capítulo 
3 ao capítulo 97) o narrador conta, sem uma ordem temporal rígida e com digressões, sua 
tentativa de se livrar da promessa da mãe de fazê-lo padre, seus estudos de Direito e seu iminente 
casamento com Capitu. Na segunda parte (do capítulo 98 ao 146), narra seu casamento com 
Capitu, o nascimento de Ezequiel, as suspeitas crescentes sobre a fidelidade da esposa (que 
chegarão ao máximo quando Escobar morrer) e o conseqüente exílio de Capitu e Ezequiel. Essa 
parte desmonta a primeira, através da psicologia destrutiva do narrador, que substitui Romantismo 
por Realismo, trocando a juventude lírica pela obscura e amarga vida adulta. Pode-se perceber, 
então, que a personalidade de Capitu, construída na primeira parte, é uma armadilha narrativa: 
certas características sugeridas nos capítulos da primeira parte têm o papel de apoiar a traição e o 
adultério que o narrador da segunda parte quer nos fazer crer. 
 
Capitu é construída para ser uma personagem esférica, complexa, labiríntica. Isso dificulta 
sua abordagem, não só para o marido, mas também para o leitor curioso. Bento caracteriza 
Capitu, na primeira parte, como uma jovem racional, inteligente, calculista, que lida facilmente com 
situações constrangedoras e que demonstra ser maquiavélica: capaz de tudo para atingir seus 
objetivos. "Olhos de cigana obliqua e dissimulada", "olhos de ressaca", metonímias e metáforas 
que desenham uma personagem enigmática e sedutora, capaz de trair. É bom lembrar o próprio 
caráter de Bento: hesitante, fraco, passivo e emotivo, ou seja, o oposto de sua companheira.Some-se a isso a imaginação fértil de Bentinho, sempre pronto a criar alucinações e razões para 
ter ciúmes. 
 
Adultério? Talvez sim, talvez não. O leitor pode ler Dom Casmurro pelo direito e pelo 
avesso. Ou seja: a semelhança física (segundo Bento) de Ezequiel e Escobar, a presença de 
Escobar em casa de Bentinho quando este não está, a reação de Capitu no enterro de Escobar, 
são indícios da traição. Mas, ao mesmo tempo, o processo psicológico de ciúme doentio do 
narrador, a falta de provas e de outros testemunhos, bem como a distância no tempo dos fatos 
narrados em relação à narrativa, tudo isso parece apontar para a inocência de Capitu. Na verdade, 
muito mais que discutir o adultério, é preciso discutir a ambigüidade da narrativa machadiana, seu 
caráter "aberto". O processo de construção dessa história cria espaço para discutirmos questões 
mais profundas: o conceito de verdade e realidade, o dualismo do ser humano, a natureza do 
ciúme, a relatividade dos conceitos morais, o tédio, a loucura, a vaidade, a contradição entre 
aparência e essência, a predominância do mal sobre o bem, a psicologia feminina, e muitas outras 
questões. 
 
Ironia, Pessimismo e Humor: os os romances e contos da segunda fase são perpassados 
de um sarcasmo e de uma descrença corrosiva, mas sempre de um humor que torna a visão 
suportável: "Não te irrites se te pagarem mal um benefício: antes cair das nuvens que de um 
terceiro andar." 
 
O Microrrealismo é a marca registrada do estilo de Machado. O essencial reside no 
detalhe, exigindo uma leitura atenta, minuciosa. Os segredos se escondem nos detalhes, e os 
enredos e análises das personagens são mosaicos construídos a partir de cada um desses 
mínimos pontos. 
 
A prioridade narrativa não é aventura, emoção e suspense, apesar desses elementos 
também comporem a trama. O que interessa de fato é a especulação filosófica e a análise 
psicológica de cada personagem. Machado não guarda esperanças com relação ao ser humano. 
Seus homens são em geral superficiais, medíocres e de baixa inteligência. Suas mulheres são em 
geral vaidosas, ardilosas, e usam de sedução para atingir objetivos no mais das vezes fúteis. 
 
Metalinguagem: os narradores dialogam principalmente e diretamente com o leitor (ou 
leitora) e têm em geral uma imensa consciência do processo narrativo: "Eu gosto de catar o 
mínimo e o escondido. Onde ninguém mete o nariz, aí entra o meu, com a curiosidade estreita e 
aguda que descobre o encoberto". 
 
