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Capitulo 1 – Farmacologia, Penildon Natureza da farmacologia Entre as ciências biológicas, a farmacologia ocupa lugar sui generis. Sem limites, possui raízes profundas nas ciências básicas, ramifica-se em todas as especialidades médicas, invade a psicologia, a sociologia, a ecologia, a agricultura, a guerra. Quando se define a farmacologia como estudo da interação de compostos químicos com os organismos vivos, a amplitude do seu campo logo se torna patente. De um lado, o agente químico, estático, sempre apresentando-se de maneira dinâmica, variando de um momento para outro, sob o influxo de inúmeros fatores. Em virtude dessa variação, a interação substancia química versus sistema vivo exterioriza-se em variabilidade inusitada. O sistema vivo pode ser uma organela celular, uma célula, um órgão isolado, um sistema ou o organismo inteiro. O agente químico pode apresentar-se como molécula bem definida ou sob a forma de um extrato ou mistura de composição não totalmente conhecida. Na realidade, a farmacologia reflete a natureza. Esta, nos seus processos vitais, sempre utiliza um composto químico como intermediário indispensável, desde os mais básicos atos fisiológicos, como a digestão manifestações mais complexas do sistema nervoso central e comportamento (neurotransmissores). Quando a farmacologia se especializa no campo medico, a substancia química recebe o nome de droga ou fármaco. A farmacologia estuda o resultado da interação da droga com o sistema biológico. A resposta ou efeito dessa interação pode apresentar diversas gradações, simplificadas em dois grandes tipos: benéficos ou maléficos. No primeiro caso, a droga que provoca efeito benéfico - ada na pratica medica, sob varias modalidades de aplicação, sempre em beneficio do paciente; no segundo caso, a interação produz efeito maléfico para o sistema vivo, a droga se chama toxico e seu estudo constitui objeto da toxicologia. Veja o esquema na Fig. 1.1. também para indicar substancia de abuso, tipo cocaína, maconha, heroína etc. A farmacologia médica estuda principalmente a droga-medicamento, com os seus efeitos benéficos e desejáveis, mas também focaliza a possível e potencial toxicidade dos medicamentos. Com essa significação, estuda qualquer composto biologicamente ativo, inclusive determinados alimentos, analisando não somente os medicamentos habituais, de origem exógena, mas também as substâncias sintetizadas pelo nosso corpo (hormônios, mediadores químicos etc.). O nosso organismo, nesse ultimo exemplo, teria uma farmacologia intrínseca, possuindo na intimidade dos seus tecidos a substancia química ativa e o alvo a ela sensível. Esse foi o conceito da auto farmacologia, criado por Henry Dale, de tanta repercussão na evolução da farmacologia moderna. grego pharmakon, que significa não apenas a substância de uso terapêutico, mas também veneno, feitiço e influência sobrenatural ou mística sinônimo de droga-medicamento. A palavra remédio utilizada pelos leigos como sinônimo de medicamento e especialidade farmacêutica; na realidade, remédio medicamento, que sirva para tratar o doente: massagem, fisioterapia, clima, sugestão etc. Algumas definições básicas Bias. Palavra inglesa que pode ser traduzida por tendenciosidade. Indica uma influência latente que pode perturbar a análise de um estudo. Trata-se de uma tendência sistemático da verdade que distorce os resultados da pesquisa. Biofarmacologia. Neologismo para uma noção antiga e sinônimo de autoterapia ou terapia constitucional. Indica a modalidade terapêutica que estimula as defesas e processos curativos naturais do próprio organismo. terapêutica que utiliza a força curativa da natureza, tradução da expressão latina vis medicatrix naturae. Bolo. Injeção intravenosa de dose única durante curto período segundos) em contraste com infusão intravenosa continua. Às vezes, encontra- se a grafia bolus. CE50. Concentração eficaz em 50% de pacientes ou de tecidos. concentração de uma droga que produz uma resposta específica do tipo tudo ou nada em 50% de pacientes, também chamada concentração eficaz mediana. Cápsula. Forma farmacêutica de conformação cilíndrica usualmente de gelatina que contém uma droga em forma sólida ou líquida. Compliance. Termo inglês que indica obediência ou aderência estrita a um plano de tratamento. Dependência de drogas. Estado que surge após uso repetido, periódico ou continuo de determinada droga, prejudicando o individuo e, às vezes, a sociedade. Pode haver um ou mais dos seguintes fenômenos: dependência psíquica ou emocional, dependência física e tolerância. A dependência provoca uso compulsivo da droga que exerce atividade psicoativa e que pode estar associado a tolerância e dependência física. Dispensação. ntrada para significar o ato de o farmacêutico fornecer o medicamento ao comprador, ao paciente. Tradução da palavra inglesa dispensing. Disposição. A literatura, sobretudo estrangeira, registra a expressão disposição das drogas para abranger a sua distribuição, metabolismo e excreção. DNA recombinante. A tecnologia do DNA recombinante utiliza técnicas para unir moléculas de DNA in vitro e introduzi-las em células vivas nas quais elas se multiplicam. Essa tecnologia permite: (1) isolamento de segmentos específicos de DNA de quase qualquer organismo e sua amplificação a fim de se obterem grandes quantidades para análise molecular; (2) a síntese, em um organismo hospedeiro, de grandes quantidades de produtos gênicos que podem ser uteis na medicina e na indústria; e (3) o estudo das relações entre estrutura e funções através da mutagênese de DNAs clonados. Drágea. Forma farmacêutica recoberta por uma substancia secreção gástrica acida. drágea Às vezes, as drágeas são chamadas comprimidos gastrorresistentes. Droga. Qualquer substancia química capaz de produzir efeito farmacológico alterações somáticas ou funcionais, benéficas (droga- medicamento) ou maléficas - indica principalmente as substancias de abuso, tipo maconha, cocaína etc. Droga designer. Expressão aplicada a drogas de uso ilícito, especialmente manufaturadas para esse mercado ilegal. A expressão também aplicada a drogas legitimamente sintetizadas para pesquisa, mas que demonstram possuir apenas atividade recreativa, como, por exemplo, alguns derivados da fentanila e a tenanfetamina. Droga de liberação prolongada. Droga adaptada a uma forma que controla a taxa em que os ingredientes ativos são liberados. As técnicas usadas