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TCC Jogos, Brinquedos e Brincadeiras

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TCC Jogos, Brinquedos e Brincadeiras
Resumo
As atividades lúdicas estimulam a expressão das crianças de formas variadas, que vão de movimentos corporais a convivência social; através dessa prática elas desenvolvem suas potencialidades e concretizam diversas habilidades físicas e psíquicas. Para que a escola infantil seja considerada como real ambiente de aprendizado, é necessário que respeite o conhecimento de mundo prévio das crianças e compreenda o processo pelo qual devem trilhar, atendendo suas necessidades de enfrentar e entender com maior tranquilidade e naturalidade o valor dos seus primeiros anos escolares, que servirão de base para seu crescimento integral. Este trabalho enfatiza a importância dos jogos e das brincadeiras no processo de aprendizagem na Educação Infantil através dos jogos e brincadeiras, e a intenção deste artigo é sensibilizar os professores de educação infantil e do importante papel que os jogos, as brincadeiras que exercem no desenvolvimento da criança. Para isso se faz necessário saber o significado do brincar, conceituar os principais termos utilizados para designar o ato de brincar, tornando-se também fundamental analisar o papel do educador neste processo lúdico, e ainda, os benefícios que o brincar proporciona. Desta forma, espera-se oferecer uma leitura mais consciente acerca da importância do brincar na vida do ser humano, e em especial na vida da criança apresenta resultados de uma pesquisa qualitativa, cujo objetivo foi discutir sobre a importância do brincar no processo de desenvolvimento da criança, visando à construção do conhecimento através de brincadeiras e jogos. Foi feito um levantamento frente às possibilidades que a brincadeira desencadeia na construção e reconstrução dos conhecimentos, desse modo, contribuindo para levantar as contribuições da ludicidade no processo de ensino e aprendizagem. 
INTRODUÇÃO
	O Processo de Ensino Aprendizagem na Educação Infantil se dá através da apropriação do conhecimento, onde os jogos, o brinquedo e a brincadeira exercem um papel importante na construção deste conhecimento.
Justifica-se a escolha deste tema, como forma de entender e avaliar a metodologia, concepções e práticas educacionais empregadas para a aprendizagem em salas de educação infantil, com um caráter qualitativo, aprendendo sobre tais práticas que promovem o desenvolvimento total da criança, cognitivo, social e emocional.
	A pesquisa visa analisar o papel do educador na construção destes saberes, como prepara e administra suas aulas, como dispõe os materiais em sala e os cantinhos simbólicos são expostos, lembrando que estes precisam estar ao alcance dos pequenos todo instante.
	Durante a realização desta pesquisa, conscientizou-se o quão importante é o brincar na vida do ser humano e em especial na vida da criança. Para que o trabalho com jogos e brincadeiras seja um caminho para a construção do conhecimento da criança nos seus primeiros anos de vida escolar, é necessário que os professores transformem essa ação em possibilidades, não sendo conduzida sem objetivos, destinada e restrita ao desenvolvimento corporal, mas atividades com o intuito de suprir as necessidades dos pequenos, ligadas ao desenvolvimento cognitivo, afetivo e social.
Jogos e brincadeiras devem ser analisadas como atividades facilitadoras do processo ensino-aprendizado, através do lúdico o professor terá oportunidades de aproximação interdisciplinar; aliando e trabalhando inúmeros temas destinados à educação infantil, estimulando e proporcionando aprendizado de forma saudável, espontânea e criativa.
GOMES, Déborah Moreira; SANTOS, Erica Cristina T.; SANTOS, Isabel Cristina F.; MEDEIROS, Lusiene Gomes de A.; São José dos Campos, 2016. O Processo de Aprendizagem na Educação Infantil através das Brincadeiras e dos jogos. Total de folhas 17. Projeto Integrador II - Pedagogia - UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP – São José dos Campos, 2016.
1 – CONCEPÇÕES NA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL E O BRINCAR
	“O brincar é uma necessidade básica e um direito de todos. O brincar é uma experiência humana, rica e complexa. ” (ALMEIDA, M.T.P, 2000).
