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PATOLOGIA GERAL HEMORRAGIA Hemorragia é qualquer perda de sangue que possa causar malefícios a saúde do animal. Hemorragia externa: sangue é perdido para fora do corpo. Esse sangue não poderá ser reutilizado. Atropelamento em via pública, trauma craniano. A parte líquida, que constitui o plasma poderá ser reaproveitada caso for uma hemorragia para dentro de uma cavidade ou 3º espaço. A reutilização de componentes é possível, assim como o ferro. Em último caso, se não houver disponibilidade de sangue para transfundir, esse sangue dentro da cavidade pode ser usado para fazer uma autotransfusão através de um equipo (processa o sangue dentro de uma máquina primeiro). Hemorragia interna: sangramento para dentro de cavidades, mais frequentemente tórax e abdômen. O sangue quando vai para uma cavidade, dentro das primeiras horas acaba coagulando. Animal que foi sangrado – cortar vasos da base do coração – sangue para dentro do tórax. Ruptura de baço – cápsula; parênquima sendo extruído para fora do órgão junto ao sangue. Hemoperitônio. Hemorragia para o terceiro espaço: sangue perdido para grupos musculares, tecido subcutâneo, espaço entre fácies e musculatura. Geralmente relacionada ao trauma. Membros posteriores. Grande acúmulo de sangue por fratura de sangue. Partes fraturadas do osso formam estruturas ósseas extremamente pontiagudas, lesando os tecidos adjacentes, nesse caso, os músculos, e muitos vasos de pequeno porte também acabam sendo cortados e o sangue extravasa ficando preso dentro dessa musculatura. Membro torácico direito. Hemorragia para o tecido subcutâneo. Após cessar a hemorragia, depois de 24h cessada esse volume sanguíneo será reposto com líquido (água) e o sangue ficará diluído e assim a quantidade de hemácias do corpo diminui. Hemograma sem nenhuma alteração no momento que está perdendo sangue total. Formas gerais de apresentação das hemorragias Petéquias Sufusões (víbices) Equimoses Hematomas Púrpura Petéquias: mucosa oral, conjuntival, prepucial/vulvar, pele, com vários pontinhos vermelhos do tamanho de uma cabeça de alfinete. Pode acontecer em qualquer lugar do corpo. Geralmente acontece quando ocorre problemas na hemostasia primária, das plaquetas ou dos vasos. Dano vascular (inflamação, vasculite, processo imunomediado – vasculopatia por imunocomplexo, ou trombocitopenia – poucas plaquetas, trombocitopatia – defeitos nas plaquetas que não conseguem exercer sua função) Mucosa do jejuno – trauma por parasita que se prendeu na mucosa intestinal. Ele inocula anticoagulante e fica chupando sangue da mucosa. Ao se desprender, a ação de seu anticoagulante continua e o sangue continua saindo e indo para a luz do intestino, coagulando e sendo digerido e se misturando com as fezes. Superfície epicárdica com peteques. Comum quando o animal tem sofrimento em seu processo de morte. Associado a trombocitopenia, vasculopatia (vasculites primárias infecciosas ou por imunocomplexos) e traumas vasculares. Sufusões: hemorragia no formato de uma mancha. Associada a múltiplas peteques que se uniram e a um déficit na hemostasia primária, por lesão vascular ou plaquetária.Também pode acontecer por trauma vascular. Animal com Anemia e trombocitopenia muito graves. Se houver uma doença que afete a medula óssea, vai haver uma parada na produção de plaquetas – predisposição a hemorragias. Quando vemos um gato assim, pensamos em Leucemia felina, que é uma forma de câncer das células hematopoiéticas que ocorre na medula óssea a qual fica tomada por células cancerosas, ocupando todo o espaço e impedindo a produção de plaquetas. Sufusão na pele de um cão com erliquiose (causada por uma Rickettsia que é transmitida pelo carrapato), que sofre uma destruição prematura das plaquetas: elas são produzidas, porém destruídas no sangue – trombocitopenia. Hemorragia pulmonar na forma de sufusão. Trauma pulmonar (contusão) e múltiplos vasos do pulmão romperam. Intestino de um bovino. Peteques e sufusões por tombocitopenia (não produzida devido a morte da medula óssea – aplasia de medula). Em bovinos geralmente associado a ingestão de grandes quantidades em pequeno tempo da planta samambaia. Na sua forma de broto, fica mais atrativa. Causa a morte das células hematopoiéticas. Víbices: sufusão em formato linear. Peteques confluindo em formatos lineares no endocárdio. Equimoses: Aumento de volume causado por acúmulo de sangue mais largo ou comprido do que alto. Extremamente agudo o aparecimento. Aumento de volume na conjuntiva palpebral, nesse caso causado por um trauma. Aumento de volume na Pele da região axilar. Hematomas: aumento