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COVID-19

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CONGRESSO 
ONLINE DE 
INFECTOLOGIA 
 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO 
Abordagem clínica e laboratorial à COVID-19 
1ª edição 
 
 
 
 
 
 
 
Cuiabá – MT 
2020 
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Abordagem clínica e laboratorial à COVID-19 
Congresso Online de Infectologia 
Liga Acadêmica de Doenças Parasitárias e Zoonoses – UFMT 
Liga Acadêmica de Infectologia – UFMT 
1ª edição 
 
Edição 
Alexandre Girard Ribeiro Da Silva 
Ana Julia Lehmkuhl 
Giovana Oliveira Brunacci 
Vinícius Soares Do Espírito Santo 
Edição final 
Isabelle Crystine Flávia Goulart de Pontes 
Michelle Igarashi Watanabe 
Vitória Mayumi Takagi 
Arte 
Ana Julia Lehmkuhl 
Contatos, dúvidas ou feedback 
E-mail: coi.ufmt@gmail.com 
Instagram: @ladopufmt / @laiufmt 
 
 
Este material de apoio é um compilado de referências sobre a área da 
infectologia e suas vertentes e foi desenvolvido por alunos ligantes das Ligas 
Acadêmicas de Doenças Parasitárias e Zoonoses (LADOP) e Infectologia (LAI) 
da Universidade Federal de Mato Grosso para utilização durante o Congresso 
Online de Infectologia. Em decorrência da temática em questão, alguns dados 
podem estar desatualizados. 
 
 
Cuiabá – MT 
2020 
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AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bianca Borsatto Galera 
Cor Jesus Fernanades Fontes 
Daniela Araujo 
Fabio Massaru Kuroyanagi 
Fabricio Lucema de Almeida 
Marcia Hueb 
Maria Isabel Nadaf 
Reinaldo Gaspar da Mota 
Soraya Rezende Rossi 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
Epidemiologia.................................................................................................................... 5 
Quadro clínico .................................................................................................................. 5 
Diagnóstico e diagnóstico diferencial .......................................................................... 6 
Testes e exames para diagnóstico de COVID-19........................................................ 6 
Diagnósticos diferenciais de COVID-19 ...................................................................... 10 
Tratamento ...................................................................................................................... 10 
Prevenção........................................................................................................................ 15 
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 17 
Gabarito ........................................................................................................................... 20 
Referências Bibliográficas ............................................................................................. 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Abordagem clínica e laboratorial à COVID-19 
Epidemiologia 
A pandemia causada pelo novo tipo de coronavírus (SARS-CoV-2) teve 
origem em Wuhan, China, no final de 2019. A doença causada pelo SARS-CoV-
2 foi denominada COVID-19. O vírus é transmitido por meio do contato com 
gotículas respiratórias de pessoas infectadas, mãos ou superfícies 
contaminadas, e, além disso, também foi encontrado na urina e fezes de 
indivíduos com sintomas diarreicos. Alguns estudos demonstraram que o vírus 
apresenta um período de incubação médio de 5,2 dias, podendo variar de 0 a 
14 dias, e uma taxa de transmissão aproximada de 2,24 a 3,58. 
A letalidade do novo coronavírus varia conforme a faixa etária e a 
presença de comorbidades, sendo os principais fatores de risco: idade 
maior/igual a 60 anos, gestação em curso, idade <5 anos, cardiovasculopatias, 
nefropatias, hepatopatia, obesidade e imunossupressão. A maioria das pessoas 
infectadas desenvolvem manifestações leves, em torno de 84%, e a taxa de 
mortalidade é considerada baixa, aproximadamente 2%, se comparada ao 
SARS-CoV e MERS-CoV. 
Tabela 1 - Sintomas mais comuns da COVID-19 
Fonte: Orientações para manuseio medicamentoso precoce de pacientes com 
diagnóstico de COVID-19, Ministério da Saúde 2020. 
Quadro clínico 
O diagnóstico essencialmente clínico da COVID-19 é dificultado devido aos 
sintomas inespecíficos e semelhantes ao resfriado comum e Influenza. O quadro 
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pode variar de casos leves (febre, tosse, dor de garganta e eupneia) a casos 
graves (dispneia, síndrome respiratória aguda grave e comorbidades). Idosos e 
imunossuprimidos podem desenvolver manifestações atípicas da doença e 
crianças e adolescentes costumam cursar com quadro clínico leve. As 
gestantes são mais suscetíveis a infecções graves devido a alterações nos 
sistemas cardiorrespiratório e imunológico, visto que, durante a gravidez, os 
volumes pulmonares diminuem e levam à redução da capacidade pulmonar 
total e incapacidade de eliminar com eficácia secreções pulmonares. 
Diagnóstico e diagnóstico diferencial 
 Devido à grande capacidade de transmissão do vírus entre a 
população, o diagnóstico rápido e precoce de pacientes infectados é 
essencial. Isso é necessário para que se iniciem os cuidados de saúde e para 
estabelecer o isolamento ou internamento hospitalar, evitando a transmissão. 
Para definir um diagnóstico de COVID-19, o profissional deve se pautar nas 
informações da história clínica do paciente, em conjunto aos exames 
disponíveis para sua avaliação. Dentre os possíveis procedimentos que auxiliam 
no diagnóstico da doença, elencam-se as avaliações laboratoriais, a 
tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR), os testes sorológico e 
RT-PCR (Transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase). 
Testes e exames para diagnóstico de COVID-19 
Avaliação laboratorial 
As alterações laboratoriais que geralmente acompanham a COVID-19 são: 
● Linfopenia em 83,2% dos pacientes; 
● Aumento dos níveis de Proteína C reativa em 60,7% dos pacientes; 
● Aumento de desidrogenase láctica (LDH) em 41% dos pacientes; 
● Trombocitopenia em 36,2% dos pacientes. 
Dentre as alterações menos frequentes estão: a elevação de 
transaminases (AST e ALT), creatinofosfoquinase (CPK) e dímero-D. 
7 
 
