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polirradiculoneurite/botulismo/correlações

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Polirradiculoneurite e Botulismo(e correlações)
Polirradiculoneurite-A polirradiculoneurite em cães,sendo comum neles, é
uma doença imunomediadia que causa neuropatia periférica devido a
infiltração nas células inflamatórias,inflamação nas raízes nervosas ventrais e
nos nervos periféricos;apresentando geralmente lesão generalizada do
neurônio motor inferior possivelmente acompanhada de disfunção dos
nervos cranianos.Pode ser desencadeada por uma reação pós vacinal,pela
mordida do guaxinim(um antígeno presente na saliva dele),por uma doença
sistêmica ou devido a algumas infecções como pelos protozoários
Toxoplasma gondii ou Neospora caninum.Apresenta degeneração axonal e
mielínica o que consequentemente prejudica a passagem de sinal dos
neurônios motores para as fibras musculares,justificando os sinais clínicos
que são:inicialmente fraqueza nos membros pélvicos evoluindo para paresia
e progredindo para os membros torácicos caracterizando assim uma
tetraparesia flácida pois também há redução do tônus nos 4 membros(ou
pode apresentar tetraparalisia flácida),a sensibilidade é mantida e pode
haver hiperestesia ao estímulo da dor se a inflamação for tão severa a ponto
de atingir a raiz dorsal,pode haver atrofia muscular,alterações na
voz,problemas na deglutição,os reflexos espinhais são diminuídos ou
ausentes,em alguns casos pode haver paresia ou parasilia do nervo facial e a
maioria dos animais não perde a capacidade de urinar e defecar.Algumas
complicações podem acompanhar a doença como a infecção
urinária,pneumonia por aspiração,escaras de decúbito e contraturas
musculares e tendíneas.
O diagnóstico se dá com base nos sinais clínicos e depois de ter descartado
os outros tipos de polineuropatias,o LCR costuma estar normal podendo
apresentar aumento na proteína e o eletromiograma pode mostrar
denervação em mais ou menos 5 dias de paralisia e condução nervosa
diminuída.No tratamento é essencial os cuidados de enfermagem e
tratamento suporte focando na monitoração respiratória(pois há relatos
de,em casos graves,paralisia dessa função),nos níveis de hidratação e
ingestão calórica e na troca de decúbito para evitar escaras.A fisioterapia
também é muito importante para evitar atrofia muscular e possibilitar uma
recuperação mais rápida.Pode ser usado analgésico nos animais que
apresentarem hiperestesia.Alguns estudos dizem que o uso de
imunoglobulina humana intravenosa torna o tempo de recuperação mais
rápido.Algumas pessoas defendem o uso de glicocorticóides uma vez que a
polirradiculoneurite é uma doença imunomediada,poderia agir então na
inflamação das raízes nervosas,porém há controversas pois não tem
comprovação científica da sua eficácia.A recuperação tende a ser no sentido
contrário do avanço da doença,ou seja, começa pelos membros torácicos e
terminando nos membros pélvicos.O prognóstico geralmente é favorável
porém se a degeneração axonal for grave o animal pode vir a óbito devido a
paralisia respiratória ou ter recuperação parcial e prolongada.No geral ainda
há necessidade de muitos esclarecimentos sobre a doença.
Botulismo-O botulismo é uma doença neuroparalítica,só que rara nos cães,
é caracterizada por uma disfunção do neurônio motor inferior e causada
pela ingestão de uma neurotoxina (do tipo C em cães)produzida pela
bactéria anaeróbica e formadora de esporos Clostridium botulinum;
geralmente os cães são acometidos dessa doença devido ao consumo da
toxina pré formada encontrada em alimentos contaminados,deteriorados ou
em carcaças.Após ingestão há absorção da toxina,principalmente,pela parte
superior do intestino delgado para o sistema linfático. A partir do sistema
linfático a toxina vai para a corrente sanguínea e posteriormente alcança as
terminações nervosas bloqueando a liberação da acetilcolina na membrana
pré sináptica da junção neuromuscular e consequentemente resulta em
paralisia do neurônio motor inferior.A gravidade dos sinais se dá pela
quantidade de toxina ingerida e pela suscetibilidade individual.O período de
incubação após ingestão do alimento contaminado pode ser de algumas
horas até 6 dias.