de volume perfeitamente redondos com sangue em seu interior. Transfixação de veia cefálica, aumento de volume abaixo da pele. Um tempo depois, Os Linfáticos tiram um pouco da líquido e um pouco das hemácias e depois os macrófagos tiram o resto das hemácias e o tecido volta semanas depois a sua normalidade. Aumento de volume de região cervical dorsal, hematoma, grande área radiopaca, aparecimento agudo devido à um trauma mecânico, rompimento de um vaso calibroso da região. Resolvido cirurgicamente, nesse caso. Fratura próxima à patela, sangue foi para o subcutâneo. Pode também estar acumulado na musculatura. Hematoma por trauma crânio-cefálico. Podem ser: hematoma intramedular (intraparenquimatoso), hematoma intraventricular (principalmente ventrículo lateral), hematoma epidural (dentro do crânio, mas acima da dura-mater) ou hematoma subdural dentro do crânio e abaixo da dura-mater, entre dura-mater e leptomeninges). ATENÇÃO – NÃO É UM HEMATOMA (ABAIXO) Acúmulo de sangue subdural ou subaracnoidea, não na forma de um hematoma, abaixo da dura-mater entre as duas leptomeninges – hemorragia subaracnoidea. Hemorragia subaracnoidea Hematoma esplênico – rompimento do parênquima. Comum no cão por trauma. Parênquima e cápsula forma o hemoperitônio. Baço de animais possuem mais capacidade de distender. Esses maiores Geralmente com sangramento continuado – tratamento cirúrgico. Perda para o terceiro espaço. Múltiplos hematomas acontecendo em cima de uma área de infarto e necrose. Necrose no centro e grande quantidade de células inflamatórias. Geralmente, Bactérias tromboembolizam junto. Púrpura: Síndrome clínica em que o animal desenvolve peteques e sufusões por todo corpo. - Purpura haemostoma. Murex brandaris e M. trunculus. molusco que tem pigmentos nas vísceras extremamente fortes com essa coloração púrpura. Manchas de cor púrpura – sufusões que vem das peteques. Intestino, mucosas, estômago, encéfalo, pele, rim. A apresentação dessas peteques e sufusões que é chamada púrpura. Púrpura trombocitopênica – quadro de hemorragias na forma de peteques e sufusões devido a diminuição da quantidade de plaquetas. Púrpura trombocitopênica eqüina – Nada a ver com as lesões de púrpura, área de necrose que geralmente acomete a pele de todos os membros, ocorre como uma vasculite secundária a deposição por imunocomplexo quase sempre conseqüência em cavalos de garrotilho. Bactérias na circulação se ligam aos anticorpos, ativam o sistema complemento e esse imunocomplexo se deposita nos vasos. Causa Alopecia, úlceras na pele, sangramento, exsudação, forma tecido de granulação – hiper resposta do sistema imunológico. Quando as plaquetas passam por ai, batem e se grudam nos trombos dentro dos vasosinflamados e vão sendo seqüestradas e diminui-se as plaquetas – trombocitopenia. * Tromboflebite: inflamado e com trombo. Formas especiais de apresentação das hemorragias Hemoperitônio Hemotórax Hemopericárdio Hematúria Hematemese Hemoptise Epistaxe Hifema Hemoperitônio: sangue na cavidade abdominal. Coagula em poucos minutos, passadas em torno de 6h ele descoagula devido à temperatura corporal alta, ficando em sua forma líquida, sendo possível drená-lo em sua forma líquida. Morrem geralmente por ruptura de fígado. Por ruptura de baço na maioria das vezes ele não morre na hora. Grande coágulo que se formou no local da castração, mais comuns de complicações cirúrgicas. Má sutura. Hemoperitônio iatrogênico. *aves: cavidade concele - hemocele Hemotórax: mais comum é trauma. Hemopericárdio: dentro da cavidade pericárdica. Molde de sangue coagulado (abaixo). Geralmente ruptura atrial ou da aorta logo que emerge do ventrículo, sangue fica acumulado dentro do saco pericárdico, sangue aperta o coração, sem forças para bater. Tamponamento cardíaco. Cirurgia cardíaca precisam de circulação extra corpórea. *Cão: Doença da valva mitral leva a dilatação do átrio esquerdo e este vai ficando com a parede mais fina até que rompe. Fica só o endocárdio e o epicárdio até que os dois são perfurados pela força do sangue e este acaba caindo na cavidade pericárdica – hemopericárdio – tamponamento cardíaco. *No cavalo a ruptura acontece geralmente logo que a aorta emerge do ventrículo esquerdo. Cavalo posto a um esforço extremo. Hematúria: urina com sangue. Problema vascular renal Bovino com intoxicação por samambaia Distúrbio do trato urinário inferior de felinos: Causa mais comum é a cistite intersticial que dá muita hemorragia. Primeira manifestação clínica: periúria (gato urina fora da caixa), posição de urinar várias vezes por dia (polaquiuria) urinando várias vezes em pequenas quantidades, o fato de urinar um