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1 
 
 
 
 
 
 
 
CREMEPE 
Assistente Técnico I 
 
 
1. Atos Administrativos: conceito, requisitos, atributos, discricionariedade e vinculação; 
classificação; espécies, motivação, anulação, revogação e extinção; ...................................... 1 
2. Redação oficial: 2.1. Correspondência oficial; 2.2. Digitação qualitativa, abreviações e 
formas de tratamento; 2.3. Expressões e vocábulos latinos de uso frequente nas comunicações 
administrativas oficiais; 2.4. Documentos e modelos; ............................................................. 18 
2.5. Comunicação escrita e oral; ........................................................................................ 50 
2.6. Normas para elaboração de textos, envelope e endereçamentos postais; .................. 58 
3. Contabilidade básica. ..................................................................................................... 71 
4. Documentação e arquivo: pesquisa, documentação, arquivo, sistema e métodos de 
arquivamento e normas para arquivo; 5. Noções arquivísticas; .............................................. 85 
6. Correspondência e Atos Oficiais. Modelos oficiais, ofícios e requerimentos. ................. 99 
7. Abreviaturas, siglas e símbolos. ................................................................................... 104 
8. Documentos Oficiais - Leis, Decretos, Resoluções, Portarias, Apostilas etc ................ 109 
9. Elaboração de atas e relatórios. ................................................................................... 129 
10. Noções de Administração e Planejamento ................................................................. 138 
 
 
Olá Concurseiro, tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
01. Apostila (concurso e cargo); 
02. Disciplina (matéria); 
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
04. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
cinco dias úteis para respondê-lo (a). 
 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
Apostila gerada especialmente para: Álvaro L 114.943.344-29
 
1 
 
 
 
Ato administrativo é toda manifestação lícita e unilateral de vontade da Administração ou de quem lhe 
faça às vezes, que agindo nesta qualidade tenha por fim imediato adquirir, transferir, modificar ou extinguir 
direitos e obrigações. 
Os atos administrativos podem ser praticados pelo Estado ou por alguém que esteja em nome dele. 
Logo, pode-se concluir que os atos administrativos não são definidos pela condição da pessoa que os 
realiza. Tais atos são regidos pelo Direito Público. 
Deve-se diferenciar o conceito de ato administrativo do conceito de ato da Administração. Este último 
é ato praticado por órgão vinculado à estrutura do Poder Executivo. 
Nem todo ato praticado pela Administração será ato administrativo, ou seja, há circunstâncias em que 
a Administração se afasta das prerrogativas que possui, equiparando-se ao particular. 
O que qualifica o ato como administrativo é o fato que sua repercussão jurídica produz efeitos a uma 
determinada sociedade, devendo existir uma regulação pelo direito público. Para que esse ato seja 
caracterizado, é necessário que ele seja emanado por um agente público, quer dizer, alguém que esteja 
investido de múnus público, podendo atuar em nome da Administração. 
Esse ato deve alcançar a finalidade pública, onde serão definidas prerrogativas, que diz respeito à 
supremacia do interesse público sobre o particular, em virtude da indisponibilidade do interesse público. 
Embora existam divergências, a doutrina mais moderna entende que os atos administrativos podem 
ser delegados, assim os particulares recebem a delegação pelo Poder Público para prática dos referidos 
atos. 
 
Questões 
 
01. (Câmara Municipal de Atibaia/SP - Advogado - CAIP-IMES) Assinale a alternativa incorreta. 
 
Os atos administrativos: 
(A) decorrem de manifestação bilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa 
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou 
impor obrigações aos administrados, apenas. 
(B) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública no exercício da função 
administrativa típica. 
(C) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa 
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou 
impor obrigações aos administrados ou a si própria. 
(D) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública, portanto são de 
exclusividade do Poder Executivo no exercício da função típica. Contudo, os demais poderes (Judiciário 
e Legislativo) também podem exercê-los, atipicamente. 
 
02. (CNMP -Técnico do CNMP FCC) Ato administrativo é: 
(A) realização material da Administração em cumprimento de alguma decisão administrativa. 
(B) sinônimo de fato administrativo. 
(C) manifestação bilateral de poder da Administração pública que, agindo nessa qualidade, tenha por 
fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir, declarar direitos e impor obrigações aos 
administrados. 
(D) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que visa impor obrigações aos 
administrados ou a si própria ou alguma realização material em cumprimento a uma decisão de si própria. 
(E) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que, agindo nessa qualidade, tenha 
por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor 
obrigações aos administrados ou a si própria. 
 
Gabarito 
 
01.A / 02.E 
 
 
1. Atos Administrativos: conceito, requisitos, atributos, discricionariedade e 
vinculação; classificação; espécies, motivação, anulação, revogação e extinção; 
 
Apostila gerada especialmente para: Álvaro L 114.943.344-29
 
2 
 
Comentários 
 
01. Resposta: A 
Os atos administrativos enquadram-se na categoria dos atos jurídicos. Logo, são manifestações 
humanas, e não meros fenômenos da natureza. Ademais, são sempre manifestações unilaterais de 
vontade (as bilaterais compõem os chamados contratos administrativos). 
 
02. Resposta: E 
Para Hely Lopes. 
Ato Administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo 
nessa qualidade, tenha por fim IMEDIATO adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar 
direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. 
Para Maria Sylvia. 
É a declaração de vontade do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, 
com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e se sujeita a controle do Poder Judiciário. 
Para Celso Antônio. 
É a declaração de vontade do Estado ou de lhe faça as vezes, no exercício de prerrogativas Públicas, 
manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento e 
sujeitas a controle de legitimidade dosórgãos jurisdicionais. 
 
Requisitos / Elementos 
 
São as condições necessárias para a existência válida do ato. Do ponto de vista da doutrina tradicional 
(e majoritária nos concursos públicos), os requisitos dos atos administrativos são cinco: 
Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz, trata-se de requisito vinculado. Para que um 
ato seja válido deve-se verificar se foi praticado por agente competente. 
No Direito Administrativo quem define as competências de cada agente é a lei, que deverá limitar sua 
atuação e fazer as atribuições de cada agente. 
O ato deve ser praticado por agente público, assim considerado todo aquele que atue em nome do 
Estado, podendo ser de qualquer título, mesmo que não ganhe remuneração, por prazo determinado ou 
vínculo de natureza permanente. 
Podem ser englobados como agentes, os agentes políticos, que são os detentores de mandatos 
eletivos, secretários e ministros de Estado, considerando ainda os membros da magistratura e do 
Ministério Público. Os atos ainda poderão ser praticados por particulares em colaboração com o poder 
público, podendo se considerar aqueles que exercem função estatal, sem vínculo definido, como acontece 
com jurados e mesários, por exemplo. 
Além da competência para a prática do ato, se faz necessário que não exista impedimento e suspeição 
para o exercício da atividade. 
Deve-se ter em mente que toda a competência é limitada, não sendo possível um agente ter 
competência ilimitada, tendo em vista o dever de observância da lei para definir os critérios de legitimação. 
Objeto lícito: É o conteúdo do ato, o resultado que se visa receber com sua expedição. Todo e 
qualquer ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas 
referentes a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da Administração Pública. 
Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exteriorização e demais procedimentos 
prévios que forem exigidos com a expedição do ato administrativo. Via de regra, os atos devem ser 
escritos, permitindo de maneira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que não sejam 
produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são os casos dos semáforos, por exemplo. 
A forma específica se dá pelo fato de que os atos administrativos decorrem de um processo 
administrativo prévio, que se caracterize por uma série de atos concatenados, com um propósito certo. A 
exigência de forma para a prática dos atos da Administração Pública decorre do Princípio da Solenidade, 
que pertence à atuação estatal, como forma de garantia de que os cidadãos serão contemplados com 
essa ação. 
Motivo: este integra os requisitos dos atos administrativos tendo em vista a defesa de interesses 
coletivos. Por isso existe a teoria dos motivos determinantes; 
O motivo será válido, sem irregularidades na prática do ato administrativo, exigindo-se que o fato 
narrado no ato praticado seja real e tenha acontecido da forma como estava descrito na conduta estatal. 
Difere-se de motivação, pois este é a explicação por escrito das razões que levaram à prática do ato. 
Apostila gerada especialmente para: Álvaro L 114.943.344-29
 
3 
 
Finalidade: o ato administrativo somente visa a uma finalidade, que é a pública; se o ato praticado 
não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso ou desvio de poder. 
 
 
Questão 
 
01. (DPE/PE - Estagiário de Direito - DPE-PE) São elementos do ato administrativo: 
(A) presunção de legalidade, economicidade, eficiência e motivação. 
(B) competência, forma e vinculação. 
(C) presunção de legitimidade e impessoalidade. 
(D) competência, forma, objeto, finalidade e motivo 
(E) vinculação e discricionariedade. 
 
