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Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus - Resumo 2020

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Prévia do material em texto

1 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
 
 
 
 
2 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
 
COVID-19 - Manejo da infecção pelo novo coronavírus 
 
https://cursos.campusvirtual.fiocruz.br/course/view.php?id=313 
 
Módulo Aula Assunto Página 
 
 
Módulo 1 
 
Aula 1 Novo coronavírus: Conceitos básicos 3 
Aula 2 Transmissão, sintomas e prevenção 6 
Aula 3 O que fazer se você estiver doente 7 
 Questionário – Módulo 1 8 
 
Módulo 2 
Aula 1 Organizando sua UBS para a pandemia 9 
Aula 2 Manejo clínico da COVID-19 10 
Aula 3 Como conduzir isolamento domiciliar 14 
Aula 4 Protegendo os profissionais de saúde 17 
 Questionário – Módulo 2 20 
 
 
 
 
 
Módulo 3 
Aula 1 Detecção precoce e classificação da 
severidade dos pacientes com Síndrome 
Respiratória Aguda Grave (SRAG) 
 
21 
Aula 2 Manejo clínico inicial dos pacientes com 
Síndrome Respiratória Aguda Grave 
 
 
 
26 
Aula 3 Investigação de imagem, laboratorial e 
diagnóstico diferencial da COVID-19 
 
 
 
28 
Aula 4 Suporte farmacológico 33 
Aula 5 Suporte respiratório 35 
Aula 6 Manejo clínico na gestante 43 
Aula 7 Procedimentos de proteção e controle de 
infecção em ambiente hospitalar 
 
 
 
 
 
47 
 Questionário – Módulo 3 56 
 
Páginas especiais sobre coronavírus 
 
 
 
 
Sites 
 
https://portal.fiocruz.br/coronavirus 
https://www.unasus.gov.br/especial/covid19 
https://coronavirus.saude.gov.br/ 
https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019 
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6101:covid19
&Itemid=875 
http://www.coronavirusdc.com.br/ 
https://covid19br.org/ 
 
 
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https://portal.fiocruz.br/coronavirus
https://www.unasus.gov.br/especial/covid19
https://coronavirus.saude.gov.br/
https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6101:covid19&Itemid=875
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6101:covid19&Itemid=875
http://www.coronavirusdc.com.br/
https://covid19br.org/
 
3 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
Coronavírus: grande grupo de vírus. Cada um deles é 
formado por um núcleo de material 
genético cercado de envelope com 
espículas de proteínas. Foi descrito dessa 
forma em decorrência do perfil na 
microscopia, parecendo uma coroa. 
SARS-CoV-2: Novo agente do coronavírus, que apresenta 
semelhança genética com o SARS de 2003. 
COVID-19: Doença causada pelo SARS-CoV-2. 
Enquanto o SARS-CoV-2 e o coronavírus fazem referência 
ao vírus, o COVID-19 faz referência a doença. 
CID 10 (Código para registro de casos) – U07.1. 
Origem dos vírus respiratórios emergentes 
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o SARS-CoV foi 
transmitida por gatos selvagens para humanos na China, 
em 2002, e o MERS-CoV foi transmitida pelos dromedários 
para humanos na Arábia saudita, em 2012. Vários 
coronavírus conhecidos e que circulam entre os animais 
ainda não infectaram humanos. Quando um vírus que 
circula em uma espécie animal é transmitido para os 
humanos, ocorre o que se denomina ¨spillover¨. 
Alguns exemplos de vírus respiratórios emergentes incluem: 
• 2002 → Síndrome Respiratória AgudaGrave – 
Coronavírus (SARS-CoV) 
• 2009 → Gripe H1N1 
• 2012 → Síndrome Respiratória do Oriente Médio – 
Coronavírus (MERS-CoV) 
• 2019 → Novo coronavírus 
Existem diferentes tipos de coronavírus que causam 
sintomas respiratórios e, às vezes, gastrointestinais. 
Doenças respiratórias: podem variar de uma gripe comum 
à uma pneumonia e, na maioria das pessoas, os sintomas 
tendem a ser leves. No entanto, existem alguns tipos de 
coronavírus que podem ter maiores riscos de evoluir a 
formas graves da doença. 
Segundo a OMS, adultos com mais de 60 anos e pessoas 
com doenças preexistentes (Ex: HAS, diabetes, doença 
cardíaca e/ou pulmonar, neoplasias, transplantados e uso 
de imunossupressores) têm maiores riscos de ter a doença 
agravada. 
Origem do novo coronavírus 
Recentemente, um grupo de pessoas foi infectado pelo 
Coronavírus associado a um quadro de pneumonia. Os 
casos ocorreram em um mercado de frutos do mar e 
animais vivos na cidade de Wuhan, na China. 
Em dezembro de 2019 o aumento do número de casos de 
pneumonia no país chamou a atenção das autoridades 
sanitárias e as investigações realizadas identificaram que a 
causa desse quadro foi um vírus até então desconhecido 
que passou a ser chamado SARS-CoV-2. Desde então, a 
doença provocada pelo COVID-19 vem sendo transmitida 
de pessoa a pessoa, aumentando o número de infectados 
nas famílias, entre profissionais de saúde e na população 
em geral. 
Pandemia X Epidemia 
Pandemia: A OMS declarou, em 30 de janeiro de 2020, que 
o surto da COVID-19 constitui uma Emergência de Saúde 
Pública de Importância Internacional – o mais alto nível de 
alerta da Organização. Em 11 de março de 2020, a COVID-
19 foi caracterizada como uma pandemia. O termo se 
refere à distribuição geográfica de uma doença e não à 
sua gravidade. A designação reconhece que, no 
momento, existem surto de COVID-19 em vários países e 
regiões do mundo. 
O termo pandemia é usado quando uma epidemia – 
grande surto que afeta uma região – se espalha por 
diferentes continentes com transmissão sustentada de 
pessoa a pessoa. 
Epidemia: Ocorrência de casos de uma doença, 
comportamento especificamente relacionado à saúde, ou 
outros eventos relacionados à saúde claramente em 
excesso da expectativa normal em determinada 
comunidade ou região. A comunidade ou região e o 
período nos quais os casos ocorrem são precisamente 
especificados. O número de casos indicando a presença 
de uma pandemia varia de acordo com o agente 
infeccioso, tamanho e tipo de população exposta, além de 
experiência prévia ou falta de exposição à doença, tempo 
e lugar de ocorrência. 
Etiologia da Pneumonia 
Em torno de 1/3 dos resfriados comuns que aconteciam no 
mundo, todos os anos, eram causados por espécies do 
coronavírus. Atualmente, as pneumonias são pensadas 
como tendo infecções bacterianas como principais 
causas, porém, à medida que avança o conhecimento, 
percebe-se que os vírus tem uma importância significativa 
na pneumonia que interna. 
Histórico coronavírus 
• Coronavírus: RNA vírus envelopados. 
• Alta capacidade de mutações e adaptações 
(aspectos relavantes). 4 gêneros: alfa, beta, delta e 
gama. Alfa e beta infectam seres humanos. 4 são 
endêmicos em todo mundo (resfriado comum) 
• São diversos, com grande variedade reino animal, 
principalmente em morcegos. 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
Módulo 1 - Conceitos básicos – Aula 1 
 
4 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
• A partir de 2002: 3 novos coronavírus com alta taxa de 
mortalidade e potencial para causar pandemia. 
Origem: Morcego. 
No momento, ele 
está perdendo a 
necessidade de 
um hospedeiro 
intermediário. Os 
próprios vírus dos 
morcegos podem 
sofrer mutações 
para infectar os 
seres humanos. 
Inicialmente, o perfil dos pacientes era de pessoas que 
tinham estado em contato com o mercado de Wuhan, mas 
isso foi deixando de acontecer dessa forma. Têm-se então 
transmissão de pessoa para pessoa, como visto nos 
profissionais de saúde. 
Idade, HAS, diabetes e comorbidade não compensadas 
em geral estão associados a presença de casos graves. 
Como estimar risco de pandemia COVID-19 
 
• Inicialmente, qualquer epidemia parece ser mais letal 
do que elaé, porque a gente identifica primeiramente 
os casos graves. 
• Existe um enorme número de pessoas com poucos 
sintomas e que não vão evoluir para forma grave, 
porém continuarão transmitindo o vírus. 
• Em relação ao Ebola, os pacientes se tornavam graves 
rapidamente, o que diminuía a transmissão de pessoa 
a pessoa. Então, a epidemia acaba sendo contida. Já 
quando uma epidemia tem um grande número de 
pessoas oligoassintomáticas, a transmissão ocorre 
como um grande problema. 
Número básico de reprodução de casos – RO 
 R0 → estima a velocidade com que uma doença se 
propaga numa população. Número médio de casos 
secundários, causado por um único agente infeccioso, 
numa população totalmente susceptível. 
Ex: O sarampo tem um R0 gigantesco! Um paciente com 
sarampo é capaz de infectar 20 pessoas vulneráveis. 
▪ R >1 → pode ocorrer uma epidemia. 
▪ R = 1 → doença se tornará endêmica (ESTÁVEL). 
▪ R < 1 → doença pode desaparecer. 
 
 Caso primário: Para infecções transmitidas pessoa a 
pessoa, é quem introduz na população. 
 Caso secundário: São os casos infectados pelo caso 
primário. 
 
 
A vacina contra 
influenza não é 100% 
eficaz, mas pelo menos 
protege metade das 
pessoas. O seu percurso 
já é conhecido, 
respeitando a 
sazonalidade (semanas 
epidemiológicas). 
Alguns coronavírus não 
respeitam a 
sazonalidade! 
 
Características patogênicas e transmissibilidade d 
os vírus recentemente emergentes 
 
 
COVID-19 → Fatalidade de 2-3%. Pandemia não contida. 
 
Contenção e Quarentena 
▪ Método historicamente utilizado para contenção de 
doenças contagiosas para as quais não há medicação 
ou vacina. 
▪ Alguma eficácia em retardar ou controlar a 
disseminação da infecção (SARS, COVID-19). 
▪ Desafios: dificuldade em manter as pessoas em 
quarentena, estigma, sofrimento, oferta de alimentos e 
medicações, risco de combinar susceptíveis 
infectados. 
É preciso ter transparência em relação aos dados! 
Sequência de eventos 
O período de incubação é entre 5-6 dias e o período de 
agravamento é em torno de 6-12 dias. 
O R0 é a taxa de infecção no momento inicial da epidemia. 
O RT varia com o tempo. O grande desafio é manter o R 
abaixo de 0 (ESTÁVEL). 
 
