Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ã A osteodistrofia é um distúrbio osteopénico com proliferação do tecido conjuntivo fibroso, sendo uma complicação decorrente do hiperparatireoidismo secundário à doença renal crônica. A doença renal crônica (DRC) compromete as funções endócrina e excretora que são realizadas pelos rins. A redução dessas funções contribuem para o surgimento do hiperparatireoidismo secundário renal (HSR) que é uma síndrome que causa mudanças nos níveis circulantes de cálcio, paratormônio (PTH), fosforo e calcitriol. O PTH tem a função de manter as concentrações de cálcio extracelular dentro dos níveis adequados, e o mesmo ocorre ao contrário, em um processo conhecido como feedback. Sendo assim, quando há um aumento no cálcio, a produção do PTH é reduzida, e na falta de cálcio a produção de PTH aumenta, e este por sua vez mobiliza cálcio dos ossos, enquanto que o calcitriol estimula a absorção de cálcio pelo intestino. Porém, com a decorrência da DRC os níveis de calcitriol estão reduzidos, contribuindo ainda mais para a hipocalcemia, e aumentando indiretamente a liberação de PTH, acarretando o surgimento de diversos problemas sendo um deles a osteodistrofia fibrosa também conhecido como “mandíbula de borracha”. A doença renal crônica ocorre geralmente em cães idosos, porém, também pode ocorrer nos animais jovens. É causada pelo processo normal de envelhecimento ou após longos insultos renais decorrentes de doenças periodontais, hipertensão, diabetes, entre outras doenças que acarretam a perda das funções renais. O hiperparatireoidismo secundário renal é causado pela perda da função dos rins e consequentemente a diminuição da secreção de eritropoietina e calcitriol, que pode levar à anemia não regenerativa e falhas no metabolismo do cálcio e do fosforo. A osteodistrofia fibrosa é uma complicação decorrente do hiperparatireoidismo secundário renal em estágio avançado, a condição caracteriza-se por distúrbio osteopénico com proliferação de tecido conjuntivo fibroso, mais evidentes na mandíbula e maxila, que acomete mais comumente animais jovens, porém pode ocorrer em animais idosos devido a DRC. DRC - poliúria, polidipsia, letargia, hiporexia, emagrecimento progressivo e êmese. O exame físico pode revelar pelagem de má qualidade, baixo escore corporal, desidratação, mucosas hipocoradas, ulcerações em cavidade oral e halitose. HSR - se manifesta clinicamente sob a forma de desmineralização óssea e leva à alterações na homeostase do cálcio no decurso da insuficiência renal crônica. Osteodistrofia fibrosa – apresentam uma deformidade facial e em casos mais avançados, o animal pode apresentar claudicação e ruído respiratório. É possível observar aumento simétrico e bilateral da face decorrente de reabsorção óssea, mineralização deficiente do osteoide e proliferação do tecido conjuntivo fibroso na área afetada. Ao corte é possível sentir o tecido fibroso. Na histologia não se observa matriz óssea e sim tecido fibroso. É baseado na constatação de DRC, hiperfosfatemia e sinais radiográficos de perda da densidade óssea em área de aumento facial.
Compartilhar