para retardar a liberação incluem o uso de microesferas revestidas (microencapsulação), quelatos, resinas, matrizes plásticas porosas e derivados de celulose; geralmente são preparações implantação. Droga genérica. O termo genérico indica o nome não comercial ou de fantasia da droga. A palavra propranolol, por exemplo, indica um nome genérico. O propranolol tem, também, outros nomes comerciais, de fantasia, como, por exemplo, Inderal, Efektol, Tesnol e muitos outros. Droga pesada e droga leve. Expressões populares para indicar drogas de abuso que induzem dependências física e emocional (pesadas) como a heroína e aquelas que são menos causadoras de dependência e incapacidade social (leves) como a maconha. Drogas essenciais. Trata-se de uma contribuição para resolver problemas cujasnecessidades de tratamento médico excedem os recursos financeiros. Drogas multipotentes. Drogas que apresentam baixa seletividade de ação. São drogas que podem interagir com diversos tipos de receptores. Às vezes, são chamadas promíscuas. Drogas na pesquisa. Embora as drogas, de modo geral, não apresentem grande seletividade, algumas são suficientemente seletivas e podem ser usadas como instrumentos na elucidação de certos processos biológicos. Alguns exemplos são indicados. A aloxana provoca necrose das células beta do pâncreas. A antipirina mede a capacidade metabólica, por ser metabolizada (95%) principalmente pelo fígado. Duplo-cego. Expressão aplicada a um estudo ou técnica experimental, frequentemente usada em ensaios terapêuticos ou outros estudos em pacientes humanos, nos quais nem os pacientes nem os experimenta droga ativa padrão. Ensaio biológico. Medida da concentração ou potência de substâncias biologicamente ativas através das respostas de células ou tecidos vivos, em comparação com uma preparação padrão. Especialidade farmacêutica. Medicamento de fórmula conhecida de ação terapêutica comprovável, em forma farmacêutica estável, embalado de modo uniforme e comercializado com um nome de fantasia. Não se possa preparar na própria farmácia. A especialidade farmacêutica industrializada, e sua fabricação obedece a regulamento de natureza governamental. Termo comercial aplicado a um medicamento por uma companhia farmacêutica industrial. Um medicamento tem um nome aprovado ou genérico, mas pode apresentar diversos nomes comerciais de fantasia. Êxtase. Nome popular da droga 3,4-metilenodioximetanfetamina, usada como droga de abuso. Ecstasy dos ingleses. Farmácia e farmácia clínica. Farmácia foi a primeira subdivisão da farmacologia a tornar-se independente e a adquirir status profissional. A farmácia, por definição, incube-se da preparação, manipulação e fornecimento ou dispensação de agentes químicos (drogas) com a finalidade terapêutica. A farmácia, por sua vez, subdivide-se em diversos departamentos, como farmacotécnica, farmacognosia, química farmacêutica etc. O farmacêutico por si, em decorrência da industrialização da sua profissão, praticamente não prepara, manipula ou embala seus medicamentos, mas sua função, diante da crescente complexidade da terapêutica, torna-se cada vez mais importante, como assistente valioso do médico, orientando-o a respeito das propriedades das drogas e das formas farmacêuticas países, uma florescente subespecialidade, chamada farmácia clínica, na qual o farmacêutico não prescreve nem clinica, que são funções próprias do médico, mas se torna o conselheiro das drogas, prestando informes a respeito de todos os aspectos das propriedades dos medicamentos. Fármaco. Sinônimo de droga. Ou, mais especificamente, o fármaco - medicamento de estrutura química bem definida. Farmacoepidemiologia. Estudo do uso e dos efeitos das drogas em grandes números de pessoas. farmacológicas e suas modificações por influencias genéticas. O polimorfismo tência, em uma população, de dois ou mais alelos (no mesmo locos), o que resulta em mais de um fenótipo em relação capacidades de metabolizar as drogas, como, por exemplo, as diferenças genéticas em uma enzima única. Os processos de metabo acetilação aromática de drogas como o dextrometorfano e a hidrólise Farma analise de respostas às drogas em relação informação genômica, com a finalidade de individualizar os tratamentos e reduzir reações adversas às drogas. Farmacopeia. Livro que oficializa as drogas-medicamentos de uso corrente e consagradas pela experiência como eficazes e uteis. Descreve testes químicos para determinar a identidade e pureza das drogas e fórmulas para certas misturas dessas substancias. As farmacopeias são publicações oficiais de cada país e são atualizadas periodicamente por comissões especiais de cientistas. As farmacopeias padronizam os agentes medicamentosos nas comunidades civilizadas, e são complementadas por formulários e outras publicações correlatas. FDA (Food and Drug Administration). Repartição do governo norte- americano que regula o uso dos alimentos e das drogas. Suas decisões assumem importância internacional. Feriado do medicamento. A interrupção toxicidade. Forma farmacêutica. Forma de apresentação do medicamento: comprimido, xarope, cápsula etc.; na forma farmacêutica, além do medicamento principal ou principio ativo, entram outras substâncias na composição, como veiculo ou excipiente, coadjuvante, edulcorante, ligante, preservativo etc. Fórmula magistral. Qualquer produto medicinal preparado numa farmácia de acordo com uma prescrição, para um paciente individual. Fórmula oficinal. Droga ou formulação guardada em estoque na farmácia. Fórmula ou formulação. Representa o conjunto dos componentes de uma receita prescrita pelo médico ou então a composição de uma especialidade farmacêutica. Notar que o uso do termo fórmula não possui a significação usada em química. A fórmula, por exemplo, de determinado xarope expectorante e antitussígeno Essa fórmula, antes da industrialização farmacêutica, era prescrita pelo médico dessa maneira, e constituía um medicamento magistral que seria preparado ou aviado pelo próprio farmacêutico na sua farmácia. A mesma fórmula pode ser preparada em escala industrial, comercializada com nome de fantasia adequado e receitada pelo médico, com esse nome, seguido da maneira de empregar. Os formulários são coleções organizadas de formulas de uso corrente. Formulações de deposito. Uma droga em forma lentamente absorvida (por exemplo, dissolvida em óleo ou como suspensão de sal insolúvel), usualmente aplicada por via intramuscular, o que reduz a frequência de