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ADMINISTRAÇÃO GERAL, PÚBLICA E GERENCIAL Didatismo e Conhecimento 1 ADMINISTRAÇÃO GERAL, PÚBLICA E GERENCIAL FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E EPISTEMOLÓGICOS DA ADMINISTRAÇÃO E DA GERÊNCIA. CORRENTES TEÓRICAS DA ADMINISTRAÇÃO. Desde os primórdios da Administração até a atualidade, aos estudos, técnicas e ferramentas aplicadas à gestão organizacional estão implícitos paradigmas que nortearam a evolução da huma- nidade e os rumos da ciência e da tecnologia em distintos campos do conhecimento. As escolas da Administração estão alicerçadas em teorias desenvolvidas em determinados contextos históricos e sociais da humanidade. Observa-se que cada escola da administração tem implícita uma concepção epistemológica alicerçada em uma abor- dagem filosófica da ciência que reflete um paradigma. Chiavenato (2001) classifica o desenvolvimento das aborda- gens administrativas em três eras, apontando suas principais ca- racterísticas: _ Clássica (1900-1950): primórdios da primeira revolução in- dustrial, pouca mudança, previsibilidade e certeza. _ Neoclássica (1950-1990): consolidação do desenvolvimento industrial, aumento da mudança, fim da previsibilidade e necessi- dade de inovação. _ Informação (após 1990): desenvolvimento da tecnologia da informação (TI), globalização, imprevisibilidade, aceleração da mudança, instabilidade e incerteza. Segundo Chiavenato (2000), na era clássica estão inseridas a Administração Científica, a Teoria Clássica, a Teoria das Relações Humanas e Teoria da Burocracia; Na era neoclássica a Teoria Ne- oclássica, Teoria Estruturalista, Teoria Comportamental, Teoria de Sistemas e Teoria da Contingência. Na era da informação, as novas abordagens. A Administração Científica, fundada por Frederick Winslow Taylor, foi inspirada nos fundamentos da teoria de Newton (deter- minismo, linearidade, previsibilidade e certeza). Os estudos sobre os tempos e movimentos, a racionalização do trabalho com ênfase na eficiência das tarefas, tinha como principais características os princípios da abordagem clássica da ciência: o reducionismo, o pensamento analítico e o mecanicismo. A ferramenta de tomada de decisão “método de solução de problemas” baseia-se no método cartesiano de René Descartes, fi- lósofo, matemático e físico francês, criador da Filosofia Moderna, a qual impulsionou a Matemática e a Geometria da época. A Abordagem Humanística da Administração, a qual se funda- menta na teoria das rela ções humanas, foi desenvolvida por cien- tistas sociais com base na psicologia. Dentre os principais estudos da teoria, embasadas nas conclusões da experiência de Hawthorne, destaca-se a visão do homem como um ser social. Contrapõe-se ao enfoque da teoria clássica, pois desloca o foco central na eficência das tarefas para a ênfase nas pessoas. A Teoria Neoclássica tem como característica básica o ecle- tismo (ênfase nas tarefas, pessoas e estrutura). Destaca-se a Ad- ministração por objetivos, que introduziu um novo signifi- cado às funções da administração. O planejamento é desenvolvido em três níveis organizacionais: estratégico (longo prazo), tático (médio prazo) e operacional (curto prazo); Na função controle, ressaltam- -se a elaboração de sistemas de medição de desempenho e de defi- nição de padrões de eficiência organizacional. A Abordagem Comportamental enfatiza o comportamento humano nas organizações. A ênfase é nas pessoas e no ambien- te. Destacam-se como principais contribuições: a Teoria X e Y, o modelo das necessidades humanas de Maslow e de fatores moti- vacionais de Herzberg, os estudos sobre o processo decisórios e a teoria de desenvolvimento organizacional (DO). A Teoria DO desenvolveu uma nova concepção de organização, seus temas cen- trais foram o desenvolvimento organizacional, a cultura e o geren- ciamento de equipes. A Abordagem Sistêmica à Administração, cujas característi- cas básicas são o isomorfismo e a interdisciplinariedade. De acor- do com Chiavenato (2000), nesta abordagem se desenvolveram os estudos sobre a Cibernética, Teoria Matemática, Teoria de Siste- mas e Teoria da Contingência. A Cibernética foi a ciência que impulsionou a informática e consolidou a internet. Tem consolidado a administração virtual por meio do desenvolvimento de modernos sistemas de informação e comunicação (softwares), bem como a automação dos serviços. Para Chiavenato (2000), a teoria Matemática dá suporte ao processo de tomada de decisões por meio de modernas técnicas de previsão e simulação de resultados. Os modelos matemáticos visam simular situações reais, considerando as decisões progra- madas (previsíveis) e não programadas (imprevisíveis). Dentre os modelos matemáticos existentes destacam-se os seguintes mé- todos quantitativos: teoria dos jogos, teoria das filas, teoria dos grafos, programação linear, programação dinâmica, probabilidade e análise estatística, controle estatístico da qualidade e qualidade total (TQC). A Teoria de Sistemas surgiu da tendência da ciência em inte- grar conceitos das ciências naturais às ciências sociais (isomorfis- mo e interdisciplinaridade), visando alcançar a unidade científica. O conceito de organização como sistema aberto, o qual mantém uma dinâmica inte- ração com o ambiente, fornece os primeiros insights para uma visão da organização como um sistema holís- tico, dinâmico e não linear. Chiavenato (2000) conclui que uma organização com sistemas abertos possui como principais princí- pios o comportamento probabilístico e não de- terminístico, além da visão sistêmica onde o todo é maior que a soma das partes. Este pensamento gerou novas concepções sobre modelos de organiza- ção, cultura, clima e eficácia organizacional. Na ciência da administração, os princípios da teoria de siste- mas foram muito bem vindos devido a sua ênfase no todo (orga- nização, sistema) e no equilíbrio desse. Uma releitura dos teóricos sistêmicos, além de apresentarem os sistemas administrativos e os tipos de administradores (técnico, organizacional/estrutural e institucional/ambiental, para ambos os casos), argumentam que as organizações devem ser encaradas como um sistema sociotécni- co estruturado (composto por diversos subsistemas, metas e va- lores, tecnológico, estrutural, psicossocial e administrativo) que possuem, dentre outras, as seguintes características: fronteiras definidas, capacidade de transformação (entropia negativa), home- ostase (equilíbrio/evolução), retroalimentação (interpretação das informações do ambiente), diferenciação, integração estrutural e equifinalidade das atividades. Didatismo e Conhecimento 2 ADMINISTRAÇÃO GERAL, PÚBLICA E GERENCIAL A Teoria da Contingência tem como característica básica o ecletismo. Surgiu da pesquisa sobre os vários modelos organiza- cionais. Como resultado desenvolveu uma concepção de organiza- ção pluralista, onde as decisões são baseadas em dois elementos básicos: ambiente e tecnologia. Salienta-se os importantes concei- tos sobre organizações como sistemas mecânicos e orgânicos, de- senho organizacional, estratégia e estrutura, ambiente e tecnologia, motivação, clima, equipe e os estudos sobre as redes dinâmicas, as quais inspiraram a criação dos modernos conglomerados, clusters e demais formas de interações entre empresas. Chiavenato (2000), as novas abordagens constituem-se como soluções emergentes no intuito de reduzir o diferencial entre as práticas administrativas e as exigências de um ambiente turbulento e instável. Dentre as modernas técnicas de gestão da era da in- formação destacam- se: a melhoria contínua (baseada no kaizen japonês), a qualidade total, a reengenharia, o benchmarking, e as equipes de alto desempenho. A teoria administrativa está sendo profundamente influencia- da pelo progresso científico. Destaca a Teoria do Caos e a Teoria da Complexidade neste contexto. Ressalta também que na era da informação, de onde emergiu a sociedade e a economia do co- nhecimento, a evolução científica fez com que as organizaçõesfocalizassem a gestão do conhecimento, do capital intelectual e da aprendizagem organizacional como alicerces do seu mais im- portante patrimônio: os ativos intangíveis. A Administração na perspectiva contemporânea mudou o foco de uma cultura organizacional de resolução de problemas (apagar incêndios), para incentivo à criatividade e inovação. Ou seja, as nossas empresas estão dominadas por uma cultura de solução de problemas. As raízes disso estão no sistema educa- cional. É muito mais fácil ensinar as crianças a resolver problemas e a dar respostas do que ensiná-las a criar. Aí elas crescem pen- sando que a vida significa resolver problemas e achar as respostas certas. A sociedade pós-informação, cuja época é marcada pelas in- certezas e tem como premissa o paradoxo. “O segredo para lidar com o paradoxo é não adotar apenas um dos enfoques, mas todos. Ao escolher uma direção, é preciso pensar simultaneamente em oportunidades de direções opostas”. Em contraponto outros estiodosos apontan que já ultrapassa- mos a era da informação e do conhecimento para a era caórdica (caos + ordem). A criação de uma organização caórdica começa com uma intensa busca pelo propósito, passa então aos princípios, às pessoas e ao conceito e só então à estrutura e à prática. Os princípios da lógica mecanicista predominante na cultu- ra ocidental estão presentes em várias áreas do conhecimento. Na gestão organizacional consolidou-se na revolução industrial com o surgimento da Administração Científica de Taylor, na qual se ins- piraram Ford e outros seguidores, cujas bases de estudo sofreram influência do método cartesiano de René Descartes. A ênfase excessiva na produtividade e na eficiência no desem- penho das tarefas gerou uma nova corrente de estudo denominada escola de relações humanas. E assim, sucessivamente, o progresso científico e tecnológico gera continuamente novos desafios e opor- tuniza