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1 DIREITO CIVIL VI Direito das Sucessões “O conhecimento quando compartilhado é muito melhor, pois, todos são beneficiados com novas formas de enxergar o mundo” Paulo Henrique 2015 2 DIREITO CIVIL 6 Conteúdo digitado e baseado das aulas do Prof. Emerson Alexandre Molina Rodrigues Obs.: Apesar das anotações serem feitas das aulas dadas pelo Professor, todo o conteúdo é de total responsabilidade minha, ou seja, se houve algum equívoco, algo desatualizado, alguma falha, foi engano e erro da minha parte. Peço que entrem em contato comigo para ser consertado/atualizado o erro. Obrigado e bom estudo!! E-mail: emersom.rodrigues@prof.uniso.br DA SUCESSÃO EM GERAL E SUCESSÃO LEGÍTIMA Bibliografia básica: Curso de Direito Civil brasileiro. Maria Helena Diniz, vol. 6 – edição 2014, Saraiva Direito Civil. Silvio de Salvo Venosa, vol.7 – Editora Atlas, 2014 Carlos Roberto Gonçalves – Editora Saraiva, 2014 Plano de matéria: Art. 1784 ao 1856 CC A Matéria será dividida em 2 semestres: Noções de Herança Depois de tudo que estudamos, desde o nascimento de uma pessoa, do relacionamento dela com outras pessoas e coisas, o que falta estudarmos dentro do CC é a morte!! Podemos dizer que “sucessão” é o ato que a pessoa assume o lugar de outra, substituindo-a na titularidade de determinados bens Deste modo, quando se fala na ciência jurídica em Direito das Sucessões, está se falando num campo específico do Direito Civil em que estuda a transmissão de bens, direitos e obrigações em razão da morte de uma pessoa. E, assim como entre vivos a sucessão pode se dar a Título Universal (Ex.: Quando uma pessoa jurídica adquire a totalidade do patrimônio de outra, direitos e obrigações, ativo e passivo), ou a Título Singular (Ex.: Num bem ou certos bens determinados), também no Direito das Sucessões existem dois tipos de sucessão: A primeira chamada Sucessão a Título UNIVERSAL dá-se quando, pela morte, se transmite uma universalidade de bens, ou seja, a totalidade de um patrimônio, não importando a quantidade de herdeiros. O objeto desse tipo de sucessão chama-se herança O segundo chamada de Sucessão a Título SINGULAR, ocorre por testamento, o testador deixa uma pessoa com um bem certo e determinado de seu patrimônio, criando, então, a figura do legatário mailto:emersom.rodrigues@prof.uniso.br 3 Art. 1.784 CC - Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários A herança é um somatório, em que se incluem os bens e as dívidas, os créditos e os débitos, os direitos e as obrigações, as pretensões e ações de que era titular o falecido, e as que contra ele foram propostas, desde que transmissíveis Entretanto herda os deveres somente até o limite da herança (Art. 1792 CC) De cujus – Aquele de cuja a morte se trata O Objeto da Sucessão é a HERANÇA que decorre da morte. A morte pode ser REAL (é a regra) ou FICTA (morte presumida – Art. 7º CC) OBS.: Art. 1784 CC - O momento da transmissão da herança é no momento da morte. Isso é muito importante porque podem ocorrer alguns efeitos, como por exemplo, o da comoriência (Art. 8º CC) Comoriência - Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, sem que se possa averiguar quem faleceu primeiro, presumir-se-ão simultaneamente mortos. Desta forma, em sendo os comorientes herdeiros entre si, falecendo em situação tal que não se possa precisar se um dos comorientes precedeu ao outro, abre-se duas linhas de sucessão distintas sem que um dos comorientes herde do outro para depois passar a sua herança aos seus sucessores DA SUCESSÃO EM GERAL Arts. 1784 a 1789 CC •Trata de dispositivos comuns à sucessão legítima e testamentária SUCESSÃO LEGÍTIMA (“ab intertato”) Arts. 1829 a 1844 CC • É aquela que decorre da aplicação da lei (obedecendo a ordem de vocação hereditária) – Hipótese de ausência de testamento válido ou ato de última vontade SUCESSÃO A TÍTULO UNIVERSAL •É aquela que ocorre quando o herdeiro sucede a totalidade dos bens do falecido, ou parte dele não específica SUCESSÃO DEFINITIVA •É aquela decorrente da morte ou ausência de uma