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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS – CCN Administração de Custos PROFESSORA: LUIZA SANTANGELO REIS MATERIAL ELABORADO POR: PROF. FERNANDO RICHARTZ 2 SUMÁRIO 1 TERMINOLOGIA EM CUSTOS .......................................................................... 3 2 CUSTEIO POR ABSORÇÃO .............................................................................. 9 2.1 PRESSUPOSTOS ........................................................................................ 9 2.2 LIMITAÇÕES ................................................................................................ 9 2.3 O ESQUEMA GERAL DO CUSTEIO POR ABSORÇÃO ............................ 10 3 ACTIVITY BASED COSTING - ABC ................................................................ 17 3.1 O CONCEITO DE ATIVIDADE ................................................................... 18 3.2 O ESQUEMA GERAL DA METODOLOGIA ABC ....................................... 18 3.3 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O ABC ............................................ 18 3.4 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO ABC: ............................................. 19 3.5 EXEMPLO PRÁTICO .................................................................................. 20 3.5.1 Solução sem departamentalização ....................................................... 21 3.5.2 Solução com Departamentalização ...................................................... 22 3.5.3 Aplicação do ABC à Solução do Problema ........................................... 23 4 ANÁLISE CUSTO-VOLUME-LUCRO ............................................................... 29 4.1 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ................................................................. 32 4.1.1 A Contribuição marginal, as limitações na capacidade de produção e o custo de oportunidade ................................................................................................ 32 4.2 PONTO DE EQUILÍBRIO ............................................................................ 34 4.2.1 Tipos de ponto de equilíbrio .................................................................. 34 4.2.2 Empresas Multiprodutoras .................................................................... 36 5 FABRICAR X COMPRAR ................................................................................. 37 6 PRODUÇÃO CONJUNTA ................................................................................. 41 6.1 APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS ................................................................. 41 6.2 MÉTODO DO VALOR DE MERCADO ....................................................... 42 6.3 Método dos Volumes Produzidos ............................................................... 44 6.4 Método da Igualdade do Lucro Bruto .......................................................... 44 7 CASES PARA RESOLUÇÃO ........................................................................... 46 7.1 CIA. “D” ....................................................................................................... 46 7.2 CIA. GENOVEVA ........................................................................................ 47 7.3 CIA. CILINDRADA ...................................................................................... 48 7.4 CIA DOBRA E FECHA ................................................................................ 50 7.5 CIA. “ABC” .................................................................................................. 51 7.6 METALÚRGICA MINEIRA .......................................................................... 52 7.7 Cia BOTÃO Ltda ......................................................................................... 54 7.8 CIA. TUDOLIMPO ....................................................................................... 56 7.9 ARTE EM ESTILO LTDA. ........................................................................... 57 7.10 INDÚSTRIA MOTORES .......................................................................... 58 7.11 ESTUDO DE CASO - INDÚSTRIA CERÂMICA PALHOÇA LTDA. ......... 59 7.11.1 Custeio por Absorção – Sem Departamentalização ........................... 60 7.11.2 Custeio por Absorção – Com Departamentalização ........................... 61 7.11.3 Custeio Baseado em Atividades – ABC ............................................. 62 7.11.4 Custeio Variável .................................................................................. 64 7.12 SÃO TOMÉ MILHOS ............................................................................... 65 7.13 INDÚSTRIA ALTEROSA ......................................................................... 66 7.14 FRIGORÍFICO CARNE FRACA .............................................................. 67 7.15 EMBALAX S/A ......................................................................................... 68 3 1 TERMINOLOGIA EM CUSTOS Introdução • Porque fazer custos nas empresas? • O mercado de competição é função: – Custo? – Diferenciação? – Ambos? Sistemas de Custos = Princípios + Métodos Princípios: Os custos pertencem aos produtos ou a fábrica. As atividades geram custos. Método: RKW (Absorção), Variável, ABC, UEP, Etc... Mas qual o Sistema de Custos ideal? Tudo é uma questão de Custo versus Benefício. Relação Custo-Benefício 4 Classificação • Gasto - Sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro); • Investimento - Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuros períodos; • Custo - Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços; • Despesa - Bem ou serviço consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas; • Desembolso - Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço; • Perda - Bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária; • Custo de Produção do Período - é a soma dos custos incorridos no período dentro da fábrica (setor produtivo); • Custo da Produção Acabada - é a soma dos custos contidos na produção acabada no período; • Custo dos Produtos/Serviços Vendidos - é a soma dos custos incorridos na fabricação dos bens ou serviços que estão sendo vendidos. Classificação em relação aos produtos • Custos Diretos - são aqueles que podem ser diretamente apropriados aos produtos/serviços, bastando haver uma medida de consumo que os identifique (quilogramas de materiais consumidos, embalagens utilizadas, horas de mão-de- obra utilizadas e até quantidade de energia elétrica consumida; • Custos Indiretos - são aqueles que não oferecem uma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação tem de ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária (como o aluguel, a supervisão, as chefias etc.). Em relação ao volume • Custos Fixos - são aqueles que não variam em função da quantidade de produtos/serviços produzidos num período; • Custos Variáveis - são aqueles que variam (oscilam) em função da quantidade de produtos/serviços produzidos num período, isto é, dependem diretamente do volume de produção. 5 EXERCÍCIO 001 Classifique os itens adiante em CUSTO, DESPESA, PERDA OU INVESTIMENTO e, quando cabível, classifique ainda em CUSTO DIRETO OU INDIRETO e em CUSTO FIXO OU VARIÁVEL. Se mais de uma alternativa for válida, assinale todas ou a(s) que considerar mais predominante(s). Itens Invest Perda Despesa Custo Direto Indireto Fixo Variável Compra de matéria prima Consumo de energia elétrica Mão de obra direta Consumo de combustível p/veículos de entrega Telefone (administrativo) Consumo de água naindústria Aquisição de máquinas Depreciação de máquinas na indústria Pintura do prédio da indústria Consumo de materiais pela administração Gastos c/pessoal – Contabilidade Honorários da administração Honorários do diretor industrial Depreciação do prédio da empresa Consumo de matéria prima Aquisição de embalagem Deterioração do estoque de MP por enchente EXERCÍCIO 002 Foram os seguintes os gastos efetuados por uma empresa num determinado período: Matéria prima consumida........................... $ 100.000 Mão de obra direta..................................... $ 60.000 Energia elétrica - da fábrica........................ $ 20.000 Salário da Administração-Diretoria............. $ 30.000 Depreciação de máquinas - da fábrica......... $ 10.000 Despesas com entregas............................... $ 40.000 Com base nas informações, o custo de produção no período foi de: a) $ 160.000 b) $ 170.000 c) $ 180.000 d) $ 190.000 e) $ 230.000 6 EXERCÍCIO 003 Uma empresa restringiu a sua linha de produção a um único produto. Assim sendo, a energia elétrica gasta na sua fábrica será considerada: a) custo indireto fixo b) custo indireto variável c) custo direto fixo d) custo direto variável e) despesa operacional EXERCÍCIO 004 Os custos que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem divididos e apropriados em diferentes produtos ou diferentes serviços denominam-se: a) variáveis b) diretos c) proporcionais d) fixos e) indiretos EXERCÍCIO 005 Assinale a afirmativa correta: a) matéria prima e embalagens são custos diretos, porque podem ser apropriados perfeitamente aos diversos produtos que são fabricados b) materiais de consumo são custos diretos pelas mesmas razões apontadas para a matéria-prima e embalagens c) depreciação das máquinas é uma despesa direta, em geral, porque, se relaciona com a mão de obra direta aplicada d) o aluguel do prédio fabril não é item apropriável pela contabilidade de custos EXERCÍCIO 006 Entre os chamados custos indiretos, há aqueles que são considerados diretos em relação ao departamento de produção ou serviço em que se originam. Entre eles podem ser citados: a) aluguel da fábrica b) depreciação de edifícios c) seguro do edifício da fábrica d) iluminação da fábrica e) depreciação de equipamentos 7 EXERCÍCIO 007 A Cooperativa dos produtores rurais do Município de Avante produz e vende milho em sacas de 50 quilos. De acordo com estimativas do setor produtivo, somente 98% dos grãos são aproveitados no processo de ensacamento. O contador de custos da cooperativa deve considerar os 2% normalmente desperdiçados durante o processo como: a) despesas b) custos c) perdas d) receitas e) investimentos EXERCÍCIO 008 Uma Companhia fabricadora de zíperes está considerando dois níveis alternativos de produção: Níveis de produção projetados: Plano 1 – 4.500 unidades Plano 2 – 7.200 unidades Custos da empresa: • Custos fixos para uma faixa de produção entre 3.000 a 8.000 unidades: R$ 20.000,00 • Custos variáveis por unidade: R$ 2,25 PEDE-SE: Calcule os custos de produção (totais e unitários) para os dois planos 8 ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 9 2 CUSTEIO POR ABSORÇÃO O custeio por absorção, cujo objetivo principal é a avaliação dos produtos e o fornecimento de informações para os demonstrativos contábeis voltados para o público externo, foi desenhado para épocas em que: • a mão-de-obra direta e os materiais eram os fatores de produção predominantes no processo produtivo; • a tecnologia era estável; • os custos de coleta e processamento de informações eram altos; • os custos indiretos/fixos representavam uma pequena parte dos gastos empresariais; • existia um número limitado de produtos. O custeio por absorção é o método que: “Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos” (Martins, 1996). As raízes do custeio por absorção vinculam-se ao RKW (Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeit), desenvolvido na Alemanha, cujo objetivo era chegar ao valor de produzir e vender, que inclui custos, despesas e margem de lucro. Por isso, muitas empresas usam o custeio por absorção com a finalidade, também, de estabelecer o preço de venda para os produtos e/ou serviços comercializados. 2.1 PRESSUPOSTOS ✓ A empresa é um conjunto de unidades especializadas com uma divisão rígida de responsabilidades, cujos gerentes são os responsáveis pelo cumprimento das tarefas com os recursos designados; ✓ A estrutura organizacional que decompõe as operações globais da empresa em departamentos separados (por exemplo: fabricação, armazenamento, vendas, transporte, finanças, compras etc.) é considerado como suficiente para a geração de informações dentro desta sistemática;Os produtos/serviços e seus correspondentes volumes de produção são os causadores dos custos nas empresas; ✓ Portanto, os produtos e/ou serviços tornam-se, individualmente, o centro dos sistemas de custos; ✓ Os custos são classificados em diretos e indiretos em relação aos produtos/serviços e alocados a estes através de algum critério de rateio; 2.2 LIMITAÇÕES ✓ A falta de relacionamento entre os critérios de rateio e o consumo destes recursos (custos indiretos/fixos) resulta em arbitrariedade na formação do valor monetário dos produtos/serviços, quando da aplicação deste método; ✓ Segundo Martins (1996), no custeio por absorção, a maior parte das apropriações é feita em função de fatores de influência que, na verdade, não vinculam efetivamente cada custo a cada produto; ✓ Pela arbitrariedade quanto ao uso de critérios de rateio e por proporcionar resultados pouco úteis para fins de tomada de decisões, a mensuração proveniente desta metodologia oferece, em geral, um baixo nível de representação financeira para produtos e serviços. 10 2.3 O ESQUEMA GERAL DO CUSTEIO POR ABSORÇÃO a) Separação, do conjunto dos gastos, entre custos e despesas;b) Apropriação dos custos diretos diretamente aos produtos; c) Apropriação dos custos indiretos que pertencem, visivelmente, aos Departamentos, agrupando-se à parte os comuns; d) Rateio dos custos indiretos comuns aos diversos Departamentos, quer de Produção quer de Serviços (Apoio); e) Escolha da sequência de rateio dos custos acumulados nos Departamentos de Serviços e sua distribuição aos demais Departamentos; f) Atribuição dos custos indiretos que, após concentrados nos Departamentos de Produção, pertencem aos produtos e/ou serviços fabricados, segundo critério (s) de rateio. O Esquema Básico – Sem Departamentalização 11 Esquema Básico – Com Departamentalização 12 EXERCÍCIO 009 Existem critérios de rateio que são válidos para várias empresas e a sua definição depende do gasto que estiver sendo rateado, do produto ou do centro de custo que esteja sendo custeado e da relevância do valor envolvido. Contudo, a principal regra para determinação de critérios de rateio é o bom senso. Os gastos a seguir representam critérios que podem ser utilizados para rateio dos custos indiretos, EXCETO: a) A depreciação de máquinas industriais pode ser rateada aos produtos por meio das quantidades produzidas ou do tempo de utilização de máquinas b) Energia elétrica consumida pela fábrica pode ser rateada por meio da energia consumida por máquinas e equipamentos de cada centro de custos c) Gastos com refeitório industrial podem ser rateados por meio da quantidade de pessoas que possuem acesso à área do refeitório e/ou possuem ticket refeição d) A mão de obra indireta pode ser rateada por meio do tempo de utilização de mão de obra direta. EXERCÍCIO 010 Na contabilidade de custos por absorção de uma determinada empresa industrial, os custos de manutenção são rateados para os Centros de Custos de Produção, Almoxarifado e Controle de Qualidade, proporcionalmente às horas trabalhadas para esses Centros: 70 horas para Produção; 20 horas para o Almoxarifado; e 30 horas para o Controle de Qualidade. O total de gastos de manutenção a ratear foi de $ 5.500 no período em apuração. Pode-se indicar que a parcela de manutenção rateada para o Centro de Controle de Qualidade foi de: a) $ 916,67 b) $ 1.375,00 c) $ 2.750,00 d) $ 3.308,33 13 EXERCÍCIO 011 O custo indireto total de $ 6.000,00 do departamento X de produção foi rateado entre dois produtos: A e B. Considere as seguintes informações: Custos diretos A B TOTAIS Mão de obra direta $ 2.000,00 $ 2.000,00 $ 4.000,00 Matéria prima aplicada $ 8.000,00 $ 5.000,00 $ 13.000,00 Custos Diretos Totais $ 10.000,00 $ 7.000,00 $ 17.000,00 Custos Indiretos $ 3.529,00 $ 2.471,00 $ 6.000,00 TOTAL $ 13.529,00 $ 9.471,00 $ 23.000,00 Hora-máquina consumida 2.000 1.000 3.000 Os custos indiretos só podem ser apropriados, por sua própria definição, de forma indireta aos produtos, isto é, mediante estimativas, critérios de rateio, previsão de comportamento de custos entre outros. Todas essas formas de distribuição contêm, em menor ou maior grau, certo subjetivismo; portanto, a arbitrariedade sempre vai existir nessas alocações. Quanto à apropriação dos custos indiretos na tabela acima, qual critério de rateio foi utilizado? a) Rateio com base em horas-máquina b) Rateio com base na mão-de-obra direta c) Rateio com base na matéria-prima aplicada d) Rateio com base no custo direto total EXERCÍCIO 012 O departamento Zetta da Empresa Montevideo S.A. possui um custo indireto de R$ 9.000.000,00. Precisa distribuí-lo para três produtos: A, B e C por horas/máquinas. A empresa apurou os seguintes dados para o custeio: Custos diretos A B C Matéria prima aplicada R$ 1.500.000,00 R$ 2.000.000,00 R$ 3.000.000,00 Mão de obra aplicada R$ 2.000.000,00 R$ 1.000.000,00 R$ 2.500.000,00 Horas máquinas utilizadas 1.000 hm 500 hm 1.500 hm Dessa forma, é correto afirmar que os produtos A, B e C receberão, respectivamente, de custo indireto: a) R$ 1.500.000,00, R$ 3.000.000,00 e R$ 3.500.000,00 b) R$ 2.000.000,00, R$ 1.000.000,00 e R$ 2.500.000,00 c) R$ 3.000.000,00, R$ 1.500.000,00 e R$ 4.500.000,00 d) R$ 4.500.000,00, R$ 1.500.000,00 e R$ 3.000.000,00 e) R$ 5.000.000,00, R$ 2.500.000,00 e R$ 7.000.000,00 14 EXERCÍCIO 013 A Cia. de Eletrodomésticos Valtina se divide em dois departamentos de produção ALFA e BETA; e dois departamentos de serviços: Serviços X e Serviços Y. A Contabilidade acumula no grupo Custos Indiretos de Fabricação, os custos realizados durante o mês, e assim se apresentavam em 31/01/2012: Custos Indiretos de fabricação Salários da Administração industrial $ 300.000 Depreciação de máquinas industriais $ 30.000 Depreciação de móveis e utensílios industriais $ 3.000 Seguros de máquinas industriais $ 6.000 Seguros de móveis e utensílios industriais $ 600 Seguros