Gabarito 
 
01.D 
 
Comentário 
 
01. Resposta: D 
Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz, trata-se de requisito vinculado. Para que um 
ato seja válido deve-se verificar se foi praticado por agente competente. 
Finalidade: O ato administrativo somente visa a uma finalidade, que é a pública; se o ato praticado 
não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso de poder; 
Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exteriorização e demais procedimentos 
prévios que forem exigidos com a expedição do ato administrativo. Via de regra, os atos devem ser 
escritos, permitindo de maneira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que não sejam 
produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são os casos dos semáforos, por exemplo. 
Motivo: Este integra os requisitos dos atos administrativos tendo em vista a defesa de interesses 
coletivos. Por isso existe a teoria dos motivos determinantes; 
Objeto lícito: É o conteúdo ato, o resultado que se visa receber com sua expedição. Todo e qualquer 
ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas referentes 
a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da Administração Pública. 
 
Atributos ou Características 
 
São prerrogativas que existem por conta dos interesses que a Administração representa, são as 
qualidades que permitem diferenciar os atos administrativos dos outros atos jurídicos. São eles: 
Presunção de legitimidade: é a presunção de que os atos administrativos devem ser considerados 
válidos, até que se demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação dos serviços públicos. 
Apostila gerada especialmente para: Álvaro L 114.943.344-29
 
4 
 
Isso não significa que os atos administrativos não possam ser contrariados, no entanto, o ônus da prova 
é de quem alega. 
O atributo de presunção de legitimidade confere maior agilidade à atuação administrativa, já que depois 
da prática do ato, estará apto a produzir efeitos automaticamente, como se fosse válido, até que se 
declare sua ilegalidade por decisão administrativa ou judicial. 
Imperatividade: é o poder que os atos administrativos possuem de gerar unilateralmente obrigações 
aos administrados, independente da concordância destes. É a prerrogativa que a Administração possui 
para impor determinado comportamento a terceiros. 
Exigibilidade ou coercibilidade: é o poder que possuem os atos administrativos de serem exigidos 
quanto ao seu cumprimento sob ameaça de sanção. 
Autoexecutoriedade: é o poder pelo qual os atos administrativos podem ser executados 
materialmente pela própria administração, independentemente da atuação do Poder Judiciário. 
Para a ocorrência da autoexecutoriedade é necessário a presença dos seguintes requisitos: 
a) Quando a lei expressamente previr; 
b) Quando estiver tacitamente prevista em lei (nesse caso deverá haver a soma dos seguintes 
requisitos: 
- situação de urgência; e 
- inexistência de meio judicial idôneo capaz de, a tempo, evitar a lesão. 
Tipicidade1: é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras previamente 
definidas pela lei como aptas a produzir determinados efeitos. O presente atributo é uma verdadeira 
garantia ao particular que impede a Administração de agir absolutamente de forma discricionária. Para 
tanto, o administrador somente pode exercer sua atividade nos termos estabelecidos na lei, presente nos 
atos unilaterais. Não existe tipicidade em atos bilaterais, já que não há imposição de vontade da 
Administração perante a outra parte. É o caso dos contratos, onde a sua realização depende de aceitação 
da parte contrária. 
 
Questão 
 
01. (DPE/RS - Defensor Público Sobre atos administrativos - FCC) É correto afirmar: 
(A) A autoexecutoriedade é um atributo de alguns atos administrativos que autoriza a execução 
coercitiva, independente da concorrência da função jurisdicional. 
(B) A autoexecutoriedade constitui atributo dos atos administrativos negociais, que, como contratos, 
dependem da concorrência de vontade do administrado. 
(C) A arguição de invalidade de ato administrativo por vícios ou defeitos impede a imediata execução 
e afasta a imperatividade. 
(D) Todos os atos administrativos possuem como atributos a presunçãode legitimidade, a 
imperatividade e a autoexecutoriedade. 
(E) A administração deverá fazer prova da legalidade do ato administrativo quando sobrevier 
impugnação pelo destinatário. 
 
Gabarito 
 
01.A 
 
Comentário 
 
01. Resposta: A 
A assertiva está plenamente correta já que a autoexecutoriedade autoriza a execução do administrativo 
sem o aval do Poder Judiciário. 
 
Elementos 
 
O elemento quer dizer a parte que compõe um todo, e desta maneira é o que é externo ou antecedente 
ao ato, não pode ser parte dele. 
Desta maneira podemos considerar que elemento é o conteúdo e a forma. 
 
1 http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portalTvJustica/portalTvJusticaNoticia/anexo/Carlos_Barbosa_Atos_administrativos_Parte_1.pdf 
Apostila gerada especialmente para: Álvaro L 114.943.344-29
 
5 
 
Conteúdo: é a disposição sobre a coisa, o objeto. Desta maneira se distinguem entre si, não sendo 
iguais. Tem relação com o que o ato dispõe, ou seja, o que o ato decide, opina, certifica, enuncia e altera 
na ordem jurídica. 
Forma: diz respeito à exteriorização do ato administrativo, do conteúdo e pode ter ou não previsão em 
lei. 
 
Pressupostos 
 
Existência, validade e eficácia2 
A aceitação da divisão ternária dos planos lógicos do ato jurídico foi difundida no Brasil por Pontes de 
Miranda, razão pela qual tem sido denominada de teoria tripartite ou pontesiana. Como todo ato jurídico, 
o ato administrativo está sujeito a três planos lógicos distintos: 
a) Plano da existência ou da perfeição: consiste no cumprimento do ciclo de formação do ato. 
b) Plano da validade: envolve a conformidade com os requisitos estabelecidos pelo ordenamento 
jurídico para a correta prática do ato administrativo. 
O ato válido é aquele que foi criado em conformidade com as regras previamente estabelecidas na 
legislação pertinente. Para que um ato seja avaliado como válido é necessário que ele exista, quer dizer, 
seja perfeito. 
A validade é a compatibilidade entre o ato jurídico e o disposto na norma. Assim, de acordo com o 
silêncio da lei, não há atuação administrativa, tendo em vista a aplicação da estrita legalidade em matéria 
de Direito Administrativo, não sendo permitido ao agente público atuar sempre que não haja vedação por 
lei.3 
No entanto, somente pode ser avaliada a validade de um ato, se ele for ao menos existente (perfeito), 
tratando-se de segundo plano de análise dos atos administrativos. · 
c) Plano da eficácia: está relacionado com a aptidão do ato para produzir efeitos jurídicos. 
A interação do ato administrativo com cada um dos três planos lógicos não repercute nos demais. 
Constituem searas sistêmicas distintas e relativamente independentes. 
A única exceção a tal independência reside na hipótese dos atos juridicamente inexistentes, caso em 
que não se cogita de sua validade ou eficácia. Ato inexistente é necessariamente inválido e não produz 
qualquer efeito. 
A existência ou perfeição é o primeiro plano lógico do ato administrativo. Nesse plano é necessário a 
verificação dos elementos e pressupostos que compõem seu ciclo de formação. Após isso e, se presentes 
os requisitos, o ato passa a ser válido. 
O ato administrativo é perfeito quando cumpre todos os trâmites previstos em lei para a constituição, 
quando se esgota toda as etapas do processo constitutivo desse ato. 
Quando o ato estiver perfeito, ele não pode ser retratável, porém pode ser revisado e até anulado, em 
virtude do princípio administrativo da autotutela, previsto nas súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal 
Federal. 
 
OBS: o ato imperfeito será aquele que ainda está em formação, sem que se tenha concluído as 
etapas estabelecidas em lei para que exista no ordenamento jurídico. 
 
O destino natural do ato administrativo é ser praticado com a finalidade de criar, declarar, modificar, 
preservar e extinguir direitos e obrigações. 
Os atos administrativos produzem efeitos próprios efeitos próprios e impróprios. 
Os efeitos próprios são aqueles típicos do ato, configurando o objeto ou o conteúdo da conduta 
estatal. Desta forma, o efeito principal ou próprio de um ato de desapropriação é a perda do bem público 
pelo particular. 
Os efeitos impróprios ou atípicos são os que decorrem, de forma indireta, da prática do ato 
administrativo, e se dividem em duas espécies, quais sejam: efeito reflexo e efeito prodrômico. 
 