espaço para novas abordagens administrativas. Constata-se que a evolução progressiva de novas teorias, no campo da administração, tem estimulado a geração de novos méto- dos, técnicas e ferramentas. A administração, num enfoque multi- disciplinar, desenvolve uma pesquisa interativa: básica e aplicada. Ao mesmo tempo em que importa abordagens teóricas de várias ciências, busca a sua aplicação sob a forma de novas tecnologias, ferramentas e técnicas, que promovam a melhoria na gestão das organizações, desenvolvimento de sistemas, processos e produtos em várias áreas do conhecimento: ciências tecnológicas, sociais e humanas, educação, saúde, artes, etc. Os problemas da humanidade são sistêmicos, o que significa que estão intimamente interligados e são interdependentes. Não podem ser encontrados no âmbito da metodologia fragmentada, que é característica de nossas disciplinas acadêmicas e de nossos organismos governamentais. Tal abordagem não resolverá nenhu- ma de nossas dificuldades, limitar-se-á a transferi-las de um lugar para outro, na complexa rede de relações sociais e ecológicas. Na arena dos negócios a crescente incerteza, a turbulência econômica e política e a crescente interdependência de mercados e empresas globais levaram a chamados por mudanças radicais. Existe, no mundo como um todo uma crescente consciência de que as tendências atuais do consumo insustentável de recursos, po- luição, desintegração social e falta de governabilidade constituem ameaças sem precedentes ao nosso futuro. O sistema organizacional tornou-se mais complexo exigindo uma abordagem mais flexível e não linear aos fatos. O enfoque mecanicista está sendo substituído gradativamente por uma per- cepção sistêmica. Kelly e Alisson (1998, tradução nossa), ao aplicarem os fun- damentos da teoria da com- plexidade, na gestão do Citibank, relatam que para muitas organizações grandes e modernas, passa despercebido que estão operando sob um modelo de gerenciamen- to de operação lenta, que sucumbe a uma burocracia de difícil con- trole. Muitas organizações buscando evitar ou tentando resolver este dilema, programam novos programas de administração, um após o outro, sem que nenhum traga resultado. O Citibank não era nenhuma exceção. Os referidos autores expõem que, antes de 1990, a estraté- gia do Citibank tinha como foco central a satisfação dos clien- tes e a busca da vantagem competitiva no mercado. Em meados do mesmo ano começaram a aplicar os fundamentos da teoria da complexidade para as áreas de desenvolvimento organizacional e mudança comportamental. O caso do Citibank corrobora a ideia de que a gestão estratégi- ca com base na priorização exclusiva dos padrões de eficiência, na conformidade, está predestinada ao insucesso. Além disso, ratifica a visão de que a preocupação excessiva com o alcance das metas e resultados pode gerar um alto grau de tensão no sistema, tolhendo o espaço para a inovação e criatividade. Chiavenato (2000) descreve as habilidades que o Administra- dor deve possuir: _ Habilidade técnica: consiste em utilizar conhecimentos, mé- todos, técnicas e equipamentos necessários para a realização de tarefas específicas por meio da experiência profissional. _ Habilidade humana: consiste na capacidade e discernimento para trabalhar com pessoas, comunicar, compreender suas atitudes e motivações e desenvolver uma liderança eficaz. - Habilidade conceitual: consiste na capacidade para lidar com idéias e conceitos abstratos. Essa habilidade permite que a pessoa faça abstrações e desen- volva filosofias e princípios gerais de ação. Didatismo e Conhecimento 3 ADMINISTRAÇÃO GERAL, PÚBLICA E GERENCIAL Segundo o autor supracitado a combinação dessas habilidades varia à medida que a pessoa sobe na escala hierárquica, de posi- ções de supervisão a posições de alta direção. Na medida em que se sobe para os níveis mais elevados da organização, diminui a ne- cessidade de habilidades técnicas, enquanto aumenta a necessida- de de habilidade conceitual. Nos níveis hierárquicos inferiores, os chefes e supervisores precisam apenas de habilidade técnica para lidar com as tarefas. Nos níveis mais altos, os executivos precisam gradativamente de habilidades conceituais para decidir sobre os destinos de sua organização. Observa-se nesta classificação o paradigma clássico da Ad- ministração ainda hegemônico na teoria organizacional. Sob um prisma contemporâneo, não há uma separação entre o que planeja e executa. O funcionário do chão de fábrica também deve ser es- timulado a desenvolver a habilidade conceitual. Não deve existir uma separação entre o que pensa e o que executa. Para que o pen- samento estratégico organizacional seja consolidado no sistema, as três habilidades devem ser desenvolvidas em todos os níveis hierárquicos da organização. Analisando as teorias, técnicas, ferramentas inseridas nas es- colas da administração, desde a Administração Científica de Taylor (era clássica) até as novas abordagens da era da informação, pós- -informação ou caórdica, ainda é hegemônico um modelo de ges- tão com base na abordagem mecanicista, na eficiência das tarefas, com foco no alcance dos objetivos financeiros, metas e resultados. Ao se observar as questões levantadas sobre a relação da filo- sofia com a ciência, constata-se que as ciências aplicadas, carecem de uma disciplina intelectual, principalmente relacionada às ques- tões filosóficas. No campo da Administração, não desconsiderando os méritos da abordagem clássica, que muitos avanços trouxeram a esta ci- ência social aplicada, por meio de teorias, métodos e ferramentas qualitativas e quantitativas, questiona-se se a concepção filosófica implícita nesta é adequada às organizações atuais. Mesmo considerando que a filosofia aplicada à administração integra os currículos dos cursos de graduação, verifica-se que o pa- radigma clássico ainda é preponderante. A seção seguinte deste ar- tigo propõe uma modelagem de uma concepção epistemológica da Administração, sob a ótica de um paradigma alternativo:a aborda- gem quântica sob os fundamentos das ciências da complexidade. Procedendo-se a uma análise crítica das concepções filosó- ficas da ciência implícitas nas teorias desenvolvidas em três eras que marcaram o desenvolvimento científico, econômico, social, artístico e cultural da sociedade: era clássica, era neoclássica e era da informação. Destacaram-se também as novas abordagens à Ad- ministração numa era caracterizada por alguns estudiosos como pós-informação ou caórdica. A abordagem quântica da ciência surgiu quando os físicos constataram que as partículas atômicas se manifestam sob a forma de matéria e energia, de maneira não linear e descontínua. Esta constatação inspirou uma idéia metafórica de que o invisível afeta o visível, a qual se estendeu a várias áreas do conhecimento. - Abordagem clássica: tem como principais características o reducionismo, o pensamento analítico. A explicação do todo é re- sultante da análise das partes e o mecanicismo estabelece relações de causa e efeito determinísticas entre as partes. Principais estu- dos: Teoria de Newton, Teoria da Relatividade, Método Cartesia- no, entre outras; - Abordagem Sistêmica: tem como principais características a visão de totalidade. Todo sistema faz parte de um sistema maior, de síntese os subsistemas são explicados em termos do papel que desempenham no sistema maior e de probabilidade. A relação sis- têmica entre as variáveis não permite determinar causas e efeitos, somente prever hipóteses probabilísticas. Principais estudos: Teoria Geral de Sistemas, Cibernética, Es- tatística Probabilística, etc. - Abordagem Quântica: Possui características comuns à abor- dagem sistêmica, tais como o enfoque sistêmico e a relação de causalidade probabilística entre as variáveis do sistema. Apresenta como diferenciais a observação enquanto ato de percepção, na re- lação observadora e objeto observado, a dualidade, complementa- ridade dos fenômenos. Incorporando-se os conceitos de dualidade e complementari- dade da Física Quântica à concepção da Administração, concebe-se uma modelagem sob um enfoque dual e complementar de análise e síntese das organizações. Como subsistema de análise, considera a inteligência racional das organizações, com o desenvolvimento de metodologias, métodos e técnicas que visam à eficiência, a me- lhoria contínua de processos e conceitos já consolidados. Como subsistema de síntese, aborda a inteligência emocional, cogniti- va e motivacional das organizações. Estuda modelos que visam à eficácia e a efetividade dos resultados. Incorpora a observação como ato de refletir, observar o sistema. Prioriza a reflexão sobre os padrões de comportamento do sistema. Sob este prisma, os currículos dos cursos de graduação são fundamentados nos princípios da gestão por competência (conhe- cimento, habilidade, atitude) numa ótica quântica. O profissional é motivado a desenvolver sua inovação e criatividade em um sis- tema onde são minis trados alguns conceitos básicos da ciência administrativa, deixando-se um espaço para que a emergência do sistema crie novas visões e interpretações do conhecimento pre- viamente estabelecido. A teoria da complexidade incorpora à Administração os prin- cípios de um sistema adaptativo complexo, o qual se constitui de aprendizado, auto organização e adaptação, num equilíbrio dinâ- mico entre a análise (inteligência racional) e a síntese (inteligência, emocional, cognitiva e motivacional), a qual introduz os conceitos de emergência e interação. A teoria do caos nos informa que pequenas alterações no am- biente interno e externo às organizações podem geram novas abor- dagens em mundo globalizado, onde a informação tem um ciclo de vida muito pequeno. Neste contexto o profissional deve estar preparado para auto gerenciar sua carreira, buscando estarem sempre atento às novas teorias, ferramentas e técnicas inovadoras que dão suporte às ciên- cias