Intertextualidade: Machado era leitor poliglota e intenso, daí talvez sua consciência da 
anemia literária brasileira e sua tentativa de corrigi-la colocando em suas obras uma rede de 
conexões, pontes, releituras, citações, paródias e paráfrases de vários autores e obras. Os 
principais intertextos são feitos com Shakespeare, Cervantes, a Bíblia, Goethe e a filosofia 
clássica, especialmente Platão. 
 
Quanto ao lugar em que decorre a ação, trata-se do Rio de Janeiro da época do Império: 
há inúmeras referências a lugares, ruas, bairros, praças, teatros, salões de baile que evocam essa 
cidade imperial. Por outro lado, há também ligeiras referências a São Paulo, onde foi estudar 
Direito o ex-seminarista Bentinho, e também à Europa onde morre Capitu, e mesmo aos lugares 
sagrados, onde morre Ezequiel (Jerusalém). Cronologicamente falando, a narrativa decorre 
durante o segundo Império. Contudo, construído sob a forma de flash-back. O que domina no livro 
não é esse tempo cronológico; é o psicológico, que se passa dentro das personagens, dentro da 
própria vida. Debruçado sobre a reconstrução do passado, o solitário e magoado Dom Casmurro 
vai reconstituindo o "tempo perdido" de sua existência, filtrando os fatos sob sua ótica de 
cinqüentão amargurado, revivendo a vida subjacente, que jaz nas suas entranhas. 
 
Em Dom casmurro há basicamente dois caminhos a seguir: deixar-se levar pela ótica de 
Bentinho, aceitando sua palavra e sua memória como Verdade, ou construir uma Narrativa 
Paralela, pondo em xeque o próprio narrador, levando em conta a hipótese de ser ele um 
paranóico-esquizofrênico com acentuado complexo de Édipo, atacado por fantasias geradas por 
sua profunda insegurança e isolamento. Esse clima de incerteza foi construído com maestria e no 
fim das contas parece nos dizer que haver ou não traição é o que menos importa: tudo não passa 
de um bom pretexto (pré-texto) para radiografar as relações humanas e o interior de cada 
indivíduo. 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 1 
 
Identificação da Obra 
 
 
• Autor 
O autor da resenha, Carlos Moreira, apresenta o autor da obra Dom Casmurro de 
maneira explícita em alguns versos, entre eles: 
 
[Parágrafo 2] 
“ A obra de Machado de Assis é essencialmente moderna e muitas de suas intuições só 
viriam a ser formuladas bem mais tarde [...]” 
 
[Parágrafo 1] 
“A crítica costuma dividir a obra de Machado de Assis (1839-1908) em duas fases 
distintas [...]” 
 
 
 
 
• Título 
 O título da obra na qual Carlos Moreira produz a crítica está escrita também de 
modo explícito na seguinte frase contida no segundo parágrafo: 
 
[Parágrafo 2] 
“[...] Desde seu lançamento, em 1899, Dom Casmurro é um sucesso de crítica e público, 
e seu autor é considerado pelo maior crítico literário da atualidade, Harold Bloom, como 
uma das cem mentes brilhantes da literatura universal.” 
 
 
 
 
• Total de páginas resenhadas 
 Carlos Moreira não apresenta a quantidade de páginas que o livro Dom Casmurro 
possui. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 2 
 
Credenciais do Autor 
 
 
• Formação 
 A resenha não apresenta de maneira explícita a formação de Machado de Assis, 
mas algumas informações sobre suas características pessoais são apresentadas por 
Carlos Moreira nos seguintes trechos: 
 
[Parágrafo 2] 
“Seu forte não era o teatro nem a poesia, mesmo tendo sido um polígrafo incurável.” 
 
[Parágrafo 16] 
“Machado era leitor poliglota e intenso” 
 
 
 
 
• Publicações 
 O criador da resenha apresenta em seu texto outras obras de Machado de Assis de 
maneira explícita e, além disso, afirma que essas obras estão divididas em duas fases 
distintas. O trecho se encontra no primeiro parágrafo e diz: 
 
[Parágrafo 1] 
“A crítica costuma dividir a obra de Machado de Assis ((1839-1908) em duas fases 
distintas: os escritos da juventude, ainda ligados ao Romantismo (Ressurreição, Helena, 
A Mão e a Luva, Iaiá Garcia), e seu crescente amadurecimento até chegar ao Realismo 
de suas principais obras (Memórias Póstumas de Brás cubas, Quincas Borba, Dom 
Casmurro, Esaú e Jacó, Memorial de Aires e contos como O Alienista e A 
Cartomante) [...]” 
 