 
Tabela 2 - Alterações laboratoriais possíveis em pacientes com COVID-19 
Fonte: Sociedade Brasileira de Análises Clínicas ¹ 
 
 
 
Tabela 3 - Alterações importantes para determinação de estado grave da 
doença 
Fonte: Sociedade Brasileira de Análises Clínicas ¹ 
¹Disponível em: < bac.org.br/blog/2020/03/26/alteracoes-laboratoriais-em-
pacientes-com-covid19/>. Acesso em 24 jun. 2020. 
Tomografia computadorizada de alta resolução 
TCAR pode ser utilizada como um exame complementar, auxiliando o 
diagnóstico de COVID-19, porém, não de forma isolada, nem como meio de 
rastreamento da doença. Sua indicação principal é para pacientes sintomáticos 
com quadro moderado a grave ou já hospitalizados, tendo como objetivo 
identificar complicações como tromboembolismo pulmonar e sobreposição de 
infecções bacterianas, além de ajudar no descarte de diagnósticos diferenciais. 
 
 
8 
 
Figura 1- Imagens de TCAR de tórax (cortes axiais) demonstrando 
opacidades em vidro fosco multifocais e bilaterais, com predomínio periférico e 
posterior, que são achados pulmonares típicos da infecção por COVID-19 
(confirmada laboratorialmente por RT-PCR). 
 
Fonte: ARAUJO-FILHO et al. 
 
