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Tecnologia de Produção de SURIMI Autores: Daiane de Marco Morgana de Marco Natália Cipriani Tailine Luana Scheeren DEFINIÇÃO Produto congelado obtido a partir da carne mecanicamente separada de pescado, submetida a lavagens sucessivas, drenagem e refino, adicionado de ingredientes e aditivos crioprotetores (Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal decretado no Art. 465) INTRODUÇÃO Mesmas características nutricionais do pescado Preços acessíveis Aproveitamento de espécies sem ou de baixo valor comercial ou abaixo do tamanho mínimo para comercialização Aproveitamento de diferentes espécies de pescado, moluscos e crustáceos. PRODUÇÃO EUA maior produtor exportador Japão maior importador: consumo elevado de produtos derivados do surimi consumo ocupa 75% da fatia do mercado mundial Brasil apresenta produção incipiente restrita a algumas localidades e de distribuição limitada ELABORAÇÃO DE SURIMI RECEPÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA eliminação de pescado com qualidade comprometida pesagem temperatura no tempo de espera: abaixo de 5ºC Bacalhau (Theragra chalcogramma) -excelente propriedade de geleificação Pescada (Merluccius productus) LIMPEZA DO PESCADO Retirar resíduos obtidos das redes lavagem para eliminar substâncias indesejáveis: limo da superfície areia outros EVISCERAÇÃO E DESCABEÇAMENTO Retirada de cabeça e vísceras do pescado manual remoção completa de membranas escuras e escamas (depreciação) alta concentração de enzimas proteolíticas e o alto número de microrganismos prejudicariam a formação de gel. LAVAGEM Retirar todos resíduos pós-evisceração normalmente tambores rotatórios duas lavagens (aceleração processos deteriorativos) SEPARAÇÃO MECÂNICA DO MÚSCULO Extrator de espinhas espinhas, pele, brânquias, escamas, etc correia móvel flexível e um tambor com orifícios (3 a 5 mm) extrusão do músculo através da pressão e força de cisalhamento pequenas espinhas, algumas escamas e tecido conjuntivo também passam através dos orifícios. CICLOS DE LAVAGEM eliminar componentes que propiciem características indesejáveis e excluir compostos que reduzam a capacidade e a estabilidade funcional do surimi. OBJETIVOS DO CICLO Separação mecânica de impurezas: separa a gordura e os possíveis restos de peritônio, aparelho digestório, pele e escamas - agitação pescado com água eliminação de substâncias solúveis em água: arraste e eliminação de sangue, proteínas sarcoplasmáticas, sais orgânicos, substâncias de baixo peso molecular e outras impurezas - lavagem e lixiviação. 3 a 4 ciclos de lavagem 9 a 12 minutos quantidade de água de 3 a 4 vezes o peso do músculo do pescado bicarbonato de sódio (0,5%) – neutralizar pH NaCl (0,3%) – aumentar força iônica e facilitar eliminação do excesso de água A lavagem promove a eliminação das proteínas sarcoplasmáticas (o que contribui diretamente em uma melhor elasticidade do produto), lipídios, componente extrativos, que não contribuem para a formação da estrutura de rede. Fazendo com que a miofibrila se torne mais pura e concentrada. ELIMINAÇÃO DO EXCESSO DE ÁGUA Eliminação da água absorvida na lavagem ideal realizar a cada lavagem deve ser eliminado um conteúdo de 75 a 80% de umidade prensas de rosca REFINO Eliminar residual remanescente como escamas, espinhas, pele e outras impurezas antes ou depois da eliminação do excesso de água músculo picado é lançado através de pequenos orifícios da parede do tambor da refinadora ADIÇÃO E MISTURA DE INGREDIENTES Normalmente comercializado congelado após o descongelamento, as proteínas miofibrilares perdem parte de sua capacidade de formar géis a partir de 1960 começou-se a utilizar crioprotetores para atenuar esse problema. Crioprotetores atuam aumentando a tensão superficial da água em torno da proteína, impedindo o seu congelamento esse fenômeno previne a retirada da água ligada à proteína, estabilizando-a em sua forma original durante o período de estocagem sob congelamento. Açúcares são os mais utilizados sacarose ou mistura com sorbitol (mais empregado) arabinose, galactose, lactose, glicerol, etc 8% no produto final. Fosfatos Poder sinérgico com o açúcar reduz as perdas por exsudação durante o descongelamento sequestrantes ou precipitantes ao diminuir a presença de íons metálicos 0,2 a 0,3%. NaCl Opcional Ka-em adição de NaCl (2,5%) Mu-em sem adição de NaCl. mais utilizado no Ocidente como base para elaboração de diversos produtos Mistura Misturador comum ou cutter Vácuo temperaturas entre -1 e 3 ºC Crioprotetores podem ser adicionados durante o refino EMBALAGEM, CONGELAMENTO E CONSERVAÇÃO sacos de polietileno congelamento a -30 ºC em armários de placas horizontais armazenamento a temperaturas iguais ou inferiores a -25 ºC capacidade de formar géis e qualidade mantém-se por mais de 1 ano COMPOSIÇÃO QUÍMICA Rico em protéinas minerais, lipídeos e vitaminas em menores quantidades variam dependendo da espécie e da época de captura do pescado. PADRÃO MICROBIOLÓGICO Coliformes a 45°C : tolerância de 10-2 (NMP) Estafilococos coagulase positiva: tolerância de 5x10-2UFC g-1 Salmonella spp.: ausência em 25g de amostra. RENDIMENTO Varia conforme a espécie utilizada Vaz (2005) obteve 62,41% de rendimento para o surimi obtido a partir de polpa de tilápia Kunh et al (2007) obteve 15,60 % de rendimento a partir do pescado inteiro da espécie Jundiá. DERIVADOS A partir do surimi uma grande quantidade de produtos pode ser elaborado: Salsichas Presunto de carne de peixe Hambúrguer de carne de peixe Kamaboko tipo itatsuki: aquecido a vapor ou na grelha Kamaboko satsuma age e tempura: fritos em óleo de soja ou de colza Hanpen: surimi fervido com aspecto muito esponjoso Chikuwa: produto cilíndrico assado na grelha Entre outros CONSIDERAÇÕES FINAIS Boa alternativa para o aproveitamento do pescado de baixo valor comercial processo simples e fácil de ser realizado matéria-prima de alto valor nutricional para elaboração de outros produtos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GILDBERG, A.; ARNESEN, J. A.; CARLEHÖG, M. Utilisation of cod backbone by biochemical fractionation. Proc. Biochem. v.38, n.4 p.475-480, 2002. 13 KUHN, C.R. Geleificação termo-induzida do surimi de Jundia (Rhamdia quelen) com inibidores de proteases. 2006. 95f. Tese (Doutorado em Ciências)–Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. LEE, C. M. Surimi manufacturing and fabrication of surimi based products. Food Technol., v 40, n.3, p 115–124, 1986 MARTÍN-SANCHEZ, A. M.; NAVARRO, C.; PÉREZ-ÁLVAREZ, J. A.; KURI, V. Alternatives for efficient and sustainable production of surimi: A review. Comprehensive Reviews in Food Science and Food Safety, v. 8, p. 359-374, 2009. ORDÓÑEZ, J. A. Tecnologia de Alimentos: Alimentos de origem Animal. Vol. 2. Porto Alegre: Artmed, 2005. 249-259p. VAZ, S. K. Elaboração e caracterização de lingüiça fresca “tipo toscana” de tilápia (Oreochromis niloticus). 2005. 113f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos) - Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos, Setor de Tecnologia da Universidade Federal do Paraná. Curitiba.
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