5 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
Propagação 
É quase impossível conter uma infecção que se propaga 
pelo ar e que os oligoassintomáticos podem transmitir. 
 
Casos atípicos 
▪ Paciente com dor abdominal → Levado a Unidade 
cirúrgica → Infecção de 10 profissionais. 
▪ 4 pacientes na mesma unidade com sintomas 
abdominais atípicos → 1 apresenta febre – isolamento 
de nCOV → Outros 3 pacientes evoluem com febre – 
nCOV. 
Sintomas 
Pacientes internados – Wuhan China 
 
• Febre, sintomas respiratórios (tosse), manifestações 
inespecíficas (dor no corpo, cansaço), sintomas 
gastrointestinais (acompanhados principalmente de 
febre e tosse). 
• O paciente com sintoma respiratório persistente pode 
estar iniciando um caso de COVID, e a febre pode 
aparecer posteriormente. 
Evolução clínica dos primeiros casos 
Normalmente os primeiros dias do quadro não são os mais 
graves. O paciente apresenta um agravamento a partir do 
5º-7º dia, com dificuldade respiratória, maior cansaço aos 
pequenos esforços, necessidade de oxigênio 
(suplementação, ventilação mecânica). 
Medicamentos 
Ainda não se sabe muito acerca disso! 
A hipertensão e a diabetes estão claramente relacionados 
ao COVID. Os medicamentos inibidores da enzima 
conversora (captopril, enalapril) ou inibidores da 
angiotensina (losartana) poderiam ter um impacto 
negativo na COVID 19, pois o vírus usa o mesmo receptor 
que é explorado por esses fármacos, fazendo com que o 
receptor possa ficar mais representado na superfície 
celular. Ainda não há dado científico significante sobre isso! 
O ibuprofeno é evitado na dengue, nas arboviroses, sendo 
substituído por novalgina e paracetamol. 
Transmissão por gotículas 
A maior parte da transmissão 
acontece por tosse, espirro, 
projeção das secreções 
respiratórias em uma outra pessoa 
ou por meio do contato pessoa a 
pessoa ou superfície pessoa. 
Não adianta usar a máscara para se proteger e não ter 
higiene com as mãos. O uso de máscara é muito mais para 
proteger as outras pessoas. 
É importante a distância social e a lavagem frequente das 
mãos. 
Casos de coronavírus no Brasil 
 
De suspensão das aulas a fechamento de espaços, o que 
os Estados fazem contra o coronavírus... 
Desafios – recursos 
Falta de material/pessoas/recursos. 
 
Vacinas 
• Pode se produzir uma vacina sem ter o vírus na mão. 
Pode utilizar simplesmente o modelo do ponto de vista 
biológico. 
• Até uma vacina chegar na atenção primária, ela 
precisa passar por todos os processos de validação, 
que vai da segurança a eficácia. 
 
6 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
Testes terapêuticos 
Não há nenhum tratamento comprovadamente eficaz para 
o COVID-19. 
Algum dos medicamentos utilizados consegue diminuir 20-
30% da mortalidade? Algum é melhor do que o outro? 
Transmissão 
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus 
comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas as 
mais propensas. 
O SARS-CoV-2 é uma família de vírus que causam 
infecções respiratórias e o novo agente do coronavírus 
provoca a doença denominada COVID-19. 
O coronavírus se dissemina rápido, o que pode significar 
muitos casos com hospitalização num curto espaço de 
tempo. Isso sobrecarrega o sistema de saúde e pode gerar 
grandes impactos sociais e econômicos. Por isso, é 
fundamental entender como o vírus é transmitido e prevenir 
que o mesmo se espalhe. 
Tipos de transmissão 
A transmissão do coronavírus pode ocorrer em 2 cenários: 
 Transmissão local: São casos de pessoas que se 
infectaram e não estiveram em nenhum país com 
registro da doença, no entanto tiveram contato com 
outro paciente infectado que trouxe o vírus de fora do 
país (caso importado). 
 Transmissão comunitária ou sustentada: São casos em 
que não é possível identificar as fontes de transmissão 
da doença. Esse tipo de transmissão sugere circulação 
ativa do vírus na comunidade. 
O coronavírus se dissemina rápido e apresenta alta taxa de 
hospitalização, com grandes impactos sociais e 
econômicos. A transmissibilidade dos pacientes infectados 
por coronavírus é de, em média, sete dias após o início dos 
sintomas. No entanto, dados preliminares sugerem que a 
transmissão pode ocorrer no período de incubação, ou 
seja, até mesmo antes do aparecimento de sinais e 
sintomas. 
Período de incubação: é o tempo entre a infecção da 
pessoa pelo vírus e o início dos sintomas da doença. 1-14d 
5 dias é o período médio de incubação da COVID-19. 
Disseminação x letalidade 
A taxa de disseminação é muito rápida, levando a 
hospitalizações em 10-20% dos casos. Já a letalidade é 
relativamente baixa (em torno de 2%), que ainda acaba 
sendo muito mais alta do que a da gripe comum. A 
morbidade é elevada, causando perdas econômicas e de 
poder laborativo. 
Os pacientes com sintomas menores disseminam a 
infecção de forma eficiente. Um patógeno está bem 
adaptado ao hospedeiro quando ele permite que esse 
hospedeiro permaneça vivo. Em relação a disseminação, 
o coronavírus tem um poder muito maior do que o Ebola. 
Como se dá a transmissão? 
A transmissão dos coronavírus se dá de pessoa para 
pessoa: pelo ar ou por contato pessoal com secreções 
contaminadas (gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro). 
O ciclo pode se iniciar com contato pessoal próximo (toque 
ou aperto de mão), ou contato com objetos ou superfícies 
contaminadas, seguindo de contato com a boca, nariz ou 
olhos. 
Medidas de prevenção 
▪ Lave as mãos com frequência – use água e sabão ou 
álcool gel. Siga a sequência de lavagem, que deve 
durar pelos menos 20 segundos. 
▪ Evite tocar mucosasde olhos, nariz e boca. Cubra o 
nariz e a boca quando espirrar ou tossir – mas use o 
cotovelo. 
▪ Utilize lenço descartável para limpar o nariz – use uma 
vez e coloque no lixo. 
▪ Não compartilhe objetos de uso pessoal, como 
talheres, pratos, copos ou garrafas. 
▪ Mantenha os ambientes bem ventilados. 
▪ Evite aglomerações. 
▪ Importante: ampliar a cobertura vacinal das doenças 
que já são conhecidas. 
Seguir todos os procedimentos para a prevenção nem 
sempre garante que a pessoa não desenvolva a COVID-19. 
Sinais e sintomas da COVID-19 
Os sinais e sintomas da COVID-19 são principalmente 
respiratórios, semelhantes a um resfriado. Pode haver 
também infecção do trato respiratório inferior, como as 
pneumonias. 
 
Ao apresentar esses sintomas, não significa que a pessoa 
tenha a COVID-19. 
Transmissão, sintomas, diagnóstico e 
prevenção – Aula 2 
 
7 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
A avaliação diagnóstica, apesar de não ser um consenso 
entre os especialistas, pode ser feita de duas maneiras: 
Diagnóstico 
Clínico 
O quadro clínico inicial da doença é caracterizado como 
Síndrome Gripal e depende da investigação clínico-
epidemiológico e do exame físico. O diagnóstico clínico 
não pode atestar com 100% de segurança se a Síndrome 
gripal é causada pelo SARS-CoV-2 ou por outros vírus. 
Laboratorial 
É realizado por laboratório, por meio das técnicas 
baseadas em biologia molecular. O material é coletado 
com um ¨cotonete¨ - o swab – na garganta ou nas narinas 
do paciente (Swab orofaríngeo) 
É indicado por um profissional de saúde, de acordo com os 
protocolos de tratamento das Síndromes Gripais, ou seja, 
nem todas as pessoas com sinais ou sintomas tem 
indicação para testes laboratoriais para coronavírus. 
Identificar os sinais e sintomas 
Como os sintomas da COVID-19 são bastantes parecidos 
com os da gripe, os casos devem ser avaliados 
individualmente. Com o aumento de casos suspeitos, 
muitos diagnósticos serão feitos apenas com exame clínico. 
Resfriado ou gripe X COVID-19 
 
Coronavírus: Os sintomas vão de leves a severos. 
Sintomas: 
 Febre → Comum. >37,8ºC. 
 Cansaço → Às vezes. 
 Tosse → Comum (geralmente seca). 
 Espirros → Raro. 
 Dores no corpo e mal-estar → Às vezes. 
 Coriza ou nariz entupido → Raro. 
 Dor de garganta → Às vezes. 
 Diarreia → Raro. 
 Dor de cabeça → Às vezes. 
 Falta de ar → Às vezes. 
Outros sintomas: Dispneia, mialgia e fadiga. 
Sintomas leves 
A recomendação do Ministério da saúde é que apenas os 
casos de internação ou graves sejam testados – dificuldade 
para respirar, febre muito alta (a partir de 39ºC) e mal-estar 
excessivo. 
Os profissionais de saúde, que estão sob alto risco e não 
podem deixar de atender os pacientes, também devem ser 
testados em caso de sintomas. 
Se uma pessoa está com sintomas de gripe e febre baixa 
ou dor de garganta moderada, coriza, deve ficar em casa 
e evitar clínicas, hospitais ou unidades de saúde, até a 
melhora do quadro clínico (máximo de 14 dias). Se 
apresentar sintomas leves da COVID-19, deve seguir as 
orientações do Ministério da saúde para o isolamento 
domiciliar. É importante se manter hidratado. 
Segundo a Organização Pan-Americana da saúde, 81% 
dos infectados pelo novo coronavírus têm sintomas leves 
da doença, como tosse e coriza; 14% apresentam sintomas 
graves e 5% evoluem para um quadro crítico, que pode 
levar á morte. 
Sintomas graves 
A COVID-19 exige atenção para os grupos de risco, como 
idosos, pessoas com doenças respiratórias ou que 
diminuem a imunidade, como diabetes, cardiopatias e 
hipertensos, gestantes e mulheres com até 45 dias de pós-
parto. 
Pessoas do grupo de risco e/ou que apresentam sintomas 
mais intensos, como dificuldade para respirar, febre muito 
alta (a partir de 39ºC) e mal-estar excessivo devem 
procurar a unidade de atendimento mais próxima. 
Isolamento domiciliar 
• As janelas do quarto usado para o isolamento devem estar 
abertas para a circulação do ar. 
• A porta do quarto deve ficar fechada durante todo o 
isolamento. 
• A maçaneta da porta deve ser limpa frequentemente. 
• O lixo do paciente contaminado deve ser separado dos 
demais moradores. 
• Depois de usar o banheiro, vaso, pia e demais superfícies 
devem ser limpas para desinfecção do ambiente. 
O que fazer se você estiver doente? Aula 3 
 
