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APOSTILA BIODIREITO

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1 
 
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
 
APOSTILA DE BIODIREITO 
 
1. Conceito de biodireito (Bio = vida ; Direito = legislação aplicada à vida) 
 2. Princípios do biodireito 
 2.1. Proteção à dignidade da pessoa humana 
 2.2. Proteção à própria pessoa humana 
2. Reflexão inicial 
 Os cientistas devem ter como paradigma o respeito à dignidade da pessoa 
humana, que é o fundamento do Estado Democrático de Direito. 
Art. 1º, III, da CF: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático 
de Direito e tem como fundamentos: 
III - a dignidade da pessoa humana. (Direito Fundamental) 
 O biodireito não admitirá conduta científica que reduza a pessoa humana 
à condição de coisa, retirando dela sua dignidade e o direito a uma vida digna. 
 A ciência é poderoso auxiliar para que a vida do homem seja cada vez 
mais digna de ser vivida. Logo, nem tudo que é cientificamente possível é moral 
e juridicamente admissível. 
 Urge a imposição de limites à moderna medicina, reconhecendo-se que o 
respeito ao ser humano em todas as suas fases evolutivas (antes de nascer, no 
nascimento, no viver, no sofrer e no morrer) só é alcançado se se estiver atento 
à dignidade humana. 
O BIODIREITO E AS PRINCIPAIS QUESTÕES JURÍDICAS 
1. Proteção à vida humana: quando começa a vida? 
 Art. 5º da CF Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
 
 
2 
 
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança 
e à propriedade, nos termos seguintes: 
 A vida é um bem jurídico tutelado como direito fundamental básico desde 
a concepção momento específico, comprovado cientificamente, da formação da 
pessoa. 
O respeito à vida decorre de um dever absoluto erga omnes, por sua própria 
natureza, ao qual a ninguém é lícito desobedecer. 
A vida também recebe proteção jurídico-penal, uma vez que são punidos os 
homicídios simples (CP, art. 121) e qualificado (CP, art. 121, § 2º), o infanticídio 
(CP, art. 123), o aborto (CP, arts. 124 a 128) e o induzimento, instigação ou 
auxílio ao suicídio (CP, art. 122). 
2. Princípio do primado do direito à vida 
Documentos internacionais referentes à proteção à vida 
• Código de Nuremberg – 1947 
• Declaração Universal dos Direitos Humanos, - 1948 
• Declaração de Helsinque - 2000 (Hoje 2013 – Fortaleza) 
• Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais - 
1966 
• Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos - 1966 
• Declaração Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos - 
1997 
• Declaração Internacional sobre os Dados Genéticos Humanos - 2003 
• Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos – 2004 
• Lei de Biossegurança – Lei n. 11.105, de 24 de março de 2005. 
Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1º do artigo 225 da Constituição 
Federal. 
 Essa lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização 
de atividades que envolvem os OGMs e seus derivados, cria o Conselho 
 
 
3 
 
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
Nacional de Biossegurança, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de 
Biossegurança (CTNBio), dispõe sobre a política nacional de biossegurança. 
Questões do Biodireito 
 Biodireito e o direito à vida 
 Início da vida 
 Embrião humano - Direitos 
 Pesquisas científicas com o embrião humano 
 Biodireito e o aborto 
 Questões religiosas e jurídicas 
 Necessidade de aborto não previsto em lei 
 Biodireito e a utilização de células-tronco 
 Biodireito e a clonagem humana 
 Biodireito e os transplantes de órgãos e tecidos 
 Biodireito e a sexualidade 
 Biodireito e a eutanásia, distanásia, ortotanásia e mistanásia 
 Biodireito e o testamento vital 
 Biodireito e a negativa de tratamento médico 
4. Bioética 
 Bio – vida 
 Ética – ética relacionada às questões da vida (Exemplo: pesquisas com 
seres humanos) 
4.1 Princípios da bioética 
(Resol. CNS 466/12) 
 Esta Resolução incorpora, sob a ótica do indivíduo e das 
coletividades os quatro referenciais básicos da bioética: autonomia, não 
 
 
4 
 
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
maleficência, beneficência e justiça, entre outros, e visa a assegurar os direitos 
e deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa 
e ao Estado. 
• Princípio da autonomia 
• Princípio da não maleficência 
• Princípio da beneficência 
• Princípio da justiça 
• Princípio da equidade 
5. Início da vida 
 O Direito Civil distingue nascituro de pessoa. 
 Artigo 2º do Código Civil 
6. Conceito de nascituro 
 Nascituro é aquele que foi concebido, mas ainda não nasceu. Essa 
palavra é de origem latina (nascituru) e significa “aquele que ainda irá nascer.” 
 Pessoa natural é o ser considerado como sujeito de direitos e obrigações. 
7. Direitos do nascituro 
• Direito à vida (Art. 5º da CF/88) 
 “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes.” 
 Direito à vida 
 
• Art. 124 do CP 
 Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho 
provoque. 
 Pena - detenção, de um a três anos. 
 