administrativas. A dualidade e complementaridade dos conceitos da aborda- gem quântica aplicados à Administração permitem verificar que se pode dicotomicamente abordá-la sob vertentes paralelas e con- traditórias e dialeticamente encontrar a unidade entre as mesmas, num processo dialógico. A competição global gera resultados imprevisíveis, contradi- tórios, tornando-se difícil fazer previsões em longo prazo. O mo- delo de organização passou de um movimento diacrônico para sin- crônico, buscando harmonia num mercado cheio de contradições e turbulências. Didatismo e Conhecimento 4 ADMINISTRAÇÃO GERAL, PÚBLICA E GERENCIAL A concepção dual e complementar à gestão estratégica organi- zacional busca a eficiência nas contradições sistêmicas que ocor- rem, por exemplo, entre as operações e a produção. Observa-se a preocupação com o desenvolvimento de estratégias que estimulem a criatividade e a iniciativa dos funcionários, com capacidade de resolver as questões do trabalho com auto nomia, participação nos lucros e flexibilidade para negociar inclusive no chão de fábrica. Os líderes atuam como facilitadores dos processos administra- tivos. Têm a função de estimular o espírito de equipe, o equilíbrio entre a cooperação e a competição, o comprometimento dos indi- víduos com o pensamento estratégico organizacional, por meio do alinhamento da sua visão e missão com os desejos e necessidades dos colaboradores que integram os processos críticos da sua cadeia de valores. A partir do caos, gerado pelos paradoxos e conflitos entre a manutenção do paradigma atual e a introdução de um novo, ocorre uma evolução dialética através da pressão para a síntese e auto- -organização. O estudo de sistemas complexos, auto-organizados e adaptá- veis pode surgir uma nova ciência, que eles chamam de complexi- dade. Eles conjeturam que há na natureza da conectividade com- plexa alguma coisa que permite que surja ordem espontânea e que quando isso acontece surgem características que não podem ser explicadas pelo conhecimento das partes. E essa ordem parece não obedecer a leis lineares de causa e efeito e que todos os sistemas complexos, adaptáveis existem a beira do caos, com um grau de auto-organização que dá apenas para criar os padrões cognitivos que chamamos de ordem. A ciência normal mostra como efeitos complexos podem ser entendidos por regras simples; a teoria do caos demonstra que re- gras simples podem ter consequências complicadas e imprevisí- veis. A teoria da complexidade descreve como causas complexas podem produzir efeitos simples. Observa-se que os princípios básicos da abordagem quânti- ca da ciência fornecem as bases que fundamentam as ciências da complexidade apontadas neste estudo: física quântica, teoria do caos e teoria da complexidade. Há muitas interações entre os ele- mentos que as constituem isso propicia múltiplas interpretações nas suas interconexões sistêmicas. Deduz-se, portanto, que outros observadores podem visualizar as interfaces sob outras perspecti- vas, de acordo com os seus padrões arquétipos inconscientes. A Administração sob o paradigma quântico é concebida como uma ciência que provê a análise e a síntese do conhecimento. Um sistema composto de dois subsistemas duais e complementares. Sob este prisma o sistema é imprevisível em não linear, e a evolu- ção acontece num equilíbrio dinâmico, entre a e (ordem x desor- dem ou previsível e emergente). As inovações e revoluções na concepção da Administração acontecem à beira do paradoxo (Teoria do Caos), entre a ordem estabelecida (conhecimento racional - administração ordinária) e a desordem (conhecimento emergente - administração extraordi- nária). O processo de inovação e revolução do conhecimento na Administração acontece num processo contínuo de aprendizado, auto-organização e adaptação (SCA - Teoria da Complexidade). Observa-se a necessidade de adequar os modelos organizacio- nais, técnicas e ferramentas para a administração de estratégias, marketing, recursos humanos, processo decisório, logística eca- deia de suprimentos a um ambiente turbulento, marcado pelo dina- mismo e imprevisibilidade das mudanças. As contribuições da teoria da complexidade ao processo de planejamento estratégico em universidades, argumentam que o olhar da complexidade e dos sistemas adaptativos complexos é uma nova forma do planejamento das organizações, que não é muito reconfortante, mas é mais dinâmico e mais útil em épocas turbulentas. É um planejamento que tem a ver com a criação das condições em que as organizações podem se estruturar para ino- var. Sob este prisma, as organizações universitárias trazem con- sigo uma agenda aberta das questões estratégicas compostas por múltiplos desafios, aspirações amplas e assuntos ambíguos. Uma agenda assim implica que a universidade não aposta seu futuro em uma única direção. Torna-se imprescindível as organizações aprender a lidar com a diversidade, mudanças e instabilidade. Neste contexto, desta- cam-se como temas centrais a responsabilidade social, a flexibili- dade às mudanças e a cultura de cooperação. Analisando-se a evolução da ciência, fazem-se as seguintes constatações: - A ciência procura superar o conhecimento empírico, tentan- do conhecer as causas e leis que regem os fenômenos; - É entendida como uma busca constante de explicações e soluções, de revisão e reavalia ção dos seus resultados, não é infa- lível, é dinâmica e renova-se continuamente. - Adota o método científico e a sistematização; - Os homens de cada período histórico assimilam os resulta- dos científicos das gerações anteriores, desenvolvendo e amplian- do alguns aspectos. A abordagem clássica da ciência a qual tem como caracterís- ticas principais a sua natureza fixa e estável, critérios de conhe- cimento de certeza inabalável são questionadas principalmente dentro da postura dialética da ciência. Destaca-se também neste contexto o papel essencial dos teóricos sociais, como elementos fundamentais do processo de geração e disseminação do saber comprometido com as necessidades da sociedade. Mas constata-se que o mais importante de tudo é encontrar um caminho onde a ciência possa resolver problemas graves como a miséria, fome, discriminação racial, diferenças sociais, devastação da natureza, resíduos, superaquecimento da terra. Enfim, qual é a postura ideológica da ciência frente a uma gama de problemas que continuam sem solução, os quais se agra- varam com o desenvolvimento advindo da revolução industrial? Muito mais que o desenvolvimento de técnicas e metodologias inovadoras, faz-se necessário antes de tudo uma reflexão sobre a forma como a ciência vai tratar desses assuntos cruciais para o bem-estar da humanidade. A filosofia da ciência tem o intuito de incentivar a reflexão so- bre que tipo de ciência e tecnologia estamos produzindo, para que e para quem. Também nos permite alinhar os métodos, técnicas e metodologias com as abordagens e teorias a serem tomadas como base de estudo. Nesta perspectiva, questiona-se até que ponto o conhecimento científico sob o enfoque positivista e mecanicista, ainda prepon- derante no sistema social vigente, pode contribuir para o bem- -comum. Como amenizar as turbulências de mundo globalizado caracterizado pelas rápidas transformações advindas da agilidade da informação e abertura dos mercados? Neste cenário, observa-se uma crise do sistema capitalista, o qual mantém a hegemonia dos países desenvolvidos. No entanto, este modelo de desenvolvimento econômico copiado por alguns países do terceiro mundo e países em estágio de desenvolvimento está sendo questionado sobre a sua eficácia em longo prazo. Didatismo e Conhecimento 5 ADMINISTRAÇÃO GERAL, PÚBLICA E GERENCIAL Este fato leva ao seguinte questionamento: que modelo de de- senvolvimento proporcionará uma distribuição mais equitativa de renda, saúde educação e alimentação para todos os povos? Como se pode romper com o circulo vicioso em que várias vidas sejam sacrificadas para que os países dependentes do financiamento dos países ricos saldem suas dívidas? Como desenvolver um modelo econômico autossustentável nestes países? Estas reflexões estão inter-relacionadas com as questões liga- das com a filosofia da ciência, a qual tem repercussões históricas. Constata-se que a fragmentação da ciência, caracterizada pela di- visão de áreas do conhecimento, da qual resultou a super especiali- zação e uma visão microscópica da realidade, levou-nos à busca de verdades provisórias, soluções imediatistas e uma competitividade excessiva. Tal conjuntura acarretou danos, no entendimento de muitos estudiosos talvez irreversíveis, ao meio ambiente e à nossa saúde física, emocional e espiritual. A abordagem quântica da ciência e os métodos e teorias que a integram: teoria do caos, teoria da complexidade, física quântica, entre outras, dentro de um enfoque dialético, parecem contribuir para lidar com as contradições sistêmicas da sociedade globalizada de forma a alcançar a unidade. A concepção da Administração sob um prisma quântico deve inserir ao estudo das orga- nizações os temas estratégicos cruciais que afetam a humanidade. O profissional deve ser pre- parado para refletir sobre as questões ecológicas, econômicas e sociais do mun- do globalizado que afetam as nações, as organizações e a sobrevi- vência em longo prazo da espécie humana. *Fonte: CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da ad- ministração. Edição compacta. 