8 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
• Toalha de banho e outros objetos não devem ser 
compartilhados. 
• Não deixar de lavar as mãos com água e sabão, a cada 
ida ao banheiro. 
• Em casas com apenas um quarto, os demais moradores 
devem dormir na sala, longe do parente infectado. 
• Os móveis da casa devem ser limpos frequentemente com 
água sanitária ou álcool 70%. 
• Sofás e cadeiras não podem ser compartilhados. 
• A distância mínima entre o paciente e os demais 
moradores é de 1 metro. 
• Se for preciso cozinhar, use máscara de proteção cobrindo 
boca e nariz todo o tempo. 
• Garfos, facas, colheres, copos e outros objetos usados pelo 
paciente devem ser separados. 
Se um morador da casa tiver diagnóstico positivo para 
coronavírus, todos os moradores ficam em isolamento por 
14 dias. Caso outro familiar de casa também apresente os 
sintomas, ele deve reiniciar o isolamento de 14 dias. Se os 
sintomas forem graves, como dificuldade de respirar, ele 
deve procurar orientação médica. 
Tratamento 
Apesar da ocorrência de pesquisas e polêmicas sobre o 
possível uso de determinados medicamentos disponíveis, 
ainda não foi confirmado nenhum medicamento para tratar 
a doença. Por isso, o tratamento é padronizado e válido 
para qualquer ¨Síndrome Gripal¨. 
Questionário – módulo 1 
Questão 1: Com relação a epidemiologia da infecção pelo 
SARS-CoV-2, NÃO podemos afirmar que: 
a) Algumas pessoas, como idosos, pacientes com 
hipertensão arterial e pacientes com diabetes têm maior 
possibilidade de evoluir para formas graves de COVID-19. 
b) A Transmissão do SARS-CoV-2 se dá entre pessoas, tanto 
pelo ar (gotículas e aerossóis) como pelo contato com 
áreas contaminadas por secreções que contenham o vírus. 
c) O SARS-CoV-2 é um vírus com alta transmissibilidade e 
pode gerar casos adicionais mesmo entre pessoas 
assintomáticas ou com poucos sintomas. 
d) A COVID-19 é uma doença que cursa com poucos casos 
graves e, por isso, não traz tantos problemas para os 
sistemas de saúde. 
 
Questão 2: Escolha entre as alternativas abaixo, aquela(s) 
que corresponde(m) a(s) medida(s) básica(s) para prevenir 
a infecção pelo SARS-CoV-2: 
a) Cobrir o nariz e a boca quando for espirrar ou tossir. 
b) Não compartilhar objetos pessoas como talheres e 
copos. 
c) Lavar bem as mãos com água e sabão. 
d) Evitar tocar em mucosas de olhos, nariz e boca. 
e) Evitar aglomerações. 
 
 
 
Questão 3: Para pacientes em isolamento domiciliar, é 
importante que (EXCETO): 
a) As pessoas visitem regularmente o doente, 
principalmente se for um idoso, para evitar problemas de 
depressão. 
b) Seja escolhida uma pessoa da casa em boa saúde para 
exercer a função de cuidados do paciente. 
c) Todas as pessoas da casa realizem higienização 
adequada das mãos com água e sabão antes e após o 
contato com a pessoa doente. 
d) O paciente fique em um quarto individual bem 
ventilado, com janelas e portas abertas. 
 
Questão 4: Identifique entre as definições abaixo aquela 
INCORRETA: Escolha uma: 
a) O período de incubação de uma doença é definida 
como o tempo entre a infecção pelo agente causador e o 
início dos sintomas. 
b) Epidemia é a ocorrência em uma comunidade ou 
região, de casos de uma doença claramente em excesso 
da expectativa normal. 
c) A transmissão comunitária ou sustentada de uma 
doença é definida quando há casos de pessoas infectadas 
em que se pode identificar viagens para outros países. 
d) Pandemia é o termo utilizadopara doenças que se 
disseminam por diferentes continentes em transmissões 
sustentadas entre as pessoas. 
 
Questão 5: Escolha entre as alternativas abaixo, aquela(s) 
que corresponde(m) à sintoma(s) com a COVID-19: Escolha 
uma ou mais: 
a) Dificuldade de respirar. 
b) Fadiga. 
c) Tosse. 
d) Mialgia. 
e) Febre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
O Brasil é um país continental. Por isso, a dinâmica da 
pandemia por COVID-19 irá variar de acordo com o porte 
dos municípios, características e densidades 
populacionais, organização dos serviços de saúde, volume 
de viajantes nacionais e internacionais e com as medidas 
de contenção local. 
A epidemia se manifesta por um aumento do número de 
pessoas apresentando Síndrome Gripal. 
 Casos leves → Devem ser acompanhados pela 
Atenção Primária (APS), com isolamento domiciliar. 
 Casos graves → Devem ser atendidos na Atenção 
Especializada e Centros de Referência. 
Isso é fundamental para reduzir o contágio e utilizar os 
recursos do sistema de saúde da melhor forma possível. 
O papel das Unidades Básicas de Saúde 
As UBS devem assumir papel resolutivo frente ao manejo 
diagnóstico e terapêutico de pessoas com suspeita de 
infecção respiratória caracterizada como Síndrome Gripal, 
causada por COVID-19 ou não. 
Serão acompanhados os casos leves. Deve-se realizar o 
encaminhamento rápido e correto dos casos graves, 
mantendo a coordenação do cuidado. 
A UBS deve se organizar para: 
• Identificar os casos com sintomas de Síndrome Gripal 
(SG) já na recepção, evitando o contágio dos 
profissionais de saúde e demais pacientes. Todo 
paciente considerado caso suspeito de Síndrome 
Gripal será abordado como caso suspeito de COVID-
19. 
• Classificar o caso e estratificar gravidade. 
• Nos casos leves, realizar o manejo terapêutico e 
isolamento domiciliar. 
• Nos casos graves, estabilizar e encaminhar 
imediatamente ao serviço de urgência. 
• Vigilância local de saúde: notificação, prevenção 
comunitária e vigilância ativa. 
Organizando a UBS 
Manejo diagnóstico e terapêutico de pessoas com suspeita 
de infecção respiratória caracterizada com SG. 
A investigação etiológica não é realizada na APS e não 
muda a conduta. 
A Atenção Primária à Saúde é a porta de entrada do SUS. 
Durante surtos e epidemia, a APS tem papel fundamental 
na resposta global à doença em questão. A APS é 
responsável por oferecer um atendimento resolutivo, com 
grande potencial de identificação precoce de casos 
graves que devem ser manejados em serviços 
especializados. 
 
 
A UBS deve: 
• Verificar a situação de suprimento dos insumos 
necessários ao combate da pandemia descritos neste 
curso e nos protocolos do MS. 
• Informas à equipe caso haja indisponibilidade de 
algum recurso e implantar medidas compensatórias. 
• Organizar o fluxo de pacientes e preparar o ambiente 
em conformidade com o preconizado. 
• Disponibilizar à equipe as informações sobre a 
regulação assistencial e unidades de referência para 
casos graves. 
Atendimento 
O primeiro passo na cascata de manejo da COVID-19 é a 
identificação de casos sintomáticos de Síndrome Gripal. 
Recepção e triagem dos pacientes 
A UBS deve se organizar para que todos os pacientes que 
cheguem, independente do motivo, passem por uma 
triagem. 
A triagem pode ser realizada por recepcionista, porteiro, 
agente comunitário de saúde ou técnico de enfermagem – 
em uso de EPI – e consiste em uma única pergunta: Está 
com tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar ou 
febre? Em caso positivo, o paciente é caso suspeito para 
Síndrome gripal. 
Se o paciente for caso suspeito para Síndrome Gripal, é 
preciso que tenha acesso à máscara cirúrgica e que seja 
orientado quanto à forma correta de utilização. Também 
devem lhe ser fornecidos meios para higienização das 
mãos (álcool gel ou água e sabão) e preparada o paciente 
uma área isolada ou sala específica com porta fechada, 
que seja ventilada. 
Atendimento prioritário 
Dada a letalidade muito mais elevada da COVID-19 entre 
os idosos, deve-se priorizá-los para o atendimento. Pessoas 
com doenças crônicas, pessoas com deficiência, gestantes 
e puérperas também devem ser priorizadas, de acordo 
com a seguinte classificação: 
 
Mód 2 – Organizando a UBS 
 
10 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
Comorbidades que indicam acompanhamento para 
COVID-19 em Centros de referência: 
 
Medidas e orientações para evitar o contágio 
Medidas dos profissionais das UBS 
▪ Todas as pessoas que procuram a UBS devem ser 
orientadas em relação ao seu papel na redução de 
risco de contágio. 
▪ Providencia opções de higienização das mãos como 
lavagem das mãos ou álcool a 70%. 
▪ Fornecer máscaras cirúrgicas aos pacientes 
sintomáticos. 
Orientações aos pacientes 
▪ Evitem ao máximo tocar nos olhos, nariz e boca. Evite 
tocar em superfícies e objetos enquanto aguarda. Lave 
as mãos caso toque em superfícies, objetos ou na face. 
▪ Se estiver espirrando ou tossindo, cubra o rosto com o 
cotovelo. 
▪ Mantenha-se distante (cerca de 1 a 2 metros) de outras 
pessoas. 
Equipes de Saúde que fazem visitas domiciliares também 
precisam ficar atentas às medidas de proteção. 
Fluxo de atendimento 
A equipe de saúde deve atuar de forma integrada, com 
apoio entre todos os profissionais, facilitando o fluxo de 
informação e decisão. O fluxo de atendimento Fast Track 
proposto pelo Ministério de Saúde é: 
 
Todos os espaços destinados ao atendimento de pacientes 
com suspeita de COVID-19 devem ser preferencialmente 
amplos e ventilados. Priorizar áreas abertas para a 
recepção, espera e isolamento desses pacientes, caso 
necessário. 
Fluxo Fast Track 
O fluxo de pacientes deve proteger de forma adequada os 
profissionais envolvidos no atendimento e os usuários que 
buscam serviços de atendimento nas unidades de saúde. 
Medidas para diminuir a exposição ao Sars-CoV-2 e a 
circulação de pessoas nestas unidades devem ser 
adotadas. 
 