pessoa SUCESSÃO PROVISÓRIA •É a denominação da sucessão do ausente enquanto não contemplado todos os requisitos da ausência SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA Arts 1857 a 1911 CC •É a proveniente de ato de última vontade ou testamento válido. A ordem foi escrita pelo morto quando em vida 4 OBS².: Um efeito importante que pode ocorrer no momento da transmissão da herança é o Principio do SAISINE (Art. 1787 CC): Determina que se aplique a lei vigente ao tempo da morte à sucessão e a legitimação para suceder. Deste modo, se o evento morte ocorreu na vigência do Código Civil de 1916, essa será a norma que deverá ser aplicada OBS³.: O acervo dos bens deixados pelo falecido denomina-se espólio, sendo certo que se trata de uma massa de bens sem personalidade jurídica OBS4.: Art. 1785 CC - O lugar da abertura da sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido, sendo esse o foro competente para processar o inventário e se proceder a partilha do acervo hereditário. Porém como sempre, há exceções!! Importante ressaltar que, os bens situados no Brasil, serão aqui partilhados ainda que o último domicílio ou o óbito do autor da herança tenha ocorrido no exterior. Caso o de cujus não tivesse domicílio certo, o foro competente será o da situação dos bens ou então do local em que ocorreu o óbito se possuía bens em locais diferentes (artigo 89, II e 96, ambos do CPC) CAPACIDADE SUCESSÓRIA É a aptidão para receber os bens deixados pelo de cujus Pressupostos da capacidade sucessória: 1. Morte do de cujus 2. Sobrevivência do herdeiro 3. O herdeiro precisa pertencer à espécie humana 4. O herdeiro tem que ter: Parentesco, Casamento, União Estável ou Testamento OBS.: No momento da morte, se o herdeiro já estiver falecido, transmite a herança para o próximo herdeiro OBS².: Pessoa Jurídica só pode herdar por Testamento OBS³.: Desta forma, a sucessão se abre com a morte do de cujus, mas, se ocorrer isso e a mulher do de cujus estiver grávida, quando nascer o bebe, se estiver vivo irá herdar a parte dele, se estiver morto a herança será distribuída entre os outros herdeiros Delação Sucessória – É o lapso de tempo entre a abertura da sucessão e a declaração da sucessão 5 Pessoas que NÃO podem ser nomeadas Herdeiras nem Legatárias: A pessoa que escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmãos As testemunhas do testamento O concumbino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de 5 anos O tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como os que fizer ou aprovar o testamento EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO Causas que pode haver a Exclusão por Indignidade e que autorizam a exclusão do herdeiro ou legatário da sucessão (Art. 1814 CC). Tratam-se de casos taxativos e que NÃO admitem interpretação extensiva ou analógica: Os que houverem sido autores ou cúmplices em crime de homicídio doloso ou sua tentativa, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente OBS.: Não se estende, como se viu, aos casos de homicídio culposo, legítima defesa, estado de necessidade, exercício regular de direito, ou seja, em casos que o ato lesivo não é voluntário para efeito de afastar o agente da sucessão Os que acusarem o de cujus caluniosamente em juízo ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro OBS.: Para Carlos Maximiliano, não é necessária a condenação do herdeiro, bastando que este haja provocado ação penal. Para Maria Helena Diniz e Washington de Barros Monteiro, a prática de crimes contra a honra do herdeiro só ficarácomprovada se houver prévia condenação do indigno no juízo criminal Os que, por violência ou fraude, inibiram ou obstaram o de cujus de livremente dispor de seus bens por ato de última vontade Declaração Jurídica da Indignidade Para a Exclusão do Herdeiro por Indignidade, é imprescindível que prévia declaração judicial, proferida em ação ordinária, movida contra o herdeiro por quem tenha legítimo interesse na sucessão, ou seja, por herdeiros ou legatários, credores, etc. O MP não possui legitimação para essa ação. O PRAZO para a