	Alguns documentos atestam que o brincar é um direito da criança, eles asseguram que o jogo e a brincadeira façam parte do seu aprendizado, tais como:
· Declaração universal dos direitos da criança – ONU (1959)
“...A criança deve ter todas as possibilidades de entregar-se aos jogos e às atividades recreativas, que devem ser orientadas para os fins visados pela educação; a sociedade e os poderes públicos devem esforçar-se por favorecer o gozo deste direito". (Declaração universal dos direitos da criança, 1959)
· Associação internacional pelo direito da criança brincar – IPA 1079
Os princípios norteadores da Associação Internacional pelo Direito da Criança Brincar - IPA são:
· Saúde - Brincar é essencial para saúde física e mental das crianças.
· Educação - Brincar faz parte do processo da formação educativa do ser humano.
· Bem-estar - ação social - O brincar é fundamental para a vida familiar e comunitária.
· Lazer no tempo livre - A criança precisa de tempo para brincar em seu tempo de lazer.
· Planejamento - As necessidades da criança devem ter prioridade no planejamento do equipamento social.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais o brincar apresenta-se por meio de várias categorias. E essas categorias incluem:
· O movimento e as mudanças da percepção resultantes essencialmente da mobilidade física das crianças;
· A relação com os objetos e suas propriedades físicas assim como a combinação e associação entre eles;
· A linguagem oral e gestual que oferecem vários níveis de organização a serem utilizados para brincar; os conteúdos sociais, como papéis, situações, valores e atitudes que se referem à forma como o universo social se constroem;
· E, finalmente, os limites definidos pelas regras, constituindo-se em um recurso fundamental para brincar.
As razões para brincar são inúmeras, pois entende -se que a brincadeira só faz bem, e só não entendemos porque em muitos lugares isso incomoda tanto algumas pessoas, pais, professores..., sabemos que o brincar é um direito da criança, como apresentado na Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, denominada Estatuto da Criança e do Adolescente, acrescenta no Capítulo II, Art. 16°, Inciso IV, que toda criança tem o direito de brincar, praticar esportes e divertir-se.
	De acordo com pesquisadores o brincar pode ser dividido em categorias.
· O Brincar Social: reflete o grau no quais as crianças interagem umas com as outras.
· O Brincar Cognitivo: revela o nível de desenvolvimento mental da criança.
A brincadeira se caracteriza por alguma estruturação e pela utilização de regras. A brincadeira é uma atividade que pode ser tanto coletiva quanto individual. Na brincadeira a existência das regras não limita a ação lúdica, a criança pode modificá-la, ausentar-se quando desejar, incluir novos membros, modificar as próprias regras, enfim existe maior liberdade de ação para as crianças. (Almeida ,2005, p.5).
Estas categorias são divididas em algumas modalidades básicas de brincar:
1. O brincar tradicional
2. O brincar de faz-de-conta
3. O brincar de construção
4. O brincar educativo
Quando a criança brinca de “faz de conta”, se apropria da cultura ao experimentar a imaginação, a interpretação e a construção de significados para diferentes situações. Segundo Corsaro (2002, apud CARVALHO, 2007) quando a criança brinca de fazer de conta, ela acaba exercendo uma reprodução interpretativa dos elementos que compõem a cultura onde estão inseridas. Assim, os brinquedos interagem com a reprodução que as crianças fazem da realidade de seus contextos.
 No faz-de-conta podem-se exercer diversos papéis para, dessa forma, melhor compreendê-los. E, à medida que esse processo se amplia com a participação de outras pessoas, a criança vai aprendendo a lidar com diferentes situações, a estabelecer relações entre ela e o outro, ao mesmo tempo em que se diferencia deste. As brincadeiras como cantigas de roda, cabra-cega, queimadae os diversos tipos de atividades esportivas e jogos como futebol, xadrez e damas, por exemplo, apresentam situações pré-estabelecidas, não são criadas por um indivíduo em particular.
 Portanto, não expressam diretamente aspectos de suas próprias vivências. Mas nelas também a criança experimenta emoções e vivências comuns a todos os indivíduos, simbolicamente representadas, e aprende a respeitar regras e limites, a conviver com o outro. Além disso, nas brincadeiras tradicionais, a criança entra em contato com experiências passadas, que fazem parte da história da cultura em que vive. Dessa forma, brincando – sem estar exercendo funções adultas – a criança elabora sentimentos, fantasias, angústias e medos, aprendendo, assim, a se relacionar com o mundo e a se apropriar da história do grupo social do qual faz parte e consequentemente, da história da humanidade. 