2a edição revista e atualizada. Rio de Janeiro: Campus, 2000. FUNÇÕES DA EMPRESA E FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR. LIDERANÇA. MOTIVAÇÃO. CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL. Em relação ao tipo de organização, há dois tipos divergentes: mecânico e orgânico. No primeiro, a estrutura hierarquizada da empresa é muito valorizada, com atividades especializadas e deter- minadas pela posição funcional do funcionário perante à empresa; decisões são centralizadas; sistema rígidos de controle, entre ou- tros. Já no modelo orgânico ocorre descentralização da decisão, comunicação lateral mais frequente que a vertical, além de serem organizações menos enrijecidas e mais mutáveis que as organiza- ções mecânicas. É importante ressaltar que entre as estruturas mecânicas ou orgânicas, existem modelos intermediários ou mistos, os quais en- globam características de ambos os padrões. Dentre as quais pode- mos citar as ferramentas do RH. 1- Tipo de Organização; 2- Quadro interno de colaborado- res; 3- Clima Organizacional; 4- Processos de contratação; 5- Competências e Estratégias; 6- Descrição de Cargos; 7- Organo- grama; 8- Análises Motivacionais; 9 – Responsabilidade Social. No ambiente de trabalho quando cada administrador desem- penha as quatro funções administrativas (planejar, organizar, diri- gir e controlar). A ARH realiza a ligação de cooperação entre su- bordinados e seu superior através de políticas e práticas que podem ser resumidas em seis processos básicos, dinâmicos e interativos. A a nova tendência nas organizações de administração de re- cursos humanos ou gestão de pessoas é obter por meio de consul- torias interna em conjunto e apoiando o gerente de linha à deten- ção de recursos humanos especializado, de alto nível e com conhe- cimento específicos do setor, assim como um domínio satisfatório do contexto da organização como um todo. O sentido de linha e staff (assessoria), onde os órgãos de linha atuam em atividades de execução e comando como responsáveis diretos pelas atividades- fins de negocio. Enquanto as assessorias ou staffs influenciam e aconselham as unidades de linha, ou seja, inferindo na atividade-meio da empresa. Os objetivos da gestão de pessoas ou ARH passaram a ser estratégicos e os seus processos são: agregar, aplicar, recompensar, manter, desenvolver e monitorar pessoas. Contudo, a ARH é uma responsabilidade de linha e uma função de staff, o que requer com- partilhamento entre os especialistas de RH e os gerentes de linha. Diante da necessidade de contabilizar, registrar e gerenciaras entradas e saídas de empregados na organização, assim como quantificar sua produtividade, ausências, faltas e atrasos com des- contos nas folhas de pagamentos ou descontos. Surgindo a admi- nistração de recursos humanos, que difere da área de recursos hu- manos. Dentre as quais destacam se as cinco fases de evolução de perfil, como a fase contábil, a fase legal, a fase tecnicista, a fase administrativa (ou sindicalista), a fase estratégica, e o surgimento do cargo de gerente de recursos humanos, tentando assim humani- zar o cargo. Assim, surgindo a todo o momento, novos paradigmas para os usos do conhecimento aplicados de forma rentável para os negócios, uma vez que o mesmo se torna mutável. A gestão de recursos humanos passou a desempenhar um pa- pel fundamental nas organizações, tornando se responsável pelas políticas de RH, pela elaboração das estratégias correlacionadas com os objetivos organizacionais, assim como as demais áreas. As organizações passaram a perceber a importância do trabalho integrado entre os recursos humanos e as demais áreas da empre- sa, e a necessidade de enriquecimento das atividades tradicionais, estabelecendo e desenvolvendo políticas de estratégias centradas na qualidade, como recrutamento e seleção, treinamento e desen- volvimento, qualidade de vida, cargos e salários, avaliação de de- sempenho e processo de comunicação. Portanto as mudanças que ocorreram nos últimos anos na ad- ministração de recursos humanos em diversas organizações são alterações de terminologia que refletem também no resultado posi- tivo na evolução do departamento de pessoal para a administração de pessoas, quanto à forma de gerir pessoas, verificando alterações profundas na administração de recursos humanos ou gestão de pessoas, podendo de ser incorporada na estratégia organizacional através da implementação de políticas por subsetores dentro da área recursos humanos a administrativa inferida no texto. Processos de Contratação Uma organização não conseguiria sobreviver somente com os seus recursos materiais, como máquinas, equipamentos e ins- talações. Pois somente o capital (recurso) humano ou intelectual Didatismo e Conhecimento 6 ADMINISTRAÇÃO GERAL, PÚBLICA E GERENCIAL pode garantir o sucesso da mesma. Através de seu trabalho, de suas ideias, de sua inteligência e de seu entusiasmo estimulado no meio organizacional e social. Os indivíduos e as organizações estão engajados em um con- tínuo e interativo processo de atrair uns aos outros. Da mesma forma como os indivíduos atraem e selecionam as organizações, informando-se e formando opiniões a respeito deles para decidir sobre o interesse de admiti-los ou não. O conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair can- didatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. É inicialmente um sistema de informação, através do qual a organização divulga e oferece ao mercado de re- cursos humanos as oportunidades de emprego que pretende preen- cher, e a função do recrutamento é a de suprir a seleção de pessoal de grau de relevância básico e primordial para o seu funcionamen- to adequado. Um gerente deve ter em mente de forma muito clara que em- pregados e empresa têm interesses obviamente desiguais, diver- gentes e até antagônicos. Isso é natural. Enquanto o interesse pes- soal do empregado é prioritariamente receber da mesma empresa o máximo possível de contrapartida pelo seu trabalho, em termos de remuneração e segurança (salário, benefícios, estabilidade etc.), a empresa preocupa-se muito mais em fazer cumprir os seus ob- jetivos de produtividade, qualidade e lucratividade acima de tudo. O processo de captação externa deve ser iniciado a partir da identificação da necessidade de uma competência à empresa, a qual deve ser analisada já que a mesma pode estar disponível den- tro do público interno. Definido o perfil e as competências que serão requisitadas, cabe à empresa divulgar o processo seletivo de recrutamento no local, o qual aquele candidato possa ser encontrado mais facilmen- te, reduzindo os custos. É válido ressaltar que encontrar um candidato talentoso que preencha os requisitos da empresa exigirá técnica e conhecimentos de marketing. Ademais, não há um método perfeito para contratar pessoas, mas há um modo que adapte as melhores condições para selecionar aqueles requisitos necessários. Portanto podemos concluir que dentre todas as ferramentas utilizadas para critérios de agregar pessoas, tais como os testes, entrevista, comportamento e análise de conhecimento de cada par- ticipante é de inteira responsabilidade da empresa em visar resul- tado satisfatório com valores tangíveis. Descrição de Cargos Alguns conjuntos de tarefas formam as funções que suces- sivamente acumulativas tornam se cargos. Ou seja, a análise de função fornece o conjunto de informações que compõem a base de todo o sistema a ser implantado, podendo a partir do estudo ini- cial das atividades exercidas pelo empregado a clara definição de suas atribuições e das principais exigências de ordem mental, de responsabilidades, de conhecimentos e demais requisitos exigidos pelo cargo. Sendo capaz de responder aos possíveis questionamen- tos do sistema avaliativo em questão. O desenho de cargos (job design) envolve a especificação do conteúdo de cada cargo, dos métodos de trabalho e das relações com os demais cargos. Sendo a específica do conteúdo, dos mé- todos de trabalho e das relações com os demais cargos, no sentido de satisfazer os requisitos tecnológicos, organizacionais e sociais, bem como os requisitos pessoais que os administradores projetam em cargos individuais e os combinam em unidades, departamentos e organizações. A descrição do cargo relaciona de maneira breve as tarefas, deveres e as responsabilidades do cargo. Ela é a narrativa e expo- sitiva e se preocupa com os aspectos intrínsecos do cargo, isto é, com o seu conteúdo. Feita a descrição, vem à análise de cargos. Essa aborda os aspectos extrínsecos do cargo, isto é, quais os re- quisitos que o ocupante deve possuir para desempenhar o cargo. Portanto dentro do contexto o mais antigo modelo de desenho de cargos é o clássico ou tradicional, defendido pela Administra- ção Científica e pelos defensores da burocracia. Com caracterís- ticas de modelo fechado e correspondendo a teoria da máquina. Seguidos dos humanísticos e dos contingenciais, que de forma crescente evolui da preocupação com os aspectos do contexto do cargo para as laterais ou horizontais dimensões, assim permitindo seu enriquecimento. Teorias Motivacionais em Recursos Humanos A partir do século XX, a motivação humana tornou se foco de pesquisas e estudos científicos. Surgi o primeiro grande estudo dos cientistas do comportamento, denominado Estudo Hawthorne, que tinha como objetivo comprovar a existência da relação entre as condições de trabalho e a incidência de fadiga ou monotonia entre os empregados. Porém, foi possível identificar através do es- tudo que a “atenção” dada ao trabalhador conseguia refletir na sua produtividade. Assim, posteriormente a tais constatações deram se inicio aos estudos sobre processo motivacional, em 1950. Muitas são as teorias inferidas as seguir, como a de Mas- low, McGregor, Herzberg, Skinner, Vromm e Rotter. Abraham H. Maslow é o responsável pela teoria da hierarquização das neces- sidades humanas. McGregor complementa que tais necessidades encontram satisfação no próprio trabalho, assim como Herzberg que também apontava fatores motivacionais e higiênicos. Poste- riormente o cientista Skinner defendia o conceito de reforço no comportamento. B. F. Skinner apontava o trabalhador que obtia sucesso ten- dia dentro do comportamento recompensador a repetir o mesmo comportamento em busca de um novo sucesso. Assim como repri- mir comportamentos inapropriados. Nessa ordem de pensamento a última teoria é baseada pelos