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HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO O GOLPE CIVIL-MILITAR DE 64 E O GOVERNO CASTELO BRANCO (1964-1967) Alexandre Alves ESTRUTURA DE CONTEÚDO Golpe Civil-Militar de 64 e o Governo Castelo Branco (1964-1967) Governo Artur da Costa e Silva (67-69) e Emílio Garrastazu Médici (69-74) Governo João Goulart - Jango (1961-1964) O GOLPE CIVIL-MILITAR DE 1964 DA DERRUBADA DE JANGO A POSSE DE CASTELO BRANCO INTRODUÇÃO Antes de tratar do Golpe propriamente dito, precisamos relembrar, mesmo que brevemente, alguns acontecimentos do Governo Goulart. Jango foi eleito vice-presidente do Brasil em 1960, sendo o presidente eleito Jânio Quadros. Ambos tomaram posse em 1961 após a saída de Juscelino Kubistchek. Jânio governou de forma desastrosa, tomou medidas de pouca importância e assumiu uma postura autônoma nas relações internacionais que desagradou seu próprio partido. Em pouco tempo, o presidente conseguiu ficar isolado e quase sem nenhum apoio. Nesse sentido, optou por renunciar, na expectativa de que os setores conservadores não aceitassem a sua renúncia e ele poderia negociar maiores poderes. Contudo, isso não acontece e sua saída é apenas aceita. O GOVERNO JANGO Inicia-se uma crise sucessória no Brasil, uma vez que Goulart visto como herdeiro de Vargas e próximo demais das esquerdas, não era um nome muito bem recebido pelos conservadores. Parte dos militares tentam barrar o retorno de Jango e parte defende sua posse. Nesse momento, podemos dizer que as Forças Armadas já estavam divididas entre Golpistas e Legalistas. Os primeiros defendiam um golpe na Constituição, materializado no impedimento de Goulart. Os segundos defendiam o respeito a Carta Magna do Brasil e a posse de Jango como presidente. O país ficou à beira de uma guerra civil, impedida de acontecer pelo Ato Adicional à Constituição de 1946 que estabeleceu o parlamentarismo no Brasil. O GOVERNO JANGO Jango inicia seu governo sem poderes, dentro do regime parlamentar. Coube ao Primeiro-Ministro Brochado da Rocha antecipar o plebiscito previsto para 1965 para o ano de 1963. O resultado foi claro, o povo queria o retorno do presidencialismo. Ainda em 63, Jango tomou posse, agora com poderes absolutos. Goulart acirrou seus problemas com os conservadores em 64 quando tentou por meio de comícios pelo Brasil solicitar a população que pressionasse o Congresso pela aprovação das Reformas de Base, incluindo a reforma agrária. IMAGEM 01 - Foto oficial de João Belchior Marques Goulart como presidente do Brasil. Fonte: Governo Federal. Disponível em: https://www.gov.br/planalto/pt- br/conheca-a-presidencia/acervo/galeria-de-presidentes/joao-belchior-marques- goulart-1/view Acesso em 07 de fevereiro de 2021. https://www.gov.br/planalto/pt-br/conheca-a-presidencia/acervo/galeria-de-presidentes/joao-belchior-marques-goulart-1/view O GOVERNO JANGO Outros eventos são marcantes nesse sentido, como a Revolta de Sargentos em Brasília que chegou a prender oficiais e autoridades, a perda no Congresso da aprovação do Estado de Sítio, a anistia concedida a marinheiros revoltosos e o discurso na Assembleia de Sargentos no Automóvel Clube no Rio de Janeiro. Esses eventos, são entendidos pelas Forças Armadas como quebra de hierarquia. Jango ao anistiar os marinheiros estaria incentivando a quebra de um princípio quase sagrados para os militares. Além disso, o alto escalão das Forças Armadas não recebeu bem o discurso do presidente no Rio de Janeiro. O somatório desses eventos com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, evento que levou milhares de pessoas às ruas em manifestação contra Jango. Essa marcha mostrou para os setores golpistas que, em caso de golpe, eles teriam respaldo na população. O GOVERNO JANGO IMAGEM 02 - Marcha da Família com Deus pela Liberdade em São Paulo. Fonte: Folha de São Paulo. Disponível em: https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/20963-marcha-da-familia-com-deus-pela-liberdade Acesso em 07 de fevereiro de 2021 https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/20963-marcha-da-familia-com-deus-pela-liberdade O INÍCIO DO GOLPE Em 31 de março de 1964 o golpe foi iniciado, Olímpio Mourão Filho iniciou uma marcha de militares em Minas Gerais com destino ao Rio de Janeiro com apoio do Governador mineiro Magalhães Pinto. Esse movimento contou ainda com a participação do II Exército sob comando do General Amauri Kruel. Kruel era amigo de