Crianças de diferentes contextos sociais e históricos operam com essa linguagem (brincadeira e brinquedo) em sua compreensão do mundo. Isso mostra o caráter e a dimensão universal que tem essa linguagem.
As diferentes práticas e teorias da Educação mostram que a criança aprende brincando. Ao jogar, ou ainda, ao brincar, a criança assimila o que percebe ao seu redor, e posteriormente, acomoda, para adaptar-se ao meio. FRIEDMANN esclarece a questão do brincar, do jogar e do lúdico mostrando que:
 “...brincadeira refere-se à ação de brincar, ao comportamento espontâneo que resulta de uma atividade não estruturada: jogo é compreendido como uma brincadeira que envolve regras: brinquedo é utilizado para designar o sentido de objeto de brincar: atividade lúdica abrange, de forma mais ampla, os conceitos anteriores “ (1996, p. 12). ”
No momento que a criança brinca a aprendizagem acontece, porque a “aprendizagem é construção do conhecimento” Na brincadeira a criança se solta, deixa sua liberdade e sua criatividade fluírem podendo assim descobrir-se como pessoa. Isso, porém, ocorre de forma sistematizada, quando há a participação como mediador do processo, dialogando com a criança e criando situações de jogos e brincadeiras que mobilizam saberes e promovem a construção de novas aprendizagem.
” o brincar era considerada uma atividade oposta ao que é sério, isto é a brincadeira não era vista como uma prática que proporcionava as crianças um repertório de informações e experiências; o brincar é um espaço explorável, pois ao brincar a criança corre, anda, conversa, pula, derruba e etc. Todas essas atividades servem como novas descobertas e isso torna-se uma prática importante para o desenvolvimento infantil”. Kishimoto (2002).
Considerando a forma como as crianças aprendem e a necessidade de serem construídas novas estruturas mentais na formação de sua inteligência, abrangendo processos cognitivos, emocionais e psicomotores; as brincadeiras são essenciais nessa etapa de desenvolvimento, não devendo ser julgada como prática complementar, dispensável e sem utilidade. As atividades lúdicas auxiliam no desenvolvimento de estruturas mentais infantis de forma ágil e simples.
Brincando, a criança vai construindo os alicerces da compreensão e utilização de sistemas simbólicos como a escrita, assim como da capacidade e habilidade em perceber, criar, manter e desenvolver laços de afeto e confiança no outro. Esse processo tem início desde o nascimento, com o bebê aprendendo a brincar com a própria mãozinha e, mais adiante, com a mãe. Assim como aos poucos vai coordenando, agilizando e dotando seus gestos de intenção e precisão progressivas, vai aprendendo a interagir com os outros, inclusive com seus pares, crescendo em autonomia e sociabilidade (OLIVEIRA, 2002,).
As brincadeiras proporcionam surgimento de novas ideias criativas, que favorecem a aprendizagem de novos conteúdos e interações conscientes e inconscientes, estimulando autoconfiança e no grupo em que está introduzida. As atividades lúdicas não possuem apenas finalidade de garantir prazer às crianças, mas também de canalizar suas frustrações e suas energias, potencializar sua criatividade e imaginação, estimular sua formação individual e social, garantindo desenvolvimento integral.
Cória-Sabini nomeia como “preparação para a prontidão”, o modo como é conduzido o processo de alfabetização das crianças, na maioria das pré-escolas brasileiras, a preocupação em prepará-las para a primeira série, além de ser uma desconsideração quanto às especificidades dessa fase de ensino, passa a ser uma antecipação da proposta tradicional dos anos iniciais, uma perspectiva de treinamento e aceleração, criando alunos passivos no processo de aprendizagem. Trabalhar com os jogos e brincadeiras, seria resgatar o prazer de aprender, quando brinca, a criança deixa refletir não só sua forma de pensar ou sentir, mas também aprende a organizar a realidade.
O brincar deve ser visto como procedimento valioso para a aprendizagem, não como sinônimo de dispersão e recreação, necessário que o professor planeje a brincadeira interagindo com as demais atividades, construindo novos caminhos para o conhecimento através do lúdico, tornando possível a união do movimento com o conhecimento, onde a linguagem verbal e socializada possa se transformar em um real instrumento do pensamento.