 
5 
 
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
8. Conceito de aborto 
Aborto é a interrupção da gravidez com a destruição do produto da 
concepção. É a morte do ovo (até três semanas de gestação), embrião 
(de três semanas a três meses) ou feto (após três meses), não 
implicando necessariamente sua expulsão. O produto da concepção 
pode ser dissolvido, reabsorvido pelo organismo da mulher ou até 
mumificado, ou pode a gestante morrer antes de sua expulsão. Não 
deixará de haver, no caso, o aborto. MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual 
de Direito Penal. 23ª ed. São Paulo: Atlas S.A, 2005, p. 262.) 
 
9. Conceito de aborto na área da saúde 
 
 Aborto é a expulsão ou extração de um embrião ou feto pesando menos 
de 500g (aproximadamente 20 a 22 semanas de gestação), 
independentemente ou não da presença de sinais vitais. 
 
Entende-se por aborto (de ab-ortus, privação do nascimento) a 
interrupção voluntária da gravidez, com a morte da concepção. Não 
distinguiu a lei entre óvulo fecundado, embrião e feto. Contentou-se a lei 
com a interrupção da gravidez. COSTA JR., Paulo José da. Direito Penal 
Objetivo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003. p. 203. 
 
 Direito ao patrimônio 
 
• Art. 542 do CC. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo 
seu representante legal. 
 
• Art. 1.799 do CC. Na sucessão testamentária podem ainda ser 
chamados a suceder: 
 I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo 
testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão. 
 
O nascituro tem direitos em estado potencial, sob condição suspensiva 
(direito condicional ou eventual), pois aguardam a verificação de evento 
futuro e incerto (nascimento com vida) para ter eficácia. 
 
 
 
6 
 
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
Hubert Lepargegneur afirma no capítulo VII, sob o título “Bioética e 
conceito de pessoa: esclarecimentos”, afirma que: “a pessoa é 
considerada como a entidade biológica imediatamente formada pela 
fusão dos gametas no instante da fecundação. (PESSINI, Léo; Christian 
de Paul de Barchifontaine (Org.) Fundamentos da bioética. São Paulo : 
Paulus, 1996. 
 
Christian de Paul Barchifontaine defende a ideia de que “o embrião 
humano deve ser considerado como pessoa e pertencer à comunidade 
moral, não se reconhecendo assim, nenhuma diferença de estatuto moral 
em relação aos diferentes estados de desenvolvimento humano.” 
 
10. Teoria quanto ao direito do nascituro 
 
1ª) Teoria Natalista: parteda interpretação literal e simplificada da lei, 
afirmando que a personalidade jurídica começa com o nascimento com 
vida, o que traz a conclusão de que o nascituro não é pessoa, portanto, 
tem apenas expectativa de direitos. Nega seus direitos fundamentais, tais 
como, o direito à vida, à investigação de paternidade, aos alimentos, ao 
nome e até à imagem. 
 
2ª) Teoria concepcionista: sustenta que o nascituro é pessoa humana 
desde a concepção, tendo direitos resguardados pela lei. 
Adeptos: Pontes de Miranda, Rubens Limongi França, Pablo Stolze 
Gagliano, Rodolfo Pamplona Filho, Maria Helena Diniz, Teixeira de 
Freitas, Clóvis Beviláqua, entre outros. É a posição adotada pela 
doutrina civilista brasileira atual. 
 
3ª) Teoria da personalidade condicional: afirma que a personalidade 
jurídica começa com o nascimento com vida, mas os direitos do nascituro 
estão sujeitos a uma condição suspensiva, portanto, sujeitos à condição, 
termo ou encargo. Ao ser concebido o nascituro poderia titularizar alguns 
direitos extrapatrimoniais, como, por exemplo, à vida, mas só adquire 
 
 
7 
 
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
completa personalidade quando implementada a condição de seu 
nascimento com vida. 
 
Tópico para reflexão 
 
No meio científico, alguns médicos e juristas consideram o nascituro 
uma coisa. 
Qual é a consequência jurídica desse posicionamento radical? 
 