Jango, e eles chegaram a se comunicar por telefone durante o andamento do golpe. Porém, ambos tinham convicções muito fortes para que abandonassem suas bases. Jango sabia do perigo desse movimento e que poderia se desencadear no Brasil uma guerra civil. Goulart sabia ainda da presença no litoral brasileiro de embarcações americanas que dariam respaldo aos golpistas no caso de confronto. Jango era horrorizado com a possibilidade do derramamento de sangue e sempre optou por medidas e atitudes que evitassem ao máximo o confronto. O INÍCIO DO GOLPE Carlos Lacerda sabia do andamento do golpe e se entrincheirou na sede do Governo do Estado esperando um ataque da parte da Marinha Legalista. Contudo o ataque não veio. Na verdade, a resistência não foi acionada. Como sabemos, muitos grupos estavam preparados, talvez não treinados, para um conflito armado. Mas o start de resistência não veio. Goulart conseguiu evitar que essa ordem não fosse acionada, pois para ele, o conflito traria uma grande quantidade de mortes, o que ele não admitiria jamais. Com a notícia da saída do presidente do Rio de Janeiro, Lacerda liberou as forças golpistas que tomaram prédios, espancaram estudantes e depredaram sindicatos. O GOLPE DE 64 Jango voou do Rio de Janeiro para Brasília e da capital federal voou para Porto Alegre. Leonel Brizola ainda tentou organizar uma resistência armada, mas sem apoio do presidente isso não era possível e a resistência, como já mencionado nesse texto, não ocorreu. Os militares do movimento ainda tentaram diversas vezes através de contato com o presidente fazer um acordo no qual ele repudiaria o comunismo, romperia com a Central Geral dos Trabalhadores, reprimiria as greves e negociaria com os rebelados. Jango, porém, não aceitou esse papel. IMAGEM 03 - Tropas se deslocam durante o Movimento de 1964. Fonte: Memorial da democracia. Disponível em: http://memorialdademocracia.com.br/card/golpe-de-1964 Acesso em 04 de fevereiro de 2021. http://memorialdademocracia.com.br/card/golpe-de-1964 O GOLPE DE 64 Apesar de Goulart ainda estar presente em território nacional, foi declarado vaga a presidência da república e Ranieri Mazzilli foi convocado a assumir, uma vez que ele era o primeiro na linha sucessória. O Supremo Tribunal Federal deu aval ao golpe, seu presidente, Álvaro Ribeiro da Costa foi ao Congresso assistir a posse de Mazzilli como presidente. Jango, por sua vez, partiu de Porto Alegre para o Uruguai onde se exiliou. Apesar de carregar a faixa, Mazzilli já não era mais o presidente. O ATO INSTITUCIONAL 01 O Movimento que tomou o poder se autointitulou de Revolução. Eles iniciaram o processo que alteraria as bases das instituições democráticas no Brasil. Nesse sentido, o poder de fato era exercido via Atos Institucionais, decretos-leis que eram baixados conforme o interesse do movimento. O primeiro deles, o AI 1 estabeleceu dentre outras medidas, a realização de eleições indiretas para presidência da república. O vencedor deveria ocupar o cargo até 1966, quando passaria a faixa para um presidente democraticamente eleito. Inicialmente, não era objetivo daqueles militares ocupar a presidência por tantos anos e mais adiante veremos como isso ocorreu. A VITÓRIA DE CASTELO BRANCO As eleições deram vitória quase unanime ao General Humberto de Alencar Castelo Branco. O general era um homem muito bem visto pelas Forças Armadas e por civis que estiveram envolvidos no Golpe. O novo presidente era de um seleto grupo de militares intelectualizados chamado de Sorbonne, emalusão a prestigiosa universidade francesa. Castelo Branco era de um grupo dentro das forças armadas e envolvidos no Movimento de 64 que acreditava, em certa medida, na necessidade de devolver o poder aos civis após um processo de limpeza. Esse grupo é conhecido como Castelistas. Contudo, como veremos ainda nesse texto, foi no Governo Castelo Branco que se estabeleceram as bases da ditadura que duraria até 1985. A VITÓRIA DE CASTELO BRANCO IMAGEM 04 - General Humberto de Alencar Castelo Branco (ao centro com a faixa) no dia de sua posse como presidente do Brasil. Fonte: Acervo O Globo. Disponível em: https://acervo.oglobo.globo.com/incoming/o-presidente-castelo-branco-21564000 Acesso em 07 de fevereiro de 2021 https://acervo.oglobo.globo.com/incoming/o-presidente-castelo-branco-21564000 VAMOS TREINAR - QUESTÃO 01 Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TRT - 3ª Região (MG) Prova: FCC - 2015 - TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário – História O golpe de 1964, que deu início ao regime militar no Brasil e que foi chamado pelos militares de “revolução de 64”, teve, entre seus objetivos A. refrear o avanço do comunismo apoiado pelo presidente Jango que, após ver concretizado seu programa reformista, articulava-se para adaptar o Estado aos moldes socialistas, por meio do projeto de uma nova constituição difundido e aplaudido no histórico Comício da Central do Brasil. B. reinstaurar o presidencialismo, uma vez que o regime parlamentarista pelo qual João Goulart governava favorecia alianças entre partidos pequenos e grupos de esquerda liderados pelo PTB, que tinha representação significativa na Câmara e no Senado. C. destituir o governo de João Goulart, contando com o apoio do governo dos Estados Unidos e de parcelas da sociedade brasileira que apoiaram, dias antes, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade organizada por setores conservadores da Igreja Católica. D. restaurar a ordem no país e garantir a recuperação do equilíbrio econômico, uma vez que greves paralisavam a produção nacional e movimentos de apoio à reforma agrária se radicalizavam, caso das Ligas Camponesas que haviam iniciado a guerrilha do Araguaia. E. iniciar um processo autoritário de transição política e econômica nos moldes do neoliberalismo, por meio de uma estratégia defendida por entidades como o FMI, a ONU e a Cepal, com o aval do empresariado brasileiro insatisfeito com o governo vigente. VAMOS TREINAR - QUESTÃO 01 Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TRT - 3ª Região (MG) Prova: FCC - 2015 - TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário – História O golpe de 1964, que deu início ao regime militar no Brasil e que foi chamado pelos militares de “revolução de 64”, teve, entre seus objetivos A. refrear o avanço do comunismo apoiado pelo presidente Jango que, após ver concretizado seu programa reformista, articulava-se para adaptar o Estado aos moldes socialistas, por meio do projeto de uma nova constituição difundido e aplaudido no histórico Comício da Central do Brasil. B. reinstaurar o presidencialismo, uma vez que o regime parlamentarista pelo qual João Goulart governava favorecia alianças entre partidos pequenos e grupos de esquerda liderados pelo PTB, que tinha representação significativa na Câmara e no Senado. C. destituir o governo de João Goulart, contando com o apoio do governo dos Estados Unidos e de parcelas da sociedade brasileira que apoiaram, dias antes, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade organizada por setores conservadores da Igreja Católica . D. restaurar a ordem no país e garantir a recuperação do equilíbrio econômico, uma vez que greves paralisavam a produção nacional e movimentos de apoio à reforma agrária se radicalizavam, caso das Ligas Camponesas que haviam iniciado a guerrilha do Araguaia. E. iniciar um processo autoritário de transição política e econômica nos moldes do neoliberalismo, por meio de uma estratégia defendida por entidades como o FMI, a ONU e a Cepal, com o aval do empresariado brasileiro insatisfeito com o governo vigente. QUESTÃO 01 - COMENTÁRIO A resposta correta para essa questão é letra “C”. O objetivo do movimento de 64 era derrubar Jango do poder com apoio de setores conservadores e dos Estados Unidos da América que apoiou na chamada Operação Brother Sam. Não havia no início um claro projeto a ser seguido depois que o presidente fosse destituído. Jango não era comunista e não apoiava um movimento que faria transição para esse regime no Brasil. Esse discurso foi estabelecido por seus opositores que usaram isso contra ele. Portanto, a letra “A” está incorreta. A alternativa “B” está errada, uma vez que o presidencialismo já havia sido retomado devido ao Plebiscito de 1963, antecipado pelo Primeiro-Ministro Brochado da Rocha. A letra “D” erra ao mencionar a Guerrilha do Araguaia, movimento que será tratado na sula seguinte. Por fim, a letra “E” não poderia ser indicada como resposta correta. Uma vez que ainda não se estava discutindo as questões neoliberais no Brasil. O GOLPE CIVIL-MILITAR DE 1964 GOLPE OU REVOLUÇÃO? INTRODUÇÃO Como vimos, o Movimento de 1964 se autointitulou de Revolução. Inclusive, esse termo foi utilizado por muitos jornais no início da ditadura para se referir aos militares que estavam no poder nesse momento inicial. Contudo, até o momento, tratamos nesse texto de referir ao Movimento de 64 como Golpe