Observa-se que os achados tomográficos variam de acordo com a fase 
da doença. A partir do início dos sintomas, os achados serão mais frequentes 
nas fases intermediária (3 a 6 dias) e tardia (a partir de 7 dias). 
Testes sorológicos 
Objetivam identificar a presença de anticorpos contra o vírus causador 
da doença no organismo do paciente. Esses testes têm resultados mais 
confiáveis a partir do 5º dia após o surgimento dos sintomas. Isso acontece 
devido ao tempo necessário para que o sistema imunológico comece a 
produzir anticorpos para o vírus e estes então possam ser detectados.Figura 2 - Exemplo de 
teste rápido sorológico 
para COVID-19 
 
Fonte: Escola 
Preparatória da UFABC ² 
 
 
Os anticorpos IgM tendem a ser identificados a partir do 5º dia de 
sintomas, já os anticorpos IgG, a partir do 10º dia. 
9 
 
RT-PCR 
Considerado o método padrão-ouro de diagnóstico para a COVID-19, o 
teste de RP-PCR possui uma alta especificidade, que pode chegar até próximo 
de 100%, ou seja, alta capacidade de detectar a presença do material 
genético do vírus nas amostras analisadas. 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 - Coleta do material 
prévia a RT-PCR. Swabs são 
introduzidos pela cavidade nasal 
até alcançar a nasofaringe para 
coletar a amostra. Fonte: NSC 
Total³ 
Figura 4 - O material é dividido 
em dois volumes, um é utilizado 
para a contra prova e o outro 
para o processamento. Fonte: 
NSC Total³ 
 
Figura 5 - O material genético 
na amostra é amplificado 
como se fossem tiradas cópias 
do original, para então realizar 
a busca do material genético 
do vírus se ele estiver presente. 
Fonte: NSC Total³ 
 
 
Algumas desvantagens desse teste que dificultam sua aplicação são a 
necessidade de equipamentos específicos e caros e de profissionais bem 
treinados para a realização. Além da coleta por swab nasal, podem ser 
utilizadas amostras de escarro e lavados broncoalveolares do paciente. 
 
 
10 
 
Figura 6 - Comparação entre RT-PCR e teste sorológico 
 
Fonte: Revista Pesquisa FAPESP⁴ 
Diagnósticos diferenciais de COVID-19 
Dentre os possíveis diagnósticos diferenciais, elencam-se: 
→ Síndrome gripal causada pelo vírus Influenza, que pode evoluir, assim 
como a COVID-19, para uma Síndrome Respiratória Aguda grave 
(SRAG) - pode ser diferenciada por testes moleculares (RT-PCR); 
→ Infecção por outros vírus respiratórios (rinovírus, parainfluenza, vírus 
sincicial respiratório, adenovírus); - pode ser diferenciada por testes 
moleculares (RT-PCR); 
→ Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) - pode ser diferenciada 
por testes moleculares (RT-PCR positivo para COVID-19) ou cultura de 
escarro/sangue; 
→ Tuberculose – pode ser diferenciada pela história clínica (tosse há mais 
de três semanas, sudorese noturna e emagrecimento), baciloscopia 
de escarro ou testes moleculares para identificar o agente etiológico. 
Tratamento 
Casos Leves 
Em casos de pacientes em que o tratamento recomendado é o domiciliar, 
deve-se atentar às medidas de controle da doença e de prevenção da 
transmissão da infecção, repassando-as aos pacientes e seus familiares. Sinais 
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de alerta para possíveis complicações também devem ser repassados com as 
devidas orientações. O isolamento domiciliar deve ser obedecido por 14 dias 
após o início dos sintomas. Sendo assim, deve-se disponibilizar atestado médico 
para esse período de isolamento ao paciente e aos familiares que moram junto 
do enfermo, uma vez que eles também deverão ficar em isolamento domiciliar. 
As medidas de precaução durante o isolamento domiciliar estão descritas na 
tabela 4, a seguir. 
Tabela 4 - Medidas de isolamento domiciliar e cuidados domésticos. 
 