A ação social é ineficaz sem uma assimilação ativa da criança, o que supõe instrumentos cognitivos adequados para a absorção da influência social. Assim, o desenvolvimento da criança não é resultante de um plano preestabelecido; pelo contrário, é uma construção progressiva em que cada inovação só se torna possível em razão de conhecimento precedentes, ao mesmo tempo em que abre possibilidades para novas construções e reformulações. ( Cória-Sabini, 2012 – Ed. Papirus ).
A autora citada anteriormente, também destaca a afetividade e a motivação como fatores importantes e fundamentais na evolução intelectual e cognitiva da criança, considerando os dois aspectos como inseparáveis e irredutíveis. Apoiada nas ideias de Piaget, destaca a necessidade de um método ativo de ensino, que estabeleça diálogo com as características do pensamento infantil, como ponto de partida para a apropriação de novos conhecimentos; critica os métodos tradicionais, valoriza a relação dinâmica e a utilização de atividades lúdicas, relacionando com as seguintes perspectivas: preparação para a vida; liberdade de ação; prazer obtido; possibilidade de repetição das experiências e realização simbólica dos desejos.
Considerando a abrangência desses aspectos, as atividades lúdicas infantis oferecem uma fonte para estudos em diferentes direções, do ponto de vista sociológico, da perspectiva psicológica e numa abordagem antropológica; relacionam as brincadeiras com o desenvolvimento de habilidades sociais e projeções psíquicas, contribuindo para o seu desenvolvimento físico e mental, ampliando seus conhecimentos e compreensão do contexto em que vive.
O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (BRASIL, 1998, p.13), especifica os vários aspectos a serem contemplados, dentre eles o brincar. A qualidade das experiências oferecidas que podem contribuir para o exercício da cidadania, respeitando-se as especificidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas das crianças de zero a seis anos, devem estar embasadas nos seguintes princípios: O respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas suas diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas, etc.; O direito das crianças ao brincar, como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil; O acesso das crianças aos bens sócio culturais disponíveis, ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, à interação, ao pensamento, à ética e à ciência; A socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma; O atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao desenvolvimento de sua identidade.
De acordo com esse documento: BRASIL,1998,p.23
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis. 
Educar não remete somente as atividades em sala de aula, e sim planejar momentos de brincadeiras com propósitos concretos, buscando um objetivo final, visando o aprendizado de forma lúdica e prazerosa, onde a criança tenha liberdade de escolha. Dessa forma, o brincar além de contribuir para o aprendizado, ele também aparece como um elemento de desenvolvimento de adaptação social, trabalhando a conservação da própria cultura. Utilizando as brincadeiras e jogos o espaço escolar se transforma em um espaço agradável, prazeroso, de forma a permitir que o educador alcance sucesso em sala de aula.
2. A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRICADEIRAS
2.1. Jogos
Kishimoto (1998) ressalta que o jogo, os brinquedos e as brincadeiras são termos que terminam se misturando. As diversas brincadeiras e jogos, faz-de-conta, jogos simbólicos, sensório motores, intelectuais, individuais, coletivos, dentre outros mostram as multiplicidades das categorias de jogos. O jogo é uma atividade que contribui para o desenvolvimento da criatividade da criança tanto na criação como também na execução. Os jogos são importantes, pois envolvem regras como ocupação do espaço e a percepção do lugar.
Kishimoto (1993, p. 15) afirma: Os jogos têm diversas origens e culturas que são transmitidas pelos diferentes jogos e formas de jogar. Este tem função de construir e desenvolver uma convivência entre as crianças estabelecendo regras, critérios e sentidos, possibilitando assim, um convívio mais social e democracia, porque “enquanto manifestação espontânea da cultura popular, os jogos tradicionais têm a função de perpetuar a cultura infantil e desenvolver formas de convivência social.
Na atualidade, já há algumas tendências em que o educador elabora jogos e brincadeiras que exigem mais raciocínio lógico das crianças. Essas atividades terminam favorecendo o desenvolvimento de habilidades motrícias e sensoriais e estimulam o raciocínio, ou seja, jogos de construção e não fabricados por uma indústria qualquer. Kishimoto (1999) ainda comenta que “os jogos de construção são considerados de grande importância por enriquecer a experiência sensorial, estimular a criatividade e desenvolver as habilidades das crianças”. (KISHIMOTO, 1999, p. 40).