administração. Galênico. Medicamento manipulado pelo farmacêutico, em geral de acordo com fórmulas magistrais. O medicamento galênico pode também significar retirado de plantas, em oposição aos que são preparados com substâncias químicas puras. Genoma. A informação genética total de um organismo. representado pelo DNA nos eucariontes e procariontes e pelo DNA ou RNA nos vírus células núcleo celular limitado por uma membrana nuclear e que contém genômica não célula qualquer organismo que possui um procarion. Os procariontes compreendem as bactérias, as cianobactérias e archaea. Procarion indica um núcleo nuclear ou outras inclusões bactérias (inclusive nos actinomicetos) e nas cianobactérias termo que descreve uma célula, um organismo ou um núcleo que possui um único genoma ou um único grupo de cromossomos homólogos encerra metade do número diploide. Diploide descreve uma célula ou núcleo que possui dois grupos de cromossomos homólogos vezes o número haploide. Poliploide descreve uma célula (ouorganismo) que possui três, quatro, cinco ou mais vezes o número haploide de cromossomos no seu núcleo. Imunofarmacologia. Subdivisão jovem da farmacologia que se destina a analisar os seguintes pontos: (1) controle do desenvolvimento e da função dos componentes celulares do sistema imunológico; (2) facilitação e supressão de função das células imunologicamente competentes de diversas subclasses, como células auxiliares, supressoras e efetoras e supressoras. B; (3) manipulação e recuperação dos - utilização, modulação e inibição das linfocinas, geradas pelos linfócitos T. A imunofarmac inflamação, fagocitose, reatividade vascular e coagulação sanguínea. - técnica pela qual partes especificas de células ou tecidos podem ser coradas seletivamente, através de uma reação - reação fluorescente ou colorida a ser aplicado ao tecido, reagindo de modo altamente seletivo com aquelas partes da célula ou tecido que contém o antígeno contra o qual surgiu o anticorpo. Lipossomos. Pequenas vesículas - São exposição a som de elevada frequência. Os lipossomos podem ser usados para: (a) permitir absorção de substâncias no trato gastrointestinal que, de outro modo, seriam digeridas (p. ex., insulina); (b) estudo de fluxos iônicos através de membranas; (c) reduzir toxicidade de drogas aplicadas intravenosamente; (d) promover administração de ácidos nucleicos na terapia genica. Manipulação. Em farmacotécnica, esse termo significa o conjunto de operações “ ” execução da fórmula magistral pelo farmacêutico. Hoje, a manipulação substituída pela produção em massa das especialidades farmacêuticas. médico e preparado para cada caso, com indicação de composição qualitativa e quantitativa, da forma farmacêutica e da maneira de administração. Antigamente, o medicamento magistral era muito comum porque os médicos formu em cada caso, na prescrição, a composição de todos os ingredientes da sua fórmula ou formulação medicam feito através de industrialização dos produtos farmacêuticos, e o medicamento se apresenta como especialidade farmacêutica. Raramente, no momento atual, o médico formula ou aplica o que se chama a arte de formular. Medicamento oficinal. Aquele que se prepara na própria farmácia, de acordo com normas e doses estabelecidas por farmacopeias ou formulários e com uma designação uniforme. Ex.: tintura de iodo, elixir paregórico etc. - Técnica que agrupa os resultados de muitos estudos terapêuticos ou de segurança. Mesmos os resultados contraditórios são incluídos - -se uma resposta de consenso a partir de estudos que individualmente são inconclusivos. Nictêmero. Tanto de dia como de noite. Nocebo. Do latim, nocebo = vou lesar. Termo aplicado ao placebo que provoca efeitos adversos. Panaceia. Tipo de remédio que cura todas as doenças. Período latente. Intervalo entre estimulo e resposta. Placebo. Palavra latina que significa eu vou agradar. Em farmacologia, significa uma substancia ou preparação inativa administrada para satisfazer a necessidade psicológica do paciente. Usado também em ensaios clínicos controlados para determinar a eficácia de novos medicamentos. A palavra também pode aplicar-se a algum processo sem valor terapêutico intrínseco, porém realizado pela sua influência psicológica sobre o paciente. Mesmo em medicamentos já consagrados ou em investigação possuem, além da sua ação farmacológica intrínseca, o chamado efeito placebo quando o paciente acredita na atividade do medicamento. fórmula farmacêutica que encerra um numero muito grande de componentes, em geral sem base cientifica. Posologia. Ciência da dosagem. -droga. Termo usado para indicar a substancia química que precisa se transformar no organismo a fim de tornar-se droga ativa. anti-inflamatório que vai agir após transformar-se no organismo dando metabólito responsável pela ação terapêutica - droga. variável a determinada droga. Como exemplo, o número de indivíduos de uma amostra finita que apresenta uma resposta específica tudo ou nada (presente/ ausente), em oposição em múltiplos integrais de uma quantidade (mais ou menos constante) básica. Essa quantidade básica Radical livre. Um átomo ou molécula que tem existência independente com um elétron não valências satisfeitas. Na maioria das moléculas, todos os elétrons são emparelhados. radicais livres são muito reativos e podem desempenhar importantes funções em muitos processos biológicos e patológicos. Terapêutica ou terapia ou tratamento. Conjunto de medidas que trata, alivia ou cura os doentes ou os ajuda a viverem dentro das limitações impostas pela enfermidade. Se a terapêutica auxílio de medicamento, denomina-se farmacoterapia. Terapia genica. A terapia gênica consiste em administrar-se ácido nucleico, em geral sob a forma de DNA, a fim de modificar o patrimônio gênico do paciente, com finalidades terapêuticas. Estão em desenvolviment sintéticos que possam atingir locais específicos nas sequências do DNA (abordagem antissentido), de modo que seja bloqueada a síntese de proteínas relacionadas com as doenças. No momento, usam-se vírus e lipossomos como vetores do ácido nucleico injetado. teratógenos provocar anormalidades físicas e de desenvolvimento no embrião ou feto. Teto (efeito). O efeito máximo Drogas da mesma classe terapêutica podem ter diferentes efeitos teto, como, por exemplo, analgésicos (aspirina versus morfina), diuréticos (furosemida versus hidroclorotiazida). Triagem de drogas. Descoberta de composto que apresenta efeito desejado, aplicando-se um ou vários