 
 
 
• Atividades desenvolvidas na área 
 Carlos Moreira não mostra profundamente atividades desenvolvidas por Machado 
de Assis, mas apresenta de modo sucinto que o autor de Dom Casmurro desenvolveu 
algumas atividades na área da literatura, e um dos trechos que mostra isto está contido no 
primeiro parágrafo: 
 
[Parágrafo 1] 
“[...] Machado foi o primeiro escritor nacional a, de fato, criar um estilo consciente da 
literatura universal e de si mesmo.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 3 
 
Conteúdo 
 
 
• Principais idéias 
 A seguir, trechos onde o criador da resenha, Carlos Moreira, apresenta as idéias 
principais da obra Machadiana para que o leitor da resenha compreenda o contexto, a 
história e as explicações que ele faz: 
 
[Parágrafo 3] 
“Enredo de Dom Casmurro: Dom Casmurro narra em primeira pessoa a história de 
Bentinho que, por circunstância várias, vai se fechando em si mesmo e passa a ser 
conhecido como Dom Casmurro. Órfão de pai, criado com desvelo pela mãe (D. Glória), 
protegido do mundo pelo círculo doméstico e familiar (tia Justina, tio Cosme, José Dias), 
Bentinho é destinado à vida sacerdotal, em cumprimento a uma antiga promessa de sua 
mãe. A vida do seminário, no entanto, não o atrai, já enamorado que estava por Capitu, 
filha dos vizinhos. Apesar de comprometido pela promessa, também D. Glória sofre com a 
idéia de separar-se dofilho único, interno no seminário. [...]” 
 
[Parágrafo 5] 
“O foco narrativo, ou seja, o tipo de narrador escolhido, é uma das questões centrais da 
obra de Machado. Em geral utilizando a primeira pessoa (narrador-personagem), o autor 
subordina tudo o que se conta à visão, à condição psicológica daquele que conta.” 
 
[Parágrafo 9] 
“Dom Casmurro pode ser dividido em duas partes assimétricas: na primeira parte (do 
capítulo 3 ao capítulo 97) o narrador conta, sem uma ordem temporal rígida e com 
digressões, sua tentativa de se livrar da promessa da mãe de fazê-lo padre, seus estudos 
de Direito e seu iminente casamento com Capitu. Na segunda parte (do capítulo 98 ao 
146), narra seu casamento com Capitu, o nascimento de Ezequiel, as suspeitas 
crescentes sobre a fidelidade da esposa (que chegarão ao máximo quando Escobar 
morrer) e o conseqüente exílio de Capitu e Ezequiel. [...]” 
 
 
 
• Pormenores importantes 
 Carlos Moreira apresenta pormenores importantes de maneira bastante discreta 
entre suas idéias principais. Durante toda a resenha ele, vez por outra, ressalta detalhes 
importantes para o entendimento completo da obra de Machado de Assis. 
 
[Parágrafo 4] 
“[...] É essencial não confundir a voz do narrador com a voz do autor. Dom Casmurro é 
narrado em primeira pessoa pelo protagonista masculino que dá nome ao romance [...]” 
 
[Parágrafo 6] 
“O romance é construído a partir de um flash-back, por um cinqüentão solitário e 
casmurro, [...] o qual procura "atar as duas pontas da vida” (infância e velhice).” 
 
 
 
 
 
 
[Parágrafo 9] 
“Na segunda parte (do capítulo 98 ao 146), narra seu casamento com Capitu, o 
nascimento de Ezequiel, as suspeitas crescentes sobre a fidelidade da esposa (que 
chegarão ao máximo quando Escobar morrer) e o conseqüente exílio de Capitu e 
Ezequiel. Essa parte desmonta a primeira, através da psicologia destrutiva do narrador, 
que substitui Romantismo por Realismo, trocando a juventude lírica pela obscura e 
amarga vida adulta. [...]” 
 
 
 
 
 
• Pressupostos para entendimento 
 Durante o desenvolvimento da resenha, Carlos Moreira demonstra muita segurança 
e certeza com a apresentação de suas idéias. A única demonstração de insegurança está 
contida no seguinte trecho: 
 
[Parágrafo 16] 
“[...] Machado era leitor poliglota e intenso, daí talvez sua consciência da anemia literária 
brasileira e sua tentativa de corrigi-la colocando em suas obras uma rede de conexões, 
pontes, releituras, citações, paródias e paráfrases de vários autores e obras. [...]” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 4 
 
Conclusões 
 
 
• Localização 
 A resenha apresenta de maneira explícita os locais tratados na obra de Machado de 
Assis 
 
[Parágrafo 17] 
“Quanto ao lugar em que decorre a ação, trata-se do Rio de Janeiro da época do Império: 
há inúmeras referências a lugares, ruas, bairros, praças, teatros, salões de baile que 
evocam essa cidade imperial. Por outro lado, há também ligeiras referências a São Paulo, 
onde foi estudar Direito o ex-seminarista Bentinho, e também à Europa onde morre 
Capitu, e mesmo aos lugares sagrados, onde morre Ezequiel (Jerusalém). [...]” 
 