cientistas por modelos empíricos de expectativa e de teoria do aprendizadosocial, ou seja, a linha central de trabalho de trabalho de Vromm e Rotter permeia a re- flexão de que o comportamento humano é sempre orientado para resultados: as pessoas fazem coisas esperando sempre outras em troca. Segundo o modelo desses autores, há duas variáveis que de- terminam a ação (leia- se motivação das pessoas) das pessoas: o valor da recompensa e o que se espera como recompensa. Assim, para conhecer a importância do sentido de motivações baseadas nas teorias motivacionais é necessário saber quais são as causas que o indivíduo é influenciado, quais as condições que determinam a motivação. Resultados relativos à gestão de pessoas A operacionalização da lógica da racionalidade social ocorre através do exercício da responsabilidade social, podendo ser con- siderada dinâmica e de intensa observação. Didatismo e Conhecimento 7 ADMINISTRAÇÃO GERAL, PÚBLICA E GERENCIAL Segundo o Instituto Ethos, a responsabilidade social corpo- rativa é “forma de gestão que se define pela relação ética e trans- parente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona.” Existem duas linhas quanto à mudança social: a externa, a qual requer novos comportamentos com público-alvo exterior e a interna, que se relaciona com o público interno da organização. Podemos classificar os argumentos a favor da responsabi- lidade social corporativa em uma linha ética e instrumental. Os argumentos éticos consideram dever das empresas praticar ações sócias, por considerar dever de a mesma possuir uma atitude mo- ralmente correta. Porém a linha instrumental defende a responsa- bilidade social corporativa como vantagem competitiva às orga- nizações. O desenvolvimento de questões externas e internas da em- presa em conjunto faz parte do desenvolvimento gerencial e dos talentos da empresa. Portanto os resultados inferem e correlacionam entre si, pois diante da atual inovação contemporânea as exigências externas de um padrão socialmente correto transformam se em fator decisivo no âmbito competitivo. Cultura Organizacional A cultura organizacional compreende aos hábitos e crenças da empresa, os quais são determinados por normas, atitudes, valores e expectativas divididos a todos os membros da organização. A cultura organizacional atua em três níveis: no primeiro, são os sintomas visíveis, ou seja, os comportamentos dos membros, as vestimentas dos empregados, o layout do escritório, nos processos de trabalho, entre outros. No segundo nível, há a presença dos valores conscientes como lealdade, respeito à hierarquia e capacidade de inovação. Já no úl- timo nível, são os princípios ou paradigmas, os quais são incons- cientes como questões relacionadas à natureza humana, da ética, do lazer e relacionamento com o ambiente. É importante ressaltar que a cultura organizacional de uma empresa inicia-se com seus fundadores, os quais tendem a contra- tar pessoas com a mesma linha de pensamento. Além dos fundado- res, os líderes também têm maior possibilidade de reforçar ou criar as principais características de uma cultura organizacional. A gestão da cultura de uma empresa é feita pela área de re- cursos humanos, o qual a faz por ações como: a prática de recruta- mento é feita baseado nos valores organizacionais; os programas de treinamento promovem destaque para a história da empresa; sistemas de recompensa valorizam o comprometimento com os valores da organização; mapeamento do sistema de comunicações seja formal ou informal, entre outros. Dessa forma, a cultura organizacional de uma empresa não é es- tática e atemporal, entretanto, suas mudanças requerem tempo e ações especificas a fim de alterar os valores e crenças da organização. Clima Organizacional O clima de uma empresa está relacionado com a identificação, motivação e lealdade dos seus trabalhadores com a organização. Além disso, está ligado com a cultura organizacional, uma vez que o funcionário pode ou não estar em acordo com os valores, crenças e hábitos da empresa. No caso do clima organizacional ser positivo e agradável, os funcionários tendem a ter maior proatividade, confiança nos seus superiores, compartilhar o conhecimento e inovar. Porém, se o am- biente possuir um clima ruim, há a maior probabilidade de aumen- tar a rotatividade dos trabalhadores bem como a acomodação em fazer o mínimo para manter seu emprego. Um bom clima organizacional provê honestidade e integrida- de por parte de todos da empresa; o funcionário possui voz ativa nas discussões; a comunicação é aberta em todos os sentidos e há um real interesse em resolver os problemas da organização. Competências As competências organizacionais são um conjunto de ações, processos organizacionais e habilidades que servem a fim de aten- der as necessidades dos clientes, sendo características singulares que geram valor e garantem vantagem competitiva sustentável. É importante ressaltar que a competência organizacional é algo mais amplo que a somatória das competências individuais dos colaboradores, uma vez que essas juntas promovem sinergia e potencialização das habilidades e recursos. Existe diferenciação sobre competências individuais nos estu- dos sobre o tema: a abordagem norte-americana adota competên- cia como input do individuo, ou seja, características como habili- dades, atitudes e conhecimentos; já a abordagem francesa, adota competência como output que analisa a atitude individual e seu comportamento mediante uma determinada situação e resultado obtido. A abordagem brasileira procura unir as abordagens concluin- do que competências individuais são conhecimentos, habilidades e atitudes conferidos a organização e que agregam valor econômico para a empresa e valor social para a pessoa. Plano de Carreira e Remuneração Ao planejar sua carreira o funcionário precisa de informações importantes da empresa, no qual precisa saber as possibilidades existentes na empresa para fazer carreira e identificar como a ge- rência vê o seu desempenho. Um programa de desenvolvimento de carreira deve ser carac- terizado como um programa dinâmico que associa as necessidades da empresa com as dos funcionários. Neste contexto o papel do funcionário é identificar seus co- nhecimentos, habilidades, capacidades, interesses e valores, bus- cando informações de carreira existentes na organização a fim de estabelecer metas e desenvolver planos de carreira. Fica a cargo da empresa fornecer informações sobre sua mis- são, visão, políticas e planos, fornecendo também suporte para auto avaliação e treinamento para o desenvolvimento do funcionário. Para o gerenciamento de carreira as necessidades da empresa e dos funcionários são essenciais e identifica as características de cada agente. A empresa possui necessidades estratégicas como: competências atuais, competências futuras, mudanças de merca- dos, fusões, aquisições, joint – ventures, inovação, downsizing e reestruturação, há as necessidades operacionais: rotatividade de funcionários, absenteísmo, banco de talentos, terceirização e pro- dutividade. Em contrapartida o funcionário também tem suas ne- cessidades e visa através do desenvolvimento de carreira supri-las. As necessidades pessoais são: idade/ estabelecimento no emprego, Didatismo e Conhecimento 8 ADMINISTRAÇÃO GERAL, PÚBLICA E GERENCIAL preocupação com a família, emprego do cônjuge, mobilidade e interesses externos, já as necessidades profissionais são: fase da carreira, educação e treinamento, aspirações a promoção, desem- penho e atual trajetória de carreira. O planejamento da carreira pode ser dividido em 5 passos: - 1° Avaliação pessoal: levando em consideração os pontos fortes de fracos; as aptidões, habilidades e valores; preferências de trabalho e carreira. - 2° Análise de oportunidades: condições econômicas, merca- do de trabalho e escolhas ocupacionais. - 3° Seleção de objetivos de carreira: longo prazo, médio pra- zo e curto prazo. - 4° Seleção e implementação de planos: A busca de emprego,ingresso inicial na carreira e desenvolvimento pessoal contínuo. - 5° Avaliação dos resultados e revisão do plano se necessá- rio: Monitorar progresso, solicitar feedback e comparar resultados e objetivos. A remuneração tradicional tem o foco no cargo e não na pes- soa, ela direciona as tarefas desempenhadas e o preço que cada uma delas vai ter. Ela inibe a criatividade e a competência, aumen- ta a burocracia, a centralização e força os funcionários a se adap- tarem a uma função pré- definida pela empresa, se especializando. A empresa deve levar em consideração que as estratégias de remuneração devem ser coerentes e apoiar os valores e crenças da organização, os objetivos e negócios, interligando o desempenho organizacional estando atualizado com as realidades de trabalho. As pessoas devem ser recompensadas não somente pelo cargo que ocupam, mas pelo papel que desempenham, pelos seus talen- tos, habilidades e pela capacidade de se ajustarem às mudanças rapidamente, neste contexto se encontra a remuneração variável ligada ao desempenho profissional individual do empregado, de uma equipe de empregados ou da empresa em total. Um programa bem estruturado de remuneração variável deve estar sintonizado com a estrutura organizacional e sua complexida- de. Fatores relacionados a estratégias, estilo gerencial e estrutura compõem um diagnóstico indispensável para a criação e imple- mentação do programa, uma vez que cada empresa possui carac- terísticas distintas e necessitam de um plano de remuneração que a elas se ajuste. É essencial neste diagnostico determinar o perfil dos indivíduos envolvidos no processo e, a partir dos resultados de análises obtidos, compor o melhor programa. A remuneração variável pode ser realizada através de recom- pensas como prêmios e incentivos, gratificações voluntárias, parti- cipação acionárias e nos lucros dentre outros. Metodologias e práticas de avaliação de desempenho A Avaliação de