de estoques de materiais secundários $ 10.000 Aluguel do prédio industrial $ 2.000 T o t a l $ 351.600 As bases para o rateio dos CIF´s aos departamentos são os seguintes: Contas Base para rateio Salários da Administração industrial Número de empregados Depreciação de máquinas industriais Valor das máquinas industriais Depreciação de móveis e utensílios industriais Valor dos móveis e utensílios industriais Seguros de máquinas industriais Valor das máquinas industriais Seguros de móveis e utensílios industriais Valor dos móveis e utensílios industriais Seguros de estoques de materiais secundários Diretamente ao departamento ALFA Aluguel do prédio industrial Área ocupada As informações necessárias à distribuição em primeiro grau são as seguintes: Departamento Nº de empregados Vlr. Máqs. industriais Vlr. Móveis industriais Área ocupada ALFA 300 $ 2.000.000 400 m2 BETA 180 $ 1.000.000 240 m2 SERVIÇO X 90 $ 600.000 120 m2 SERVIÇO Y 30 $ 400.000 40 m2 Total 600 $ 3.000.000 $ 1.000.000 800 m2 A distribuição entre os departamentos deve obedecer as bases e critérios apresentados: SERVIÇO X – Trabalha para os departamentos de produção, obedecendo aos seguintes percentuais: Depto. Alfa 70%; Depto. Beta 30%. SERVIÇO Y – Trabalha para os demais departamentos conforme os seguintes percentuais: Serviço X 20%; Depto. Alfa 50%; e Depto. Beta 30%. PEDE-SE: 1) Elabore um mapa de distribuição dos custos indiretos de fabricação em 1º e 2º grau. 2) Sabendo-se que a empresa produz dois eletrodomésticos denominados de “Eletro 1” e “ Eletro 2” apure o custo de produção dos mesmos, admitindo-se que: • Os custos indiretos dos departamentos de produção Alfa e Beta serão distribuídos aos produtos em função da produção em unidades de cada produto; 15 • O consumo de matéria prima deu-se nos departamentos Alfa e Beta. No depto. Alfa o consumo foi de $ 500.000 para o produto ELETRO1 e no depto. Beta o consumo foi de $ 300.000 para o produto ELETRO2. • A produção em unidades para ELETRO1 foi de 10.000 unidades e para ELETRO2 de 5.000 unidades. 16 ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 17 3 ACTIVITY BASED COSTING - ABC Em resposta ao avanço tecnológico, crescente complexidade dos sistemas de produção, custos indiretos/fixos que vêm aumentando continuamente, diversidade de produtos e modelos fabricados, surgiu o Custeio Baseado em Atividades - ABC, como alternativa aos sistemas tradicionais de custeio, com o objetivo de reduzir as distorções causadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos/fixos aos produtos Num primeiro momento, com o objetivo de melhorar o custeamento de produtos ou serviços e a determinação do preço de venda destes, o ABC desenvolveu-se como um sistema estruturado de alocação de custos, através de uma abordagem estratégica, por meio da identificação das atividades relevantes, denominado “primeira geração do ABC”. A abordagem do custeio baseado em atividades, assume que os recursos de uma empresa são consumidos por suas atividades e não pelos produtos ou serviços fabricados, os quais surgem como consequência das atividades necessárias para produzi-los e comercializá-los. Embora simples, esta abordagem tem contribuído para a melhoria das sistemáticas tradicionais de análise de custos, cujo objetivo é o rastreamento do fluxo produtivo através da identificação das atividades relevantes. Num segundo momento, principalmente após a divulgação dos resultados práticos da aplicação desta primeira abordagem, aproximadamente no início da década de 90, concomitantemente com a melhoria no entendimento dos conceitos envolvidos, surgiu a “segunda geração do ABC”, que pode ser caracterizado pelo aumento da sua aplicação a níveis conceitual e prático. Nessa época, criaram-se os sistemas informatizados e os métodos de desenvolvimento e implantação do ABC. A segunda geração do custeio baseado em atividades, foi concebida de modo a possibilitar a análise de custos sob duas óticas: a) a abordagem econômica de custeio, que é uma visão vertical, no sentido de que apropria os custos aos objetos de custeio através das atividades realizadas em cada departamento; b) a ótica de aperfeiçoamento dos processos empresariais, que é uma visão horizontal, no sentido de que capta os custos dos processos através das atividades realizadas nos vários departamentos funcionais. A visão vertical de custeio fornece os mesmos dados que já estavam contemplados na primeira geração do ABC; A visão horizontal reconhece que um processo é formado por um conjunto de atividades encadeadas, exercidas através dos vários departamentos da empresa, de modo que os processos sejam analisados, custeados e aperfeiçoados através da melhoria de desempenho na execução das atividades; O ABC pode ser visto como uma ferramenta de análise dos fluxos de custos, e quanto mais processos interdepartamentais houver na empresa, tanto maiores serão os seus benefícios. A forma de abordagem dos custos pela sistemática ABC envolve a relação entre os recursos consumidos (o que foi gasto) as atividades executadas (onde foi gasto) e os produtos/serviços (para quem foi gasto). Os objetivos da implementação de um sistema ABC, relacionam-se com a facilidade e precisão que a administração pode ter para: a) apurar e controlar os custos de produção, sobretudo os custos indiretos de fabricação (overhead); 18 b) identificar e mensurar os custos da não qualidade (falhas internas e externas, prevenção, avaliação etc.); c) levantar informações sobre as oportunidades de eliminação de desperdícios e aperfeiçoamento das atividades; d) eliminar/reduzir atividades que não agregam valor ao produto sob a ótica do cliente; e) identificar os produtos e clientes mais lucrativos; f) identificar o custo dos produtos em suas diversas fases; g) subsidiar o redimensionamento das linhas de produção e seus produtos; h) melhorar a base de informações para o processo de tomada de decisões; i) estabelecer um conjunto de indicadores de desempenho para medir a eficiência e a eficácia empresarial sob os aspectos produtivo, comercial, financeiro e societário. 3.1 O CONCEITO DE ATIVIDADE “... em sentido restrito, a atividade pode ser definida como um processo que combina, de forma adequada, pessoas, tecnologia, materias, métodos e seu ambiente, tendo como objetivo a produção de produtos. Em sentido mais amplo, entretanto, a atividade não se refere apenas a processos de manufatura, mas também à produção de projetos, serviços etc., bem como às inúmeras ações de suporte a esses processos” Nakagawa (1994). 3.2 O ESQUEMA GERAL DA METODOLOGIA ABC 1) Identificação das atividades relevantes - A própria distribuição organizacional da empresa pode facilitar nesta tarefa, caso os departamentos executem atividades individualizadas. 2) Atribuição dos custos às atividades - O custo de uma atividade compreende os sacrifícios em termos de recursos necessários para desempenhá-la. 3) Atribuição dos custos das atividades aos produtos ou serviços - Após alocados às atividades, transfere-se o valor dos recursos consumidos para os objetos de custeio (produtos e/ou serviços) com base nas atividades que os geraram, segundo o levantamento do número de direcionadores 3.3 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O ABC Uma das vantagens da abordagem ABC, ressaltada na literatura, em comparação aos outros sistemas de custos tradicionais, segundo Martins (1996) é que esta permite uma “análise que não se restringe ao custo do produto, sua lucratividade ou não, sua continuidade ou não etc., mas permite que os processos que ocorrem dentro da empresa também sejam custeados. Aliás, talvez aqui estejam seus maiores méritos. Apesar das vantagens conferidas ao sistema de custeio baseado em atividades, em relação às metodologias tradicionais, mesmo entre os autores da área, não há um consenso sobre a sua efetiva superioridade. “Todavia, continuam a existir, mesmo dentro do ABC, critérios ou direcionadores de custos que muito comumente contêm variadas doses de subjetivismo; além disso, continuam em pauta todos os problemas derivados da existência da variação nos volumes de produção. Com isso, mesmo no ABC existe aquele velho problema: a companhia aumenta a quantidade de produção do produto B e, por causa disso, automaticamente cai a soma de custo + despesa do produto A; afinal, muitos custos e despesas continuam fixos dentro da empresa (em muitas delas até tem aumentado, recentemente, a proporção dos custos e despesas indiretos com relação aos custos e despesas diretos de cada produto). Por isso, normalmente a rentabilidade de um produto medida pelo ABC, pelo Custeio por 19 Absorção normal e pelo RKW possuem o mesmo defeito: os custos fixos criam problema na alocação aos produtos e a variação nos volumes de produção também” (Martins, 1996). 