propositura da ação declaratória de indignidade é de 4 ANOS contados da abertura da sucessão, sob pena de decadência (Art.1815 CC) 6 Efeitos da Indignidade: Os descendentes do indigno sucedem-no por representação, como se ele já fosse falecido na data da abertura da sucessão (Art. 1816 CC) O indigno não terá direito ao usufruto e à administração dos bens que a seus filhos menores houverem na herança ou à sucessão eventual desses vens (Art. 1816 e § único do CC) O indigno, apurada a obstação, ocultação ou destruição do testamento por culpa ou dolo, deve responder por perdas e danos. Não obstante sua exclusão na sucessão, o excluído da sucessão poderá representar eu pai na sucessão de outro parente, já que a pena deve ser considerada restritivamente ACEITAÇÃO DA HERANÇA (Art. 1804 e 1805 CC) Ato Jurídico pelo qual o herdeiro manifesta o seu desejo de receber o acervo hereditário. Há 3 Espécies de Aceitação da Herança: EXPRESSA – Manifestada positivamente por intermédio de declaração escrita por instrumento público ou particular TÁCITA – Aquela que decorre da prática de atos próprios da qualidade de herdeiro PRESUMIDA – Se algum interessado em saber se o herdeiro aceita ou não a herança (Ex.: Credor do herdeiro) poderá requerer ao Juiz, após 20 dias da abertura da sucessão que dê ao herdeiro prazo razoável não maior de 30 dias para que se pronuncie se aceita ou não a herança. Caso haja silêncio é tida como aceita RENÚNCIA DA HERANÇA É o ato jurídico unilateral pelo qual o herdeiro declara que NÃO aceita a herança que é transmitida. Deve sempre constar expressamente de instrumento público ou de termo judicial (Art. 1806 CC) Art. 1808 c/c Art. 1812 CC - A renúncia não admite condições, termos ou que seja em partes. Tanto a aceitação como a renúncia são atos irrevogáveis Em princípio a Lei diz que ninguém pode suceder o herdeiro renunciante, sendo sua cota acrescida aos herdeiros da sua classe Se todos renunciarem os filhos dos herdeiros irão herdar por serem os mais próximos dos herdeiros e não por serem a cota do herdeiro (Art. 1811 CC) 7 CESSÃO DA HERANÇA A cessão da herança consiste na transferência parcial ou total do quinhão hereditário que o herdeiro legítimo ou testamentário faz de forma gratuita ou onerosa, que lhe foi atribuída com a abertura da sucessão REQUISITOS: Capacidade do cedente para os atos da vida civil e de disposição de seus bens Abertura da sucessão, pois é vedado a transação de herança de pessoa viva Instrumento público, que é da essência do ato (Art. 1793 CC) Que a cessão seja feita antes da partilha EFEITOS: O cessionário assume, em relação aos direitos hereditários, a mesma condição jurídica do cedente (Art. 1793, § 1º CC) O cessionário, sucede à título singular e inter vivos O cessionário assume os débitos do espólio atinentes à porção cedida O cedente não responde, em regra pela evicção, salvo se enumerar os bens da herança e estes não existirem, ou se for privado da qualidade de herdeiro, que afirmou ter Os demais herdeiros possuem direito de preferência na aquisição da fração cedida, se se tratar de cessão à titulo oneroso HERANÇA JACENTE Ocorre quando NÃO houver herdeiro, legítimo ou testamentário, notoriamente conhecido ou quando for repudiada pelas pessoas sucessíveis (Art. 1819 CC) Constitui, assim, um acervo de bens arrecadado por morte do de cujus sujeito à administração e representação de um curador a quem incumbem os atos conservatórios (Art. 12, IV do CPC), sob fiscalização judicial durante um período transitório ata sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância (Art. 1819 CC) Declarada a vacância, não prejudica os credores do falecido, que terão o direito de pedir o pagamento das dívidas reconhecidas nos limites da herança, e tampouco prejudicará os herdeiros que se habilitarem SUCESSÃO LEGÍTIMA É a que ocorre quando o falecido possui herdeiros obrigatórios que tem direito a recolher uma parte dos bens; ou quando o testador não dispõe de todos os seus bens; ou quando o testamento caduca ou ainda é considerado inválido Portanto, é possível haver sucessão