 
 
 
• Breve explicações das conclusões do autor 
 
[Parágrafo 11] 
“Adultério? Talvez sim, talvez não. O leitor pode ler Dom Casmurro pelo direito e pelo 
avesso. Ou seja: a semelhança física (segundo Bento) de Ezequiel e Escobar, a presença 
de Escobar em casa de Bentinho quando este não está, a reação de Capitu no enterro de 
Escobar, são indícios da traição. Mas, ao mesmo tempo, o processo psicológico de ciúme 
doentio do narrador, a falta de provas e de outros testemunhos, bem como a distância no 
tempo dos fatos narrados em relação à narrativa, tudo isso parece apontar para a 
inocência de Capitu. Na verdade, muito mais que discutir o adultério, é preciso discutir a 
ambigüidade da narrativa machadiana, seu caráter "aberto". O processo de construção 
dessa história cria espaço para discutirmos questões mais profundas: o conceito de 
verdade e realidade, o dualismo do ser humano, a natureza do ciúme, a relatividade dos 
conceitos morais, o tédio, a loucura, a vaidade, a contradição entre aparência e essência, 
a predominância do mal sobre o bem, a psicologia feminina, e muitas outras questões” 
 
[Parágrafo 18] 
“Em Dom casmurro há basicamente dois caminhos a seguir: deixar-se levar pela ótica de 
Bentinho, aceitando sua palavra e sua memória como Verdade, ou construir uma Narrativa 
Paralela, pondo em xeque o próprio narrador, levando em conta a hipótese de ser ele um 
paranóico-esquizofrênico com acentuado complexo de Édipo, atacado por fantasias 
geradas por sua profunda insegurança e isolamento. [...]” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 5 
 
Crítica 
 
 
• Determinação histórica e metodológica (científica/didática/jornalista) da obra 
 
[Parágrafo 17] 
“Quanto ao lugar em que decorre a ação, trata-se do Rio de Janeiro da época do Império 
[...]. Cronologicamente falando, a narrativa decorre durante o segundo Império. [...]” 
 
 
 
• Contribuições importantes 
 Carlos Moreira não apresenta em seu texto contribuições importantes que a obra de 
Machado de Assis possa ter ocasionado na sociedade. 
 
 
 
• Estilo, forma 
 Ao longo de toda a resenha, Carlos Moreira apresenta técnicas, estilos e formas 
utilizadas pelo autor de Dom Casmurro. 
 
[Parágrafo 8] 
“Digressões: na segunda fase de sua obra Machado de Assis passa a utilizar a técnica da 
digressão: o fluxo da narrativa é interrompido e o narrador se dirige ao leitor para tecer 
comentários, ironias e observações que parecem deslocar o assunto.” 
 
[Parágrafo 12] 
“Ironia, Pessimismo e Humor: os romances e contos da segunda fase são perpassados 
de um sarcasmo e de uma descrença corrosiva,[...]” 
 
[Parágrafo 13] 
“O Microrrealismo é a marca registrada do estilo de Machado. O essencial reside no 
detalhe, exigindo uma leitura atenta, minuciosa. [...]” 
 
[Parágrafo 15] 
“Metalinguagem: os narradores dialogam principalmente e diretamente com o leitor (ou 
leitora) e têm em geral uma imensa consciência do processo narrativo [...]” 
 
[Parágrafo 16] 
“Intertextualidade: Machado era leitor poliglota e intenso, daí talvez sua consciência da 
anemia literária brasileira e sua tentativa de corrigi-la colocando em suas obras uma rede 
de conexões, pontes, releituras, citações, paródias e paráfrases de vários autores e obras. 
[...]” 
 
• Considerações éticas 
 
[Parágrafo 18] 
“Esse clima de incerteza foi construído com maestria e no fim das contas parece nos dizer 
que haver ou não traição é o que menos importa: tudo não passa de um bom pretexto 
(pré-texto) para radiografar as relações humanas e o interior de cada indivíduo.”

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