3.4 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO ABC: a) É derivado, basicamente, do tradicional custeio por absorção uma vez que faz a apropriação tanto de custos fixos como variáveis aos produtos e/ou serviços; b) Admite, excepcionalmente, a realocação de custos entre os diversos departamentosauxiliares e de produção (centros de atividades); c) Possui um certo grau de subjetividade quanto à valoração monetária dos produtos e/ou serviços, uma vez que a determinação dos custos das atividades consumidas segue critérios de rateio, em última análise, sujeitos ao volume de produção; d) Atende às questões fiscais e gerenciais da empresa; e) Pelo menos no âmbito conceitual, tenta fazer a ligação dos custos com os objetivos estratégicos das empresas. Origem Gerencial Enfoque Fiscal e Gerencial Orientação Voltado para a análise da cadeia de valor, através do fluxo produtivo da empresa Principais objetivos Planejamento, controle e avaliação do processo de produção Aplicação Aplicável à toda a cadeia de valor Apropriação dos custos As atividades consomem recursos e os produtos/serviços consomem atividades Elemento de avaliação Identifica as atividades que agregam valor aos produtos/serviços Pressupostos Rateia os custos indiretos com critérios multidimensionais e identifica responsabilidades nas atividades que mais consomem recursos 20 PONTOS FORTES PONTOS FRACOS • Atende tanto aos aspectos externos quanto aos internos • Fornece um entendimento razoável do custo do processo produtivo • Útil para a avaliação das atividades relevantes numa empresa (sob a dimensão econômica) • Fornece subsídios para o processo de formação do preço de venda e decisões correlatas • Fornece uma noção geral dos custos dos Departamentos • No nível conceitual, considera a ligação com os objetivos estratégicos • Para um bom desempenho, exige a definição de um grande número de direcionadores de custos • Valoração dos custos sujeito a variação no volume de produção • Devido a complexidade, torna-se um pouco caro a sua aplicação • Não serve como elemento para medição da competitividade 3.5 EXEMPLO PRÁTICO Caracterização do problema: O exemplo consiste de uma empresa de confecções que produz três tipos de produtos: camisetas, vestidos e calças. Dados da produção PRODUTO PRODUÇÃO MENSAL PREÇO DE VENDA (Unit.) Camisetas 18.000 u $ 10,00 Vestidos 4.200 u $ 22,00 Calças 13.000 u $ 16,00 Tempo despendido na produção PRODUTO CORTE E COSTURA ACABAMENTO UNIT. TOTAL UNIT. TOTAL Camisetas 0,30 h 5.400 h 0,15 h 2.700 h Vestidos 0,70 h 2.940 h 0,60 h 2.520 h Calças 0,80 h 10.400 h 0,30 h 3.900 h Total 18.740 h 9.120 h Custos diretos por unidade ITEM Camisetas Vestidos Calças Tecido $ 3,00 $ 4,00 $ 3,00 Aviamentos $ 0,25 $ 0,75 $ 0,50 Mão-de-obra Direta $ 0,50 $ 1,00 $ 0,75 Total $ 3,75 $ 5,75 $ 4,25 21 Custos indiretos e despesas por mês ITEM CUSTOS INDIRETOS Aluguel $ 24.000 Energia Elétrica $ 42.000 Salários Pessoal Supervisão $ 25.000 Mão-de-obra Indireta $ 35.000 Depreciação $ 32.000 Material de Consumo $ 12.000 Seguros $ 20.000 Total $ 190.000 DESPESAS Administrativas $ 50.000 Com Vendas $ 43.000 Comissões (5% das vendas) $ 24.020 Total $ 117.020 3.5.1 Solução sem departamentalização Atribuição dos CIF Diretamente aos Produtos - Sem Departamentalização Aplicação dos CIF com Base no Custo de MOD % (MOD) Unitário Total Camisetas 39,2% $ 4,14 $ 74.510 Vestidos 18,3% $ 8,28 $ 34.771 Calças 42,5% $ 6,21 $ 80.719 Total $ 190.000 Quadro-Resumo - Sem Departamentalização Camisetas Vestidos Calças Custos Diretos $ 3,75 $ 5,75 $ 4,25 Custos Indiretos $ 4,14 $ 8,28 $ 6,21 Custo Total $ 7,89 $ 14,03 $ 10,46 Preço de Venda $ 10,00 $ 22,00 $ 16,00 Lucro Bruto Unitário $ 2,11 $ 7,97 $ 5,54 Margem % 21,1% 36,2% 34,6% Ordem de Lucratividade 3 1 2 22 Demonstração do Resultado Camisetas Vestidos Calças TOTAL Vendas $ 180.000 $ 92.400 $ 208.000 $ 480.400 CPV $ 142.010 $ 58.921 $ 135.969 $ 336.900 Tecido $ 54.000 $ 16.800 $ 39.000 $ 109.800 Aviamentos $ 4.500 $ 3.150 $ 6.500 $ 14.150 Mão-de-obra Direta $ 9.000 $ 4.200 $ 9.750 $ 22.950 Subtotal C. Diretos $ 67.500 $ 24.150 $ 55.150 $ 146.900 Custos Indiretos $ 74.510 $ 34.771 $ 80.719 $ 190.000 Lucro Bruto $ 37.990 $ 33.479 $ 72.031 $ 143.500 Despesas Administrativas - - - $ 50.000 Despesas com Vendas - - - $ 67.020 Lucro Antes do I. R. - - - $ 26.480 3.5.2 Solução com Departamentalização Departamentos Envolvidos (Centros de Custos) De Produção Corte e Costura Acabamento De Apoio Compras Almoxarifado Adm. Produção Centro de Custo é a unidade mínima de acumulação de Custos Indiretos de Fabricação, representado por homens e máquinas (na maioria dos casos), que desenvolve atividades homogêneas. Mapa de Rateio dos CIF aos Departamentos de Produção Apoio De Produção Totais Compras Almoxarif. Adm. Prod. Corte Cost. Acabam. Aluguel $ 4.200 $ 4.600 $ 4.200 $ 6.000 $ 5.000 $ 24.000 Energia Elétrica $ 6.500 $ 5.500 $ 5.000 $ 14.000 $ 11.000 $ 42.000 Salários Pes. Superv. $ 3.900 $ 3.350 $ 5.250 $ 7.000 $ 5.500 $ 25.000 Mão-de-obra Indireta $ 5.000 $ 3.400 $ 6.700 $ 12.000 $ 7.900 $ 35.000 Depreciação $ 4.000 $ 4.500 $ 4.900 $ 9.500 $ 9.100 $ 32.000 Material Consumo $ 2.000 $ 1.000 $ 1.800 $ 4.200 $ 3.000 $ 12.000 Seguros $ 2.400 $ 6.000 $ 2.000 $ 4.900 $ 4.700 $ 20.000 Subtotal 1 $ 28.000 $ 28.350 $ 29.850 $ 57.600 $ 46.200 $ 190.000 Rateio Compras ($ 28.000) $ 6.000 $ 5.000 $ 9.500 $ 7.500 0 Subtotal 2 0 $ 34.350 $ 34.850 $ 67.100 $ 53.700 $ 190.000 Rateio Almoxarifado 0 ($ 34.350) $ 8.000 $ 11.950 $ 14.400 0 Subtotal 3 0 0 $ 42.850 $ 79.050 $ 68.100 $ 190.000 Rateio Adm. Produção 0 0 ($ 42.850) $ 23.950 $ 18.900 0 Total Deptos. Prod. 0 0 0 $ 103.000 $ 87.000 $ 190.000 N. Horas Produtivas 18.740 h 9.120 h Custo por Hora $ 5,4963/h $ 9,5395/h 23 Custos Indiretos Unitários Corte Cost. Acabam. Total Camisetas $ 1,65 $ 1,43 $ 3,08 Vestidos $ 3,85 $ 5,72 $ 9,57 Calças $ 4,40 $ 2,86 $ 7,26 Quadro-resumo - Com Departamentalização Camisetas Vestidos Calças Custos Diretos $ 3,75 $ 5,75 $ 4,25 Custos Indiretos $ 3,08 $ 9,57 $ 7,26 Custo Total $ 6,83 $ 15,32 $ 11,51 Preço de Venda $ 10,00 $ 22,00 $ 16,00 Lucro Bruto Unitário $ 3,17 $ 6,68 $ 4,49 Margem % 31,7% 30,4% 28,1% Ordem de Lucratividade 1 2 3 Demonstração do Resultado Camisetas Vestidos Calças TOTAL Vendas $ 180.000 $ 92.400 $ 208.000 $ 480.400 CPV $ 122.936 $ 64.348 $ 149.615 $ 336.900 Tecido $ 54.000 $ 16.800 $ 39.000 $ 109.800 Aviamentos $ 4.500 $ 3.150 $ 6.500 $ 14.150 Mão-de-obra Direta $ 9.000 $ 4.200 $ 9.750 $ 22.950 Subtotal C. Diretos $ 67.500 $ 24.150 $ 55.250 $ 146.900 Corte e Costura $ 29.680 $ 16.159 $ 57.161 $ 103.000 Acabamento $ 25.757 $ 24.039 $ 37.204 $ 87.000 Subtotal C. Indiretos $ 55.436 $ 40.198 $ 94.365 $ 190.000 Lucro Bruto $ 57.064 $ 28.052 $ 58.385 $ 143.500 Despesas Administrativas - - - $ 50.000 Despesas com Vendas - - - $ 67.020 Lucro Antes do I. R. - - - $ 26.480 3.5.3 Aplicação do ABC à Solução do Problema Identificação das Atividades Relevantes Uma atividade é uma combinação de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros para se produzirem bens ou serviços. É composta por um conjunto de tarefas necessárias ao seu desempenho. As atividades são necessárias para a concretização de um processo, que é uma cadeia de atividades correlatas, inter-relacionadas. 24 Levantamento das Atividades Relevantes dos Departamentos DEPARTAMENTOS ATIVIDADES Compras Comprar Materiais Desenvolver Fornecedores Almoxarifado Receber Materiais Movimentar Materiais Adm. Produção Programar Produção Controlar Produção Corte e Costura Cortar Costurar Acabamento Acabar Despachar Produtos Atribuição de Custos às Atividades O custo de uma atividade compreende todos os sacrifícios de recursos necessários para desempenhá-la. Deve incluir salários com os respectivos encargos sociais, materiais, depreciação, energia, uso deinstalações etc. Muitas vezes é possível agrupar vários itens de custos em um só para refletir a natureza do gasto pelo seu total, como por exemplo: Salários + encargos + benefícios = custo de remuneração Aluguel + imposto predial + água + luz = custo de uso das instalações Telefone + fax + correio = custo de comunicações Passagens + locomoção + hotel + refeições = custo das viagens A atribuição de custos às atividades deve ser feita da forma mais criteriosa possível, de acordo com a seguinte ordem de prioridade: 1. Alocação Direta 2. Rastreamento 3. Rateio Identificação e Seleção dos Direcionadores de Custos Direcionador de custos é o fator que determina a ocorrência de uma atividade. Como as atividades exigem recursos para serem realizadas, deduz-se que o direcionador é a verdadeira causa dos custos. ✓ Direcionador de recursos (primeiro estágio) ✓ Direcionador de atividades (segundo estágio) Exemplos de Direcionadores de Recursos ✓ N. de empregados ✓ Área ocupada ✓ Tempo de mão-de-obra (hora-homem) ✓ Tempo de máquina (hora-máquina) ✓ Quantidade de kwh ✓ Estimativa do responsável pela área etc 25 Mapa de Rateio dos CIF aos Departamentos de Produção Apoio De Produção Totais Compras Almoxarif. Adm. Prod. Corte Cost. Acabam. Aluguel $ 4.200 $ 4.600 $ 4.200 $ 6.000 $ 5.000 $ 24.000 Energia Elétrica $ 6.500 $ 5.500 $ 5.000 $ 14.000 $ 11.000 $ 42.000 Salários Pes. Superv. $ 3.900 $ 3.350 $ 5.250 $ 7.000 $ 5.500 $ 25.000 Mão-de-obra Indireta $ 5.000 $ 3.400 $ 6.700 $ 12.000 $ 7.900 $ 35.000 Depreciação $ 4.000 $ 4.500 $ 4.900 $ 9.500 $ 9.100 $ 32.000 Material Consumo $ 2.000 $ 1.000 $ 1.800 $ 4.200 $ 3.000 $ 12.000 Seguros $ 2.400 $ 6.000 $ 2.000 $ 4.900 $ 4.700 $ 20.000 Total $ 28.000 $ 28.350 $ 29.850 $ 57.600 $ 46.200 $ 190.000 Levantamento dos Custos das Atividade DEPARTAMENTOS ATIVIDADES CUSTOS Compras Comprar Materiais $ 16.000 Desenvolver Fornecedores $ 12.000 Total $ 28.000 Almoxarifado Receber Materiais $ 12.350 Movimentar Materiais $ 16.000 Total $ 28.350 Adm. Produção Programar Produção $ 16.000 Controlar Produção $ 13.850 Total $ 29.850 Corte e Costura Cortar $ 29.000 Costurar $ 28.600 Total $ 57.600 Acabamento Acabar $ 14.000 Despachar Produtos $ 32.200 Total $ 46.200 Identificação e Levantamento dos Custos das Atividades DEPARTAMENTOS ATIVIDADES DIRECIONADORES Compras Comprar Materiais n. de pedidos Desenvolver Fornecedores n. de fornecedores Almoxarifado Receber Materiais n. de recebimentos Movimentar Materiais n. de requisições Adm. Produção Programar Produção n. de produtos Controlar Produção n. de lotes Corte e Costura Cortar tempo de corte Costurar tempo de costura Acabamento Acabar tempo de acabamento Despachar Produtos apontamento de tempo 26 Direcionadores de Custos das Atividades Camisetas Vestidos Calças TOTAL n. de pedidos compra 150 400 200 750 n. de fornecedores 2 6 3 11 n. de recebimentos 150 400 200 750 n. de requisições 400 1.500 800 2.700 n. de produtos 1 1 1 3 n. de lotes 10 40 20 70 horas utilizadas para cortar 2.160 h 882 h 2.600 h 5.642 h horas utilizadas para costurar 3.240 h 2.058 h 7.800 h 13.098 h horas utilizadas para acabar 2.700 2.520 3.900 9.120 apontamento de tempo 25 h 50 h 25 h 100 h Cálculo do Custo do Produto Exemplo: Atividade Comprar Materiais Produto: CAMISETA 27 Custos Unitários Camisetas Vestidos Calças Comprar Materiais $ 0,1778 $ 2,0317 $ 0,3282 Desenvolver Fornecedores $ 0,1212 $ 1,5584 $ 0,2517 Receber Materiais $ 0,1372 $ 1,5683 $ 0,2533 Movimentar Materiais $ 0,1317 $ 2,1164 $ 0,3647 Programar Produção $ 0,2963 $ 1,2698 $ 0,4103 Controlar Produção $ 0,1099 $ 1,8844 $ 0,3044 Cortar $ 0,6168 $ 1,0794 $ 1,0280 Costurar $ 0,3930 $ 1,0699 $ 1,3101 Acabar $ 0,2303 $ 0,9211 $ 0,4605 Despachar Produtos $ 0,4472 $ 3,8333 $ 0,6192 Total $ 2,6614 $ 17,3328 $ 5,3305 Quadro-Resumo - Departamentalização com ABC Camisetas Vestidos Calças Custos Diretos $ 3,75 $ 5,75 $ 4,25 Custos Indiretos $ 2,66 $ 17,33 $ 5,33 Custo Total $ 6,41 $ 23,08 $ 9,58 Preço de Venda $ 10,00 $ 22,00 $ 16,00 Lucro Bruto Unitário $ 3,59 ($ 1,08) $ 6,42 Margem % 35,9% -4,9% 40,1% Ordem de Lucratividade 2 3 1 Demonstração do Resultado Camisetas Vestidos Calças TOTAL Vendas $ 180.000 $ 92.400 $ 208.000 $ 480.400 CPV $ 115.406 $ 96.948 $ 124.546 $ 336.900 Tecido $ 54.000 $ 16.800 $ 39.000 $ 109.800 Aviamentos $ 4.500 $ 3.150 $ 6.500 $ 14.150 Mão-de-obra Direta $ 9.000 $ 4.200 $ 9.750 $ 22.950 Subtotal C. Diretos $ 67.500 $ 24.150 $ 55.250 $ 146.900 Comprar Materiais $ 3.200 $ 8.533 $ 4.267 $ 16.000 Desenvolver Fornecedores $ 2.182 $ 6.545 $ 3.273 $ 12.000 Receber Materiais $ 2.470 $ 6.587 $ 3.293 $ 12.350 Movimentar Materiais $ 2.370 $ 8.889 $ 4.741 $ 16.000 Programar Produção $ 5.333 $ 5.333 $ 5.333 $ 16.000 Controlar Produção $ 1.979 $ 7.914 $ 3.957 $ 13.850 Cortar $ 11.102 $ 4.533 $ 13.364 $ 29.000 Costurar $ 7.075 $ 4.494 $ 17.032 $ 28.600 Acabar $ 4.145 $ 3.868 $ 5.987 $ 14.000 Despachar Produtos $ 8.050 $ 16.100 $ 8.050 $ 32.200 Subtotal Atividades (CIF) $ 47.906 $ 72.798 $ 69.296 $ 190.000 Lucro Bruto $ 64.594 ($ 4.548) $ 83.454 $ 143.500 Despesas Administrativas - - - $ 50.000 Despesas com Vendas - - - $ 67.020 Lucro Antes do I. R. - - - $ 26.480 28 29 4 ANÁLISE CUSTO-VOLUME-LUCRO UMA FÁBULA PARA ADULTOS1 Joaquim, o dono do restaurante da esquina, resolveu vender, além dos seus produtos normais, pequenos pacotes de amendoins, para aumentar seus lucros. Seu Contador, o Sr. Apropriador de Custos, que vem mensalmente encerrar os livros do restaurante, avisa ao nosso Joaquim que este tem uma “bomba em suas mãos”. Contador: Joaquim, você me disse que quer vender estes amendoins porque grande número de pessoas deseja compra-los; será que você já pensou no custo? Joaquim: É lógico que não vai custar nada. É lucro líquido. É verdade que eu tive que pagar $ 3.750 pela prateleira, mas os amendoins custam $ 9 o pacote e eu venderei por $ 15. Espero vender 50 pacotes por semana para começar. Em 12 semanas e meia cobrirei o custo da prateleira. Depois disso, terei um lucro líquido de $ 6 por pacote. Quanto mais eu vender, maior o lucro. Contador: Este seu ponto de vista é antiquado e completamente irreal. Hoje em dia, os métodos aperfeiçoados de contabilidade permitem que façamos um estudo mais profundo, que demonstra a complexidade do problema. Joaquim: O quê? Contador: Quero dizer que devemos integrar toda a operação “venda de amendoins” dentro da sua empresa e apropriar aos pacotes de amendoins a sua parcela correta do total das despesas gastas. Devemos apropriar aos pacotes uma parte proporcional das despesas do restaurante com aluguel, luz, aquecimento, depreciação, salários dos garçons, do cozinheiro, etc. Joaquim: Do cozinheiro? O que é que ele tem a ver com os amendoins? Ele nem sabe que eu os vendo. Contador: Olhe, Joaquim, o cozinheiro trabalha na cozinha, a cozinha prepara a comida, a comida traz os fregueses que serão os compradores dos amendoins. Por isso é que você deve apropriar ao custo das vendas dos amendoins tanto uma parte do salário do cozinheiro quanto uma parte do seu próprio salário. Veja este quadro demonstrativo; ele contém uma análise de custos cuidadosamente calculados e indica que o lucro operacional deve ser igual a $ 191.700 por ano, para cobrir as despesas gerais. Joaquim: Os amendoins? $ 190 mil por ano de despesas gerais? Essa não... Contador: Na verdade, o total dessas despesas é um pouco superior a isto. Todas as semanas você tem despesas com limpeza e lavagem das janelas e do chão, com a reposição dos sabonetes consumidos no lavatório e com as cervejinhas para oguarda. O total então sobe a $ 196.950 por ano. 1 Fábula retirada de: LEONE, George Sebastião Guerra. Curso de contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1997 (páginas 337 e 340) 30 Joaquim: (Pensativo) – O vendedor de amendoins me disse que eu conseguiria bons lucros – era só colocar os pacotes perto da caixa registradora e pronto - $ 6 de lucro por pacote vendido. Contador: (Torcendo o nariz) – Ele não é um contador. Você sabe quanto lhe custa a porção de espaço sobre o balcão, ao lado da caixa registradora? Joaquim: Não custa nada – não cabe nem um freguês extra – é um espaço morto, inútil. Contador: O ponto de vista moderno sobre os custos não nos permite pensar em espaços inúteis. O seu balcão ocupa 6m2 e as venda anuais totalizam $ 2.250.000. Logo, o espaço ocupado pela prateleira de amendoins lhe custará $ 37.500 por ano. Desde que você retire aquela área de uso geral, deve debitar o seu custo ao ocupante real do espaço. Joaquim: Você quer dizer que eu devo acrescentar $ 37.500 por ano a mais como despesa com a venda de amendoins? Contador: Justamente. Isto elevará os custos gerais da operação a um total geral de $ 234.450 por ano. Ora, se você quer vender 50 pacotes de amendoins por semana, estes custos representarão $ 90 por pacote. Joaquim: O quê? Contador: Evidentemente, devemos acrescentar a isto o preço de compra de $ 9 por pacote, o que nos dará o total de $ 99. Ora se você pretende vender cada pacote por $ 15, obterá como resultado uma perda liquida por pacote de $ 84. Joaquim: Existe aqui alguma coisa esquisita. Contador: Veja os números. Eles provam que a venda de amendoins é deficitária. Joaquim: (Com um sorriso inteligente) - E se eu vender muitos pacotes – mil pacotes por semana, em vez de somente 50? Contador: (Com um ar tolerante) – Joaquim, você não entendeu o problema. Se o volume de vendas aumentar, o mesmo acontecerá com os seus custos operacionais – maior número de pacotes, maior o tempo gasto, maior depreciação, mais tudo. O princípio básico da contabilidade de custos é invariável: “Quanto maiores as operações, maiores os custos gerais a serem apropriados”. Não, o aumento do volume de vendas não o ajuda em nada. Joaquim: OK, já que você sabe tanto, o que devo fazer? Contador: (Condescendente) – Bem, você poderia reduzir seus custos operacionais. Joaquim: Como? Contador: Mude-se para um imóvel de aluguel mais baixo. Diminua os salários, mande lavar as janelas somente de 15 em 15 dias; não coloque mais sabonetes nos lavatórios, diminua o custo por metro quadrado do seu balcão. Por exemplo, se você conseguir reduzir suas despesas em 50%, a porção das despesas gerais apropriadas à 31 venda dos pacotes de amendoins passará de $ 234.500 para $ 117.250 por ano, reduzindo o custo à $ 54 por pacote. Joaquim: (Não muito satisfeito) – Será isso interessante? Contador: É lógico que sim. Contudo, ainda assim você perderia $ 39 por pacote. Portanto, você deverá aumentar o preço de venda. Se desejar um lucro de $ 6 por pacote, o seu preço de venda deverá ser igual a $ 60. Joaquim: (Desolado) – Você quer dizer que, depois de reduzir minhas despesas em 50% ainda tenho que cobrar $ 60? E quem vai compra-los