Vinculação e discricionariedade 
 
No ato vinculado, o administrador não tem liberdade para decidir quanto à atuação. A lei previamente 
estabelece um único comportamento possível a ser tomado pelo administrador no caso concreto; não 
 
2 MAZZA, Alexandre, Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, 2014. 
3 CARVALHO, Mateus. Manual de Direito Administrativo. Editora Jus Podivm, 2ª edição, 2015. 
Apostila gerada especialmente para: Álvaro L 114.943.344-29
 
6 
 
podendo haver juízo de valores, o administrador não poderá analisar a conveniência e a oportunidade do 
ato. 
Celso Antônio Bandeira de Mello dispõe que os atos vinculados seriam aqueles em que, por existir 
prévia e objetiva tipificação legal do único possível comportamento da Administração em face de situação 
igualmente prevista em termos de objetividade absoluta, a Administração, ao expedi-los, não interfere 
com apreciação subjetiva alguma. 4 
O ato discricionário é aquele que, editado sob o manto da lei, confere ao administrador a liberdade 
para fazer um juízo de conveniência e oportunidade. A diferença entre o ato vinculado e o ato 
discricionário está no grau de liberdade conferido ao administrador. Tanto o ato vinculado quanto o ato 
discricionário só poderão ser reapreciados pelo Judiciário no tocante à sua legalidade, pois o judiciário 
não poderá intervir no juízo de valor e oportunidade da Administração Pública. 
 
Questões 
 
01. (TRT/14ª Região - Técnico Judiciário - FCC) Sobre atos administrativos, considere: 
I. Os atos administrativos vinculados comportam anulação e revogação. 
II. Em regra, os atos administrativos que integram um procedimento podem ser revogados. 
III. A competência para revogar é intransferível, salvo por força de lei. 
 
Está correto o que se afirma em 
(A) III, apenas. 
(B) I, II e III. 
(C) I e III, apenas. 
(D) I e II, apenas. 
(E) II, apenas. 
 
02. (PC/CE - Inspetor de Polícia Civil de 1ª Classe – VUNESP) Diz-se que os atos administrativos 
são vinculados quando 
(A) observam corretamente os princípios constitucionais da moralidade administrativa. 
(B) a lei estabelece que, diante de determinados requisitos, a Administração deve agir de forma 
determinada. 
(C) o administrador público os pratica ultrapassando os limites regrados pelo sistema jurídico vigente. 
(D) a autoridade competente deixa de observar dispositivo constitucional obrigatório, quando deveria 
fazê-lo. 
(E) a lei estabelece várias situações passíveis de apreciação subjetiva pela autoridade competente. 
 
Gabarito 
 
01.A / 02.B 
 
Comentários 
 
01. Resposta: A 
I. Errado. Os atos administrativos vinculados não podem ser revogados, devem ser anulados quando 
eivados de vícios. A revogação apenas é possível nos atos discricionários. 
II. Errado. Os atos que INTEGRAM UM PROCEDIMENTO são atos vinculados, pois devem obedecer 
a aquilo que está previsto em Lei. Logo, não podem ser revogados. Veja, cada ato novo ocorre a preclusão 
do ato anterior. 
Vou exemplificar: 
Um procedimento administrativo é uma sequência de atos com objetivo de um ato final (Ex. as fases 
da Licitação, é uma sequência de atos, com o objetivo de licitar compras ou execução de serviços 
públicos). 
Cada ato praticado passa para uma nova etapa do procedimento, o que ocorre a preclusão 
administrativa do ato (ou da etapa) anterior. 
Preclusão administrativa quer dizer que é impossível voltar a etapa anterior de um procedimento com 
a finalidade de “rediscutir” as decisões lá tomadas. 
 
4 MELLO, Celso Antonio Bandeira de – Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 26ª edição, 2009. 
Apostilagerada especialmente para: Álvaro L 114.943.344-29
 
7 
 
III – Certo. Quando se trata de competência privativa da Administração Pública, a revogação implica 
no juízo de conveniência e oportunidade. Para que a revogação seja feita por outro pessoal precisa de 
expresso provimento legal. 
 
02. Resposta: B 
Alexandre Mazza narra: 
“Fala­-se em poder vinculado ou poder regrado quando a lei atribui determinada competência definindo 
todos os aspectos da conduta a ser adotada, sem atribuir margem de liberdade para o agente público 
escolher a melhor forma de agir. Onde houver vinculação, o agente público é um simples executor da 
vontade legal. O ato resultante do exercício dessa competência é denominado de ato vinculado. Exemplo 
de poder vinculado é o de realização do lançamento tributário (art. 3º do CTN).” 
 
Classificação 
 
Quanto ao regramento 
a) Atos vinculados: Possui todos seus elementos determinados em lei, não existindo possibilidade 
de apreciação por parte do administrador quanto à oportunidade ou à conveniência. Cabe ao 
administrador apenas a verificação da existência de todos os elementos expressos em lei para a prática 
do ato. Caso todos os elementos estejam presentes, o administrador é obrigado a praticar o ato 
administrativo; caso contrário, ele estará proibido da prática do ato. 
b) Atos discricionários: O administrador pode decidir sobre o motivo e sobre o objeto do ato, devendo 
pautar suas escolhas de acordo com as razões de oportunidade e conveniência. A discricionariedade é 
sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo com o princípio da finalidade pública. O poder 
judiciário não pode avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a legalidade, os 
motivos e o conteúdo ou objeto do ato. 
 
Quanto aos destinatários 
a) Gerais: os atos gerais tem a finalidade de normatizar suas relações e regulam uma situação jurídica 
que abrange um número indeterminado de pessoas, portanto abrange todas as pessoas que se 
encontram na mesma situação, por tratar-se de imposição geral e abstrata para determinada relação. 
Esses atos dependem de publicação para que possam produzir efeitos e devem prevalecer sobre a 
vontade individual. 
Exemplo: a Administração cria uma norma interna para que os servidores se reúnam todas as 
segundas com o chefe. Como se percebe, o ato não individualiza nenhum sujeito específico, e será 
aplicado de forma ampla a todos aqueles que estiverem nesse local. 
b) Individuais: são aqueles destinados a um destinatário certo, impondo a norma abstrata ao caso 
concreto. Nesse momento, seus destinatários são individualizados, pois a norma é geral restringindo seu 
âmbito de atuação. 
Não se fala em atividade em geral, mas sim de modo específico de quais agentes devem se submeter 
às disposições da conduta. 
Exemplo: promoção de servidor público 
 
Quanto à abrangência dos efeitos (Alcance) 
a) Internos: Destinados a produzir seus efeitos no âmbito interno da Administração Pública, não 
atingindo terceiros, como as circulares e pareceres. 
Via de regra, não dependem de publicação oficial, tendo em vista sua destinação interna aqueles que 
estão vinculados à estrutura das entidades. 
Exemplo: circular que exige que os servidores usem sapatos pretos fechados. 
b) Externos: Têm como destinatárias pessoas além da Administração Pública, e, portanto, necessitam 
de publicidade para que produzam adequadamente seus efeitos. 
Exemplos: a fixação do horário de atendimento e a ocupação de bem privado pela Administração 
Pública. 
 
Quanto à supremacia do poder público (Objeto) 
a) Atos de império: Atos onde o poder público age de forma imperativa sobre os administrados, 
impondo-lhes obrigações. Exemplos de atos de império: A desapropriação e a interdição de atividades. 
A Administração Pública atua com prerrogativa de poder público, valendo-se da supremacia do 
interesse público sobre o privado. Aqui, o poder público impõe obrigações, aplica penalidades, sem que 
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se tenha que recorrer aos meios judiciais, em razão da aplicação das regras que exorbitam o direito 
privado, em prol do interesse da coletividade. 
Se os atos praticados contrariarem às normas vigentes, eles poderão ser anulados pela Administração 
ou pelo Judiciário, podendo ainda ocorrer a sua revogação por motivos de interesse público, se forem 
justificadas devidamente. 
Exemplo: autos de infração, por descumprimento das normas de trânsito. 
b) Atos de gestão: são aqueles realizados pelo poder público, sem as prerrogativas do Estado, sendo 
que a Administração irá atuar em situação de igualdade com o particular. Nesses casos, a atividade será 
regulada pelo direito privado, de modo que o Estado não irá se valer das prerrogativas que tenham relação 
com a supremacia do interesse público. 
Trata-se de condutas que não restringem ou ainda que não admitem que o ente estatal possa se valer 
dos meios coercitivos para que haja uma execução. 
Exemplo: a alienação de um imóvel público inservível. 
c) Atos de expediente: São aqueles destinados a dar andamento aos processos e papéis que 
tramitam no interior das repartições. Os atos de gestão (praticados sob o regime de direito privado). 
Exemplo: contratos de locação em que a Administração é locatária) não são atos administrativos, mas 
são atos da Administração. Para os autores que consideram o ato administrativo de forma ampla 
(qualquer ato que seja da administração como sendo administrativo), os atos de gestão são atos 
administrativos. 
 