A identificação da gravidade da Síndrome Gripal é a 
ferramenta primordial para definir a conduta correta para 
cada caso, seja para manter o acompanhamento do 
paciente na APS ou para encaminhá-lo aos centros de 
referência, urgência/emergência ou hospitais. 
Avalie a remarcação de consultas eletivas para o período 
após o término da pandemia. 
O Brasil encontra-se em situação de transmissão 
comunitária da COVID-19. 
Apesar dos esforços, não é possível suprir a demanda e 
oferecer testes para coronavírus que possam ser realizados 
prontamente na APS, principalmente considerando os 
diversos contextos locais do país. 
Além de não ser possível a realização do diagnóstico 
laboratorial imediato, a variedade de sintomas é muito 
grande. Dessa forma, a conduta mais segura é considerar 
como suspeitos para a COVID-19 todo paciente com 
aparecimento agudo dos sintomas de Síndrome Gripal. 
Assim, é preciso garantir a abordagem adequada a partir 
da apresentação de sintomas, independente da etiologia, 
separando os casos em: Síndrome Gripal sem 
complicações e Síndrome Respiratória Aguda Grave 
(SRAG). 
 
 
 
Manejo clínico da COVID-19 – Aula 2 
 
11 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
Medidas de precaução dos 
profissionais de saúde 
Após a identificação precoce na recepção da UBS de 
todos os casos suspeitos de Síndrome Gripal (primeiro passo 
Fast Track), é fundamental a adoção de medidas para 
evitar o contágio por vírus. 
Todo profissional que atender a pacientes com sintomas de 
SG deve usar EPIS (Equipamentos de Proteção Individual) e 
adotar as medidas para evitar o contágio. Os profissionais 
devem adotar medidas de precaução a depender do tipo 
de atendimento, fazendo uso de: máscara cirúrgica, luvas, 
gorro e aventais descartáveis.A máscara N95/PFF2 deve 
ser usada somente para procedimentos produtores de 
aerossóis. 
A transmissão do coronavírus é minoritariamente pelo 
aerossol e mais pelas gotículas e superfícies, sendo a 
assepsia extremamente importante e necessária. 
Além dessas medidas de proteção, os profissionais devem 
lavar as mãos com frequência e limpar e desinfectar as 
superfícies e os objetos mais utilizados no dia a dia. Não é 
necessário o uso de luvas, óculos ou protetor facial e 
aventais descartáveis na recepção/triagem, desde que 
seja mantida a distância de dois metros entre os indivíduos. 
Orientações para uso de máscaras cirúrgicas 
• Coloque a máscara com cuidado para cobrir a boca 
e o nariz e amarre com segurança para minimizar as 
lacunas entre o rosto e a máscara. 
• Enquanto estiver utilizando a máscara, evite tocá-la. 
• Remova a máscara usando técnica apropriada (ou 
seja, não toque na frente, mas remova o laço ou o nó 
na parte posterior). 
• Após a remoção, ou sempre que tocar em uma 
máscara usada, higienize as mãos com água e sabão 
ou álcool gel. 
• Substitua a máscara por uma nova máscara limpa e 
seca assim que estiver úmida ou danificada. 
• Não reutilize máscaras descartáveis. 
• Descarte em local apropriado após cada uso. 
• Troque de máscara quando atender na sala de 
isolamento. 
Avaliação inicial do paciente 
A avaliação inicial é essencial para realizar as medidas 
imediatas em casos urgentes e deve ser feita rapidamente, 
com base nos sinais e sintomas apresentados pelo 
paciente. A avaliação permite estratificar a gravidade e 
identificar os casos suspeitos de Síndrome Respiratória 
Aguda Grave, mesmo que não tenha sido detectados pelo 
Fast-Track. É imprescindível a realização de consulta 
médica, a fim de estratificar a gravidade por meio de 
anamnese e exame físico. 
 
Sinais e sintomas: 
➢ Presentes na grande maioria dos casos de COVID-19: 
Febre, fadiga e tosse seca. 
➢ Outros sintomas frequentes: Anorexia, mialgia, dispneia 
e dor de garganta. 
➢ Sintomas menos frequentes: Cefaleia, rinorreia e 
sintomas gastrointestinais (náuseas e diarreia). Perda 
de olfato e paladar (relatados em alguns estudos). 
ATENÇÃO: É possível que o paciente, no início, manifeste 
apenas uma das queixas listadas acima. 
 
 
Sobre a febre 
A febre é o sintoma individual mais comum da infecção e 
é considerada um grande marcador para a doença. 
Presente em 89-99% dos casos. Entretanto, é possível que, 
na apresentação inicial, haja apenas um aumento leve de 
temperatura – e que a febre surja no curso da doença, por 
vezes tendo sido detectada somente após a internação. 
ATENÇÃO 
O sintoma de febre pode estar ausente em alguns casos 
excepcionais, como crianças, idosos, imunossuprimidos ou 
pessoas que utilizaram antitérmicos. Em crianças, considere 
sempre o aumento da frequência cardíaca e respiratória. 
 
 
12 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (POR MINU TO) EM CRIANÇAS 
 
FREQUÊNCIA CARDÍACA (POR MINUTO) EM CRIANÇAS 
 
Apresentação inicial grave 
Um quadro de pneumonia é a apresentação grave mais 
frequente da COVID-19, caracterizada primariamente por: 
Febre, tosse, dispneia e alteração da ausculta pulmonar 
(roncos e crepitações). 
O Ministério da Saúde recomenda a classificação como 
Casos Graves quando houver a associação de sintomas de 
febre, tosse e dificuldade respiratória, piora clínica 
significativa ou alto risco de complicações súbitas. Esses 
casos se encontram em situação de maior gravidade, 
muitas vezes necessitando de estabilização na APS, para 
avaliações ou intervenções que exijam maior densidade 
tecnológica. Com base nessa avaliação é possível fazer a 
estratificação de risco. 
Estratificação de risco 
A identificação dos pacientes que serão acompanhados 
pela equipe da APS e daqueles referenciados a outros 
serviços requer a estratificação dos casos em: 
 Casos leves → serão acompanhados na UBS. 
 Casos graves: 
➢ Emergências → requerem estabilização e remoção 
imediata até um serviço de referência ou hospital. 
➢ Urgências → devem ser encaminhados a um 
Centro de Referência. 
 
 
 
Comorbidades que indicam acompanhamento para 
COVID-19 em Centro de Referência: 
 Doenças Cardíacas Crônicas → Doença cardíaca 
congênita; Insuficiência cardíaca mal controlada; 
Doença cardíaca isquêmica descompensada. 
 Doenças Respiratórias Crônicas → DPOC e asma mal 
controlados; Doenças pulmonares intersticiais com 
complicações; Fibrose Cística com infecções 
recorrentes; Displasia broncopulmonar com 
complicações. 
 Doenças Renais Crônicas em estágio avançado (graus 
3,4 e 5). 
 Imunossuprimidos → Pacientes em diálise; 
Transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea; 
Imunossupressão por doenças e/ou medicamentos 
(em vigência de quimioterapia/radioterapia, entre 
outros medicamentos); Portadores de doenças 
cromossômicas e com estados de fragilidade 
imunológica (ex. síndrome de Down) 
 Diabetes (conforme avaliação clínica). 
 Gestantes de Alto risco. 
Casos graves – Emergências 
A decisão pelo acompanhamento do paciente na 
Atenção Primária à Saúde ou pelo encaminhamento ao 
serviço de urgência ou hospital requer, fundamentalmente, 
a definição da existência de comorbidades e/ou 
condições de risco para o acompanhamento ambulatorial 
na APS e isolamento domiciliar. 
Os principais sinais e sintomas de gravidade para Síndrome 
gripal indicam a necessidade de remoção para serviços de 
referência, conforme o Protocolo de Manejo Clínico do 
Coronavírus. 
 
 
 
 
13 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
Sinais e sintomas de gravidade 
ADUL TOS 
 Déficit no sistema respiratório: 
• Falta de ar ou dificuldade para respirar; ou 
• Ronco, retração sub/intercostal severa; ou 
• Cianose central; ou 
• Saturação de oximetria de pulso <95% em ar 
ambiente; ou 
• Taquipneia (>30bpm) 
 
 Déficit no sistema cardiovascular: 
• Sinais e sintomas de hipotensão (hipotensão 
arterial com sistólica abaixo de 90mmHg e/ou 
diastólica abaixo de 60mmHg); ou 
• Diminuição do pulso periférico. 
 
 Sinais e sintomas de alerta adicionais: 
• Piora nas condições clínicas de doenças de base. 
• Alteração do estado mental, como confusão e 
letargia. 
• Persistência ou aumento da febre por mais de 3 
dias ou retorno após 48 horas de período afebril. 
CRIANÇAS 
 Déficit no sistema respiratório: 
• Falta de ar ou dificuldade para respirar; 
• Ronco, retração sub/intercostal severa; 
• Cianose central; 
• Batimento da asa de nariz; 
• Movimento paradoxal do abdome; 
• Bradipneia e ritmo respiratório irregular; 
• Saturação de oximetria de pulso <95% em ar 
ambiente. 
• Taquipneia; 
 
 Déficit no sistema cardiovascular: 
• Déficit no sistema cardiovascular; 
• Sinais e sintomas de hipotensão ou; 
• Diminuição do pulso periférico. 
 