Civil-Militar. Nesse sentido, se faz necessário algumas considerações. CONCEITO DE REVOLUÇÃO É difícil conceituar revolução, mas podemos entender a mesma como um movimento amplo da sociedade que envolve um grande número de pessoas. Esse movimento deve atuar de forma a gerar mudanças políticas, sociais e econômicas. Além disso, esse conceito está muito próximo da ideia de ruptura. A revolução marca uma ruptura com a ordem vigente até então e estabelece uma nova. Tanto nos campos políticos e sociais, como econômico. Existem diversas correntes históricas que tratam do assunto, algumas ampliam a abrangência desse conceito, outras reduzem e outras estabelecem um conceito pelo qual a revolução seria praticamente impossível. Contudo, como não é o objetivo desse curso, nem dessa aula, vamos considerar apenas o disposto acima. CONCEITO DE GOLPE Por sua vez, os golpes são atos que partem de um pequeno grupo, geralmente as elites, e que não possuem grande participação popular como nas revoluções. Além disso, os golpes, apesar de alterar a ordem vigente, não causa transformações profundas. Geralmente são desencadeados para manter um aspecto específico preservado, evitando sua alteração ou para gerar uma alteração pontual que não passaria por meios legais. Esse ponto é comum entre revoluções e golpes, o desrespeito ao termo ou processo legal. CARACTERÍSTICAS DO MOVIMENTO DE 64 Nesse sentido, o Movimento de 1964 rompeu com a ordem constitucional, uma vez que um presidente legalmente empossado foi derrubado do poder pela força das armas, a presidência foi declarada vaga mesmo com Jango ainda em solo nacional (A Constituição dizia que se o presidente se ausentar do país sem autorização do Congresso, o cargo é declarado vago), o sucessor natural, Ranieri Mazzilli, foi obrigado a passar a faixa para Castelo Branco, eleito indiretamente e o Executivo tinha mais força que os demais poderes, sobretudo pela expedição dos Atos Institucionais. Porém, só esses aspectos não permitem conceituar como golpe. CARACTERÍSTICAS DO MOVIMENTO DE 64 Além disso, um segundo ponto diz respeitos as manutenções. A ditadura foi um governo que garantiu a continuidade de uma série de aspectos da sociedade brasileira. A preservação de privilégios, de diferenças sociais e econômicas na sociedade, da propriedade rural improdutiva e que não é destinada à reforma agrária, do lucro do empresariado, etc. Nesse sentido, não tivemos uma ruptura forte do status quo. Até em termos eleitorais, a população ainda votou para alguns cargos. Portanto, não houve forte ruptura, como é característico das revoluções.CARACTERÍSTICAS DO MOVIMENTO DE 64 Devemos ainda destacar que João Goulart, apesar de ser assim visto por muitos, como um líder revolucionário de esquerda ou como aquele que implementaria uma república sindicalista no Brasil, não era a figura revolucionária que estaria disposto a isso (Talvez Brizola fosse, mas Goulart não era). Jango era herdeiro de Vargas, de sua aproximação com as massas e de seu nacionalismo. Isso preocupava os conservadores que utilizaram dessa postura para associá-lo ao comunismo e assim criar repulsa por parte de setores como a classe média. Porém, não podemos associar Goulart ao comunismo, nem dizer que ele planejava tomar o poder em uma ditadura comunista. Nesse sentido, o argumento principal das Forças Armadas que era impedir um golpe de esquerda no Brasil, não se justifica. CARACTERÍSTICAS DO MOVIMENTO DE 64 Por fim, como veremos nas aulas seguintes, a Ditadura Militar (1964-1985) vai ser um dos períodos mais obscuros da história do Brasil. São inúmeros os casos de repressão, tortura de estudantes, jornalistas, músicos, padres, mulheres e inclusive crianças. Perseguição à indígenas que lutavam pela terra. Perseguição aos trabalhadores que lutavam por melhores condições. Ataques a imprensa e censura. Os relatórios da Comissão da Verdade, que serão tratados na última aula sobre ditadura e na aula final do curso sobre os Governos Petistas, trouxeram à tona muitos desses crimes. Dessa forma, é difícil dar o peso de uma revolução para um movimento desses. GOVERNO HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO ASPECTOS POLÍTICOS INTRODUÇÃO Como vimos, o Comando Supremo da Revolução, em 09 de abril, baixou o Ato Institucional número 01. Este documento permitia a cassação de mandatos de políticos em qualquer esfera. Dessa forma, diversos governadores, senadores e deputados perderam o mandato nesse momento. Além disso, permitia