testes biológicos. Uso externo. Expressão às vezes usada como sinônimo de uso local ou tópico. Uso interno. Expressão tradicional para indicar a administração de medicamentos por via oral. Uso local. Quando se deseja que o medicamento atue no local ond aplicado, não sendo absorvido e não atingindo a corrente sanguínea. Quando absorvido, o medicamento ação geral ou sistêmica. Uso parenteral. Indica o uso do medicamento por via que não seja a oral ou enteral. O uso parenteral pode ser intravenoso, intramuscular, intra-arterial, intrarraquidiano etc. Veiculo. Substância usada para facilitar a administração de drogas (agentes que condicionam suspensões e emulsões, por exemplo). A droga tem eficácia contra determinadas doenças raras que atingem menos que 200.000 pessoas nos Estados Unidos. Depois da aprovação pelo FDA, a droga não promove lucros durante pelo menos sete anos. Vinte e quatro anos após a publicação da lei nos Estados Unidos que protege as drogas órfãs, cerca de 282 produtos proporcionaram tratamento de maisde 14 milhões de pacientes nos Estados Unidos. Essa lei norte-americana protege, com incentivos fiscais e doações, os pesquisadores e indústria farmacêutica que investem nesse tipo de drogas. Desde a promulgação dessa lei, nos Estados Unidos, como cita Haffner, aprendeu-se muito a respeito das doenças raras; 56% das drogas órfãs se destinam ao tratamento de doenças crônicas. Como exemplo temos: a Fab imune digoxina ovina (Digibind), usada no tratamento de intoxicação pela digital que ameaça a vida; a ceramida triexosidase-a-galactosidase A (Fabrazyme), para tratamento da doença de Fabry, caracterizada por distúrbio da armazenagem de lipídios tratada, provoc temente antes dos 4 anos de idade. Muitas doenças raras possuem um componente genético, e os pacientes, nesse caso, necessitam de tratamento durante toda a vida. Muitos câncer são também muito raros, e diversas drogas antieno acordo com a lei que protege as drogas. Como exemplo temos: o imatinib (Gleevec), usado em leucemia crônica p famida (Iflex), para câncer testicular. Um número substancial das drogas órfãs em desenvolvimento se destina ao uso em crianças. O somatrem injetável congênita do hormônio do crescimento. Embora a maioria das doenças raras seja crônica, algumas, como o botulismo infantil, podem ser agudas. O produto que foi aprovado para a menor população combinada de imu (SCID) do tipo da adenosina desaminase. O ensaio clinico desse produto envolveu 8 pacientes, e somente 14 pessoas nos Estados Unidos apresentaram a doença, mas essas pessoas se beneficiaram com o uso da adenosina desaminase. No passado, as crianças com essa síndrome teriam morrido de infecção antes do sexto ano de vida. Atualmente as crianças afetadas podem ter vidas normais enquanto continuarem a receber a medicação. A legislação das drogas órfãs, incorporando os princípios básicos da lei dos Estados Unidos, foi adotada na União Europeia, na Austrália e no Japão. A evolução das técnicas e métodos farmacológicos deveria ser o critério ideal para orientar as subdivisões da autofarmacologia, da farmacologia bioquímica da cronofarmacologia, da imunofarmacologia, da farmacologia fetal e perinatal etc. Além dessas verdadeiras especializações dentro da farmacologia, as suas subdivisões básicas são as seguintes: A farmacologia geral estuda os conceitos básicos e comuns a todos os grupos de drogas. A farmacologia especial ou aplicada se ocupa dos fármacos reunidos em grupos de ação farmacológica similar. A farmacognosia estuda a origem, as características, a estrutura e composição química das drogas no seu estado natural, de matéria-prima, sob a forma de órgãos ou organismos vegetais ou animais, assim como dos seus extratos, sem nenhum processo de elaboração. A farmacognosia trata especialmente das diversas espécies de plantas e de sua estrutura macro- e microscópica. As chamadas drogas naturais não são utilizadas pelos médicos ortodoxos, pois foram substituídas em grande parte por derivados sintéticos de investigação em muitos centros de pesquisa. A farmacotécnica se ocupa da preparação das formas farmacêuticas sob as quais os medicamentos são administrados: capsules, comprimidos, suspensões etc. A farmacotécnica, função do farmacêutico, industrializou-se quase totalmente, constituindo, hoje, complexos industriais que utilizam o trabalho de inúmeros profissionais. O trabalho oficinal do farmacêutico que manipulava ou aviava a receita magistral do médico foi substituído pela fabricação em massa das especialidades farmacêuticas, permitindo melhores condições no preparo, na preservação e na distribuição dos medicamentos. Atualmente, em certas áreas medicas - prescrição de fórmulas magistrais. era destacada como a parte mais importante da farmacologia, porque estudava as ações e efeitos das drogas em organismos sãos e doentes, sendo considerada a base da farmacoterapia. Ultimamente, esse conceito vem-se transformando e demonstrando que as ações e efeitos das drogas também visto no capítulo correspondente a esse tema. A farmacologia clínica objeto de capítulo especial. médica, com realce aos ROTEIRO DE ESTUDO DE UMA DROGA 1. Generalidades 2. Química 4 5. Interações com outras drogas ou com alimentos 6. Toxicidade 7. Posologia 8. Indicações, contraindicações 9. Especialidades farmacêuticas existentes no Brasil 10. Referências bibliográficas A farmacologia, ciência multidisciplinar, não existiria sem outras ciências. Seu nascimento se tornou possível a partir do fim do século XVIII, com o desenvolvimento da fisiologia experimental e da química. A química permitiu não a analise de princípios ativos de drogas naturais, mas também a síntese de novos derivados. Nos dias atuais, a farmacologia, que era uma fisiologia aplicada, passou a utilizar técnicas da bioquímica, da biologia molecular, da patologia, da genética, da microbiologia, da psicologia, da estatística e da matemática. A farmacologia, por outro lado, contribui de modo decisivo para o exercício das profissões da área da saúde: médicos, veterinários, dentistas, enfermeiros, farmacêuticos, educadores sanitários, nutricionistas, higienistas e outros profissionais e técnicos de áreas correlacionadas, como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, dietistas, técnicos de laboratório de analises. Todos eles aplicam conhecimentos farmacológicos. Em saúde pública, a farmacologia também participa das áreas de poluição ecológica, de aditivos alimentares, fluoração de