11. Retomada do conceito de biodireito 
O biodireito é um novo ramo do estudo jurídico, resultado do encontro entre a 
bioética e o biodireito. 
 É o ramo do Direito Público que se associa à bioética, estudando as 
relações jurídicas entre o direito e os avanços tecnológicos conectados à 
medicina e à biotecnologia, tais como, peculiaridades relacionadas ao corpo e à 
dignidade da pessoa humana. 
12. Princípios do biodireito 
2.1. Proteção à dignidade da pessoa humana 
2.2. Proteção à própria pessoa humana 
 O biodireito nasce como uma nova ciência jurídica para acompanhar o 
desenvolvimento científico para proteger o participante da pesquisa e o doente 
no que diz respeito ao seu tratamento médico. 
 A ciência é poderoso auxiliar para que a vida do homem seja cada vez 
mais digna de ser vivida. Logo, nem tudo que é cientificamente possível é moral 
e juridicamente admissível. 
O BIODIREITO E AS PRINCIPAIS QUESTÕES JURÍDICAS 
1. Proteção à vida humana 
 O direito à vida, por ser essencial ao ser humano, condiciona os 
demais direitos da personalidade. 
 
 
8 
 
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
Art. 5º da CF Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
 A vida é um bem jurídico tutelado como direito fundamental básico desde 
a concepção momento específico, comprovado cientificamente, da formação da 
pessoa. 
 O respeito à vida decorre de um dever absoluto erga omnes, por sua 
própria natureza, ao qual a ninguém é lícito desobedecer. 
 A vida também recebe proteção jurídico-penal, uma vez que são punidos 
os homicídios simples (CP, art. 121) e qualificado (CP, art. 121, § 2º), o 
infanticídio (CP, art. 123), o aborto (CP, arts. 124 a 128) e o induzimento, 
instigação ou auxílio ao suicídio (CP, art. 122). 
2. Princípio do primado do direito à vida 
 O direito à vida prevalecerá sobre qualquer outro, seja ele o de liberdade 
religiosa, de integridade física ou mental etc. Havendo conflito entre dois direitos, 
incidirá o princípio do primado mais relevante. Assim, por exemplo, se se precisar 
mutilar alguém para salvar sua vida, ofendendo sua integridade física, mesmo 
que não haja seu consenso, não haverá ilícito nem responsabilidade penal 
médica. 
REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA 
 
RESOLUÇÃO CFM nº 2.168/2017 
Adota as normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução assistida – 
sempre em defesa do aperfeiçoamento das práticas e da observância aos 
princípios éticos e bioéticos que ajudam a trazer maior segurança e eficácia a 
tratamentos e procedimentos médicos –, tornando-se o dispositivo deontológico 
a ser seguido pelos médicos brasileiros e revogando a Resolução CFM nº 2.121, 
publicada no D.O.U. de 24 de setembro de 2015, Seção I, p. 117. 
 
 
9 
 
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
A infertilidade humana é um problema de saúde, com implicações médicas e 
psicológicas. 
Art. 35-C da Lei n. 9.656/98 
 É obrigatória a cobertura do atendimento nos casos: 
III - de planejamento familiar. 
LEI Nº 9.263, DE 12 DE JANEIRO DE 1996. 
 Regula o § 7º do art. 226 da Constituição Federal, que trata do 
planejamento familiar, estabelece penalidades e dá outras providências. 
Art. 226 da Constituição Federal: A família, base da sociedade, tem especial 
proteção do Estado: 
(...) 
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade 
responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao 
Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse 
direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou 
privadas. 
Art. 1º da Lei n. 9.263/96 
 O planejamento familiar é direito de todo cidadão, observado o disposto 
nesta Lei. 
Art. 2º da Lei 9.263/96 
 Para fins desta Lei, entende-se planejamento familiar como o conjunto de 
ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, 
limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. 
Art. 4º da Lei n. 9.263/96 
 O planejamento familiar orienta-se por ações preventivas e educativas e 
pela garantia de acesso igualitário a informações, meios, métodos e técnicas 
disponíveis para a regulação da fecundidade. 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.263-1996?OpenDocument
 