ao Executivo enviar projetos de lei ao Congresso para que fossem aprovados no máximo em 60 dias em cada casa. Na hipótese de não ocorrer tal apreciação, o projeto era aprovado por decurso de prazo. Os funcionários públicos perderam a estabilidade de forma temporária. Iniciou-se assim os expurgos no serviço público A ELEIÇÃO INDIRETA Além disso, o AI 1 estabeleceu eleições indiretas para presidente da república. Chegou-se à conclusão que deveria ser formada uma lista tríplice, dentro da qual o Congresso escolheria o novo presidente. Lembrando que o Legislativo já tinha sofrido uma primeira leva de cassações. A disputa contou com Humberto de Alencar Castelo Branco, Juarez Távora e Eurico Gaspar Dutra, todos militares. Prevaleceu o nome de Castelo Branco, nesse momento, Chefe do Estado-Maior do Exército. Castelo ganhou com pouco mais de 98% dos votos. Para vice-presidente prevaleceu o nome do Secretário de Finanças do Governo de Minas Gerais, José Maria Alkmin. A VITÓRIA DE CASTELO BRANCO IMAGEM 05 - General Humberto de Alencar Castelo Branco (ao centro) discursa durante evento em São Paulo. Fonte: UOL Educação. Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/governo-castello-branco-1964-1967-democracia-de-mentira.htm Acesso em 07 de fevereiro de 2021. https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/governo-castello-branco-1964-1967-democracia-de-mentira.htm CASTELO BRANCO Castelo era de um seleto grupo de militares intelectualizados conhecido como Sorbonne. Uma referência a universidade francesa, famosa no mundo todo. Ele ainda era famoso por ter participado de importantes eventos da política brasileira, como a repressão ao Movimento Constitucionalista de 1932 e a participação no comando da FEB, missão que lutou na Itália durante a Segundo Guerra Mundial. Castelo e os homens que assumem o poder no Brasil nesse momento, eram ligados a Escola Superior de Guerra (ESG). IMAGEM 06 - Foto de Castelo Branco com a Força Expedicionária Brasileira que atuou na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Fonte: Blog Infantaria do Ceara. Disponível em: http://www.legiaodainfantariadoceara.org/leginf_CastelloBranco_atuacaoFEB.html Acesso em 07 de fevereiro de 2021. http://www.legiaodainfantariadoceara.org/leginf_CastelloBranco_atuacaoFEB.html AS ELEIÇÕES ESTADUAIS DE 1965 O AI 1, não impedia a realização de eleições estaduais. Dessa forma, o ano de 1965 é marcante devido a realização de eleições em alguns estados nos quais o pleito foi permitido pelo Comando Supremo da Revolução. O resultado, no entanto, não agradou os militares. As urnas revelaram a derrota da grande maioria dos candidatos governistas. O resultado dessas eleições fez com que militares da chamada Linha Dura (em oposição aos moderados ou castelistas) pressionassem pelo endurecimento do regime. Lembrando que enquanto os castelistas eram moderados em seu discurso e sobretudo defendiam o retorno a normalidade democrática, os militares da linha dura eram defensores do fechamento maior do regime e da permanência deles por mais tempo no poder para de fato “organizar casa”, varrendo do país o comunismo e a corrupção. O ATO INSTITUCIONAL 02 A pressão desses grupos levou ao estabelecimento de mais um Ato Institucional, o AI 2. Esse documento trouxe modificações importantes para entender o prosseguimento da Ditadura no Brasil. O AI 2 estabeleceu a eleição indireta para presidente da república. O Congresso deveria escolher o chefe do executivo em votação nominal e com voto aberto. Além disso, aumentou ainda mais os poderes do Executivo que agora poderia baixar atos adicionais ao ato e decretos-leis em matéria de segurança nacional. Porém a alteração mais famosa diz respeito ao estabelecimento no Brasil do Bipartidarismo. Todos os partidos foram extintos e os políticos deveriam se organizar nos dois oficiais: ARENA (situação) e MDB (oposição consentida). O ATO INSTITUCIONAL 02 IMAGEM 07 – A esquerda logo da ARENA (partido governista) e a direita logo do MDB (partido de oposição). Esses partidos serão os únicos permitidos durante quase toda a ditadura militar. Fonte: Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Aliança_Renovadora_Nacional e https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Democrático_Brasileiro_(1966) Acesso em 07 de fevereiro de 2021. https://pt.wikipedia.org/wiki/Aliança_Renovadora_Nacional https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Democrático_Brasileiro_(1966) O ATO INSTITUCIONAL 