Inicialmente essa doença apresenta fraqueza nos membros, também
iniciando pelos membros pélvicos até os torácicos resultando em tetraplegia
flácida; há diminuição do tônus e dos reflexos espinhais, não ocorre
hiperestesia e geralmente também não ocorre atrofia muscular,a
sensibilidade e a consciência são mantidas.Os nervos cranianos
frequentemente são afetados sendo relatadas ocorrência de midríase com
resposta lenta da pupila, dimuição do tônus da mandíbula, vocalização fraca,
fraqueza facial e disfagia.É muito pronunciada a fraqueza mandibular,dos
músculos da face e da faringe.Pode afetar o sistema parassimpático e alguns
dos sinais seriam diminuição da produção de saliva e lágrima,constipação e
retenção urinária.Pode ocorrer o aparecimento de megaesôfago o que pode
resultar em regurgitação.Em casos mais graves pode haver paralisia da
musculatura respiratória ou infecções ,principalmente, do trato respiratório
e urinário podendo levar o animal a óbito.Os sinais desaparecem na ordem
inversa que apareceram.Devido ao alto peso molecular da toxina ela não
consegue atravessar a bareirra hematoencefálica de forma que os sintomas
neurológicos são relacionados só ao sistema nervoso periférico.
O diagnótisco é baseado no histórico do animal e nos sinais clínicos,não há
alterações nos exames hematológicos e bioquímicos,LCR se mostra normal e
o diagnóstico definitivo é baseado na técnica de inoculção intraperitoneal de
soro,fezes ou vômito do paciente em camundongos.Quanto ao tratamento é
fundamental o tratamento suporte,visto que a recuperação acontecerá
espontaneamente caso a quantidade de toxina ingerida não seja alta e se as
infecções secundárias forem evitadas.O animal deve ser mantido em um
lugar confortável devido ao decúbito por um período muito longo e deve
receber ajuda na alimentação.Se houver necessidade a bexiga deve ser
esvaziada através de compressão manual e se houver constipação podem
ser administrados laxantes e enemas.Infelizmente nenhum fármaco é capaz
de eliminar totalmente o Clostridium botulinum do intestino, por isso há
controversas quanto a antibioticoterapia.Antibacterianos devem ser usados
somente em casos de infecções secundárias.O uso de antitoxinas no
tratamento também é uma possibilidade porém não é de fácil acesso aqui
no Brasil e é um pouco controverso pois ela não age na toxina quando ela já
está nas terminações nervosas e como ocorre rapidamente a absorção da
toxina,dificilmente seria útil a administração de tal.Se há suspeita de
ingestão recentemente o esvaziamento do estômago e lavagem podem ser
úteis.A duração da doença é em média de 2 a 3 semanas e os animais
acometidos dessa doença tem potencial de total recuperação e sem
sequelas.
Concluindo,correlacionando as duas doenças elas têm algumas diferenças e
semelhanças que são válidas serem ressaltadas.Uma semelhança é o fato de
afetarem o neurônio motor inferior,só que afetam de modo diferente,na
polirradiculoneurite há lesão no NMI,já no botulismo há disfunção do
NMI.Nas duas doenças há diminuição ou ausência dos reflexos espinhais e
do tônus muscular,porém há diferença no quesito atrofia muscular e
hiperestesia,o botulismo não apresenta nenhum dos dois enquanto que a
polirradiculoneurite ficou com o "combo",sendo necessário fazer fisioterapia
e o uso de analgésico respectivamente.Os nervos cranianos são antingidos
pelas duas enfermidades.No botulismo é muito mais pronunciada a fraqueza
nos músculos da face,na mandíbula e na faringe.As duas doenças começam
de forma parecida também,iniciando com uma fraqueza e depois
paralisia/paresia,os membros que são afetados primeiro são os membros
pélvicos e evoluindo para os membros torácicos.E os sinais nas 2 doenças
desaparecem na ordem inversa que começaram iniciando pelos membros
torácicos e terminando nos pélvicos.A nível celular há uma grande diferençatambém,na polirradiculoneurite os neurônios e a bainha de mielina chegam
a ser degenerados enquanto que no botulismo "só" é bloqueada a liberação
de acetilcolina impedindo assim as sinapses de acontecerem na junção
neuromuscular.O prognóstico geralmente é favorável nas 2 doenças com
alguns "poréns",como no botulismo se a quantidade de toxina ingerida não
for alta.O âmbito que apresenta mais controversas é no uso de
medicação,como por exemplo,lendo alguns relatos de caso e tem autor que
diz que o uso de glicocorticóides na polirradiculoneurite já demonstrou
melhoras porém ainda não é comprovado;e no botulismo o uso de penicilina
e metronidazol é realizada em alguns casos com o intuito de reduzir a
microbiota intestinal do Clostridium botulinum porém há a possibilidade de
esses fármacos agravarem a doença por liberar mais toxinas pela lise
bacteriana ou promover infecção intestinal.Como são parecidas em alguns
aspectos acredito que um dos fatores determinantes para diferenciar seria o
histórico.

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