água, efeitos do fumo e do álcool etc. Do ponto de vista sociológico, os maiores problemas farmacológicos são criados pelo abuso de drogas. Na pratica médica, faz melhor medicina quem compreende a base cientifica também o conhecimento farmacológico da droga, da sua química, da sua cinética, do seu modo de ação, da sua toxicidade e da estratégia do seu emprego. A tendência às generalizações e às falsas analogias, inerente ao raciocínio superficial, deve ser vigiada quando se estuda farmacologia, uma das ciências da variação biológica. Os efeitos farmacológicos não podem ser previstos como em matemática, física, química e astronomia, ciências ditas exatas. O sistema biológico, caracterizado pelas suas possibilidades de variação resposta farmacológica, terapêutica ou tóxica, um característico probabilístico que impõe a análise estatística. Em clínica observação farmacológica conceb vidualização da farmacoterapia. O fato se torna compreensível quando se analisa o grande número de variáveis que podem intervir no efeito farmacológico. A variação individual das respostas àsmente, pela idade, por fatores genéticos, étnicos e ecológicos, por certos estados fisiológicos como a gravidez, por estados patológicos como insuficiência renal ou hepática e por interações de drogas. Alguns capítulos deste livro abordam com detalhes esses fatores que influem na variação das respostas às drogas. Além tipo de variação denominado idiossincrásico. As reações idiossincrásicas geralmente são provocadas por diferenças genéticas e imunológicas entre indivíduos. As reações idiossincrásicas ocorrem em pequena proporção dos indivíduos reações podem ocorrer com o uso de baixas doses dos medicamentos. As seguintes drogas podem provocar reações documentadas: cloranfenicol, primaquina, dapsona, doxorrubicina, algumas sulfas, clorpropamida e outras. Certas doenças podem também provocar reações hepática e hipertermia maligna. O primeiro requisito da ciência quantitativas dos seus sistemas. Em farmacologia, tratamos com material vivo no qual a medida das alterações difícil porque as fontes de variação são inúmeras. A fim de obtermos o quadro quantitativo da ação de uma droga, podemos, por exemplo, medir o aumento ou diminuição da frequência do pulso, o aumento ou diminuição da frequência respiratória, a profundidade da respiração, a proporção afetada por determinado efeito ou morta, a concentração de uma substância no sangue, a quantidade excretada na urina ou fezes, a inibição de uma reação bioquímica etc. Alguns efeitos, como a alteração do pulso, são facilmente mensuráveis; outros, como as alterações de concentração de substâncias orgânicas nos fluidos do corpo ou os efeitos sobre os sistemas enzimáticos, podem ser determinados empregando-se técnicas especiais. Por melhor que seja a técnica ou aparelho, não podemos reproduzir exatamente resultados obtidos em diferentes animais, mesmo se controlarmos cuidadosamente espécie, raça, sexo, idade, nutrição etc. As variações constituem a norma, mesmo quando experimentamos com o mesmo animal, em diferentes ocasiões. Conhecemos algumas fontes de variação, outras não. Qualquer organismo vivo, mesmo que seja simples célula bacteriana, constitui um sistema incrivelmente complexo de reações bioquímicas e de forças físicas equilíbrio dinâmico difícil -lo totalmente droga que perturbe esse equilíbrio altera o organismo, não no aspecto que somos capazes de registrar, mas também em muitos outros que não temos ainda meios de descobrir; além disso, outros fatores, além da droga, como veremos, podem influenciar o orga farmacologia humana, ainda devemos levar em conta os componentes psíquico e cultural do paciente, de tão grande influência situação aparentemente desanimadora, mas, apesar disso, grande soma de conhecimentos farmacológicos nseguida graças a: (1) tratamento estatístico de dados obtidos, a fim de melhor interpretarmos as influencias das inúmeras variáveis do experimento farmacológico; (2) aperfeiçoamento das técnicas experimentais. Utilizando tais conhecimentos, o farmacologista realiza o ensaio biológico com o qual avalia a potência da droga pelas reações do organismo vivo. serie de pesquisas físicas, químicas, biológicas e clinicas que visam assegurar sua utilidade, sua qualidade e sua margem de segurança. Nesse extenso campo de trabalho, a farmacologia tem que utilizar métodos de estudo praticamente de todos os ramos do conhecimento, desde os dados mais singelos da físico-química, como peso molecular e ionização técnicas da eletrônica, da biologia molecular, das moléculas marcadas com radioisótopos, da estatística, da psicologia e da sociologia. Na farmacologia médica básica ou p -clínica, predominam os métodos da fisiologia, bioquímica e engenharia genética, com os registros biofísicos eletrônicos e o emprego de computadores. Na farmacologia clínica, ao lado de toda contribuição das especialidades medicas, destacam-se ultimamente os métodos da química analítica fina, aplicados ao estudo da farmacocinética. Apesar de utilizar-se largamente das outras ciências, possui a farmacologia o seu método próprio de ciência autônoma, representado pela padronização biológica da droga. No ensaio biológico - ação da dose da droga sobre o sistema vivo, como, por exemplo, relação entre dose e efeito determinantes da atividade da droga, local e mecanismo de ação etc. Os métodos clássicos da farmacologia estudam os efeitos das drogas em órgãos isolados e animais inteiros, registrando alterações em pressão sanguínea, frequência respiratória, motilidade muscular, diurese, sono etc. Apesar de fecundos, pois com eles nasceu esta ciência, tais métodos não explicam o mecanismo de ação das drogas, um dos objetivos principais da pesquisa farmacológica dos nossos tempos. Para essa explicação, os métodos atuais investigam as interações nos níveis bioquímico, físico-químico, molecular e submolecular, focalizando especialmente as organelas celulares (receptores, canais iônicos, genes, ribossomos, por exemplo) e enzimas. A metodologia farmacológica, nos últimos 30 anos, evoluiu muito mais rapidamente do que em toda a história prévia desta ciência. Além disso, as filosofias de trabalho se encontram em fluxo contínuo, aperfeiçoando interpretações farmacológicas, como resultado das inovações, especialmente da biologia molecular, tentando medir as transformações moleculares causadas pelas drogas. Os ensaios clínicos, estudados em capítulo próprio, representam o estágio final do estudo