Quanto à formação 
Os atos se dividem em simples, complexo e compostos. 
a) Simples: depende de uma única manifestação. Assim, a manifestação de vontade de um único 
órgão, mesmo que seja de órgão colegiado, torna o ato perfeito, portanto, a vontade para manifestação 
do ato deve ser unitária, obtida através de votação em órgão colegiado ou por manifestação de um agente 
em órgãos singulares. 
b) Complexo: decorre da manifestação de dois ou mais órgãos; de duas ou mais vontades que se 
unem para formar um único ato. Neste tipo, somam-se as vontades dos órgãos públicos independentes, 
em mesmo nível de hierarquia, de modo que tenham a mesma força, não se falando em dependência de 
uma relação com a outra. Aqui, os atos que formarão o ato complexo serão expedidos por órgãos públicos 
distintos. 
Exemplo: Decreto do prefeito referendado pelo secretário. 
c) Composto: manifestação de dois ou mais órgãos, em que um edita o ato principal e o outro será 
acessório. Como se nota, é composto por dois atos, geralmente decorrentes do mesmo órgão público, 
em patamar de desigualdade, de modo que o segundo ato deve contar com o que ocorrer com o primeiro. 
Exemplo: nomeação de ministro do Superior Tribunal feito pelo Presidente da República e que 
depende de aprovação do Senado. A nomeação é o ato principal e a aprovação o acessório. 
 
Quanto a manifestação de vontade 
a) Atos unilaterais: Dependem de apenas a vontade de uma das partes. Exemplo: licença 
b) Atos bilaterais: Dependem da anuência de ambas as partes. Exemplo: contrato administrativo; 
c) Atos multilaterais: Dependem da vontade de várias partes. Exemplo: convênios. 
 
Quanto à natureza do ato 
a) Atos-regra: Traçam regras gerais (regulamentos). 
b) Atos subjetivos: Referem-se a situações concretas, de sujeito determinado. 
c) Atos-condição: Somente surte efeitos caso determinada condição se cumpra. 
 
Quanto aos efeitos 
a) Constitutivo: Gera uma nova situação jurídica aos destinatários. Pode ser outorgado um novo 
direito, como permissão de uso de bem público, ou impondo uma obrigação, como cumprir um período 
de suspensão. 
Exemplo: autorização para uso de bem público a um particular que pretende montar um show na 
cidade. 
b) Declaratório: Simplesmente afirma ou declara uma situação já existente, seja de fato ou de direito. 
Não cria, transfere ou extingue a situação existente, apenas a reconhece. Também é dito enunciativo. É 
ocaso da expedição de uma certidão de tempo de serviço. 
c) Modificativo: Altera a situação já existente, sem que seja extinta, não retirando direitos ou 
obrigações. A alteração do horário de atendimento da repartição é exemplo desse tipo de ato. 
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d) Extintivo: Pode também ser chamado desconstitutivo, é o ato que põe termo a um direito ou dever 
existente. Cite-se a demissão do servidor público. 
 
Quanto à validade 
a) Válido: É o que atende a todos os requisitos legais: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. 
Pode estar perfeito, pronto para produzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro. 
b) Nulo: É o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito que não pode ser corrigido. Não 
produz qualquer efeito entre as partes. No entanto, em face dos atributos dos atos administrativos, ele 
deve ser observado até que haja decisão, seja administrativa, seja judicial, declarando sua nulidade, que 
terá efeito retroativo, ex tunc, entre as partes. Por outro lado, deverão ser respeitados os direitos de 
terceiros de boa-fé que tenham sido atingidos pelo ato nulo. 
Cite-se a nomeação de um candidato que não tenha nível superior para um cargo que o exija. A partir 
do reconhecimento do erro, o ato é anulado desde sua origem. Porém, as ações legais eventualmente 
praticadas por ele, durante o período em que atuou, permanecerão válidas. 
c) Anulável: É o ato que contém defeitos, porém, que podem ser sanados, convalidados. Ressalte-se 
que, se mantido o defeito, o ato será nulo; se corrigido, poderá ser "salvo" e passar a ser válido. Atente-
se que nem todos os defeitos são sanáveis, mas sim aqueles expressamente previstos em lei. 
d) Inexistente: É aquele que apenas aparenta ser um ato administrativo, mas falta a manifestação de 
vontade da Administração Pública. São produzidos por alguém que se faz passar por agente público, sem 
sê-lo, ou que contém um objeto juridicamente impossível. 
Os atos inexistentes não podem ser convalidados, sendo que os seus efeitos que já foram produzidos, 
não poderão ser ressalvados, mesmo que em relação aos destinatários de boa-fé. 
Exemplo do primeiro caso é a multa emitida por falso policial; do segundo, a ordem para matar alguém. 
 
Quanto à exequibilidade 
a) Perfeito: É aquele que completou seu processo de formação, estando apto a produzir seus efeitos. 
Perfeição não se confunde com validade. Esta é a adequação do ato à lei; a perfeição refere-se às etapas 
de sua formação. 
b) Imperfeito: Não completou seu processo de formação, portanto, não está apto a produzir seus 
efeitos, faltando, por exemplo, a homologação, publicação, ou outro requisito apontado pela lei. 
c) Pendente: Para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou termo, mas já completou seu ciclo 
de formação, estando apenas aguardando o implemento desse acessório, por isso não se confunde com 
o imperfeito. Condição é evento futuro e incerto, como o casamento. Termo é evento futuro e certo, como 
uma data específica. 
d) Consumado: É o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada mais havendo para realizar. 
Exemplifique-se com a exoneração ou a concessão de licença para doar sangue. 
 
Quanto ao conteúdo, os atos administrativos podem ser classificados em autorização, licença, 
admissão, permissão, aprovação, homologação, parecer e visto. 
Autorização: ato administrativo unilateral, discricionário e precário pelo qual a Administração faculta 
ao particular o uso de bem público (autorização de uso), ou a prestação de serviço público (autorização 
de serviço público), ou o desempenho de atividade material, ou a prática de ato que, sem esse 
consentimento, seriam legalmente proibidos (autorização como ato de polícia). 
Licença: é o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a Administração faculta àquele que 
preencha os requisitos legais o exercício de uma atividade. A diferença entre licença e autorização é 
nítida, porque o segundo desses institutos envolve interesse, “caracterizando-se como ato discricionário, 
ao passo que a licença envolve direitos, caracterizando-se como ato vinculado”. Na autorização, o Poder 
Público aprecia, discricionariamente, a pretensão do particular em face do interesse público, para outorga 
ou não a autorização, como ocorre no caso de consentimento para porte de arma; na licença, cabe à 
autoridade tão somente verificar, em cada caso concreto, se foram preenchidos os requisitos legais 
exigidos para determinada outorga administrativa e, em caso afirmativo, expedir o ato, sem possibilidade 
de recusa; é o que se verifica na licença para construir e para dirigir veículos automotores. A autorização 
é ato constitutivo e a licença é ato declaratório de direito preexistente. 
Admissão: é ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece ao particular, que 
preencha os requisitos legais, o direito à prestação de um serviço público. É ato vinculado, tendo em vista 
que os requisitos para outorga da prestação administrativa são previamente definidos, de modo que todos 
os que os satisfaçam tenham direito de obter o benefício. São exemplos a admissão nas escolas públicas, 
nos hospitais e nos estabelecimentos de assistência social. 
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Permissão: em sentido amplo, designa o ato administrativo unilateral, discricionário, gratuito ou 
oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta a execução de serviço público ou a utilização privativa 
de bem público. O seu objeto é a utilização privativa de bem público por particular ou a execução de 
serviço público. 
Aprovação: é ato unilateral e discricionário pelo qual se exerce o controle a priori ou a posteriori do 
ato administrativo. No controle a priori, equivale à autorização para a prática do ato; no controle a 
posteriori equivale ao seu referendo. É ato discricionário, porque o examina sob os aspectos de 
conveniência e oportunidade para o interesse público; por isso mesmo, constitui condição de eficácia do 
ato. 
Homologação: é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública reconhece a legalidade 
de um ato jurídico. Ela se realiza sempre a posteriori e examina apenas o aspecto de legalidade, no que 
se distingue da aprovação. É o caso do ato da autoridade que homologa o procedimento da licitação. 
Parecer: é o ato pelo qual os órgãos consultivos da Administração emitem opinião sobre assuntos 
técnicos ou jurídicos de sua competência. O parecer pode ser facultativo, obrigatório e vinculante. O 
parecer é facultativo quando fica a critério da Administração solicitá-lo ou não, além de não ser vinculante 
para quem o solicitou. Se foi indicado como fundamento da decisão, passará a integrá-la, por 
corresponder à própria motivação do ato. O parecer é obrigatório quando a lei o exige como pressuposto 
para a prática do ato final. A obrigatoriedade diz respeito à solicitação do parecer (o que não lhe imprime 
caráter vinculante). O parecer é vinculante quando a Administração é obrigada a solicitá-lo e a acatar a 
sua conclusão. Por exemplo, para conceder aposentadoria por invalidez, a Administração tem que ouvir 
o órgão médico oficial e não pode decidir em desconformidade com a sua decisão. Se a autoridade tiver 
dúvida ou não concordar com o parecer, deverá pedir novo parecer. Apesar do parecer ser, em regra, ato 
meramente opinativo, que não produz efeitos jurídicos, o STF tem admitido a responsabilização de 
consultores jurídicos quando o parecer for vinculante para a autoridade administrativa, desde que 
proferido com má-fé ou culpa. 
Visto: é o ato administrativo unilateral pelo qual a autoridade competente atesta a legitimidade formal 
de outro ato jurídico. Não significa concordância com o seu conteúdo, razão pela qual é incluído entre os 
atos de conhecimento, que são meros atos administrativos e não encerram manifestações de vontade. 
Exemplo de visto é o exigido para encaminhamento de requerimentode servidores subordinados a 
autoridade de superior instância; a lei normalmente impõe o visto do chefe imediato, para fins de 
conhecimento e controle formal, não equivalendo à concordância ou deferimento do seu conteúdo. 
 