Fonte: Protocolo de Manejo Clínico do coronavírus (Covid-19) na APS, 
Ministério da Saúde 2020. 
Durante os primeiros sete dias do início dos sintomas, os pacientes que 
receberem alta devem também ser orientados quanto a uma possível piora do 
quadro e os sinais de alerta. São considerados sinais de alerta de complicações 
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da infecção por SARS-CoV-2: febre e sua possível recrudescência, taquicardia, 
dor pleurítica, fadiga e dispneia. 
As medidas não-farmacológicas são as mais indicadas para o manejo da 
COVID-19, sendo elas, repouso, hidratação e alimentação adequada. Nas 
medidas farmacológicas pode-se incluir analgésicos e antitérmicos. 
É importante salientar que o acompanhamento e a vigilância continuada 
desses pacientes é de fundamental importância. Deve-se estabelecer uma 
comunicação efetiva entre os profissionais da saúde e esses pacientes até o 
fim do isolamento domiciliar. Esse acompanhamento é realizado por 
profissionais da Atenção Primária a cada 48 horas por via telefônica e, somente 
se necessário, uma consulta presencial pode ser solicitada. 
Tabela 5 - Manejo terapêutico da Síndrome Gripal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Protocolo de Manejo Clínico do coronavírus (COVID-19) na APS, 
Ministério da Saúde 2020. 
 
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Casos Moderados 
Os casos considerados moderados são aqueles em que há necessidade 
de internação hospitalar do pacientes para o acompanhamento clínico, mas 
que não preenchem os critérios para uma internação em UTI: 
→ Não há disfunções orgânicas ou instabilidade hemodinâmica; 
→ Não há necessidade de ventilação mecânica; 
→ Paciente não tem condição prévia que o inclui em grupos de risco. 
A hospitalização é recomendada até a estabilização clínica do paciente 
- ausência de febre e dispneia dentro de 48 horas - e melhora laboratorial do 
quadro. 
Casos graves 
Em casos graves, os pacientes devem ser estabilizados e encaminhados 
ao serviço especializado ou de urgência para o posterior manejo correto. No 
serviço especializado, o tratamento envolve diversas classificações e terapias 
para diferentes casos. 
Terapia e monitoramento precoces de suporte: 
→ Administração de oxigenoterapia em pacientes com Síndrome 
Respiratória Aguda Grave (SRAG) e dificuldade respiratória, hipoxemia 
ou choque; 
→ Tratamento conservador de fluidos em pacientes com SRAG sem 
evidência de choque; 
→ Antibioticoterapia em pacientes com sepse ou suspeita de pneumonia 
comunitária bacteriana dentro de 1 hora após a avaliação inicial; 
→ Não administrar corticosteroides rotineiramente para pneumonia viral ou 
SRAG, a menos que sejam indicados por outros motivos; 
→ Monitoramento de pacientes em relação a sinais de alerta de 
complicações - decaimento do nível de consciência, instabilidade 
hemodinâmica. 
 
Tratamento da Insuficiência Respiratória Hipoxêmica e SRAG: 
→ Instituir ventilação mecânica precoce em insuficiência persistente; 
→ Proceder com intubação orotraqueal, caso o paciente não responda à 
oxigenoterapia/ventilação não invasiva; 
→ Manter pacientes com SRAG em posição prona (pode melhorar a 
oxigenação); 
→ Adotar uma estratégia conservadora de manutenção de fluidos. 
 
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Gerenciamento do choque séptico: 
→ Não usar soluções hipotônicas ou baseadas em amidos para a 
ressuscitação; 
→ Administrar vasopressores (noradrenalina é a primeira escolha) em casos 
de persistência do choque. 
OBSERVAÇÃO: até o presente momento, não há um consenso sobre 
medicamentos específicos para o tratamento da COVID-19. Sendo assim, 
medidas de suporte devem ser usadas no tratamento. 
NOTA: há controvérsias significativas do Ministério da Saúde em relação ao 
manejo de pacientes. Dessa forma, ficam disponíveis neste material as 
orientações do MS frente à doença em questão. Todavia, ressaltamos que o 
exposto não é um consenso entre a classe médica, muito menos uma opinião 
dos autores do material de apoio. 
 