03 E 04 Ainda no governo Castelo Branco serão baixados o AI 3 e o AI 4. O primeiro estabeleceu as eleições indiretas para governadores e o segundo convocou o Congresso e forçou a aprovação de uma nova Constituição para o Brasil. A Carta de 1967 incorporou os decretos já publicados e aquilo que já vinha sendo feito pelos militares e ampliou ainda mais os poderes do Executivo. De fato, o Congresso estava fechado por ordem do Comando Supremo da Revolução e foi convocado as pressas apenas para aprovar esse projeto. CONCLUSÃO Como foi possível perceber, o Governo Castelo Branco, apesar de não gostar de ser identificado como uma ditadura, na verdade, lançou as bases que sustentariam os demais presidentes generais ao longo de todos os anos de governos ditatoriais no Brasil. O bipartidarismo, as eleições indiretas, o controle exercido pelo Estado, a tortura (que já aparece no governo de Castelo) e ausência de algumas liberdades e direitos, bem como a sobreposição do Executivo sobre os outros poderes são características de todo o período ditatorial e que são lançados no Governo Castelo Branco. Castelo Branco morreu no ano de 1967 devido a um acidente aéreo. O grupo castelista ou moderado não fez um sucessor e o militar da Linha Dura que assume é Artur da Costa e Silva. CONCLUSÃO VÍDEO 01 – 1964: Cronologia | Castello Presidente. Canal UNIVESP TV (Youtube). Link de Acesso: https://www.youtube.com/watch?v=xcLJ1OZ3G48 https://www.youtube.com/watch?v=xcLJ1OZ3G48 GOVERNO HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO ASPECTOS ECONÔMICOS INTRODUÇÃO O General Castelo Branco precisou enfrentar,em termos econômicos, os mesmos problemas que os presidentes anteriores se depararam: alta inflação, aumento do custo de vida nas grandes cidades, dívida externa elevada, além da revolta de trabalhadores na cidade e no campo. Esses militares que tomam o poder em 64 são ligados a chamada Doutrina de Segurança Nacional. Esse grupo acreditava ser necessário uma luta constante contra o comunismo, que para eles, era uma ameaça real. Nesse sentido, era preciso modernizar o sistema econômico a fim de aperfeiçoar o capitalismo para conter o comunismo. Para atingir esse fim, Castelo Branco lançou o Plano de Ação Econômica do Governo – PAEG. O PAEG Esse plano foi elaborado por dois civis: Roberto Campos, que já havia sido deputado, senador, presidente do BNDE e agora, Ministro do Planejamento. E Otávio Gouveia de Bulhões, ministro de Café Filho, presidente que governou brevemente após o suicídio de Vargas e logo teve que se afastar por problemas de saúde. Bulhões ocupou o cargo de Ministro da Fazenda de Castelo Branco. IMAGEM 08 - Roberto Campos, um dos autores do PAEG, nesse momento Ministro do Planejamento de Castelo Branco. Fonte: InfoEscola. Disponível em: https://www.infoescola.com/biografias/roberto-campos/ Acesso em 07 de fevereiro de 2021. https://www.infoescola.com/biografias/roberto-campos/ MEDIDAS DO PAEG O PAEG buscou solucionar o problema do déficit no setor público. Para isso, foi necessário a tomada de uma série de medidas. O governo cortou o subsídio concedido ao petróleo e ao trigo, proibiu que os estados se endividassem sem autorização federal, aumentou a arrecadação das empresas públicas, contraiu o crédito e comprimiu os salários. Além disso, introduziu a correção monetária para pagamento de dívidas públicas. Essa última medida é interessante, pois era comum deixar as contas atrasarem para serem pagas posteriormente. Como a inflação corroía o dinheiro muito rápido, era como se a conta ficasse mais barata, quanto mais tempo se demorasse para pagar. As outras medidas geram um impacto forte de curto prazo na vida das pessoas, sobretudo nos trabalhadores assalariados. MEDIDAS DO PAEG Outra necessidade para o Governo era o controle dos trabalhadores que obviamente não ficariam felizes em assumir o impacto inicial das medidas do PAEG. Nesse sentido, o Governo tratou de aprovar a Lei de Greves. O que praticamente impossibilitava a realização de greves legais. Além disso, o Movimento de 64 já havia atuado fortemente nos sindicatos e nas Ligas Camponesas, de forma que essas organizações já estavam, de certa forma, fragilizadas. MEDIDAS DO PAEG Ainda no campo trabalhista, o direito a estabilidade no emprego após 10 anos no cargo foi abolido. Esse era um direito presente na CLT e mais valorizado pelos trabalhadores. Em substituição, foi criado o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS. Esse fundo era