Quanto à forma, os atos administrativos podem ser classificados em decreto, resolução e portaria, 
circular, despacho, alvará. 
Decretos: São atos emanados pelos chefes do Poder Executivo, tais como, prefeitos, governadores e 
o Presidente da República. Podem ser dirigidos abstratamente às pessoas em geral (decreto geral), ou a 
pessoas, ou a um grupo de pessoas determinadas. (decreto individual). O decreto geral é ato normativo, 
apresentado efeitos e conteúdos semelhantes à lei. 
Resoluções e Portarias: São atos emanados por autoridades superiores, mas não os chefes do Poder 
Executivo. Ou seja, é a forma pelo qual as autoridades de nível inferior aos Chefes do Poder Executivo 
fixam normas gerais para disciplinar conduta de seus subordinados. Embora possam produzir efeitos 
externos, as resoluções e portarias não podem contrariar os regulamentos e os regimentos, limitando-se 
a explicá-los. 
Circular: É o instrumento usado para a transmissão de ordens internas uniformes, incumbindo de 
certos serviços ou atribuições a certos funcionários. É o ato que envolve a decisão da Administração 
sobre assuntos de interesse individual ou coletivo submetido a sua apreciação. 
Despacho: Quando a administração, por meio de um despacho, aprova parecer proferido por órgão 
técnico sobre determinado assunto de interesse geral, este despacho é denominado de despacho 
normativo. O despacho normativo deverá ser observado por toda administração, valendo como solução 
para todos os casos que se encontram na mesma situação. 
Alvará: é instrumento pelo qual a Administração se vale para conferir ao administrado uma licença ou 
autorização. Ou seja, é o formato pelo qual são emitidas as licenças e autorizações. Como se pode notar, 
enquanto as licenças e autorizações representam o conteúdo, o alvará representa a forma. 
 
 
 
 
 
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Questões 
 
01. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2017) Assinale a alternativa CORRETA sobre os 
atos administrativos. 
(A) Atos individuais, também chamados de normativos, são aqueles que se voltam para a regulação 
de situações jurídicas concretas, com destinatários individualizados, como instruções normativas e 
regulamentos. 
(B) Em razão do formalismo que o caracteriza, o ato administrativo deve sempre ser escrito, sendo 
juridicamente insubsistentes comandos administrativos verbais. 
(C) Aprovação é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública reconhece a legalidade 
de um ato jurídico. 
(D) Tanto os atos vinculados como os atos discricionários podem ser objeto de controle pelo Poder 
Judiciário. 
(E) Os provimentos são exclusivos dos órgãos colegiados, servindo especificamente para demonstrar 
sua organização e seu funcionamento. 
 
02. (UFRB - Assistente em Administração – FUNRIO) Quanto a seus destinatários, os atos 
administrativos se classificam em 
(A) simples e compostos. 
(B) gerais e individuais. 
(C) fechados e abertos. 
(D) unilaterais e complexos. 
(E) internos e especiais. 
 
03. (IF-BA - Assistente em Administração - FUNRIO) O ato administrativo pelo qual os órgãos 
consultivos da Administração emitem opinião sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência é 
(A) a homologação. 
(B) o visto. 
(C) o parecer. 
(D) o relatório. 
(E) a declaração. 
 
Gabarito 
 
01.D / 02.B / 03.C 
 
Comentários 
 
01. Resposta: D 
- Atos vinculados: Possui todos seus elementos determinados em lei, não existindo possibilidade de 
apreciação por parte do administrador quanto à oportunidade ou à conveniência. Cabe ao administrador 
apenas a verificação da existência de todos os elementos expressos em lei para a prática do ato. Caso 
todos os elementos estejam presentes, o administrador é obrigado a praticar o ato administrativo; caso 
contrário, ele estará proibido da prática do ato. 
- Atos discricionários: O administrador pode decidir sobre o motivo e sobre o objeto do ato, devendo 
pautar suas escolhas de acordo com as razões de oportunidade e conveniência. A discricionariedade é 
sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo com o princípio da finalidade pública. O poder 
judiciário não pode avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a legalidade, os 
motivos e o conteúdo ou objeto do ato. 
 
02. Resposta: B 
Atos Gerais - São aqueles expedidos sem destinatários determinados, possuem finalidade normativa, 
atingindo todos os sujeitos que se encontrem na mesma situação de fato, abrangida por seus preceitos. 
Apresenta cunho normativo, não se sabe quem o ato vai atingir por não ter individualização. Ex.: Ato que 
concede promoção a uma categoria profissional. 
Atos Individuais – São aqueles voltados a destinatários certos. Apresenta cunho ordinário e 
enunciativo, sem caráter normativo. 
Ex: Secretaria de Esportes convoca seus diretores para participarem de reunião. 
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03. Resposta: C 
O enunciado da questão apresenta o conceito de parecer sendo este o ato pelo qual os órgãos 
consultivos da Administração emitem opiniões sobre assuntos de sua competência. 
 
Espécies de ato administrativo5 
 
a) Atos normativos: São aqueles que contém um comando geral do Executivo visando o cumprimento 
de uma lei. Podem apresentar-se com a característica de generalidade e abstração (decreto geral que 
regulamenta uma lei), ou individualidade e concreção (decreto de nomeação de um servidor). 
Os atos normativos se subdividem em: 
Regulamentos – São atos normativos posteriores aos decretos, que visam especificar as disposições 
de lei, assim como seus mandamentos legais. As leis que não forem executáveis, dependem de 
regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-executáveis independem de 
regulamentos para produzir efeitos. 
- Regulamentos executivos: são os editados para a fiel execução da lei, é um ato administrativo que 
não tem o foto de inovar o ordenamento jurídico, sendo praticado para complementar o texto legal. Os 
regulamentos executivos são atos normativos que complementam os dispositivos legais, sem que ivovem 
a ordem jurídica, com a criação de direitos e obrigações. 
-Regulamentos autônomos: agem em substituição a lei e visam inovar o ordenamento jurídico, 
determinando normas sobre matérias não disciplinadas em previsão legislativa. Assim, podem ser 
considerados atos expedidos como substitutos da lei e não facilitadores de sua aplicação, já que são 
editados sem contemplar qualquer previsão anterior. 
Nosso ordenamento diverge acercada da possibilidade ou não de serem expedidos regulamentos 
autônomos, em decorrência do princípio da legalidade. 
Instruções normativas – Possuem previsão expressa na Constituição Federal, em seu artigo 87, 
inciso II. São atos administrativos privativos dos Ministros de Estado. 
Regimentos – São atos administrativos internos que emanam do poder hierárquico do Executivo ou 
da capacidade de auto-organização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta maneira, se 
destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu. 
Resoluções – São atos administrativos inferiores aos regimentos e regulamentos, expedidos pelas 
autoridades do executivo. 
Deliberações – São atos normativos ou decisórios que emanam de órgãos colegiados provenientes 
de acordo com os regulamentos e regimentos das organizações coletivas. Geram direitos para seus 
beneficiários, sendo via de regra, vinculadas para a Administração. 
 
b) Atos ordinatórios: São os que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta 
funcional de seus agentes. Emanam do poder hierárquico, isto é, podem ser expedidos por chefes de 
serviços aos seus subordinados. Logo, não obrigam aosparticulares. 
 
São eles: 
Instruções – orientação do subalterno pelo superior hierárquico em desempenhar determinada 
função; 
Circulares – ordem uniforme e escrita expedida para determinados funcionários ou agentes; 
Avisos – atos de titularidade de Ministros em relação ao Ministério; 
Portarias – atos emanados pelos chefes de órgãos públicos aos seus subalternos que determinam a 
realização de atos especiais ou gerais; 
Ordens de serviço – determinações especiais dirigidas aos responsáveis por obras ou serviços 
públicos; 
Provimentos – atos administrativos intermos, com determinações e instruções em que a Corregedoria 
ou os Tribunais expedem para regularização ou uniformização dos serviços; 
Ofícios – comunicações oficiais que são feitas pela Administração a terceiros; 
Despachos administrativos – são decisões tomadas pela autoridade executiva (ou legislativa e 
judiciária, quando no exercício da função administrativa) em requerimentos e processos administrativos 
sujeitos à sua administração. 
 