2.2 Brinquedo
Qualquer tipo de brinquedo traz consigo uma relação de aprendizagem, bem como educativa. Quando uma criança confecciona seu próprio brinquedo, aprende com o seu trabalho transformar matérias-primas oriundas da natureza em objetos novos, que vão se constituir em um novo objeto, ou seja, novo brinquedo.
Para Oliveira (1984, p. 44), o brinquedo educativo se auto define como agente de transmissão metódica de conhecimentos e habilidades que, antes de seu surgimento, não eram veiculadas às crianças pelos brinquedos. Simboliza, portanto, uma intervenção deliberada no lazer infantil no sentido de oferecer conteúdo pedagógico ao entretenimento da criança.
O brinquedo sempre chamou atenção da criança independentemente do tamanho ou da qualidade. Enquanto objeto, ele é sempre suporte de brincadeira, e a
brincadeira nada mais é do que ação que a criança desenvolve ao realizar as regras do jogo, ou seja, mergulhar na ação lúdica.
Kishimoto (1999, p. 18) ressalta que o brinquedo é outro termo indispensável para compreender este campo. Diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma relação íntima com a criança e uma indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regra que organiza sua utilização.
A partir desse momento, o brinquedo pode gerar um sentimento mais próximo onde em algumas situações o amigo não consegue construir tornando com isso o melhor amigo que fala, ouve e sente, pois, a criança vive num mundo de imaginação onde seus brinquedos de ficção acabam ganhando vida e ao mesmo tempo sentimentos. Nessa perspectiva, a criança amplia no brinquedo todas as suas sensibilidades, pois este vai permitir a ela curiosidade e conhecimento ao mesmo tempo. Sendo assim, é através do brinquedo que a criança faz sua incursão no mundo, trava contato com os desafios e busca, com isso, o conhecimento dos elementos. Muitas vezes, a criança é levada a destruir alguns brinquedos na busca do entendimento e conhecimento dos mesmos. Com isso, ela quebra e tenta consertar e, daí, vem o descobrimento e conhecimento do seu brinquedo.
Kishimoto (2003) comenta que o uso do brinquedo/ jogo educativo com fins pedagógicos remete-nos para a relevância desse instrumento para situações de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento infantil. Se considerarmos que a criança aprende de modo intuitivo adquire noções espontâneas, em processos interativos envolvendo o ser humano inteiro com suas cognições, afetividade, corpo e interações sociais, o brinquedo desempenha um papel de grande relevância para desenvolvê-la.
2.3 Brincadeiras
É por meio da brincadeira que a criança pode desenvolver a sua própria liberdade e sua expressão, bem como sua criatividade ao manipulá-los. É na interação com os próprios brinquedos e o meio que as crianças vão construindo os seus conhecimentos, ou seja, através das atividades lúdicas dentro das suas variedades, elaborando e reelaborando. 
Para Oliveira (2002, p. 160): Por meio da brincadeira, a criança pequena exercita capacidades nascentes, como as de representar o mundo e de distinguir entre pessoas, possibilitadas especialmente pelos jogos de faz-de-conta e os de alternância respectivamente. Ao brincar, a criança passa a compreender as características dos objetos, seu funcionamento, os elementos da natureza e os acontecimentos sociais. Ao mesmo tempo, ao tomar o papel do outro na brincadeira, começa a perceber as diferenças perspectivas de uma situação, o que lhe facilita a elaboração do diálogo interior característicos de seu pensamento verbal.
Sendo assim, o brinquedo pode tornar-se uma chance ou oportunidade de desenvolvimento cognitivo, pelo qual as brincadeiras terminam descobrindo, inventando e aprendendo através das suas habilidades mesmo sendo criança. A partir disto, a brincadeira é como uma atividade social específica, ou seja, ela é fundamental na interação e construção de conhecimentos da realidade das crianças e a mesma faz com que se estabeleça um vínculo com a função pedagógica da pré-escola.