pouquinho só – estrangúria, se demonstrar dor – disúria, com sangue – hematúria. Bexiga de um bovino intoxicado por samambaia. Geralmente sem microrganismos envolvidos. Ureter do bovino intoxicado por samambaia. Hematemese: vomitar com sangue. No processo de ulceração da mucosa, expondo o vaso sanguíneo, ou tumor gástrico que comprime a mucosa que sofre isquemia, ulcera e sangra. Também pode ser resultado iatrogênico. Hemoptise: tossir com sangue, eliminando sangue pela boca. Pneumonia hemorrágica, que ocorre de forma hiperaguda, associada e um sorovar de E. Coli. Ocasionalmente visto no cão ou no gato. Pneumonia hemorrágica com icterícia, hemorragia pulmonar massiva, em Leptospirose. Geralmente transmitida pro cão através da urina de rato, causando lesão nos rins, no fígado e em 30% dos cães, lesões muito graves nos pulmões. Geralmente quando acontece tem uma evolução aguda (5-7 dias). Contusão pulmonar por trauma de pulmão. Múltiplas sufusões no órgão, sangue vai para os alvéolos sendo tentado eliminar pela árvore brônquica, podendo o animal em um trauma pulmonar desenvolver hemoptise. Epistaxe: sangramento pelo nariz por lesões nasais que podem ser traumáticas, infecciosas, inflamatórias, tumorais. Quando se tem uma inflamação, é comum levar a destruição da vasculatura da cavidade nasal (rinite bacteriana, fúngica), tumor nasal. Indica trombocitopenia. Sangramento nasal comum na síndrome da veia cava caudal, quando ocorre a ruptura do abscesso hepático fazendo um tromboembolo que chega no pulmão e a pressão causada no pulmão leva a ruptura alveolar. Trombocitopenia por samambaia. Hifema: sangue na câmara anterior – espaço entre córnea e íris. Pode ser traumática, trombocitopenia, inflamação – uveíte anterior. Formas especiais de apresentação das hemorragias hematoquezia e melena menorragia e metrorragia hemartrose gengivorragia aréola equimótica hematocisto valvar Hematoquezia e melena: sangue nas fezes. Quando ele está digerido nas fezes (fezes negras) - sangramento cranial – da boca até duodeno e no máximo jejuno é chamado melena ou melanorragia. Quando esse sangramento ocorre a partir do íleo não tem como digerir – sangue vivo com coágulos ou até listras de sangue – hematoquezia. Uma das causas de melena é quando há verminose intestinal. Cães e gatos – ancylostoma – sangue largado na luz intestinal é digerido. Hemoncose em ovinos, bovinos. Diferente em parasitas do intestino grosso – fezes com estrias de sangue. O que causa úlcera gástrica ou duodenal também causa melena. Menorragia e metrorragia Metrorragia – sangramento uterino em animal que não menstrua. Menorragia – sangue que não vem do útero, vem da vulva, vagina, etc. Coágulo enorme dentro do útero, sangue eliminado pela vulva. Atrofia endometrial relacionada a baixos níveis de hormônios sexuais acontecendo em roedores mais velhos e não em carnívoros, pois eles têm níveis altos até o final da vida. Hemartrose: sangue na cavidade articular. Sangue na cavidade articular Pós traumática. Geralmente traumática. Uma das primeiras evidências de hemofilia (defeito genético no fator anti hemofílico, mais comum do fator 8 em humanos). Gengivorragia: hemorragia no sulco gengival. Trombocitopenia autoimune – incitado por um quadro infeccioso geralmente. Uso de corticóides prolongado – hiperadrenocorticismo Aréola equimótica: hemorragia ao redor do orifício de penetração de um projétil. Forma uma aréola no formato de uma equimose. Disparo muito rápido. Hemorragia no subcutâneo ainda mais grave. Hematocisto valvar: pseudocisto (não é cisto verdadeiro), dilatação do estroma da valva cardíaca. Ocorre tanto na mitral quanto na tricúspide, mas é mais comum na tricúspide e principalmente em bovinos e é visto logo após o nascimento. Achado de necropsia, não causando mal para o animal. Durante o amadurecimento do bovino ele desaparece. Tipos de hemorragia: qual a contribuição do vaso sanguíneo para que a hemorragia aconteça. Hemorragia per rexis: devido a ruptura de um vaso. Geralmente as hemorragias traumáticas como hemotórax, hemoperitônio.. Hemorragia per diabrosis: devido a corrosão de um vaso. Lesão na mucosa que faz com que a mucosa seja perdida, e os vasos sanguíneos, inicialmente da lâmina própria que são menores, e depois da submucosa acabam sendo destruídos por esse processo que está causando a corrosão. Úlcera – perda de parte da mucosa. Perda da proteção de muco. Hemorragia per diapedesis: devido a saída das hemácias por entre as células endoteliais. Diabrosis: Úlcera que causou melena, hematemese, e fez com que rompesse parte da mucosa levando a peritonite.
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