 
5 http://domtotal.com/direito/pagina/detalhe/31774/especies-de-atos-administrativos-em-relacao-ao-conteudo 
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c) Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma declaração de vontade da Administração apta 
a concretizar determinado negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas condições 
impostas ou consentidas pelo Poder Público. 
Licença – ato definitivo e vinculado (não precário) em que a Administração concede ao Administrado 
a faculdade de realizar determinada atividade. 
Autorização – ato discricionário e precário em que a Administração confere ao administrado a 
faculdade de exercer determinada atividade. 
Permissão - ato discricionário e precário em que a Administração confere ao administrado a faculdade 
de promover certa atividade nas situações determinadas por ela; 
Aprovação - análise pela própria administração de atividades prestadas por seus órgãos; 
Visto - é a declaração de legitimidade de deerminado ato praticado pela própria Administração como 
maneira de exequibilidade; 
Homologação - análise da conveniência e legalidade de ato praticado pelos seus órgãos como meio 
de lhe dar eficácia; 
Dispensa - ato administrativo que exime o particular do cumprimento de certa obrigação até então 
conferida por lei. Ex. Dispensa de prestação do serviço militar; 
Renúncia - ato administrativo em que o poder Público extingue de forma unilateral um direito próprio, 
liberando definitivamente a pessoa obrigada perante a Administração Pública. A sua principal 
característica é a irreversibilidade depois de consumada. 
 
d) Atos enunciativos: São todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar 
um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, constantes de registros, processos e arquivos 
públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo. 
Atestado - são atos pelos quais a Administração Pública comprova um fato ou uma situação de que 
tenha conhecimento por meio dos órgãos competentes; 
Certidão – tratam-se de cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos existentes em 
processos, livros ou documentos que estejam na repartição pública; 
Pareceres - são manifestações de órgãos técnicos referentes a assuntos submetidos à sua 
consideração. 
 
e) Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção imposta pela lei e aplicada pela 
Administração, visando punir as infrações administrativas ou condutas irregulares de servidores ou de 
particulares perante a Administração. 
Esses atos são aplicados para aqueles que desrespeitam as disposições legais, regulamentares ou 
ordinatórias dos bens ou serviços. 
Quanto à sua atuação os atos punitivos podem ser de atuação externa e interna. Quando for interna, 
compete à Administração punir disciplinarmente seus servidores e corrigir os serviços que contenham 
defeitos, por meio de sanções previstas nos estatutos, fazendo com que se respeite as normas 
administrativas. 
 
Questões 
 
01. (PC/CE - Delegado de Polícia Civil de 1ª Classe – VUNESP) São atos administrativos 
ordinatórios, entre outros, 
(A) os Decretos, os Despachos, os Regimentos e as Resoluções. 
(B) os Despachos, os Avisos, as Portarias e as Ordens de Serviço. 
(C) os Decretos, as Instruções, os Provimentos e os Regimentos. 
(D) as Instruções, as Deliberações, as Portarias e os Regulamentos. 
(E) os Regulamentos, as Instruções, os Regimentos e as Deliberações. 
 
02. (TCE/GO - Analista de Controle Externo - FCC) Enzo, servidor público e chefe de determinada 
repartição pública, na mesma data, editou dois atos administrativos distintos, quais sejam, uma certidão 
e uma licença. No que concerne às espécies de atos administrativos, tais atos são classificados em 
(A) ordinatórios e negociais, respectivamente. 
(B) enunciativos. 
(C) negociais. 
(D) enunciativos e negociais, respectivamente. 
(E) normativos e ordinatórios, respectivamente. 
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Gabarito 
 
01.B/ 02.D. 
 
Comentários 
 
01. Resposta: B 
Atos ordinatórios são aqueles que tem por objetivo disciplinar o funcionamento da Administração e a 
conduta funcional dos seus agentes, representando exercício do poder hierárquico do Estado. São 
espécies de atos ordinatórios: as portarias, as instruções, os avisos, as circulares, as ordens de serviço, 
os ofícios e os despachos. 
 
02. Resposta: D 
Os atos praticados pelo servidor são atos enunciativos e negociais. Atos enunciativos: São todos 
aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre 
determinado assunto, constantes de registros, processos e arquivos públicos, sendo sempre, por isso, 
vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo. Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma 
declaração de vontade da Administração apta a concretizar determinado negócio jurídico ou a deferir 
certa faculdade ao particular, nas condições impostas ou consentidas pelo Poder Público. 
 
Extinção do ato administrativo 
 
Cassação Ocorre a extinção do ato administrativo quando o administrado deixa de preencher condição 
necessária para permanência da vantagem, ou seja, o beneficiário descumpre condição indispensável 
para manutenção do ato administrativo. 
Exemplo: habilitação cassada porque o condutor ficou cego.6 
Anulação ou invalidação (desfazimento) É a retirada, o desfazimento do ato administrativo em 
decorrência de sua invalidade, ou seja, é a extinção de um ato ilegal, determinada pela Administração ou 
pelo judiciário, com eficácia retroativa – ex tunc. 
A anulação pode acontecer por via judicial ou por via administrativa. Ocorrerá por via judicial quando 
alguém solicita ao Judiciário a anulação do ato. Ocorrerá por via administrativa quando a própria 
Administração expede um ato anulando o antecedente, utilizando-se do princípio da autotutela, ou seja, 
a Administração tem o poder de rever seus atos sempre que eles forem ilegais ou inconvenientes. Quando 
a anulação é feita por via administrativa, pode ser realizada de ofício ou por provocação de terceiros. 
A anulação de um ato não pode prejudicar terceiro de boa-fé. 
 
Vejamos o que consta nas Súmulas 346 e 473 do STF: 
 
SÚMULA 346 
A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. 
 
SÚMULA 473 
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, 
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 
 
Um ponto muito discutido pela doutrina diz respeito ao caráter vinculado ou discricionário da anulação. 
Os que defendem que deve-se anular (caráter vinculado), embasam esse entendimento no princípio da 
legalidade e os que defendem como uma faculdade (caráter discricionário) invocam o princípio da 
predominânciado interesse público sobre o particular. 
O entendimento por nós defendido é de que, em regra, a Administração, tem o dever de anular os atos 
ilegais. 
Revogação É a retirada do ato administrativo em decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade 
em face dos interesses públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado de acordo com a lei. A 
revogação somente poderá ser feita por via administrativa. 
 
6 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 4ª edição. 2014. 
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Quando se revoga um ato, diz-se que a Administração perdeu o interesse na manutenção deste, ainda 
que não exista vício que o tome. Trata-se de ato discricionário, referente ao mérito administrativo, por set 
um ato legal, todos os atos já foram produzidos de forma lícita, de modo que a revogação não irá retroagir, 
contudo mantem-se os efeitos já produzidos (ex nunc). 
Não há limite temporal para a revogação de atos administrativos, não se configurando a decadência, 
no prazo quinquenal, tendo em vista o entendimento que o interesse público pode ser alterado a qualquer 
tempo. 
Não existe efeito repristinatório, ou seja, a retirada do ato, por razões de conveniência e oportunidade. 
 
Convalidação ou sanatória É o ato administrativo que, com efeitos retroativos, sana vício de ato 
antecedente, de modo a torná-lo válido desde o seu nascimento, ou seja, é um ato posterior que sana um 
vício de um ato anterior, transformando-o em válido desde o momento em que foi praticado. Alguns 
autores, ao se referir à convalidação, utilizam a expressão sanatória. 
O ato convalidatório tem natureza vinculada (corrente majoritária), constitutiva, secundária, e eficácia 
ex tunc. 
Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos atos, sustentando que os atos administrativos 
somente podem ser nulos. Os únicos atos que se ajustariam à convalidação seriam os atos anuláveis. 
Existem três formas de convalidação: 
a) Ratificação: É a convalidação feita pela própria autoridade que praticou o ato; 
b) Confirmação: É a convalidação feita por autoridade superior àquela que praticou o ato; 
c) Saneamento: É a convalidação feita por ato de terceiro, ou seja, não é feita nem por quem praticou 
o ato nem por autoridade superior. 
 
Verificado que um determinado ato é anulável, a convalidação será discricionária, ou seja, a 
Administração convalidará ou não o ato de acordo com a conveniência. Alguns autores, tendo por base 
o princípio da estabilidade das relações jurídicas, entendem que a convalidação deverá ser obrigatória, 
visto que, se houver como sanar o vício de um ato, ele deverá ser sanado. É possível, entretanto, que 
existam obstáculos ao dever de convalidar, não havendo outra alternativa senão anular o ato. 
 