As brincadeiras se constituem como lazer e ensinamento para a própria criança, porque é justamente por meio delas que as crianças podem discernir situações, resolvê-las e aprender ao mesmo tempo. Portanto, a brincadeira sempre aparece de forma educativa e organizada, pois existe para a criança que brinca certas decisões a tomar e, com o companheirismo, ela aprende a conviver em grupo, compreende o mundo que vive, construindo e compartilhando significados, assim como motivação atitudes para sua sociabilidade e autonomia.
Pode-se considerar que os jogos, brinquedos e brincadeiras são e serão elementos fundamentais para a infância, já que é por meio do ato de brincar que o brinquedo pode caracterizar a presença das demais crianças, e brincar é estar junto com as demais crianças.
Considerações Finais
Conclui-se que os jogos e as brincadeiras no processo de aprendizagem são essenciais no desenvolvimento cognitivo, emocional e social, na vida da criança, enfatizando a necessidade de trabalhar conceitos e habilidades no cotidiano da pré-escola de maneira integral, que vai da recreação as atividades que abrangem o desenvolvimento motor, memorização,atenção, percepção espacial de noções básicas que unem conhecimentos básicos aos mais amplos. Através dos jogos as crianças aprendem noções que serão interiorizados e transformados em conceitos para toda vida, muito mais que proporcionar prazer e suprir seus desejos, as brincadeiras colaboram com a aprendizagem de maneira significativa e essencial.
Reserva ao professor, fazer dessa ação um modo transformador de ensinar, com clareza das suas intencionalidades e com o intuito de proporcionar produção de conhecimento, como estratégia educativa em todos os componentes curriculares, respeitando as características e especificidades das crianças, utilizando de seus benefícios e ampliando seu modo de pensar ao dirigir essas atividades.
Na trajetória da Educação, diversos pensadores defenderam a ideia que o conhecimento se concretiza através das interações, dentro dessa concepção os jogos e brincadeiras ganham influência significativa, e pode nesse contexto ganhar espaço cada vez mais abrangentes dentro do contexto escolar, destinado não somente a educação infantil, mas também numa perspectiva continuada de ensino.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
- Almeida, M.T.P. Jogos divertidos e brinquedos criativos; ed. Vozes, 2004. 
- Cória-Sabini, Maria Aparecida. Jogos e brincadeiras na Educação Infantil. Editora Vozes, 2012.
- Friedmann, Adriana, Brincar – Crescer e Aprender. O resgate da cultura infantil. 1ª ed. São Paulo. Moderna, 1996.
- Kishimoto, Tizuko Morchida, Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 8ª edição, São Paulo: Cortez, 2005. 
- MOTTA, JULIA M. C. Jogos: Repetição ou Criação? 2ª ed. 1994. Editora: Editora Brasiliense.
- Rau, Maria Cristina Trois Dorneles; A ludicidade na educação: Uma atitude pedagógica, editora ibpex,2ª ed.
- Vera Barros de Oliveira; Elza L. G. Antunha; Aidyl M. Q; Edda Bomtempo; O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Editora vozes, 2012
SUGESTÕES DE ALGUMAS ATIVIDADES E RECURSOS PARA PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
· Crianças de 0 a 2 anos - Tem interesse e é curiosa, conhece o nome, é negativista e brinca com o outro. Algumas atividades relacionadas a este período sensório-motor: a exploração motora, a sensação / sentidos, e a estimulação, tendo como recursos o uso de objetos de espessuras variadas, bolas, cores, borrachas, brinquedos.
· Crianças de 0 a 3 anos - São ativas, estão descobrindo as coisas, são sensíveis, são tímidas, são imitadoras. Aprendem de forma empírica, com brincadeiras, com leituras ilustradas, histórias com desenhos, com objetos variados, com faz de conta, por demonstrações, com perguntas e respostas, brincadeiras sem regras ou com regras simples, imitações, movimento e jogos diversos. Alguns recursos possíveis a serem utilizados são fantoches, caixas de areia, flanelógrafo, materiais artísticos, materiais concretos.
· Crianças de 4 a 5 anos - São ativas, são questionadoras, medrosas, amigáveis, confiantes, mais atenciosas, interessadas, mais concentradas. Chamam-lhes a atenção, brincadeiras com ou sem regras, atividades com movimentos, com representações, com recortes, pesquisas, criatividades, atividades em grupos, dramatizações e histórias ilustradas.

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