 
10 
 
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
 Parágrafo único: O Sistema Único de Saúde promoverá o treinamento 
de recursos humanos, com ênfase na capacitação do pessoal técnico, visando 
a promoção de ações de atendimento à saúde reprodutiva. 
 “Se o tratamento decorre de indicação médica e por conta de efeitos ou 
sequelas causadas pela endometriose ou seu tratamento, cobertos pelo plano 
de saúde, não há razão para negar igual cobertura ao procedimento de 
fertilização, sob pena de se negar o esgotamento do tratamento ou 
restabelecimento do paciente, na medida do possível, à sua condição humana e 
fisiológica de normalidade.” (Acórdão Nº 915569 – TJDF) 
Súmula 96 do Tribunal de Justiça de São Paulo: 
 “Havendo expressa indicação médica de exames associados a 
enfermidade coberta pelo contrato, não prevalece a negativa de cobertura do 
procedimento.” 
 “Na interpretação de contratos dessa natureza, deve-se considerar o 
princípio da sua função social, da boa-fé e da cooperação, para evitar que a 
consumidora sofra desvantagem exagerada com a invocação de filigranas ou 
cláusulas acessórias, para ter negada à prestação do serviço justamente no 
momento em que mais dele necessita. E ao contrário do que o plano de saúde 
faz crer, não se trata de reembolso de tratamento de fertilização eletivo ou de 
conveniência, mas o único procedimento possível e indicado para vencer os 
efeitos ou as sequelas causadas pela doença ao órgão reprodutor da paciente.” 
(Acórdão Nº 915569 – TJDF) 
(...) a cobertura do plano de saúde deve ater-se às patologias e não ao tipo de 
tratamento a ser aplicado para a cura da respectiva doença, cabendo a indicação 
do método ao profissional habilitado.” (Acórdão Nº 915569 – TJDF) 
“Haverá justa recusa, quando, no contrato, houver expressa vedação de custeio 
ou, dentro da comunidade médica-científica, houve consenso de absoluta falta 
de embasamento ou adequação do meio eleito para tratamento ou cura do 
paciente.” (Acórdão Nº 915569 – TJDF) 
“Fora essas hipóteses,impedir a realização do procedimento prescrito, 
caracteriza em indevida intervenção no tratamento médico, já que não cabe ao 
 
 
11 
 
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
plano de saúde escolher o melhor caminho para a cura ou redução dos efeitos 
graves da doença.” (Acórdão Nº 915569 – TJDF) 
Assim, “não havendo exclusão de cobertura da patologia pelo plano de saúde, a 
escolha do tratamento passa a ser da exclusiva alçada médica, cujo custeio, sem 
prova da ineficiência ou inaplicação do método ao caso, não pode ser negado 
pela operadora, não podendo prevalecer cláusula contratual que, contraditória 
com a própria finalidade e natureza do contrato de assistência à saúde, cobre a 
moléstia e nega o meio curativo tido por eficaz pelo médico assistente ” (RE 
732226, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 20/02/2013, publicado em 
DJe-045 DIVULG 07/03/2013 PUBLIC 08/03/2013).” (Acórdão Nº 915569 – 
TJDF) 
“Ação cominatória movida por consumidora contra seguradora de saúde visando 
a compeli-la, pena de "astreintes", a custear fertilização "in vitro". Deferimento 
de liminar que se impõe. Direito à vida da mulher, em sua plenitude, que implica 
necessariamente no direito à maternidade. Direito inalienável da mulher de tentar 
ter filhos. Risco de dano irreparável da consumidora, que se aproxima dos 40 
anos de idade, se acaso não deferida a liminar. Decisão de primeiro grau que 
indefere ordem liminar que se reforma.” Agravo de instrumento provido. (Agravo 
de Instrumento nº 2220232-93.2015.8.26.0000) 
• Deve a justiça assegurar a paciente que tente engravidar, pelos meios 
que a ciência coloca, hoje em dia, à disposição das mulheres. 
• Há que se considerar que os avanços da medicina no campo da 
reprodução assistida trouxeram para casais inférteis novas perspectivas, 
ao mesmo tempo em que a dificuldade em ter acesso a essas técnicas, 
por parte dos casais desprovidos de recursos, provoca uma série de 
dilemas, conflitos e ansiedades, repercutindo na vida pessoal e na 
saúde. 
• Via de consequência, as pacientes são portadoras de endometriose da 
parede tubária uterina, de bexiga e do peritônio. 
• Art. 10 da Lei n . 9.656/98 
• É instituído o plano-referência de assistência à saúde, com cobertura 
assistencial médico-ambulatorial e hospitalar, compreendendo partos e 
tratamentos, realizados exclusivamente no Brasil, com padrão de 
enfermaria, centro de terapia intensiva, ou similar, quando necessária a 
 