Os obstáculos ao dever de convalidar são: 
Impugnação do ato: Se houve a impugnação, judicial ou administrativa, não há que se falar mais em 
convalidação. O dever de convalidar o ato só se afirma se ainda não houve sua impugnação. 
Decurso de tempo: O decurso de tempo pode gerar um obstáculo ao dever de convalidar. Se a lei 
estabelecer um prazo para a anulação administrativa, na medida em que o decurso de prazo impedir a 
anulação, o ato não poderá ser convalidado, visto que o decurso de tempo o estabilizará – o ato não 
poderá ser anulado e não haverá necessidade de sua convalidação. 
Conversão É o ato administrativo que, com efeitos retroativos, sana vício de ato antecedente, 
transformando-o em ato distinto, desde o seu nascimento, ou seja, aproveita o ato defeituoso como 
ato válido de outra categoria. Exemplo: Concessão de uso sem prévia autorização legislativa; A 
concessão é transformada em permissão de uso, que não precisa de autorização legislativa, para que 
seja um ato válido – conversão. 
Não se deve confundir a convalidação com a conversão do ato administrativo. O ato nulo, embora não 
possa ser convalidado, poderá ser convertido, transformando-se em ato válido. 
Prescrição O instituto da prescrição, entendida como a perda do direito de ação devido à inércia de 
seu titular, também é reconhecido pela legislação pertinente ao Direito Administrativo. 
Como regra, o prazo para interposição de recursos administrativos é de cinco dias. 
Já o prazo para propositura de ações judiciais, tanto pela Administração quanto pelo administrado, em 
regra é de cinco anos. Importante destacar que as hipóteses de suspensão e interrupção do prazo 
prescricional previstas na legislação civil também são aplicáveis às ações judiciais pertinentes ao Direito 
Administrativo. 
Decadência A decadência (art. 207 do Código Civil), incide sobre direitos potestativos, que “são 
poderes que a lei confere a determinadas pessoas de influírem, com uma declaração de vontade, sobre 
situações jurídicas de outras, sem o concurso da vontade destas”, ou seja, quando a lei ou a vontade 
fixam determinado prazo para serem exercidos e se não o forem, extingue-se o próprio direito material. 
O instituto da decadência tem a mesma finalidade da prescrição, qual seja, garantir a segurança 
jurídica. A decadência que decorre de prazo legal é de ordem pública, não podendo ser renunciada. 
Entretanto, se o prazo decadencial for ajustado, por declaração unilateral de vontade ou por convenção 
entre as partes, pode ser renunciado, que corresponderá a uma revogação da condição para o exercício 
de um direito dentro de determinado tempo. 
Apostila gerada especialmente para: Álvaro L 114.943.344-29
 
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Para Hely Lopes Meirelles mais adequado seria considerar-se como de decadência administrativa os 
prazos estabelecidos por diversas leis, para delimitar no tempo as atividades da Administração. E isso 
porque a prescrição, como instituto jurídico, pressupõe a existência de uma ação judicial apta à defesa 
de um direito. Contudo, a legislação, ao estabelecer os prazos dentro dos quais o administrado pode 
interpor recursos administrativos ou pode a Administração manifestar-se, seja pela prática de atos sobre 
a conduta de seus servidores, sobre obrigações fiscais dos contribuintes, ou outras obrigações com os 
administrados, refere-se a esses prazos denominando-os de prescricionais. 
Em suma, decadência administrativa ocorre com o transcurso do prazo, impedindo a prática de um ato 
pela própria Administração. 
 
 ANULAÇÃO REVOGAÇÃO 
Quando cabe? Quando houver DEFEITO 
Quando houver INTERESSE 
PÚBLICO 
Por quem pode 
Extinguir? 
Pela ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA OU 
PELO JUDICIÁRIO 
Somente pela ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
Retroage? Efeitos Ex Tunc (retroage) Efeitos Ex Nunc (não retroage) 
Prazo para extinção 5 anos Sem prazo 
 
Questões 
 
01. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2017) Sobre a revogação dos atos administrativos, 
assinale a alternativa INCORRETA. 
(A) Nem todos os atos administrativos podem ser revogados. 
(B) A revogação de ato administrativo é realizada, ordinariamente, pelo Poder Judiciário, cabendo-lhe 
ainda examinar os aspectos de validade do ato revogador. 
(C) Considerando que a revogação atinge um ato que foi praticado em conformidade com a lei, seus 
efeitos são ex nunc. 
(D) Pode a Administração Pública se arrepender da revogação de determinado ato. 
(E) O fundamento jurídico da revogação reside no poder discricionário da Administração Pública 
 
02. (CONFERE - Assistente Administrativo VII - INSTITUTO CIDADES) A anulação do ato 
administrativo: 
(A) Pode ser decretada à revelia pelo administrador público. 
(B) Pode ser decretada somente pelo poder judiciário, desde que exista base legal para isso. 
(C) Pode ser decretada tanto pelo poder judiciário como pela administração pública competente. 
(D) Não pode ser decretada em hipótese alguma, pois o ato administrativo tem força de lei. 
 
03. (TJ/RS - Juiz de Direito Substituto – FAURGS) No que se refere aos atos administrativos, 
assinale a alternativa correta. 
(A) Em face de sua competência para apreciar a legalidade de quaisquer atos administrativos para finsde registro, a declaração de invalidade ou anulação por vícios legais desses atos é exclusiva do Poder 
Legislativo respectivo. 
(B) O direito da Administração de anular seus próprios atos de que decorram efeitos favoráveis aos 
destinatários prescreve em 3 (três) anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada 
má-fé. 
(C) A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode 
revogá-los por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. 
(D) Têm natureza política e são excluídos de apreciação pelo Poder Judiciário os atos administrativos 
dotados de vinculação resultantes do exercício do poder de polícia administrativa que limitam ou 
disciplinam direito, interesse ou liberdade dos administrados. 
(E) Os atos administrativos eivados de vício que os tornem ilegais somente podem ser declarados 
inválidos ou revogados pelo Poder Judiciário. 
 
04. (DPE/MA - Defensor Público – FCC) No que tange à competência para revogar atos 
administrativos, é correto afirmar que 
(A) a revogação de atos que se sabem eivados de nulidade é possível, desde que devidamente 
motivada por razões de interesse público. 
(B) a competência para revogar é sempre delegável. 
Apostila gerada especialmente para: Álvaro L 114.943.344-29
 
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(C) atos já exauridos podem ser revogados, desde seja expressamente atribuído efeito retroativo ao 
ato revocatório. 
(D) atos ineficazes, porque ainda não implementada condição deflagradora de sua eficácia, estão 
sujeitos à revogação. 
(E) é possível revogar atos vinculados, desde que sua edição seja de competência autoridade que 
editará o ato revocatório 
 
05. (TRT - 18ª Região (GO)Prova: Juiz do Trabalho – FCC) No que tange à validade dos atos 
administrativos 
(A) é possível convalidar ato administrativo praticado com vício de finalidade, desde que se evidencie 
que tal decisão não acarrete prejuízo a terceiros. 
(B) todos os atos administrativos praticados com vício de competência devem ser anulados, pois se 
trata de elemento essencial à validade dos atos administrativos. 
(C) o descumprimento, pelo administrado, dos requisitos referentes ao desfrute de uma dada situação 
jurídica, justifica a anulação do ato administrativo que gerou referida situação. 
(D) a caducidade é a extinção de ato administrativo em razão da superveniência de legislação que 
tornou inadmissível situação anteriormente consentida, com base na legislação então aplicável. 
(E) os atos praticados por agente incompetente estão sujeitos à revogação pela autoridade que detém 
a competência legal para sua prática. 
 
Gabarito 
 
01.B/ 02.C/ 03.C/ 04.D/ 05.D. 
 
Comentários 
 
01. Resposta: B 
Revogação é a retirada do ato administrativo em decorrência da sua inconveniência ou inoportunidade 
em face dos interesses públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado de acordo com a lei. 
 
02. Resposta: C 
A anulação do ato administrativo pode acontecer por via judicial ou por via administrativa. Ocorrerá por 
via judicial quando alguém solicita ao Judiciário a anulação do ato. Ocorrerá por via administrativa quando 
a própria Administração expede um ato anulando o antecedente, utilizando-se do princípio da autotutela. 
 
03. Resposta: C 
Súmula 473 STF 
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, 
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 
 
04. Resposta: D 
Um ato administrativo pode ser ineficaz por algumas razões, ou não está formado ou foi extinto. Dessa 
forma, os atos que apresentam condição deflagadora de eficácia, estão sujeitos à revogação. 
 
