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Esplenectomia - Retirada total do baço > pode haver esplenectomia parcial (raro – risco de sangramento é muito grande); - Órgão não essencial à vida > mais frequente a esplenectomia completa. Anatomia - Situa-se no quadrante cranial esquerdo do abdômen; - Facilidade de encontrar e movimentar o órgão facilita o treinamento de habilidade cirúrgica; - Normalmente seu contorno acompanha a curvatura maior do estômago; - Irrigação interligada com uma das artérias que irrigam a grande curvatura do estômago. - Coloração púrpura escura. Vasculatura - Ligamento gastroesplênico > fica fixo ao estômago; - Nutrido pela artéria e veia esplênica; - Artéria esplênica é um ramo da artéria celíaca/aorta > emite de três a cinco ramos primários longos, pelo menos dois destes vão para o pâncreas e estômago > cuidado ao fazer ligaduras, não ir tão próximo dessa região; - Vai próximo ao parênquima para realizar ligaduras. Polpa branca: - Formada pelo tecido linfoide. Polpa vermelha: - Capilares arteriais; - Pequenos vasos venosos; - Repleto de macrófagos, eritrócitos e plaquetas. Funções esplênicas Reservatório de eritrócitos e plaquetas - 10 a 20% da massa eritrocitária circulante fica no baço; - Em resposta ao exercício intenso (ex.: hemorragia aguda), há contração do baço, aumentando o fluxo sanguíneo > mantendo o fluxo renal e outros órgãos viscerais; - Capacidade de jogar 98% dos eritrócitos na circulação frente a uma situação de trauma; - HT imediato em casos de hemorragia aguda; - Comporta 1/3 da massa plaquetária. - Ao realizar a esplenectomia, é preciso avaliar a função de coagulação do paciente (coagulograma) e função de contagem plaquetária. Sequestro e remodelagem da superfície dos reticulócitos - Após serem liberados da medula, ficam alojados no baço, perdem parte de sua membrana superficial e adquirem forma de eritrócitos maduros; - Baço é capaz de testar, descartar e esquivar eritrócitos velhos e lesionados; - Cão é capaz de fazer a remoção seletiva de inclusões intraeritrocitárias. - Esplenectomia é uma indicação para pacientes com desordens imunomediadas > controle da doença autoimune. - Fagocitose por macrófagos (detecta antígenos, bactérias, eritrócitos) > controle e defesa; - Maturação de linfócitos T e B; - Produção de IgM; - Hematopoiese na vida embrionária e fase pós-natal e em determinados momentos como imunossupressão grave > defesa dos esplenectomizados alterada. Indicações cirúrgicas - Traumas; - Neoplasias > hemangiossarcoma; - Torção esplênica > acontece com a torção vólvulo gástrica > muitas vezes o baço sofre isquemia pelo tempo de torção e é necessário fazer a ressecção; - Algumas indicações também incluem AHIM (Anemia Hemolítica Imunomediada) e trombocitopenia imunomediada; · Atualmente fármacos substituíram esta indicação; · Em casos refratários ao tratamento medicamentoso, ou em que há efeitos colaterais, ainda podem ser indicados. Considerações pré-operatórias - Se é um paciente que sofreu trauma e tem hemoperitônio (sangue na cavidade abdominal) pela ruptura isquêmica, é um paciente que está em choque hipovolêmico grave hemorrágico; - Ruptura > grandes vasos com fluxo de sangramento muito alto > deve-se fazer transfusão no pré e pós-operatório ou usar um expansor plasmático até a transfusão. - Lembrar que ao retirar a retirada do baço, pode ocorrer hipovolemia/hipotensão aguda > cuidar do choque hipovolêmico. Técnica cirúrgica - Incisão na linha média abdominal supra-umbilical; - Esplenomegalia por neoplasia ou sangramento ativo > incisão supra-retro-umbilical mediana (grande incisão abdominal para expor a cavidade e ocluir os possíveis sangramentos; - Exteriorize o baço com utilização de afastadores de farabeuf; - Identificar a ruptura e tamponar o abdômen com compressas > proteger para expor o baço; - Exteriorizar o baço > identificar os ramos vasculares realizando hemostasia (pinças kocher, promove grande e segura hemostasia definitiva) e fazendo ligaduras um a um; - Ligadura pode ser feita com fios absorvíveis ou não > desde que seja um fio inerte (fio monofilamentar sintético) > feitas o mais próximo do baço possível para não pegar um vaso grande que irrigue o estômago e outros órgãos; - Lavar a cavidade abdominal com solução fisiológica (NaCl 0,9% aquecida); - Suturar os planos como de rotina. Cuidados pós-operatórios - Cuidados gerais das laparotomias; - Monitorar o paciente 24 horas quanto a hemorragia; - Analgésicos; - Fluidos até estabilizar e se alimentar; - Leucocitose pós-operatória branda pode ocorrer. Complicações pós-operatórias Complicações imediatas - Hemorragia por ligadura errônea; - Pancreatite isquêmica (ramo esquerdo do pâncreas é vascularizado pela artéria esplênica, podendo ocorrer transecção acidental); - Necrose e fistulação gástrica > ligadura em um ramo que irriga parte do fundo do estômago. Complicações tardias - Susceptíveis a doenças intraeritrocitárias; - Susceptíveis a infecções bacterianas: · Septicemia fulminante (humanos); · Mycoplasma, Erliquiose e Babesiose pós cirúrgico. Alterações hematológicas e fisiológicas pós esplenectomia - Se as funções do baço não serão feitas por ele: · Serão encontrados eritrócitos com características de células jovens (Howell-Jolly, eritrócitos nucleados, hemácias em alvo, reticulócitos). · Plaquetometria aumentada > não tem mais 1/3 de cargas de plaquetas dentro do baço · Pior resposta à atividade física; · Não respondem bem frente ao choque hemorrágico.
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