 Sinais e sintomas de alerta adicionais: 
• Inapetência para amamentação ou ingestão de 
líquidos. 
• Piora nas condições clínicas de doenças de base. 
• Alteração do estado mental. 
• Confusão e letargia. 
• Convulsão. 
Orientações gerais e suporte a casos graves 
Alguns pacientes em estado de urgência poderão ser 
orientados a procurar o serviço de referência diretamente. 
Entretanto, alguns casos terão caráter emergencial e terão 
de ficar em observação na UBS até a sua remoção por 
ambulância. 
As medidas de suporte na UBS são: 
▪ Estabilização da temperatura, que pode reduzir dor e 
desconforto. 
▪ Garantia de oferta de líquidos. 
▪ Oferta de oxigênio de fluxo livre ou não-invasiva sob 
pressão, que pode aliviar o sofrimento respiratório (este 
é considerado um procedimento gerador de aerossol 
e requer isolamento e medidas específicas). 
LEMBRETE: O uso de EPI é mandatório para a equipe de 
manejo de pacientes suspeitos. 
Manejo de casos leves 
A maioriados casos de coronavírus pode ser 
acompanhado pela APS, aliviando os serviços de urgência. 
Além disso, o manejo de casos leves na APS é fundamental 
para reduzir a circulação das pessoas contaminadas, o 
que poderia levar ao aumento do contágio na 
comunidade e nos serviços de referência, unidades de 
pronto atendimento e hospitais. Finalmente, estabilizar 
condições crônicas de base em grupos de risco é 
fundamental para melhorar o desfecho clínico nesses 
pacientes em caso de contágio. 
Até o momento (data do curso da fiocruz – abril), não há 
protocolo para o tratamento farmacológico específico 
para a COVID-19. Dessa forma, o manejo consiste em 
medidas de isolamento, monitoramento clínico, medidas 
de suporte e prevenção. 
Condução na APS 
As primeiras ações na APS são: 
▪ Medidas de suporte e prevenção; 
▪ Indicar o isolamento domiciliar, que deve durar no 
mínimo 14 dias. 
▪ Realizar monitoramento clínico, por telemedicina e 
visitas domiciliares, a cada 48 horas. 
Ao prescrever o isolamento familiar, é preciso avaliar a 
necessidade de encaminhamento ao serviço social para 
apoio adicional a famílias de alta vulnerabilidade. 
As medidas de suporte e de prevenção consiste em: 
▪ Suporte e alívio dos sintomas, com medidas 
farmacológicas e não farmacológicas. 
▪ Para redução de riscos relacionados ao Influenza, 
administrar precocemente a medicação antiviral, se 
indicada, e imunização. Verificar situação vacinal para 
gripe (se faz parte do grupo de risco – gestante, 
crianças, puérperas e idosos) e vacinar se necessário. 
Suporte, alívio de sintomas e prevenção 
Checklist das prescrições de cuidados no domicílio: 
❖ Repouso. 
❖ Hidratação. 
❖ Alimentação adequada e uma boa oferta de líquidos. 
❖ Estratégias não farmacológicas para controle da 
temperatura (ex.banho). 
 
14 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
Prescrição de fármacos para o controle de sintomas, caso 
não haja nenhuma contraindicação, com possibilidade de 
intercalar os fármacos antitérmicos em casos de difícil 
controle da febre. 
Opções terapêuticas recomendadas pelo 
Ministério da Saúde 
 Antitérmico → Paracetamol ou Dipirona. 
Considerando o manejo da SG e a possibilidade de outros 
vírus, como a influenza, como causa, recomenda-se o uso 
de Oseltamivir para pacientes com sintomas de SG e 
fatores de risco elevado para complicações. 
As condições de risco para complicações que indicam o 
uso de Oseltamivir incluem grávidas, idosos, crianças 
menores de 5 anos, populações vulneráveis, 
imunodeprimidos, pessoas com obesidade e uma lista 
extensa de condições crônicas e uso de medicamentos. 
 
O isolamento domiciliar é uma medida chave na 
contenção da COVID-19. É uma das principais estratégias 
de mitigação da pandemia, já que é através dele que se 
reduz a propagação da doença. Reduzir o tempo entre o 
início dos sintomas e o isolamento é vital, pois o paciente 
sintomático apresenta grande risco de contágio a outras 
pessoas. 
Os casos leves podem ser acompanhados completamente 
no âmbito da APS e por telemedicina. 
Quem fica em isolamento 
Pessoas com quadro clínico de SG, apresentando sintomas 
leves, sem sinais de gravidade e com ausência de 
comorbidades que indiquem avaliação em centro de 
referência, são casos tratados como suspeitos de COVID-
19 e devem ficar em isolamento. 
A vigilância ativa e continuada dos pacientes de casos 
leves é a principal ferramenta para o manejo. 
O manejo inclui o isolamento domiciliar por 14 dias, a 
contar da data de início dos sintomas. Durante esse 
período, as pessoas devem ser conduzidas com medidas 
não farmacológicas, como repouso, hidratação, 
alimentação adequada e o uso, quando necessário, de 
analgésicos e antitérmicos. 
A equipe deve fazer contato com essas pessoas a cada 48 
horas para rever o quadro sintomatológico - 
preferencialmente por teleatendimento. 
O isolamento inclui, também, a restrição de contatos 
domiciliares com o paciente de Síndrome Gripal, como 
medida de precaução do cuidador. 
 
 
Quais as medidas de precaução no domic ílio 
 
Cuidados domésticos 
ISOLAMENTO DO PACIENTE 
▪ Permanecer em quarto isolado e bem ventilado; 
▪ Caso não seja possível isolar o paciente em um quarto 
único, manter pelo menos um metro de distância; 
▪ Dormir em cama separada (exceção: mães que estão 
amamentando devem continuar amamentando com o 
uso de máscara e medidas de higiene, como a 
lavagem constante das mãos); 
▪ Limitar a movimentação do paciente pela casa. Locais 
compartilhados da casa (como cozinha, banheiro etc) 
devem estar bem ventilados; 
▪ Utilizar máscara cirúrgica todo o tempo. Caso o 
paciente não tolere ficar por muito tempo, realizar 
medidas de higiene respiratória com mais frequência; 
▪ Trocar máscara cirúrgica sempre que estiver úmida ou 
danificada; 
▪ Em idas ao banheiro ou a outro ambiente, o paciente 
deve usar máscara sempre; 
▪ Realizar higiene frequente das mãos, com água e 
sabão ou álcool em gel, especialmente antes de 
comer ou de cozinhar e após ir ao banheiro; 
▪ Sem visitas ao paciente; 
▪ O paciente só poderá sair de casa em casos de 
emergência. Ao sair, deverá usar máscara e evitar 
multidões, preferindo transportes individuais ou a pé, 
sempre que possível. 
PRECAU ÇÕES DO CU IDADOR 
▪ O cuidador deve utilizar uma máscara (descartável) 
quando estiver perto do paciente; 
▪ Caso a máscara fique úmida ou com secreções, deve 
ser trocada imediatamente. Nunca tocar ou mexer na 
máscara enquanto estiver perto do paciente; 
▪ Após retirar a máscara, o cuidador deve lavar as mãos; 
▪ Deve ser realizada a higiene das mãos toda vez que 
parecerem sujas ou antes/depois: do contato com o 
paciente, de idas ao banheiro, de cozinhar e de 
Como conduzir isolamento domiciliar - aula 3 
 
15 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
comer. Pode ser utilizado álcool em gel quando as 
mãos estiverem secas e água e sabão quando as mãos 
parecerem oleosas ou sujas; 
▪ Toda vez que lavar as mãos com água e sabão, dar 
preferência ao papel toalha. 
PRECAU ÇÕES GERAIS 
▪ Toda vez que lavar as mãos com água e sabão, dar 
preferência ao papel toalha. Caso não seja possível, 
utilizar toalha de tecido e trocá-la toda vez que ficar 
úmida; 
▪ Todos os moradores da casa devem cobrir a boca e o 
nariz quando forem tossir ou espirrar, seja com as mãos 
ou com máscaras. 
▪ Jogar fora as máscaras, após o uso; 
▪ Evitar o contato com as secreções do paciente; 
▪ Quando for descartar o lixo do paciente, utilizar luvas 
descartáveis; 
▪ Limpar mais de uma vez por dia as superfícies que são 
frequentemente tocadas; 
▪ Para limpar superfícies, banheiros e toaletes, use 
solução contendo alvejante (uma parte de alvejante 
para 99 partes de água); 
▪ Lave roupas pessoais, roupas de cama e roupas de 
banho do paciente com sabão comum e água entre 
60-90°C. Depois deixe secar; 
▪ Caso necessário, todas as pessoas residentes da casa 
do paciente deverão receber atestado médico pelo 
período de 14 dias. 
Contato com a equipe de saúde 
O contato da equipe de saúde com o paciente deve ser 
realizado, no máximo, a cada 48 horas. Deve ocorrer 
preferencialmente por teleatendimento - caso não seja 
possível, recomenda-se que a equipe se desloque para 
visita domiciliar. Durante a visita deve ser utilizado EPI e 
tomadas medidas de prevenção de contágio. Para o 
acompanhamento do paciente em isolamento, é 
importante que a equipe da APS tenha os canais de 
contato não só do paciente, mas de todos da família ou 
mesmo de vizinhos. 
É indicado realizar o teleantedimento sempre que possível, 
evitando que a pessoa com sintomas saia de casa. 
Em caso de alteração no quadro e piora dos sintomas, essas 
pessoas devem ser orientadas a procurar o serviço de 
saúde para que sejam reavaliadas. Recomenda-se que a 
triagem e aclassificação de risco dessas pessoas sejam 
realizadas preferencialmente por sistemas de 
teleatendimento. 
Se mais alguém na mesma casa apresentar sintomas de 
SG, deverá ser avaliada de forma a reduzir o risco de 
contágio de outras pessoas. 
Na hipótese de ser um novo caso diagnosticado como 
Síndrome Gripal leve, essa pessoa deverá estender o 
isolamento por mais 14 dias, a partir do início dos sintomas. 
A extensão de prazo só se aplica a quem apresentar 
sintomas: os demais residentes do domicílio, se 
assintomáticos, estarão liberados após o primeiro ciclo de 
14 dias do isolamento. A equipe de saúde deverá realizar a 
notificação no e-SUS VE do novo caso de Síndrome Gripal. 
Período de isolamento 
 
01-07 dias após o início dos sintomas → Potencial de maior 
virulência e transmissibilidade. 
ENCERRANDO O ISOL AMENTO 
As pessoas devem continuar seguindo as orientações de 
isolamento social determinadas pelas autoridades locais, 
uma vez que não é possível ter certeza de que estão 
imunes contra a COVID-19 até que um teste laboratorial 
para a detecção de anticorpos seja realizado. 
Telemedicina no manejo 
terapêutico da COVID-19 
Em 20 de março de 2020 foi publicada a Portaria n°467, que 
autoriza as ações de telemedicina em caráter excepcional 
e temporário, com interação à distância. 
Ações de telemedicina podem ser úteis para o 
monitoramento e acompanhamento dos casos em 
isolamento domiciliar, assim como para a realização da 
triagem Fast-track sem necessidade de deslocamento do 
paciente. 
As ações regulamentadas contemplam: 
▪ Atendimento pré-clínico. 
▪ Suporte assistencial. 
▪ Consultas e monitoramento. 
▪ Diagnóstico realizados por meio de tecnologia da 
informação. 
▪ Comunicação no âmbito do SUS. 
Assim, o manejo clínico pode usar sistema de telemedicina 
por telefone ou por vídeochamadas. Não é necessário 
gravar o atendimento, mas é preciso anotar as informações 
no prontuário clínico do paciente. 
Durante uma consulta por telemedicina, anote no 
prontuário do paciente: 
▪ Dados clínicos necessários para a boa condução do 
caso; 
▪ Conduta adotada; 
▪ Orientações que foram repassadas ao paciente ou 
cuidador; 
▪ Data, hora, tecnologia da informação e comunicação 
utilizada para o atendimento; 
▪ Identificação profissional (número de inscrição no 
Conselho Profissional). 
 