 
12 
 
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
internação hospitalar, das doenças listadas na Classificação Estatística 
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, da 
Organização Mundial de Saúde, respeitadas as exigências mínimas 
estabelecidas no art. 12 desta Lei, exceto: III - inseminação artificial; 
• Art. 46 da Lei n. 8.078, DE 11 de setembro de 1990 (Código de 
Defesa do Consumidor) 
 Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão 
os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar 
conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos 
instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu 
sentido e alcance. 
 “Se a agravante dispõe de plano de saúde, pois, lícito que a ele se volte 
para obter o que é seu direito, sagrado direito de ser mãe. A Constituição 
assegura a quem tenha sua saúde cuidada pela iniciativa privada, ao menos, 
os mesmos direitos que outorga aos cidadãos que se tratam à custa do 
Estado.” (Agravo de Instrumento nº 2220232-93.2015.8.26.0000 – TJSP) 
“Cumpre ressaltar, entretanto, que inseminação artificial e fertilização "in 
vitro" não se confundem, sendo técnicas de fertilização distintas. 
Enquanto a inseminação artificial, consiste na introdução do gameta 
masculino diretamente na cavidade uterina, a fecundação "in vitro" é uma 
técnica realizada em laboratório (Regina Beatriz Tavares da Silva. 
Responsabilidade civil na reprodução assistida. In: TAVARES DA SILVA, 
Regina Beatriz (coord.), Responsabilidade civil: responsabilidade civil na 
área da saúde. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 238).” Apelação nº 
1004019-59.2015.8.26.0114 – Campinas” 
 
“Se isso não bastasse, conforme inciso III do art. 35-C, da Lei 9.656/98, 
incluído pela Lei n° 11.935/09, passou a ser obrigatória a cobertura do 
atendimento em caso de planejamento familiar, inserindo-se, aí, a 
fertilização "in vitro". Isso porque, segundo o art. 2°, da Lei n° 9.263/96, 
que regulamentou o art. 226, §7°, da Constituição Federal, o 
planejamento familiar consiste no "conjunto de ações de regulação da 
fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou 
aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal". Apelação nº 
1004019-59.2015.8.26.0114 – Campinas) 
 
1. Conceito de “inseminação artificial” 
 “Consiste no recolhimento do sêmen do marido ou homem do casal 
(ou de um doador) e no depositário de referido material, por meio de um 
cateter, no útero da mulher receptadora, com a prévia desinfecção de 
seus genitais. É, portanto, considerada uma técnica de fecundação in 
vivo, por se dar no interior do organismo feminino.” MARINHO, Angela de 
 
 
13 
 
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
Souza Martins Teixeira. Reprodução humana assistida no direito 
brasileiro: a polêmica instaurada após o novo código civil. Porto Alegre : 
Sergio Antonio Fabris. 2010, p. 29. 
2. Conceito de inseminação artificial “in vitro” 
 “As técnicas de fertilização in vitro são consideradas um processo 
mais elaborado, no qual os gametas, tanto masculinos quanto femininos, 
são retirados dos respectivos organismos, ocorrendo a fecundação 
extrauterina e, consequentemente, extracorpórea.” MARINHO, Angela de 
Souza Martins Teixeira. Reprodução humana assistida no direito 
brasileiro: a polêmica instaurada após o novo código civil. Porto Alegre : 
Sergio Antonio Fabris. 2010, p. 32. 
 Eutanásia é a ação médica intencional de apressar ou provocar a 
morte – com exclusiva finalidade benevolente – de pessoa que se 
encontre em situação considerada irreversível e incurável, consoante os 
padrões médicos vigentes, e que padeça de intensos sofrimentos físicos 
e psíquicos. 
a) Eutanásia ativa (positiva, direta) é a ação realizada com o propósito de 
causar ou acelerar a morte. Exs.: injeção letal ou overdose aplicada por 
um médico ou por qualquer outra pessoa. 
• http://www.youtube.com/watch?v=JmxqAA7mbKk 
• (Menina de ouro) 
Suicídio assistido 
b) Eutanásia passiva (negativa, indireta) é a ação negada com o 
propósito de causar ou acelerar a morte. Ex.: retirar alimentação do 
paciente em estado vegetativo persistente. 
 
TIPOS DE EUTANÁSIA NO QUE DIZ RESPEITO AO 
CONSENTIMENTO DO ENFERMO 
 
“Temos, neste caso, a transferência intratubária de zigotos (ZIFIT – Zigote 
Intra-Fallopian Transfer), que transfere para as trompas de falópio um ou 
mais zigotos.” MARINHO, Angela de Souza Martins Teixeira. 
Reprodução humana assistida no direito brasileiro: a polêmica 
instaurada após o novo código civil. Porto Alegre : Sergio Antonio Fabris. 
2010, p. 32. 
3. Eutanásia 
• Voluntária: há expresso e informado consentimento. 
• b) Não voluntária: realizada sem o conhecimento da vontade do paciente; 
http://www.youtube.com/watch?v=JmxqAA7mbKk
 