Desempenho é uma importante ferramenta de Gestão de Pessoas que corresponde a uma análise sistemática do desempenho do profissional em função das atividades que reali- za, das metas estabelecidas, dos resultados alcançados e do seu potencial de desenvolvimento. O objetivo final da Avaliação de Desempenho é contribuir para o desenvolvimento das pessoas na organização. A Avaliação do Desempenho é um procedimento que avalia e estimula o potencial dos funcionários na empresa. Seu caráter é fundamentalmente orientativo, uma vez que redireciona os des- vios, aponta para as dificuldades e promove incentivos em relação aos pontos fortes. A avaliação deve ocorrer todos os dias e não apenas em mo- mentos formais. O esforço individual é direcionado pelas capacidades e ha- bilidades do indivíduo e pelas percepções que ele tem do papel a desempenhar e função do valor de as recompensas dependerem do esforço. Na maior parte das vezes, a avaliação do desempenho é responsabilidade de linha e função de staff (consultoria) com a assistência do órgão de ARH. Quem avalia é o superior imediato, que, melhor do que ninguém tem condições de acompanhar e ve- rificar o desempenho de cada subordinado, diagnosticando com precisão os pontos fortes e fracos. Os objetivos fundamentais da avaliação de desempenho: - Permitir condições de medição do potencial humano no sen- tido de determinar plena aplicação. - Permitir o tratamento dos Recursos Humanos como um re- curso básico da organização e cuja produtividade pode ser desen- volvida indefinidamente, dependendo, obviamente, da forma de administração. - Fornecer oportunidades de crescimento e condições de efe- tiva participação a todos os membros da organização, tendo em vista, de um lado, os objetivos organizacionais e, de outro, os ob- jetivos individuais. ⇒ APLICAÇÃO A Avaliação de Desempenho é uma sistemática apreciação do comportamento das pessoas nos cargos que ocupam. Apesar de ser uma responsabilidade de linha é uma função de Staff, em algumas empresas, a avaliação do desempenho pode ser um encargo do su- pervisor direto do próprio empregado, ou ainda de uma comissão de avaliação, dependendo dos objetivos da avaliação. A avaliação com o empregado avaliado constitui o ponto principal do sistema: a comunicação que serve de retroação e que reduz as distâncias entre o superior e o subordinado. ⇒ BENEFÍCIOS Quando um programa de avaliação é bem planejado, coorde- nado e desenvolvido, traz benefícios a curto, médio e longo prazo. ANOTAÇÕES ————————————————————————— ————————————————————————— ————————————————————————— ————————————————————————— ————————————————————————— ————————————————————————— ————————————————————————— ————————————————————————— Didatismo e Conhecimento 9 ADMINISTRAÇÃO GERAL, PÚBLICA E GERENCIAL Benefícios para o chefe Benefícios para o subordinado Benefícios para a organização • Melhor avaliar o desempenho e o comportamento dos subordinados, contando com uma avaliação que elimina a subjetividade. • Propor medidas e providências no sentido de melhorar o padrão de comportamento de seus subordinados. • Comunicar-se com seus subordinados, fazendo-os compreender a mecânica da avaliação do desempenho como um sistema objetivo. • aprendem quais são os aspectos de comportamento e de desempenho que a empresa mais valoriza em seus funcionários. • fica conhecendo quais as expectativas de seu chefe a respeito de seu desempenho e seus pontos fortes e fracos, segundo a avaliação do chefe. • conhece as providências tomadas por seu chefe quanto à melhoria de seu desempenho (programa de treinamento, estágios, etc.) e as que ele próprio deverá tomar (auto correção, maior capricho, mais atenção no trabalho, cursos por conta própria, etc.). • condições para fazer avaliação e crítica para o seu próprio desenvolvimento e controle. • mais condições para avaliar seu potencial humano a curto, médio e longo prazo e definir a contribuição de cada empregado. • identificação dos empregados que necessitam de reciclagem e/ou aperfeiçoamento em determinadas áreas de atividade e selecionar os empregados com condições de promoção ou transferências. • pode dinamizar sua política de recursos humanos, oferecendo oportunidades aos empregados (não só de promoções, mas principalmente de crescimento e desenvolvimento pessoal), estimulando a produtividade e melhorando o relacionamento humano no trabalho. • MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DEDESEMPENHO A avaliação de desempenho humano pode ser efetuada por intermédio de técnicas que podem variar intensamente, não se de uma organização para outra, mas dentro da mesma organização quer se trate de níveis diferentes de pessoal ou áreas de atividades diversas. Ge- ralmente a sistemática avaliação de desempenho humano atende a determinados objetivos, traçados com base uma política de RH. Assim, como as políticas de RH variam conforme a organização, não é de se estranhar que cada organização desenvolva a sua própria sistemática para medir a conduta de seus empregados. Como, de maneira geral, a aplicação do pessoal é definida conforme o nível e as posições dos cargos, geralmente as organizações utilizam mais de uma avaliação de desempenho. E relativamente comum encontrar organizações que desenvolvem sistemáticas específicas conforme o nível e as áreas de distribuição de seu pessoal. Cada sistemática atende a determinados objetivos específicos e a determinadas características das várias categorias de pessoal. A que diga que a avaliação de desempenho no fundo não passa de uma boa sistemática de comunicações, atuando no sentido horizontal e vertical da organização. As avaliações de desempenho para serem eficazes devem basear-se inteiramente nos resultados das atividades do homem no trabalho e nunca apenas em suas caracterís- ticas de personalidade. • MÉTODO DA ESCALA GRÁFICA. Este método é incontestavelmente o método de avaliação mais utilizado e divulgado. Aparentemente, é o método mais simples, mas sua aplicação requer uma multiplicidade decuidados, a fim de neutralizar a subjetividade e o prejulgamento do avaliador que podem ter enorme interferência. Utiliza um formulário de dupla entrada, no qual as linhas representam os fatores de avaliação de desempenho e as colunas representam os graus de avaliação dos fatores. Os fatores são selecionados para definir as qualidades a serem avaliadas. Cada fator é definido com uma descrição simples e objetiva para não haver distorções. Vantagens do método das escalas gráficas. 1. Permite aos avaliadores um instrumento de avaliação de fácil entendimento e avaliação simples. 2. Permite uma visão integrada e resumida dos fatores de avaliação, ou seja, das características do desempenho mais realçadas pela empresa e a situação de cada empregado diante delas; e 3. Proporciona pouco trabalho ao avaliador no registro de avaliação. Desvantagens do método das escalas gráficas. 1. Não permite muita flexibilidade ao avaliador que deve ajustar-se ao instrumento e não as características do avaliado; 2. É sujeito a distorções e interferências pessoais dos avaliadores, que tendem a generalizar sua apreciação sob os subordinados para todos os fatores de avaliação. Cada pessoa percebe e interpreta as situações segundo seu “campo psicológico”. Esta interferência subjetiva e pessoal de ordem emocional e psicológica releva alguns avaliados afetos da esterotipação; 3. Tende a rotinizar e bitolar os resultados das avaliações; Necessita de procedimentos matemáticos e estatísticos para corrigir distorções e influencia pessoal dos avaliadores. • MÉTODO DA ESCOLHA FORÇADA Desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial para a escolha de oficiais a serem promovidos. Esse método, aplicado experimental- mente, possibilitou resultados amplamente satisfatórios, sendo posteriormente adaptado e implantado em várias empresas. Ele consiste em avaliar o desempenho dos indivíduos por intermédio das frases descritivas de determinadas alternativas de tipos de desempenho individual. Didatismo e Conhecimento 10 ADMINISTRAÇÃO GERAL, PÚBLICA E GERENCIAL Em cada bloco, ou conjunto composto de duas, quatro ou mais frases, o avaliador deve escolher obrigatoriamente apenas uma ou duas que mais se aplicam ao desempenho do avaliado. a) Dentro de cada bloco há duas frases de significado positivo e duas de significado negativo. O avaliador escolhe a frase que mais se aplica e a que menos se aplica ao desempenho do avaliado. b) Em cada bloco há quatro frases de significado apenas posi- tivo. São escolhidas as frases que mais se aplicam ao desempenho do avaliado. No formulário com blocos de significados positivo e negativo, o avaliador localiza as frases que possivelmente contam pontos, podendo assim, distorcer o resultado da avaliação. No en- tanto, no formulário com blocos de significado apenas positivo, a presença de frases com um único sentido dificulta a avaliação dirigida, levando o avaliador a refletir e ponderar sobre cada bloco, escolhendo a frase mais descritiva do desempenho do avaliado. As frases são selecionadas por meio de um procedimento es- tatístico que visa verificar a adequação do funcionário à empresa. Vantagem do método da escolha forçada 1. Propicia resultados mais confiáveis e isentos de influencias subjetivas e pessoais, pois elimina o efeito da estereotipação (hallo effect); 2. Sua aplicação e simples e não exige preparo intenso ou so- fisticado dos avaliadores. Desvantagens do método de escolha forçada 1. Sua elaboração e montagem são complexas, exigindo um planejamento muito cuidadoso e demorado; 2. É um método fundamentalmente comparativo e discrimina- tivo e apresenta resultados globais; Discrimina apenas empregados bons, médios e fracos, sem informações maiores; 3. Quando utilizado para fins de desenvolvimento de RH ne- cessita de uma complementação de informações de necessidade de treinamento, potencial de desenvolvimento etc. 4. Deixa o avaliador sem noção alguma