a este preço. Contador: Isto é uma consideração secundária. O que interessa é que $ 60 é um preço de venda baseado em uma avaliação real e justa dos seus custos operacionais já reduzidos. Joaquim: (Satisfeito) – Olhe. Eu tenho uma ideia melhor. Porque não jogar fora os amendoins? Contador: Será que você pode suportar tal perda? Joaquim: Certamente. Só possuo 50 pacotes – ou seja, $ 450, e mais uma prateleira no valor de $ 3.750; jogo tudo fora e pronto, acabou-se esta porcaria de negócio de amendoins. Contador: (Balançando a cabeça) – Joaquim, isto não é tão simples assim. Você está no negócio de amendoins. Se você jogar fora esses amendoins você estará adicionando $ 234.450 de despesas gerais anualmente ao total das suas despesas operacionais. Joaquim seja realista, esta perda você não pode suportar. Joaquim: (Desesperado) – É incrível. Na semana passada eu estava ganhando dinheiro. Hoje eu estou atrapalhado – só porque pensei que amendoins sobre o balcão... só porque eu pensei em 50 pacotes de amendoins por semana. Contador: (Com um olhar sério) – O objetivo dos estudos modernos de custos, Joaquim, é eliminar essas falsas ilusões. Qual sua opinião em relação ao texto que você acabou de ler? 32 4.1 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO A margem de contribuição unitária é calculada pela diferença entre o preço de venda do produto menos os seus custos variáveis. MC = PV – CV Representa a parcela do preço do produto que está disponível para a cobertura dos custos fixos e para a geração do lucro. Exemplo Qual produto é o mais rentável? Produto A Produto B PV 10,00 20,00 CV 6,00 14,00 MC 4,00 6,00 (%) Volume 40% 30% 4.1.1 A Contribuição marginal, as limitações na capacidade de produção e o custo de oportunidade A margem de contribuição é muito útil quando as empresas têm limitações na sua capacidade de produzir. Dentre as limitações, as mais comuns são a falta de matéria prima, falta de mão de obra qualificada, falta de máquinas para produzir, espaço físico reduzido para produção o que faz a empresa não ter condições de aumentar a sua capacidade de produzir. Havendo fatores que limitem a capacidade da empresa em produzir, o que se deve buscar e produzir aqueles produtos que contribuam com a melhor margem de contribuição e com que se maximize os lucros da empresa, neste sentido, aplica-se a margem de contribuição considerando-se a limitação existente, ou seja, se a limitação é a falta de matéria prima, vamos utilizar a margem de contribuição unitária relacionada a matéria prima utilizada na fabricação de cada produto. Este será o fator preponderante para compor o mix de produção da empresa, sempre se associando a maximização dos lucros. 33 FATORES LIMITATIVOS: Quando uma indústria fábrica muitos produtos e está sendo operada à capacidade máxima, muitas vezes é necessário decidir que ordem de produção deve aceitar. A abordagem da margem de contribuição fornece dados para uma decisão apropriada porque está determinada pelo produto que faz a maior contribuição total. Isto significa necessariamente que os produtos a serem favorecidos serão os que apresentem maiores índices de margem de contribuição por unidade do produto ou vendas monetárias. O objetivo é maximizar os lucros totais, que dependem da consecução da maior margem de contribuição por unidade de fator restritivo. O fator restritivo é item que restringe ou limita a produção ou venda de determinado produto. Assim o critério para os lucros máximos, a uma dada capacidade, é a maior contribuição possível aos lucros por unidade de fator restritivo. O fator restritivo pode ser horas/máquinas, horas/homem, ou até número de unidades produzidas, entre outras. Pode haver muitos fatores limitativos que tenham que ser utilizados para cada tipo de produto. O problema de formular os programas mais lucrativos de produção e composições de matérias primas é essencialmente o de maximizar a contribuição em face de diversos fatores limitativos. Diante do exposto, quando não houver limitação da capacidade produtiva, mais rentável é o produto que apresentar maior margem de contribuição por unidade. Quando existir algum fator limitativo, mais rentável será o produto que tiver maior margem de contribuição pelo fator limitativo da capacidade produtiva. CUSTO IMPUTADO: segundo Backer e Jacobsen (1979) são os custos hipotéticos, pelo menos no sentido de que são alheios a escrituração contábil, ou não reconhecido por ela. Entretanto, do ponto de vista do processo decisório, os custos imputados dificilmente podem ser chamados de hipotéticos.Martins (1996) afirma que é um valor apropriado para efeitos internos ao produto, mas não contabilizado como tal. Exemplos deste custo: O juro sobre o capital e o custo de oportunidade. CUSTO DE OPORTUNIDADE - é o custo resultante de uma alternativa à qual se tenha renunciado, ou representa o quanto está sendo o sacrifício da empresa em empregar determinado recurso num processo, ao invés de outra alternativa. Exemplo: Uma empresa tem um edifício industrial totalmente depreciado que pode ser alugado por $ 20.000 por ano. Considerando a possibilidade de a empresa utilizar este edifício para sua expansão, ao avaliar a conveniência do projeto, deve considerar como custo do espaço o valor de $ 20.000, como custo de oportunidade, uma vez que a empresa poderia ter alugado o referido imóvel. 34 4.2 PONTO DE EQUILÍBRIO • O ponto de equilíbrio é o nível de produção onde o lucro é nulo; • Representa o nível em que as Receitas Totais igualam os Custos Totais; PEQ = Ponto de Equilíbrio em quantidade (unidades físicas) MC = Margem de Contribuição unitária CF = Custos fixos 4.2.1 Tipos de ponto de equilíbrio A diferença fundamental entre eles está na consideração dos custos fixos. CONTÁBIL: Custos contábeis ECONÔMICO: São adicionados os custos de oportunidade e outros do gênero FINANCEIRO: Consideram-se apenas os custos desembolsados Exemplo • Custos Fixos: $ 4.000 / ano • Custos Variáveis: $ 6 / unidade • Preço de Venda: $ 8 / unidade • Depreciação: 800 / ano • Patrimônio Líquido: $ 10.000 • TMA: 10% ao ano MC = 8 – 6 = $ 2 / unidade Ponto de Equilíbrio Contábil 35 Ponto de Equilíbrio Econômico Ponto de Equilíbrio Financeiro Representação Gráfica 36 4.2.2 Empresas Multiprodutoras Não faz sentido ratear os custos indiretos (fixos) aos produtos para a obtenção do ponto de equilíbrio individualizado; Cada produto deve cobrir seus custos diretos, e a margem de contribuição que sobrar deve contribuir para a cobertura dos custos indiretos (fixos) e a geração do lucro. Ponto de Equilíbrio - Multiprodutos • PE = Ponto de Equilíbrio • CF = Custos Fixos • MCi = MC Unitária por produto • Qi = Volume previsto de venda por produto • = Somatório 37 5 FABRICAR X COMPRAR ✓ A necessidade de tomar uma decisão entre as duas alternativas pode surgir em vários pontos do processo operacional. ✓ Frequentemente, refere-se às alternativas de fabricar ou adquirir partes componentes do produto principal que a empresa produz. ✓ Algumas das variáveis envolvidas na decisão: – Comparação entre custos; – Grau de ocupação da capacidade da fábrica antes de se tomar a decisão; – Problemas de mercado, tempos de espera e qualidade das partes; – Segurança no longo prazo. Exemplo ✓ Uma empresa fabrica um determinado componente que usa na produção de um certo produto. ✓ Apropria os Custos Indiretos à base de hora-máquina às 800 unidades que fabrica (tanto de componentes como de produto); são eles todos fixos. Dados do Componente – Material e Mão-de-Obra Diretos: $ 730/u – CIF: ($ 1.400.000/2.000 hm) x 0,5 hm/u $ 350/u – Custo Unitário Total $ 1.080/u Dados do Produto – Material e Mão-de-Obra Diretos: $ 3.600/u – CIF: ($ 1.400.000/2.000 hm) x 2,0 hm/u $ 1.400/u – Custo Total $ 6.080/u Problema/Oportunidade A empresa está estudando uma oferta de um fornecedor que lhe propõe entregar o componente por $ 800/u. Deve aceitar? ✓ Quanto ao cálculo, não deve ser comparado o custo total interno de $ 1.080/u contra o externo de $ 800/u. Deve ser feita uma análise mais profunda. ✓ Se o fato de a empresa passar a comprar o componente não lhe altera em nada os custos fixos, já que estes talvez sejam comuns tanto para o componente quanto para o produto, de fato não haverá interesse na aquisição. ✓ O custo variável do componente é de $ 730/u, e, caso passe a compra-lo, desembolsará $ 800/u, e terá os mesmos custos fixos que tinha quando o fabricava.Análise da Situação Talvez exista a possibilidade de a empresa, se comprar o componente, eliminar grande parte dos seus custos fixos pela desativação de parte da fábrica. 