16 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
Como organizar o teleantedimento 
Para organizar o teleatendimento é necessário informar à 
população: 
• Número de telefone da UBS e/ou 
• Número de celular para mensagem (ex. whatsapp) 
• Pessoa responsável pelas chamadas (atender o 
telefone e monitorar as mensagens). Essa pessoa vai 
realizar a triagem, fornecer informações iniciais e, se for 
o caso, alertar a unidade sobre pessoas com sintomas 
mais graves. 
O gráfico abaixo apresenta uma sugestão de como 
adaptar os conceitos da Aula 1 para uma central de 
Teleatendimento: 
 
Atenção: Caso surjam dúvidas sobre a condução individual 
do caso durante o atendimento pré-clínico, acionar o 
médico da equipe e avaliar necessidade de um 
atendimento por telemedicina ou presencial. 
Ações de vigilância em saúde 
Todo caso de Síndrome Gripal deve ser notificado no 
seguinte link: http://notifica.saude.gov.br. Trata-se de uma 
medida de vigilância epidemiológica compulsória para 
profissionais de saúde. 
Tanto a notificação quanto o registro correto no prontuário 
permitem uma eventual investigação epidemiológica e 
formulação de políticas e estratégias de saúde. 
Registro no prontuário 
No prontuário, físico ou eletrônico, fichas de produção 
assistencial devem ser anotadas, com ao menos um dos 
códigos CID-10 indicados pelo Ministério da Saúde. 
➢ B34.2 → Infecção por coronavírus de localização não 
especificada. 
➢ U04.9 → Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). 
➢ J11 → Influenza devido a vírus não identificado. 
➢ Outros códigos possíveis: Influenza identificado (J10), 
Resfriado comum (J00), Faringite (J02.9), Amigdalite 
(J03.9), Laringite e Traqueíte (J04.1-3) e IVAS (J06). 
 
Notificação compulsória 
A notificação deve ser preenchida logo após as medidas 
de manejo clínico. 
É importante que a notificação seja realizada nesse 
momento para garantir que todos os dados necessários à 
investigação epidemiológica estejam preenchidos. 
Caso a UBS não tenha acesso à internet, é preciso anotar as 
informações necessárias e fazer a notificação assim que 
possível. 
 
Informações que deverão ser preenchidas no e-SUS VE: 
Tem CPF? (Sim ou não); É profissional de saúde? (Sim ou 
não); CPF; Nome completo; Data de nascimento; Sexo 
(masculino ou feminino); CEP; Logradouro; Número (ou SN 
para Sem número); Complemento; Bairro; Estado de 
Residência; Município de Residência; Telefone Celular; 
Telefone de contato; Data de notificação; Sintomas (Dor 
de garganta, dispneia, febre, tosse); Data de início dos 
sintomas; Condições (Doenças respiratórias crônicas 
descompensadas; doenças cardíacas crônicas; diabetes; 
doenças renais crônicas em estágio avançado; 
imunossupressão; gestante de alto risco; portador de 
doenças cromossômicas ou estado de fr); Estado do teste 
(Teste rápido – anticorpo; teste rápido – antígeno; RT-PCR); 
Resultado do teste (negativo; positivo). 
 
Tela final do e-SUS Vigilância Epidemiológica – Lista das 
notificações realizadas. 
Exames laboratoriais 
Mesmo não havendo indicação de testagem para COVID-
19 no manejo de casos leves na atenção básica, os 
pacientes podem ter dúvidas sobre esse tema ou mesmo 
solicitar que seja pedido o exame. 
Nessa situação, é preciso explicar aos pacientes que os 
exames estão reservados para os casos mais graves, que 
cursam com internação hospitalar, e para profissionais de 
saúde, de forma que possam voltar ao trabalho e atuar no 
enfretamento da epidemia assim que estiverem curados. 
Tipos de exames 
Os exames laboratoriais para diagnóstico de COVID-19 são 
divididos basicamente em 3 tipos: 
 Teste molecular: detecta o genoma viral (RNA), sendo 
realizado por técnicas como Reação em Cadeia da 
Polimerase (RT-PCR), teste de ácido nucleico (NAAT) e 
outras. 
 Os testes rápidos utilizam métodos mais simples e são 
capazes de dar o resultado em questão de minutos. 
Eles se subdividem em testes de antígenos virais, que 
detectam a presença do vírus, e testes de anticorpos 
(IgM e IgG), sendo estes últimos os que já estão 
disponíveis para SARS-CoV-2. 
É importante frisar que os anticorpos podem vir a ser 
detectáveis após cerca de sete dias desde o início da 
http://notifica.saude.gov.br/
 
17 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
infecção. Portanto, mesmo que estivessem disponíveis, não 
seriam úteis para o diagnóstico da doença. Sua utilidade 
principal é epidemiológica e permite que profissionais de 
saúde retornem ao trabalho curados. 
Outra ação de Vigilância em saúde importante é a busca 
ativa de novos casos suspeitos de Síndrome gripal na 
comunidade. Por isso, o treinamento de profissionais para 
reconhecimento de sinais e sintomas clínicos de SG é de 
extrema importância na APS, particularmente para os 
agentes comunitários de saúde, já que é uma de suas 
principais funções. 
O teleatendimento é uma ferramenta promissora para a 
realização de busca ativa, que pode ser adaptada à 
realidade local em consonância com as iniciativas dos 
governos estaduais e federal. 
A segurança dos profissionais é essencial para que a 
melhor assistência seja oferecida às pessoas nas unidades 
de saúde. Em situação de pandemia, muitas vezes esses 
trabalhadores passam a atuar de forma mais intensa, 
devido à alta demanda nos serviços e à escassez de 
profissionais. Além do aumento da carga física de trabalho 
e estresse psicológico, profissionais de saúde enfrentam a 
exposição e o risco de infecção pelo coronavírus.Exercícios físicos regulares, alongamentos e refeições 
equilibradas podem contribuir para aliviar o estresse e 
contribuir para o bem-estar desses trabalhadores. 
Idealmente, exames regulares para COVID-19 devem ser 
realizados por profissionais de saúde, mesmo quando eles 
não apresentam sintomas ou sinais da doença. Durante o 
tempo de repouso, deve ser fornecido apoio psicológico a 
esses trabalhadores. Além disso, para aliviar o estresse físico 
e psicológico, deve-se incentivar a comunicação contínua 
e o incentivo mútuo entre os profissionais de saúde. 
Atenção também deve ser dada ao eczema no rosto - um 
exemplo frequente de efeito do uso prolongado de 
equipamentos de proteção individual (óculos de proteção 
e máscaras). 
➢ Cremes ou pomadas podem ser usados para o alívio 
dos eczemas. 
➢ Colocar um curativo adesivo na pele pode ser um 
método preventivo. 
 
Uso de equipamentos de 
proteção individual (EPIS) 
A provisão adequada de EPI é apenas o primeiro passo. É 
fundamental, portanto, que todo profissional, ao atender 
os pacientes com suspeita de Síndrome Gripal, utilize 
Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) e adote as 
medidas para evitar o contágio. 
À medida que a pandemia acelera, o acesso a EPIs para 
profissionais de saúde é uma preocupação importante. 
Além das preocupações com a segurança pessoal, os 
profissionais de saúde encontram-se muitas vezes sob o 
risco de transmitir a infecção para suas famílias. Muitas 
vezes medidas de proteção como o distanciamento 
pessoal, principalmente em relação aos casos suspeitos 
e/ou confirmados de COVID-19 não podem ser aplicadas 
aos profissionais de saúde. 
É reconhecida a propensão para propagação de 
coronavírus nos serviços de saúde, o que faz com que 
mesmo adotando as recomendações de precaução e 
proteção, esses profissionais ocasionalmente fiquem 
doentes. Nesses casos, é essencial que o profissional com 
sintomas de Síndrome Gripal realize os testes para o 
coronavírus, e/ou adote uma estratégia clínico-
epidemiológico para definir as medidas de afastamento e 
isolamento. 
Qual EPI usar 
Varia de acordo com o contexto e procedimento a ser 
realizado, levando em conta o potencial risco de 
contaminação em cada tipo de exposição. 
 
 
Protegendo os profissionais de saúde – Aula 4 
 
18 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
a → Se a ambulância não dispuser de divisória rígida e fixa 
separando os compartimentos do motorista e do paciente. 
Se houver chance de contato com um paciente suspeito ou 
confirmado, use roupas de proteção, incluindo sapatos, 
máscaras e luvas (adicione óculos de segurança ou 
protetor facial, se necessário). 
b → Os procedimentos que produzem aerossóis incluem 
intubação endotraqueal, ressuscitação cardiopulmonar, 
broncoscopia, aspiração das vias aéreas, cuidados com 
traqueostomia, necropsia, ambientes pressurizados, terapia 
com nebulizador, coleta de material respiratório, exame 
clínico das vias aéreas e indução de escarro. 
c → A seleção, uso e gerenciamento de equipamentos de 
proteção individual nos laboratórios de manipulação de 
amostras devem seguir as diretrizes de biossegurança do 
laboratório/hospital/CCIH (Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar). 
 