do resultado da ava- liação que faz a respeito de seus subordinados. • MÉTODO DE AUTO AVALIAÇÃO É o método por meio do qual o próprio empregado é solicitado a fazer uma sincera analise de suas próprias características de de- sempenho. Podem utilizar sistemáticas variadas, inclusive formu- lários baseados nos esquemas apresentados nos diversos métodos de avaliação de desempenho. • MÉTODO DA AVALIAÇÃO POR RESULTADOS Muito ligado aos programas de administração por objetivos, este método baseia-se numa comparação periódica entre os resul- tados fixados ou esperados para cada funcionário e os resultados efetivamente alcançados. As conclusões a respeito dos resultados permitem a identificação dos pontos fortes e fracos dos funcioná- rios bem como as providências necessárias para o próximo perío- do. É sobre tudo um método prático, embora o seu funcionamento dependa sobremaneira das atitudes e dos pontos de vista do super- visor a respeito da avaliação do desempenho. • MÉTODOS MISTOS As organizações recorrem a uma mistura de métodos na com- posição do modelo de avaliação de desempenho por ter uma gran- de complexidade em seus cargos. Os métodos de avaliação são extremamente variados, em todos os aspectos, pois cada organiza- ção ajusta os métodos às suas peculiaridades e necessidades. Cada organização tem seus próprios sistemas de avaliação do desempe- nho adequado às circunstâncias, à sua história e a seus objetivos. Planejamento e estruturação de planos de treinamento e desenvolvimento. O ser humano vive em constante interação com seu meio am- biente, recebendo e exercendo influências em suas relações com ele. Educação é toda influência que o ser humano recebe do am- biente social, para se adaptar às normas e valores sociais vigentes e aceitos, de acordo com suas inclinações e predisposições e en- riquece ou modifica seu comportamento, dentro de seus próprios padrões pessoais. Alguns autores consideram treinamento como um meio para desenvolver a força de trabalho nas organizações, outros se refe- rem ao desenvolvimento como uma área que se divide em educa- ção e treinamento, sendo treinamento o preparo da pessoa para o cargo, enquanto a educação é preparar a pessoa para o ambiente dentro ou fora do seu trabalho. Desenvolvimento profissional: aperfeiçoa a pessoa (em médio prazo) para uma carreira dentro de uma profissão. Visa ampliar, desenvolver e aperfeiçoar a pessoa para seu crescimento profissio- nal, preparando-o para assumir funções mais complexas (dentro das organizações ou em empresas especializadas em desenvolvi- mento de pessoal). Treinamento: adapta a pessoa (em curto prazo), preparando-o adequadamente para um cargo ou função, dentro da própria empre- sa ou em empresa especializada em treinamento. Pode ser aplicado a todos os níveis ou setores da empresa, obedece a um programa preestabelecido e geralmente é delegado ao chefe imediato. Treinamento é o processo educacional de curto prazo, aplica- do de maneira sistemática e organizada, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, habilidades e atitudes em função de ob- jetivos definidos. Envolve a transmissão de conhecimentos específicos relativos ao trabalho, atitudes frente a aspectos da organização, da tarefa e do ambiente e também desenvolvimento de habilidades e compe- tências. Tem por finalidade ajudar a alcançar os objetivos da empresa, proporcionando oportunidades aos empregados de todos os níveis de obter o conhecimento, a prática e a conduta requeridos pela organização. O treinamento não é despesa, mas um investimento cujo retorno é altamente compensador para a organização. O Conteúdo do treinamento pode envolver quatro tipos de mudanças, a saber: - Transmissão de informações: genéricas sobre o trabalho, so- bre a empresa, seus produtos e serviços, sua organização e políti- cas, regras, regulamentos e mercado; - Desenvolvimento de habilidades: destrezas e conhecimen- tos relacionados ao desempenho do cargo atual ou de possíveis ocupações futuras. Orientado para as tarefas e operações aserem executadas (preenchimento de pedidos, cálculos de preços, etc.); Didatismo e Conhecimento 11 ADMINISTRAÇÃO GERAL, PÚBLICA E GERENCIAL - Desenvolvimento ou modificação de atitudes: mudança de atitudes negativas para atitudes mais favoráveis entre as pessoas, aumento da motivação, desenvolvimento da sensibilidade do pes- soal de gerência e supervisão quanto aos sentimentos e reações das pessoas. Pode envolver aquisição de novos hábitos e atitudes em relação a clientes, usuários ou técnicas de vendas. - Desenvolvimento de conceitos: elevar o nível de abstração e conceitualização de ideias e filosofias, seja para facilitar a aplica- ção de conceitos na prática administrativa, seja para elevar o nível de generalização, desenvolvendo gerentes que possam pensar em termos globais e amplos (filosofia da empresa, ética profissional); • OBJETIVOS DO TREINAMENTO - Preparar as pessoas para execução imediata das tarefas do cargo; - Proporcionar oportunidades para o contínuo desenvolvimen- to pessoal, não apenas em seus cargos atuais, mas também para outras funções mais complexas e elevadas; - Mudar a atitude das pessoas seja para criar um clima mais satisfatório entre eles ou para aumentar-lhes a motivação e torná- -las mais receptivas às novas técnicas de gestão. Segurança no trabalho e responsabilidade social. Para que a organização seja viável, ela não apenas deve cap- tar e aplicar seus recursos humanos adequadamente, mas também deve mantê-los na organização. A manutenção dar-se á através de instrumentos como planos de benefícios sociais e atenção à medicina e segurança do trabalho. Os benefícios sociais trazem vantagens tanto para a empresa quan- to para os empregados. Os benefícios podem ser de natureza compulsória ou espon- tânea. Os benefícios compulsórios são todos aqueles que a organi- zação concede aos seus funcionários com o objetivo de atender às exigências da lei ou de normas legais como acordos ou convenções coletivas de trabalho, ex.: complemento de auxílio-doença; 13º sa- lário; salário-família; férias; e salário-maternidade. Os benefícios espontâneos são os oferecidos por vontade própria da empresa, como, por exemplo: seguros de vida; assistência médica e odonto- lógica; transporte; cesta básica; restaurante etc. Quanto à higiene e segurança do trabalho, coloca que são atividades interligadas que repercutem diretamente sobre a continuidade da produção e sobre o moral dos colaboradores. A segurança do trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente querem instruindo ou convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas. A segurança do trabalho envolve a prevenção de acidentes (complementado pela CIPA), roubos e incêndios. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) é uma impo- sição legal da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Os programas de segurança no trabalho são criados para pre- venir acidentes e minimizar o risco ocupacional. Estes requerem o estabelecimento de sistema de indicadores e estatísticas de aci- dentes, desenvolvimento de sistemas de relatórios de providências, desenvolvimento de regras e procedimentos de segurança e recom- pensas aos gerentes e supervisores pela administração eficaz da função de segurança. É verdade que todo programa de segurança no trabalho visa eliminar as condições inseguras do trabalho e a reduzir todos os atos inseguros. Por isso, tais programas contemplam o mapeamen- to de todas as áreas da organização, para que se possam identificar quais são as que apresentam riscos aos colaboradores e análises devem ser feitas acerca dos acidentes já ocorridos. Com as áreas de risco delimitadas e as análises dos acidentes já ocorridos é possível criar mecanismos que previnem possíveis acidentes. Tais mecanismos podem estar relacionados à utilização tanto de equipamentos individuais e coletivos de segurança quanto a treinamentos. Gestão de estresse O estresse dos funcionários nas empresas vem se tornando um problema cada vez maior nas organizações, podendo influenciar no desempenho e atrapalhar no crescimento da empresa. Porem, o estresse não é necessariamente ruim, embora ele costume ser discutido dentro de um contexto negativo, ele tam- bém tem seu lado positivo. Deve ser visto como uma oportunidade quando oferece um potencial de ganho, servindo como estimulo ao funcionário. Existem três categorias de estresse potencial, que são: I) Ambiental: As incertezas ambientais influenciam o mo- delo da estrutura organizacional, os fatores ambientais influenciam os níveis de estresse dos funcionários da organização. As mudan- ças nos ciclos dos negócios geram incertezas econômicas. II) II) Organizacional: Não são poucos os fatores organi- zacionais que podem ser fonte de estresse. Alguns dos fatores são: a pressão para evitar erros e cumprir prazos; uma carga excessiva de trabalho; e companheiros de trabalhos desagradáveis são alguns dos fatores organizacionais. III) III) Individual: Fatores individuais basicamente corres- pondem a problemas familiares, problemas econômicos e caracte- rísticas de personalidade. A tecnologia está em contínua substituição por sistemas mais modernos e poderosos. Nessa situação também as pessoas são emocionalmente solicitadas a se adaptar ao novo. Nesse caso o estresse será variável, de acordo com as disposições Pessoais e de acordo com o tipo dessa nova tecnologia a ser implantada. Ge- ralmente as pessoas que tiveram em suas histórias de vida, pouco contato com as novas tecnologias, são “esmagadas” pelas tensões decorrentes de ter que se adaptar rapidamente a uma máquina ou software. A expectativa negativa em relação às novas tecnologias no trabalho, muitas vezes é decorrente do paradoxo existente entre os dois, pois a tecnologia no trabalho que deveria facilitar a vida do trabalhador muitas vezes apenas substitui o trabalhador. É de conhecimento popular que nas empresas, as máquinas