legítima ainda que exista testamento e, não havendo testamento, a sucessão será deferida de acordo com a ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA 8 A ordem de vocação hereditária é, então, uma relação preferencial, estabelecida na Lei em que as pessoas são chamadas a suceder ao finado Herdeiros necessários: Descendentes, Ascendentes e Cônjuge OBS.: Se a pessoa não tiver descendente, ascendente e cônjuge, poderá fazer um testamento do total da herança Há uma ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA (Art. 1829 CC): 1ª Ordem - Determina quais são as CLASSES SUCESSIVAS: OBS.: Para se aplicar essa ordem de vocação hereditária tem algumas regras Regras para APLICAÇÃO das Classes Sucessíveis 1ª Regra) Uma classe sucessível só é chamada na ausência de herdeiros da classe anterior. Ex.: Os ascendentes só irão herdar se o de cujus não tiver descendentes 2ª Regra) Na mesma classe sucessível, os herdeiros mais próximos em grau, excluem os mais remotos, salvo direito de representação Ex.: Quem herda do de cujus são os filhos, não os netos, pois são os mais próximos em grau MODOS DE SUCEDER 1ª Classe Sucessível - Descendentes e Cônjuge (Dependendo do regime de bens) 2ª Classe Sucessível - Ascendentes e Cônjuge 3ª Classe Sucessível - Cônjuge 4ª Classe Sucessível - Colateral Por DIREITO PRÓPRIO Ocorre quando todos herdeiros são chamados à sucessão e encontram-se na mesma classe e no mesmo grau Por DIREITO DE REPRESENTAÇÃO Ocorre quando alguns herdeiros são chamados para suceder no lugar de outros Por DIREITO DE TRANSMISSÃO Ocorre depois de aberta a sucessão, sendo transmitida para outra pessoa. Pode ser objeto de negócio jurídico os bens de pessoa morta 9 3 MODOS DE PARTILHAR A HERANÇA OBS.: Não há representação para ascendente “Art. 1.852 CC - O Direito de Representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente”. Para ascendente a linha sempre se dá por linhas, ou seja, metade para linha materna e metade para linha paterna (Art. 1836 CC § 2o - Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna) OBS².: Não havendo ascendente, descendente e cônjuge para herdar, quem herdará serão os colaterais, porém estando mortos os irmãos, herdarão os filhos destes, não havendo filhos herdarão os tios (Art. 1843 CC) OBS³.: Quando concorrerem irmãos bilaterais (filhos do mesmo pai e da mesma mãe) com irmãos unilaterais (filhos do mesmo ou da mesma mãe), os irmãos bilaterais herdarão o DOBRO do que os irmãos unilaterais herdarem (Art. 1841 CC) Art.1853 CC – Herança de irmãos e dos filhos destes quando mortos. É a única forma de direito de representação que a legislação aceita na linha transversal. Sendo filhos de irmãos concorrendo com irmãos vivos do de cujus Art.1843, §2º CC – Se concorrem filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos unilaterais, cada um deste herdará a metade do que herdar cada um daqueles Art. 1814 CC - São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários que praticarem determinados crimes. Ocorre a vacância e a docênciada herança, sendo passada para o Município 1º QUESTIONÁRIO DIREITO CIVIL 1. Joaquim falece no estado civil de viúvo deixando 4 filhos: João, Pedro, Paulo e Maria. João é pré morto e deixou os filhos: Lucas e Antonio. Paulo é declarado indigno e tem uma filha Claudia. Pedro renunciou a herança e possui 4 filhos: Guilherme, Augusto, Patrícia e Henrique. Maria não tem filhos. Ainda o patrimônio de Joaquim é composto pelos seguintes bens: Uma casa no valor de R$ 250 mil, um terreno no valor de R$ 200 mil e um carro no valor de R$ 50 mil. Diante do caso exposto proceda a partilha dos bens de Joaquim Por Cabeça Ocorre a partilha na sucessão por direito próprio Por Estirpe Ocorre a partilha decorrente do direito de representação Por Linhas Sucessão dos ascendentes 10 2. O que é herança? 3. O herdeiro pode ser considerado representante do de cujus? Explique 4. Como a sucessão foi tratada esquematicamente no Código Civil? 5. O que é sucessão legítima? 6. O que é sucessão testamentária? 7. O que é sucessão a título singular? 