dos medica- mentos. Naturalmente que, apesar de todo o processo tecnológico, a peça principal do método continua a ser o pesquisador, com a sua imaginação, sua inteligência e sua capacidade de julgamento. Por diversos motivos de ordem prática, as drogas não são administradas no seu estado puro ou natural aos pacientes, mas sim como parte de uma formulação, ao lado de uma ou mais substancias -medicinais que desempenham varias funções farmacêuticas. Esses adjuvantes farmacêuticos têm por finalidade solubilizar, suspender, espessar, diluir, emulsionar, estabilizar, preservar, colorir e melhorar o sabor da mistura final, a fim de fornecer uma forma farmacêutica agradável e eficiente dos agentes medicamentosos que ela encerra. A forma farmacêutica - apresentação final, pode ser comprimido, xarope, ampola etc. A ciência que trata das formas farmacêuticas farmacotécnica, um dos ramos da farmácia, hoje quase inteiramente industrializada. As vantagens das formas farmacêuticas foram sintetizadas por Ansel e Popovich do seguinte modo: 1. possibilidade de administração de doses exatas das drogas; 2. proteção da droga contra a influencia do suco gástrico (medicamentos em forma de drágeas, com revestimento entérico); 3. proteção contra a influência do oxigênio e umidade atmosféricos (comprimidos recobertos, ampolas fechadas); 4. mascarar sabor ou odor desagradáveis da droga (cápsulas, drágeas, xaropes de sabor agradável) 5. apresentar formas farmacêuticas liquidas de substancias que sejam insolúveis ou instáveis nos veículos habituais (suspensões); 6. apresentar preparações liquidas de substancias solúveis nos veículos habituais (soluções);fabricados); 8. proporcionar ação adequada da droga através da administração tópica (unguentos, cremes, preparações para uso nasal e otológico); 9. facilitar a colocação da droga num dos orifícios do corpo (supositórios, óvulos); 10. facilitar a deposição das drogas na intimidade dos tecidos do corpo (injeções); 11. proporcionar ação adequada da droga através da terapêutica inalatória (inalantes, aerossóis). O tipo de forma farmacêutica, em determinado caso clinico, depende das características do paciente e da doença. Além dos tipos citados, existem outras formas que constituem objetos de estudo, inovação e aplicação da farmacotécnica. A relação entre a forma farmacêutica e a sua atividade terapêutica atinge tal importância - relação entre a natureza e a intensidade dos efeitos biológicos no homem e nos animais, e os seguintes fatores referentes às formas farmacêuticas: (a) natureza química da droga (sal, éster, complexo etc.); (b) estado físico, tamanho e superfície da partícula da droga; (c) presença ou ausência de adjuvantes; (d) tipo da forma farmacêutica; (e) processo farmacêutico empregado na confecção da forma farmacêutica. Habitualmente, define-se a terapêutica como ciência e arte de tratar o doente, aliviar seu sofrimento, quando possível -lo e s -lo. Em sentido amplo, a terapêutica ou tratamento emprega vários meios, entre os quais os medicamentos, e, nesse caso, denomina-se farmacoterapia ou terapia medicamentosa. A farmacologia médica tem como finalidade principal fornecer o substrato da terapêutica medicamentosa. Estas duas disciplinas deveriam sempre estar entrelaçadas, mas, frequentemente, a farmacologia se distancia da terapêutica. Os clínicos, em geral, desenvolvem suas terapêuticas sem levar muito em conta a necessidade do conhecimento farmacológico e, às opondo-se ao que a farmacologia ensina. No intuito de abolir essa defasagem entre a farmacologia básica, considerada somente de importância teórica, e a terapêutica, de natureza eminentemente prática, foi criada a farmacologia clinica, cujos princípios já foram codificados pela Organização Mundial de Saúde e que representa uma atividade indispensável de investigação da aplicação clinica das drogas. S Tratamento especifico terapêutica etiológica da doença, exigindo diagnostico especifico. Constitui o tipo ideal terapêutico, pois se opõe muitos medicamentos simultane sintomatologia. Tratamento de suporte ou de apoio Como muitas doenças não podem ser diagnosticadas com precisão, mas precisam ser tratadas, a terapêutica de apoio assume grande importância na prática médica. Esse tipo de terapêutica consiste no conjunto de medidas que incluem medicação sintomática, alimentação orientada, repouso, controle do ambiente em que o paciente vive e psicoterapia. Terapêutica empírica e popular Em certos casos, esse tipo de terapêutica pode dar subsídios pêutica especifica, como foram os exemplos do ferro na anemia e da reserpina como tranquilizante e hipotensor. Placeboterapia A palavra placebo, de origem latina, faz parte do verbo agradar e, em farmacoterapia, - ação do medicamento que não de sua atividade farmacológica. Esta atividade depende da confiança depositada pelo paciente no medicamento ou substância administrada. Na terapêutica que precedeu a época atual, predominava a placeboterapia substância química potentes possuem efeito placebo ao lado de sua ação farmacológica e, às ação total da droga. Se, por exemplo, num ensaio clinico obtivéssemos ação farmacológica intrínseca da droga. O medico, como pessoa, pode influir favoravelmente no efeito placebo, e, de acordo com Shapiro, essa ação provém de três fatores: 1. interesse do medico pelo paciente; 2. interesse do medico convicção nos resultados positivos da terapêutica; 3. interesse no acompanhamento do caso clinico. O placebo puro tem os seguintes usos clínicos: (a) controla os ensaios clínicos, destacando-se os efeitos verdadeiros das drogas, da cirurgia e de outros processos terapêuticos; (b) elimina a tendenciosidade humana do paciente e do medico, de mod -reatores ao placebo possam ser estudados como um grupo-controle em relação ação da droga; (c) o placebo pode ser utilizado como instrumento psicológico no controle de sintomas de origem emocional; (d) como medida provisória antes de se estabelecer um diagnostico preciso. Além desses usos previsíveis circunstancial do chamado placebo impuro, que acompanha pratica- mente todo tipo de tratamento. a efeitos adversos. Psicoterapia Apesar de não participar da padronização farmacológica das drogas, a psicoterapia pode interferir nos seus efeitos esperados e antecipados. complemento indispensável em qualquer forma de tratamento. A administração pura e simples de medicamentos em um vácuo emocional nem sempre produz os efeitos esperados pela previsão farmacológica. Teste terapêutico