 
14 
 
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
• c) Involuntária: realizada contra a vontade do paciente. 
• http://www.youtube.com/watch?v=KrhPm5rx8SY 
• (Ramón San Pedro) 
• (Ator Javier Barden – Espanhol) 
• Voluntária: há expresso e informado consentimento. 
• b) Não voluntária: realizada sem o conhecimento da vontade do paciente; 
• c) Involuntária: realizada contra a vontade do paciente. 
• http://www.youtube.com/watch?v=KrhPm5rx8SY 
• (Ramón San Pedro) 
• (Ator Javier Barden – Espanhol) 
 
4. Distanásia 
Distanásia é a tentativa de retardar a morte o máximo possível, 
empregando, para isso todos os meios médicos disponíveis, ordinários e 
extraordináriosao alcance, proporcionais ou não, mesmo que isso não 
signifique causar dores e padecimentos a uma pessoa cuja morte é 
iminente e inevitável. 
a) Obstinação terapêutica consiste no comportamento médico de 
combater a morte de todas as formas, como se fosse possível curar o 
paciente, em uma luta “irracional e desenfreada”, sem que se tenha em 
conta os padecimentos e os custos humanos gerados. 
b) Tratamento fútil é o emprego de técnicas e métodos extraordinários e 
desproporcionais de tratamento, incapazes de ensejar a melhora ou cura, 
mas hábeis a prolongar a vida, ainda que agravando sofrimentos, de 
forma tal que os benefícios previsíveis são muito inferiores aos danos 
causados. 
http://www.youtube.com/watch?v=COH6jjMr4Q 
Terri Shiavo 
5. Ortotanásia 
http://www.youtube.com/watch?v=KrhPm5rx8SY
http://www.youtube.com/watch?v=KrhPm5rx8SY
http://www.youtube.com/watch?v=COH6jjMr4Q
 
 
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
• Ortotanásia vem do grego (ortos + thanatos = correto + morte = morte 
natural, literalmente, morte digna). Esse termo é utilizado pelos médicos 
para definir a morte natural, sem interferência da ciência, permitindo ao 
paciente morte digna, sem sofrimento, deixando a evolução e percurso da 
doença. Portanto, evitam-se métodos extraordinários de suporte de vida, 
como medicamentos e aparelhos em pacientes irrecuperáveis e que já 
foram submetidos a suporte avançado de vida. 
• Resolução CFM 1.805/06 
• RESOLVE: 
• Art. 1º É permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e 
tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de 
enfermidade grave e incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de 
seu representante legal. 
• DIFERENÇA ENTRE EUTANÁSIA PASSIVA E ORTOTANÁSIA 
• § 1º O médico tem a obrigação de esclarecer ao doente ou a seu 
representante legal as modalidades terapêuticas adequadas para cada 
situação. 
• § 2º A decisão referida no caput deve ser fundamentada e registrada no 
prontuário. 
• § 3º É assegurado ao doente ou a seu representante legal o direito de 
solicitar uma segunda opinião médica. 
• Art. 2º O doente continuará a receber todos os cuidados necessários para 
aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, assegurada a assistência 
integral, o conforto físico, psíquico, social e espiritual, inclusive 
assegurando-lhe o direito da alta hospitalar 
• Na eutanásia, não há início do processo morte, enquanto o processo 
morte, na ortotanásia, já se iniciou. 
 
Doação Gratuita de Tecidos, Órgãos e Partes do Corpo Humano 
 
 A doação pode ser em vida ou “post mortem” para transplante e 
tratamento. 
 
 
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
 Para os efeitos da lei de remoção de órgãos, não estão entre os 
tecidos: sangue, esperma e óvulo. 
Art. 3º da Lei n. 9.434/97 
 A retirada “post mortem” de tecidos, órgãos ou partes do corpo 
humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de 
diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos 
não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a 
utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do 
Conselho Federal de Medicina (Resolução CFM n. 1.480/97) 
 Os prontuários médicos serão mantidos nos arquivos das 
instituições por um período mínimo de cinco anos. 
 É permitido o acompanhamento de médico da família no ato da 
comprovação e da morte encefálica. 
Art. 4º da Lei n. 9.434/97 
 A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas 
falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da 
autorização do cônjuge ou parente maior de idade, obedecida a linha 
sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive firmada em 
documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da 
morte. 
Art. 5º da Lei n. 9.434/97 
 A remoção “post mortem” de tecidos, órgãos ou partes do corpo de 
pessoa juridicamente incapaz poderá ser feita desde que permitida 
expressamente por ambos os pais, ou por seus responsáveis legais. 
Após o transplante, o cadáver será recomposto condignamente para ser 
entregue aos parentes aos parentes ou responsáveis legais para o 
sepultamento. 
Art. 9º da Lei n. 9.434/97 
 