8. Proceda a distinção entre sucessão a título universal e sucessão a título singular 9. Proceda a distinção entre a sucessão definitiva e sucessão provisória 10. Qual é o momento da abertura da sucessão? Fundamente e explique 11. Como se resolve o problema da comoriência? Fundamente 12. Qual é o lugar da abertura da sucessão? Fundamente 13. Explique a capacidade sucessória incluindo os seus pressupostos 14. Como se dá a aceitação da herança? 15. Quais são as espécies de aceitação da herança? Explique cada uma delas 16. O que é a renúncia da herança? 17. Quais são as condições aceitas para se renunciar à herança? Desenvolva 18. Como se procede caso a renúncia da herança prejudique terceiros? Fundamente 19. Como se partilha a herança do herdeiro renunciante? Fundamente 20. As dívidas do morto podem atingir o patrimônio particular do herdeiro? Justifique 21. O que é herança jacente e herança vacante? 22. Quem são os impedidos de suceder? Explique 23. Quais são as classes sucessíveis? 24. Quais são as regras para aplicação das classes sucessíveis? 25. Quais são os modos de se suceder? 26. Quais são os modos de se partilhar a herança? 27. Falece Andrea, solteira, sem deixar herdeiros necessários. Deixou como patrimônio bens no valor de 900 mil reais. Foram gastos 20 mil reais no seu funeral. Tinha duas irmãs bilaterais, Ana e Francisca, e um irmão unilateral, André. Considere que André é pré-morto e possui três filhos, Lia, Cleusa e Lívia, e Ana renunciou a herança. Assim sendo, proceda a partilha dos bens de Andrea. 28. No dia 4 de março de 2015, faleceu Pedregundo em acidente de carroça. Deixou como patrimônio bens avaliados em 120 mil reais. O de cujus tinha 3 filhos adotivos, Josebeto, Leôncio e Eguani. Considere que Eguani renunciou e todos herdeiros tem capacidade sucessória e divida a herança 29. Faleceu Américo sem deixar herdeiros necessários. Deixou um patrimônio de 320 mil reais. Eram parentes do de cujus, José, irmão unilateral e Maria, irmã bilateral; Santo a Angela, filhos de José; e Samir, filha de Maria; Otacílio, Augusto e Mario, tios de Américo; Juca, Paulo, Felipe, primos de Américo; Francisco, tio-avô de Américo. Assim considere, as seguintes hipóteses e proceda a respectiva partilha: a. Todos os herdeiros tem capacidade sucessória b. José é pré-morto 11 c. Os irmãos renunciam d. Os irmãos e sobrinhos são declarados indignos e. Os irmãos, sobrinho e os tios renunciam a herança 30. Flavio, viúvo, 75 anos, falece. Teve 2 filhos, Marcio, já falecido e José, que renuncia a herança. Marcio tinha 2 filhos: Carlos e Maria; E José tinha 3 filhos: Renata, Carla e Soraya. Flavio deixou um poupança de 250 mil reais. Assim sendo proceda a partilha 31. Àlvaro falece deixando o seu tio avô, Geraldo e seu sobrinho, Tiago. Deixou um patrimônio de 250 mil reais. Proceda a partilha 32. Quais são os casos em que é possível a sucessão por representação? 33. Quem são os herdeiros necessários? SUCESSÃO DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE Explicando um pouco sobre a concorrência em cada Regime de Bens do casamento: Regime da Comunhão Universal NÃO HÁ CONCORRÊNCIA do cônjuge sobrevivente com os descendentes do falecido, se o Regime de Bens no casamento era o da Comunhão Universal. Sendo o viúvo ou a viúva titular da meação, não há razão para que seja ainda herdeiro, concorrendo com filhos do falecido Regime da Separação Obrigatória Esse Regime é imposto pela Lei às pessoas que contraírem o matrimônio com inobservância das causas suspensivas, forem maiores de 70 anos ou dependerem de suprimento judicial para casar (Art. 1.641 CC) Essa separação é total e permanente, atingindo inclusive os bens adquiridos na constância do casamento Regime da Comunhão Parcial de Bens NÃO HAVERÁ ainda concorrência do cônjuge sobrevivente com os descendentes do falecido numa terceira hipótese cogitada na parte final do inc. I do art. 1.829 do CC: “se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares” Haverá a concorrência se, no Regime Parcial, o autor da herança deixou bens particulares Uma polêmica que acontece é no