Recomendações para uso 
adequado dos EPIS 
O uso e a remoção adequados dos EPIs devem seguir 
medidas que garantam a proteção do profissional. Os itens 
a serem utilizados devem ser preparados 
antecipadamente, seguindo uma ordem: 
• Os cabelos devem estar bem amarrados ou fixados e o 
relógio e as jóias devem ser removidos para evitar 
contaminação. 
• O profissional de saúde deve beber água e/ ou utilizar 
o banheiro antes de colocar o equipamento de 
proteção individual. 
• Se houver contaminação ou dano durante o uso, o 
equipamento de proteção individual deverá ser 
substituído. 
• O profissional de saúde deve descontinuar o 
procedimento ou ser substituído por outro profissional 
se as luvas estiverem molhadas até que estas sejam 
trocadas. 
Atenção: Os profissionais de saúde se contaminam com 
mais frequência do que imaginam enquanto removem 
itens de proteção como vestuário, máscaras e luvas. 
A adequada remoção dos EPIs é uma etapa essencial para 
minimizar os riscos de contaminação cruzada e infecção 
pelo novo coronavírus. 
No contexto da assistência rotineira ao paciente, o 
equipamento de proteção individual (EPI) é selecionado 
por meio de precauções padrão ou com base na cadeia 
de transmissão da doença identificada como infecciosa 
(transmitidas pelo ar, por contato ou por gotículas). 
As precauções padrão requerem cuidados dos profissionais 
de saúde para reconhecer a via de transmissão de uma 
doença infecciosa, antecipar as exposições que ocorrerão 
durante o atendimento ao paciente e então selecionar o 
EPI adequado. 
No entanto, o profissional de saúde, muitas vezes, falha ao 
selecionar o EPI apropriado devido à exigência de 
agilidade no atendimento, dificuldade de acesso aos 
equipamentos e pouca percepção de exposição ao risco. 
Dessa forma faz-se necessária uma abordagem sistemática 
baseada em risco para a seleção de EPI contra agentes 
infecciosos - endêmicos ou emergentes - em serviços de 
saúde. Essa abordagem baseia-se em estratégias de saúde 
ocupacional e complementa as diretrizes do Infectious 
Diseases Standard proposto pela Occupational Safety and 
Health Administration (OSHA). 
Seleção de EPIS – abordagem 
sistemática baseada em risco 
A abordagem sistêmica baseada em risco inclui 4 etapas: 
 Etapa 1 – Análise de risco do trabalho: é uma técnica 
usada para descrever atividades realizadas em serviço 
e antecipar riscos à saúde e segurança. Isso pode ser 
realizado com base em conhecimentos profissionais, 
observação direta, fotografia, gravação de vídeo ou 
desenho da atividade. 
Em situações de exposição a patógenos entre os 
profissionais de saúde, recomenda-se que as três perguntas 
a seguir sejam consideradas para identificar riscos 
infecciosos: 1) Como o profissional entra em contato com o 
paciente? 2) Como o profissional interage com o ambiente 
de trabalho? e 3) Quais fluidos corporais estão presentes e 
em que locais? 
 Etapa 2 – Análise de risco da doença infecciosa: O risco 
de contaminação aos profissionais varia conforme 1) 
fonte do patógeno; 2) grau de contaminação; 3) 
patogenicidade; 4) potencial de gravidade da 
doença; e 5) cadeia de transmissão. A escolha do EPI 
deve se pautar pela atenção à superfície de exposição 
onde se dá a via da infecção, como por exemplo o 
trato respiratório ou a pele. O EPI deve impedir que o 
patógeno alcance a superfície de exposição, evitando 
a transmissão. No caso do novo coronavírus, sabe-se 
que a transmissão acontece de uma pessoa doente 
(sintomática ou não) para outra ou por contato 
próximo por meio principalmente de toque do aperto 
de mão, por gotículas de saliva e fluidos corporais 
como catarro, e por objetos ou superfícies 
contaminadas como celulares, mesas, maçanetas, 
brinquedos e teclados de computador. 
 
 Etapa 3 - Seleção de EPI: O EPI selecionado deve 
impedir que os patógenos atinjam as superfícies de 
exposição. As doenças infecciosas com alta gravidade 
requerem EPI com muito baixa probabilidade de 
penetração de partículas. A proteção ocular e facial 
deve evitar o contato de fluidos corporais, como 
gotículas e aerossóis. Se a gravidade da doença for tal 
que nenhuma exposição possa ser tolerada, o EPI a ser 
utilizado deve cobrir todo o rosto e a cabeça. As 
máscaras impedem a inalação de patógenos 
suspensos no ar. O nível de proteção fornecido pelas 
máscaras é definido por sua capacidade em barrar o 
contato com o patógeno - a razão entre a 
 
19 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
concentração de contaminantes fora e dentro da 
máscara, e varia substancialmente.Atenção particular 
aos pelos faciais, que podem interferir na vedação e 
ajuste das máscaras. Luvas são os principais dispositivos 
de proteção das mãos nos cuidados de saúde e 
servem como barreiras, desde que preservados níveis 
adequados de destreza e tatilidade. A proteção do pé 
com calçados e revestimentos adequados para 
calçados (propé, ex) também é indicada para 
minimizar os riscos de contaminação. 
 
 Etapa 4 – Avaliação do EPI selecionado: devem ser 
avaliadas individualmente quanto ao desempenho e 
como um conjunto. As três grandes categorias de 
desempenho de EPI que devem ser consideradas 
incluem: (1) vestir, retirar e substituir; (2) usabilidade e 
(3) adequação à segurança. 
 
Exames para detecção de COVID-19 
Idealmente, toda a população com quadro sintomático 
suspeito para Covid-19 deveria ser testada, conforme 
recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). 
Isso contribuiria para uma noção melhor da taxa de 
letalidade, já que quando testados apenas os casos graves, 
há uma chance maior de se obter um número subestimado 
da ocorrência da doença e, com isso, uma letalidade que 
pareça maior. 
Além disso, confirmar a presença do coronavírus ajuda a 
reforçar o isolamento desse indivíduo e dos indivíduos mais 
próximos, o que contribuiria para frear o ritmo de 
transmissão da COVID-19. Infelizmente, até o momento não 
dispomos de kits de testes suficientes no Brasil para uma 
política abrangente de testagem. Profissionais de saúde 
compõe o grupo de pessoas a serem testadas de forma 
preferencial. 
Tipos de exames 
EXAME MOL ECUL AR PARA COVID - 19 
O exame molecular, realizado por PCR-RT ou NAAT é o teste 
mais preciso disponível. Nele, uma amostra de secreção 
nasal e da orofaringe do paciente é levada ao laboratório, 
sendo capaz de detectar material genético do vírus. É um 
exame cuja realização é mais complexa e por isso são mais 
caros e demorados. 
TESTE RÁPIDO DE ANTICORPOS PARA COVID-19 
Estes testes medem a quantidade de anticorpos (IgG e IgM) 
que o organismo produz quando entra em contato com o 
vírus SAR-CoV-2. Acontece que o IgM é produzido na fase 
aguda da infecção, ao passo que IgG pode aparecer só 
mais tarde. Para o resultado positivo, é preciso que haja 
uma quantidade mínima dessas moléculas circulando pelo 
corpo, normalmente só ocorre após 7 dias da infecção. 
Nesses casos, o exame pode ter o resultado falso-negativo, 
o que enfraquece o seu uso como único parâmetro de 
diagnóstico. 
O teste deve ser realizado a partir do 8º dia de sintomas 
(existe uma janela imunológica de 7 dias ou mais), e é 
recomendado é esperar 3 dias após o desaparecimento 
dos sintomas para voltar ao trabalho. 
Recomendação de afastamento 
para profissional de saúde 
Profissionais de serviços essenciais com suspeita de 
Síndrome Gripal, devem se afastar do trabalho 
imediatamente e fazer a testagem. Também devem ser 
afastados se forem contactantes domiciliares de pessoas 
com síndrome gripal. 
O retorno ao trabalho depende dos resultados dos testes ou 
em função de critério clínico-epidemiológico. 
Recomendações de retorno ao trabalho 
 
Recomenda-se também que sejam afastados do trabalho 
os profissionais de saúde em grupo de risco, isto é, aqueles: 
• com 60 anos ou mais; 
 
20 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
• cardiopatas graves ou descompensados (insuficiência 
cardíaca, infartados, revascularizados, portadores de 
arritmias); 
• pneumopatas graves ou descompensados 
(dependentes de oxigênio, portadores de asma 
moderada/grave, DPOC); 
• imunodeprimidos; aqueles com doenças renais 
crônicas em estágio avançado (graus 3, 4 e 5); 
• diabéticos, conforme juízo clínico; 
• gestantes de alto risco. 
Na impossibilidade de afastamento desses profissionais, 
eles NÃO deverão realizar atividades de assistência a 
pacientes suspeitos ou confirmados de Síndrome Gripal. 
Preferencialmente, deverão ser mantidos em atividades de 
gestão, suporte, assistência nas áreas onde NÃO são 
atendidos pacientes suspeitos ou confirmados de Síndrome 
Gripal. 
Para os profissionais de saúde que tiverem tido contato 
com pacientes suspeitos ou confirmados de Síndrome 
Gripal no âmbito domiciliar, residirem no mesmo domicílio 
e que seguirem assintomáticos, a orientação do MS é de 
afastamento por 7 dias. Após esse período, se 
permanecerem assintomáticos, podem retornar ao 
trabalho. 
Não há recomendação de afastamento para aqueles 
profissionais que tiverem tido contato com pacientes 
suspeitos ou confirmados de SG mas não residirem no 
mesmo domicílio. 
Páginas especiais sobre coronavírus: 
• Ministério da Saúde (https://coronavirus.saude.gov.br/); 
• Fiocruz (https://portal.fiocruz.br/coronavirus); 
• UNA-SUS – Universidade Aberta do SUS 
(https://www.unasus.gov.br/especial/covid19/); 
• Organização Mundial da Saúde 
(https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-
coronavirus-2019); 
• Organização Panamericana da Saúde 
(https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content
&view=article&id=6101:covid19&Itemid=875). 
Questionário – módulo 2 
Questão 1: Quais dessas comorbidades NÃO indicam 
acompanhamento para COVID-19 em Centros de 
Referência? Escolha uma: 
a) Diabetes, DPOC e asma mal controladas. 
b) Diabetes e displasia broncopulmonar com 
complicações. 
c) Doenças cardíacas crônicas e diabetes; 
d) Hipertensão. 
e) Pacientes em diálise. 
 