Tabela 6 - Manejo de 
pacientes com sintomas 
leves. 
Fonte: Orientações para 
manuseio medicamentoso 
precoce de pacientes com 
diagnóstico de COVID-19, 
Ministério da Saúde 2020. 
 
 
Tabela 7 - Manejo de 
pacientes com sintomas 
moderados. 
Fonte: Orientações para 
manuseio medicamentoso 
precoce de pacientes com 
diagnóstico de COVID-19, 
Ministério da Saúde 2020. 
 
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Tabela 8 - Manejo de 
pacientes com sintomas 
graves. 
Fonte: Orientações para 
manuseio medicamentoso 
precoce de pacientes com 
diagnóstico de COVID-19, 
Ministério da Saúde 2020. 
 
 
Prevenção 
Prevenção comunitária 
De acordo com as diretrizes mundiais e o Ministério da Saúde, as 
orientações de prevenção à COVID-19 incluem: 
→ Lavagem das mãos com água e sabão ou sua higienização com álcool 
com gel; 
→ Etiqueta respiratória, que consiste em cobrirnariz e boca ao espirrar ou 
tossir; 
→ Distanciamento social; 
→ Evitar tocar olhos, nariz e boca; 
→ Não compartilhamento de itens de uso pessoal, principalmente copos, 
garrafas e talheres; 
→ Manter a ventilação e circulação de ar em ambientes fechados; 
→ Evitar contato com pessoas que manifestem sinais ou sintomas da 
infecção por SARS-CoV-2. 
 
Há protocolos em que não é recomendado o uso de máscaras em 
ambientes públicos ou em casa. No entanto, pode-se observar que, no 
território brasileiro e em outros países, essa medida tem sido amplamente 
preconizada pelos órgãos de saúde. 
 