 
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
 É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de 
tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou 
para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos até o quarto 
grau, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, 
dispensada esta em relação à medula óssea. 
Não é permitida a remoção “post mortem” de tecidos órgãos ou partes do 
corpo de pessoas não identificadas. 
A doação de pessoa viva deverá autorizar, preferencialmente e por escrito 
e diante de testemunhas, especificamente o tecido, órgão ou parte do 
corpo objeto da retirada. 
A doação poderá ser revogada pelo doador ou pelos responsáveis legais 
a qualquer momento antes de sua concretização. 
O indivíduo juridicamente incapaz poderá fazer doação nos casos de 
transplante de medula óssea, desde que haja consentimento de ambos 
os pais ou seus responsáveis legais e autorização judicial e o ato não 
oferecer risco à saúde. 
É vedada à gestante dispor de tecidos, órgãos ou partes de seus corpo 
vivo, exceto quando se tratar de doação de tecido para ser utilizado em 
transplante de medula óssea e o ato não oferecer risco à sua saúde ou 
ao feto. 
O autotransplante depende apenas do consentimento do próprio 
indivíduo, registrado em seu prontuário médico ou, se ele for 
juridicamente incapaz, de um de seus pais ou responsáveis legais. 
É garantido a toda mulher o acesso a informações sobre as possibilidades 
e os benefícios da doação voluntária de sangue do cordão umbilical e 
placentário durante o período de consultas pré-natais e no momento da 
realização do parto 
O transplante ou enxerto só se fará com o consentimento expresso do 
receptor, assim inscrito em lista única de espera, após aconselhamento 
sobre a excepcionalidade e os riscos do procedimento. 
 
 
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
Nos casos em que o receptor seja juridicamente incapaz ou cujas 
condições de saúde impeçam ou comprometam a manifestação válida da 
sua vontade, o consentimento de que trata este artigo será dado por um 
de seus pais ou responsáveis legais. 
A inscrição em lista única de espera não confere ao pretenso receptor ou 
à sua família direito subjetivo a indenização, se o transplante não se 
realizar em decorrência de alteração do estado de órgãos, tecidos e 
partes, que lhe seriam destinados, provocado por acidente ou incidente 
em seu transporte. 
Art. 11. É proibida a veiculação, através de qualquer meio de 
comunicação social de anúncio que configure: 
 a) publicidade de estabelecimentos autorizados a realizar 
transplantes e enxertos, relativa a estas atividades; 
 b) apelo público no sentido da doação de tecido, órgão ou parte do 
corpo humano para pessoa determinada identificada ou não, ressalvado 
o disposto no parágrafo único; 
 c) apelo público para a arrecadação de fundos para o 
financiamento de transplante ou enxerto em beneficio de particulares. 
É obrigatório, para todos os estabelecimentos de saúde notificar, às 
centrais de notificação, captação e distribuição de órgãos da unidade 
federada onde ocorrer, o diagnóstico de morte encefálica feito em 
pacientes por eles atendidos. 
Morte Encefálica = morte cerebral (dois médicos) 
Doação de órgãos = não pode haver mutilação 
Assinar o TCI 
Transplante autoplástico: retirada do tecido da própria pessoa. 
Consentimento do próprio indivíduo. 
Transplante heteroplástico: de uma pessoa para outro. 
O transplante heteroplástico divide-se em: 
 
 
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
a) Homóloga: mesma espécie 
b) Heteróloga: espécies diferentes (xenotransplantes) 
 A retirada do órgão e do tecido deve ser autorizadapela 
família e assinada por duas testemunhas. 
Patologista: identifica a “causa mortis” 
Retirou o órgão: o corpo deve ser necropsiado – direito do morto 
• Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos 
(CNDO) 
• Departamento de Informática do SUS – Órgão da Secretaria Executiva do 
Ministério da Saúde 
• Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos 
• Associação Brasileira de Transplante de Órgãos 
TRANSFUSÃO DE SANGUE 
Artigo 5º, inciso VI, da Constituição Federal 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado 
o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a 
proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
Artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação; 
Direito à vida 
 
 
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou 
de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de 
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação 
alternativa, fixada em lei; 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o 
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência 
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos 
desamparados, na forma desta Constituição. 
O privilégio terapêutico aplica-se ao caso em que, com risco de morte, o 
paciente não pode ser consultado a respeito do procedimento médico 
(inconsciência, por exemplo), o que não é o caso dos autos, em que o 
paciente, livre e conscientemente, opõe-se ao procedimento. 
É direito de cada ser humano escolher livremente sua religião, prestando 
culto a Deus. Pela Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 10 
de dezembro de 1948, inciso XVIII, “todo homem tem direito à liberdade 
de pensamento, consciência e religião.” Este direito inclui a liberdade de 
manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e 
pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular. 
Artigo 24 do Código de Ética Médica 
 Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir 
livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como exercer sua 
autoridade para limitá-lo. 
Artigo 31 do Código de Ética Médica 
 Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de 
decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou 
terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte. 
 