05. Resposta: D 
O Prof. José dos Santos Carvalho Filho cita o seguinte exemplo: "uma permissão para uso de um bem 
público; se, supervenientemente, é editada lei que proíbe tal uso privativo por particular, o ato anterior, de 
natureza precária, sofre caducidade, extinguindo-se." 
Outro exemplo é apresentado pela Prof. Maria Sylvia Di Pietro: "a caducidade de permissão para 
explorar parque de diversões em local que, em face da nova lei de zoneamento, tornou-se incompatível 
com aquele tipo de uso". 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila gerada especialmente para: Álvaro L 114.943.344-29
 
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REDAÇÃO OFICIAL 
 
Caro(a) Candidato(a), o Manual de Redação da Presidência7 possui 6 capítulos, abordaremos apenas 
os Capítulos I e II neste tópico 
 
CAPÍTULO I - ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL 
 
Comunicação Oficial 
 
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicação, são 
necessários: 
a) Alguém que comunique; 
b) Algo a ser comunicado; 
c) Alguém que receba essa comunicação. 
 
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o serviço público (este/esta ou aquele/aquela 
Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum 
assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; e o destinatário dessa comunicação é o público, 
uma instituição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder Executivo ou dos outros Poderes. 
Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a finalidade do documento, para que o texto 
esteja adequado à situação comunicativa. 
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e nos expedientes oficiais 
decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. 
Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta 
dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos e entidades públicos, o que só é alcançado se, 
em sua elaboração, for empregada a linguagem adequada. 
O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e 
objetividade. 
 
Redação Oficial 
 
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige 
comunicações oficiais e atos normativos. Neste Manual, interessa-nos tratá-la do ponto de vista da 
administração pública federal. 
A redação oficial não é necessariamente árida e contrária à evolução da língua. É que sua finalidade 
básica - comunicar com objetividade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da 
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular etc. 
Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, passemos à análise 
pormenorizada de cada um de seus atributos. 
 
Atributos da Redação Oficial 
A redação oficial deve caracterizar-se por: 
- Clareza e precisão; 
- Objetividade; 
- Concisão; 
- Coesão e coerência; 
- Impessoalidade; 
- Formalidade e padronização; 
- Uso da norma padrão da língua portuguesa. 
 
 
7 Manual de Redação da Presidência - 3° edição: http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-
republica/manual-de-redacao.pdf 
2. Redação oficial: 2.1. Correspondência oficial; 2.2. Digitação qualitativa, 
abreviações e formas de tratamento; 2.3. Expressões e vocábulos latinos de uso 
frequente nas comunicações administrativas oficiais; 2.4. Documentos e 
modelos; 
 
Apostila gerada especialmente para: Álvaro L 114.943.344-29
 
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Fundamentalmente, esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no art. 37: “A administração 
pública direta, indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência 
(...)”. Sendo a publicidade, a impessoalidade e a eficiência princípios fundamentais de toda a 
administração pública, devem igualmente nortear a elaboração dos atos e das comunicações oficiais. 
 
Clareza e Precisão 
 
Clareza: deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se definircomo claro aquele texto 
que possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se concebe que um documento oficial ou um ato 
normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua 
compreensão. 
A transparência é requisito do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto oficial ou um ato 
normativo não seja entendido pelos cidadãos. O princípio constitucional da publicidade não se esgota na 
mera publicação do texto, estendendo-se, ainda, à necessidade de que o texto seja claro. 
 
Para a obtenção de clareza, sugere-se: 
- Utilizar palavras e expressões simples, em seu sentido comum, salvo quando o texto versar sobre 
assunto técnico, hipótese em que se utilizará nomenclatura própria da área; 
- Usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar as orações na ordem direta e evitar intercalações 
excessivas. Em certas ocasiões, para evitar ambiguidade, sugere-se a adoção da ordem inversa da 
oração; 
- Buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto; 
- Não utilizar regionalismos e neologismos; 
- Pontuar adequadamente o texto; 
- Explicitar o significado da sigla na primeira referência a ela; 
- Utilizar palavras e expressões em outro idioma apenas quando indispensáveis, em razão de serem 
designações ou expressões de uso já consagrado ou de não terem exata tradução. Nesse caso, grafe-as 
em itálico, conforme orientações do subitem 10.2 deste Manual. 
 
Precisão: complementa a clareza e caracteriza-se por: 
- Articulação da linguagem comum ou técnica para a perfeita compreensão da ideia veiculada no texto; 
- Manifestação do pensamento ou da ideia com as mesmas palavras, evitando o emprego de sinonímia 
com propósito meramente estilístico; 
- Escolha de expressão ou palavra que não confira duplo sentido ao texto. 
 
É indispensável, também, a releitura de todo o texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de 
trechos obscuros provém principalmente da falta da releitura, o que tornaria possível sua correção. Na 
revisão de um expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil compreensão por seu destinatário. 
O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos 
assuntos, em decorrência de nossa experiência profissional, muitas vezes, faz com que os tomemos 
como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. 
Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e das abreviações 
e os conceitos específicos que não possam ser dispensados. 
A revisão atenta exige tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre 
compromete sua clareza. “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se, 
pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no texto redigido. 
A clareza e a precisão não são atributos que se atinjam por si sós: elas dependem estritamente das 
demais características da redação oficial, apresentadas a seguir. 
 
Objetividade 
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para 
conseguir isso, é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a ideia principal e quais são as 
secundárias. 
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de alguma complexidade: as 
fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, 
exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação alguma ao 
texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas, o que também 
Apostila gerada especialmente para: Álvaro L 114.943.344-29
 
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proporcionará mais objetividade ao texto. 
A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e com as informações, sem 
subterfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que a objetividade suprime a 
delicadeza de expressão ou torna o texto rude e grosseiro. 
 
Concisão 
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o texto que 
consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma 
entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar passagens substanciais do texto 
com o único objetivo de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras inúteis, 
redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito. 
Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto deve evitar caracterizações e comentários supérfluos, 
adjetivos e advérbios inúteis, subordinação excessiva. A seguir, um exemplo1 de período mal construído, 
prolixo: 
 
Exemplo: Apurado, com impressionante agilidade e precisão, naquela tarde de 2009, o resultado da 
consulta à população acriana, verificou-se que a esmagadora e ampla maioria da população daquele 
distante estado manifestou-se pela efusiva e indubitável rejeição da alteração realizada pela Lei no 
11.662/2008. Não satisfeita, inconformada e indignada, com a nova hora legal vinculada ao terceiro fuso, 
a maioria da população do Acre demonstrou que a ela seria melhor regressar ao quarto fuso, estando 
cinco horas a menos que em Greenwich. 
 
Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessários, abusou-se no emprego de adjetivos 
(impressionante, esmagadora, ampla, inconformada, indignada), o que lhe confere carga afetiva 
injustificável, sobretudo em texto oficial, que deve primar pela impessoalidade. Eliminados os excessos, 
o período ganha concisão, harmonia e unidade: 
 
Exemplo: Apurado o resultado da consulta à população acreana, verificou-se que a maioria da 
população manifestou-se pela rejeição da alteração realizada pela Lei no 11.662/2008. Não satisfeita com 
a nova hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria da população do Acre demonstrou que a ela seria 
melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco horas menos que em Greenwich. 
 
Coesão e Coerência 
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, 
a harmonia entre os elementos de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e coerência quando se 
lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, dando 
continuidade uns aos outros. 
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerência de um texto são: referência, substituição, 
elipse e uso de conjunção. 
A referência diz respeito aos termos que se relacionam a outros necessários à sua interpretação. Esse 
mecanismo pode dar-se por retomada de um termo, relação com o que é precedente no texto, ou por 
antecipação de um termo cuja interpretação dependa do que se segue. 
 
Exemplo: O Deputado evitou a instalação da CPI da corrupção. Ele aguardou a decisão do Plenário. 
O TCU apontou estas irregularidades: falta de assinatura e de identificação no documento. 
 
A substituição é a colocação de um item lexical no lugar de outro(s) ou no lugar de uma oração. 
 
Exemplo: O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder Executivo federal propôs reduzir as 
alíquotas. O ofício está pronto. O documento trata da exoneração do servidor. Os governadores decidiram 
acatar a decisão. Em seguida, os prefeitos fizeram o mesmo. 
 
A elipse consiste na omissão de um termo recuperável pelo contexto. 
 
Exemplo: O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particulares. (Na segunda oração, 
houve a omissão do verbo “regulamenta”). 
 
Outra estratégia para proporcionar coesão e coerência ao texto é utilizar conjunção para estabelecer 
ligação entre orações, períodos ou parágrafos. 
Apostila gerada especialmente para: Álvaro L 114.943.344-29
 
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Exemplo: O Embaixador compareceu à reunião, pois identificou o interesse de seu Governo pelo 
assunto. 
 
Impessoalidade 
Decorre de princípio constitucional (Constituição, art. 37), e seu significado remete a dois aspectos: o 
primeiro é a obrigatoriedade de que a administração pública proceda de modo a não privilegiar ou 
prejudicar ninguém,

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