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Prevenção dos profissionais de saúde 
Como sabemos, a transmissão do SARS-CoV-2 ocorre pelo contato com 
indivíduos contaminados, por meio de gotículas respiratórias e por aerossóis 
inalados durante alguns procedimentos médicos. Sendo assim, é fundamental 
a adoção de medidas de prevenção pelos profissionais de saúde. 
Ainda no agendamento de consultas, deve-se indagar em relação a 
sintomas respiratórios para se tomar as ações preventivas necessárias. Toda a 
equipe médica envolvida no atendimento de um paciente suspeito ou 
confirmado com infecção pelo coronavírus deve fazer o uso de equipamentos 
de proteção individual (EPI) e ser orientada quanto a sua utilização e ao 
manejo correto desse equipamento. Em caso de necessidade de transporte de 
pacientes, deve-se melhorar a ventilação dentro dos veículos e realizar a 
desinfecção de todas as superfícies interna, assim como maçanetas, portas e 
janelas. 
Em caso de internação de casos suspeitos ou confirmados de infecção 
pelo SARS-CoV-2, a acomodação do paciente deve ser feita em ambiente 
isolado, com portas fechadas e janelas com ampla ventilação. Em casos em 
que não há disponibilidade de quartos privativos, deve-se isolar uma área ou 
enfermaria para a acomodação de todos os pacientes infectados, restringindo 
ao máximo o trânsito de pessoas nesses ambientes e com distanciamento 
mínimo de 1 metro por leito. 
OBSERVAÇÃO: máscaras de tecido não são consideradas EPI, podendo 
ser utilizadas por pacientes assintomáticos, visitantes e acompanhantes de 
pacientes, profissionais que atuam na recepção, áreas administrativas de 
hospitais e centros de saúde de apoio em que não há a necessidade de uso 
de máscara cirúrgica/de proteção respiratória. Deve-se alertar que as 
máscaras de tecido devem estar limpas e secas e ser trocadas a cada 2-3 
horas de uso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Exercícios de fixação 
1. Dentre os pacientes abaixo relacionados, qual deles NÃO apresenta fatores 
de risco para mortalidade por COVID-19? 
a) M.A., 69 anos, sexo masculino, escritor, natural do Rio de Janeiro/RJ, 
histórico de depressão, relata crises epiléticas recorrentes. 
b) T.M., 55 anos, sexo masculino, cantor, natural de Niterói/RJ, diabético, 
IMC 38. 
c) L.S.C., 35 anos, sexo feminino, advogada, natural de Maceió/AL, 
gestante com 30 semanas, em tratamento para hipertensão arterial 
sistêmica há 4 anos. 
d) A.D.E., 52 anos, sexo masculino, carpinteiro, natural de Goiânia-GO, 
tabagista há 35 anos, diagnóstico de DPOC. 
e) M.V.D., 50 anos, sexo feminino, arquiteta, natural de Cuiabá/MT, 
diagnóstico prévio de hipotireoidismo. 
2. Quais dos sintomas abaixo relacionados NÃO estão comumente 
relacionados à infecção por SARS-CoV-2? 
a) Anosmia. 
b) Diarreia. 
c) Dispneia. 
d) Exantema papulovesiculoso. 
e) Tosse. 
3. Qual das complicações abaixo relacionadas é mais comum nos pacientes 
acometidos com COVID-19? 
a) Síndrome respiratória aguda grave. 
b) Angioedema de laringe. 
c) Infecção bacteriana secundária. 
d) Atelectasia pulmonar. 
e) Endocardite. 
4. Sobre a transmissão da COVID-19, tem-se que: 
a) Ocorre por contato da pele com superfícies contaminadas. 
b) Acontece predominantemente pelo contato com gotículas 
respiratórias de pessoas infectadas. 
c) A estrutura do vírus não se mantém íntegra em temperatura 
ambiente, de modo que não é possível a contaminação mediante o 
contato com superfícies contaminadas. 
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d) A contaminação fecal-oral está descartada, uma vez que não há 
evidências de que o vírus esteja presente nas fezes e na urina de 
pessoas contaminadas. 
e) O uso de máscaras e luvas não apresenta qualquer redução ao risco 
de contágio. 
5. Qual das enfermidades abaixo elencadas NÃO faz parte do diagnóstico 
diferencial da COVID-19: 
a) Pneumonia bacteriana adquirida na comunidade. 
b) Influenza. 
c) Infecção por rinovírus/parainfluenza/vírus sincicial respiratório/ 
adenovírus. 
d) Tuberculose. 
e) Embolia pulmonar. 
6. São alterações laboratoriais que geralmente acompanham a COVID-19, 
exceto: 
a) Linfopenia. 
b) Proteína C reativa em níveis aumentados. 
c) Aumento de desidrogenase láctica (LDH). 
d) Aumento da HbA1C. 
e) Trombocitopenia. 
7. Acerca dos testes sorológicos, é correta a seguinte alternativa: 
a) Objetiva detectar a presença de anticorpos contra o vírus causador 
da doença no organismo e têm resultados confiáveis imediatamente 
após o surgimento dos sintomas. 
b) Objetiva detectar a presença de anticorpos contra o vírus causador 
da doença no organismo e têm resultados confiáveis a partir do 5º dia 
após o surgimento dos sintomas. 
c) Objetiva detectar a presença de RNA-viral no organismo e têm 
resultados confiáveis mesmo antes do surgimento dos sintomas. 
d) Objetiva detectar a presença de RNA-viral no organismo e têm 
resultados confiáveis imediatamente após o surgimento dos sintomas. 
e) Objetiva detectar a presença de RNA-viral no organismo e têm 
resultados confiáveis a partir do 5º dia após o surgimento dos sintomas. 
8. Em relação aos exames para detecção de COVID-19, é correto afirmar: 
a) Os testes sorológicos possuem alta especificidade e são considerados 
o padrão-ouro no diagnóstico de COVID-19. 
b) Os testes sorológicos objetivam a detecção de anticorpos no 
organismo do paciente, sendo que tanto os anticorpos IgM como IgG 
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tendem a ser identificados a partir do 5º dia do aparecimento dos 
sintomas. 
c) O RT-PCR objetiva detectar a presença de material genético do vírus 
na amostra analisada e constitui o padrão-ouro de diagnóstico para 
COVID-19, possuindo alta especificidade. 
d) O RT-PCR objetiva detectar a presença de anticorpos contra o vírus 
na amostra analisada e constitui o padrão-ouro de diagnóstico para 
COVID-19, possuindo alta especificidade. 
e) O RT-PCR utiliza principalmente amostras sanguíneas para a detecção 
do material genético do vírus circulante no organismo. 
9. No tocante à notificação da COVID-19, é correto dizer que: 
a) Somente devem ser notificados os casos confirmados por testes 
sorológicos ou por biologia molecular. 
b) A notificação dos casos suspeitos deve ocorrer em até 48 horas após 
o efetivo diagnóstico clínico ou laboratorial. 
c) A notificação não é obrigatória, podendo ser incorporada somente 
nos relatórios anuais da unidade de saúde. 
d) As informações acerca dos exames eventualmente realizados para 
confirmação do diagnóstico (testes sorológicos e exame de biologia 
molecular) são irrelevantes para a notificação. 
e) A notificação é imediata, em até 24 horas a partir da suspeita inicial 
ou do óbito. 
10. Qual dos exames de imagem abaixo possui maior relevância na detecção 
de complicações da COVID-19, tendo em vista a acurácia e acesso ao 
método? 
a) Tomografia computadorizada. 
b) Raio-x. 
c) Ultrassonografia. 
d) Ressonância magnética. 
e) Nenhuma das anteriores. 
11. Qual das alternativas a seguir indica a melhor opção de prevenção da 
COVID – 19, tendo em vista as recomendações do Ministério da Saúde? 
a) Uso de máscaras em situações de exposição social. 
b) Lavar as mãos com água e sabão se necessitar tocar a face. 
c) Isolamento social, independentemente da sintomatologia. 
d) Uso de Ivermectina em doses baixas. 
e) Administração de vitaminas, consumo de alimentos saudáveis e perda 
de peso,a fim de se garantir um sistema imune competente. 
20 
 