extinguiram muitos postos de trabalho, ampliando as responsabilidades e mo- notonizando os postos restantes. Logo, a tecnologia que deveria proporcionar ao trabalhador maiores facilidades e ampliação do seu tempo de lazer, acabou escravizando o trabalhador e gerando ainda mais insegurança nos postos de trabalho. Conhecimentos de sistemas de processamento de folha de pagamento de pessoal Muitas empresas buscam informatizar a operação do proces- samento da folha de pagamento adquirindo o software de outras empresas especializadas no ramo com o objetivo, como qualquer outro meio de informatização, de ganhar tempo, reduzir custos na operação e eliminar possíveis falhas humanas. Didatismo e Conhecimento 12 ADMINISTRAÇÃO GERAL, PÚBLICA E GERENCIAL Normalmente estes softwares são desenvolvidos com caracte- rísticas padrão, de modo a atender ao maior número de empresas clientes, independentemente do número de empregados ou da ati- vidade que a empresa desenvolve. No entanto, há determinadas situações em que os softwares não atendem àquela atividade específica da empresa a qual apre- senta peculiaridades, em relação a determinadas verbas ou deter- minados tipos de pagamentos, que não estão abrangidas pelo sis- tema. Na maioria das vezes as verbas salariais calculadas acabam influenciando nos resultados de outras verbas e tudo isso é estabe- lecido (no que tange ao sistema de folha), através de parâmetros. Parametrizar nada mais é que representar por meio de parâme- tros. É estabelecer, por exemplo, quais as incidências que determi- nada verba irá sofrer (INSS, FGTS, IRF), ou ainda, quais verbas serão base de cálculo de outra, como as horas extras (com os diver- sos percentuais) que serão base de cálculo do DSR. Portanto, para se fazer uma boa parametrização é preciso, antes de mais nada, conhecer a lei, as normas complementares, acompanhar suas mudanças e entender qual o reflexo que deter- minada norma (trabalhista,previdenciária, saúde e segurança no trabalho, imposto de renda e etc.) possui sobre as verbas salariais que compõem a folha da empresa. Também é preciso conhecer do software o qual está sendo utilizado, uma vez que cada um possui nomenclaturas diferentes e interpretações distintas. Basicamente o cadastro das verbas salariais de um sistema de folha de pagamento é composto por verbas de vencimentos ou proventos, verbas de descontos e verbas que compõem a base de cálculo para apuração de encargos sociais ou ainda, de simples referência estatística, como horas afastamento, horas treinamento entre outras. Uma verba salarial considerada provento, como o salário base, por exemplo, pode gerar incidência sobre verbas como INSS, IRF, FGTS, adicional de insalubridade, salário família, vale transporte, pensão alimentícia, adicional noturno, adicional de periculosidade, provisão de férias e 13º salário, entre outras dentre as quais o salá- rio base faz incidência para sua apuração. Deixar de estabelecer a incidência de faltas sobre a apuração do INSS pode contribuir para o cálculo (a maior) do INSS descon- tado do empregado, bem como a contribuição também a maior do valor a ser recolhido por parte do empregador. Daí a importância de conhecer a legislação para uma adequa- da parametrização, já que o valor descontado de faltas do empre- gado deve ser abatido da base de cálculo para apuração do INSS ou do FGTS, pois faltas representa ausência ao trabalho. Se o em- pregado não trabalhou, não há que se falar em desconto de INSS e tampouco o empregador deverá contribuir sobre tal valor. As mudanças na legislação como a incidência de INSS sobre o aviso prévio indenizado, a não incidência de IRF sobre férias inde- nizadas entre outras, devem ser observadas para que os parâmetros destas verbas sejam alterados, de modo que a partir da alteração da legislação, o sistema passe a considerar ou não aquela verba para determinado tipo de desconto/contribuição. Para se detectar tais divergências o resumo de uma folha de pagamento pode ser um meio prático e seguro, pois nele estará lis- tado o valor total de cada verba. Se as faltas não estiverem parame- trizadas para incidir na apuração do cálculo do INSS, por exemplo, pelo resumo da folha de pagamento poderá se detectar esta falha, pois no valor da base de cálculo do INSS apresentada no resumo não estará sendo abatido o valor das faltas. Técnicas de preparação elaboração de informações geren- ciais. Tratar de Sistemas de Informações que vão nos reportar a alguns conceitos básicos e indispensáveis para se entender o seu correto funcionamento. - Dado: elemento em estado bruto, primário e isolado, sem significação capaz de gerar uma ação. - Informação: é o dado trabalhado e processado dentro das especificidades exigidas pelos usuários, com significado próprio, relevante e utilizado para causar uma ação proveniente do proces- so de tomada de decisão. - Sistema: combinação de partes coordenadas para um mesmo resultado, ou de maneira a formar um conjunto organizado. É importante frisar que a informação, quando não é utilizada nem produz qualquer ação, conceitualmente acaba se transforman- do em um mero dado. Enfim, a informação terá validade à medida que fizer parte do processo decisório dentro de uma empresa. A organização como um sistema complexo, deve considerar tanto o ambiente interno como o externo desde seu processo de estruturação. Esse reconhecimento vai proporcionar sua sobre- vivência, assim como o seu bom funcionamento, tendo vista sua condição de identificar e antecipar-se às mudanças externas. Estas são provocadas por alterações tecnológicas, necessidades dos con- sumidores e características dos competidores, além das alterações advindas dos fornecedores e de decisões políticas. Apenas o investimento em tecnologia não é suficiente para garantir o bom funcionamento e condução da organização. Os ad- ministradores necessitam de uma visão sistêmica a respeito das al- terações do mundo dos negócios e de adaptar-se às novas situações sociais. Diante disso, deverão levar em consideração os seguintes aspectos: - Valores e crenças empresariais sobre informação (cultura); - Modo como às pessoas usam realmente a informação e o que fazem com ela (comportamento e processos de trabalho); - Armadilhas que podem influir no intercâmbio de informa- ções; - Sistemas de informações que já estão instalados apropriada- mente (tecnologia). Um sistema de informação pode ser definido como um con- junto de procedimentos estruturados, planejados e organizados que, uma vez executados, produzem informações para suporte ao processo de tomada de decisão. Os sistemas de informações gerenciais estão relacionados às atividades de gestão, tendo como objetivo fornecer subsídios às diversas áreas funcionais da organização e oferecer assistência às tomadas de decisões para identificar e corrigir problemas de com- petência gerencial. Além disso, também auxiliam no processo de planejamento e controle empresarial, tratando os vários bancos de dados dos sistemas transacionais. Para que os especialistas de Gestão de Pessoas, gerente de linha e colaboradores possam obter informação e tomar decisões adequadas torna-se necessários um sistema de informações de GP como suporte. O primeiro passo é conhecer quais são as necessidades de in- formações e como montar o banco de dados de GP para supri-las. O banco de dados é um sistema de armazenamento e acumulação de dados codificados e disponíveis para o processamento e obten- ção de informações. Na verdade, a GP requer vários bancos de dados com diversos cadastros sobre o pessoal, cargos, seções etc. Didatismo e Conhecimento 13 ADMINISTRAÇÃO GERAL, PÚBLICA E GERENCIAL O sistema de informação de GP pode ser destinado aos es- pecialistas de GP, aos gerentes de linha e a todos os funcionários. Como requer investimentos, o sistema precisa ser avaliado quanto aos seus custos e benefícios. É muito importante ressaltar que, a tecnologia da informação na gestão de pessoas evolui constantemente e, por isso, deve-se vislumbrar ainda muitas novidades nesta área. Certamente, a tec- nologia da informação está longe de ser a solução inegável para tudo, mas é uma alternativa bastante considerável, e que requer muita dedicação de tempo e investimento, cujos resultados depen- dem em grande parte de vários fatores que devem ser equacio- nados conjuntamente em vista das soluções corporativas que se queira implementar. A tecnologia é e sempre será uma importante ferramenta de gestão, além de um excelente facilitador na relação da empresa com os funcionários em todas as suas esferas. Mas deve-se, contu- do, preservar-se o valor humano nas empresas, pois na certeza de que essas relações fazem à diferença na perpetuidade e bem estar com relação ao ambiente de trabalho de uma organização. Basicamente, a função de recursos humanos voltada ao em- prego de sistemas de apoio na área de tecnologia da informação tem por objetivo a verificação da análise de custos de contratação de mão de obra. Isto pode se estender ainda a planos alternativos de remuneração para funcionários que podem ser ou não sindicali- zados, não tendo, portanto, um valor padrão a ser seguido sempre. Outro ponto favorável ao emprego da tecnologia da informa- ção na gestão de pessoas diz respeito à função dos recursos huma- nos, na análise de mudanças do fluxo de trabalho, e das responsa- bilidades dos cargos resultantes, a partir de ascensões feitas, com o processo de implementação de tecnologias. Especialistas em recursos humanos também podem se envol- ver em vários programas corporativos voltados à instrução de fun- cionários, tanto no que diz respeito aos princípios do gerenciamen- to da qualidade total, bem como nos esforços de treinamento de funcionários para a utilização de novos sistemas implementados. Outro aspecto a ser considerado é o auxílio da tecnologia da informação no gerenciamento da mudança, ou seja,
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