O tratamento logico depende do diagnostico preciso. Em determinadas oportunidades, porém, o clinico realiza o inverso, aplicando o teste terapêutico diagnostico através da terapêutica. Quando se suspeita, por exemplo, de intoxicação morfiniza, o diagnóstico pode ser feito com teste terapêutico que utiliza uma dose pequena de nalorfina. A aspirina pode ser utilizada no diagnóstico da febre reumática, quando se observa sua ação sobre os sintomas da artrite. Medicina alternativa e complementar A medicina complementar e alternativa consiste em intervenções clinicas que são popularidade. Por outro lado, os tratamentos convencionais têm que demonstrar sua segurança e eficácia antes de serem aprovados para o uso. As intervenções alternativas são utilizadas em lugar dos tratamentos convencionais. As intervenções complementares são usadas com os tratamentos convencionais. Os tratamentos usados na medicina alternativa e complementar podem ser classificadas em cinco categorias que se imbricam, de acordo com Kessler et al.: Os tratamentos baseados em biologia incluem a administração de produtos botânicos e animais, vitaminas, minerais e aminoácidos. Os produtos botânicos e animais diferem das vitaminas, minerais e aminoácidos porque são misturas complexas. Os extratos de plantas, por exemplo, podem encerrar milhares de componentes. O estudo cuidadoso dessas terapias demonstrou que muitas das intervenções biológicas são ineficazes. Ao contrario da opinião popular, a profilaxia com vitamina C, por exemplo, não diminuiu a incidência e duração do resfriado comum mesmo com as megadoses da vitamina. Os tratamentos baseados em manipulação do corpo incluem a quiro manipulação essência “ ” força finalidade terapêutica. Postula-se que a técnica da manipulação da coluna vertebral visa a alivio de uma faceta óssea aprisionada, reposição de um fragmento de disco, alivio da rigidez induzida por tecido fibroso e modificação da atividade neuronal.- administração de produtos botânicos e fisioterapia, especialmente para distúrbios musculoesquel crônicos. As técnicas que visam ao corpo e ao espirito se baseiam na conhecida e constante interação entre corpo e espirito, mediada através de vias nervosas e componentes químicos, hormônios e outros sistemas de mediadores circulantes. As funções do corpo são influenciadas pelas emoções, que também contribuem para o aparecimento de sintomas. Como existe uma prevalência onipresente da superstição, de rituais e praticas religiosas em toda a experiência humana, observa-se que intervenções psíquicas, como meditação e prece, têm sido usadas para evitar e melhorar sofrimento físico e mental. A meditação, a terapia musical, a terapia pela arte e a prece são consideradas abordagens complementares ou a energéticas existem diversas abordagens que invocam sistemas energéticos para a cura de diversas doenças. Algumas dessas abordagens são compreensíveis através da física, como o uso de ímãs. Noutras, as supostas energias ainda não foram demonstradas de forma objetiva. Certas tradições asiáticas atribuem o bom estado de saúde ao fluxo adequado de energias vitais através do corpo. Os exercícios do sistema qui gong, por exemplo, consistem em meditação, movimentos rítmicos e na arte de respirar. Esse sistema tem sido usado especificamente em hipertensão arterial e doenças respiratórias distancia influência de uma pessoa sobre outras que vivem noutro lugar, sem o uso de meios físicos para a intervenção. Ainda nesse grupo, inclui- “ terapêutico” pessoa espalha suas energias mentais a favor de outra, a partir das mãos - energética que visa restaurar o fluxo energético do qi, que significa a energia vital do corpo. Os antigos chineses identificaram dois importantes estados de energia, chamados ying e yang. Ying se associa com o frio, a escuridão estimulação convicção e ao dinamismo. A fim de harmonizar desequilíbrios ying-yang e outras condições do corpo, inserem-se finas agulhas em pontos específicos estabeleceram a base dos tradicionais pontos e meridianos da acupuntura. A estimulação, pelas agulhas, dos nervos de pequeno diâmetro, no interior dos músculos, parece provocar efeitos fisiológicos. Essa estimulação ativa a medula espinhal, o tronco cerebral e o hipotálamo que, por sua vez, causa liberação de opioides endógenos. Sistemas médicos alternativos correspondem a intervenções terapêuticas que não se apoiam nas bases da medicina convencional. Entre eles se encontram a medicina chinesa tradicional, a y “ciência ” Índia e os sistemas de varias tribos indígenas. Os sistemas alternativos mais recentes incluem a homeopatia e a neuropatia. A homeopatia nasceu como uma reação às intervenções terapêuticas medico alemão “ ” “ causados pelos remédios removem sintomas similares na doença ” Também postulou que somente uma doença pode existir no corpo em determinado tempo. O Dr. Hahnemann também “ ” potencializado pela diluição. Clark (1885-1941), pioneiro farmacologista inglês, “trigésima potencia” uma solução na qual haveria somente uma molécula da droga no volume de uma esfera com uma circunferência órbita do planeta Netuno. formulação pelo modo especial em que a diluição era agitada durante a preparação ( moléculas desejadas, mas não as impurezas. Como disse Cuthbert, a fim de aceitarmos a potência homeopática, teríamos que abandonar a natureza física dos materiais e as relações entre concentração e resposta das substancias biologicamente ativas. Os farmacologistas, em geral, pensam que, na ausência de evidências conclusivas baseadas em ensaios clínicos terapêuticos, de acordo com os padrões modernos, não discussão. - solução ou extrato alcoólico do material original. As diluições sucessivas são preparadas com sucessão e chamadas potencias. Não número de diluições placeboterapia. A palavra alopatia vem do grego, de allos = outro, e pathos = doença. No sistema alopático, as doenças eram tratadas com a produção de uma condição ou de antagonistas incompatíveis com o estado patológico às vezes, também chamada heteropatia. A alopatia se baseava na crença de que a indução de uma nova doença (ou de novos sintomas) expulsaria a doença existente. Era, antigamente, utilizada sob a forma de purgativos, sangria, sudorese e vômitos. Frequentemente os pacientes cessavam de queixar-se da sua doença original, e muitos se recuperavam. Não -se esse termo para indicar a medicina ortodoxa científica, em oposição intervenções terapêuticas - adequada. Os medicamentos com base em plantas, por