38 ✓ Se eliminar certos custos fixos que atualmente estão sendo imputados aos componentes, pode-se decidir pela aquisição dos mesmos. Veja-se: – Os custos variáveis hoje são de $ 584.000 – A compra dos componentes custaria $ 640.000 (800u x $800/u) ✓ Assim, aceita-se a decisão de compra se a redução nos custos fixos for maior que $ 56.000 ($640.000 - $584.000). A decisão depende, pois, não só da atual estrutura de custos, mas da que existirá após a decisão. Considerações Adicionais Por outro lado, talvez exista a possibilidade de se utilizar as instalações que hoje servem à fabricação dos componentes para a produção do produto final. ✓ Neste caso, haveria o acréscimo do volume de unidades elaboradas (partindo-se da hipótese que o mercado as absorveria inclusive nos mesmos preços). Como deveria agora ser discutida a decisão? ✓ Se a empresa não produz maior número hoje, é porque está com sua capacidade limitada (neste caso, não há o cálculo de Margem de Contribuição por fator de limitação, já que não há dois produtos, mas um único; o componente não é vendido, mas agregado ao produto final). ✓ Parando de fabricar o componente, poderia adicionar um volume de 200 u do produto, passando então a 1.000 u. ✓ Nova situação: – 800 u de componentes x 0,5 hm/u = 400 hm usadas na fabricação – 400 hm ̧2 hm/u do produto = 200 u com o uso das 400 hm ✓ Hoje, antes da compra, a empresa produz 800 u completas do produto ao custo de $ 6.080/u, no total de $ 4.864.000. ✓ Se produzir 1.000 u, comprando os componentes, terá um total de: – Custo Variável do Componente comprado: $ 800/u – Custo Variável do Produto: $ 3.600/u $ 4.400/u – Custo Variável Total: (1.000u x $ 4.400/u) = $ 4.400.000 – Custo Fixo Total: $ 1.400.000 – Custo Total: $ 5.800.000 Logo, o custo unitário passará a $ 5.800, com redução de $ 280 em relação ao anterior. Isso porque o custo variável unitário aumentará, passando de $ 4.330 ($730 + $3.600) para $ 4.400 ($800 + $3.600); mas com o aumento do volume de produção haverá uma redução do custo fixo por unidade. ✓ Raciocinando em termos de Margem de Contribuição fica bastante fácil o entendimento. 39 ✓ Suponha-se que o preço do produto final seja de $ 6.500/u. ✓ A MC anterior era de $ 2.170/u ($6.500 - $4.330), mas o volume de 800 u propiciava Margem de Contribuição Total de: 800u x $2.170/u = $ 1.736.000 ✓ A nova Margem de Contribuição seria de $ 2.100/u ($6.500 - $4.400), e a Total de $ 2.100.000. Como em uma ou outra alternativa o custo fixo é o mesmo, interessa a que maximiza a MCT. Logo, não há dúvidas de que se deve decidir pela compra. ✓ Poderíamos, inclusive, fixar um valor máximo até o qual valeria a pena, nessa hipótese, pagar pelo componente. Esse máximo seria: ✓ A MCT era de $ 1.736.000, e o máximo que interessaria pagar seria um preço tal que, na pior das hipóteses, não houvesse redução dessa margem. ✓ Assim, a MC deveria ser, em última instância, não menor do que $ 1.736/u ($ 1.736.000 / 1.000 u). Como o preço de venda é de $ 6.500/u, o custo variável máximo deveria ser de $ 4.764/u ($6.500 - $1.736). ✓ Como já existe um custo variável do produto de $ 3.600/u, o máximo que se poderia adicionar seria de $ 1.164/u ($4.764 - $3.600). Assim, se a liberação da parte da fábrica usada nos componentes propiciar aumento do volume dos produtos finais em 200 unidades e estas puderem ser vendidas ao mesmo preço, valerá a pena a decisão de compra, desde que não seja por um preço unitário superior a $ 1.164/u. (Compare com o preço de hoje, queé de $ 1.080/u). Claro está que, para as decisões, várias informações foram necessárias, além dos elementos de custos, como manutenção do preço de venda, absorção pelo mercado do acréscimo de volume elaborado etc. ✓ Antes de tomar uma decisão em termos de adquirir, precisamos avaliar os seguintes aspectos: – A qualidade do componente adquirido, é comparável com a do fabricado? – Como se comparam os prazos de entrega e o período necessário para fabricar o componente? – O abastecimento do componente é fácil? Ou pode haver problemas futuros? – Esgotamos todas as possibilidades de obter economias de mão-de-obra em outros setores da fábrica a fim de ser utilizada na fabricação do componente? ✓ Freqüentemente, não é fácil avaliar financeiramente os riscos associados à alternativa de adquirir, reportados acima. 40 ✓ Se a diferença a favor da alternativa de adquirir for muito pequena, em geral, devido aos riscos inerentes, os gerentes preferirão fabricar na própria empresa. 41 6 PRODUÇÃO CONJUNTA Em muitas empresas de Produção Contínua existe o fenômeno da Produção Conjunta, que consiste no aparecimento de diversos produtos a partir, normalmente, da mesma matéria-prima, classificados em co-produtos e subprodutos. ✓ É o caso do tratamento industrial da quase totalidade dos produtos naturais na agroindústria. ✓ Exemplos: – A partir da soja: óleo, farelos etc. – A partir do boi: ossos, couro, diferentes tipos de carne etc. – A partir do petróleo: gasolina, querosene, emulsão asfáltica etc. – A partir da tora (madeira): costaneiras, peças de diferentes qualidades etc. ✓ Subprodutos – Valor de venda e condições de comercialização normais, relativamente tão assegurados quanto os produtos principais, apesar de possuírem pouca relevância dentro do faturamento global da empresa. – Surgem como decorrência normal do processo produtivo. – Não recebem custos, tendo sua receita considerada como redução do custo dos Co-produtos. ✓ Sucatas – Podem ou não ser decorrência normal do processo de produção. – Não têm valor de venda ou condições de negociabilidade boas, permanecendo fora da Contabilidade até serem negociadas (não recebem atribuição de nenhum custo). ✓ Co-produtos – São os próprios produtos principais, só que assim chamados porque nascidos de uma mesma matéria-prima. – São os que substancialmente respondem pelo faturamento da empresa, recebendo os custos de produção. 6.1 APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS ✓ Comprado o boi por um preço (por ex.: $ 40,00 por arroba), quanto atribuir desse custo mais os decorrentes da matança e do corte a cada tipo de co-produto? ✓ Quanto é o custo por quilo de filé, de alcatra, das vísceras, dos pés etc.? ✓ Quanto do custo da produção de um frango deve ser atribuído ao quilo de coxa, sobre- coxa, peito, coração, asa etc.? ✓ Quaisquer que sejam os critérios de alocação, pode-se dizer que são muito mais arbitrários do que aqueles utilizados para rateio dos CIF. – E, neste rateio dos Custos Conjuntos entram até os custos diretos (matéria- prima e mão-de-obra direta). 42 ✓ Do ponto de vista gerencial, essas alocações são de todo irrelevantes, já que para decisões interessam apenas os valores de receita total dos co-produtos contra os custos totais. ✓ Principais métodos: – Valor de mercado; – Volumes produzidos; – Igualdade do Lucro Bruto; – Ponderação; – Grau de dificuldade, etc. 6.2 MÉTODO DO VALOR DE MERCADO ✓ Este método é o mais utilizado na prática. – Mais em função da inexistência de outros melhores do que de méritos próprios, já que a alegação de que produtos de maior valor são os que recebem ou têm condições de receber maior custo carece de maior racionalidade. ✓ Seu mérito está no fato de distribuir o resultado de forma homogênea aos Co-produtos. ✓ Exemplo: – Matéria-prima processada $ 30.000.000 – Mão-de-obra de custos industriais $ 15.000.000 – Custos Conjuntos Totais $ 45.000.000 ✓ Sem custos adicionais Co- Produtos Valor de Venda Quantidade produzida Valor de Venda Total A $ 400/kg 55.000 kg $ 22.000.000 B $ 200/kg 100.000 kg $ 20.000.000 C $ 300/kg 60.000 kg $ 18.000.000 $ 60.000.000 43 Co- Produtos Prop. Custo Conjunto Custo Unitário A 36,67% $ 16.500.000 $ 300/kg B 33,33% $ 15.000.000 $ 150/kg C 30,00% $ 13.500.000 $ 225/kg $ 45.000.000 ✓ Com custos adicionais Co- Produtos Valor de Mercado Volume Produzido Receita Total Custos Adicionais A $ 400/kg 55.000 kg $ 22.000.000 $ 4.000.000 B $ 200/kg 100.000 kg $ 20.000.000 - C $ 300/kg 60.000 kg $ 18.000.000 $ 6.000.000 Co- Produtos Receita Total (–) Custos Adicionais Prop. Custo Conjunto Total Apropriado Custo Unitário A $ 18.000.000 36% $ 16.200.000 $ 294,55/kg B $ 20.000.000 40% $ 18.000.000 $ 180,00/kg C $ 12.000.000 24% $ 10.800.000 $ 180,00/kg $ 50.000.000 100% $ 45.000.000 Co- Produtos Custo Conjunto Custo Adicional Custo Unitário Custo Total A 294,55/kg 72,72 367,27/kg $ 20.200.000 B 180,00/kg - 180,00/kg $ 18.000.000 C 180,00/kg 100,00 280,00/kg $ 16.800.000 $ 55.000.000 44 6.3 MÉTODO DOS VOLUMES PRODUZIDOS Co- Produtos Volume Produzido Proporção Custo Conjunto Alocado Custo Unitário A 55.000 kg 25,58% $ 11.511.628 $ 209,30/kg B 100.000 kg 46,51% $ 20.930.232 $ 209,30/kg C 60.000 kg 27,91% $ 12.558.140 $ 209,30/kg 215.000 kg 100,00% $ 45.000.000 6.4 MÉTODO DA IGUALDADE DO LUCRO BRUTO Se não existissem os custos adicionais: Receita Total $ 60.000.000 (-) Custo Total Conjunto ($ 45.000.000) Lucro Bruto Total $ 15.000.000 Lucro Bruto por kg: ($15.000.000/215.000kg) = $ 69,77/kg Co- Produtos Preço de Venda A Lucro Bruto B Custo A - B A $ 400/kg $ 69,77/kg $ 330,23/kg B $ 200/kg $ 69,77/kg $ 130,23/kg C $ 300/kg $ 69,77/kg $ 230,23/kg Com a existência dos custos adicionais: Receita Total $ 60.000.000 (-) Custo Total Conjunto ($ 45.000.000) (-) Custo adicional ($ 10.000.000) Lucro Bruto Total $ 5.000.000 Lucro Bruto por kg: ($5.000.000/215.000kg) = $ 23,26/kg Co- produto Preço de Venda Lucro Bruto Preço (–) LB (-) Custo Adicional Custo Conjunto A 400 23,26 376,74 72,73 $ 304,01/kg B 200 23,26 176,74 - $ 176,74/kg C 300 23,26 276,74 100,00 $ 176,74/kg 45 46 7 CASES PARA RESOLUÇÃO 7.1 CIA. “D” A Cia. “D” iniciou