 
 
Questão 2: Quais desses EPIs são recomendados aos 
profissionais de saúde para uso de rotina na UBS? 
a) Máscara cirúrgica e luvas descartáveis. 
b) Avental/capote e óculos de segurança. 
c) Máscara N95 e luvas descartáveis. 
d) Óculo de segurança e máscara N95. 
e) Máscara cirúrgica e máscara N95. 
Questão 3: A notificação no e-SUS deve ser deita: Escolha 
uma: 
a) Somente em caso de isolamento. 
b) Somente quando o exame der positivo para o 
coronavírus. 
c) Somente em casos de sintomáticos graves. 
d) Somente em caso de remoção para Centro de 
referência. 
e) Sempre que identificar um novo caso de Síndrome 
Gripal. 
Questão 4: Marque os principais sinais e sintomas de 
gravidade da COVID-19 em crianças. Escolha uma: 
a) Retração sub/intercostal severa. 
b) Ronco. 
c) Diminuição do pulso periférico. 
d) Batimento da asa do nariz. 
e) Todas as alternativas. 
Questão 5: O período de maior transmissibilidade da COVI-
19 é: 
a) Entre o dia do contágio e o fim dos sintomas. 
b) Entre o dia do contágio até o início dos sintomas. 
c) 14 dias, a partir do contágio. 
d) A primeira semana após o início dos sintomas. 
e) 14 dias, a partir do início dos sintomas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://coronavirus.saude.gov.br/
https://portal.fiocruz.br/coronavirus
https://www.unasus.gov.br/especial/covid19/
https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019
https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6101:covid19&Itemid=875
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6101:covid19&Itemid=875
 
21 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
Esta aula está voltada para os ambientes hospitalares 
(emergências hospitalares) e aqueles voltados á urgência 
e emergência fora do ambiente hospitalar (Unidades de 
Pronto Atendimento – UPAS). 
Síndrome Respiratória Aguda Grave 
O período de incubação da COVID-19 é em média 4-5 
dias, podendo durar até 14 dias após o momento de 
exposição. A doença tem um espectro de pacientes 
assintomáticos até a pneumonia severa com síndrome de 
angústia respiratória e morte. 
Casos suspeitos para COVID-19 
Síndrome Gripal (SG): individuo com quadro respiratório 
agudo caracterizado por: 
▪ Sensação febril ou febre, mesmo que relatada. 
▪ Tosse ou dor de garganta ou coriza ou dificuldade 
respiratória. 
A febre pode não estarpresente na suspeita da COVID-19. 
Em crianças, pensar a obstrução nasal como um sinal 
possível. Em adultos, considerar critérios específicos de 
agravamento, como síncope, confusão mental, sonolência 
excessiva, inapetência e irritabilidade. 
 
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG): Síndrome 
Gripal que apresente: 
▪ Dispneia/desconforto respiratório ou 
▪ Pressão persistente no tórax ou 
▪ Saturação menor que 95% em ar ambiente ou 
▪ Coloração azulada dos lábios ou rosto. 
Em crianças, além dos itens anteriores, observar os 
batimentos de asa de nariz, cianose, tiragens intercostais, 
desidratação e inapetência. 
Segundo o National Institute of Health, em um relato de 
1482 pacientes internados com COVID-19 confirmada, os 
sintomas mais presentes foram tosse (86%), febre ou 
calafrios (85%), taquipneia (80%), diarreia (27%) e náuseas 
(24%). Outros sintomas relatados foram, tosse produtiva, 
cefaléia, zumbidos, rinorreia, perda do paladar e do olfato, 
dor de garganta, dor abdominal, anorexia e vômitos. 
Definição do que é um quadro severo da síndrome gripal 
(suspeita ou confirmada COVID-19) → relevante para a 
adequação do cuidado de cada paciente, mas também 
para o estudo epidemiológico da ocorrência da doença, 
permitindo avaliar se as estratégias de mitigação são 
adequadas e possibilitando maior planejamento dos 
serviços de saúde à medida em que a pandemia avança. 
Segundo Verity et al., o quadro grave/severo de síndrome 
gripal pela COVID-19 foi definido na China e em outros 
países como aquele que apresenta: 
• Taquipneia ≥30 irpm; 
• Saturação de O2 ≤93% em ar ambiente; ou 
• Taxa de PaO2/FiO2 < 300 mmHg. 
Detecção precoce da SRAG através dos 
fatores de risco para seu 
desenvolvimento 
O trabalho de detecção precoce inicia-se na realização de 
uma anamnese adequada, que considere o histórico do 
paciente, cujo objetivo é determinar um nível de risco para 
a COVID-19 ou avaliação de outras causas possíveis. Esse 
histórico permite identificar a evolução clínica do paciente 
e suas comorbidades. O exame físico possibilita completar 
o quadro clínico do paciente, e, assim, a equipe de saúde 
pode considerar os fatores de risco presentes. 
Os fatores de risco para o agravamento de uma síndrome 
gripal para um quadro de SRAG compreendem tanto as 
condições crônicas ou agravos dos pacientes, como suas 
características clínicas/laboratoriais no momento em que 
se apresentam em um serviço de saúde. 
A compreensão dos fatores de risco para a hospitalização 
de pacientes suspeitos ou com COVID-19 é bastante 
importante por diversas razões: 
• Identificar pacientes que possam se beneficiar de uma 
intervenção precoce, e também orientar uma 
regulação de leitos baseada em parâmetros de risco 
de cada paciente; 
• Apoiar os gestores de saúde sobre populações de 
maior risco e vulnerabilidade; 
• Ajudar os planejadores e epidemiologistas em suas 
estimativas de casos e hospitalizações e, portanto, na 
definição da necessidade de leitos e outros recursos. 
 
Segundo o Ministério da Saúde, as condições produtoras de 
maior risco a serem consideradas são: 
 Grávidas em qualquer idade gestacional, puérperas 
até duas semanas após o parto (incluindo as que 
tiveram aborto ou perda fetal); 
 Adultos ≥ 60 anos; 
 Crianças < 5 anos (sendo que o maior risco de 
hospitalização é em menores de 2 anos, 
especialmente as menores de 6 meses, com maior taxa 
de mortalidade); 
 População indígena aldeada ou com dificuldade de 
acesso; 
 Indivíduos menores de 19 anos de idade em uso 
prolongado de ácido acetilsalicílico (risco de síndrome 
de Reye); 
 
 Indivíduos que apresentem: 
▪ Pneumopatias (incluindo asma); 
▪ Pacientes com tuberculose de todas as formas (há 
evidências de maior complicação e possibilidade de 
reativação); 
Mód 3 – Detecção precoce e classificação da 
severidade dos pacientes com Síndrome 
Respiratória Aguda Grave (SRAG) 
 
22 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
▪ Cardiovasculopatias (excluindo hipertensão arterial 
sistêmica); 
▪ Nefropatias; 
▪ Hepatopatias;. 
▪ Doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme); 
▪ Distúrbios metabólicos (incluindo diabetes mellitus); 
▪ Transtornos neurológicos e do desenvolvimento que 
podem comprometer a função respiratória ou 
aumentar o risco de aspiração (disfunção cognitiva, 
lesão medular, epilepsia, paralisia cerebral, síndrome 
de Down, acidente vascular encefálico – AVE ou 
doenças neuromusculares); 
▪ Imunossupressão associada a medicamentos 
(corticoide ≥ 20 mg/dia por mais de duas semanas, 
quimioterápicos, inibidores de TNF-alfa), neoplasias, 
HIV/aids ou outros; 
▪ Obesidade (especialmente aqueles com índice de 
massa corporal – IMC ≥ 40 em adultos). 
De acordo com o Ministério da Saúda, a estratificação dos 
pacientes deve considerar as condições acima elencadas 
(que aumentam o risco em relação à gravidade da 
doença pela COVID-19) e se os sintomas respiratórios se 
relacionam com o trato respiratório superior ou inferior. 
No trato respiratório superior, identificar a presença dos 
seguintes sinais: tosse, coriza, dor de garganta ou febre; 
ausência dos critérios atribuídos ao trato respiratório inferior. 
Em relação ao trato respiratório inferior, utilizar o oxímetro 
para aferir se a SatO2 < 93%, e/ou se a Frequência 
Respiratória > 22 incursões respiratórias por minuto. 
 
O quadro abaixo apresenta parâmetros em termos do 
qSOFA para internação em leito geral ou em leito de UTI. 
 
Critérios para calcular qSOFA: 
▪ Frequência respiratória >22 irpm → 1 ponto. 
▪ Pressão arterial sistólica <100 mmHg → 1 ponto. 
▪ Alteração do nível de consciência → 1 ponto. 
 
Características de 
apresentação e evolução da SRAG 
Em relação as manifestações clínicas da doença, a COVID-
19 é efetivamente sistêmica, atingindo não só o aparelho 
respiratório, mas também os rins, o aparelho 
cardiovascular, o sistema de coagulação, entre outros. Na 
base desses acometimentos estaria uma potente síndrome 
inflamatória, provocando sintomas e sinais em muitos 
aparelhos e sistemas do corpo humano. 
Artigo COVID-19 cytokine sotrm: the interplay between 
inflammation and coagulation: A superprodução de 
citocinas em uma reação precoce pró-inflamatória resulta 
numa tempestade de citocinas, levando ao risco 
aumentando de hipermaleabilidade vascular, falência de 
múltiplos órgãos e, finalmente, morte, quando as altas 
concentrações de citocinas não diminuem ao longo da 
evolução clínica do paciente. Essa compreensão da 
patogenicidade permite aos profissionais de saúde 
envolvidos no cuidado um raciocínio clínico abrangente. 
Síndrome da tempestade de citocinas 
 
Classificação: 
 Grau 1 → Febre; Sintomas constitucionais. 
 Grau 2 → Hipotensão arterial respondente a baixas 
doses de vasopressores ou infusão intravenosa de 
líquidos; Toxicidade em órgãos alvos grau 2. 
 Grau 3 → Choque – requer altas doses/vários 
vasopressores; Hipóxia - >=40% FIO2; Toxicidade em 
órgãos-alvo grau 3; Transaminases grau 4. 
 Grau 4 → Ventilação mecânica; Toxicidade em 
órgãos-alvo grau 4 (Excluído transaminases). 
Relação com o sistema imunológico 
A resposta inflamatória é muito importante para a 
imunidade e para a resolução da doença, mas a 
 
23 
Beatriz Machado de Almeida 
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus 
intensidade da resposta pode ser importante no desfecho 
e no quadro clínico. Nos pacientes mais graves, esse perfil 
sistêmico de resposta inflamatória muito intensa é 
observado com o predomínio de citocinas (IL6 -
principalmente, IL1-B, IL-8, TNF) e quimiocinas (TCL2 e TCL3). 
Diante disso, muitos estudos já tem relatado os benefícios 
do tratamento que envolve o bloqueio da sinalização das 
citocinas IL-6, assim como o bloqueio da combinação da 
sinalização tanto da IL-6 como da IL1-b. 
Outro ponto importante é a linfopenia

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