Gabarito 
1 E 4 B 7 B 10 A 
2 D 5 E 8 C 11 C 
3 A 6 D 9 E 
 
Referências Bibliográficas 
Dias VMCH, Carneiro M, Vidal CFL, et al. Orientações sobre Diagnóstico, 
Tratamento e Isolamento de Pacientes com COVID-19. J. Infect. Control, 
2020;9(2) 
Araujo-Filho JAB, Sawamura MVY, et al. Pneumonia por COVID-19: qual o papel 
da imagem no diagnóstico?. J. bras. Pneumol, 2020;46(2) 
Ministério da Saúde. ORIENTAÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA MANUSEIO 
MEDICAMENTOSO PRECOCE DE PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DA COVID-19. 
Disponível em: https://saude.gov.br/images/pdf/2020/June/17/ORIENTA----ES-D-
PARA-MANUSEIO-MEDICAMENTOSO-PRECOCE-DE-PACIENTES-COM-DIAGN--
STICO-DA-COVID-19.pdf 
Ministério da Saúde. ORIENTAÇÕES PARA MANEJO DE PACIENTES COM COVID-
19. Disponível em: 
https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/June/18/Covid19-
Orientac--o--esManejoPacientes.pdf 
Ministério da Saúde. PROTOCOLO DE MANEJO CLÍNICO DO CORONAVÍRUS 
(COVID-19) NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE. Disponível em: 
https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/08/20200408-
ProtocoloManejo-ver07.pdf

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