suas atividades em 1°/1/20x1 e, em 31/12/20x1 o seu balancete era formado pelas seguintes contas: Compras de Matérias-primas: $12.000.000 Vendas: $15.500.000 Mão-de-obra Indireta: $3.000.000 Despesas de Entrega: $200.000 Despesas Administrativas: $1.800.000 Materiais Diversos Consumidos na Fábrica: $4.000.000 Despesas com Materiais de Escritórios: $240.000 Equipamentos de Entrega: $1.000.000 Duplicatas a Receber: $2.500.000 Depreciação – Equipamentos de Entrega: $100.000 Depreciação – Equipamento de Produção: $200.000 Caixa: $1.500.000 Despesas Financeiras: $260.000 Depreciação Acumulada – Equipamentos de Produção: $200.000 Depreciação Acumulada – Equipamentos de Entrega: $100.000 Empréstimos: $4.000.000 Capital: $15.000.000 Equipamentos de Produção: $2.000.000, e Mão-de-obra Direta: $6.000.000. A empresa fabricou os produtos A, B e C nas seguintes quantidades: A = 50.000 kg; B = 30.000 kg; C = 20.000 kg. A matéria-prima é a mesma para cada produto. O apontamento da mão-de-obra direta mostrou que se gasta o mesmo tempo tanto para produzir 1,0 kg de A como 0,5 kg de B ou 0,4 kg de C. Os Custos Indiretos são alocados proporcionalmente à matéria-prima: Dados os ajustes: a) O estoque final de matérias-primas foi avaliado em $5.000.000; b) O estoque final de produtos acabados era igual a 40% do total fabricado de cada um. Pede-se: a) Determine o valorda produção (custo total e unitário) de cada um dos três produtos. 47 7.2 CIA. GENOVEVA A Cia. de Rações Genoveva processa e distribui ração tipo A e tipo B, conhecidos por Ração Inicial e Ração Crescimento, respectivamente. Os Custos Diretos referentes a esses produtos, em certo mês, foram: Inicial, $4.390.000, e Crescimento, $2.520.000. Os Custos Indiretos foram os seguintes: Aluguel, $425.000; Materiais Indiretos, $260.000; Energia, $365.750; Depreciação, $240.000, e Outros Custos Indiretos, $330.000. Sabe-se que: a) O aluguel é distribuído aos Departamentos de acordo com suas áreas. b) O consumo de Energia é medido por Departamento. c) Os materiais indiretos, a depreciação e os demais custos indiretos têm como base de rateio o número de horas de mão-de-obra total utilizada em cada Departamento. d) O Setor de Processamento e a Embalagem recebem cada um 40% dos custos da Administração da Produção, e 20% dos custos deste último Departamento são apropriados à Manutenção. e) A Manutenção é realizada sistematicamente e, conforme se tem apurado, cabe à Embalagem uma quinta parte do total de seus custos. f) A distribuição dos custos indiretos aos produtos é feita em função do material direto utilizado. Este foi o seguinte no período: Inicial 556.575 kg Crescimento 185.525 kg Dados Coletados no Período: Pede-se: a) Elaborar o Mapa de Rateio dos Custos Indiretos de Fabricação. b) Apurar o custo total de cada produto. c) Comparar com o custo que seria apropriado a cada produto, sem Departamentalização, se o rateio fosse à base do material direto utilizado. Explique a diferença eventualmente encontrada. Processamento Embalagem Manutenção Administração Total Área 11.000 m² 9.800 m² 1.500 m² 2.700 m² 25.000 m² Consumo Energia 34.000 kW 28.200 kW 3.000 kW 1.300 kW 66.500 kW Horas de MOT 48.000 h 24.000 h 4.000 h 4.000 h 80.000 h 48 7.3 CIA. CILINDRADA 1a Parte – Custeio por Absorção (RKW) A Cia Cilindrada fabrica três tipos de motores para automóvel: motor 1.6, motor 1.8 e motor 2.0, cujo volume de produção e preço de venda no mês de março foram: PRODUTO PRODUÇÃO MENSAL PREÇO DE VENDA (Unit.) Motor 1.6 900 u $ 2.700,00 Motor 1.8 200 u $ 2.800,00 Motor 2.0 600 u $ 3.500,00 Os materiais diretos, por unidade, para fabricação dos motores são os seguintes: ITEM DE CUSTO Motor 1.6 Motor 1.8 Motor 2.0 Base do motor $ 300 $ 400 $ 500 Componentes Diversos $ 250 $ 250 $ 350 Total $ 550 $ 650 $ 850 Além dos departamentos de Administração Geral da Fábrica e Almoxarifado, a empresa possui outros quatro departamentos de produção: Fundição, Montagem, Regulagem e Embalagem. O tempo utilizado por produto nestes departamentos se encontra a seguir. O tempo total consiste no tempo gasto por unidade multiplicada pela quantidade produzida apresentada no quadro anterior. FUNDIÇÃO MONTAGEM REGULAGEM EMBALAGEM PRODUTO UNIT. TOTAL UNIT. TOTAL UNIT. TOTAL UNIT. TOTAL Motor 1.6 6,0 h 5.400 h 3,0 h 2.700 h 1,3 h 1.170 h 0,30 h 270 h Motor 1.8 14,7 h 2.940 h 12,60 h 2.520 h 6,0 h 1.200 h 0,70 h 140 h Motor 2.0 17,5 h 10.500 h 6,5 h 3.900 h 10,8 h 6.480 h 0,80 h 480 h Total 18.840 h 9.120 h 8.850 h 890 h O custo com a mão-de-obra e encargos sociais, no valor global de $ 942.500,00 é alocada somente aos departamentos produtivos em função do número total de horas trabalhadas, já que os salários diretos seguem um padrão homogêneo de distribuição. Os demais Custos Indiretos da empresa, no mês, envolvidos com os vários centros de custos foram: Aluguel: $ 50.000 Energia Elétrica: $ 150.000 Salários dos Supervisores: $ 850.000 Seguros: $ 140.000 Depreciação: $ 170.000 Material de Consumo: $ 250.000 Sabe-se que: a) O aluguel é distribuído aos Departamentos de acordo com suas áreas. b) O consumo de energia elétrica é medido por Departamento. 49 c) Os salários dos supervisores são distribuídos pelo número de colaboradores de cada Departamento. d) Os seguros foram atribuídos, inicialmente, apenas à Administração Geral da Fábrica. e) Por falta de um critério melhor, o custo com depreciação e material de consumo é apropriado aos Departamentos na exata proporção do total dos demais custos (mão- de-obra e custos indiretos). Os dados coletados no período foram: Área (m2) Energia (kW) Colaboradores Adm. Geral 65 1.000 39 Almoxarifado 130 2.000 15 Fundição 455 12.500 150 Montagem 390 5.000 300 Regulagem 156 3.000 75 Embalagem 104 1.500 21 Total 1.300 25.000 600 Sabe-se, ainda, que os custos da Administração Geral da Fábrica são distribuídos aos demais Departamentos à base da área ocupada e que o Almoxarifado, em função do número de requisições de materiais, distribui seus custos: ¼ para a Fundição, ½ para a Montagem e o restante para a Embalagem. A distribuição dos custos dos Departamentos produtivos aos respectivos produtos é feita com base no tempo de fabricação de cada tipo de motor. Pede-se: 1. Elaborar o Mapa de Rateio dos Custos Indiretos de Fabricação; 2. Apurar o custo de fabricação de cada tipo de motor. 3. Calcular o lucro unitário de cada produto em $ e a respectiva margem de lucro. 50 7.4 CIA DOBRA E FECHA Os Custos Indiretos de Fabricação da Cia. Dobra e Fecha foram os seguintes durante fevereiro/ 19x7: Aluguel, $240.000; Energia Elétrica, $360.000; Materiais Indiretos, $60.000; Mão-de-obra Indireta, $211.000. Os materiais indiretos utilizados foram apropriados por meio de requisições de cada departamento: Estamparia, $12.000; Montagem, $3.500; Furação, $4.500; Almoxarifado, $7.000; Manutenção, $8.000 e Administração Geral da Fábrica, $25.000. A energia consumida foi distribuída da seguinte maneira: Estamparia, $180.000; Montagem, $100.000; Furação, $33.000; Almoxarifado, $17.000; Manutenção, $20.000 e Administração Geral da Fábrica, $10.000. O total de Mão-de-obra Indireta foi assim apropriado: $40.000 à Estamparia; $30.000 à Montagem; $50.000 à Furação; $11.000 ao Almoxarifado; $12.000 à Manutenção e $68.000 à Administração da Fábrica. O Aluguel é atribuído inicialmente apenas à Administração Geral da Fábrica. Apurar o Custo Indireto total da cada Departamento e o de cada produto, com base no seguinte: a) Os Custos de Administração Geral da Fábrica são distribuídos aos demais Departamentos á base da área ocupada; a Estamparia ocupa 35% da área total, a Montagem 15%, a Furação 30% e o restante é utilizado igualmente pelo Almoxarifado e pela Manutenção. b) A manutenção presta serviços somente aos Departamentos de Produção e o rateio é feito à base da produção total de cada um. A Estamparia, a Montagem e a Furação produziram, respectivamente, 40%, 25% e 35% do total. c) O Almoxarifado distribui seus custos: 1/2 para a Estamparia, 1/4 para a Montagem e o restante para a Furação. d) A empresa produz Dobradiças e Fechaduras. A Dobradiça (15.000 u no mês) passa apenas pela Estamparia e pela Furação e a Fechadura (4.000 u) passa por todos os Departamentos. A distribuição dos custos indiretos da Estamparia e da Furação aos respectivos produtos é feita na mesma proporção que o material direto. Os Custos diretos do mês foram: Dobradiças Fechaduras Total Matéria-prima $588.000 $392.000 $980.000 Mão-de-obra Direta $420.000 $314.000 $734.000 Total $1.008.000 $706.000 $1.714.000 Pede-se: Elaborar o Mapa de Rateio dos Custos Indiretos de Produção e apresentar Custo total e unitário para cada produto (Custos indiretos + diretos). 51 7.5 CIA. “ABC” A Cia. ABC fabrica e vende três produtos, com as seguintes características e custos unitários: A B C Material Direto $ 40/un $ 50/un $ 60/un Mão-de-obra Direta $ 20/un $ 16/un $ 12/un O volume de produção e vendas é de 12.000 unidades do produto “A”, 5.000 unidades do “B” e 6.000 do “C”, por período, e os preços de venda unitários são $ 90, $110 e $ 130
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