exemplo, são frequentemente contaminados com metais pesados e sujeira, adulterados com drogas de prescrição e grande divergência do conteúdo exposto no rótulo, interferências com a farmacocinética de drogas algumas toxicidades inerentes. O papel exercido pela indústria farmacêutica no desenvolvimento das drogas atuais talvez seja mais bem ilustrado pelos comentários do Prof. Louis Lemberger, chefe do Programa de Farmacologia Clínica y Research Institute. Sua exposição foi realizada em uma - “ -requisitos para avaliação clinica ” “ aplicação de novas drogas no tratamento de enfermidades constituem um processo de trabalho orientado para uma meta definida, para a qual muitos cientistas treinados trabalham em “ organização s bem preparada, mais bem equipada e mais motivada para desenvolver essa importante função do que a indústria farmacêutica” Podemos afirmar com segurança que, se não fosse a indústria farmacêutica, não teríamos E o mais notável foi o desenvolvimento de novas drogas que mudou o curso da medicina moderna. Lembraremos apenas alguns exemplos: (a) os corticosteroides no tratamento da inflamação; (b) os potentes diuréticos no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva; (c) o grande número de drogas no tratamento da hipertensão; (d) antibióticos potentes e específicos para ao tratamento de todos os tipos de infecções; (e) novas drogas, como os alcaloides da Vinca, para o tratamento da leucemia e outros tipos de câncer crianças, que viveriam somente poucos anos, viverem mais e terem vida útil-las de suas moléstias ” desenvolvidas pela indústria farmacêutica, refe evolução comercialização, estão descritas no Cap. 27. OBJETIVOS DO ENSINO DA FARMACOLOGIA Objetivo informativo a) Fornecer ao estudante e lhe transferir a apreciação e o conhecimento da interação entre substancias químicas e sistemas vivos, interação esta que constitui a finalidade principal da farmacologia. b) Estabelecer contato intimo entre o espirito do estudante e os princípios essenciais da farmacologia que constituem a base de todas as aplicações dos medicamentos no diagnóstico, tratamento, prevenção das doenças, para evitar a gravidez e na terapia genica através de experimentação individual. Educação pelo fato, aprender fazendo: em experiência de laboratório, com exercícios W “ observar; forneça-lhe um grande número de fatos. As lições brotarão dos próprios ” o estudante com o estudo lógico das drogas, seguindo um esquema de caráter geral, aplicável a qualquer tipo de drogas, incluindo, pelo menos, os seguintes itens: relação entre estrutura química e atividad ções com outras drogas, toxicidade, posologia, indicações. Objetivo formativo a) Desenvolver no estudante as qualidades de ordem e método, assim como cuidado e rigor nas realizações experimentais e nas observações clínicas, honestidade no registro das observações, critério de interpretação dos resultados. b) Desenvolver o seu espírito de observação e o senso crítico, assim como o espírito de iniciativa, fazendo-o sugerir novas experiências, habituando-o a tirar o máximo proveito e rendimento do equipamento e das oportunidades que lhe são oferecidas. c) Aprender como decidir acertadamente quanto ao medicamento que deve ser usado diante do problema clínico. A prescrição do medicamento constitui responsabilidade de um risco calculado. O estudante deve aprender a julgar a magnitude desse risco. Objetivo cultural a) Enriquecer o patrimônio cultural do estudante, iniciando-o nas linhas mestras dos grandes problemas científicos da medicina, demonstrando-lhe o papel desempenhado pela farmacologia, como instrumento terapêutico e também servindo na pesquisa de muitos problemas normais e patológicos. b) Ajudar o estudante a adquirir uma perspectiva farmacológica maneira de pensar a respeito das drogas, de tal modo que ele se torne capaz de, entre outras coisas, saber analisar a literatura especializada de modo crítico também, como separar o joio do trigo na avalanche da propaganda comercial de medicamentos. c) Adquirir uma atitude mental da necessidade da aprendizagem continuada, especialmente em farmacologia, em que novos fatos surgem todos os dias. Objetivo social Aprender a avaliar o impacto que as drogas desencadeiam na sociedade, investigando suas razões psicológicas, ambientais e culturais. Estar preparado para quando for solicitado, na sua comunidade, a orientar pais, mestres, líderes sociais e jovens nesse problema específico. As funções sociais da farmacologia devem visar às seguintes finalidades: (a) fornecer informações fidedignas a respeito das drogas; (b) participar da equipe responsável pela segurança dos produtos químicos participar do sistema de vigilância do uso das drogas-medicamentos e das drogas de abuso; (d) assumir responsabilidade nos programas sociais de educação sobre drogas. Nessa função social da farmacologia, todos os componentes das ciências da saúde (médicos, veterinários, enfermeiros, dentistas, farmacêuticos, nutricionistas, profissionais de todos os níveis da saúde pública) podem colaborar. FARMACOTERAPIA DO FUTURO As tendências da terapêutica do futuro se baseiam principalmente em novas descobertas bioquímicas, melhor compreensão utilização de culturas de células como fontes de materiais biológicos, mais intensa pesquisa clínica e maior racionalidade no controle oficial e no fornecimento dos medicamentos. A finalidade da pesquisa biomédica, melhorando a saúde do homem, requer, em primeiro lugar, que se compreenda o que provoca a doença e, em seguida, o planejamento dos meios adequados para o tratamento ou a prevenção. Como bem acentua Carrico, a compreensão da doença em nível molecular, como as drogas atuam nesse nível e como essa interação se relaciona com todo o organismo constituem áreas de estudo muito atraentes para as quais se dirige a pesquisa farmacológica. Esse enfoque de trabalho necessariamente envolve a integração de muitas disciplinas, tais como genética, imunologia, endocrinologia e biologia molecular, com a farmacologia. Além disso, a recente transferência de tecnologias, como, por exemplo, o uso de anticorpos monoclonais e técnicas de DNA recombinante, para a prática diária permite elevado nível de sofisticação experimental que antes não era possível. A farmacologia, como outras ciências básicas começando a colher benefícios dessa sofisticação desaparecimento das antigas barreiras entre a farmacologia e as outras ciências.
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