como uma reserva financeira depositada de forma obrigatória e automática pelos empregadores em uma conta bancária do trabalhador. Na prática não era muito vantajoso, uma vez que essa reserva só poderia ser acessada em casos muito específicos e era corroída pela inflação, já que esse valor não era ajustado acima do índice. A vantagem ficou com os empresários que passaram a demitir e contratar de forma mais livre. Muitas empresas alegavam que os funcionários estáveis dificultavam a modernização dos negócios. MEDIDAS DO PAEG IMAGEM 09 – Otávio Gouveia de Bulhões (o segundo da esquerda para direita, sentado e de gravata) um dos autores do PAEG. Fonte: CPDOC FGV. Disponível em: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/arquivo-pessoal/EG/audiovisual/ernesto-geisel-otavio-gouveia-de-bulhoes-castelo- branco-e-outros-em-visita-a-curitiba Acesso em 06 de fevereiro de 2021. http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/arquivo-pessoal/EG/audiovisual/ernesto-geisel-otavio-gouveia-de-bulhoes-castelo-branco-e-outros-em-visita-a-curitiba MEDIDAS DO PAEG No campo do comércio exterior, o PAEG aboliu uma lei restritiva de 1962 que impedia, em certa medida, a remessa de lucros para o exterior. Essa lei havia causado desconforto nos investidores e empresários estrangeiros, sobretudo nos norte-americanos. Portanto, no governo Castelo Branco, ocorre o rompimento com a ideia de estrangulamento das remessas de lucros. Medidas que facilitaram ao Brasil conseguir renegociar a dívida externa com os credores estrangeiros. RESULTADOS O PAEG foi vitorioso em diversos aspectos. Conseguiu reduzir o déficit público, controlar em parte a inflação e fazer o PIB voltar a crescer. Mas não podemos nos enganar, o Plano alcançou seus objetivos devido a uma congruência de fatores. Primeiro, o regime autoritário no qual ele foi implantado permitiu jogar o ônus desse tipo de medida em alguns grupos sem que esses pudessem revidar. Como vimos nas aulas anteriores, era muito difícil para os presidentes eleitos resolver a situação econômica, pois nenhum grupo queria sofrer o impacto dessas medidas no curto prazo. Na ditadura, esse ônus foi jogado sobretudo sobre os trabalhadores que não puderam protestar. Em segundo lugar, a dívida externa que era uma forte preocupação dos presidentes foi temporariamente resolvida, graças ao sinal do FMI que permitiu a renegociação e a ajuda monetária dos EUA ao Brasil. VAMOS TREINAR - QUESTÃO 02 (Mackenzie SP/2002) Sobre o Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), organizado pelos ministros Roberto Campos e Otávio Gouveia de Bulhões no governo Castelo Branco, podemos afirmar que: A. Não atingiu seus objetivos, em virtude das sucessivas greves e pressões sociais. B. Reequilibrou as finanças da União, o PIB voltou a crescer, mas os salários foram comprimidos, sendo grande a rotatividade da mão-de-obra com a criação do FGTS. C. A inflação não foi reduzida, crescendo o déficit no setor público. D. A lei que regulava as remessas de lucros e investimentos estrangeiros passou a ser extremamente restritiva. E. O programa fracassou porque não obteve o apoio do FMI, nem da Aliança para o Progresso, proposta pelo Presidente Kennedy. VAMOS TREINAR - QUESTÃO 02 (Mackenzie SP/2002) Sobre o Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), organizado pelos ministros Roberto Campos e Otávio Gouveia de Bulhões no governo Castelo Branco, podemos afirmar que: A. Não atingiu seus objetivos, em virtude das sucessivas greves e pressões sociais. B. Reequilibrou as finanças da União, o PIB voltou a crescer, mas os salários foram comprimidos, sendo grande a rotatividade da mão-de-obra com a criação do FGTS. C. A inflação não foi reduzida, crescendo o déficit no setor público. D. A lei que regulava as remessas de lucros e investimentos estrangeiros passou a ser extremamente restritiva. E. O programa fracassou porque não obteve o apoio do FMI, nem da Aliança para o Progresso, proposta pelo Presidente Kennedy. QUESTÃO 02 - COMENTÁRIO A resposta correta para essa questão é letra “B”. O Plano de Ação Econômica do Governo foi bem sucedido em diversos fatores: As contas do governo foram reequilibradas e reduziu-se a infração, além disso, o PIB volta a crescer nesse momento da ditadura. Essa afirmação já exclui a letra “A” e “C” que afirma o contrário. A letra “D” está incorreta, pois a lei de remessa de lucros passa a ser MENOS restritiva, ao contrário do que diz a assertiva. Na verdade, a lei que era mais restritiva e que remonta ao período Goulart foi abolida, uma vez que esse dispositivo tinha causado desconforto para com os estadunidenses. Por fim, a letra “E” também está errada. Isto pois, o Brasil consegue apoio do FMI e recebe ajuda dos Estados Unidos, país que apoiou o golpe de estado. CONCLUSÃO VÍDEO 01 – 1964: Reportagem Especial | Governo Castelo Branco. Canal UNIVESP TV (Youtube). Link de Acesso: https://www.youtube.com/watch?v=dMp2BZ9QwgY&t=3s https://www.youtube.com/watch?v=dMp2BZ9QwgY&t=3s REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1964: Reportagem Especial | Governo Castelo Branco. CanalUNIVESP TV. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dMp2BZ9QwgY Acesso em 04 de fevereiro de 2021. Arquivos Pessoais. CPDOC FGV, 2021. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/acervo/arquivospessoais Acesso em 06 de fevereiro de 2021. BRASIL, ATO INSTITUCIONAL Nº 1, DE 9 DE ABRIL DE 1964. Dispõe sobre a manutenção da Constituição Federal de 1946 e as Constituições Estaduais e respectivas Emendas, com as modificações instroduzidas pelo Poder Constituinte originário da revolução Vitoriosa. Diário Oficial da União 9.4.1964 e republicado em 11.4.1964. BRASIL, ATO INSTITUCIONAL Nº 2, DE 27 DE OUTUBRO DE 1965. Mantem a Constituição Federal de 1946, as Constituições Estaduais e respectivas Emendas, com as alterações introduzidas pelo Poder Constituinte originário da Revolução de 31.03.1964, e dá outras providências. Diário Oficial da União 27.10.1965, republicado em 28.10 e 05.11.1965 https://www.youtube.com/watch?v=dMp2BZ9QwgY https://cpdoc.fgv.br/acervo/arquivospessoais REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, ATO INSTITUCIONAL Nº 3, DE 5 DE FEVEREIRO DE 1966. Fixa datas para as eleições de 1966, dispõe sobre as eleições indiretas e nomeação de Prefeitos das Capitais dos Estados e dá outras providências. Diário Oficial da União 7.2.1966. BRASIL, ATO INSTITUCIONAL Nº 4, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1966. Convoca o Congresso Nacional para se reunir extraordináriamente, de 12 de dezembro de 1966 a 24 de janeiro de 1967, para discursão, votação e promulgação do projeto de Constituição apresentado pelo Presidente da República, e dá outras providências. Diário Oficial da União 7.12.1966 e retificado em 12.12.1966. Castelo Branco. Acervo O Globo, 2021. Disponível em: https://acervo.oglobo.globo.com/incoming/o-presidente- castelo-branco-21564000 Acesso em 04 de fevereiro de 2021. COELHO, Gabriela. Justiça proíbe comemorações dos 55 anos do golpe de 1964. Conjur. 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Galeria de Presidentes: Humberto de Alencar Castelo Branco. Governo Federal, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/planalto/pt-br/conheca-a-presidencia/acervo/galeria-de-presidentes/humberto-de-alencar-castello- branco/view Acesso em 04 de fevereiro de 2021. https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-golpe-estado.htm https://educacao.uol.com.br/album/2014/03/06/confira-imagens-historicas-do-golpe-militar-de-64.htm https://www.gov.br/planalto/pt-br/conheca-a-presidencia/acervo/galeria-de-presidentes/humberto-de-alencar-castello-branco/view REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NAPOLITANO, Marcos. 1964: História do Regime Militar Brasileiro. São Paulo: Contexto, 2016 SACRAMENTO, Mafalda Felix do. Os Golpes de Estado como principal meio de subversão. Uma análise comparativa com outros sistemas subversivos. In: Sol Nascente – Revista do Centro de Investigação sobre Ética Aplicada. n. 4. SILVA, Daniel Neves. "Golpe Militar de 1964 e o início da ditadura no Brasil"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/golpe-militar.htm. Acesso em 04 de fevereiro de 2021. SILVA, Daniel Neves. "Governo Castello Branco"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/castelo-branco.htm. Acesso em 04 de fevereiro de 2021. SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. TREVISAN, Rita. MOÇO, Anderson. Qual a diferença entre revolução e golpe. Nova Escola. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/2213/qual-a-diferenca-entre-revolucao-e-golpe Acesso em 05 de fevereiro de 2021. https://brasilescola.uol.com.br/historiab/golpe-militar.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiab/castelo-branco.htm https://novaescola.org.br/conteudo/2213/qual-a-diferenca-entre-revolucao-e-golpe OBRIGADO PELA ATENÇÃO!
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