caso de haver bens particulares (bens adquiridos fora do casamento), pois o cônjuge sobrevivente irá ser meeiro dos bens adquiridos durante o casamento, e também irá concorrer na herança dos bens particulares, entretanto, essa concorrência também irá chamar a outra metade que não seja o que ele recebeu da meação, ou seja, o sobrevivente irá ter parte em todo o patrimônio restante da meação 12 Regime da Separação Convencional Por não constar das ressalvas do art. 1.829, inc. I do CC, HAVERÁ A CONCORRÊNCIA, ocorrendo o mesmo no que respeita ao Regime da Participação Final dos Aquestos Esquematizando: HIPOTESES que o Herdeiro NÃO CONCORRE com os descendentes (Art. 1829 e 1830 CC): Se judicialmente separado do de cujus Se, separado de fato há mais de 2 anos, não provar que a convivência se tornou insuportável sem culpa sua Se casado com o de cujus no Regime da Comunhão Universal de Bens Se casado com o de cujus no Regime da Separação Obrigatória de Bens Se casado com o de cujus no Regime de Comunhão Parcial e o autor da herança NÃO houver deixado bens particulares Se casado com o de cujus no Regime da Participação Final nos Aquestos e o autor da herança NÃO houver deixado bens particulares CASOS em que o Cônjuge CONCORRE com os Descendentes Casado com o de cujus no Regime da Separação Convencional Casado no Regime da Comunhão Parcial e o cônjuge falecido houver deixado bens particulares Se casado no Regime da Participação Final nos Aquestos e o cônjuge falecido houver deixado bens particulares Art. 1.832 CC – Em concorrência com os descendentes (Art. 1.829, I CC) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer Ex.: Se, o casal tinha três filhos, e falece o marido, a herança será dividida, em partes iguais, entre a viúva e os filhos. Assim, o sobrevivente e cada um dos filhos receberão 25% da herança. Porém, se o falecido deixou quatro filhos ou mais, e tendo de ser reservado um quarto da herança para o cônjuge sobrevivente, este receberá quinhão maior, repartindo-se os três quartos restantes entre os quatro ou mais filhos. A repartição da herança por cabeça não irá, portanto, prevalecer nesse caso OBS.: No caso, de descendentes exclusivos do de cujus, isto é, de não serem descendentes comuns, como na hipótese da existência somente de filhos de casamento anterior, o cônjuge sobrevivente não terá direito à quarta parte da herança, cabendo somente a parte a cada um dos filhos Da mesma forma ocorre quando há descendentes comuns e descendentes unilaterais (Corrente adotada pela maioria dasDoutrinas) Ex².: No caso de ocorrer a hipótese: A teve 3 filhos com B, depois casou-se pela separação convencional com C e teve mais 2 filhos. Sendo assim com a morte de A, quem irá herdar serão todos os filhos e C por 13 cabeça e na mesma quantia, mesmo que C é ascendente de 2 filhos de A. A Doutrina diz isso, sendo que não há reserva de ¼ neste caso, no qual herda a cota igual por cabeça HERANÇA NA UNIÃO ESTÁVEL Leia e grave muito bem esse artigo e seus incisos: Art. 1790 CC – A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes: I – Se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho II – Se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles III – Se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a 1/3 da herança IV – Não havendo parentes sucessíveis, terá direito a totalidade da herança OBS.: O companheiro ou companheiro terá direito a METADE dos bens adquiridos onerosamente na constância da união estável (Art. 1725 CC) OBS².: Sendo assim, se todos os bens do de cujus foram adquiridos antes da união estável, a companheira não herdará nada, herdando os bens somente os filhos do de cujus OBS³.: Da mesma forma não receberá a companheira se o de cujus recebeu alguma doação ou herança durante a união estável, mesmo que ele receba uma quantia em dinheiro e compre algo com isso (sub- rogação) OBS4.: Direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à família enquanto não constituir nova união ou casamento – Art. 7º, § único da Lei nº 9.278/96
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