 
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
SITUAÇÕES QUE PODEM OCORRER: 
a) Paciente capaz em estado de urgência 
b) Paciente capaz em estado de emergência 
c) Menor impúbere 
d) APELAÇÃO CÍVEL. TRANSFUSÃO DE SANGUE. TESTEMUNHA DE 
JEOVÁ. RECUSA DE TRATAMENTO. INTERESSE EM AGIR. Carece de 
interesse processual o hospital ao ajuizar demanda no intuito de obter 
provimento jurisdicional que determine à paciente que se submeta à 
transfusão de sangue. Não há necessidade de intervenção judicial, pois o 
profissional de saúde tem o dever de, havendo iminente perigo de vida, 
empreender todas as diligências necessárias ao tratamento da paciente, 
independentemente do consentimento dela ou de seus familiares. 
Recurso desprovido. (Apelação Cível nº 70020868162, Quinta Câmara 
Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Umberto Guaspari Sudbrack, 
julgado em 22/08/2007). 
 
Testamento Vital 
 
• O paciente terminal pode determinar os limites do tratamento que aceita 
ser submetido, ou seja, pode manifestar sua vontade nas decisões 
terapêuticas, dividindo a responsabilidade da escolha? 
• O que vem a ser? 
• Trata-se de um documento feito por qualquer pessoa maior de idade que 
poderá escolher sobre o seu tratamento quando do não há mais chances 
de recuperação. 
• O realce do entendimento fica por conta de que “não se justifica prolongar 
um sofrimento desnecessário, em detrimento a qualidade de vida do ser 
humano”, como enxergou o CFM - Conselho Federal de Medicina - 
expresso na Resolução 1.995/2012. 
• Neste documento, os legisladores do CFM tiveram cuidado de definir três 
questões: 
 
 
22 
 
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
• A primeira, a decisão do paciente deve ser feita antecipadamente, isto é, 
antes de ingressar na fase crítica (evento morte). 
 
• A segunda, que o paciente ao decidir esteja plenamente consciente. 
• A terceira, que sua manifestação prevaleça sobre a vontade dos 
parentes e dos médicos que o assistem. 
RESOLUÇÃO CFM nº 1.995/2012 
• (Publicada no D.O.U. de 31 de agosto de 2012, Seção I, p.269-70) 
• Dispõe sobre as diretivas antecipadas de vontade dos pacientes. 
• O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, no uso das atribuições 
conferidas pela Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada 
pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e pela Lei nº 11.000, de 
15 de dezembro de 2004, e 
• Para Roberto D’Ávila, presidente do CFM, a diretiva está diretamente 
relacionada à possibilidade de ortotanásia, que é a morte sem sofrimento. 
• O procedimento tem prática validada pelo Conselho Federal de Medicina 
pela Resolução 1805/2006. "Com a Diretiva Antecipada de Vontade, o 
médico atenderá ao desejo de seu paciente. 
• No entanto, isso acontecerá dentro de um contexto de terminalidade da 
vida", diz. 
• Para Roberto D’Ávila, presidente do CFM, a diretiva está diretamente 
relacionada à possibilidade de ortotanásia, que é a morte sem sofrimento. 
• O procedimento tem prática validada pelo Conselho Federal de Medicina 
pela Resolução 1.805/2006. "Com a Diretiva Antecipada de Vontade, o 
médico atenderá ao desejo de seu paciente. 
 De acordo com o CFM, a nova medida é uma maneira de oferecer ao 
paciente a chance de expressar sua vontade em ser submetido ou não a 
tratamentos extenuantes, quando já não há chances de recuperação 
 
 
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 
 A pessoa que optar pelo documento poderá, por exemplo, escolher se 
quer ser submetida a procedimentos como ventilação mecânica, tratamentos 
com medicamentos ou cirúrgicos que sejam dolorosos e à reanimação em casos 
de parada cardiorrespiratória. 
• A controvérsia maior é que como a Resolução é recente, carece de 
regulamentação no Código Civil, local onde ainda não foi recepcionada. 
Os médicos que seguirem a mesma não serão naturalmente 
considerados negligentes. 
As Resoluções do CFM, embora não tenha força de lei, são consideradas como 
mandatárias para os médicos 
• Ao desobedecê-las, pode ser interpretado como quebra do Código de 
Ética Médica, podendo acarretar sérios contratempos, até cassação da 
permissão para exercer a Medicina.